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FACULDADE ASSIS GURGACZ
ANA PAULA BORGES ANDREY ANTUNES BORTOTI
DANIEL ADOLFO DE OLVEIRA BUDNY RAFAEL ANTONIO CLAZER
ANÁLISE DA GESTÃO DE CUSTOS DA CLAZER INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES
LTDA
CASCAVEL 2010
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Trabalho apresentado como requisito para obtenção do título de bacharel em Administração da Faculdade Assis Gurgacz. Professora Orientadora: Luciana Maria Santos Ferraz
ANA PAULA BORGES ANDREY ANTUNES BORTOTI
DANIEL ADOLFO DE OLIVEIRA BUDNY RAFAEL ANTONIO CLAZER
ANÁLISE DA GESTÃO DE CUSTOS DA CLAZER INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES
LTDA
CASCAVEL 2010
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FACULDADE ASSIS GURGACZ
ANA PAULA BORGES ANDREY ANTUNES BORTOTI
DANIEL ADOLFO DE OLVEIRA BUDNY RAFAEL ANTONIO CLAZER
ANÁLISE DA GESTÃO DE CUSTOS DA CLAZER INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES
LTDA.
Trabalho apresentado no Curso de Administração, da FAG, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração, sob a orientação da professora Luciana Maria Santos Ferraz.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
Professor Orientador: Luciana Maria Santos Ferraz Especialista
Faculdade Assis Gurgacz
_______________________________________________ Professora Avaliadora: Kátia Eloisa Bertol de Araujo
Especialista Faculdade Assis Gurgacz
________________________________________________ Professor Avaliador: Jackson Marcel Sekula
Especialista Faculdade Assis Gurgacz
Cascavel, 30 de Novembro de 2010.
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DEDICATÓRIA
As horas gastas de nossas vidas para execução
deste; por todo o tempo de aprendizagem,
sabedoria, companheirismo e até mesmo quando
achamos que estávamos perdendo tempo!
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus, por nos dar força, proteção e motivação para a
conclusão deste trabalho.
Às nossas famílias que sempre nos apoiaram e nos acolheram com carinho
quando necessitamos.
Por fim, aos professores, em especial nossa orientadora Luciana Ferraz, que
ao longo desta caminhada, demonstraram sabedoria e transmitiram todo o
conhecimento necessário para a conclusão deste trabalho.
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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo geral estudar as técnicas de levantamento e análise de custos da empresa Clazer Indústria de Confecções Ltda. tendo assim os seguintes objetivos específicos: Levantar as técnicas de cálculo, rateio e controle de custos utilizados, analisar os resultados, identificar e propor o sistema de custeio mais adequado para o gerenciamento de custo da empresa. O trabalho é justificado pelo fato que alguns anos atrás a análise de custos não era considerada um fator importante dentro da empresa e com o decorrer do tempo vendo que a concorrência aumentava de forma inesperada, a gestão de custo passou a ser fundamental para que as organizações conquistem seus espaços dentro do mercado competitivo. No referencial teórico são abordados os seguintes títulos: Administração, Administração financeira, gestão de custos, origem de custos, conceito de custos, classificação dos custos, custos fixos, custos variáveis, custos diretos, custos indiretos, métodos de custeios, método de custeio por absorção, problemas de preços, fixados com base no sistema de absorção, métodos de custeios diretos, custeio baseado em atividades, departamentalização ou divisão por atividade. Na metodologia de pesquisa foi utilizada a pesquisa documental, bibliográfica, de campo e teve abordagem tanto qualitativa quanto quantitativa. Os dados foram coletados de fontes primárias como a entrevista feita com o gerente da empresa e, sabendo que é necessária a análise de teorias já existentes para aplicá-las na pratica foi utilizada também dados secundários como o estudo de bibliografia, a relatórios de custos, tabelas, sistemas de informações e internet. No presente estudo, os pesquisadores utilizaram tabelas para a apresentação dos resultados, para melhor visualização e análise dos dados levantados na pesquisa. Após análise dos dados e verificação dos sistemas de custeios, os pesquisadores chegaram à conclusão de que o melhor sistema é o ABC, pois é o que melhor aloca os custos de acordo com os setores produtivos. Palavras-chave: administração. custos. análise. sistemas de custeio. gestão.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
TABELA 1 – Custos fixos..........................................................................................52
GRÁFICO 1 – Custos fixos.........................................................................................52
TABELA 2 – Custos variáveis....................................................................................53
GRÁFICO 2 – Custos variáveis..................................................................................53
TABELA 3 – Departamentos das atividades de apoio...............................................54
TABELA 4 – Departamentos das atividades produtivas.............................................55
TABELA 5 - Sistema atual de gestão de custos da empresa Clazer Indústria de
Confecções Ltda para o produto calças.....................................................................56
TABELA 6 – Sistema atual de gestão de custos da empresa Clazer Indústria de
Confecções Ltda. para o produto blusa......................................................................58
TABELA 7 – Sistema de custeio Integral ou absorção...............................................60
GRÁFICO 3 – Sistema custeio integral ou absorção do produto blusa.....................61
GRÁFICO 4 – Sistema custeio integral ou absorção do produto calça......................62
TABELA 8 – Sistema de custeio marginal ou variável...............................................62
GRÁFICO 5 – Sistema custeio marginal ou variável do produto blusa......................63
GRÁFICO 6 – Sistema custeio marginal ou variável do produto calça......................64
TABELA 9 – Sistema de custeio ABC........................................................................64
GRÁFICO 7 – Sistema de custeio ABC do produto blusa..........................................65
GRÁFICO 8 – Custeio ABC do produto calça............................................................66
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................7
1.2 PROBLEMA ........................................................................................................11
1.3 OBJETIVO GERAL .............................................................................................11
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...............................................................................11
1.5 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................12
2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO............................ ..................................................14
3 REFERENCIAL TEÓRICO.............................. .......................................................16
3.1 ADMINISTRAÇÃO ..............................................................................................16
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA........................................................................18
3.2.1 Funções da Administração Financeira .............................................................20
3.2.2 Objetivos da Administração e do Administrador Financeiro .............................21
3.3 GESTÃO DE CUSTOS........................................................................................22
3.3.1 Origem dos Custos...........................................................................................23
3.4 DEFINIÇÃO DE CUSTOS...................................................................................25
3.5 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS .......................................................................25
3.5.1 Custos Fixos.....................................................................................................26
3.5.2 Custos Variáveis ..............................................................................................27
3.5.4 Custos Indiretos ...............................................................................................28
3.6 MÉTODOS DE CUSTEIOS.................................................................................29
3.6.1 Método de custeio integral ou por absorção.....................................................30
3.6.2 Problemas de preços fixados com base no sistema de absorção....................31
3.6.3 Método de custeio variável ou marginal ...........................................................31
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3.6.4 Custeio Baseado em Atividades ou ABC .........................................................32
3.7 DEPARTAMENTALIZAÇÃO OU DIVISÃO POR ATIVIDADE .............................34
4 METODOLOGIA ...................................... ..............................................................38
4.1 TIPOS DE PESQUISA ........................................................................................38
4.2 MÉTODOS DE PESQUISAS...............................................................................40
4.2.1 Pesquisa bibliográfica.......................................................................................41
4.2.2 Pesquisa documental .......................................................................................42
4.2.3 Pesquisa de campo..........................................................................................42
4.3 TIPOS DE ABORDAGEM ...................................................................................43
4.3.1 Abordagem Quantitativa...................................................................................44
4.3.2 Abordagem Qualitativa .....................................................................................45
4.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS.......................................................46
4.4.1 Dados primários ...............................................................................................46
4.4.2 Dados Secundários ..........................................................................................48
4.5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.....................................................48
4.6 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO ...........................................................................49
4.7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ................................................................................50
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS................ ......................................51
5.1 GESTÃO E ANÁLISE DE CUSTOS ATUAL DA EMPRESA ...............................55
5.2 SISTEMAS DE CUSTEIO APRESENTADOS PELOS AUTORES ......................59
5.2.1 Custeio integral ou por absorção......................................................................60
5.2.2 Sistema de custeio marginal ou variável ..........................................................62
5.2.3 Sistema de Custeio Baseado em Atividades ou ABC ......................................64
6 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................68
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................. ......................................................69
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REFERÊNCIAS.........................................................................................................70
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1 INTRODUÇÃO
Com o passar dos anos, a administração foi aderindo ainda mais a idéia da
gestão de custos como fator importante para o crescimento e sobrevivência da
empresa no mercado. O que antigamente era apenas tratado como uma ciência
voltada à aquisição de produtos de forma mais barata, hoje passou a ser tratada
como uma ciência importante, com várias ramificações de estudos.
Hoje, a administração financeira possui o enfoque de retorno de investimento,
gestão de custo e gestão de riscos. Além da execução de suas atividades essenciais
do passado, como entender a complexidade dos negócios e operações de mercado.
A gestão de custos, como ciência, tem como essência comparar o preço de
venda com o preço de custo para elaborar uma melhor estratégia de negócio.
Porém, para que essa essência possa ser cumprida de forma correta e adequada,
deve-se primeiramente ter uma análise minuciosa e mais exata possível de todos os
custos relacionados ao produto, seja ele um custo direto, indireto, fixo ou variável.
O objetivo fundamental do trabalho é demonstrar como uma organização com
um planejamento e controle de custos pode obter vantagens perante o mercado.
Desta forma, este trabalho visa apresentar de forma clara e sucinta os
resultados práticos, com base nos referenciais teóricos e nos dados coletados, a
análise de custos da Clazer Indústria de Confecções Ltda. Buscando, verificando e
analisando os procedimentos atuais da empresa, como ela gerencia seus custos e
com base nessas informações indicar uma possível gestão de custo que possibilite
melhorias da mesma no mercado onde atua.
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1.2 PROBLEMA
No mundo dos negócios, onde a concorrência é cada vez mais acirrada, para
se manter competitiva no mercado, a empresa deve gerenciar, de forma adequada,
tanto os seus ganhos como os seus custos e despesas. Visando isso, este trabalho
busca responder o problema:
Como a empresa Clazer Indústria de Confecções Ltda gerencia seus custos?
1.3 OBJETIVO GERAL
Analisar a gestão de custos da empresa Clazer Indústria de Confecções Ltda.
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Levantar as técnicas de cálculo, rateio e controle de custos utilizadas pela
empresa Clazer Industria de Confecções Ltda.
b) Analisar a forma de avaliação de resultados da empresa.
c) Identificar e propor o sistema de custeio, dentre os mais citados, o mais
adequado para o gerenciamento de custo da empresa.
