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1 - MEDIDAS DE PREVENCcedilAtildeO DE ACIDENTES COM NAVIOS PETROLEIROS
Em 19 de novembro de 2002 o ldquoPrestigerdquo um navio-tanque de casco simples
com 26 anos de idade portando bandeira de Bahamas e que conduzia 77000 toneladas
de oacuteleo pesado afundou a 130 milhas da costa da Galiacutecia Espanha
As graves consequumlecircncias de mais esse acidente em suas aacuteguas levaram a Uniatildeo
Europeacuteia a adotar diversas medidas entre as quais o banimento de navios considerados
perigosos agrave seguranccedila mariacutetima
Em razatildeo dessa posiccedilatildeo europeacuteia foi solicitada agrave Consultoria Legislativa a
anaacutelise dos seguintes itens
1) quais providecircncias o Brasil poderia adotar para que embarcaccedilotildees com esse grau de
periculosidade natildeo possam adentrar na costa brasileira
2) quais os tipos de petroleiros tecircm permissatildeo para efetuar o transporte de petroacuteleo
pesado
O acidente com o petroleiro ldquoPrestigerdquo trouxe agrave tona mais uma vez a
necessidade de regras mais riacutegidas para o transporte mariacutetimo de produtos perigosos
A poluiccedilatildeo por navios motivo de preocupaccedilatildeo devido ao grande volume de
petroacuteleo transportado por via mariacutetima bem como ao tamanho das embarcaccedilotildees
ganhou vulto a partir de 1967 apoacutes o acidente com o Torrey Canyon quando 120000
toneladas de petroacuteleo foram derramadas no mar
No acircmbito da Organizaccedilatildeo Mariacutetima Internacional ndash IMO ndash vaacuterios acordos
foram entatildeo firmados de forma a prevenir natildeo apenas a poluiccedilatildeo acidental mas
tambeacutem a poluiccedilatildeo operacional Destaca-se a Convenccedilatildeo Internacional para a Prevenccedilatildeo
da Poluiccedilatildeo por Navios ndash MARPOL ndash adotada em 1973 Com a adoccedilatildeo em 1978 de
um protocolo introduzindo diversas alteraccedilotildees ao texto original a citada convenccedilatildeo
ficou conhecida como Marpol 7378
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Outros graves episoacutedios contudo continuaram a ocorrer entre os quais o
provocado pelo Exxon Valdez em 1989 no Alasca que constitui um dos mais nefastos
em termos ecoloacutegicos
Apoacutes o acidente em suas aacuteguas os Estados Unidos adotaram unilateralmente
uma legislaccedilatildeo mais severa que as normas da Marpol para a prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo por
oacuteleo o Oil Pollution Act ndash OPA-90 de 1990 Na lei americana entre outros
dispositivos haacute exigecircncias de casco duplo para os petroleiros construiacutedos a partir de
entatildeo e um cronograma de retirada de serviccedilo dos navios de casco simples construiacutedos
antes de 1990 de acordo com a capacidade do navio e sua idade Conforme essa lei os
navios petroleiros de casco simples sem duplo fundo ou costado duplo natildeo seratildeo
autorizados a operar em aacuteguas norte-americanas a partir de 1ordm de janeiro de 2010 a
menos que satisfaccedilam o requisito antes apontado Aleacutem disso nos cinco anos que
antecedem essa data limite ou seja a partir de 2005 os referidos petroleiros natildeo
poderatildeo operar em aacuteguas norte-americanas logo que atinjam 25 anos de idade ou 23 em
alguns casos Relativamente aos navios petroleiros de casco simples com duplo fundo
ou costado duplo (petroleiros de casco simples com a zona dos tanques de carga
parcialmente protegida por tanques de lastro segregado) a data limite eacute fixada em 1ordm de
janeiro de 2015 e o limite de idade no periacuteodo de 2005 a 2015 em 30 anos ou 28 anos
em alguns casos
Mediante o OPA-90 tambeacutem foi criado um fundo para custear a recuperaccedilatildeo
dos danos natildeo cobertos pelos responsaacuteveis Esse fundo eacute constituiacutedo pela cobranccedila de
cinco centavos por barril de petroacuteleo O total disponiacutevel para cada acidente foi limitado
ao maacuteximo de US$ 1 bilhatildeo
Em razatildeo das regras da Marpol terem menor abrangecircncia e serem menos riacutegidas
que as normas americanas a Comissatildeo das Comunidades Europeacuteias apoacutes o acidente
com o Erika em 1999 apresentou ao parlamento Europeu uma proposta de poliacutetica de
seguranccedila mariacutetima compreendendo a organizaccedilatildeo a niacutevel comunitaacuterio de uma
aplicaccedilatildeo mais estrita das convenccedilotildees internacionais e a adoccedilatildeo de disposiccedilotildees
especificamente comunitaacuterias nos casos em que as normas da OMI satildeo inexistentes ou
insuficientes Figurava na proposta um cronograma de desativaccedilatildeo de navios de casco
simples com prazos inferiores aos que haviam sido estabelecidos pela Marpol em 1992
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para evitar que navios banidos das aacuteguas americanas passassem a operar nas aacuteguas
europeacuteias
Em 2002 foi aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da Uniatildeo
Europeacuteia o Regulamento (CE) nordm 4172002 relativo agrave introduccedilatildeo acelerada dos
requisitos de construccedilatildeo em casco duplo ou equivalente para os navios petroleiros de
casco simples Os prazos fixados em tal Regulamento estatildeo em consonacircncia aos
estabelecidos pela Marpol em 2001 jaacute referidos
Em resposta ao acidente com o Prestige a Comissatildeo das Comunidades
Europeacuteias enviou comunicaccedilatildeo ao Parlamento Europeu contendo as medidas que
considera necessaacuterias para melhorar as condiccedilotildees de seguranccedila no mar
Entre as medidas propostas podem ser citadas
- acelerar a implantaccedilatildeo da Agecircncia Europeacuteia de Seguranccedila Mariacutetima
- monitorar mais estreitamente a accedilatildeo das sociedades de classificaccedilatildeo
- publicar uma lista negra dos navios que tenham sido detidos repetidamente nos
uacuteltimos dois ou trecircs anos e bani-los das aacuteguas europeacuteias
- adotar as medidas necessaacuterias para alcanccedilar suficiente taxa de inspeccedilatildeo em
todos os portos da Uniatildeo Europeacuteia
- estabelecer um fundo suplementar ateacute 2003 para a compensaccedilatildeo da poluiccedilatildeo
por oacuteleo de forma a cobrir danos em ateacute EUR 1 bilhatildeo (o limite internacional eacute de EUR
185 milhotildees)
- propor regulamentaccedilatildeo destinada a proibir o transporte de oacuteleo combustiacutevel
pesado em navios de casco simples que se destinem a portos europeus ou deles partam
- rever a niacutevel internacional aspectos quanto agrave responsabilidade e agrave
compensaccedilatildeo pela poluiccedilatildeo por oacuteleo de forma a aplicar mais estritamente o princiacutepio do
poluidor-pagador
- introduzir sanccedilotildees penais contra qualquer pessoa (inclusive juriacutedica) que tenha
provocado poluiccedilatildeo
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Deve-se ressaltar que quanto a este uacuteltimo aspecto a legislaccedilatildeo brasileira eacute
bastante moderna destacando-se a Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 que ldquodispotildee
sobre as sanccedilotildees penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente e daacute outras providecircnciasrsquo e a Lei nordm 9966 de 28 de abril de 2000 que
ldquodispotildee sobre a prevenccedilatildeo o controle e a fiscalizaccedilatildeo da poluiccedilatildeo causada por
lanccedilamento de oacuteleo e outras substacircncias nocivas ou perigosas em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo
nacional e daacute outras providecircnciasrdquo e a Lei nordm 9537 de 11 de dezembro de 1997 que
ldquodispotildee sobre a seguranccedila do traacutefego aquaviaacuterio em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo nacional e daacute
outras providecircnciasrdquo
Outra questatildeo eacute relativa a exigecircncias quanto ao tipo de navio Embora a
desativaccedilatildeo de navios de casco simples na Europa comece a partir de 2003 jaacute se
verifica uma tendecircncia de substituiccedilatildeo de navios de casco simples por navios de casco
duplo De acordo com dados da Intertanko a proporccedilatildeo de navios-tanque de casco
duplo aumentou de 39 da frota mundial em 2000 para 51 em 2002 estimando-se
que em 2007 75 dos navios-tanque seratildeo de casco duplo
Com regras americanas e europeacuteias mais riacutegidas que as normas internacionais a
tendecircncia eacute que os navios com casco simples passem a operar ateacute o prazo limite nos
paiacuteses menos exigentes
Uma das recomendaccedilotildees da Comissatildeo das Comunidades Europeacuteias refere-se agrave
proibiccedilatildeo do transporte de oacuteleo combustiacutevel pesado em navios de casco simples Tal
medida justifica-se em razatildeo desse tipo de produto petroliacutefero ser um dos mais
poluentes Devido ao baixo valor comercial e comparativamente a outros produtos
petroliacuteferos apresentar pequeno risco de fogo ou explosatildeo tem sido frequumlentemente
transportado por navios mais velhos proacuteximos ao final de sua vida uacutetil isto eacute os que
apresentam maior risco
Outro aspecto de importacircncia a ser abordado refere-se agrave inspeccedilatildeo dos navios
Afinal de nada adianta ter leis com puniccedilotildees severas se os mecanismos destinados a
fazecirc-las cumprir natildeo estatildeo em franca operaccedilatildeo Assim caberia indicaccedilatildeo ao Poder
Executivo propondo maior abrangecircncia e maior rigor nas exigecircncias quanto agrave inspeccedilatildeo
dos navios petroleiros que transitam em aacuteguas brasileiras
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11 Procedimentos antes da chegada ao porto
Os preparativos e procedimento efetuados antes da chegada devem assegurar que a operaccedilatildeo transcorra de maneira eficaz e segura
O comandante deve ter agrave sua disposiccedilatildeo informaccedilotildees que seratildeo exigidas pelo terminal Devem ser consultados o Guide to Port Entry o agente e caso disponiacuteveis os folhetos atualizados com informaccedilotildees sobre os terminais
As operaccedilotildees previstas para o porto devem ser planejadas antecipadamente e provadas pelo comandante devendo ser discutidas com todos os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo Todos devem ter em mente a seguranccedila em primeiro lugar
Devem ser tambeacutem discutidos outros detalhes relativos agrave operaccedilatildeo tais como
bull Previsatildeo de atracaccedilatildeo
bull Caracteriacutesticas e cuidados com os produtos a serem manuseados
bull Abastecimento
bull Restriccedilotildees do terminal
bull Descarga de resiacuteduo oleoso Slop
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12 Plano de carga
A finalidade da elaboraccedilatildeo de um plano de carga eacute garantir que a operaccedilatildeo transcorra de forma segura mantendo as condiccedilotildees de estabilidade e esforccedilos dentro dos limites admissiacuteveis aleacutem de permitir aos envolvidos nas operaccedilotildees uma fonte de consulta raacutepida e de faacutecil entendimento em qualquer estaacutegio da operaccedilatildeo
No plano de carga que deve ser elaborado pelo imediato eacute de grande importacircncia a observar os detalhes na distribuiccedilatildeo de carga
Para isto o imediato de posse da programaccedilatildeo deve planejar a distribuiccedilatildeo de carga a bordo levando em consideraccedilatildeo a total seguranccedila da carga e do pessoal envolvidos nas operaccedilotildees tais como
bull Quantidade densidade e caracteriacutesticas da carga
bull Segregaccedilatildeo e compatibilidade das cargas
bull Abastecimento e transferecircncia de consumiacuteveis
bull Calados em todas as etapas da viagem
bull Calado aeacutereo
bull Densidade da aacutegua nos portos
bull Zonas de linhas de carga durante a travessia (Borda livre)
bull Profundidade abaixo da quilha e efeito squat
bull Condiccedilotildees de navegabilidade esforccedilos e estabilidade durante a operaccedilatildeo e a
viagem
bull Necessidade de limpeza de tanques
bull Disponibilidade de tanques de resiacuteduo (slop)
bull Expansatildeo da carga devido aumento de temperatura
bull Sequecircncia dos produtos a serem operados no porto
O formulaacuterio Plano de Carga eacute composto das seguintes partes
bull Informaccedilotildees gerais nessa parte devem ser preenchidos os dados relativos ao
porto tipo de operaccedilatildeo e produtos manuseados
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bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e
final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e
ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no
diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e
banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem
indicada deve ser corrigida para trim e banda
bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a
sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees
o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que
seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo
o Ulagens finais dos tanques
o Sequencia dos tanques a serem operados
o Cuidados com aquecimento de carga
o Procedimentos para
Iniacutecio da operaccedilatildeo
Troca de tanques
Lastrodeslastro
Top ou drenagem
Monitoramento durante a operaccedilatildeo
Limpeza de tanques
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13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo
Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens
bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram
preparados e aprovados pelo comandante
bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na
operaccedilatildeo
bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto
bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte
bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias
bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas
bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga
bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas
condiccedilotildees
bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo
bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o
modelo ANVISA
bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II
bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto
bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando
a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso
bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de
niacutevel alto dos tanques de carga
bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas
bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas
bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado
bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar
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bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes
(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)
bull Bujonar os embornais
bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis
de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas
bull Posicionar o kit SOPEP
bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas
bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe
inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga
bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e
equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso
bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas
bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados
bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo
bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)
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14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo
Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias
Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado
O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo
Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos
As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato
As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal
A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados
Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos
bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo
bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list
bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois
tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes
principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do
manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como
Amarraccedilatildeo do navio
Cabos de seguranccedila
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Embornais
Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo
Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do
bordo oposto
bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser
acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo
movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada
bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar
caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por
oacuteleo
bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento
das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente
Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a
ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o
cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo
Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas
devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo
As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as
orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo
Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas
de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas
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15 Limpeza de tanques
A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os
seguintes objetivos
bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto
que seraacute carregado
bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo
bull Inspeccedilatildeo de tanques
bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas
A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado
Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da
MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas
A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do
afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide
No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de
incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel
e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos
perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo
aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)
O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma
atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um
tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a
inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de
cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer
Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim
de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio
natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva
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16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas
As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para
serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S
(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)
Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem
presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga
(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo
estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S
As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for
ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao
vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de
gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados
Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o
equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade
