01 Aula3 Jol T 5

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Requisitos para um jornalista trabalhar na web

Jornalismo on-lineProfessor mestre Artur Araujo (araujofamilia@gmail.com)

Recapitulando

Vimos na aula passada o processo os requisitos para um jornalista web.

Vamos complementar o conteúdo daquela aula nesta classe.

A tendência atual A primeira fase do relacionamento web e

impresso foi tensa. Acreditava-se simplesmente que a web destruiria os jornais. Os adeptos do on-line e do offline viviam mundos paralelos. Esse tempo já passou.

Hoje o que se fala é de complementação de jornal e internet.

A integração das redações offline e on-line Cada vez mais as redações web

estão trabalhando lado-a-lado com as editorias de impresso.

É o caso, por exemplo, do Zero Hora...

Integração:A redação do Zero Hora

Unificação de redações A proposta na maioria das redações

atualmente é unir editores on-line e editores de impresso de áreas afins em uma mesma mesa.

Fotógrafos e repórteres pensam on-line e offline

Os jornais têm cada vez mais assimilado a visão de um trabalho unificado das redações impressa e on-line.

O registro de filmetes e de arquivos de som já é pensada para ser usada na web.

No Zero Hora, os fotógrafos chegaram a inventar um sistema integrado para captar fotos e filmes.

Filmadora e foto integradas: invenção do ZH

Cada um com seu talento Uma questão enfatizada por Marta Gleich no

seminário foi que alguns jornalistas têm mais envolvimento com o áudio, outros com a foto e outros com filme... o importante é que a pessoa se sinta à vontade naquilo que está fazendo.

Raquel Almeida também destacou: “ninguém é bom em tudo”. O interessante é aproveitar o melhor de cada um.

Uma visão pessoal para os recursos digitais

Acho que o uso de material multimídia não deve ser mistificado.

Gostaria que a câmera virasse um objeto tão banal quanto a caneta esferográfica e o bloquinho.

Quanto mais experimentarmos, mais usos vamos achar, não só para a câmera como para o gravador digital.

Aspectos profissionais

Nem todo profissional precisará ser um extraordinário cinegrafista, um ótimo sonoplasta e ter um texto fenomenal, mas a soma de talentos pode produzir material de qualidade na web.

Comentários extras Quanto mais sofisticados os

equipamentos, melhor. Entretanto, com o uso de equipamentos

digitais de baixo custo é possível produzir material de grande interesse público.

A “armadilha” da audiência Marta Gleich, Ana Lúcia Bush e Marco Chiaretti

recomendaram aos jornalistas on-line de não caírem na “armadilha da audiência”. O jornal on-line deve se orientar de acordo com o perfil da publicação. Ana Lúcia Bush disse que a matéria da Folha on-line

mais lida no dia da morte do Papa João Paulo II foi algo relativo a uma possível gravidez de Daniella Cicarelli. Nem por isso ela acha que deveria tirar o Papa da manchete da capa e pôr a celebridade.

O perfil é que sustenta a maior parte da audiência

Os jornalistas enfatizaram que o que atrai a maior parte da audiência é o perfil da publicação.

Ou seja, as matérias sobre o Papa, por exemplo, podem não ser as mais lidas do dia, mas são elas que trazem a massa dos leitores acostumados a ler a Folha.

O público que visita os sites para notícias sobre polícia, esporte e notícias sobre celebridades é volátil... exceto, obviamente, se o perfil do site seja justamente esse.

Uma sintonia com o público Segundo Antonio Manuel Teixeira

Mendes, diretor superintendente do grupo Folha, o jornal captura leitores de acordo com o conteúdo que ele tem.

Jornalismo de qualidade captura leitor de qualidade.

Ou seja: cair na tentação da audiência fácil despersonaliza o site jornalístico.

A pressa A pressa também não deve ser inimiga

da perfeição no meio on-line. É preciso checagem antes de publicar. Um site que destrói ou reforma notícias

por problemas de checagem deixa a desejar e perde credibilidade junto ao público.

A pressa: uma visão pessoal

Uma forma interessante de lidar com a notícia com falhas de informação na internet é publicando, no mesmo arquivo que estava a informação incorreta, uma nota de retificação.

Vídeos Os vídeos têm se mostrado um sucesso na

web, mas como deve ser a questão da qualidade? Para a jornalista Raquel Almeida, Editora Executiva

do Globo Online, sem qualidade, o vídeo não deve ir ao ar.

A questão da imagem “excelente”, porém, não se mostrou tão problemática para jornalistas como Marta Gleich, do ZH, Marco Chiaretti e Ana Lucia Bush, da Folha Online (obviamente, um vídeo de má qualidade não tem condições de ir ao ar, mas um vídeo mediano, sim).

Deve haver um núcleo multimídia?

Para Raquel Almeida, a resposta é não. Os jornalistas web aprendem a trabalhar o

conteúdo multimídia e cada editoria on-line (esporte, nacional, cultura etc) edita o material que vai pôr no ar.

O que é necessário é um treinamento de equipes. No caso da RAC, seria importante que os

computadores de toda a equipe on-line tenham capacidade de lidar com multimídia (tanto exibição de arquivos quanto edição)

Criação de estúdio Estadão, o Estado de Minas e o Globo

montaram estúdios para produzir material multimídia adequado para suas necessidades no on-line.