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1.5 JUSTIFICATIVA
Alguns anos atrás, segundo Chiavenato (1999), a análise de custos não era
considerada uma ferramenta vital para se manter no mercado, pois não existia uma
concorrência tão acirrada como é o cenário atualmente. Naquela época, continua o
mesmo, os clientes não tinham opção de compra, por exemplo, no fordismo, onde a
produção visava à quantidade e não a qualidade.
No decorrer do Século XX, destaca Gitman (2002), que com o surgimento da
Globalização, os negócios ficaram mais difíceis, mais competitivos e de ganhos
modestos. O cliente passou a ter o poder de escolha e barganha, isso fez com que
as empresas buscassem formas estratégicas para ter maior lucratividade e, ao
mesmo tempo, serem competitivas novamente. Visando esses interesses surge a
gestão de custos.
Hoje, é de fundamental importância para os gerentes, saber gerenciar os
custos da empresa e, acima de tudo, analisar minuciosamente os dados coletados
para elaborar a melhor estratégia. Uma análise de custos bem feita e utilizada de
forma correta pode proporcionar à empresa um diferencial no mercado e melhorias
competitivas perante seus concorrentes.
Perante isso, a empresa Clazer Confecções Ltda., busca explorar e descobrir
possíveis melhorias no seu sistema de custeio e em cima disso estabelecer um
diferencial perante seus concorrentes e principalmente um aumento do lucro liquido
da empresa.
Enquanto acadêmicos do curso de Administração é necessário colocar em
prática todo o conhecimento adquirido em sala de aula, aproveitando dessa
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oportunidade para colaborar com a empresa em estudo e na capacitação como
profissionais na área de Administração.
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2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO
Esta pesquisa será desenvolvida na Clazer Indústria de Confecções Ltda,
situada à rua Manoel Antonio de Oliveira, 1600, no bairro Parque São Paulo em
Cascavel no estado do Paraná. A empresa foi constituída em 2005, com dois sócios,
objetivando industrializar e comercializar produtos nas linhas de confecções, com
seu foco inicial para as regiões Oeste, Sudoeste e Noroeste do Paraná. Em 2009
houve uma divisão de quotas e, atualmente, a empresa conta com três sócios
proprietários.
A empresa trabalha com vários produtos no segmento de malha. Fabrica
produtos na linha fitness e modinha feminina.
Nos últimos dois anos, a empresa teve uma performance ascendente, tendo
que mudar de endereço por três vezes devido o crescimento que, em parte, deve-se
às mudanças e implementações de estratégias, ampliando o leque de regiões
atendidas e vendas externas (através de representantes). A empresa atua com o
nome fantasia “Clazer Indústria” e duas marcas: Latente, Newprime, com o foco de
atendimento a lojistas estabelecidos no segmento têxtil.
Possui hoje, uma carteira de clientes distribuída em diversos estados do
Brasil: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso, Pará, Rondônia, Bahia, Maranhão, Ceara e São Paulo.
Em janeiro de 2011, iniciará a construção de um CD (Centro de Distribuição),
com 2.000 m2 de área construída no intuito de otimizar e atender a demanda de
seus clientes. A Clazer Indústria de Confecções conseguiu firmar seu nome no
mercado com suas marcas e o tradicional atendimento de qualidade e os preços
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super competitivos. A empresa está buscando sempre estar à frente de seus
concorrentes com lançamentos e tendências de moda para crescer a cada dia que
passa.
A indústria conta com os seguintes processos fabris internos como corte,
acabamento, costura e estamparia. A indústria gera 31 postos de trabalho, sendo
dois no corte, três no acabamento, três na estamparia, dezessete na costura, um na
expedição, três no administrativo e dois representantes comerciais.
A capacidade produtiva da Clazer Indústria, atualmente, é de vinte mil peças /
mês.
Os maiores concorrentes hoje são: Nardo situada no Rio de Janeiro, Malwee,
Lunender, Cativa e Mc’Ju situados em Santa Catarina.
Os principais fornecedores são: Incofios, M7 malhas, BC malhas, Difference
etiquetas, Vicunha, Norte-malhas, Stampword e Sintex localizados em, Santa
Catarina, São Paulo e Paraná.
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3 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo tem como objetivo discorrer sobre a parte teórica da
administração, administração financeira e gestão de custos de uma organização,
fundamentando a execução desta pesquisa.
3.1 ADMINISTRAÇÃO
Segundo Chiavenato (1999), administração é o processo de planejar, dirigir,
organizar e controlar. O organizador não é aquele que executa as tarefas, mas, sim,
aquele que faz com que as mesmas sejam realizadas, através de pessoas, as quais
são chamadas de subordinados, funcionários ou empreendedores internos.
Ainda citando Chiavenato (1999), mesmo não executando diretamente as
tarefas, o administrador tem metas e objetivos a serem alcançados. Continuando, o
autor afirma que, o administrador tem que alcançar objetivos organizacionais, os
quais têm que ser feitos de maneira eficiente e eficaz. Para isso acontecer, tem que
saber utilizar os recursos organizacionais e, assim, também, gerar a satisfação tanto
dos funcionários, os quais executam o trabalho, quanto dos clientes que recebem o
produto e ou serviço.
Na mesma direção, Drucker (2006) afirma que nenhuma entidade, seja ela
grande ou pequena, consegue funcionar sem a administração de profissionais da
área. Os administradores fazem, dentro da organização, o que acham que deve ser
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realizado sem serem ordenados ou comandados pelos proprietários.
Para Drucker (2006), muitas vezes, as empresas têm como líderes seus
sócios, portanto, com o crescimento das mesmas, os sócios devem perceber que a
empresa precisa de um administrador.
A administração tem características desafiadoras e consideradas essenciais
para uma boa gestão. Completando, Chiavenato (1999) coloca que as
características básicas para a administração são: aperfeiçoar a cada ciclo de
processo contínuo, fazer com que as funções de setor administrativo se envolvam
tanto entre elas quanto com as funções dos outros setores, estarem pronto para
mudanças e aperfeiçoamento, além de analisar a empresa como um todo e não por
partes, separadamente.
Bernardes e Marcondes (2003) seguem na mesma linha de idéias, afirmando
que a principal característica de um administrador é a competência com a qual
executa suas responsabilidades. Esse tipo de profissional é qualificado para cargos
de organizações públicas e privadas.
Pode-se dizer que a gerencia de uma organização consiste em alcançar, com
maior eficácia, os objetivos planejados pelos administradores. Isso explica porque é
tão importante ter em vista as funções dos gestores. Completam, ainda, Bernardes e
Marcondes (2003), as principais funções que um profissional da administração
exerce são planejar e implantar processos nas organizações, e avaliar, coordenar,
estimular e controlar pessoas.
Já, Snell e Bateman (1998) afirmam que bons administradores administram
de maneira eficaz e eficientemente, se não agem com os dois critérios não estão
sendo os melhores. E para serem eficaz e eficiente isso envolve um grande leque de
atividades, ou seja, suas funções, planejar, organizar, liderar e controlar.
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Destaca, Chiavenato (1999), que as funções de um administrador levam-no a
ter uma visão completa e globalizada do mundo e suas divisões.
Por sua vez, Bernardes e Marcondes (2003) citam que a finalidade última de
um administrador, dentro da organização, é buscar a satisfação de seus clientes e
participantes em suas necessidades.
A administração é dividida em vários ramos, ou seja, é composta por varias
atividades, uma delas é a administração financeira, cujo profissional, segundo
Gitman (2002), é o responsável por aumentar o valor da empresa.
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Segundo Assaf Neto (1998), a administração financeira começa a ser
estudada e tratada como uma ciência a partir do século XX, onde visava entender a
complexidade dos negócios e operações de mercado.
Continua o mesmo, que até a ocorrência da crise econômica mundial de
1929, a administração financeira centralizava apenas nos procedimentos do
mercado financeiro voltado a aquisição de recursos.
Completam Brigham e Houston (1999), que durante o processo de depressão,
a administração financeira deslocou sua ênfase para falências e concordatas,
liquidez das empresas e regulamentação do mercado de títulos.
Assaf Neto (1998), dando sequência, afirma que, após o passar da crise, a
administração financeira sofre forte influência das teorias administrativas que
surgiam na época, destacando as de Taylor, Fayol e Ford.
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Já, Brigham e Houston (1999) destacam que a administração financeira era
ensinada como uma disciplina descritiva, institucional, com a visão de quem estava
de fora empresa.
Porém, a partir da década de 50, de acordo com Assaf Neto (1998), a área
ganha destaque no sentido de investimentos empresariais e geração de riqueza.
Baseavam-se na teoria geral de Keynes, que destaca o investimento agregado como
a principal preocupação das nações e corporações. Com isso, o estudo sobre as
finanças passa a ser tratado como de importante valia para a melhor alocação dos
recursos e seleção adequada das fontes financeiras, surgindo assim dois novos
conceitos financeiros, retorno de investimento e a gestão de custo.
Ainda, Assaf Neto (1998) alega que a partir da década de 90, com a
crescente evolução das teorias financeiras e os estudos sobre a mesma, acabaram-
se descobrindo um novo segmento de estudo financeiro, a gestão de riscos. O que
tornou as finanças corporativas mais preparadas para encarar o conflito entre risco e
retorno.
Complementam, Brigham e Houston (1999), que o foco da administração se
expandiu e agregou a inflação e seus efeitos sobre as decisões de negócio, a
desregulamentação das instituições financeiras e as tendências resultantes, no
sentido de grandes empresas de serviços financeiros amplamente diversificados, o
grande aumento no uso de tecnologias para análises de informações e a crescente
importância dos mercados e operações globais.
Continuam Brigham e Houston (1999), que a contínua globalização dos
negócios e o aumento da utilização de tecnologias de computação na administração,
são as duas tendências mais importantes nas décadas de 90.
Com base na crescente importância da administração financeira as empresas
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modernas, destacam-se algumas funções destas.
3.2.1 Funções da Administração Financeira
Para Assaf Neto (1998), a administração financeira tem como principal
objetivo assegurar um melhor e mais eficiente processo de captação e alocação do
recurso de capital da empresa, envolvendo-se com problemas de escassez de
recursos e a realidade operacional e prática da gestão financeira da empresa.
