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ANA MARIA C. DE M. RAGUAZI e LAINA VIEIRA ARANTES
PREVENÇÃO QUANTO AO USO DO ÁLCOOL ENTRE OS JOVENS DO ENSINO MÉDIO NO MUNICIPIO DE ROCHEDO-MS
ROCHEDO2011
ANA MARIA CANDIDO DE MENEZES RAGUAZI
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PREVENÇÃO QUANTO AO USO DO ÁLCOOL ENTRE OS JOVENS DO ENSINO MÉDIO NO MUNICIPIO DE ROCHEDO-MS
Projeto de intervenção apresentado à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito para conclusão do curso de Pós Graduação em nível de especialização em Atenção Básica em Saúde da Família.
Orientação: Luciano Rodrigues Trindade
ROCHEDO2011
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RESUMO
Este trabalho é resultado do projeto de intervenção de educação em saúde quanto ao consumo de bebida alcoólica, realizado com os estudantes do ensino médio no município de Rochedo - MS. O projeto teve por objetivos prevenir o uso de álcool entre os jovens, trabalhar a autoestima desses jovens com atividades educativas; levar informações, ouvir a opinião e dúvidas dos jovens em relação ao consumo de bebida alcoólica, assim como interagir com a família dos adolescentes, mostrando a importância da influência que esta exerce. O projeto de intervenção teve duas etapas, a primeira no mês de fevereiro de 2011, em que 106 alunos do ensino médio responderam inicialmente um questionário e após participaram de atividades educativas através de materiais áudio visuais, panfletos e rodas de conversa. Com o objetivo de avaliar o projeto, um mesmo questionário foi respondido pelos alunos participantes no início e encerramento do projeto. A segunda etapa do projeto foi realizada com a presença de 108 alunos do ensino médio, no mês de agosto de 2011, onde duas peças teatrais foram apresentadas pelos alunos do 2º ano do ensino médio aos alunos e docentes. Após as peças foi reservado um momento de reflexão com rodas de conversa em cada sala de aula, e os alunos responderam o questionário. Em fevereiro houve ligeiro predomínio do sexo masculino (50,95%) e em agosto houve predomínio do sexo feminino (51,85%). Na primeira etapa do projeto houve um equilíbrio entre as faixas etárias de 13-15 anos (44,34%) e 16-18 anos (45,28%), mas na segunda etapa destacou-se a faixa etária de 16-18 anos (60,19%). O conhecimento sobre o tema teve um acréscimo, pois em fevereiro 55,67% dos jovens acertaram mais de 5 questões e esse número em agosto foi de 68,49%. Apesar disso, aumentou o consumo de bebida alcoólica, pois inicialmente 77 jovens nunca bebiam álcool e em agosto esse número foi de 66; quanto aos que fazem uso do álcool durante os finais de semana aumentou de 25 para 36. No mês de fevereiro 37 jovens responderam que nenhuma pessoa bebia em sua casa, já em agosto esse número diminuiu para 25, assim como aumentou de 16 para 28 jovens que responderam ter mais de 3 pessoas em suas casas ingerindo a bebida alcoólica. Os resultados mostram que os jovens adquiriram mais conhecimentos sobre o tema com a atividade desenvolvida, mas é preciso maior investimento em ações educativas sobre o consumo de álcool entre os jovens para que mortes provocadas por jovens embriagados ao volante não façam parte da realidade do município de Rochedo-MS.
Palavras-Chave: Consumo de Bebidas Alcoólicas, adolescente, estudantes, educação em saúde.
LISTA DE TABELAS
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TABELA 1 - Identificação por sexo dos jovens do ensino médio matutino do município de Rochedo-MS e participantes do projeto de intervenção, fev. e ago. 2011....................................................... 21
TABELA 2 - Identificação por idade dos jovens do ensino médio matutino do município de Rochedo-MS e participantes do projeto de intervenção, fev. e ago. 2011........................................................ 22
TABELA 3 - Resultado da avaliação do conhecimento sobre o uso de álcool, de acordo com respostas obtidas com os jovens do ensino médio matutino de Rochedo-MS, fev 2011................................................ 22
TABELA 4 - Resultado da avaliação do conhecimento sobre o uso de álcool, de acordo com respostas obtidas com os jovens do ensino médio matutino de Rochedo-MS, ago. 2011................................................
23TABELA 5 - Frequência de consumo do álcool de acordo com sexo e idade dos
participantes do projeto de intervenção em questionário aplicado em 18 de fevereiro de 2011, Rochedo-MS...................................................................... 25
TABELA 6 - Frequência de consumo do álcool de acordo com sexo e idade dos participantes do projeto de intervenção em questionário aplicado em 30 de agosto de 2011, Rochedo-MS................................................................. 25
TABELA 7- Número de pessoas da família do jovem participante do projeto de intervenção em Rochedo - MS que faz uso de bebida alcoólica, comparando-se o mês de fevereiro e agosto de 2011.............................................
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LISTA DE FIGURAS
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FIGURA 1 – Comparação entre as respostas obtidas durante o questionário inicial e final, que foram realizados respectivamente em fevereiro e agosto de 2011, Rochedo-MS.........................................................................................
24
FIGURA 2 – Porcentagem de alunos com mais de 5 respostas corretas, comparando-se o momento inicial em 18 fev. 2011 com o final em 30 ago. 2011, Rochedo-MS.
..............................................................................................................................