do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto
inclui as seguintes atividades
bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem
bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a
desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga
bull Limpeza de filtros
bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees
bull Limpeza de derrames
Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo
conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com
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cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
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Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
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18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
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Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
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Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
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CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
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Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
17
Outros graves episoacutedios contudo continuaram a ocorrer entre os quais o
provocado pelo Exxon Valdez em 1989 no Alasca que constitui um dos mais nefastos
em termos ecoloacutegicos
Apoacutes o acidente em suas aacuteguas os Estados Unidos adotaram unilateralmente
uma legislaccedilatildeo mais severa que as normas da Marpol para a prevenccedilatildeo da poluiccedilatildeo por
oacuteleo o Oil Pollution Act ndash OPA-90 de 1990 Na lei americana entre outros
dispositivos haacute exigecircncias de casco duplo para os petroleiros construiacutedos a partir de
entatildeo e um cronograma de retirada de serviccedilo dos navios de casco simples construiacutedos
antes de 1990 de acordo com a capacidade do navio e sua idade Conforme essa lei os
navios petroleiros de casco simples sem duplo fundo ou costado duplo natildeo seratildeo
autorizados a operar em aacuteguas norte-americanas a partir de 1ordm de janeiro de 2010 a
menos que satisfaccedilam o requisito antes apontado Aleacutem disso nos cinco anos que
antecedem essa data limite ou seja a partir de 2005 os referidos petroleiros natildeo
poderatildeo operar em aacuteguas norte-americanas logo que atinjam 25 anos de idade ou 23 em
alguns casos Relativamente aos navios petroleiros de casco simples com duplo fundo
ou costado duplo (petroleiros de casco simples com a zona dos tanques de carga
parcialmente protegida por tanques de lastro segregado) a data limite eacute fixada em 1ordm de
janeiro de 2015 e o limite de idade no periacuteodo de 2005 a 2015 em 30 anos ou 28 anos
em alguns casos
Mediante o OPA-90 tambeacutem foi criado um fundo para custear a recuperaccedilatildeo
dos danos natildeo cobertos pelos responsaacuteveis Esse fundo eacute constituiacutedo pela cobranccedila de
cinco centavos por barril de petroacuteleo O total disponiacutevel para cada acidente foi limitado
ao maacuteximo de US$ 1 bilhatildeo
Em razatildeo das regras da Marpol terem menor abrangecircncia e serem menos riacutegidas
que as normas americanas a Comissatildeo das Comunidades Europeacuteias apoacutes o acidente
com o Erika em 1999 apresentou ao parlamento Europeu uma proposta de poliacutetica de
seguranccedila mariacutetima compreendendo a organizaccedilatildeo a niacutevel comunitaacuterio de uma
aplicaccedilatildeo mais estrita das convenccedilotildees internacionais e a adoccedilatildeo de disposiccedilotildees
especificamente comunitaacuterias nos casos em que as normas da OMI satildeo inexistentes ou
insuficientes Figurava na proposta um cronograma de desativaccedilatildeo de navios de casco
simples com prazos inferiores aos que haviam sido estabelecidos pela Marpol em 1992
18
para evitar que navios banidos das aacuteguas americanas passassem a operar nas aacuteguas
europeacuteias
Em 2002 foi aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da Uniatildeo
Europeacuteia o Regulamento (CE) nordm 4172002 relativo agrave introduccedilatildeo acelerada dos
requisitos de construccedilatildeo em casco duplo ou equivalente para os navios petroleiros de
casco simples Os prazos fixados em tal Regulamento estatildeo em consonacircncia aos
estabelecidos pela Marpol em 2001 jaacute referidos
Em resposta ao acidente com o Prestige a Comissatildeo das Comunidades
Europeacuteias enviou comunicaccedilatildeo ao Parlamento Europeu contendo as medidas que
considera necessaacuterias para melhorar as condiccedilotildees de seguranccedila no mar
Entre as medidas propostas podem ser citadas
- acelerar a implantaccedilatildeo da Agecircncia Europeacuteia de Seguranccedila Mariacutetima
- monitorar mais estreitamente a accedilatildeo das sociedades de classificaccedilatildeo
- publicar uma lista negra dos navios que tenham sido detidos repetidamente nos
uacuteltimos dois ou trecircs anos e bani-los das aacuteguas europeacuteias
- adotar as medidas necessaacuterias para alcanccedilar suficiente taxa de inspeccedilatildeo em
todos os portos da Uniatildeo Europeacuteia
- estabelecer um fundo suplementar ateacute 2003 para a compensaccedilatildeo da poluiccedilatildeo
por oacuteleo de forma a cobrir danos em ateacute EUR 1 bilhatildeo (o limite internacional eacute de EUR
185 milhotildees)
- propor regulamentaccedilatildeo destinada a proibir o transporte de oacuteleo combustiacutevel
pesado em navios de casco simples que se destinem a portos europeus ou deles partam
- rever a niacutevel internacional aspectos quanto agrave responsabilidade e agrave
compensaccedilatildeo pela poluiccedilatildeo por oacuteleo de forma a aplicar mais estritamente o princiacutepio do
poluidor-pagador
- introduzir sanccedilotildees penais contra qualquer pessoa (inclusive juriacutedica) que tenha
provocado poluiccedilatildeo
19
Deve-se ressaltar que quanto a este uacuteltimo aspecto a legislaccedilatildeo brasileira eacute
bastante moderna destacando-se a Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 que ldquodispotildee
sobre as sanccedilotildees penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente e daacute outras providecircnciasrsquo e a Lei nordm 9966 de 28 de abril de 2000 que
ldquodispotildee sobre a prevenccedilatildeo o controle e a fiscalizaccedilatildeo da poluiccedilatildeo causada por
lanccedilamento de oacuteleo e outras substacircncias nocivas ou perigosas em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo
nacional e daacute outras providecircnciasrdquo e a Lei nordm 9537 de 11 de dezembro de 1997 que
ldquodispotildee sobre a seguranccedila do traacutefego aquaviaacuterio em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo nacional e daacute
outras providecircnciasrdquo
Outra questatildeo eacute relativa a exigecircncias quanto ao tipo de navio Embora a
desativaccedilatildeo de navios de casco simples na Europa comece a partir de 2003 jaacute se
verifica uma tendecircncia de substituiccedilatildeo de navios de casco simples por navios de casco
duplo De acordo com dados da Intertanko a proporccedilatildeo de navios-tanque de casco
duplo aumentou de 39 da frota mundial em 2000 para 51 em 2002 estimando-se
que em 2007 75 dos navios-tanque seratildeo de casco duplo
Com regras americanas e europeacuteias mais riacutegidas que as normas internacionais a
tendecircncia eacute que os navios com casco simples passem a operar ateacute o prazo limite nos
paiacuteses menos exigentes
Uma das recomendaccedilotildees da Comissatildeo das Comunidades Europeacuteias refere-se agrave
proibiccedilatildeo do transporte de oacuteleo combustiacutevel pesado em navios de casco simples Tal
medida justifica-se em razatildeo desse tipo de produto petroliacutefero ser um dos mais
poluentes Devido ao baixo valor comercial e comparativamente a outros produtos
petroliacuteferos apresentar pequeno risco de fogo ou explosatildeo tem sido frequumlentemente
transportado por navios mais velhos proacuteximos ao final de sua vida uacutetil isto eacute os que
apresentam maior risco
Outro aspecto de importacircncia a ser abordado refere-se agrave inspeccedilatildeo dos navios
Afinal de nada adianta ter leis com puniccedilotildees severas se os mecanismos destinados a
fazecirc-las cumprir natildeo estatildeo em franca operaccedilatildeo Assim caberia indicaccedilatildeo ao Poder
Executivo propondo maior abrangecircncia e maior rigor nas exigecircncias quanto agrave inspeccedilatildeo
dos navios petroleiros que transitam em aacuteguas brasileiras
20
11 Procedimentos antes da chegada ao porto
Os preparativos e procedimento efetuados antes da chegada devem assegurar que a operaccedilatildeo transcorra de maneira eficaz e segura
O comandante deve ter agrave sua disposiccedilatildeo informaccedilotildees que seratildeo exigidas pelo terminal Devem ser consultados o Guide to Port Entry o agente e caso disponiacuteveis os folhetos atualizados com informaccedilotildees sobre os terminais
As operaccedilotildees previstas para o porto devem ser planejadas antecipadamente e provadas pelo comandante devendo ser discutidas com todos os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo Todos devem ter em mente a seguranccedila em primeiro lugar
Devem ser tambeacutem discutidos outros detalhes relativos agrave operaccedilatildeo tais como
bull Previsatildeo de atracaccedilatildeo
bull Caracteriacutesticas e cuidados com os produtos a serem manuseados
bull Abastecimento
bull Restriccedilotildees do terminal
bull Descarga de resiacuteduo oleoso Slop
21
12 Plano de carga
A finalidade da elaboraccedilatildeo de um plano de carga eacute garantir que a operaccedilatildeo transcorra de forma segura mantendo as condiccedilotildees de estabilidade e esforccedilos dentro dos limites admissiacuteveis aleacutem de permitir aos envolvidos nas operaccedilotildees uma fonte de consulta raacutepida e de faacutecil entendimento em qualquer estaacutegio da operaccedilatildeo
No plano de carga que deve ser elaborado pelo imediato eacute de grande importacircncia a observar os detalhes na distribuiccedilatildeo de carga
Para isto o imediato de posse da programaccedilatildeo deve planejar a distribuiccedilatildeo de carga a bordo levando em consideraccedilatildeo a total seguranccedila da carga e do pessoal envolvidos nas operaccedilotildees tais como
bull Quantidade densidade e caracteriacutesticas da carga
bull Segregaccedilatildeo e compatibilidade das cargas
bull Abastecimento e transferecircncia de consumiacuteveis
bull Calados em todas as etapas da viagem
bull Calado aeacutereo
bull Densidade da aacutegua nos portos
bull Zonas de linhas de carga durante a travessia (Borda livre)
bull Profundidade abaixo da quilha e efeito squat
bull Condiccedilotildees de navegabilidade esforccedilos e estabilidade durante a operaccedilatildeo e a
viagem
bull Necessidade de limpeza de tanques
bull Disponibilidade de tanques de resiacuteduo (slop)
bull Expansatildeo da carga devido aumento de temperatura
bull Sequecircncia dos produtos a serem operados no porto
O formulaacuterio Plano de Carga eacute composto das seguintes partes
bull Informaccedilotildees gerais nessa parte devem ser preenchidos os dados relativos ao
porto tipo de operaccedilatildeo e produtos manuseados
22
bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e
final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e
ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no
diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e
banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem
indicada deve ser corrigida para trim e banda
bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a
sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees
o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que
seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo
o Ulagens finais dos tanques
o Sequencia dos tanques a serem operados
o Cuidados com aquecimento de carga
o Procedimentos para
Iniacutecio da operaccedilatildeo
Troca de tanques
Lastrodeslastro
Top ou drenagem
Monitoramento durante a operaccedilatildeo
Limpeza de tanques
23
13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo
Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens
bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram
preparados e aprovados pelo comandante
bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na
operaccedilatildeo
bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto
bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte
bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias
bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas
bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga
bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas
condiccedilotildees
bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo
bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o
modelo ANVISA
bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II
bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto
bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando
a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso
bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de
niacutevel alto dos tanques de carga
bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas
bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas
bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado
bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar
24
bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes
(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)
bull Bujonar os embornais
bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis
de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas
bull Posicionar o kit SOPEP
bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas
bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe
inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga
bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e
equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso
bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas
bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados
bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo
bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)
25
14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo
Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias
Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado
O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo
Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos
As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato
As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal
A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados
Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos
bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo
bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list
bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois
tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes
principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do
manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como
Amarraccedilatildeo do navio
Cabos de seguranccedila
26
Embornais
Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo
Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do
bordo oposto
bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser
acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo
movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada
bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar
caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por
oacuteleo
bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento
das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente
Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a
ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o
cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo
Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas
devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo
As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as
orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo
Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas
de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas
27
15 Limpeza de tanques
A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os
seguintes objetivos
bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto
que seraacute carregado
bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo
bull Inspeccedilatildeo de tanques
bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas
A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado
Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da
MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas
A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do
afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide
No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de
incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel
e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos
perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo
aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)
O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma
atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um
tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a
inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de
cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer
Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim
de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio
natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva
28
16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas
As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para
serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S
(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)
Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem
presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga
(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo
estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S
As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for
ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao
vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de
gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados
Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o
equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade
do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto
inclui as seguintes atividades
bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem
bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a
desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga
bull Limpeza de filtros
bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees
bull Limpeza de derrames
Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo
conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com
29
cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
30
Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
18
para evitar que navios banidos das aacuteguas americanas passassem a operar nas aacuteguas
europeacuteias
Em 2002 foi aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da Uniatildeo
Europeacuteia o Regulamento (CE) nordm 4172002 relativo agrave introduccedilatildeo acelerada dos
requisitos de construccedilatildeo em casco duplo ou equivalente para os navios petroleiros de
casco simples Os prazos fixados em tal Regulamento estatildeo em consonacircncia aos
estabelecidos pela Marpol em 2001 jaacute referidos
Em resposta ao acidente com o Prestige a Comissatildeo das Comunidades
Europeacuteias enviou comunicaccedilatildeo ao Parlamento Europeu contendo as medidas que
considera necessaacuterias para melhorar as condiccedilotildees de seguranccedila no mar
Entre as medidas propostas podem ser citadas
- acelerar a implantaccedilatildeo da Agecircncia Europeacuteia de Seguranccedila Mariacutetima