Completa o autor, a evolução da área financeira fez com que o administrador
tenha a necessidade de visualizar toda organização e enfatizar ainda mais, as
estratégias da mesma. Cabe a ele gerenciar de forma adequada os recursos da
empresa para manter a saúde financeira e econômica e, ainda, alcançar as metas
estipuladas pela mesma.
Gitman (2002) afirma que o administrador financeiro desempenha um papel
importante. Ele deve estar em contato com todos os demais departamentos e
pessoas da empresa, a fim de tentar conciliar, ao máximo, as necessidades da
organização com a alocação e captação de recursos.
Ainda, Gitman (2002), destaca como principais funções da administração
financeira o planejamento financeiro, análise e tomada de decisão de investimentos
e financiamento, gestão de caixa e demais contas circulantes, análise de crédito,
cobrança e a gestão de custos.
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3.2.2 Objetivos da Administração e do Administrador Financeiro
Segundo Sanvicente (1987), o principal objetivo da administração financeira é
manter a maior rentabilidade possível sobre os investimentos efetuados por
indivíduos ou instituição, desde que não seja comprometida a liquidez da empresa.
Continua o mesmo, que existe um conflito entre a rentabilidade de
investimento e a liquidez, sendo que a rentabilidade tem preferência sobre a
liquidez, o que deixa um dilema entre aplicar todos os fundos disponíveis ou manter
alguns fundos inativos para proteção e defesa aos riscos.
Desta forma, Ross (2002) destaca que a atividade mais importante de um
administrador financeiro é criar valor nos investimentos, financiamentos e gestão de
liquidez da empresa, procurando adquirir ativos que produzam mais caixa do que
custam e vender obrigações, ações e outros investimentos da mesma forma.
Para Gitman (2002), todas as ações a serem tomadas pelo administrador
financeiro sobre a análise, planejamento financeiro e decisões de investimento
devem ser baseadas em cima dos objetivos traçados pela organização.
Assaf Neto (1998) completa que, para tomar decisões financeiras, a empresa
deve primeiro descrever seus objetivos a serem seguidos. Na maioria das vezes, o
objetivo visa à maximização dos lucros e seus preços acabam sendo regidos pela
procura e oferta do mercado, isso deixa as decisões a serem tomadas pelos
administradores financeiros bastante descentralizadas.
Já, Sanvicente (1987) declara que, a função financeira caracteriza-se pela
centralização e por estar próximo ao nível mais alto da estrutura organizacional da
empresa.
22
Ainda, Sanvicente (1987) destaca algumas atribuições essenciais do
administrador financeiro, como a análise de registros e informações contábeis,
projeção do movimento de fundos, aplicação de fundos excedentes, fornecimento à
alta administração de informações sobre as perspectivas financeiras futuras da
empresa e elaboração de planos para fontes e usos de fundos, a curto e longo
prazo.
Destaca, Ross (2002), que o objetivo financeiro básico dos administradores é
a maximização da riqueza da empresa. Riqueza essa que está ligada, diretamente,
ao crescimento e tamanho da empresa, sobre a qual o administrador exerce controle
efetivo.
Conforme já comentado acima, a administração financeira divide-se entre os
ramos de retorno de investimento, gestão de custo e gestão de riscos. O objetivo
deste trabalho é estudar as técnicas de levantamento e análise de custos da
empresa em destaque. Com base nisso, o enfoque passa ao ramo de gestão de
custo, que será explanado a seguir.
3.3 GESTÃO DE CUSTOS
Segundo Dutra (1995), a competitividade provocada pela concorrência e a
busca do crescimento sustentado, provocaram nas empresas a grande corrida para
o desenvolvimento e gerenciamento dos custos.
Continua o autor, que o exercício de apuração dos custos não deve ocorrer
somente no tabelamento de preços ou em períodos de acirrada concorrência. Deve
acontecer de modo contínuo, permitindo tomadas de decisões eficazes.
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Complementando, Bertó e Beulke (2005) afirmam que os cálculos de custo do
produto influenciam nas decisões dos preços e do mix dos produtos. Os gerentes
monitoram o custo dos processos operacionais para manter um controle, para a
empresa usar esse recurso eficientemente e em decisões não rotineiras, tais como o
fechamento de fábricas ou o acréscimo de novos produtos.
Dutra (1995) define que obter informações precisas sobre os custos por
unidade auxilia para a tomada de decisões de marketing como a determinação do
preço de vendas do produto, enfrentar os concorrentes, ofertas de preços e análise
da rentabilidade da empresa.
Para Santos (2000), é de deveras importância que a empresa conheça os
seus custos. O não conhecimento destes traz ameaças à estabilidade econômica,
financeira e ao crescimento da empresa, bem como dificulta o incentivo ou a fixação
de ações para a redução de seus custos.
3.3.1 Origem dos Custos
Segundo Dutra (1995), a utilização de produtos e a utilização de mão-de-obra
são indispensáveis características circunstantes do homem, o que remete aos
primeiros da espécie humana. No começo, com apetrechos muito rudes, os
nômades só usavam os materiais da mesma maneira que eram coletados ou com
uma pequena agregação de valor posta pela mesma pessoa que o tinha apanhado
ou por algum familiar.
Ainda Dutra (1995), com a evolução dos seres humanos, as famílias
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coletavam a matéria prima, transformavam primitivamente e trocavam com as outras
famílias, constituindo sistema de escambo, assim iniciando os trabalhos comerciais
dos pequenos produtores artesanalmente ou pequenos grupos da época. Com base
nisso, delineou-se o surgimento dos grandes empreendimentos do comercio
marítimo, alastrando a fabricação, incluindo muitos trabalhadores, ainda que de
forma rudimentar. E todas essas evoluções chegaram à Revolução Industrial,
iniciada na Inglaterra em meados do Século XVIII. Este patamar da modernização
obrigou as empresas se organizarem de forma societária do qual o valor do capital
individual se tornou coletivo.
Declara Santos (2000), que a necessidade da fiscalização fez com que a
verificação de custos obtivesse valor no começo do capitalismo. Através da
contabilidade de custos, o mercador saberia se estava lucrando ou tendo prejuízo,
visto que comparava as vendas com as obrigações equivalentes do exercício.
Em cima disso, Dutra (1995) destaca que, dos vários métodos aperfeiçoados
para garantia e a coerência da produção, apareceu o controle de custos que
proporcionou aos proprietários da empresa, realmente, fazer o cálculo de quanto
custa uma peça ou um serviço para desenvolvê-lo, assim podendo comparar o preço
de venda com o preço de custo e com isso elaborar uma estratégia de negócio.
Santos (2000) completa que, do capitalismo até os dias atuais, a
contabilidade e gestão de custos é considerada como uma importante ferramenta
gerencial confiável para analisar e solidificar o empreendimento em pouco tempo.
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3.4 DEFINIÇÃO DE CUSTOS
Segundo o IBRACON (1995), o vocábulo custo pode ser ligado a uma idéia
de martírio. No idioma profissional ou do mercado significa gasto, ou seja, quanto foi
gasto para comprar certo produto ou serviço. No idioma contábil, o verdadeiro
significado da palavra custo relaciona-se ao gasto de um produto ou serviço aplicado
na produção de outro produto ou serviço.
Para Leone (2000), o custo é um consumo referente a uma posse ou préstimo
aplicado na fabricação de outra posse e préstimo.
Completa o IBRACON (1995), o gasto com compra de uma matéria-prima
para produzir algum produto é chamado de custo, já o percentual do vendedor é um
gasto que é considerado como uma despesa.
Nesta linha, Bornia (2002) conclui que o custo é um gasto ligado direto aos
materiais consumidos na produção; despesas são todos os gastos operacionais e
administrativos, mas que não estão ligados à produção.
3.5 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
Para Dutra (1995), o custo está imposto no dia a dia de todo ser humano.
Desde a sua origem até o seu perecer, sempre que consumir ou utilizar um bem ou
serviço irá ter um custo.
Continua Dutra (1995), que o custo é a fração do gasto, que foi investido na
26
fabricação, ou outro oficio de custo, gasto este desembolsado ou não. Custo é a
valia admitida pelo adquirente da mercadoria e são todos os valores embutidos na
mercadoria desde a compra até a sua venda.
Segundo o IBRACON (1995), os custos podem se classificar em custos
diretos, indiretos, fixos e variáveis. Os custos fixos e variáveis não levam em
consideração apenas a mercadoria, e sim, a descrição entre o total do custo em um
exercício e a quantidade fabricada.
Na mesma linha, Dutra (1995), afirma, quanto à averiguação, que os custos
podem ser relacionados em diretos e indiretos e quanto à maneira, os custos podem
ser relacionados em fixos, variáveis e mistos.
3.5.1 Custos Fixos
Segundo Martins (2003), custos fixos são aqueles que independem do volume
produzido como, por exemplo, o aluguel que será um valor que terá que pagar
sempre, independente de quantas peças foram fabricadas.
Na mesma direção, Dutra (1995) define os custos fixos como custos que
ocorrem ano após ano sem modificações, isto é, não ocorrem como efeito de
oscilação na quantidade em exercícios idênticos. O exemplo do aluguel deixa isso
bem claro, pois independente da quantidade de vendas, o aluguel permanece o
mesmo.
Completa o IBRACON (1995), que os custos fixos são aqueles que em um
exercício tem uma quantia estabelecida sem relação à mudança de trabalho ou
27
volume produzido, como acontece com depreciação, manutenção, folha de
pagamento da administração e outros.
3.5.2 Custos Variáveis
Segundo Martins (2003), custos variáveis são aqueles que estão ligados
diretamente à produção. Quanto maior o volume produzido, maior será a utilização
de insumos.
De acordo com Bertó e Beulke (2005), custos variáveis são aqueles que não
possuem uma relação com o produto, mercadoria ou serviço, mais sim, ao volume
vendido. Vistos de forma unitária e isolada, esses tipo de custo é constante.
Complementa Dutra (1995), os custos variáveis são aqueles que mudam em
relação à quantidade produzida, isto é, quanto maior a produção no exercício maior
será o custo variável.
3.5.3 Custos Diretos
Segundo Dutra (1995), custo direto é aquele que pode ser imediatamente
adequado a cada tipo de produto ou setor, no instante do seu acontecimento, ou
seja, está vinculado adequadamente a cada tipo de produto ou setor de custo como
por exemplo a mão-de-obra utilizada na produção, ou até mesmo a matéria-prima.
28
No mesmo sentido, Leone (2000) explana que o custo direto somente é
definido quando o serviço de produção atribui ao produto um custo, sem a
necessidade de um procedimento para reconhecimento destes.