.24
FIGURA 3 - Comparação do quantitativo de frequência de consumo de bebida alcoólica entre os jovens do ensino médio matutino do município de Rochedo-MS, fev. e ago. 2011..................................................................................................... 27
FIGURA 4 - Número de pessoas na casa dos alunos participantes do projeto que faz uso de bebida alcoólica, comparando-se os meses de fevereiro e agosto de 2011, Rochedo-MS............................................................................................ 28
LISTA DE SIGLAS
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a.C. antes de CristoCEBRID Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas PsicotrópicasECA Estatuto da Criança e do AdolescenteESF Estratégia de Saúde da FamíliaEUA Estados Unidos da AméricaMS Mato Grosso do SulNASF Núcleo de Apoio à Saúde da FamíliaNOB Norma Operacional BásicaOMS Organização Mundial de SaúdeOPAS Organização Panamericana de SaúdeSUS Sistema Único de Saúde
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................72 REVISÃO DA LITERATURA...............................................................................................92.1 Breve histórico do álcool......................................................................................................92.2 O álcool e consequências do seu uso..................................................................................102.3 O uso do álcool em adolescentes e jovens..........................................................................112.4 A importância da educação em saúde na prevenção ao uso do álcool................................133 OBJETIVOS..........................................................................................................................153.1 GERAL...............................................................................................................................153.2 ESPECÍFICOS....................................................................................................................154 JUSTIFICATIVA..................................................................................................................165 METODOLOGIA..................................................................................................................185.1 Local do projeto..................................................................................................................185.2 Ações realizadas..................................................................................................................185.3 Análise dos resultados.........................................................................................................205.4 Aspectos éticos....................................................................................................................206 RESULTADOS OBTIDOS...................................................................................................216.1 Caracterização dos jovens quanto ao sexo e faixa etária....................................................216.2 Avaliação do conhecimento teórico sobre o uso de álcool.................................................226.3 Avaliação do consumo de bebida alcoólica........................................................................247 CONCLUSÕES.....................................................................................................................28REFERÊNCIAS........................................................................................................................29APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO.........................................................................................32APÊNDICE B– AUTORIZAÇÃO FORMAL DO PROJETO JUNTO AO DIRETOR DA ESCOLA ESTADUAL “JOSÉ ALVES RIBEIRO”..................................................................33
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1 INTRODUÇÃO
As causas externas têm sido uma das maiores causas de morbidade e mortalidade
entre os adolescentes e jovens do município de Rochedo. E isso vem ocorrendo como
conseqüência do alto consumo de bebida alcoólica nessa faixa etária, e esse uso pode ser
iniciado por influência do meio social em que vivem, ou seja, na sua própria família como
entre os colegas da escola.
Segundo dados do Datasus em 2006, o município de Rochedo tem como as duas
maiores causas de mortalidade a doença do aparelho circulatório (39,1%) e as causas externas
(26,1%). A grande diferença entre ambas é a faixa etária que ocorreram os óbitos, as doenças
do aparelho circulatório foram predominantes entre a faixa etária de 50 a 60 anos e mais, já as
causas externas foram responsáveis por 100% dos óbitos entre os jovens de 15 a 19 anos e
75% entre os adultos de 20 a 49 anos. Tal fato pode ser justificado pelo consumo de bebida
alcoólica entre os jovens do município, aumentando o número de acidentes de trânsito e
outras ocorrências como os crimes violentos.
De acordo com Monteiro (2007) em um artigo publicado pela OPAS (Organização
Panamericana de Saúde), pesquisa sugere que crianças na América estão começando a beber
com menos de 10 anos de idade. Em 2002, pelo menos 69.000 mortes de pessoas entre 15 e
29 anos foram atribuídas ao consumo de álcool na América. Ainda na mesma publicação é
relatado que jovens usam álcool mais frequentemente e grande quantidade do que quaisquer
outras drogas ilícitas. O álcool não afeta apenas a mente e o corpo de várias maneiras, mas os
jovens perdem a percepção de julgamento.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o uso indevido do álcool é um dos
principais fatores de risco à saúde; sendo responsável a cada ano por 2,3 milhões de mortes
prematuras em todo mundo. O impacto das lesões ocasionadas devido o consumo de álcool
afeta não apenas aqueles que consomem a bebida, mas também aqueles que são vítimas de
seu comportamento. Estes incluem pedestres ou ciclistas atropelados por motoristas bêbados,
assim como seus familiares ou amigos que estão em seus carros (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DE SAÚDE, 2009).
O número de brasileiros que admitem consumir álcool em excesso passou de 16,2% da
população, em 2006, para 18,9%, em 2009. Entre os jovens de 18 a 24 anos, o percentual de
abuso de bebidas alcoólicas é ainda maior: 23%. “Os dados do Ministério da Saúde servem de
alerta, pois o consumo de álcool é fator de risco para acidentes de trânsito, violência e
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doenças”, diz o psiquiatra Valdir Ribeiro Campos (CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA,
2010).
A influência familiar e dos colegas nesta fase da vida (12 a 19 anos), pode ser
determinante para que esses jovens tornem-se dependentes químicos. Pois os adolescentes
ainda não possuem opinião formada e têm a tendência de imitarem atitudes das pessoas com
quem convivem e admiram. Em estudo realizado em Aracaju (SE) em que 500 alunos do
ensino médio foram questionados sobre o uso de drogas, o álcool e o tabaco foram as drogas
mais consumidas entre a população estudada. Isso se deve por tais drogas serem consideradas
lícitas e também por seu fácil acesso, apesar da proibição da venda a menor de idade. Muitas
vezes os próprios pais incentivam o seu consumo, fumando e se embriagando na frente dos
filhos, e até mesmo oferecendo a eles (SANTOS; DI PIETRO; XAVIER FILHO, 2008).
Desse modo tal problema não pode ser ignorado pela equipe de saúde da família e
deve ser trabalhado de modo preventivo, principalmente entre os jovens e adolescentes do
município. Assim os objetivos deste estudo é trabalhar a auto-estima desses jovens com
atividades educativas, abordando o assunto de forma descontraída, utilizando o ambiente
escolar como foco, pois a escola e o convívio com os colegas mostram grande influência para
o início do uso de bebidas alcoólicas, com essas informações, ouvir a opinião e dúvidas dos
jovens quanto ao tema, em rodas de conversas, debates e atividades em grupos. Levando em
consideração que o ambiente familiar também exerce grande influência nas atitudes dos
adolescentes, estudos mostram que o trabalho de interação com a família pode afetar no poder
de decisões e escolhas, assim o objetivo final torna-se de modo geral prevenir o uso de álcool
entre os adolescentes e adolescentes do ensino médio das escolas do município de Rochedo
(MS).
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2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Breve histórico do álcool
Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool
pelo ser humano datam de aproximadamente 6000 a. C., sendo, portanto, um costume
extremamente antigo (CEBRID, 2003). A cerveja, proveniente da cultura do arroz na Índia
ou da cevada cultivada no velho Egito, foi, provavelmente, a primeira bebida alcoólica
elaborada pelo homem em grande escala (FORTES, 1991).
A noção de álcool como uma substância divina, por exemplo, pode ser encontrada em
inúmeros exemplos na mitologia, sendo talvez um dos fatores responsáveis pela manutenção
do hábito de beber, ao longo do tempo (CEBRID, 2003). Também na Bíblia há várias citações
à cultura da uva e ao vinho, ilustrando o seu consumo entre os povos da época (FORTES,
1991).
Os índios da América Central e da América do Sul já conheciam bebidas alcoólicas,
obtidas da fermentação de diversos sucos de frutas ou de raízes como a mandioca, quando
chegaram os primeiros espanhóis e portugueses. Os peles-vermelhas da América do Norte, em
sua maioria, não conheciam os alcoólicos e com a chegada dos primeiros colonizadores
europeus, os índios, despreparados, passaram a ingerir bebidas mais fortes, destiladas, com
graves consequências (FORTES, 1991).