- monitorar mais estreitamente a accedilatildeo das sociedades de classificaccedilatildeo
- publicar uma lista negra dos navios que tenham sido detidos repetidamente nos
uacuteltimos dois ou trecircs anos e bani-los das aacuteguas europeacuteias
- adotar as medidas necessaacuterias para alcanccedilar suficiente taxa de inspeccedilatildeo em
todos os portos da Uniatildeo Europeacuteia
- estabelecer um fundo suplementar ateacute 2003 para a compensaccedilatildeo da poluiccedilatildeo
por oacuteleo de forma a cobrir danos em ateacute EUR 1 bilhatildeo (o limite internacional eacute de EUR
185 milhotildees)
- propor regulamentaccedilatildeo destinada a proibir o transporte de oacuteleo combustiacutevel
pesado em navios de casco simples que se destinem a portos europeus ou deles partam
- rever a niacutevel internacional aspectos quanto agrave responsabilidade e agrave
compensaccedilatildeo pela poluiccedilatildeo por oacuteleo de forma a aplicar mais estritamente o princiacutepio do
poluidor-pagador
- introduzir sanccedilotildees penais contra qualquer pessoa (inclusive juriacutedica) que tenha
provocado poluiccedilatildeo
19
Deve-se ressaltar que quanto a este uacuteltimo aspecto a legislaccedilatildeo brasileira eacute
bastante moderna destacando-se a Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 que ldquodispotildee
sobre as sanccedilotildees penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente e daacute outras providecircnciasrsquo e a Lei nordm 9966 de 28 de abril de 2000 que
ldquodispotildee sobre a prevenccedilatildeo o controle e a fiscalizaccedilatildeo da poluiccedilatildeo causada por
lanccedilamento de oacuteleo e outras substacircncias nocivas ou perigosas em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo
nacional e daacute outras providecircnciasrdquo e a Lei nordm 9537 de 11 de dezembro de 1997 que
ldquodispotildee sobre a seguranccedila do traacutefego aquaviaacuterio em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo nacional e daacute
outras providecircnciasrdquo
Outra questatildeo eacute relativa a exigecircncias quanto ao tipo de navio Embora a
desativaccedilatildeo de navios de casco simples na Europa comece a partir de 2003 jaacute se
verifica uma tendecircncia de substituiccedilatildeo de navios de casco simples por navios de casco
duplo De acordo com dados da Intertanko a proporccedilatildeo de navios-tanque de casco
duplo aumentou de 39 da frota mundial em 2000 para 51 em 2002 estimando-se
que em 2007 75 dos navios-tanque seratildeo de casco duplo
Com regras americanas e europeacuteias mais riacutegidas que as normas internacionais a
tendecircncia eacute que os navios com casco simples passem a operar ateacute o prazo limite nos
paiacuteses menos exigentes
Uma das recomendaccedilotildees da Comissatildeo das Comunidades Europeacuteias refere-se agrave
proibiccedilatildeo do transporte de oacuteleo combustiacutevel pesado em navios de casco simples Tal
medida justifica-se em razatildeo desse tipo de produto petroliacutefero ser um dos mais
poluentes Devido ao baixo valor comercial e comparativamente a outros produtos
petroliacuteferos apresentar pequeno risco de fogo ou explosatildeo tem sido frequumlentemente
transportado por navios mais velhos proacuteximos ao final de sua vida uacutetil isto eacute os que
apresentam maior risco
Outro aspecto de importacircncia a ser abordado refere-se agrave inspeccedilatildeo dos navios
Afinal de nada adianta ter leis com puniccedilotildees severas se os mecanismos destinados a
fazecirc-las cumprir natildeo estatildeo em franca operaccedilatildeo Assim caberia indicaccedilatildeo ao Poder
Executivo propondo maior abrangecircncia e maior rigor nas exigecircncias quanto agrave inspeccedilatildeo
dos navios petroleiros que transitam em aacuteguas brasileiras
20
11 Procedimentos antes da chegada ao porto
Os preparativos e procedimento efetuados antes da chegada devem assegurar que a operaccedilatildeo transcorra de maneira eficaz e segura
O comandante deve ter agrave sua disposiccedilatildeo informaccedilotildees que seratildeo exigidas pelo terminal Devem ser consultados o Guide to Port Entry o agente e caso disponiacuteveis os folhetos atualizados com informaccedilotildees sobre os terminais
As operaccedilotildees previstas para o porto devem ser planejadas antecipadamente e provadas pelo comandante devendo ser discutidas com todos os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo Todos devem ter em mente a seguranccedila em primeiro lugar
Devem ser tambeacutem discutidos outros detalhes relativos agrave operaccedilatildeo tais como
bull Previsatildeo de atracaccedilatildeo
bull Caracteriacutesticas e cuidados com os produtos a serem manuseados
bull Abastecimento
bull Restriccedilotildees do terminal
bull Descarga de resiacuteduo oleoso Slop
21
12 Plano de carga
A finalidade da elaboraccedilatildeo de um plano de carga eacute garantir que a operaccedilatildeo transcorra de forma segura mantendo as condiccedilotildees de estabilidade e esforccedilos dentro dos limites admissiacuteveis aleacutem de permitir aos envolvidos nas operaccedilotildees uma fonte de consulta raacutepida e de faacutecil entendimento em qualquer estaacutegio da operaccedilatildeo
No plano de carga que deve ser elaborado pelo imediato eacute de grande importacircncia a observar os detalhes na distribuiccedilatildeo de carga
Para isto o imediato de posse da programaccedilatildeo deve planejar a distribuiccedilatildeo de carga a bordo levando em consideraccedilatildeo a total seguranccedila da carga e do pessoal envolvidos nas operaccedilotildees tais como
bull Quantidade densidade e caracteriacutesticas da carga
bull Segregaccedilatildeo e compatibilidade das cargas
bull Abastecimento e transferecircncia de consumiacuteveis
bull Calados em todas as etapas da viagem
bull Calado aeacutereo
bull Densidade da aacutegua nos portos
bull Zonas de linhas de carga durante a travessia (Borda livre)
bull Profundidade abaixo da quilha e efeito squat
bull Condiccedilotildees de navegabilidade esforccedilos e estabilidade durante a operaccedilatildeo e a
viagem
bull Necessidade de limpeza de tanques
bull Disponibilidade de tanques de resiacuteduo (slop)
bull Expansatildeo da carga devido aumento de temperatura
bull Sequecircncia dos produtos a serem operados no porto
O formulaacuterio Plano de Carga eacute composto das seguintes partes
bull Informaccedilotildees gerais nessa parte devem ser preenchidos os dados relativos ao
porto tipo de operaccedilatildeo e produtos manuseados
22
bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e
final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e
ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no
diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e
banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem
indicada deve ser corrigida para trim e banda
bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a
sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees
o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que
seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo
o Ulagens finais dos tanques
o Sequencia dos tanques a serem operados
o Cuidados com aquecimento de carga
o Procedimentos para
Iniacutecio da operaccedilatildeo
Troca de tanques
Lastrodeslastro
Top ou drenagem
Monitoramento durante a operaccedilatildeo
Limpeza de tanques
23
13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo
Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens
bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram
preparados e aprovados pelo comandante
bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na
operaccedilatildeo
bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto
bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte
bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias
bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas
bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga
bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas
condiccedilotildees
bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo
bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o
modelo ANVISA
bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II
bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto
bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando
a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso
bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de
niacutevel alto dos tanques de carga
bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas
bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas
bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado
bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar
24
bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes
(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)
bull Bujonar os embornais
bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis
de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas
bull Posicionar o kit SOPEP
bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas
bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe
inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga
bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e
equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso
bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas
bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados
bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo
bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)
25
14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo
Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias
Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado
O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo
Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos
As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato
As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal
A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados
Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos
bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo
bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list
bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois
tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes
principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do
manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como
Amarraccedilatildeo do navio
Cabos de seguranccedila
26
Embornais
Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo
Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do
bordo oposto
bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser
acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo
movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada
bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar
caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por
oacuteleo
bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento
das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente
Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a
ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o
cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo
Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas
devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo
As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as
orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo
Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas
de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas
27
15 Limpeza de tanques
A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os
seguintes objetivos
bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto
que seraacute carregado
bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo
bull Inspeccedilatildeo de tanques
bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas
A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado
Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da
MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas
A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do
afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide
No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de
incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel
e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos
perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo
aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)
O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma
atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um
tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a
inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de
cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer
Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim
de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio
natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva
28
16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas
As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para
serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S
(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)
Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem
presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga
(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo
estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S
As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for
ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao
vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de
gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados
Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o
equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade
do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto
inclui as seguintes atividades
bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem
bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a
desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga
bull Limpeza de filtros
bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees
bull Limpeza de derrames
Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo
conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com
29
cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
30
Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
19
Deve-se ressaltar que quanto a este uacuteltimo aspecto a legislaccedilatildeo brasileira eacute
bastante moderna destacando-se a Lei nordm 9605 de 12 de fevereiro de 1998 que ldquodispotildee
sobre as sanccedilotildees penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente e daacute outras providecircnciasrsquo e a Lei nordm 9966 de 28 de abril de 2000 que
ldquodispotildee sobre a prevenccedilatildeo o controle e a fiscalizaccedilatildeo da poluiccedilatildeo causada por
lanccedilamento de oacuteleo e outras substacircncias nocivas ou perigosas em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo
nacional e daacute outras providecircnciasrdquo e a Lei nordm 9537 de 11 de dezembro de 1997 que
ldquodispotildee sobre a seguranccedila do traacutefego aquaviaacuterio em aacuteguas sob jurisdiccedilatildeo nacional e daacute
outras providecircnciasrdquo
Outra questatildeo eacute relativa a exigecircncias quanto ao tipo de navio Embora a
desativaccedilatildeo de navios de casco simples na Europa comece a partir de 2003 jaacute se
verifica uma tendecircncia de substituiccedilatildeo de navios de casco simples por navios de casco
duplo De acordo com dados da Intertanko a proporccedilatildeo de navios-tanque de casco
duplo aumentou de 39 da frota mundial em 2000 para 51 em 2002 estimando-se
que em 2007 75 dos navios-tanque seratildeo de casco duplo
Com regras americanas e europeacuteias mais riacutegidas que as normas internacionais a
tendecircncia eacute que os navios com casco simples passem a operar ateacute o prazo limite nos
paiacuteses menos exigentes
Uma das recomendaccedilotildees da Comissatildeo das Comunidades Europeacuteias refere-se agrave
proibiccedilatildeo do transporte de oacuteleo combustiacutevel pesado em navios de casco simples Tal
medida justifica-se em razatildeo desse tipo de produto petroliacutefero ser um dos mais
poluentes Devido ao baixo valor comercial e comparativamente a outros produtos
petroliacuteferos apresentar pequeno risco de fogo ou explosatildeo tem sido frequumlentemente
transportado por navios mais velhos proacuteximos ao final de sua vida uacutetil isto eacute os que
apresentam maior risco
Outro aspecto de importacircncia a ser abordado refere-se agrave inspeccedilatildeo dos navios
Afinal de nada adianta ter leis com puniccedilotildees severas se os mecanismos destinados a
fazecirc-las cumprir natildeo estatildeo em franca operaccedilatildeo Assim caberia indicaccedilatildeo ao Poder
Executivo propondo maior abrangecircncia e maior rigor nas exigecircncias quanto agrave inspeccedilatildeo
dos navios petroleiros que transitam em aacuteguas brasileiras
20
11 Procedimentos antes da chegada ao porto
Os preparativos e procedimento efetuados antes da chegada devem assegurar que a operaccedilatildeo transcorra de maneira eficaz e segura
O comandante deve ter agrave sua disposiccedilatildeo informaccedilotildees que seratildeo exigidas pelo terminal Devem ser consultados o Guide to Port Entry o agente e caso disponiacuteveis os folhetos atualizados com informaccedilotildees sobre os terminais
As operaccedilotildees previstas para o porto devem ser planejadas antecipadamente e provadas pelo comandante devendo ser discutidas com todos os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo Todos devem ter em mente a seguranccedila em primeiro lugar
Devem ser tambeacutem discutidos outros detalhes relativos agrave operaccedilatildeo tais como
bull Previsatildeo de atracaccedilatildeo
bull Caracteriacutesticas e cuidados com os produtos a serem manuseados
bull Abastecimento
bull Restriccedilotildees do terminal
bull Descarga de resiacuteduo oleoso Slop
21
12 Plano de carga
A finalidade da elaboraccedilatildeo de um plano de carga eacute garantir que a operaccedilatildeo transcorra de forma segura mantendo as condiccedilotildees de estabilidade e esforccedilos dentro dos limites admissiacuteveis aleacutem de permitir aos envolvidos nas operaccedilotildees uma fonte de consulta raacutepida e de faacutecil entendimento em qualquer estaacutegio da operaccedilatildeo
No plano de carga que deve ser elaborado pelo imediato eacute de grande importacircncia a observar os detalhes na distribuiccedilatildeo de carga
Para isto o imediato de posse da programaccedilatildeo deve planejar a distribuiccedilatildeo de carga a bordo levando em consideraccedilatildeo a total seguranccedila da carga e do pessoal envolvidos nas operaccedilotildees tais como
bull Quantidade densidade e caracteriacutesticas da carga
bull Segregaccedilatildeo e compatibilidade das cargas
bull Abastecimento e transferecircncia de consumiacuteveis
bull Calados em todas as etapas da viagem
bull Calado aeacutereo
bull Densidade da aacutegua nos portos
bull Zonas de linhas de carga durante a travessia (Borda livre)
bull Profundidade abaixo da quilha e efeito squat
bull Condiccedilotildees de navegabilidade esforccedilos e estabilidade durante a operaccedilatildeo e a
viagem
bull Necessidade de limpeza de tanques
bull Disponibilidade de tanques de resiacuteduo (slop)
bull Expansatildeo da carga devido aumento de temperatura
bull Sequecircncia dos produtos a serem operados no porto
O formulaacuterio Plano de Carga eacute composto das seguintes partes
bull Informaccedilotildees gerais nessa parte devem ser preenchidos os dados relativos ao
porto tipo de operaccedilatildeo e produtos manuseados
22
bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e
final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e
ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no
diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e
banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem
indicada deve ser corrigida para trim e banda
bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a
sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees
o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que
seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo
o Ulagens finais dos tanques
o Sequencia dos tanques a serem operados
o Cuidados com aquecimento de carga
o Procedimentos para
Iniacutecio da operaccedilatildeo
Troca de tanques
Lastrodeslastro
Top ou drenagem
Monitoramento durante a operaccedilatildeo
Limpeza de tanques
23
13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo
Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens
bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram
preparados e aprovados pelo comandante
bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na
operaccedilatildeo
bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto
bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte
bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias
bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas
bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga
bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas
condiccedilotildees
bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo
bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o
modelo ANVISA
bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II
bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto
bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando
a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso
bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de
niacutevel alto dos tanques de carga
bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas
bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas
bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado
bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar
24
bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes
(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)
bull Bujonar os embornais
bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis
de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas
bull Posicionar o kit SOPEP
bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas
bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe
inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga
bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e
equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso
bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas
bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados
bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo
bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)
25
14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo
Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias
Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado
O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo
Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos
As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato
As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal
A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados
Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos
bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo
bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list
bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois
tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes
principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do
manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como
Amarraccedilatildeo do navio
Cabos de seguranccedila
26
Embornais
Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo
Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do
bordo oposto
bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser
acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo
movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada
bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar
caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por
oacuteleo
bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento
das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente
Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a
ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o
cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo
Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas
devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo
As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as
orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo
Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas
de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas
27
15 Limpeza de tanques
A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os
seguintes objetivos
bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto
que seraacute carregado
bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo
bull Inspeccedilatildeo de tanques
bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas
A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado
Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da
MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas
A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do
afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide
No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de
incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel
e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos
perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo
aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)
O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma
atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um
tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a
inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de
cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer
Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim
de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio
natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva
28
16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas
As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para
serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S
(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)
Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem
presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga
(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo
estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S
As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for
ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao
vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de
gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados
Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o
equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade
do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto
inclui as seguintes atividades
bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem
bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a
desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga
bull Limpeza de filtros
bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees
bull Limpeza de derrames
Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo
conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com
29
cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
30
Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
20
11 Procedimentos antes da chegada ao porto
Os preparativos e procedimento efetuados antes da chegada devem assegurar que a operaccedilatildeo transcorra de maneira eficaz e segura
O comandante deve ter agrave sua disposiccedilatildeo informaccedilotildees que seratildeo exigidas pelo terminal Devem ser consultados o Guide to Port Entry o agente e caso disponiacuteveis os folhetos atualizados com informaccedilotildees sobre os terminais
As operaccedilotildees previstas para o porto devem ser planejadas antecipadamente e provadas pelo comandante devendo ser discutidas com todos os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo Todos devem ter em mente a seguranccedila em primeiro lugar
Devem ser tambeacutem discutidos outros detalhes relativos agrave operaccedilatildeo tais como
bull Previsatildeo de atracaccedilatildeo
bull Caracteriacutesticas e cuidados com os produtos a serem manuseados
bull Abastecimento
bull Restriccedilotildees do terminal
bull Descarga de resiacuteduo oleoso Slop
21
12 Plano de carga
A finalidade da elaboraccedilatildeo de um plano de carga eacute garantir que a operaccedilatildeo transcorra de forma segura mantendo as condiccedilotildees de estabilidade e esforccedilos dentro dos limites admissiacuteveis aleacutem de permitir aos envolvidos nas operaccedilotildees uma fonte de consulta raacutepida e de faacutecil entendimento em qualquer estaacutegio da operaccedilatildeo
No plano de carga que deve ser elaborado pelo imediato eacute de grande importacircncia a observar os detalhes na distribuiccedilatildeo de carga
Para isto o imediato de posse da programaccedilatildeo deve planejar a distribuiccedilatildeo de carga a bordo levando em consideraccedilatildeo a total seguranccedila da carga e do pessoal envolvidos nas operaccedilotildees tais como
bull Quantidade densidade e caracteriacutesticas da carga
bull Segregaccedilatildeo e compatibilidade das cargas
bull Abastecimento e transferecircncia de consumiacuteveis
bull Calados em todas as etapas da viagem
bull Calado aeacutereo
bull Densidade da aacutegua nos portos
bull Zonas de linhas de carga durante a travessia (Borda livre)
bull Profundidade abaixo da quilha e efeito squat
bull Condiccedilotildees de navegabilidade esforccedilos e estabilidade durante a operaccedilatildeo e a
viagem
bull Necessidade de limpeza de tanques
bull Disponibilidade de tanques de resiacuteduo (slop)
bull Expansatildeo da carga devido aumento de temperatura
bull Sequecircncia dos produtos a serem operados no porto
O formulaacuterio Plano de Carga eacute composto das seguintes partes
bull Informaccedilotildees gerais nessa parte devem ser preenchidos os dados relativos ao
porto tipo de operaccedilatildeo e produtos manuseados
22
bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e
final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e
ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no
diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e
banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem
indicada deve ser corrigida para trim e banda
bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a
sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees
o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que
seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo
o Ulagens finais dos tanques
o Sequencia dos tanques a serem operados
o Cuidados com aquecimento de carga
o Procedimentos para
Iniacutecio da operaccedilatildeo
Troca de tanques
Lastrodeslastro
Top ou drenagem
Monitoramento durante a operaccedilatildeo
Limpeza de tanques
23
13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo
Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens
bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram
preparados e aprovados pelo comandante
bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na
operaccedilatildeo
bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto
bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte
bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias
bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas
bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga
bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas
condiccedilotildees
bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo
bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o
modelo ANVISA
bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II
bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto
bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando
a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso
bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de
niacutevel alto dos tanques de carga
bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas
bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas
bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado
bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar
24
bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes
(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)
bull Bujonar os embornais
bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis
de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas
bull Posicionar o kit SOPEP
bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas
bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe
inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga
bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e
equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso
bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas
bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados
bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo
bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)
25
14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo
Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias
Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado
O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo
Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos
As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato
As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal
A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados
Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos
bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo
bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list
bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois
tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes
principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do
manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como
Amarraccedilatildeo do navio
Cabos de seguranccedila
26
Embornais
Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo
Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do
bordo oposto
bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser
acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo
movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada
bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar
caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por
oacuteleo
bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento
das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente
Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a
ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o
cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo
Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas
devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo
As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as
orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo
Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas
de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas
27
15 Limpeza de tanques
A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os
seguintes objetivos
bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto
que seraacute carregado
bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo
bull Inspeccedilatildeo de tanques
bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas
A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado
Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da
MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas
A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do
afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide
No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de
incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel
e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos
perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo
aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)
O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma
atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um
tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a
inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de
cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer
Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim
de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio
natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva
28
16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas
As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para
serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S
(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)
Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem
presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga
(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo
estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S
As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for
ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao
vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de
gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados
Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o
equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade
do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto
inclui as seguintes atividades
bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem
bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a
desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga
bull Limpeza de filtros
bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees
bull Limpeza de derrames
Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo
conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com
29
cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
30
Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
21
12 Plano de carga
A finalidade da elaboraccedilatildeo de um plano de carga eacute garantir que a operaccedilatildeo transcorra de forma segura mantendo as condiccedilotildees de estabilidade e esforccedilos dentro dos limites admissiacuteveis aleacutem de permitir aos envolvidos nas operaccedilotildees uma fonte de consulta raacutepida e de faacutecil entendimento em qualquer estaacutegio da operaccedilatildeo
No plano de carga que deve ser elaborado pelo imediato eacute de grande importacircncia a observar os detalhes na distribuiccedilatildeo de carga
Para isto o imediato de posse da programaccedilatildeo deve planejar a distribuiccedilatildeo de carga a bordo levando em consideraccedilatildeo a total seguranccedila da carga e do pessoal envolvidos nas operaccedilotildees tais como
bull Quantidade densidade e caracteriacutesticas da carga
bull Segregaccedilatildeo e compatibilidade das cargas
bull Abastecimento e transferecircncia de consumiacuteveis
bull Calados em todas as etapas da viagem
bull Calado aeacutereo
bull Densidade da aacutegua nos portos
bull Zonas de linhas de carga durante a travessia (Borda livre)
bull Profundidade abaixo da quilha e efeito squat
bull Condiccedilotildees de navegabilidade esforccedilos e estabilidade durante a operaccedilatildeo e a
viagem
bull Necessidade de limpeza de tanques
bull Disponibilidade de tanques de resiacuteduo (slop)
bull Expansatildeo da carga devido aumento de temperatura
bull Sequecircncia dos produtos a serem operados no porto
O formulaacuterio Plano de Carga eacute composto das seguintes partes
bull Informaccedilotildees gerais nessa parte devem ser preenchidos os dados relativos ao
porto tipo de operaccedilatildeo e produtos manuseados
22
bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e
final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e
ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no
diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e
banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem
indicada deve ser corrigida para trim e banda
bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a
sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees
o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que
seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo
o Ulagens finais dos tanques
o Sequencia dos tanques a serem operados
o Cuidados com aquecimento de carga
o Procedimentos para
Iniacutecio da operaccedilatildeo
Troca de tanques
Lastrodeslastro
Top ou drenagem
Monitoramento durante a operaccedilatildeo
Limpeza de tanques
23
13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo
Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens
bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram
preparados e aprovados pelo comandante
bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na
operaccedilatildeo
bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto
bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte
bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias
bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas
bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga
bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas
condiccedilotildees
bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo
bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o
modelo ANVISA
bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II
bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto
bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando
a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso
bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de
niacutevel alto dos tanques de carga
bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas
bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas
bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado
bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar
24
bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes
(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)
bull Bujonar os embornais
bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis
de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas
bull Posicionar o kit SOPEP
bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas
bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe
inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga
bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e
equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso
bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas
bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados
bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo
bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)
25
14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo
Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias
Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado
O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo
Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos
As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato
As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal
A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados
Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos
bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo
bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list
bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois
tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes
principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do
manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como
Amarraccedilatildeo do navio
Cabos de seguranccedila
26
Embornais
Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo
Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do
bordo oposto
bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser
acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo
movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada
bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar
caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por
oacuteleo
bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento
das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente
Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a
ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o
cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo
Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas
devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo
As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as
orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo
Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas
de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas
27
15 Limpeza de tanques
A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os
seguintes objetivos
bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto
que seraacute carregado
bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo
bull Inspeccedilatildeo de tanques
bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas
A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado
Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da
MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas
A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do
afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide
No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de
incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel
e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos
perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo
aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)
O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma
atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um
tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a
inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de
cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer
Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim
de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio
natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva
28
16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas
As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para
serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S
(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)
Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem
presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga
(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo
estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S
As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for
ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao
vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de
gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados
Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o
equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade
do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto
inclui as seguintes atividades
bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem
bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a
desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga
bull Limpeza de filtros
bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees
bull Limpeza de derrames
Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo
conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com
29
cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
30
Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
22
bull Diagrama dos tanques nessa parte devem ser preenchidas as condiccedilotildees inicial e
final dos tanques de carga e de lastro com seus respectivos produtos volumes e
ulagens Os tanques que seratildeo movimentados no porto devem ser destacados no
diagrama As ulagens indicadas no diagrama referem-se agrave condiccedilatildeo de trim e
banda zero Eacute preciso lembrar que por ocasiatildeo do top dos tanques a ulagem
indicada deve ser corrigida para trim e banda
bull Descriccedilatildeo da operaccedilatildeo nessa parte deve ser detalhada passo a passo a
sequencia da operaccedilatildeo pretendida constando as seguintes informaccedilotildees
o Sequecircncia de alinhamento citando as vaacutelvulas redes e tomadas que
seratildeo utilizadas em cada fase da operaccedilatildeo
o Ulagens finais dos tanques
o Sequencia dos tanques a serem operados
o Cuidados com aquecimento de carga
o Procedimentos para
Iniacutecio da operaccedilatildeo
Troca de tanques
Lastrodeslastro
Top ou drenagem
Monitoramento durante a operaccedilatildeo
Limpeza de tanques
23
13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo
Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens
bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram
preparados e aprovados pelo comandante
bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na
operaccedilatildeo
bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto
bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte
bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias
bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas
bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga
bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas
condiccedilotildees
bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo
bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o
modelo ANVISA
bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II
bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto
bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando
a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso
bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de
niacutevel alto dos tanques de carga
bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas
bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas
bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado
bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar
24
bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes
(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)
bull Bujonar os embornais
bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis
de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas
bull Posicionar o kit SOPEP
bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas
bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe
inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga
bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e
equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso
bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas
bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados
bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo
bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)
25
14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo
Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias
Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado
O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo
Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos
As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato
As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal
A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados
Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos
bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo
bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list
bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois
tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes
principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do
manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como
Amarraccedilatildeo do navio
Cabos de seguranccedila
26
Embornais
Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo
Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do
bordo oposto
bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser
acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo
movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada
bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar
caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por
oacuteleo
bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento
das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente
Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a
ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o
cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo
Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas
devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo
As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as
orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo
Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas
de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas
27
15 Limpeza de tanques
A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os
seguintes objetivos
bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto
que seraacute carregado
bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo
bull Inspeccedilatildeo de tanques
bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas
A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado
Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da
MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas
A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do
afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide
No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de
incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel
e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos
perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo
aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)
O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma
atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um
tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a
inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de
cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer
Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim
de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio
natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva
28
16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas
As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para
serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S
(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)
Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem
presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga
(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo
estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S
As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for
ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao
vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de
gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados
Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o
equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade
do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto
inclui as seguintes atividades
bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem
bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a
desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga
bull Limpeza de filtros
bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees
bull Limpeza de derrames
Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo
conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com
29
cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
30
Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
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Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
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Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
23
13 Itens a serem verificados apoacutes atracaccedilatildeo e antes da operaccedilatildeo
Apoacutes a atracaccedilatildeo deve ser efetuada com o terminal a Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo inicial para discussatildeo do planejamento da operaccedilatildeo devendo ser abordados os seguintes itens
bull Verificar se os planos de carga limpeza de tanques e abastecimento foram
preparados e aprovados pelo comandante
bull Discutir os planos e informaccedilotildees operacionais com os tripulantes envolvidos na
operaccedilatildeo
bull Afixar no CCC a escala de serviccedilo no porto
bull Preparar bombas de carga e lastro e sistema de gaacutes inerte
bull Verificar se as redes do sistema de carga foram testadas nos uacuteltimos trinta dias
bull Verificar se as paradas de emergecircncia das bombas de carga foram testadas
bull Fazer inspeccedilatildeo visual das redes e juntas do sistema de carga
bull Verificar se os manocircmetros das tomadas de carga encontram-se em boas
condiccedilotildees
bull Verificar a superfiacutecie do lastro quanto agrave possiacutevel presenccedila de oacuteleo
bull Preencher o formulaacuterio do manual de gerenciamento de aacutegua de lastro sendo o
modelo ANVISA
bull Verificar a atualizaccedilatildeo do livro de registro de oacuteleo ndash partes I e II
bull Preparar a lista de contatos do SOPEP para o porto
bull Testar o sistema remoto de comando de vaacutelvulas e sistema hidraacuteulico deixando
a bomba hidraacuteulica manual pronta para o uso
bull Verificar o funcionamento das sondas e testar os alarmes (visual e sonoro) de
niacutevel alto dos tanques de carga
bull Testar o alarme de alagamento de poratildeo da casa de bombas
bull Testar o dispositivo para detecccedilatildeo de gases na casa de bombas
bull Fechar e lacrar as vaacutelvulas das caixas de mar e de descarga do costado
bull Efetuar o teste de estanqueidade das vaacutelvulas das caixas de mar
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bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes
(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)
bull Bujonar os embornais
bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis
de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas
bull Posicionar o kit SOPEP
bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas
bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe
inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga
bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e
equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso
bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas
bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados
bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo
bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)
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14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo
Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias
Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado
O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo
Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos
As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato
As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal
A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados
Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos
bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo
bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list
bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois
tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes
principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do
manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como
Amarraccedilatildeo do navio
Cabos de seguranccedila
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Embornais
Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo
Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do
bordo oposto
bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser
acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo
movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada
bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar
caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por
oacuteleo
bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento
das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente
Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a
ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o
cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo
Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas
devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo
As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as
orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo
Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas
de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas
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15 Limpeza de tanques
A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os
seguintes objetivos
bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto
que seraacute carregado
bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo
bull Inspeccedilatildeo de tanques
bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas
A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado
Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da
MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas
A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do
afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide
No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de
incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel
e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos
perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo
aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)
O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma
atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um
tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a
inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de
cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer
Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim
de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio
natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva
28
16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas
As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para
serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S
(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)
Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem
presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga
(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo
estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S
As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for
ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao
vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de
gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados
Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o
equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade
do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto
inclui as seguintes atividades
bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem
bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a
desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga
bull Limpeza de filtros
bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees
bull Limpeza de derrames
Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo
conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com
29
cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
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Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
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Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
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CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
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Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
24
bull Verificar o funcionamento dos equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de gaacutes
(explosiacutemetro oxiacutemetro tankscope detector de H2S)
bull Bujonar os embornais
bull Limpar secar e bujonar todas as bandejas de tomadas de carga de combustiacuteveis
de guinchos de suspiros de tanques e caixas hidraacuteulicas
bull Posicionar o kit SOPEP
bull Verificar se todas as aberturas dos tanques de carga estatildeo devidamente fechadas
bull Testar manualmente o funcionamento das vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeoe
inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga
bull Verificar se os equipamentos portaacuteteis de mediccedilatildeo de ulagem e temperatura e
equipamentos de amostragem estatildeo prontos para uso
bull Verificar a operaccedilatildeo dos exaustores da casa de bombas
bull Verificar se os drenos e suspiros da rede de carga estatildeo fechados
bull Fechar e lacrar a rede de descarga do separador de aacutegua e oacuteleo
bull Aterrar e testar as bombas portaacuteteis (tipo Wilden)
25
14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo
Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias
Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado
O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo
Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos
As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato
As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal
A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados
Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos
bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo
bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list
bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois
tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes
principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do
manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como
Amarraccedilatildeo do navio
Cabos de seguranccedila
26
Embornais
Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo
Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do
bordo oposto
bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser
acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo
movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada
bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar
caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por
oacuteleo
bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento
das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente
Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a
ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o
cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo
Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas
devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo
As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as
orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo
Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas
de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas
27
15 Limpeza de tanques
A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os
seguintes objetivos
bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto
que seraacute carregado
bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo
bull Inspeccedilatildeo de tanques
bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas
A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado
Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da
MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas
A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do
afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide
No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de
incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel
e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos
perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo
aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)
O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma
atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um
tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a
inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de
cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer
Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim
de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio
natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva
28
16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas
As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para
serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S
(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)
Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem
presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga
(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo
estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S
As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for
ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao
vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de
gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados
Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o
equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade
do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto
inclui as seguintes atividades
bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem
bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a
desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga
bull Limpeza de filtros
bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees
bull Limpeza de derrames
Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo
conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com
29
cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
30
Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
25
14 Procedimentos durante a operaccedilatildeo
Durante todas as operaccedilotildees de carga e descarga deve ser mantido a bordo um efetivo miacutenimo de 23 da tripulaccedilatildeo efetivo esse considerado necessaacuterio para atender a eventuais emergecircncias
Antes de iniciar a operaccedilatildeo o imediato deve estar presente no CCC para realizar um briefing com os envolvidos certificando-se de que a operaccedilatildeo se iniciaraacute e transcorreraacute de acordo com o planejado
O comandante e o imediato bem como o chefe de maacutequinas e o primeiro oficial de maacutequinas natildeo devem se ausentar de bordo ao mesmo tempo
Durante as operaccedilotildees de carga o CCC e a praccedila de maacutequinas devem ficar permanentemente guarnecidos
As vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas quando o terminal informar que estaacute pronto para iniciar a operaccedilatildeo O iniacutecio da operaccedilatildeo deve ser autorizado pelo comandante ou imediato
As operaccedilotildees devem ser iniciadas com baixa vazatildeo Nenhum aumento de vazatildeo deve ser efetuado ateacute que se verifique que a operaccedilatildeo estaacute transcorrendo conforme planejada apoacutes o que a vazatildeo pode entatildeo ser aumentada gradualmente ateacute o maacuteximo definido com o terminal
A comunicaccedilatildeo navio-terminal eacute um dos fatores mais importantes durante a operaccedilatildeo devendo ser efetuada de forma clara e objetiva Somente assuntos referentes agrave operaccedilatildeo devem ser tratados
Durante as operaccedilotildees dentre as verificaccedilotildees previstas no check-list acima mencionado destacamos
bull A exaustatildeo da casa de bombas deve ser mantida durante toda a operaccedilatildeo
bull A entrada em casa de bombas deve ser precedida do cumprimento do check-list
bull A vigilacircncia do conveacutes durante as operaccedilotildees deve ser efetuada por dois
tripulantes sendo permanente na aacuterea do manifold e o outro circulando o conveacutes
principal verificando possiacuteveis vazamentos nas redes de carga inclusive do
manifold do bordo oposto ao da atracaccedilatildeo aleacutem de outros itens tais como
Amarraccedilatildeo do navio
Cabos de seguranccedila
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Embornais
Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo
Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do
bordo oposto
bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser
acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo
movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada
bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar
caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por
oacuteleo
bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento
das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente
Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a
ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o
cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo
Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas
devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo
As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as
orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo
Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas
de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas
27
15 Limpeza de tanques
A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os
seguintes objetivos
bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto
que seraacute carregado
bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo
bull Inspeccedilatildeo de tanques
bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas
A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado
Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da
MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas
A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do
afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide
No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de
incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel
e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos
perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo
aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)
O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma
atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um
tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a
inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de
cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer
Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim
de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio
natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva
28
16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas
As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para
serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S
(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)
Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem
presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga
(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo
estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S
As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for
ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao
vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de
gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados
Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o
equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade
do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto
inclui as seguintes atividades
bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem
bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a
desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga
bull Limpeza de filtros
bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees
bull Limpeza de derrames
Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo
conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com
29
cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
30
Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
26
Embornais
Observaccedilatildeo ao redor do navio quanto agrave presenccedila de oacuteleo
Manocircmetros das tomadas de carga que natildeo estatildeo em uso inclusivo do
bordo oposto
bull As ulagens dos tanques dados como carregados devem continuar a ser
acompanhadas ateacute o final da operaccedilatildeo para garantir que natildeo estaacute havendo
movimentaccedilatildeo de carga natildeo planejada
bull Caso haja aacutegua acumulada no trincaniz a mesma deve ser drenada para o mar
caso esteja isenta de oacuteleo ou para o tanque slop caso esteja contaminada por
oacuteleo
bull O niacutevel de oacuteleo e a pressatildeo de trabalho das unidades hidraacuteulicas de acionamento
das vaacutelvulas de carga devem ser verificados periodicamente
Como boa praacutetica e sempre que possiacutevel em termos de esforccedilos o uacuteltimo tanque a
ser finalizado deve ser um tanque a meia-nau para minimizar o efeito sobre o trim e o
cuidado com os esforccedilos para natildeo termos surpresa quanto a operaccedilatildeo
Os alarmes de niacutevel alto dos tanques de carga e de alagamento da casa de bombas
devem ser testados antes de cada operaccedilatildeo
As vaacutelvulas da caixas de mar do sistema de carga devem ser testadas segundo as
orientaccedilotildees da publicaccedilatildeo da OCIMF ndash Prevention of Oil Spillages Through Cargo
Pumproom Sea Valves A vaacutelvula de descarga alta de costado e as vaacutelvulas das caixas
de mar do sistema de carga devem ser fechadas e lacradas
27
15 Limpeza de tanques
A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os
seguintes objetivos
bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto
que seraacute carregado
bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo
bull Inspeccedilatildeo de tanques
bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas
A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado
Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da
MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas
A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do
afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide
No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de
incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel
e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos
perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo
aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)
O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma
atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um
tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a
inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de
cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer
Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim
de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio
natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva
28
16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas
As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para
serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S
(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)
Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem
presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga
(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo
estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S
As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for
ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao
vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de
gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados
Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o
equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade
do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto
inclui as seguintes atividades
bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem
bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a
desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga
bull Limpeza de filtros
bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees
bull Limpeza de derrames
Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo
conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com
29
cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
30
Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
27
15 Limpeza de tanques
A operaccedilatildeo de limpeza de tanques de um navio petroleiro eacute efetuado com os
seguintes objetivos
bull Preparaccedilatildeo de tanques para troca de produtos para que natildeo contamine o produto
que seraacute carregado
bull Preparaccedilatildeo para lastro limpo
bull Inspeccedilatildeo de tanques
bull Manutenccedilatildeo de redes e vaacutelvulas
A limpeza dos tanques de carga deve ser efetuada sempre em circuito fechado
Admite-se a limpeza em circuito semi-aberto em viagem cumprindo o anexo I da
MARPOL quanto ao descarte de misturas oleosas
A limpeza dos tanques para troca de produtos deve seguir as instruccedilotildees do
afretador ou na sua falta seguir as recomendaccedilotildees contidas no Tank Cleaning Guide
No planejamento das operaccedilotildees de lavagem de tanques o risco principal eacute de
incecircndio ou explosatildeo que surgem da presenccedila simultacircnea de uma atmosfera inflamaacutevel
e de uma fonte de igniccedilatildeo O foco portanto deve ser para eliminar um ou mais dos
perigos que contribuem para esse risco chamados de os lados do triacircngulo do fogo
aroxigecircnio igniccedilatildeo e combustiacutevel (ex vapores inflamaacuteveis)
O meacutetodo que oferece o mais baixo risco eacute o de lavar um tanque com uma
atmosfera inerte A condiccedilatildeo inerte natildeo oferece ambiguumlidades por definiccedilatildeo para um
tanque ser considerado inerte ele deve satisfazer as exigecircncias da SOLAS para a
inertizaccedilatildeo dos tanques de carga e reduzindo o conteuacutedo de oxigecircnio da atmosfera de
cada tanque para um niacutevel que a combustatildeo natildeo possa ocorrer
Durante as operaccedilotildees de lavagem do tanque devem ser tomadas medidas a fim
de verificar que a atmosfera no tanque permanece natildeo inflamaacutevel (conteuacutedo de oxigecircnio
natildeo superior a 8 por volume) e a uma pressatildeo positiva
28
16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas
As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para
serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S
(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)
Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem
presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga
(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo
estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S
As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for
ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao
vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de
gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados
Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o
equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade
do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto
inclui as seguintes atividades
bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem
bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a
desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga
bull Limpeza de filtros
bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees
bull Limpeza de derrames
Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo
conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com
29
cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
30
Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
28
16 Procedimentos adicionais quando operando cargas contendo concentraccedilotildees de H2S muito altas
As Companhias e os Terminais devem desenvolver procedimentos adicionais para
serem empregados quando as cargas sendo operadas com niacuteveis muito altos de H2S
(100 ppm no espaccedilo vapor eacute considerado ser um limite razoaacutevel)
Sempre que houver probabilidade de concentraccedilotildees muito altas de H2S estarem
presentes devem estar disponiacuteveis Aparelhos de Respiraccedilatildeo de Emergecircncia para Fuga
(Maacutescara de Fuga) para todo o pessoal trabalhando em aacutereas de risco que jaacute deveratildeo
estar portando um instrumento pessoal de monitoramentoalarme para o gaacutes H2S
As pessoas devem ser instruiacutedas para se o alarme de seu instrumento for
ativado pocircr a Maacutescara de Fuga e imediatamente deixar a aacuterea em direccedilatildeo contraacuteria ao
vento Devendo informar o controle central local da presenccedila de altas concentraccedilotildees de
gaacutes a fim de que os procedimentos apropriados possam ser iniciados
Quando a presenccedila de H2S eacute conhecida deve sempre ser utilizado o
equipamento de respiraccedilatildeo autocircnomo se for considerado necessaacuterio violar a integridade
do sistema de carga e uma atmosfera livre dos vapores natildeo puder ser garantida Isto
inclui as seguintes atividades
bull Abertura da boca de mediccedilatildeo e amostragem
bull Remoccedilatildeo de flanges para a conexatildeo de mangotes ou braccedilos de carregamento ou a
desconexatildeo dos braccedilos ou mangotes e flangeamento apoacutes as operaccedilotildees com a carga
bull Limpeza de filtros
bull Drenagem de linhas para abrir retenccedilotildees
bull Limpeza de derrames
Os procedimentos devem permitir somente o uso de suprimento de ar pelo
conjunto de respiraccedilatildeo autocircnomo Natildeo devem incluir o uso de respiradores com
29
cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
30
Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
29
cartuchos quiacutemicos para proteccedilatildeo contra vapores de H2S uma vez que as concentraccedilotildees
na atmosfera podem exceder a capacidade operacional do respirador
17 Consideraccedilotildees de estabilidade forccedilas trim e efeito de superfiacutecie
livre
Os petroleiros de casco simples usualmente tecircm uma altura metacecircntrica elevada
em todas as condiccedilotildees o que o faz permanecer inerentemente estaacutevel Enquanto a
tripulaccedilatildeo dos navios petroleiros tem sempre levado em conta os momentos fletores
longitudinais e as forccedilas cortantes verticais durante as operaccedilotildees de carga e lastro a
estabilidade precisa dos navios raramente tinha sido a primeira preocupaccedilatildeo de bordo
No entanto com a introduccedilatildeo de cascos duplos nos projetos dos petroleiros mudou esta
situaccedilatildeo
O principal problema mais provaacutevel de ser encontrado eacute o efeito na altura
metacecircntrica transversal da superfiacutecie livre do liacutequido nos tanques de carga e duplo
fundos
Dependendo do projeto tipo e nuacutemero destes tanques o efeito de superfiacutecie livre
poderaacute resultar em uma altura metacecircntrica significativamente reduzida A situaccedilatildeo seraacute
muita mais grave no caso de tanques de carga muito amplos sem antepara na linha de
centro e tanques de lastro tambeacutem natildeo possuindo antepara de centro (tanque em ldquoUrdquo)
Os estaacutegios mais criacuteticos de qualquer operaccedilatildeo satildeo durante o enchimento dos
tanques de lastro do duplo-fundo enquanto se descarrega o produto e esvaziando estes
tanques durante o carregamento da carga Se suficientes tanques de carga e tanques de
lastro satildeo esvaziados simultaneamente o efeito de superfiacutecie livre total poderaacute ser
suficiente para reduzir a altura metacecircntrica transversal para um ponto no qual a
estabilidade transversal do navio possa estar ameaccedilada Isto poderaacute resultar o
desenvolvimento de um angulo de banda muito grave repentinamente
Uma grande aacuterea de superfiacutecie livre associada com alto centro de gravidade
vertical eacute particularmente provaacutevel ameaccedilar a estabilidade nas grandes sondagens
(inagens)
30
Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
30
Eacute imperativo que o pessoal tanto do terminal quanto do navio envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e lastro estejam cientes deste problema potencial e que todas estas
operaccedilotildees sejam conduzidas estritamente de acordo com o manual de carregamento do
navio
Onde estatildeo instalados os dispositivos de bloqueio para prevenir que muita carga
e lastro sejam operados simultaneamente causando com isso um excessivo efeito de
superfiacutecie livre devem sempre ser mantidos completamente operacionais natildeo devendo
tambeacutem nunca serem by-passados
Os navios que operam com altura metacecircntrica limitada devem ser equipados
com um computador de carregamento que calcule a altura metacecircntrica
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
31
18 Sistema de gaacutes inerte (SGI)
Gaacutes inerte eacute um gaacutes ou uma mistura de gases que natildeo conteacutem oxigecircnio suficiente
para permitir que ocorra a combustatildeo de hidrocarbonetos
O gaacutes inerte em navios de produtos escuros eacute normalmente proveniente dos
gases de descarga de caldeira Jaacute nos navios de produtos claros geralmente se utiliam
geradores de gaacutes inerte a diesel para a obtenccedilatildeo de um gaacutes com menor teor de impurezas
para evitar o risco de contaminaccedilatildeo da carga
Teoricamente os gases de hidrocarbonetos natildeo conseguem queimar em uma
atmosfera com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume
O sistema de gaacutes inerte deve ser capaz de manter nos tanques de carga uma
atmosfera com teor de oxigecircnio de 8 valor esse adotado na praacutetica para garantir uma
margem de seguranccedila em relaccedilatildeo aos 11 acima citados
A figura abaixo representa os percentuais de oxigecircnio de hidrocarbonetos em
uma atmosfera inertizada e a aacuterea sombreada a faixa onde ocorrem misturas
inflamaacuteveis que podem gerar risco de incecircndio ou explosatildeo
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
32
Nota este diagrama eacute meramente ilustrativo natildeo devendo ser utilizado na praacutetica para definir a composiccedilatildeo de gases
Em geral misturas com teor de hidrocarbonetos abaixo de 1 em volume (limite
inferior de explosividade ndash LEL) e misturas com teor de hidrocarbonetos acima de 10
em volume (limite superior de explosividade ndash UEL) se situam fora da faixa inflamaacutevel
Da mesma forma misturas com teor de oxigecircnio inferior a 11 em volume tambeacutem se
situam fora da faixa inflamaacutevel
Nas operaccedilotildees de desgaseificaccedilatildeo de tanques a atmosfera deve passar da condiccedilatildeo de
inertizada ilustrada pelo ponto (F) na figura para a condiccedilatildeo desgaseificada ponto (A)
sem passar pela faixa inflamaacutevel representada pela aacuterea sombreada
Na praacutetica garante-se que a faixa inflamaacutevel seja evitada atraveacutes da diluiccedilatildeo com gaacutes
inerte (purga) ateacute que se obtenha um teor de hidrocarbonetos nos tanques de 2 (ponto
H da figura) para entatildeo iniciar-se a diluiccedilatildeo com ar (ventilaccedilatildeo)
Os navios petroleiros que possuem gaacutes inerte devem manter seus tanques de carga
permanentemente inertizados com teor de oxigecircnio abaixo de 8 e com pressatildeo
positiva dentro da faixa estabelecida no seu manual do sistema de gaacutes inerte
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
33
Se durante a descarga a planta de gaacutes inerte falhar a pressatildeo positiva no sistema
rapidamente diminuiraacute A descarga deve ser imediatamente interrompida para evitar a
entrada de ar nos tanques criando uma mistura explosiva Navios de produtos escuros
natildeo devem reiniciar a descarga ateacute que seja restaurada a operaccedilatildeo da planta de gaacutes inerte
ou providenciada uma fonte alternativa de gaacutes inerte
No caso de navios de derivados a descarga natildeo deve ser reiniciada ateacute que terminal e
navio concordem por escrito e todas as precauccedilotildees necessaacuterias contra eletricidade
estaacutetica sejam tomadas
A operaccedilatildeo de sistema de gaacutes inerte deve ser efetuada estritamente de acordo com o
manual de operaccedilatildeo de sistema Da mesma forma as instruccedilotildees de manutenccedilatildeo dos
componentes do sistema devem ser rigorosamente obedecidas
Destacamos entretanto as precauccedilotildees que devem ser tomadas para evitar o retorno de
gases dos tanques de carga e para evitar a ocorrecircncia de pressatildeo ou vaacutecuo excessivo nos
tanques de carga
Para evitar o retorno de gases de hidrocarbonetos dos tanques de carga o sistema eacute
dotado de um tanque de selagem no conveacutes A manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua no tanque
de selagem eacute fundamental para garantir que natildeo ocorra retorno de gaacutes Deve ser tambeacutem
considerada a adiccedilatildeo de anticongelante em tempo frio
No caso de transbordamento de tanque de carga para evitar a passagem de produto para
a praccedila de maacutequinas os navios satildeo dotados de uma ou mais vaacutelvulas de natildeo retorno
(retenccedilatildeo) essas vaacutelvulas devem ser inspecionadas periodicamente nos intervalos
previstos para seguranccedila e confiabilidade do sistema
Em relaccedilatildeo aos dispositivos para prevenir o excesso de pressatildeo ou vaacutecuo nos tanques de
carga o sistema eacute dotado de vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo independentes para cada tanque
e de um ruptor de vaacutecuo-pressatildeo na linha comum de gaacutes inerte O ruptor natildeo exige
cuidados especiais aleacutem da manutenccedilatildeo do niacutevel de aacutegua em seu interior e a adiccedilatildeo de
liacutequido anticongelante em tempo frio de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante
Todo navio dotado de gaacutes inerte deve possuir um livro de registro do SGI onde devem
ser registradas todas as operaccedilotildees e manutenccedilotildees do sistema cronologicamente
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
34
Para seguranccedila operacional do sistema de gaacutes inerte durante as docagens o tanque de
selagem vaacutelvulas de natildeo retorno e as vaacutelvulas de vaacutecuo-pressatildeo devem ser abertas
inspecionadas e testadas
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
35
19 Cuidados no Manuseio da Carga
191 Propriedades do Produto
Nesta seccedilatildeo satildeo abordadas as principais propriedades do petroacuteleo e seus derivados A
publicaccedilatildeo International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals ndash ISGOTT
disponiacutevel a bordo de todos os navios tanque deve ser consultada para maiores
informaccedilotildees
As caracteriacutesticas e precauccedilotildees de seguranccedila e sauacutede relativas agraves cargas transportadas
devem ser obtidas nas Material Safety Data Sheets ndash MSDS denominadas Fichas de
Informaccedilotildees de Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos no sistema Petrobras
A MSDS deve ser fornecida pelo embarcador da carga A natildeo-apresentaccedilatildeo da mesma
deve ser protestada pelo navio
1911 Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor eacute a mais baixa temperatura a partir da qual um liacutequido libera vapor
suficiente para formar uma mistura de gaacutes inflamaacutevel
1912 Volatilidade
A volatilidade eacute a capacidade de um liacutequido vaporizar ou seja gerar vapor ou gaacutes e
depende da temperatura e da estrutura molecular do liacutequido em questatildeo
A volatilidade de um petroacuteleo ou derivado eacute definida em funccedilatildeo do seu ponto de fulgor
Produtos com ponto de fulgor igual ou acima de 60degC satildeo considerados natildeo-volaacuteteis e
com ponto de fulgor abaixo de 60degC satildeo considerados volaacuteteis
1913 Temperatura de Auto-ingniccedilatildeo
Eacute a temperatura miacutenima para a qual eacute necessaacuterio elevar um soacutelido liacutequido ou gaacutes para
que se inicie o processo de combustatildeo espontacircnea sem a presenccedila de uma fonte externa
de igniccedilatildeo (centelha ou chama)
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
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2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
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bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
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Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
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O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
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23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
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24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
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bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
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25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
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26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
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27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
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28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
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Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
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29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
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210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
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3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
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32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
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33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
36
1914 Densidade de Gases de Hidrocarbonetos
A densidade dos gases de hidrocarbonetos eacute normalmente maior que a densidade do ar e
o gaacutes inerte Assim a possibilidade de formaccedilatildeo de bolsotildees de gaacutes dentro dos tanques e
no conveacutes deve ser considerada nas operaccedilotildees de manuseio de carga
1915 Viscosidade
A viscosidade de um determinado liacutequido pode ser entendida como o niacutevel de
resistecircncia que ele oferece agrave sua capacidade de escoar Quando a temperatura do liacutequido
aumenta sua viscosidade diminui elevando a sua capacidade de escoar A faixa de
temperatura recomendada para a operaccedilatildeo do produto deve ser levada em consideraccedilatildeo
a fim de que se obtenha o melhor rendimento das bombas de carga
1916 Efeitos dos Hidrocarbonetos na sauacutede humana
A maioria dos gases de petroacuteleo e seus derivados pode ser prejudicial agrave sauacutede
principalmente quando em elevadas concentraccedilotildees Essa concentraccedilatildeo eacute geralmente
expressa em partes por milhatildeo (ppm)
O principal efeito dos gases de hidrocarboneto no homem eacute a narcose uma depressatildeo
do sistema nervoso central Os sintomas incluem dor de cabeccedila e irritaccedilatildeo nos olhos
com perda de controle e tontura similares agrave embriaguez Em altas concentraccedilotildees pode
levar agrave paralisia e morte
O iacutendice comumente utilizado para a determinaccedilatildeo do valor de toxicidade dos produtos
eacute o Valor-Limite de Toleracircncia ndash Threshold Limite Value ndash TLV definido como o
limite de concentraccedilatildeo da substacircncia no ar na qual o trabalhador exposto 8 horas por
dia 48 horas semanais natildeo sofreraacute efeitos toacutexicos
A toxicidade dos gases de petroacuteleo pode variar significativamente em funccedilatildeo da
composiccedilatildeo do produto em questatildeo Como regra geral o TLV de 300ppm estabelecido
para a gasolina pode ser utilizado como referecircncia para os gases de petroacuteleo
O corpo humano pode tolerar concentraccedilotildees maiores que o TLV por curtos periacuteodos No