Dando seqüência, Martins (2003), afirma que custos diretos são certos
insumos atribuídos diretamente à fabricação da mercadoria, tendo uma dimensão de
utilização como: embalagem, mão-de-obra entre outros, isto é, custos diretos.
Corroborando com o que foi explanado, IBRACON (1995) destaca que custos
diretos são custos simples mensurados adequadamente à mercadoria pronta, isto é,
são aqueles que se consegue identificar referindo a uma mercadoria ou outra.
3.5.4 Custos Indiretos
Segundo o IBRACON (1995), custo indireto é aquele incidido dentro de um
método de fabricação, e para ser apropriado à mercadoria, precisa-se utilizar um
método de rateio, que são meios para dividir os custos que não se obtêm com
clareza nos produtos.
Complementando, Bertó e Beulke (2005) afirmam que este tipo de custo tem
como característica a impossibilidade de serem mensurados e discriminados
diretamente a cada unidade vendida.
Leone (2000) afirma que, os custos indiretos são todos aqueles gastos que
precisam de métodos ou modelos de rateio para embutir em algum produto ou
serviço.
Nessa linha, Dutra (1995) relaciona às chances de destinação de cada custo
29
diretamente a cada tipo diferente de bem ou função de fabricação e à dificuldade de
destinação, no instante da circunstância do custo.
Completa Dutra (1995), que custo indireto é aquele que não se consegue
adequar diretamente a cada tipo de produto ou setor de custo no instante do seu
acontecimento. Outorga-se uma fração destes custos a cada tipo de produto ou
setor de custos participantes através de um método de rateio.
Tendo em vista a dificuldade de alocação destes custos, faz-se necessário o
uso dos métodos de custeio, para a distribuição dos custos indiretos, ou seja, um
rateio que atenda a necessidade da empresa. Estes métodos serão explanados a
seguir.
3.6 MÉTODOS DE CUSTEIOS
Segundo Santos (2000), os custos de fabricação são adequados às
mercadorias pela maneira de custeamento por absorção ou pela maneira de
custeamento marginal.
Complementa Bertó e Beulke (2005), com esta orientação há dois sistemas
mais clássicos, que são chamados de sistema de custeio integral (ou absorção) e o
sistema de custeio marginal (ou direto), e também um novo sistema chamado de
sistema de custeio por atividade (ou ABC).
Nessa linha, IBRACON (1995) define que o custeio expressa maneira de
adequar os custos. Há custeio por absorção, custeio direto, custeio padrão.
30
3.6.1 Método de custeio integral ou por absorção
Segundo Bertó e Beulke (2005), o sistema de custeio integral, nada mais é do
que a apropriação de todos os tipos de custos existente ao produto seja variável ou
fixo e/ou direto ou indireto, obtendo assim um custo total da mercadoria.
Segundo o IBRACON (1995), custeio por absorção expressa o ajuste das
mercadorias produzidas pela empreendedora, de todos os custos incididos no
tramite de produção, quer sejam de conduta fixa ou variável.
Completa o IBRACON (1995), que nesta técnica, os custos dos setores
ajudantes ou de retaguarda, serão matéria de rateio, para decreto do custo global
dos artigos produzidos. Neste caso, evidencia particularmente os custos dos setores
de gerencia industrial, engenharia industrial, supervisão, planejamento, controle de
produção, transportes internos e outros. A maneira de custeio por absorção é
imperfeito em muitas ocasiões, como ferramenta gerencial de tomada de decisão,
por que tem como antecedente os rateios dos nomeados custos fixos.
Salientando a idéia do IBRACON (1995), Santos (2000) afirma que a maneira
de custeamento por absorção é frágil em muitas ocorrências. Como ferramenta
gerencial de tomada de decisão, o rateio dos nomeados custos fixos, apesar de
parecerem coerentes, podem ocasionar numa decisão errada.
Conforme Santos (2000), a maneira de custeamento por absorção é julgada
como simples para a examinação de estoque pela contabilidade financeira, pelos
motivos de descriminação do balanço patrimonial e de números com o propósito de
cumprir as necessidades da contabilidade societária.
31
3.6.2 Problemas de preços fixados com base no sistema de absorção
De acordo com o IBRACON (1995), a fixação de preços, baseada na
pesquisa mostrada pelo sistema de custeio por absorção, irá se deparar com
algumas dificuldades simples:
a) Colocação de preços sem uma noção real da margem de contribuição;
b) Colocação de preços sem competência e modos convenientes de fabricação
e vendas;
c) Falta de domínio dos custos fixos de uma mercadoria especial, do emprego
de métodos de rateios e sem maior representação para comando gerencial;
d) Utilização de avaliação de custo médio de matéria-prima e mercadorias, sem
focar uma investigação mais certa de custos e rendimentos.
3.6.3 Método de custeio variável ou marginal
Segundo o IBRACON (1995), devido ao fato de que no custeio por absorção
há uma impossibilidade de mensurar o custo de uma mercadoria sem utilizar o rateio
dos custos indiretos, há sempre varias indecisões sobre aplicação desse método de
custeio como ferramenta gerencial para desfecho de exame. Surgiu, então, uma
forma alternada para custeamento, o método de custeio direto, também chamado de
custeio variável.
Para Bertó e Beulke (2005), o sistema de custeio marginal são os custos e
32
despesas variáveis apropriados aos insumos, sem utilizar os custos e despesas
fixas. Desta forma, não há a existência de um custo total, mas sim, um custo variável
e uma margem de contribuição.
Continuam Bertó e Beulke (2005), que margem de contribuição é um
comparativo entre o preço de venda com o custo variável do produto. Esta margem
indica a parcela com que cada produto contribui nos resultados e na cobertura dos
custos e despesas da empresa.
Para Santos (2000), cada produto é distinguido com sua definida parte de
comercialização. As alterações nos rendimentos podem ser simplesmente
registradas pela margem de contribuição. Como vantagem, esses resultados
auxiliam na administração, definindo quais mercadorias devem receber maior
atenção na venda, na competitividade de cada produto no mercado e ajuda os
gestores a definirem se uma parte da fabricação deve ser deixada ou não.
3.6.4 Custeio Baseado em Atividades ou ABC
Segundo Padoveze (2006), a definição de custeio baseado por atividades é
como um processo de custeamento que reconhece um grupo de custo para cada
acontecimento ou negociação de cada ação na empresa, que pratica como um
orientador de custos. Os custos indiretos são destinados às mercadorias e serviços
no alicerce do número desses acontecimentos ou negociações, que a mercadoria ou
serviço tem criado ou utilizado como processo. O custeamento por atividade também
é chamado custeio baseado em negociações.
33
Para Nagy e VanDerbeck (2001), em uma fábrica que manufatura muitas
linhas ou tipos de produtos, uma parte dos custos indiretos dessa fabricação pode
ser mais uma complexidade do produto do que da quantidade produzida.
Ainda, os mesmos, afirmam que esse tipo de custeio leva em conta atividades
não ligadas ao volume de produção, isso cria um custo indireto de fabricação.
Para Bornia (2002), o conceito do ABC é medir os custos das diversas ações
do empreendimento e compreender seu procedimento, investigando bases que
revelam as descrições entre as mercadorias e essas atividades. O custeio apoiado
em atividades calcula que as ações utilizam insumos, formando custos, e que as
mercadorias aplicam tais ações, integralizam seus custos. Portanto, a conduta do
ABC é basicamente em dividir a empresa por atividades, considerando que elas vão
gerar os custos, somando os custos de cada atividade, entendendo o procedimento
destas atividades, distinguindo o fato dos custos comparado com elas, e logo
destinar os custos às mercadorias de acordo com a freqüência de uso de cada um.
Completam Nagy e VanDerbeck (2001), para que haja êxito na implantação
do sistema ABC, a empresa precisa identificar as atividades que criam custos, alocar
corretamente cada grupo de custos por atividade e o custo estimado de cada grupo
de atividade deve ser dividido pela quantidade de direcionadores de custos
relacionados aquele determinado grupo, surgindo assim o custo indireto ou taxa de
atividade.
34
3.7 DEPARTAMENTALIZAÇÃO OU DIVISÃO POR ATIVIDADE
Segundo o IBRACON (2000), departamento é o conjunto de atividades
internas de um processo de fabricação, envolvendo máquinas, ferramentas, mão-de-
obra, seguindo um processo.
Neste raciocínio, Nagy e VanDerbeck (2001) dimensionam que, em uma
fábrica ou indústria, o processo de manufatura dos produtos consiste em uma série
de operações divididas por departamentos.
Completa, Martins (2003), que departamento é a repartição menor dirigida
para a contabilidade de custos, retratada por equipamentos e indivíduos, em que se
praticam ações iguais. Repartição menor dirigida porque sempre há um encarregado
para cada setor ou, pelo menos deveria ter.
Neste contexto, Bertó e Beulke (2005) complementam que a setorização é um
método utilizado que pode ajudar no reconhecimento e também na adequação das
despesas operacionais e administrativas.
Para Martins (2003), em quase todos os casos, um departamento é um centro
de custo, todavia, são armazenados os custos indiretos para depois distribuir às
mercadorias ou para outros departamentos.
Desta forma, Nagy e VanDerbeck (2001) especificam que os departamentos
de serviços são parte essencial da empresa mesmo não trabalhando diretamente
nos produtos ali fabricados. Com isso, os produtos recebem os serviços desse tipo
de departamento de forma indireta.
Complementam, Bertó e Beulke (2005), que o desmembramento dessas
despesas por setor de ocorrência compõe uma evolução no cálculo de custos,
35
apesar de não resolver o conflito da adequação aos produtos particularmente. Essa
divisão ajuda no cálculo do custo e da verificação dos vários departamentos.
Paralelamente, IBRACON (2000) define que os custos indiretos, quando
possíveis de identificação no departamento, deverão ser alocados como custos por
departamento. Os custos indiretos comuns entre os departamentos devem ser
rateados entre si.
3.8 MÉTODOS DE RATEIO
Segundo Martins (2000), todos os custos indiretos só serão alocados de
forma indireta aos produtos relacionados, sejam como estimativas, critérios de rateio
e outros. Essas formas variadas de distribuição dos custos possuem certo grau de
subjetivismo, isso implica que a arbitrariedade sempre vai existir nesse tipo de
processo, sendo bastante aceitável ou às vezes, a única forma de alocação.