No Brasil, os índios preparavam o cauim, do tupi ka’wi, bebida fermentada feita pelos
índios a partir da mandioca cozida ou de sucos de frutos, como o caju ou o milho, mastigados
e depois misturados e postos a ferver em vasilhame especial de cerâmica que, posteriormente,
enterravam no chão por alguns dias (FORTES, 1991).
A instalação dos primeiros engenhos no Brasil, logo no começo da colonização, para
produção de açúcar de cana e aguardente, no Nordeste, Rio de Janeiro e São Paulo, ofereceu
oportunidade para a população mais simples, principalmente índios e negros escravos, de se
embriagar com destilados nacionais. E este contribuiu bastante, pela popularidade alcançada
em todo o país e pelo preço muito acessível, para o agravamento da alcoolização da
população brasileira (FORTES, 1991).
O consumo do álcool aumentou com a produção de bebidas alcoólicas em escala
industrial e, principalmente, após sua inserção na sociedade de consumo como mais uma
mercadoria a ser vendida à população. Hoje as pessoas são expostas a propagandas muito bem
elaboradas, e os jovens e a sociedade de uma forma geral, não associam o uso do álcool como
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uma droga e assim há um grande consumo em toda sociedade mundial (LEPRE; MARTINS,
2009).
2.2 O álcool e consequências do seu uso
O termo álcool refere-se a um grande grupo de moléculas orgânicas que possuem um
grupo de hidroxila (-OH) ligado a um átomo de carbono saturado. O álcool etílico, também
chamado etanol, é a forma comum do álcool, às vezes chamado de álcool de bebida, e é usado
para beber. Sua fórmula química é CH3-CH2-OH (SADOCK; SADOCK, 2007).
O etanol é uma molécula pequena e solúvel em água e lipídios; atravessa as
membranas biológicas prontamente e permeia todos os tecidos corporais, sendo que noventa
por cento do álcool é metabolizado pelo fígado, e o restante excretado pelos rins, pulmões e
pele (CECIL, 1998).
Há uma relação causal entre o consumo do álcool e mais de 60 tipos de doenças ou
injúrias. Estima-se que o consumo do álcool cause cerca de 20-30% do câncer de esôfago,
câncer do fígado, cirrose hepática, homicídio e acidentes de carro em todo mundo (OMS,
2004).
A intoxicação pelo álcool pode causar irritação, comportamento violento, sentimentos
de depressão e, raramente, alucinações e delírios. Níveis crescentes de consumo em longo
prazo podem produzir tolerância e adaptação tão intensa do corpo que a cessação do uso pode
precipitar síndrome de abstinência geralmente marcada por insônia, evidência de
hiperatividade do sistema nervoso autônomo e sentimentos de ansiedade (SADOCK;
SADOCK, 2007).
O álcool é uma substância psicotrópica, que causa depressão do sistema nervoso
central, apesar de que nos primeiros momentos após sua ingestão os efeitos são estimulantes,
como euforia, desinibição e loquacidade. Mas com o passar do tempo os efeitos são
depressores, como falta de coordenação motora, descontrole e sono; podendo provocar até
mesmo o estado de coma (CEBRID, 2003).
O alcoolismo, pelas complicações que causam no plano somático e na esfera psíquica
da pessoa e pela profunda repercussão no meio social, é hoje em dia um dos mais graves
problemas de saúde pública no Brasil (FORTES, 1991).
Nos Estados Unidos da América o ônus do álcool sobre a sociedade é pesado,
causando cerca de 100.000 mortes por ano; metade por traumatismo. O uso do álcool está
implicado em cerca da metade de todos os acidentes relacionados ao tráfego e desempenha
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um papel importante nos homicídios, suicídios, violência doméstica e mendicância (CECIL,
1998).
Em um estudo realizado em São Paulo, onde foram examinadas 400 amostras de
sangue provenientes de vítimas fatais de acidentes (trânsito, homicídios, suicídios e outras
causas), 52,7% (211amostras) apresentaram alcoolemia positiva; e destas, 58,3% (123
amostras) apresentaram valores iguais ou superiores a 0,6 g/l, ou seja, acima do limite
permitido pelo Código de Trânsito Brasileiro e 41,7% (88 amostras) apresentaram resultados
positivos, porém, abaixo do limite legal (PAULA; RUZZENE; MARTINIS, 2008).
O Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) realizou
dois levantamentos domiciliares sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil e, comparando
as duas pesquisas, houve um aumento no consumo do álcool entre os brasileiros. Em artigo
que compara os resultados das duas pesquisas, a porcentagem de dependentes do álcool no
Brasil aumentou de 11,2% em 2001, para 12,3% em 2005. Os autores afirmam que tal fato
pode ter ligação com a forte campanha publicitária que incentiva o uso do álcool,
principalmente da cerveja (FONSECA et al., 2010).
No caso das drogas lícitas, os meios de comunicação veiculam imagens muito
favoráveis ao seu uso; ainda que o tabaco e o álcool causem mais mortes e sofrimentos que
todas as outras drogas ilegais juntas, tanto uma quanto a outra são midiatizadas nas
publicidades, com imagens de pessoas bem sucedidas, na maioria artistas populares de
renome, como exemplo de glamour, promovendo a sociabilidade e o estímulo à sexualidade
(ALMEIDA FILHO et al., 2007).
De acordo com o II Levantamento Domiciliar Sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no
Brasil (2005), o uso na vida de álcool (quando a pessoa fez uso pelo menos uma vez na vida)
no Brasil e na região Centro-Oeste foi, respectivamente, 74,6 e 73,6%; sendo tais números
superiores aos encontrados no I Levantamento Domiciliar: 68,7 e 60,5% para o Brasil e região
Centro-Oeste, respectivamente. Mas em relação a outros países, foi inferior aos 86,5%
observados no Chile e 82,4% nos EUA (Estados Unidos da América) (CARLINI et al., 2006).
2.3 O uso do álcool em adolescentes e jovens
A adolescência é um período de transição entre a infância e a condição de adulto, no
qual o adolescente se mostra mais resistente às orientações, pois vislumbra a possibilidade de
ter poder e controle sobre si mesmo. Esse período é caracterizado por um processo de
mudanças importantes, e tais mudanças, de ordem biológica e psicossocial, acabam por
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colocar os adolescentes em grupo vulnerável às diversas influências, que tanto podem
contribuir de forma positiva quanto negativa no curso de suas vidas. E o uso de drogas, como
o álcool, é uma questão que causa grande preocupação entre pais, educadores e profissionais
da saúde (ALMEIDA FILHO et al., 2007).