Um estúdio permitiria, por exemplo, viabiliza a criação de gravações digitais e mesmo de pequenos spots jornalísticos de tv e áudio. Se entendi bem, o estúdio é multiuso nessas

redações. Ou seja, as equipes das diversas se revezam para utilizá-lo.

Videochat: uma nova forma de ressuscitar o chat A editora de O Globo destacou que,

apesar de o chat estar um tanto quanto superado, a redação tem investido num “revival” dessa fórmula, só que agora mediante webcans, que permitem o videochat.

RSS Segundo a jornalista Ana Lúcia Busch, da

Folha Online, 50% da audiência da Folha Online vem atualmente do RSS.

A indexação de matérias é um dos segredos para as boas performances de audiência do site.

Capa & indexação Segundo vários jornalistas que se

apresentaram no seminário, a capa do site é importante, mas não apenasmas não apenas.

Os indexadores como o Google, além de recursos como rss e newsletter, são fontes importantes para construir uma audiência sólida na web.

Segundo Ana Lúcia Busch, o público, graças aos indexadores, tem se tornado “editor”, criando hierarquias próprias de notícias, à revelia das capas dos sites.

Notícias chamativas: leitor busca em indexadores

Raquel Almeida destacou também que, no caso das notícias de grande procura, muitas vezes o internauta não procura mais o site “X” ou “Y”, mas sim “o fato” em sites de busca como Google.

Ou seja, mesmo que não haja destaque mesmo que não haja destaque na capa, o material chamativo ganha na capa, o material chamativo ganha destaque facilmentedestaque facilmente na internet.

Uma capa a cada meia hora?

Ana Lúcia Busch comentou, em sua exposição, que a Folha é pressionada por alguns de seus internautas a mudar a capa “a cada meia hora”, o que ela considerou “impossível” diante da própria dinâmica dos fatos.

Os arquivos Ao mesmo tempo em que o internauta

busca uma nova capa a cada meia hora, há também uma demanda por arquivos antigos que vem crescendo e o grande desafio atual é como tornar os arquivos mais antigos disponíveis de modo fácil ao mesmo público.

O que é ser multimídia? Raquel Almeida destacou que ser multimídia é

“entender os processos de produção (vídeo, áudio, fotografia e infografia) e saber combinar os melhores formatos com agilidade e flexibilidade”.

Ana Lúcia Busch enfatizou também que o jornalista on-line deve evitar adaptações forçadas de conteúdos (por exemplo: vídeo e texto com pouco nexo).

O paradoxo do on-line Segundo Raquel Almeida, apesar de

todos os potenciais multimídia da internet, o texto ainda é o que predomina, pois serve de base para os sites de busca.

Nesse contexto, o problema primordial é: como integrar, de modo satisfatório, produção jornalística em mídias diferentes?

Cuidados com a integração A jornalista Marta Gleich, do Zero Hora,

recomenda: o meio on-line é o “intruso” nas redações.

É preciso cuidado e sensibilidade para conseguir adesões na redação.

Mais de um jornalista que falou sobre a integração on-line/offline afirmou que a adesão aos recursos multimídia deve ser espontânea.

Outra visão sobre a integração

Uma outra visão, bem mais traumática do mesmo conceito, é a do jornal britânico Daily Telegraph, que impôs aos jornalistas que produzissem para o on-line e o impresso, além do multimídia: o processo resultou em 280 demissões em 18 meses. A experiência foi citada com poucas restrições por

Josemar Gimenez (Estado de Minas e Correio Braziliense) e criticada por Marco Chiaretti (Estadão).

Qual o espaço do papel? A jornalista Marta Gleich recomendou que, no

ambiente atual, a web deve ficar cada vez mais voltada a conteúdos ou factuais ou conteúdos ou factuais ou diferenciadosdiferenciados, enquanto que ao impresso fica a função de aprofundar a análise e a contextualização.

Essa característica de factualidade, segundo Ana Lúcia Busch, não deve também fazer com que o jornalismo on-line deixe de ser um jornalismo contextualizado, mas essa contextualização mas essa contextualização pode ser multimídiapode ser multimídia...

Cross media A jornalista Raquel Almeida destacou que

o site de O Globo tem desenvolvido “cross media” (interação) com o conteúdo impresso.

Exemplo: jornal remete ao site (veja filme), e site remete a jornal (leia em O Globo).

O que significa integrar? Segundo a jornalista Ana Lúcia Busch,

Diretora Executiva da Folha Online, integrar redações online e offline significa:Pensar juntoProduzir juntoDistribuir separadamenteNão ter medo de se sobrepor (sobrepor

sempre que for necessário)Diversificar

Integrar para reduzir custos pode ser perigoso...

Antonio Manuel Teixeira Mendes afirma que “a integração de redações como forma de reduzir custos deve acontecer evitando submeter uma mídia a outra e respeitando as especificidades de cada uma”.

Na próxima aula...

Vamos falar um pouco mais da importância da participação do público e das manifestações multimidiáticas mais freqüentes nos dias de hoje.