Completa Martins (2000), que existem custos comuns em vários
departamentos. Estes devem passar por uma análise de seus componentes e assim
verificar o melhor processo de rateio a ser utilizado para a alocação destes custos.
Para o IBRACON (2000), o maior problema enfrentado no rateio dos custos
indiretos é a definição do método a ser utilizado. Qualquer que seja o método
utilizado para rateio, sempre haverá criticas.
Completam Oliveira e Perez Jr (2000), que não existe um critério de rateio
válido para todas as empresas e este ainda depende do gasto que estiver sendo
analisado no rateio, do produto ou centro de custos que esteja custeado e também
36
da relevância do valor envolvido no processo de rateio. Sendo assim, a principal
regra para o melhor rateio é o bom senso.
Nessa linha, Martins (2000) fortalece a idéia de que o critério utilizado para a
escolha do rateio pode influenciar nos custos finais de cada produto. É fácil perceber
quando a alteração do critério poderá provocar mudanças no valor final do custo do
produto, mesmo que não tenho ocorrido nenhum processo de modificação na
formação do produto.
Para IBRACON (2000), o esforço para atribuição dos custos de produção ao
produto é sempre um exercício de aproximação. Alguns custos indiretos são
passíveis de controle e mais fáceis de serem alocados aos seus departamentos. Já
os custos que envolvem vários departamentos, deverão passar por um rateio, com o
objetivo de atribuir os custos indiretos aos vários estágios do processo de produção.
Segundo Bertó e Beulke (2005), alguns custos e despesas são comuns em
vários centros de atividade. A apropriação destes a cada produto ocorre por meio de
um rateio baseado em alguns direcionadores de custos como:
• Aluguel, Impostos Territoriais, Depreciação, Setores de apoio e Seguro:
Esses direcionadores, na maioria das vezes, utilizam a razão da área de
ocupação de cada departamento para direcionar os custos a cada um deles.
• Água: Direcionador utilizado quando um departamento apresenta um
consumo alto deste. Busca-se apropriar os custos deste departamento a esse
consumo e com o restante dos custos, é feita uma divisão entre os demais
setores.
• Energia elétrica: Direcionador passível de utilização quando se possui setores
que trabalham em igual intensidade de utilização elétrica, ou seja, todos
trabalham a mesma quantidade de tempo. Devido a não existência de um
38
4 METODOLOGIA
Sem o emprego de métodos científicos não há ciência. Porém, sabe-se que a
utilização de métodos científicos não é instrumento ou caminho exclusivo da ciência.
Conhecimentos válidos e verdadeiros são o objetivo final de um conjunto de
atividades sistemáticas e racionais. O método permite ao cientista traçar o caminho,
detectar erros e auxiliar nas decisões. (MARCONI, LAKATOS; 2001)
Em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade. (CERVO E BERVIAN apud MARCONI, LAKATOS, 2004 p.131).
Através de seus métodos, esta pesquisa serve para investigar cientificamente
o estudo sobre “Análise de Custo da Clazer Indústria” Para isso, tais processos
metodológicos foram seguidos com o objetivo de chegar-se a um resultado, tendo
em vista que o conhecimento científico surge a partir da necessidade de encontrar
soluções para um problema.
4.1 TIPOS DE PESQUISA
De acordo com Gil (2002), toda e qualquer classificação é feita através de
algum critério e, em se tratando de tipos de pesquisa, a classificação deve ser feita
com base em seus principais objetivos, por isso são divididas em três grupos:
pesquisas descritivas, pesquisas exploratórias e pesquisas explicativas.
39
O presente estudo é de caráter descritivo e exploratório. Descritivo, pois a
pesquisa descreve e analisa os processos de custeio da empresa Clazer Indústria,
e, exploratória, onde se utilizou de teorias já publicadas para facilitar a familiaridade
com o problema, buscando maiores informações sobre uma área ainda não
analisada na empresa.
Para Cervo e Bervian (2002), pesquisa descritiva busca conhecer situações e
relações de vários aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo ou até
comunidades mais complexas, voltada mais para as ciências humanas e sociais.
Entre as diversas formas de pesquisas descritivas, a pesquisa de opinião é a mais
conhecida por divulgar ou tratar temas do cotidiano.
Evidencia Koche (2001), que a pesquisa descritiva investiga, sem manipular,
uma ou mais variáveis de um fenômeno. O autor defende que não se deve atribuir
maior valor de um ou outro tipo de pesquisa. Os méritos são os mesmos, desde que
a opção seja a mais adequada e desde que a cientificidade prevaleça.
Para Oliveira (2001), na pesquisa descritiva não há interferência do
pesquisador. A freqüência do fenômeno é monitorada com observações, registros e
análises sem entrar em seu conteúdo. Condições de moradia, capacidade de
aquisição, grau de instrução, faixa etária, antecedentes étnicos, saúde física, nível
sócio econômico são exemplos de forma que a pesquisa descritiva pode assumir.
Já a pesquisa exploratória, para Cervo e Bervian (2002), tem como objetivo
trazer à tona hipóteses para posteriores pesquisas. Porém, tais hipóteses não são
testadas no trabalho, apenas objetivam obter mais informações sobre o assunto,
realizar descrições precisas e descobrir relações existentes entre os elementos
componentes da situação. Quando existe pouco conhecimento em relação a um
assunto, o estudo exploratório é o mais indicado.
40
Em casos de inexistência de um sistema de conhecimentos e teorias, a
pesquisa exploratória serve exatamente para promover a investigação do fenômeno,
fazendo com que variáveis possam ser estudadas. A caracterização quantitativa e
qualitativa das variáveis é muito importante no estudo exploratório tendo em vista
que, neste tipo de pesquisa, não se faz relação entre variáveis. (KOCHE, 2001)
Para Oliveira (2001), os estudos exploratórios possibilitam ao pesquisador
levantamento provisório de um fenômeno para posterior estudo detalhado. Esse tipo
de estudo pode ser singular em determinados casos, podendo fazer aparecer
relações que, com outros tipos de pesquisas não apareceriam.
Segundo Barquette e Chaoubah (2007), considera-se pesquisa exploratória a
retirada de dados em fontes secundários como: literatura, documentação, relatórios
da empresa, internet entre outros. Também é pesquisa exploratória a busca por
dados em fontes primárias como pesquisa de campo.
4.2 MÉTODOS DE PESQUISAS
Para Gil (2002), a classificação dos tipos de pesquisa em descritiva,
exploratória e explicativa é importantíssima para estabelecer a linha teórica a se
seguir. Porém, faz-se necessário delinear um modelo conceitual e operativo da
pesquisa.
O mesmo autor continua que o principal elemento para a identificação deste
delineamento é o processo utilizado para coleta de dados. Assim podem ser
definidos em dois grupos de delineamento: o primeiro grupo deriva de fontes de
41
“papel” que são as fontes bibliográficas e as documentais e o segundo grupo tem
origem a partir de fontes de dados fornecidos por pessoas.
4.2.1 Pesquisa bibliográfica
Para Cervo e Bervian (2002), pesquisa bibliográfica explica problemas a partir
de documentos publicados com suas respectivas teorias. Este tipo de pesquisa é
meio de formação por excelência, através dele baseiam-se estudos monográficos,
buscando o domínio do estado da arte sobre determinado tema.
Complementa, Andrade (2005), que para toda pesquisa científica é
necessário primeiramente uma pesquisa bibliográfica, tendo em vista que, esta
pesquisa pode ser uma pesquisa a parte ou firmar-se no princípio de outra pesquisa.
Segundo Koche (2001), a pesquisa bibliográfica tem como objetivo condensar
as principais contribuições teóricas relacionadas com o problema. Neste tipo de
pesquisa, o investigador fará uso do conhecimento disponível para analisar teorias já
produzidas e identificar qual contribuição fará uso para compreender ou explicar o
objeto da investigação.
A pesquisa bibliográfica tanto pode ser um trabalho independente como constituir-se no passo inicial de outra pesquisa. Já se disse, aqui que todo trabalho científico pressupõe uma pesquisa bibliográfica preliminar. (ANDRADE, 2005, p.126).
O presente estudo utilizou o método de pesquisa bibliográfica, tendo em vista
que se fez necessária a busca de teorias já publicadas em livros, revistas
especializadas, jornais, sites oficiais da internet, artigos, entre outros, focando os
seguintes temas; administração, administração financeira, gestão de custos, entre
42
outros temas afins.
4.2.2 Pesquisa documental
A pesquisa documental é feita a partir do levantamento de dados secundários
em fontes bibliográficas que ainda não receberam organização, tratamento analítico
ou publicação, tendo como exemplo documentos da empresa, relatórios ou tabelas
estatísticas, documentos públicos, associações, igrejas, hospitais e sindicatos.
(FLEMING, 2005)
Pesquisa Documental: são investigados documentos a fim de se poder descrever e comparar usos e costumes, tendências, diferenças e outras características (CERVO E BERVIAN, 2006, p.67).
Nesta pesquisa foi utilizado o método da pesquisa documental, pois foi de
fundamental importância a busca de dados junto aos documentos e relatórios da
empresas como por exemplo: balanços, relatórios de custos dos produtos, tabelas
estatísticas, entre outros.
4.2.3 Pesquisa de campo
A pesquisa de campo é assim denominada porque a coleta de dados é efetuada “em campo”, onde ocorre espontaneamente os fenônimos, uma vez que não há interferência do pesquisador sobre eles. (ANDRADE, 2005, p.127).
Para Fleming (2005), a pesquisa de campo ou de levantamento é utilizada
quando se faz necessário conhecer o comportamento das pessoas, através de
43
questionários, entrevistas e também por observação. Após isso, é feito uma análise
dos dados recolhidos e, logo em seguida, a tabulação dos mesmos. Este método é
bastante utilizado nas pesquisas exploratórias.
Salientam, Barros e Lehfeld (2000), que a pesquisa de campo utiliza vários
tipos de ferramentas de coletas de dados como, por exemplo, entrevistas,
questionários, coleta de depoimentos, estudo de caso e até mesmo a observação
participante ou não do campo de pesquisa.
Para Barquette e Chaoubah (2007), a pesquisa de campo divide-se em dois
tipos: a survey que é o próprio interrogatório de pessoas sobre o problema de
pesquisa e a pesquisa por observação que faz com que o pesquisador apenas
observe as pessoas ou processos envolvidos com o objeto a ser estudado.