O uso e o abuso de álcool e outras drogas têm sido uma das principais causas
desencadeadoras de situações de vulnerabilidade na adolescência e juventude a exemplo dos
acidentes, suicídios, violência, gravidez não planejada e a transmissão de doenças por via
sexual e endovenosa, nos casos das drogas injetáveis. Não fosse o consumo de drogas um
problema suficientemente grave, tem-se ainda a problemática do tráfico, o qual representa, no
Brasil e em outros países, uma séria ameaça à estabilidade social (BRASIL, 2005).
De acordo com Monteiro (2007), o uso do álcool pelos jovens pode trazer várias
consequências para suas vidas, como: 1) Acidentes relacionados ao consumo de bebida
alcoólica sendo a maior causa de morte e deficiência entre os jovens; 2) Os jovens iniciam sua
vida sexual precocemente, além de não praticarem o sexo seguro em relação aos jovens que
não bebem; 3) Jovens que bebem são mais vulneráveis a serem vítimas de crimes violentos; 4)
Problemas escolares; 5) O indivíduo que começa a beber jovem é 4 vezes mais propenso a
desenvolver dependência do aqueles que iniciam o consumo quando adultos.
Várias pesquisas em todo Brasil avaliam o consumo de álcool entre os jovens,
principalmente entre os estudantes. Esses estudos mostram que o uso de álcool tem início
precoce na vida desses adolescentes: idade média de 12,35 anos em estudo realizado em
Paulínia – SP, onde 1990 alunos com idade entre 11 e 21 anos responderam a um questionário
sobre o uso do álcool (VIEIRA et al., 2007); 12,5 anos no V Levantamento Nacional Sobre o
Consumo de Drogas Psicotrópicas Entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede
Pública de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras (GALDURÓZ et al., 2004).
Quanto ao uso do álcool segundo o sexo, alguns estudos não encontraram diferença
entre homens e mulheres, como na pesquisa realizada entre estudantes universitários do
estado de São Paulo, porém, a mesma pesquisa mostrou que houve uma diferença quanto ao
uso de drogas ilícitas; sendo que 36,8% dos alunos usaram drogas ilícitas nos últimos 12
meses, contra 23% das alunas (SILVA et al., 2006).
No estudo em Paulínia – SP (2004), quando analisado o padrão de consumo de álcool
no último mês, considerando gênero e faixa etária, não foram observadas diferenças entre os
sexos até os 15 anos, exceto para o consumo de cinco ou mais doses em uma ocasião, maior
entre as meninas na faixa etária dos 13 aos 15 anos. A partir dos 16 anos, porém, a
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prevalência entre os meninos foi significativamente maior em quase todos os padrões de
comportamento considerados (VIEIRA et al., 2007).
Já em pesquisa realizada em Goianá – MG, em que se avaliou o consumo de
substâncias psicoativas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública de
ensino do município; as mulheres apresentaram maior prevalência de uso na vida de álcool
(65,9%) comparada aos homens (62,2%) (TEIXEIRA et al., 2009).
Apesar da lei 8069, de 13 de julho de 1990 (BRASIL, 1990a) que dispõe sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu art. 81, inciso I; assim como a Lei
Federal 9294, de 15 de julho de 1996 (art. 3º A, inciso IX) (BRASIL, 1996) proibirem a
venda de bebida alcoólica às crianças e adolescentes, é prática comum o descumprimento das
referidas leis. Tal fato é relatado no estudo realizado em Paulínia- SP, onde os estudantes não
tiveram dificuldades em comprar álcool, inclusive dentro da escola. Mais da metade (55%)
dos estudantes menores de idade afirmaram ter comprado bebidas alcoólicas e apenas 1%
relatou ter tentado sem sucesso por recusa do estabelecimento (VIEIRA et al., 2007).
No mesmo estudo citado anteriormente, as fontes de fornecimento mais citadas no
último episódio de consumo foi familiares (31,7%) e amigos (23,5%). Isso mostra que os
amigos e familiares têm influência direta (oferecendo bebida) e indireta (expectativa dos
efeitos do uso, aceitação social) sobre o padrão de consumo (VIEIRA et al., 2007).
A influência do convívio social pode também proteger o jovem do consumo de álcool,
pois em pesquisa realizada por Silva et al. (2006), os alunos que eram praticantes de uma
religião tiveram menor consumo de álcool, tabaco e drogas ilícitas; mostrou também que
pertencer a uma religião onde há uma condenação mais explícita e clara do uso de drogas,
como o protestantismo, está associado a um menor uso de substâncias como, por exemplo, o
álcool.
2.4 A importância da educação em saúde na prevenção ao uso do álcool
De acordo com o Ministério da Saúde, trabalhar as questões do uso de drogas e álcool
na atenção à saúde dos adolescentes e jovens difere da assistência clínica individual e da
simples informação ou repressão. O modelo a ser desenvolvido deve permitir uma discussão
sobre as razões da adoção de um comportamento preventivo e o desenvolvimento de
habilidades que permitam a resistência às pressões externas, a expressão de sentimentos,
opiniões, dúvidas, inseguranças, medos e preconceitos, de forma a dar condições para o
enfrentamento e a resolução de problemas e dificuldades do dia-a-dia (BRASIL, 2005).
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A educação em saúde é uma estratégia que visa à elaboração de práticas educativas
que possam ser empregadas com a intenção não somente de ensinar a população a prevenir as
doenças, mas também de promover a saúde a partir da conversão de determinantes sociais que
favorecem o adoecimento em geradores de saúde (SILVA et al., 2007).
Entre as ações educativas é possível delinear dois modelos de prática de educação em
saúde, que são o modelo tradicional e o dialógico. No primeiro, as estratégias desta prática
educativa incluem informações verticalizadas que ditam comportamentos a serem adotados
para a manutenção da saúde; os usuários são tomados como indivíduos carentes de
informação em saúde. Já o segundo modelo tem como objetivo transformar saberes existente;
a prática educativa, nesta perspectiva, visa ao desenvolvimento da autonomia e da
responsabilidade dos indivíduos no cuidado com a saúde, porém não mais pela imposição de
um saber técnico-científico detido pelo profissional de saúde, mas sim pelo desenvolvimento
da compreensão da situação de saúde (ALVES, 2005).
