__ Os Guaicuru_ Seu Deus Não é Melhor Que o Meu! _

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03/07/2015 :: Os Guaicuru: Seu Deus não é melhor que o meu! ::

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Marcos Paulo Carlito · , MS25/2/2014 · 0 · 1

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(...) o xamanismo garantia aos Kadiwéu um sentimento demaior segurança para a consecução das tarefas cotidianas,tendo na figura do xamã a personificação dos esforçoscoletivos na busca pela resolução dos problemas. Osconceitos e as práticas através dos quais o xamã curava,enfeitiçava ou advinhava, eram co‐participados por todo ogrupo e este concenso é o que tornava possível seusmilagres.Nesse contexto, torna‐se evidente a dificuldade dosmissionários nas tentativas de redução contra os Guaicuru.Enquanto para os conquistadores o contato com o Divino sóocorria através da submissão ao sacerdote e às leispreconizadas pela igreja, para os nativos não haviainstituição intermediária entre eles e Deus, suas relaçõesnesse sentido eram diretas, numa convivência imediata comtodas as obras do Criador. Não necessitavam, portanto, dealguém para lhes garantir indulgências nem para concederdireitos em vida, tampouco na morte, como acontecia comas religiões cujos ministros atribuíam a si mesmos o papel deintercessores entre Deus e o homem, impondo limites aolivre exercício ideológico e causando alienação quanto aidentidade e o sentido existencial do indivíduo em meio àseu grupo social.Sobre essa alienação podemos fazer uma comparação:quando os Guaicuru reuniam‐se para a construção de umatolderia, sua habitação típica, o faziam porque sabiam queao favorecer um determinado membro da tribo, e quem comele habitasse, estavam favorecendo a sí mesmos, porqueformavam uma nação em terra. Já para o elementocivilizado que fora moldado pela doutrinação salvacionista,os laços étnicos e culturais que os identificavam como povode uma mesma nação terrena eram preteridos pela idéia deuma nação celeste. Nesta linha de pensamento, uma açãoconjunta era praticada com ares de virtude, como sacrifíciocapaz de salvar o indivíduo do fogo do inferno e levá‐lo, nopós‐morte, à nação celeste. Entre os nativos não havia esseconceito, mas um entendimento natural segundo o qualsabiam que não havia equilíbrio social sem açãocompartilhada.Por essa diferença ideológica, os Guaicuru não sentiam omenor interesse em trocar a própria cultura, que expressavauma concepção existencial resolvida e um modo de serautêntico, por uma doutrina salvacionista que tentavaafastá‐los de suas origens e de sua identidade. Para osGuaicuru, a religião servia para exaltar o valor da existênciano presente, no aqui e agora, na manutenção da autonomiae da liberdade que haviam conquistado. Porquê acatariamimposições contrárias a seus próprios interesses?Em linhas gerais, a mística nativa, tratando‐se ou não dosGuaicuru, sempre foi incompreendida pela civilização, nãoapenas pela divergência ideológica mas pelo fato de amesma não permitir a prática da doutrinação salvacionista.Essa incompreensão causada pelo desprezo às convenções domundo civilizado pode ser analisada nessa transcrição de

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03/07/2015 :: Os Guaicuru: Seu Deus não é melhor que o meu! ::

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 Legenda da imagem: "Jovem Guaicuru Tatuada ‐Aldeia Nalique ‐ 17 de março de 1892"Crédito da Imagem: Guido BoggianiMarcos Paulo Carlito · , MS 25/2/2014 17:59sua opinião:

Bertelli, proferida pelo Padre Sepp nos idos de 1690: “Logoque reparti a terra pelos caciques e familiares, mandeilevantar uma cruz para limite de seus campos. Antes desulcarem o solo com o arado e deitarem as sementes, lanceisôbre a nova colônia a acostumada benção dos campos, paraexpulsar os demônios que, por causa da infidelidade dêstesgentios, habitavam despreocupados êstes lugares durantetanto tempo e tantos séculos” (Bertelli, 1987).Segundo Bertelli, havia um certo cacique sexagenáriochamado Moreyra que era considerado pelo Padre Seppcomo um ser laureado na escola do mal, sendo responsávelpor todas as desgraças abatidas sobre os Guarani aldeados eas missões. Por esse motivo foi posto em cadeias de ferro ealgemado, o que não foi suficiente para quebrar o orgulhodo cacique, conforme mostra o seguinte diálogo acerca deDeus: “Chegando‐se ao índio, com intérprete, o padre Seppameaça‐o com o fogo do inferno e o castigo de Deus, por sero mesmo régulo de Satanáz. Moreyra coloca‐se em pé e lheresponde: Seu Deus é meu amigo, pois nunca me atacou avíbora, nem a cobra me pegou. Nunca me ferí na luta, nemde meu cavalo caí. Nunca me ferrei na arraia, nem deixei deser um grande chefe. Seu Deus por certo sempre foi meuamigo. Um grande amigo” (Idem).Por essas e outras transcrições é possível perceber o quantotodos nós, nativos, brasileiros ou estrangeiros somosintolerantes para com as diferenças culturais. Seria maisproveitoso se antes de avaliarmos nossa superioridade pelanegação do que consideramos primitivo, pudessemosanalisar as diferenças não apenas pelo que elas têm decontrário a nosso modo de ser, mas pelo que têm a favor daexistência, da sustentabilidade, da autonomia produtiva eda identidade de um povo.Se algum dia chegarmos a inviabilizar a vida humana noplaneta terra, como apontam as previsões maiscatastróficas, será, entre outras coisas, por nos ocuparmosem julgar e condenar tudo o que não nos espelha. (pg. 48‐49‐ Spengler/Carlito ‐ 2007)Sobre a obraO mercantilismo salvacionista versus o xamanismo nativoamericano no chaco‐pantanal.tagsMStextos‐nao‐ficcao guaicuru mbaya kadiweu povos‐nativoschaco‐pantanal chaco pantanal nabileque darcy‐ribeiroxama xamanismo salvacionismo mercantilismo‐salvacionistamercantilismocompartilhe

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