As informações colhidas diretamente com o proprietário e gerente da
empresa, a partir de uma entrevista foi de grande importância para o
desenvolvimento da pesquisa e analise dos resultados, assim como a observação do
campo onde o objeto de pesquisa se encontra, ou seja, a observação dos processos
de custeio da empresa Clazer Indústria.
4.3 TIPOS DE ABORDAGEM
No presente estudo, fez-se necessário optar pelos dois tipos de abordagem:
abordagem qualitativa e quantitativa. O que determinou a escolha dos métodos foi a
natureza do problema. São dois métodos diferentes, porém necessários para os
objetivos que se pretende atingir. Sabe-se, de antemão, que métodos quantitativos e
44
qualitativos devem interagir no desenvolvimento do presente estudo, de forma a
abordar descrições detalhadas, relatos minuciosos e por outro lado resultados
mensurados para poder entender a relação causa e efeito do problema.
4.3.1 Abordagem Quantitativa
Para Oliveira (2001), conforme o tema indica, a abordagem quantitativa, serve
para mensurar, quantificar opiniões e dados nas coletas de informações. Este
método, também, utiliza recursos e técnicas estatísticas (porcentagem, média,
moda, mediana e desvio padrão), que são as mais simples; existindo técnicas mais
complexas utilizadas em defesa de tese (coeficiente de correlação, análise de
regressão, entre outros).
Continua, o mesmo autor, que a pesquisa descritiva se utiliza do método
quantitativo na classificação e relação entre variáveis. Para evitar distorções de
análises e interpretações, o método quantitativo é empregado nas pesquisas de
âmbito social, econômico, mercadológicas, de opinião e de administração.
Os dados numéricos levantados a partir de relatórios foram agrupados em
tabelas para cálculo dos resultados da empresa Clazer Indústria.
45
4.3.2 Abordagem Qualitativa
Segundo Oliveira (2001), a pesquisa qualitativa tem como objeto de estudo,
situações complexas ou estritamente particulares. Possui a facilidade de analisar
interação de variáveis, compreender processos experimentados por campos sociais,
criar opiniões de grupos e interpretar comportamentos de indivíduos. Descrever
pormenores, relatar minúcias de autores especialistas sobre o assunto, no intuito
dos pesquisadores obterem um ponto de vista final, é mais uma função da
abordagem qualitativa.
Continua o mesmo autor que a abordagem qualitativa difere da abordagem
quantitativa em função de não centralizar dados estratégicos na análise de um
problema. Porém, são vários os autores que não fazem questão de diferenciar os
dois métodos, quantitativo e qualitativo, face a pesquisa quantitativa também ser
qualitativa.
Goode e Hait apud Oliveira (2001) afirmam que a pesquisa moderna não deve
aceitar a separação dos estudos qualitativos e quantitativos, pois segundo os
autores o que é medido continua a ser uma qualidade.
Nesta fase exploratória, a abordagem qualitativa foi importante para o estudo,
exigiu habilidade do entrevistador, para entender e compreender opiniões de
entrevistados sobre questões específicas, absorvendo explicações sobre suas
crenças e valores.
46
4.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
De acordo com Andrade (2003), a coleta de dados é uma fase importante da
pesquisa de campo. Todas as etapas devem obedecer um esquema para cumprir
dois objetivos: facilitar o desenvolvimento da pesquisa e ordenar a execução das
atividades.
Dados do presente estudo foram coletados de fontes primárias e secundárias,
através de livros, revistas especializadas, artigos, documentos da empresa,
relatórios com base no sistema de informação, entrevista com o gerente da empresa
e por observação dos processos de custeio.
Para Oliveira (2001), a habilidade do pesquisador somada à experiência e
capacidade são importantes no aproveitamento, em termos de volume do material
coletado e subsídios relevantes.
4.4.1 Dados primários
Dados primários, para Barquette e Chaoubah (2007), são dados crus que são
colhidos em pesquisas de campo a partir de entrevista, questionários, entre outros.
São usados a partir do momento em que os dados secundários necessários não
existem ou existem e não são suficientes para resolução do problema.
Neste caso, foram coletados os dados na forma de entrevista com o gerente
da empresa para obtenção de informações mais precisas sobre os processos de
47
custeio dos produtos da empresa.
A entrevista é uma técnica muito utilizada para o estreitamento de uma
relação entre indivíduos, tendo em vista que é um tipo de comunicação em que se
envolvem duas pessoas, pode ser assim chamada de comunicação bilateral.
(RICHARDSON, 1999).
Para Andrade (2005), a entrevista é uma excelente ferramenta para
levantamento de dados confiáveis para a confecção de uma pesquisa, desde que
seja bem elaborada, bem aplicada e bem interpretada.
Continua, o mesmo autor, que entrevista pode ser de três formas: entrevista
padronizada ou estruturada, entrevista despadronizada ou não estruturada e painel.
Neste estudo, trabalhou-se com a entrevista não estruturada, aonde utilizou-se de
uma conversa informal com o gerente da empresa, utilizando principalmente
perguntas abertas, aonde os pesquisadores possam obter o maior número de
informações necessárias para o estudo.
Para Barros e Lehfeld (2000), a entrevista não estruturada é basicamente
uma conversa informal com o entrevistado para que o entrevistador possa obter o
maior número de dados a serem utilizados em uma análise qualitativa.
Já a observação, de acordo com o mesmo autor, é uma ferramenta de
extrema importância, pois é a partir dela que todo o processo científico da pesquisa
deve ser iniciado, devido a isso ela deve ser exata, completa, sucessiva e metódica.
Segundo o critério de participação do observador é possível dividir a observação em
dois grupos distintos: observação participante e não participante.
Salientam, Barros e Lehfeld (2000), que a observação não participante é
aquela em que o observador não participa da realidade do estudo, ou seja, não
interfere no andamento dos processos da empresa a ser estudada.
48
Logo, a observação não participante foi extremamente necessária para
análise do andamento dos processos produtivos e de custeio da empresa Clazer
Indústria.
4.4.2 Dados Secundários
Para Barquette e Chaoubah (2007), os dados secundários já estão tratados e
podem ser extraídos em literaturas, jornais ou revistas, internet, relatórios, tabelas,
documentos públicos ou privados, entre outros.
Segundo Malhotra (2006), os dados secundários fazem parte de informações
encontradas em fontes empresariais e governamentais, empresas de pesquisa de
marketing e banco de dados computadorizados, tendo em vista que, é muito mais
barato e rápido levantar tal tipo de dados do que os primários.
No presente estudo, foram utilizados recursos bibliográficos, relatórios de
custos, tabelas, sistema de informação e internet, para a coleta dos dados
secundários, pois é necessária a análise de teorias já existentes para aplicá-las na
prática.
4.5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Segundo Andrade (2005), seleção, categorização e tabulação são etapas não
49
menos importantes para a análise e interpretação dos dados. A seleção prima pela
exatidão das informações, a categorização dos dados visa facilitar a contagem e
tabulação dos resultados e tabulação consiste em representar os dados em tabelas.
Na fase de análise dos dados, Barros e Lehfeld (2000) salientam que
primordialmente seja feito a classificação, a codificação e a tabulação dos dados
buscando assim a correlação dos dados levantados e os fenômenos estudados.
No presente estudo, foram utilizados gráficos em forma de pizza e tabelas
para a apresentação dos resultados, para melhor visualização e análise dos dados
levantados na pesquisa.
4.6 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO
Para Koche (2001), ao delimitar o problema de pesquisa, o pesquisador
objetiva ordenar fatos através de conhecimentos prévios. Para isso, é necessário
trabalhar mentalmente, ir construindo teoricamente, reforçando o objetivo principal
que é a estruturação de peças soltas do quebra-cabeça.
A pesquisa foi realizada dentro do setor financeiro da empresa Clazer
Indústria de Confecções LTDA, localizada na Rua Manoel Antonio de Oliveira, 1600,
na cidade de Cascavel, Paraná.
Em um estudo de corte transversal, os dados são coletados em um ponto no tempo, com base em uma amostra selecionada para descrever uma população nesse determinado momento. (RICHARDSON, 1999).
Com relação ao corte transversal, os dados foram coletados entre os meses
de Setembro / 2010 a Outubro / 2010. Sendo que a entrevista foi realizada no dia 20
50
de Setembro de 2010 e os relatórios coletados de um período equivalente há dois
anos desde o último fechamento, ou seja, dos períodos de 2009 e 2010.
4.7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Não houve limitação do estudo e sim colaboração por parte da organização
na obtenção dos documentos necessários. Haja visto que, a única ressalva perante
este trabalho, é preservar a integridade dos dados da empresa, como forma de sigilo
desta.
51
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Para o desenvolvimento do estudo, buscou-se a coleta dos dados junto à
empresa, usando os relatórios disponibilizados como DRE e balanço.
Gil (1994, p.166) define que a análise dos dados “tem como objetivo
organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de
respostas ao problema proposto para investigação”.
Com a finalidade de cumprimento dos objetivos propostos neste, serão
apresentados dados com o atual sistema de gestão de custos.
Cabe ressaltar que, para a preservação da empresa, por se tratar de um
estudo que envolve a área financeira, os dados serão apresentados na forma
percentual, garantindo o sigilo e a confidencialidade.
52
TABELA 1 – Custos fixos Água 0,098% Luz 0,089% Telefone 1,641% Alarme 0,230% Contador 0,492% Aluguel 4,431% Material de expediente 0,583% Material de limpeza 0,985% Combustível 3,282% IPVA / licenciamento 0,062% Alvará 0,022% IPTU / lixo 0,110% Sistema 1,641% Financiamento 4,923% Pró – labore 19,692% Mão – de – obra direta 60,718% Mão – de – obra indireta 1,001% Total 100%
Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
Conforme tabela os custos fixos indiretos que representam 39,282%, e os
diretos que são 60,718% dos fixos totais. Para melhor ilustrar, encontra-se abaixo o
gráfico demonstrando a participação de cada um dos custos fixos.
GRÁFICO 1 – Custos Fixos
Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
53
TABELA 2 – Custos variáveis Frete 5,14% Comissão 8,57% Matéria prima 79,94% Luz 0,79% Imposto 5,57% Total 100%
Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
Conforme tabela os custos variáveis indiretos representam 19,28% e os
diretos 80,72% dos variáveis totais. Para melhor ilustrar, encontra-se abaixo o
gráfico demonstrando a participação de cada um dos custos variáveis.
GRÁFICO 2 – Custos Variáveis
Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
54
Na seqüência buscou-se trabalhar com a departamentalização da empresa,
dividindo-a em atividades de apoio e produtivas.