Essa prática dialógica vem ao encontro do princípio da integralidade, que é um dos
princípios norteadores do SUS. Assim, em 1994 foi idealizado o Programa de Saúde da
Família, hoje Estratégia, sendo que dentre suas ações emergem as ações educativas como
ferramenta essencial para incentivar a auto-estima e o autocuidado dos membros das famílias,
promovendo reflexões que conduzam a modificações nas atitudes e comportamentos
(MACHADO, et al., 2007). E o desenvolvimento dessas práticas educativas na Estratégia de
Saúde da Família pode ocorrer tanto em espaços convencionais, como na unidade de saúde,
como nos informais, em visitas domiciliares, por exemplo (ALVES, 2005).
Entre os diversos ambientes que requerem prevenção ao uso de drogas (dentre essas, o
álcool), a escola de ensino fundamental e médio tem sido apresentada como um dos mais
propícios para ações desta natureza considerando-se diversas peculiaridades. A clientela
atendida pela escola encontra-se em uma faixa-etária que corresponde, segundo as estatísticas,
à fase da vida onde a grande maioria das pessoas começa a experimentar alguma droga.
Portanto, uma intervenção preventiva neste momento será muito mais eficaz no sentido de se
interromper a tendência do usuário em prosseguir para outros níveis de utilização da droga em
maior freqüência (MARIZ et al., 2003).
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3 OBJETIVOS
3.1 Geral
Prevenir o uso de álcool entre os adolescentes e jovens do ensino médio nas escolas do
município de Rochedo (MS).
3.2 Específicos
a. Trabalhar a autoestima desses jovens com atividades educativas;
b. Levar informações, ouvir a opinião e dúvidas dos jovens quanto ao tema;
c. Interagir com a família dos adolescentes, mostrando a importância da
influência que esta exerce.
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4 JUSTIFICATIVA
Com a Constituição Federal de 1988, a saúde passou a ser um direito de todos e dever
do Estado. Em seu artigo 198, está determinado que as ações e serviços de saúde constituam
um sistema único, e em sua alínea III está estabelecida uma de suas diretrizes, que é a
integralidade, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais (BRASIL, 1988).
Com a regulamentação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1990 pela lei 8080, as
atividades preventivas passaram formalmente a fazer parte dos objetivos e atribuições do
sistema, estando elencados em seu artigo 5º, alínea III (BRASIL, 1990b).
De acordo com Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006, a Estratégia de Saúde da
Família (ESF), criada em 1994 e normatizada pela Norma Operacional Básica do SUS de
1996 - NOB/SUS – 96, visa à reorganização da Atenção Básica no País, conforme os
preceitos do SUS. A ESF está em consonância com os princípios e diretrizes do sistema,
estando pautada, desse modo, a prevenção às doenças em suas ações. Ainda na mesma
portaria, uma das características do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica é o
desenvolvimento de ações educativas que possam interferir no processo de saúde-doença da
população e ampliar o controle social na defesa da qualidade de vida (BRASIL, 2006a).
O Pacto pela Vida, uma das dimensões do Pacto pela Saúde, que é um conjunto de
reformas institucionais pactuado entre as três esferas de gestão (União, Estados e Municípios)
do Sistema Único de Saúde, com o objetivo de promover inovações nos processos e
instrumentos de gestão, define prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde
da população brasileira; dentre essas prioridades destacam-se: promoção da saúde, com ênfase
na adoção de hábitos saudáveis por parte da população brasileira, e fortalecimento da atenção
básica, por meio da eleição da ESF enquanto prioritária para a efetivação deste fortalecimento
(BRASIL, 2006b).
A Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e
outras Drogas destaca que deve ser estimulado o desenvolvimento de ações de prevenção em
escolas, locais de trabalho, sindicatos e outras associações. As ações incentivadas devem ter
caráter permanente, ao invés de iniciativas pontuais e esporádicas, como campanhas, sem, no
entanto, prescindir de ações de curta duração voltadas para a multiplicação da atuação
preventiva. Já que educar a população é fundamental, pois promove a redução dos obstáculos
relativos ao tratamento e à atenção integral voltada para os consumidores de álcool,
aumentando a consciência coletiva sobre a freqüência dos transtornos decorrentes do uso
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indevido de álcool e drogas. As opções de atenção disponíveis e seus benefícios devem ser
amplamente divulgados (BRASIL, 2004).
Devido à importância da prevenção ao consumo de álcool entre os jovens e
adolescentes do município, a ESF Urbana de Rochedo - MS inicia esse plano de intervenção
com atividades educativas com os alunos matriculados no ensino médio matutino do
município, assim como seus familiares. Mas para que melhores resultados sejam alcançados
no futuro, tal iniciativa deve ser inserida na agenda da ESF assim como no calendário escolar.
18
5 METODOLOGIA
5.1 Local do projeto
O projeto de intervenção foi realizado no município de Rochedo, localizado no centro
norte de Mato Grosso do Sul e distante de Campo Grande, a capital do Estado, cerca de 80
km. Segundo dados preliminares do censo 2010, o município possui 4922 habitantes e sua
área é de 1.561 km² representando 0.437 % do Estado (BRASIL, 2011).
O município conta hoje com 4 escolas, sendo uma Estadual e 3 municipais. São elas:
Escola municipal de 1º Grau de Rochedo;
Escola municipal de 1º Grau “Doce Saber”;
Centro de Educação Infantil “Hiroci Odacura”;
Escola Estadual de 1º e 2º Graus “José Alves Ribeiro”.
O projeto de intervenção foi realizado na Escola Estadual “José Alves Ribeiro”, pois o
ensino médio é oferecido apenas neste estabelecimento de ensino no município de Rochedo-
MS.
5.2 Ações realizadas
A Equipe de Saúde da Família Urbana, com apoio do Núcleo de Apoio à Saúde da
Família (NASF), realizou ações educativas sobre o uso do álcool nas escolas municipais do
município de Rochedo abrangendo alunos da faixa etária de 12 a 19 anos. Tais ações foram
feitas com a participação do corpo docente, diretores, secretários municipais de saúde e
educação, além de orientação específica aos pais desses adolescentes.
As atividades educativas tiveram início no dia 18 de fevereiro de 2011, com os alunos
do ensino médio da Escola Estadual “José Alves Ribeiro”. Nesse dia, as ações foram
realizadas com os alunos do ensino médio, 1º A, 1º B, 2º e 3º anos; sendo que tais alunos que
serviram de parâmetro para análise dos resultados atingidos com esse projeto de intervenção.
Desse modo, esses alunos responderam a um questionário (Apêndice A), que “compõe-se de
um conjunto de questões (abertas, fechadas e/ou mistas), construído a partir dos objetivos e
variáveis constantes do projeto, que é preenchido pelo entrevistado” (ANDRADE, 2009, p.
95). E o objetivo desse questionário foi verificar seus conhecimentos acerca do tema e
também avaliar o consumo de álcool entre esses jovens e seus familiares. No final das ações,
19
no mês de agosto, esses alunos responderão ao mesmo questionário e assim avalia-se o
aprendizado e se houve mudanças no consumo do álcool.
Optou-se em aplicar esse questionário apenas aos alunos do ensino médio devido o
pouco tempo que teríamos para desenvolver o projeto de intervenção.
As equipes do NASF e ESF, do dia 21 a 24 de fevereiro realizaram atividades
educativas sobre os temas: álcool e drogas ilícitas, DST (Doenças Sexualmente
Transmissíveis) e violência, para os adolescentes e jovens a partir de 12 anos. Essas ações
englobaram os alunos de toda rede de ensino, tanto municipal como estadual. Mas tais alunos
não participaram do questionário, pois pelo pouco tempo que possuíamos para desenvolver o
projeto de intervenção, optou-se em avaliar apenas os alunos do ensino médio.
Além dessas atividades com os alunos, foram realizadas outras com os pais durante as
reuniões do programa bolsa família, que foram feitas na semana acima citada. No dia 25 de
fevereiro, sexta-feira às 18h, aconteceu o encerramento dessas atividades com um evento
realizado na Escola Estadual “José Alves Ribeiro”, onde participaram tanto os alunos como os
pais.
Nesse evento, ocorreram palestras de convidados: Drª Angélica de Andrade Arruda
(promotora de justiça – discorreu sobre a responsabilidade dos pais e a proibição do consumo
de bebidas por menores de idade); Paulo Pereira e Osvaldo Cesar Castro (integrantes dos
Alcoólicos Anônimos – falaram sobre as consequências morais e familiares na vida de um
dependente do álcool e que o alcoolismo é uma doença que pode ser controlada); Sargento
Demavais Souza Costa e Tenente Carlos Eduardo Silva Santos (do corpo de bombeiros –
alertaram para o risco do consumo de álcool e acidentes automobilísticos e também
afogamento, pois a cidade de Rochedo – MS é cortada pelo rio Aquidauana); e por último o
Tenente Santos Silva (da polícia militar – abordou também os riscos de acidentes de trânsito
após ou uso de bebidas alcoólicas ou drogas ilícitas).
No dia 30 de agosto de 2011 foi realizada a última etapa do projeto com a
apresentação de duas peças teatrais tendo como tema o uso do álcool, encenadas pelos alunos
do 2º ano do ensino médio, os quais fazem parte do público alvo trabalhado. Tais peças foram
apresentadas a todos os demais alunos do ensino médio e professores, sendo que o corpo
docente auxiliou os alunos na montagem e ensaio das peças teatrais.
Nesse mesmo dia, após a encenação das peças, os alunos foram ouvidos em rodas de
conversa nas salas de aula, cada turma foi ouvida separadamente. Os mesmos tiveram um
espaço para relatar o que achou do projeto, sua viabilidade e possível continuação. Após esse
20
tempo de reflexão, os jovens responderam novamente ao questionário inicial para posterior
comparação e avaliação de eventuais mudanças.
Um ponto fundamental é a participação efetiva dos alunos com suas opiniões, falas
através de rodas de conversa e explanação dialogada, pois como diz Paulo Freire no livro
Pedagogia da Autonomia (1996), o educador deve procurar ser “problematizador”,
trabalhando com a realidade dos educandos, e não um educador “bancário”, apenas
transmitindo conhecimentos e não permitindo ao aluno participar da construção de sua
educação. E como educadores em saúde devemos reforçar a capacidade crítica do educando,
estimular a curiosidade crítica e assim proporcionar momentos de diálogo, que serão
permeados por momentos narrativo-explicativos por parte do educador.
No Manual para Operacionalização das Ações Educativas no SUS – São Paulo (2001)
fica claro a idéia que a simples transmissão de conhecimento de como ter saúde ou evitar uma
doença, sem a discussão ou reflexão crítica, pouco irá contribuir para que uma população seja
mais sadia.
Assim essas ações foram realizadas com o apoio de materiais didáticos como: panfleto
informativo, explanação dialogada com o uso de recursos áudio visual, roda de conversa e
peça teatral sobre o tema.
5.3 Análise dos resultados
Após a aplicação do questionário, a análise dos resultados foi feita depois da tabulação
dos dados, com a utilização do programa Excell. Os resultados são apresentados na forma de
tabelas e figuras.
5.4 Aspectos éticos
Como esse trabalho trata-se de um projeto de intervenção e não uma pesquisa
científica, não houve necessidade de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres
Humanos. Mas uma autorização (Apêndice B) foi feita pelo diretor da escola “José Alves
Ribeiro” para que os questionários fossem respondidos pelos alunos do ensino médio.
21
6 RESULTADOS OBTIDOS
A fim de avaliar esse projeto de intervenção foi distribuído um mesmo questionário no
seu início e término. O questionário era anônimo, com indicação apenas do sexo e idade do
participante, e apresentava duas questões com o objetivo de avaliar o conhecimento teórico
dos alunos sobre o tema e duas questões para avaliar o consumo pessoal e familiar de álcool.
Desse modo, esse capítulo será desenvolvido em três blocos: 6.1 Caracterização dos jovens
quanto ao sexo e faixa etária; 6.2 Avaliação do conhecimento teórico sobre o uso de álcool e
6.3 Avaliação do consumo de bebida alcoólica.
6.1 Caracterização dos jovens quanto ao sexo e faixa etária
No dia 18 de fevereiro de 2011 foram respondidos 106 questionários, sendo que 54
(50,95%) pelo sexo masculino e 52 (49,05%) pelo feminino, com faixa etária de 13 a 36 anos
e predomínio da faixa etária de 16-18 anos (48 alunos - 45,28%). Já no dia 30 de agosto de
2011 foram respondidos 108 questionários, 52 (48,15%) pelo sexo masculino e 56 (51,85%)
feminino, com mesma faixa etária, como pode ser observado nas tabelas 1 e 2.
Tabela 1 - Identificação por sexo dos jovens do ensino médio matutino do município de Rochedo-MS e participantes do projeto de intervenção, fev. e ago. 2011.
Sexo Fev./11 Ago./11
nº % nº %Feminino 52 49,05% 56 51,85%
Masculino 54 50,95% 52 48,15%
Total 106 100% 108 100%Fonte: Próprio projeto de intervenção
22
Tabela 2 - Identificação por idade dos jovens do ensino médio matutino do município de Rochedo-MS e participantes do projeto de intervenção, fev. e ago. 2011.