TABELA 3 – Departamentos das atividades de apoio Administrativo Expedição/faturamento Vendas Pró – labore 5,4629% Mão – de – obra 0,278% Telefone 0,4097% 0,0455% Combustível 0,2731% IPVA / licenciamento 0,0086% Material de expediente 0,0323% 0,129% Água 0,0024% 0,0048% Luz 0,0021% 0,0043% Alvará 0,0005% 0,0011% IPTU / lixo 0,0026% 0,0053% Alarme 0,0055% 0,0111% Contador 0,0141% 0,0047% Aluguel 0,1069% 0,2138% Sistema 0,0396% 0,0792% Material de Limpeza 0,0238% 0,0475% Comissão 6,191% Imposto 4,024% Frete 3,715%
Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
Conforme a tabela dos departamentos das atividades de apoio o
administrativo representa 6,3843%, na expedição e faturamento 0,779% e o vendas
13,976% dos custos totais da empresa, os critérios adotados para o rateio no pró-
labore foi o percentual de vendas em relação blusa e calça, na mão-de-obra e
contador foi feito pelo número de funcionários, comissão, imposto, frete,
combustível, IPVA / licenciamento e telefone, foram alocados pelo percentual de uso
dos mesmos e os demais rateios foram feitos pela metragem de cada departamento.
55
TABELA 4 – departamento das atividades produtivas Corte Costura Estamparia Acabamento Mão – de –obra 0,910% 12,747% 2,185% 1,002% Matéria – prima 53,3844% 1,6389% 1,8273% 0,9105% Luz (variável direto) 0,0273% 0,1821% 0,3578% Água 0,0059% 0,0059% 0,0024% 0,0059% Luz (fixo indireto) 0,0053% 0,0053% 0,0021% 0,0053% Alvará 0,0013% 0,0013% 0,0005% 0,0013% Combustível 0,6373% IPTU / lixo 0,0066% 0,0066% 0,0026% 0,0066% Alarme 0,0139% 0,0139% 0,0055% 0,0139% Contador 0,0094% 0,0801% 0,0141% 0,0141% Aluguel 0,2672% 0,2672% 0,1069% 0,2672% Sistema 0,0990% 0,0990% 0,0396% 0,0990% Material de limpeza 0,0594% 0,0594% 0,0238% 0,0594% Financiamento 1,3657% IPVA / licenciamento 0,0086% Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
Conforme a tabela dos departamentos das atividades produtivas o
departamento de corte que representa 56,1560%, costura 15,7438%, estamparia
4,5624% e acabamento 2,3848% dos custos totais da empresa, os critérios de rateio
utilizados na mão – de – obra e contador foram o número de funcionários de cada
setor, matéria – prima, luz (variável direto), combustível e financiamento mensurado
pelo uso dos mesmos e os demais rateios pela metragem de cada departamento.
5.1 GESTÃO E ANÁLISE DE CUSTOS ATUAL DA EMPRESA
Nesta etapa, apresenta-se o atual sistema de custos e gestão da empresa
Clazer Confecções Ltda. Demonstrando a forma como estes foram rateados de
forma unitária pela própria, sobre a produção de calça e blusa, chegando ao lucro
bruto e líquido de cada um destes.
56
TABELA 5 – Sistema atual de gestão de custos da empresa Clazer Indústria de Confecções Ltda para o produto calças.
4210 – Estampado Tecido 1 R$ 21,00 Kg Cotton Estampado
Rendimento 0,440 Kg/m Rendimento R$/m R$ 9,24
Tecido 2 R$ - Kg Cotton Fabricação
Rendimento 0,69 Kg/m Rendimento R$/m R$ -
0,1705 Kg/PC 400 PEÇAS R$68,20 Kg Cons. Total
Tecido1 6,1000 Reserva 0,1 Total 6,20 Tecido2 0,0000 Reserva 0 Total 0,00 6,20 Enfesto XX camadas GRADE
Custo Comissão 5,00% P 2 Tecido1 R$ 3,58 Frete 5,00% M 4 Tecido 2 R$ - Imposto 3,50% G 6 M.O. R$ 0,80 L.B. R$ 2,09 GG 4 Embalagem R$ - Comissão R$ 0,34 Etiquetas R$ 0,05 Imposto R$ 0,24 Corte/Acab. R$ 0,10 Frete R$ 0,34 Estampa R$ - Despesas R$ 0,50 Custo R$ 4,53 L.L. R$ 0,67 16 Custo Liquido R$ 4,71 MARCAP 44% L.B. R$ 2,09 Venda R$ 6,80 Venda At. R$ 10,00 Venda Var. R$ 12,24
R$ 6,80
4210 - Estampado Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
Na tabela acima, estão listados os custos atuantes no produto calça da
empresa Clazer Indústria de Confecções Ltda. Está tabela informa que o tecido 1 do
tipo estampado, tem um custo de aquisição de R$ 21,00 por quilo, sendo que, um
metro de tecido equivale a 0,440 quilos, passando a ter um custo de R$ 9,24 por
metro de tecido 1.
O sistema de custo da empresa baseia-se na produção de uma grade com
duas peças de tamanho P, quatro de tamanho M, seis de tamanho G e quatro de
tamanho GG, onde são gastos 6,20 metros. O custo unitário foi rateado de forma
aleatória entre as peças da grade formando o montante de R$ 3,58 por peça, logo
57
em seguida a tabela relaciona os seguintes custos: R$ 0,80 de mão-de-obra, R$
0,05 de etiquetas, R$ 0.10 de corte e acabamento, onde somados geram um custo
total de R$4,53 por peça que acrescidos a um percentual de 4% que a empresa
alega ser o custo do financeiro, gera um custo líquido de R$ 4,71. Usando uma
margem de lucro de 44% em cima deste custo líquido, obtém-se um lucro bruto de
R$ 2,09 por peça, chagando assim ao preço de venda de R$ 6,80.
A empresa ainda subtrai do lucro bruto de R$ 2,09 os custos do frete, dos
impostos e das comissões de vendas, tendo uma porcentagem respectivamente de
5%, 3,5% e 5% em cima do preço de venda, formando assim o valor de R$ 0,34
para o frete, R$ 0,24 para os impostos e R$ 0,34 para as comissões de vendas,
tendo em vista que ainda há um valor formulado aleatoriamente no valor de R$ 0,50
para as despesas da empresa, proporcionando assim um lucro liquido final sobre
cada peça de R$ 0,67
58
TABELA 6 – Sistema atual de gestão de custos da empresa Clazer Indústria de Confecções Ltda. para o produto blusa.
304 - Sobreleggin Ad Cromia Tecido 1 R$ 16,00 Kg Listrado
Rendimento 0,440 Kg/m Rendimento R$/m R$7,04
Tecido 2 R$ - Kg 1,88
Rendimento 0 Kg/m Rendimento R$/m R$ -
0 Kg/pç 400 PEÇAS R$ - Kg
Cons. Total Tecido1 15,3600 Reserva 0,1 Total 15,46 Tecido2 0,0000 Reserva 0 Total 0,00 15,46 Enfesto XX camadas GRADE
Custo Comissão 5,00% P 10 Tecido1 R$ 2,72 Frete 5,00% M 10 Tecido 2 R$ - Imposto 3,50% G 10 M.O. R$ 0,80 L.B. R$ 2,36 GG 10 Vies R$ 0,30 Comissão R$ 0,34 0 Etiquetas R$ 0,05 Imposto R$ 0,24 Corte/Acab. R$ 0,10 Frete R$ 0,34 Estampa R$ 0,30 Despesas R$ 0,50
Custo Bruto R$ 4,27 L.L. R$ 0,94 40 Custo Liquido R$ 4,44 MARCAP 53% L.B. R$ 2,36 Venda R$ 6,80
Venda At. R$ 10,00
Venda Var. R$ 12,24 R$ 6,80
304 - Sobreleggin Ad Cromia Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
Nesta tabela, encontra-se a atual gestão de custos da empresa Clazer
Indústria de Confecções Ltda. Nela está demonstrada todos os custos atuantes em
cima das blusas.
Está tabela informa sucintamente que o tecido 1 do tipo listrado, tem um custo
de aquisição de R$ 16,00 o quilo, sendo que, um metro de tecido equivale a 0,440
quilos, passando a ter um custo de R$ 7,04 por metro de tecido.
Continuando a análise, para a produção de uma grade com dez peças de
tamanho P, dez de tamanho M, dez de tamanho G e dez de tamanho GG, são
59
gastos 15,46 metros. A produção desta grade gera certo custo unitário das peças
que foi rateado em R$ 2,72 por peça do tecido 1, R$ 0,80 de mão-de-obra, R$ 0,30
de viés, R$ 0,05 de etiquetas, R$ 0.10 de corte e acabamento, R$ 0,30 de estampa,
chegando a um montante de R$4,27 por peça, que somados a um percentual de 4%
que a empresa alega ser o custo do financeiro, gera um custo liquido de R$ 4,44.
Usando uma margem de lucro de 53,09% em cima deste custo liquido, obtém-se um
lucro bruto de R$ 2,36 por peça, chegando assim ao preço de venda de R$ 6,80.
Prosseguindo a análise, a empresa usa para calculo dos custos com frete,
impostos e comissão, respectivamente 5%, 3,5% e 5% em cima do preço de venda,
gerando os custos respectivos de R$ 0,34 com frete, R$ 0,24 com impostos e R$
0,34 com comissão, que somados aos R$ 0,50 de custo unitário por despesas
através de um rateio aleatório da empresa, extraído do lucro bruto de R$ 2,36 por
peça proporciona para a empresa um lucro liquido final sobre cada peça de R$ 0,94.
5.2 SISTEMAS DE CUSTEIO APRESENTADOS PELOS AUTORES
Encontra-se neste, a dados e análises das três formas de custeio sugeridas
nos presente estudo. Demonstra-se neste os métodos de custeio integral ou por
absorção, marginal ou variável e o baseado por atividade ou ABC, com suas
respectivas formas de execução, análise e custos pertencentes a cada tipo de
custeio proposto.
60
5.2.1 Custeio integral ou por absorção
TABELA 7 – Sistema de custeio Integral ou absorção Blusa Calça Preço de venda unitário 100% 100% Custo variável direto unitário 45,51% 51,18% Custo variável indireto unitário 11,78% 11,42% Custo fixo unitário 22,40% 22,40% Resultado unitário produto 20,30% 15,00% Quantidade vendida 80,00% 20,00% Resultado total do produto 84,41% 15,59%
Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
Neste sistema, do preço de venda menos os custos variáveis direto, indireto e
o custo fixo, remete ao resultado do produto, depois foi feito o rateio proporcional
pela quantidade vendida para se chegar à contribuição de cada produto no resultado
da empresa.