Idade Fev./11 Ago./11
nº % nº %13-15 anos 47 44,34% 33 30,55%16-18 anos 48 45,28% 65 60,19%> 18 anos 11 10,38% 10 9,26%
Total 106 100% 108 100%Fonte: Próprio projeto de intervenção
Na primeira etapa do projeto houve um equilíbrio entre as faixas etárias de 13-15 anos
(44,34%) e 16-18 anos (45,28%), mas na segunda etapa houve uma predominância da faixa
etária 16-18 anos (60,19%).
6.2 Avaliação do conhecimento teórico sobre o uso de álcool
O resultado da primeira avaliação do conhecimento teórico sobre o uso de álcool, a
qual foi feita antes de qualquer atividade educativa ser realizada, pode ser observada na tabela
3 abaixo.
Tabela 3 - Resultado da avaliação do conhecimento sobre o uso de álcool, de acordo com respostas obtidas com os jovens do ensino médio matutino de Rochedo-MS, fev. 2011.
Número de acertos Resultados Nº de alunos %
0 0 0% 1 1 0,94%2 6 5,66%3 14 13,20%4 26 24,53%5 27 25,47%6 16 15,10%7 16 15,10%
Total 106 100% Fonte: Próprio projeto de intervenção
Os resultados iniciais mostram que os alunos possuem algum grau de conhecimento
teórico sobre o uso de álcool, pois 55,67% dos alunos acertaram 5 ou mais questões. Já na
etapa final do projeto, momento em que as atividades educativas propostas já haviam sido
realizadas, esse número mostrou-se melhor; fato que pode ser observado na tabela 4 abaixo.
23
Tabela 4 - Resultado da avaliação do conhecimento sobre o uso de álcool, de acordo com respostas obtidas com os jovens do ensino médio matutino de Rochedo-MS, ago. 2011.
Número de acertos Resultados Nº de alunos %
0 1 0,95% 1 2 1,85%2 3 2,78%3 5 4,63%4 23 21,30%5 46 42,60%6 9 8,30%7 19 17,59%
Total 108 100% Fonte: Próprio projeto de intervenção
No dia 30 de agosto, 68,5% dos participantes acertaram 5 ou mais questões,
destacando-se o número de 5 acertos, com 42,60% do total; resultado este que sugere uma
melhora no conhecimento teórico sobre o tema, tal comparação é ilustrada com as figuras 1e
2.
0 acertos 1 acerto 2 acertos 3 acertos 4 acertos 5 acertos 6 acertos 7 acertos0%5%
10%15%20%25%30%35%40%45%
0.00% 0.94%5.66%
13.20%
24.53% 25.47%
15.10% 15.10%
0.95% 1.85% 2.78% 4.63%
21.30%
42.60%
8.30%
17.59%
Comparação entre questionário inicial e final - fev/ago 2011
fev/11 ago/11
Figura 1 - Comparação entre as respostas obtidas durante o questionário inicial e final, que foram realizados respectivamente em fevereiro e agosto de 2011, Rochedo-MS.
Fonte: Próprio projeto de intervenção
24
Figura 2- Porcentagem de alunos com mais de 5 respostas corretas, comparando-se o momento inicial em 18 fev. 2011 com o final em 30 ago. 2011, Rochedo-MS.
Fonte: Próprio projeto de intervenção
De acordo com a fala desses alunos durante as rodas de conversa, todos têm
conhecimento das consequências do consumo do álcool, mas apesar disso alguns admitem
fazer uso frequente de bebida alcoólica. Pôde-se observar que os grupos são divididos entre os
que condenam e não fazem uso e os que acham normal o jovem usar o álcool.
Algumas falas dos adolescentes e jovens são interessantes: “[...] quando acontece
alguma tragédia todos ficam com medo um tempo, mas depois esquecem e continuam a
dirigir após beber”; “[...] projetos que tentam prevenir o uso do álcool não resolvem nada,
pois os jovens vão continuar a beber sempre, nunca vai mudar”. “É importante continuar com
o projeto e ter maior participação dos pais”; “A mídia incentiva o uso da bebida alcoólica,
deveria ter mais propaganda mostrando o perigo do uso do álcool”.
Esse resultado deixa claro que ações pontuais não conseguirão ocasionar mudanças
comportamentais nos jovens, pois os mesmos apresentam conhecimento sobre o tema,
principalmente em relação aos efeitos deletérios do uso do álcool, e apesar disso muitos
relatam que consomem o álcool até ficarem embriagados.
6.3 Avaliação do consumo de bebida alcoólica
Os jovens foram questionados a respeito da frequência de ingestão de bebida alcoólica
e foram dadas quatro opções de resposta: a) Nunca; b) Aos finais de semana (AFS); c) 3 x por
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semana e d) Todos os dias (TD). Os resultados podem ser observados com as tabelas 5 e 6 a
seguir.
Tabela 5- Frequência de consumo do álcool de acordo com sexo e idade dos participantes do projeto de intervenção em questionário aplicado em 18 de fevereiro de 2011, Rochedo-MS.
Características
Frequência de uso
Nunca AFS3x por sem Todo dia Total
Sexo
M35(64,81%
)15(27,78%
) 0(0%) 4(7,41%) 54(100%)
F42(80,77%
)10(19,23%
) 0(0%) 0(0%) 52(100%)
Total 77(72,64%
)25(23,58%
) 0(0%) 4(3,78%)106(100%
)Idade, em anos
13-1540(85,10%
) 7(14,90%) 0(0%) 0(0%) 47(100%)
16-1829(60,42%
)15(31,25%
) 0(0%) 4(8,33%) 48(100%)>18 8(72,73%) 3(27,27%) 0(0%) 0(0%) 11(100%)
Total 77(72,64%
)25(23,58%
) 0(0%) 4(3,78%)106(100%
)Fonte: Próprio projeto de intervenção
Tabela 6- Frequência de consumo do álcool de acordo com sexo e idade dos participantes do projeto de intervenção em questionário aplicado em 30 de agosto de 2011, Rochedo-MS.
Características
Frequência de uso
Nunca AFS3x por sem Todo dia Total
Sexo
M29(55,77%
)18(34,61%
) 0(0%) 5(9,62%) 52(100%)
F37(66,07%
)18(32,14%
) 1(1,79%) 0(0%) 56(100%)
Total 66(61,11%
)36(33,33%
) 1(0,93%) 5(4,63%)108(100%
)Idade, em anos
13-1524(72,73%
) 7(21,21%) 0(0%) 2(6,06%) 33(100%)
16-1837(56,92%
)25(38,46%
) 0(0%) 3(4,62%) 65(100%)>18 5(50%) 4(40%) 1(10%) 0(0%) 10(100%)
Total 66(61,11%
)36(33,33%
) 1(0,93%) 5(4,63%)108(100%
)Fonte: Próprio projeto de intervenção
Comparando-se as duas tabelas, verifica-se que houve um crescimento no consumo de
bebida alcoólica, tanto de acordo com o sexo como com a idade do participante. Quando a
26
análise é feita em relação ao sexo do aluno, observa-se um decréscimo de 65,81% para
55,77% dos meninos que disseram nunca usar o álcool, ou seja, quase 10% a mais dos
meninos já fazem uso do álcool. Esse número é ainda maior com relação ao sexo feminino,
pois em fevereiro 80,77% das meninas disseram nunca ingerir o álcool, já em agosto esse
número caiu para 66,07%.
Com relação à idade dos participantes é preocupante a precocidade do consumo do
álcool, pois muitos alunos de 13 a 15 anos já fazem seu uso. Nessa faixa etária, o número de
jovens que relataram nunca fazer ingestão de álcool diminuiu de 85,10% para 72,73% e em
agosto 21,21% dos jovens disseram beber aos finais de semana, sendo que em fevereiro esse
número ficou em 14,90%. Além disso, 2 meninos de 13 a 15 anos disseram em agosto fazer
uso diário de bebida alcoólica; fato que mostra a necessidade de intervenções constantes sobre
esse tema, tanto por parte dos profissionais da saúde quanto pelo corpo docente da escola.
A figura 3 abaixo mostra que de um modo geral, sem se considerar o sexo ou idade do
público alvo, houve um decréscimo no número de pessoas que nunca fazem uso de bebida;
em fevereiro, 77 jovens nunca bebiam álcool e em agosto esse número foi de 66. Quanto aos
que fazem uso do álcool durante os finais de semana aumentou de 25 para 36.
Nunca AFS 3x p sem Todo dia0
1020304050607080
77
25
0 4
66
36
1 5
Comparação do quantitativo da frequência de consumo de bebida
alcoólica -fev/ago 2011
fev/11ago/11
Figura 3- Comparação do quantitativo de frequência de consumo de bebida alcoólica entre os jovens do ensino médio matutino do município de Rochedo-MS, fev. e ago. 2011.
Fonte: Próprio projeto de intervenção
A quarta e última pergunta do questionário foi a respeito do consumo de álcool pelos
familiares dos jovens, pois o papel dos pais e do ambiente familiar é importante no
desenvolvimento dos adolescentes e jovens. A pergunta não especificou qual pessoa da
27
família fazia uso de álcool, mas apenas quantas pessoas consumiam. O resultado encontra-se
na tabela 7 abaixo.
Tabela 7 - Número de pessoas da família do jovem participante do projeto de intervenção em Rochedo - MS que faz uso de bebida alcoólica, comparando-se o mês de fevereiro e agosto de 2011.
Nº de pessoas que bebem fev/11 ago/11
1 20 232 33 32
3 ou + 16 28nenhuma 37 25
Total 106 108Fonte: Próprio projeto de intervenção
De acordo com o resultado obtido houve um aumento considerável no número de
pessoas que bebem na casa dos jovens. Em fevereiro, 37 jovens disseram que ninguém bebia
em sua residência; já em agosto esse quantitativo ficou em 25. As casas em que mais de 3
pessoas bebem também aumentaram, mudou de 16 para 28. Apenas com o projeto em questão
não podemos dizer quais as razões plausíveis para tais alterações, seria necessária uma
investigação maior sobre possíveis causas. A figura 4 ilustra os resultados da questão 4 do
questionário aplicado.
28
Figura 4- Número de pessoas na casa dos alunos participantes do projeto que faz uso de bebida alcoólica, comparando-se os meses de fevereiro e agosto de 2011, Rochedo-MS.
Fonte: Próprio projeto de intervenção
7 CONCLUSÕES
O presente projeto de intervenção atingiu seu objetivo principal que foi a promoção
em saúde de um tema muito importante na saúde pública, o uso de álcool por adolescentes e
jovens. Os resultados obtidos mostram uma melhora nos conhecimentos teóricos por parte dos
alunos participantes do projeto de intervenção, mas por outro lado o consumo de bebida
alcoólica teve um acréscimo entre o público alvo.
Mas tal resultado não é uma surpresa, pois com o avançar da adolescência para a
juventude há um aumento nas saídas noturnas durante os finais de semana, sendo que muitos
começam a trabalhar e ter seu próprio dinheiro; podendo desse modo comprar a bebida
alcoólica com maior facilidade.
Esse projeto de intervenção possibilitou trabalhar a autoestima desses jovens e a troca
de conhecimentos sobre assunto tão interessante. Durante as atividades educativas, houve
sempre espaço para o diálogo, para ouvir opiniões e também dúvidas; e esse fato trabalha a
cidadania e responsabilização dessa faixa etária que ainda está em processo de formação
intelectual.
Com apenas algumas atividades educativas não será possível mudar estatísticas de
morte no trânsito do município por razão de uso de bebida alcoólica em curto prazo, mas foi o
início de uma ação que pode fazer parte do calendário da saúde assim como da escola; para
em longo prazo essas mortes não ocorrerem mais.
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Idade: _____ Sexo: _____ Data: ____/____/_______.
1. Responda verdadeiro (V) ou falso (F) sobre o uso freqüente do álcool:
a. ( ) Pode ocasionar doenças como cirrose, câncer bucal, hepatites, pancreatite,
demência e diabetes;
b. ( ) Normalmente não traz dependência;
c. ( ) Pode provocar mortes violentas em acidentes de trânsito;
d. ( ) Leva os jovens a estarem mais vulneráveis as doenças sexualmente transmissíveis
e gravidez precoce.
2. Relacione as colunas:
A – Alcoolismo
B – Dependente de álcool
C – Síndrome de abstinência
( ) dependência do álcool e/ou os problemas relacionados ao consumo de bebidas
alcoólicas;
( ) conjunto de sinais e sintomas habitualmente encontrados nas pessoas dependentes
do álcool, quando acontece a interrupção ou diminuição do seu uso;
( ) É o impulso que leva a pessoa a usar uma substancia de forma contínua para obter
satisfação, tendo dificuldades para controlar o consumo, apesar da evidencia de danos a sua
saúde;
3. Com qual frequência você faz uso de bebida alcoólica
a. Nunca
b. Aos finais de semana
c. 3 vezes por semana
d. Todos os dias
4. Quantas pessoas em sua casa fazem uso de bebida alcoólica
a. 1 b. 2 c. 3 ou mais d. nenhuma
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APÊNDICE B– Autorização formal do projeto junto ao Diretor da Escola Estadual
“José Alves Ribeiro”