Conforme análise dos dados pode-se observar que o custo variável direto
unitário da blusa é de 45,51% e da calça 51,18%, em relação ao preço de venda de
cada um, essa diferença ocorre devido ao fato de que, para a produção de calça é
necessário uma maior quantidade de matéria-prima do que na produção da blusa.
Já a representatividade do custo variável indireto unitário da blusa é de
11,78% e da calça de 11,42%, tendo em vista que as calças não passam pelo setor
de estamparia, o rateio da luz é diretamente alocado ao custo da blusa, tornando-o
maior.
Nesse tipo de sistema de custeio, o custo fixo unitário é de 22,40% tanto para
a blusa quanto para a calça, pois o rateio dos custos fixos é feito com base na
quantidade vendida.
61
Com isso, a blusa gera um resultado de 20,30% e a calça 15% sobre o seu
preço de venda. Levando em conta a quantidade produzida total de 80% de blusa e
20% de calça, a blusa tem participação relativa nos resultados da empresa de
84,41%, enquanto a calça representa 15,59% dos resultados da empresa.
Para melhor compreensão e visualização dos dados e das análises
apresentados na tabela, encontra-se abaixo alguns gráficos.
GRÁFICO 3 – Sistema de custeio integral ou por absorção do produto
blusa
Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
62
GRÁFICO 4 – Custeio integral ou por absorção do produto calça.
Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
5.2.2 Sistema de custeio marginal ou variável
TABELA 8 – Sistema de custeio marginal ou variável Blusa Calça Preço de venda unitário 100% 100% Custo variável direto unitário 45,51% 51,18% Custo variável indireto unitário 11,78% 11,42% Margem de contribuição unitária 42,70% 37,40% Quantidade vendida 80,00% 20,00% Margem de contribuição 82,04% 17,96%
Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
No sistema de custeio marginal ou variável, o custo variável direto unitário da
blusa é de 45,51% e da calça 51,18% em relação ao preço de venda de cada um,
tendo em vista que essa diferença vem da maior quantidade de matéria prima
utilizada na produção da calça, em comparação à blusa.
63
Como dito posteriormente, o custo variável indireto unitário da blusa é maior
devido à luz utilizada na estamparia, sendo que a calça não passa por este setor
formando assim um percentual de 11,78% para a blusa e 11,42% para a calça.
Neste sistema é usada a margem de contribuição, onde a blusa atua com
42,70% e a calça com 37,40% de margem de contribuição unitária, que nada mais é
do que um comparativo entre o preço de venda e o custo variável do produto.
Neste sistema o custo fixo não é responsabilidade de um produto, mas sim da
organização como um todo. Assim, para a tomada de decisão, para análise de
desempenho deve-se levar em conta o percentual de participação da margem de
contribuição de cada produto.
Sendo que, a quantidade total produzida é de 80% da blusa e 20% da calça, a
blusa tem uma margem de contribuição nos resultados da empresa de 82,04%,
enquanto a calça representa 17,96% dos resultados.
Para melhor visualização dos dados e das análises apresentados na tabela,
encontra-se abaixo alguns gráficos.
GRÁFICO 5 – Sistema de custeio marginal ou variável do produto blusa
Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
64
GRÁFICO 6 – Sistema de custeio marginal ou variável do produto calça
Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
5.2.3 Sistema de Custeio Baseado em Atividades ou ABC
TABELA 9 – Sistema de custeio ABC Blusa Calça Preço unitário de venda 100% 100% Custo variável direto unitário 45,51% 51,18% Custo variável indireto unitário 11,78% 11,42% Custo fixo unitário 14,04% 11,84% Resultado unitário produto 28,66% 25,57% Quantidade vendida 80,00% 20,00% Resultado total por produto 82,00% 18,00% Total dos resultados 28,04% Custos fixos indiretos 8,80% Resultado líquido 19,24% Fonte: Clazer Indústria de Confecções Ltda.
Dentro do sistema de custeio baseado por atividade ou ABC, pode-se ver
claramente que o custo variável direto unitário da blusa é de 45,51% e da calça
51,18% em relação ao preço de venda de cada um.
65
No que diz respeito ao custo variável indireto unitário, a blusa tem
participação relativa de 11,78% e a calça de 11,42% no preço de venda final. O
custo fixo unitário da blusa é de 14,04% e da calça de 11,84%, isso só ocorre
porque a blusa necessita de uma mão-de-obra a mais, tendo em vista esta passa
pelo setor de estamparia.
Com base em todos os custos presentes, a blusa gera um resultado unitário
de 28,66% sobre o seu preço e venda, assim como a calça gera um resultado de
25,57%. Levando em conta a quantidade produzida total de 80% de blusa e 20% de
calça, a blusa tem participação relativa nos resultados da empresa de 82%,
enquanto a calça representa 18% dos resultados da empresa.
Como no sistema ABC os custos fixos indiretos não são rateados, estes
representam 8,80% da participação relativa nos resultados da empresa, que são
subtraídos do mesmo, formando um resultado líquido final de 19,24% para a
empresa.
Para melhor visualização dos dados e das análises apresentados na tabela,
encontra-se abaixo alguns gráficos.
GRÁFICO 7 – Sistema de Custeio ABC do produto blusa
66
GRÁFICO 8 – Sistema de Custeio ABC do produto calça
Com base em todos os métodos de rateio estudados e descritos acima, o
método de custeio integral ou por absorção possui um rateio dos custos fixos de
forma generalizada dos custos totais de produção para ambos os tipos de peças,
seja calça ou blusa. Com isso, o custo do setor de estamparia é particular do
processo de produção das blusas e esta sendo alocado de forma incorreta na
produção das calças. Deixando assim uma falsa idéia dos custos totais inclusos
nesses dois produtos, o que, corroborando com o explanado no referencial teórico
deste trabalho, afirmado por Santos (2000), que esse tipo de custeio é frágil como
ferramenta de tomada de decisão e seu rateio pode destinar uma decisão errada.
Enquanto que, no método de custeio variável ou marginal, os custos fixos são
deixados de fora, destinando um custo variável total e uma margem de contribuição
de cada produto. De certa forma, este método é de deveras importância a empresa
pelo fato de que ele apresenta para a empresa e seus gestores, uma margem de
contribuição especifica de cada produto, o que segundo Santos (2000), nada mais é
do que um comparativo entre o seu preço de venda com os custos variáveis da
empresa, mostrando assim, a parcela com que cada produto contribui no resultado e
na cobertura desses custos.
67
Apesar disso, o método não engloba os custos fixos da empresa em seu
procedimento, deixando-o desta forma, um pouco vago nos custos pertinentes a
produção de cada produto, sendo difícil obter uma gestão de custos completa, no
sentido de saber quais os custos de cada setor que englobam a produção de cada
tipo de produto e quais os custos fixos são aplicados diretamente a um produto e
não a outro.
Já, no método de custeio baseado em atividade ou ABC, todos os custos,
sejam eles fixos ou variáveis, diretos ou indiretos, são primeiramente mensurados a
cada setor ou departamento de forma adequada. Alguns tipos de custos são
pertencentes a mais que um departamento, obrigando assim a execução de um
rateio, baseado a algum tipo de direcionador comum entre esses.
Este procedimento traz de uma forma mais exata, mesmo podendo ser
questionado os métodos de rateio e direcionadores utilizados, um valor próximo a
perfeição dos custos aplicados diretamente a cada setor e alocados a cada produto,
alem de, facilitar a gestão de custos da empresa, deixando de forma mais ampla o
conhecimento dos custos pertencentes a cada setor e produto fabricado
68
6 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES
Com base nos estudos realizados neste trabalho, foram apresentados três
tipos de métodos de custeio, a fim de analisar, demonstrar e sugerir o melhor
método para a gestão de custos da empresa.
Como sugestão de quais dos procedimentos de custeio citados no trabalho
seria o mais completo e interessante para o uso cotidiano e futuro da empresa, foi
definida pelo fato de que existirem na empresas setores não pertinentes a produção
de ambos os produtos estudados, há exemplo do setor de estamparia.
Com base nos estudos realizados neste trabalho, tanto na parte teórica, como
na parte pratica, os pesquisadores chegaram à seguinte concordância de idéias de
que o melhor sistema de custeio a ser adaptados pela empresa seria o custeio
baseado em atividade ou ABC. Pelo fato deste sistema alocar da forma mais precisa
possível os custos pertencentes a cada departamento ou setor e a cada tipo de
produto fabricado, por englobar nos custos de cada produto apenas os pertencentes
à produção do mesmo e facilitar uma gestão de custos mais ampla e próxima da
realidade para a empresa em estudo.
Lembrando também, que o custeio variável ou marginal pode ser de grande
valia para a gestão de custos da empresa, para gerenciamento dos produtos e
possível criação de uma nova linha de produtos ou até mesmo a retirada de um
deles.
69
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve como objetivo principal analisar a gestão de custo da
empresa Clazer Indústria de Confecções Ltda., com o intuito de averiguar a eficácia
do sistema de rateio atual e propor dentre os mais citados um que melhor se
adequasse a empresa. A partir das informações passadas pela organização, o
sistema utilizado pela empresa não possuía uma boa distribuição de custos, porém,
supria a necessidade da empresa.
Este estudo cumpriu com todos os seus objetivos com a elaboração da
análise dos custos da empresa Clazer Indústria, bem como seu objetivo geral e
específicos, sendo eles levantar as técnicas de cálculo, rateio e controle de custos
utilizadas pela empresa, onde foram levantadas as duas tabelas de custeio da
empresa, analisar a forma de avaliação de resultados da empresa e Identificar e
propor o sistema de custeio, dentre os mais citados, o mais adequado para o
gerenciamento de custo da empresa.
De acordo com as informações obtidas, concluiu-se que o melhor sistema de
custeio é o por atividade ou ABC, pois é possível mensurar o custo de cada setor
tornando visível possíveis falhas no rateio dos custos e facilitando a tomada de
decisão do gestor.
O presente estudo foi de suma importância, pois fazendo uma análise de
custos adequada se têm uma idéia de qual a real situação da empresa, onde facilita
seu planejamento e controle de todas as suas atividades tanto produtivas quanto
financeiras, auxiliando assim, em suas tomadas de decisões.
70
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