quadro a seguir temos os efeitos tiacutepicos em concentraccedilotildees mais altas
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
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Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
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210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
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3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
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32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
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33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
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34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
37
CONCENTRACcedilAtildeO LEL EFEITOS
01 vol (1000ppm) 10 Irritaccedilatildeo dos olhos apoacutes uma hora de
exposiccedilatildeo
02vol (2000ppm) 20 Irritaccedilatildeo dos olhos nariz e garganta e tonteira
apoacutes 30min de exposiccedilatildeo
07 vol (7000ppm) 70 Sintomas de embriaguez em 15min de
exposiccedilatildeo
10 vol (10000ppm) 100 Sintomas imediatos de embriaguez que podem
levar agrave perda de consciecircncia e morte
20 vol (20000ppm) 200 Paralisia e morte em curto espaccedilo de tempo
1917 Gaacutes Sulfiacutedrico
O gaacutes sulfiacutedrico ou sulfeto de hidrogecircnio eacute um gaacutes mais pesado que o ar incolor e com
um odor caracteriacutestico e desagradaacutevel de ovo podre que rapidamente enfraquece o
olfato Eacute formado por accedilatildeo de Bacteacuterias Redutoras de Sulfato e eacute altamente toacutexico e
corrosivo podendo ser fatal mesmo em baixa concentraccedilatildeo
O limite de toleracircncia do H2S eacute de 8ppm ndash fase vapor Eacute importante diferenciar a
concentraccedilatildeo de gaacutes sulfiacutedrico na atmosfera na fase vapor expressa em ppm por
volume da concentraccedilatildeo na fase liacutequida que eacute a concentraccedilatildeo de H2S dissolvido no
oacuteleo expressa em mg de H2Skg ou ppm por peso
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2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
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bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
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Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
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O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
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23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
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24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
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bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
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25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
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26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
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27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
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28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
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Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
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29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
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210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
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3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
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32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
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33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
38
2 TIPOS E TEacuteCNICAS DE OPERACcedilAtildeO DE CARGA E DESCARGA
21 Operaccedilotildees de carregamento
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga
descritas anteriormente nas operaccedilotildees de carregamento devem ser tomadas algumas
precauccedilotildees especiacuteficas nesse tipo de operaccedilatildeo tais como
O iniacutecio do carregamento deve ser efetuado para um uacutenico tanque com vazatildeo
reduzida ateacute se confirmar que a carga estaacute chegando somente naquele tanque e que
todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
Na troca de tanques deve-se ter o cuidado de se abrir primeiro o tanque a ser
carregado antes de se fechar o tanque jaacute carregado
Nos navios equipados com sistema de gaacutes inerte o painel do sistema deve ser
mantido alimentado para monitoramento das suas condiccedilotildees de funcionamento do
sistema e seus alarmes
Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando carregando produtos segregados que possam se
contaminar pelo vapor oriundo de outro produto os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte utilizando o sistema de aliacutevio independente de cada tanque
O aliacutevio da pressatildeo dos tanques de carga deve ser efetuado de acordo com o
manual de operaccedilatildeo do navio sendo importante de haver a necessidade de
despressurizar os tanques deve ser efetuada atraveacutes da abertura manual das vaacutelvulas de
vaacutecuo-pressatildeo de forma cuidadosa para evitar o arrastamento de produto
Durante a fase de top de tanques as seguintes precauccedilotildees devem ser tomadas para
evitar o transbordamento
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
39
bull As vaacutelvulas dos tanques devem ser testadas antes da fase de top para se verificar
o funcionamento das mesmas
bull O carregamento deve ser controlado para que seja dado simultaneamente no
menor nuacutemero de tanques possiacutevel O ideal eacute que seja dado top em um tanque de
cada vez
bull Ao se estabelecer a ulagem do top devem ser levados em consideraccedilatildeo trim
banda e temperatura da carga
bull O top deve ser efetuado com vazatildeo reduzida quer pelo estrangulamento da
vaacutelvula do tanque no caso de top intermediaacuterio quer pela reduccedilatildeo da vazatildeo do
terminal no caso de top final Vazotildees elevadas na fase de top aleacutem de risco de
transbordamento podem causar arrastamento de oacuteleo pelo vent-post
bull As vaacutelvulas do uacuteltimo tanque a ser carregado natildeo devem ser estranguladas para
reduzir a vazatildeo evitando assim a ocorrecircncia de surto de pressatildeo
bull Antes do top final o navio deve chamar o terminal para confirmar a
antecedecircncia necessaacuteria para a reduccedilatildeo de vatildeo e parada do carregamento
bull Para a definiccedilatildeo da ulagem do tanque em que seraacute dado o top final deve ser
levado em consideraccedilatildeo o volume correspondente ao deslocamento de linha que
deve ser informado pelo terminal na liberaccedilatildeo inicial
bull Durante o carregamento e principalmente na fase de top final deve ser
designado um tanque para aliacutevio no caso de um eventual risco de
transbordamento do tanque que estaacute sendo operado Caso na fase de top todos os
demais tanques jaacute se encontrem na faixa de 98 deve ser utilizado o slop BB
como tanque de aliacutevio
bull Apoacutes o top do uacuteltimo tanque a vaacutelvula do manifold soacute deve ser fechada apoacutes
confirmaccedilatildeo com o terminal terminando o carregamento o oficial eou
bombeador em conjunto com o representante do terminal e inspetores da carga
deve efetuar a mediccedilatildeo de ulagens temperatura e aacutegua dos tanques
Apoacutes a retirada de amostras e apuraccedilatildeo de quantidades os tanques devem ser
fechados podendo ser entatildeo iniciada a desconexatildeo
Devem ser utilizados tambores coletores durante essa faina As bandejas devem ser
drenadas e limpas antes do navio sair em viagem
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
40
Os flanges do manifold devem ser recolocados com todos os parafusos logo apoacutes a
desconexatildeo
22 Operaccedilatildeo de descarga
Aleacutem dos procedimentos comuns agraves operaccedilotildees de carregamento e descarga descritas
anteriormente nas descargas devem ser tomadas algumas precauccedilotildees especiacuteficas a essa
operaccedilatildeo tais como
bull Nos navios dotados de SGI esse sistema deve ser utilizado durante toda a
operaccedilatildeo de descarga mantendo o teor de O2 nos tanques de carga abaixo de
8 Caso ocorra qualquer anormalidade no sistema de gaacutes inerte a operaccedilatildeo de
descarga deve ser interrompida
bull Para se obter o teor de O2 de 8 nos tanques eacute recomendado que o teor na linha
principal do gaacutes inerte seja de no maacuteximo 5 medido no analisador fixo de
oxigecircnio do sistema de gaacutes inerte
bull Todos os tanques devem estar comunicados agrave linha principal de gaacutes inerte Nos
navios de produtos claros quando operando com produtos segregados que
possam se contaminar pelo vapor os tanques devem ser isolados da linha
principal de gaacutes inerte Nos navios natildeo dotados com SGI a admissatildeo de ar nos
tanques para equiliacutebrio de pressatildeo deve ser feita de acordo com o manual de
operaccedilatildeo do navio
bull O iniacutecio da descarga deve ser efetuado aspirando de um uacutenico tanque As
vaacutelvulas do manifold soacute devem ser abertas apoacutes igualar a pressatildeo da rede de
descarga do navio agrave pressatildeo da rede do terminal para evitar o retorno do produto
para o navio A descarga deve ser iniciada com vazatildeo reduzida ateacute ser
confirmado se com o terminal que a carga estaacute chegando ao tanque recebedor e
que todas as linhas e vaacutelvulas natildeo apresentam vazamento
bull Uma contrapressatildeo elevada na linha do terminal pode acarretar o
superaquecimento do corpo da bomba por falta de fluxo Nesse caso a rotaccedilatildeo
da bomba deve ser controlada e sua temperatura monitorada
bull Durante a descarga o navio natildeo deve exceder a pressatildeo maacutexima definida com o
terminal na carta inicial
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
41
O manual de operaccedilatildeo especiacutefico de cada navio deve ser consultado para se obter o
melhor rendimento do sistema de drenagem Contudo algumas boas praacuteticas satildeo
recomendadas para auxiliar na drenagem de tanques como ajuste de trim e banda para
melhor drenagem descarregar o navio utilizando-se da teacutecnica de escalonar a descarga
de vante para reacute atraveacutes do estrangulamento de vaacutelvulas
Este meacutetodo permite a drenagem dos tanques sem que haja a necessidade de
reduccedilatildeo da bomba de carga
No caso de descarga de produto aquecido deve-se tomar a precauccedilatildeo de isolar o
sistema de aquecimento com serpentinas antes da fase de dreno de cada tanque
Ao final da drenagem do uacuteltimo tanque as vaacutelvulas do manifold devem ser
fechadas para evitar retorno de produto As redes do navio devem ser drenadas para o
tanque designado
Ao final da descarga o oficial eou bombeador deve em conjunto com o
representante do terminal e inspetores de carga inspecionar os tanques emitindo um
formulaacuterio chamado de ldquoCertificado de Inspeccedilatildeordquo No caso de descarga parcial de
algum tanque esse deve ser medido e a quantidade apurada ser registrada no formulaacuterio
chamado de Relatoacuterio de Mediccedilotildees e Quantidades
Nos navios dotados de sistema de sondagem tipo boacuteia esses equipamentos
devem ser iccediladas apoacutes a operaccedilatildeo
Apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques e uma vez liberado pelo terminal os braccedilos devem
ser desconectados e os flanges cegos das tomadas do manifold devem ser recolocados
com todos os parafusos
Antes de o navio seguir viagem as bandejas devem ser drenadas e limpas e suas
vaacutelvulas de dreno devem ser fechadas assim como os suspiros e os drenos das redes de
carga
Apoacutes completar a operaccedilatildeo os ventiladores do gaacutes inerte devem ser lavados A
lavagem deve ser efetuada com o navio em viagem
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
42
23 Operaccedilotildees de carga e descarga utilizando as variaccedilotildees de mareacute
Esta eacute uma operaccedilatildeo que utiliza as mudanccedilas de profundidade devido ao
movimento da mareacute tanto na finalizaccedilatildeo do carregamento do navio ateacute o seu calado
maacuteximo enquanto a profundidade aumenta com a mareacute alta ou descarregando o navio
para aliviar seu peso antes da mareacute baixa comeccedilar
Terminais com limitaccedilatildeo de calado e mudanccedilas significativas das mareacutes devem
ter procedimentos efetivos se o descarregamento ou o carregamento sobre as operaccedilotildees
utilizando as variaccedilotildees de mareacute estatildeo para ser autorizadas Estes procedimentos devem
ser acordados entre as partes envolvidas antes da chegada do navio
Procedimentos para controlar operaccedilotildees utilizando variaccedilatildeo de mareacute devem ser
desenvolvidos a partir de um processo completo de avaliaccedilatildeo de risco com o objetivo de
garantir que o navio continue flutuando seguramente assumindo requisitos de
espaccedilamento sob a quilha e considerando medidas de contingecircncia
O terminal deve procurar garantir que os equipamentos do navio que satildeo criacuteticos
para a operaccedilatildeo por exemplo bombas de carga e maquina principal estatildeo operacionais
antes da atracaccedilatildeo e se mantenham disponiacuteveis enquanto o navio estiver atracado em
um estado criacutetico
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
43
24 Carregamento de produtos aquecidos
A menos que o navio se destine especificamente ao transporte de cargas muito
quentes tal como um navio-tanque de asfalto a carga aquecida a uma alta temperatura
pode danificar um elemento estrutural do navio revestimentos de proteccedilatildeo e
equipamentos tais como vaacutelvulas bombas e juntas
Algumas sociedades classificadoras tecircm regras relativas agrave temperatura maacutexima
da carga e os Comandantes devem consultar o armador sempre que a carga a ser
carregada exceder a 60ordmC em temperatura
As seguintes precauccedilotildees podem auxiliar a aliviar os efeitos do carregamento de
uma carga aquecida
bull Distribuir a carga por todo o navio tatildeo uniformemente quanto possiacutevel a fim de
dissipar o calor excessivo e evitar tensotildees localizadas provocadas pelo calor
bull Ajustar a vazatildeo de carregamento numa tentativa de conseguir uma temperatura mais
razoaacutevel
bull Tomar muito cuidado em assegurar que os tanques e redes estejam completamente
livres de aacutegua antes de receber uma carga que tenha uma temperatura acima do ponto de
ebuliccedilatildeo da aacutegua
Quando for necessaacuterio iniciar o aquecimento de carga devem ser tomadas as
seguintes providecircncias
bull informar a praccedila de maacutequinas com antecedecircncia
bull aquecer a rede de vapor no conveacutes principal utilizando a vaacutelvula de equalizaccedilatildeo
e abrindo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo das redes de vapor e de condensado na proa
bull comunicar vapor gradualmente mantendo a vaacutelvula de interligaccedilatildeo na proa
aberta para evitar martelo hidraacuteulico
bull verificar a possiacutevel contaminaccedilatildeo por oacuteleo atraveacutes dos drenos das serpentinas
antes de comunicaacute-las com a rede de condensado principal
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
44
bull limpar filtros e purgadores da rede de retorno das serpentinas
bull isolar os grupos de serpentinas contaminadas com oacuteleo
Durante a viagem deve ser feito um acompanhamento diaacuterio das temperaturas dos
tanques mantendo-as de acordo com as instruccedilotildees recebidas que deve ser anexado agrave
documentaccedilatildeo de carga a ser arquivada em pasta proacutepria
O oficial de maacutequinas de serviccedilo deve monitorar regularmente o retorno de
condensado das serpentinas quanto agrave presenccedila de oacuteleo para evitar contaminaccedilatildeo da aacutegua
de alimentaccedilatildeo das caldeiras
Durante a descarga deve ser evitado o superaquecimento da carga que pode
causar avaria em seat-rings e juntas Dresser O aquecimento deve ser gradualmente
reduzido agrave medida que a carga eacute descarregada As serpentinas devem ser isoladas antes
que as mesmas fiquem expostas
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
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210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
45
25 Operaccedilatildeo de transferecircncia interna de carga
O carregamento do navio deve ser efetuado de modo que a transferecircncias
internas natildeo planejadas sejam evitadas Contudo tais operaccedilotildees podem ser necessaacuterias
para ajuste de trim calado e eliminaccedilatildeo de esforccedilos excessivos
Principais recomendaccedilotildees para seguranccedila da tripulaccedilatildeo do navio e da carga quanto
da transferecircncia
bull A transferecircncia soacute pode ser efetuada com a autorizaccedilatildeo do afretador
bull Antes de decidir pela transferecircncia interna de carga deve-se verificar se a
condiccedilatildeo desejada pode ser alcanccedilada pela transferecircncia de lastro
bull Avaliar o risco de contaminaccedilatildeo da carga antes de iniciar a transferecircncia
bull Antes da transferecircncia da carga calcular a estabilidade e os esforccedilos para a
condiccedilatildeo de mar
bull Verificar o alinhamento e iniciar a operaccedilatildeo lentamente soacute elevando a rotaccedilatildeo
das bombas apoacutes certificar-se de que a manobra estaacute ocorrendo conforme
planejada
bull Estabelecer comunicaccedilatildeo adequada entre os tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Manter vigilacircncia adequada no conveacutes durante toda a operaccedilatildeo e monitorar
ulagens trim e banda durante todas as fases da transferecircncia
Eacute muito importante ressaltar que a transferecircnciaa natildeo deve ser efetuada em
condiccedilotildees adversas de tempo ou quando o comandante por qualquer motivo julgar que
natildeo eacute seguro
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
46
26 Operaccedilatildeo ldquoLOAD ON TOPrdquo
ldquoLoad on Toprdquo eacute o procedimento usado para carregar um produto em um tanque que
jaacute esteja parcialmente carregado ou possua resiacuteduos compatiacuteveis da carga anterior
A operaccedilatildeo pode ocasionar que os produtos saiam de especificaccedilatildeo soacute devendo ser
efetuada por instruccedilatildeo do afretador
Deve ser feita amostragem do produto antes e depois da operaccedilatildeo LOT para ser
utilizada em caso de qualquer reclamaccedilatildeo
A instruccedilatildeo para carregar deve ser anexada aos documentos da carga ficando uma
coacutepia arquivada a bordo
Petroacuteleo volaacutetil ou natildeo-volaacutetil tendo uma temperatura maior do que seu ponto de
fulgor menos 10ordmC nunca deve ser carregado ou transferido pelo topo para um tanque
natildeo desgaseificado
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
47
27 Operaccedilotildees Ship to Ship (STS)
A operaccedilatildeo Ship to Ship Transfer ou simplesmente STS eacute uma operaccedilatildeo de
transferecircncia de carga entre navios amarrados a contrabordo Essa operaccedilatildeo pode
ocorrer tanto com um dos navios fundeados quanto com ambos navegando
A operaccedilatildeo STS engloba as fases de aproximaccedilatildeo amarraccedilatildeo conexatildeo de mangotes
transferecircncia de carga desconexatildeo e desamarraccedilatildeo
A publicaccedilatildeo Ship to Ship Transfer Guide da ICSOCIMF eacute internacionalmente
adotada como referecircncia para essa manobra Essa publicaccedilatildeo eacute direcionada
principalmente para as operaccedilotildees STS efetuadas fora dos limites do porto onde natildeo haacute
disponibilidade de serviccedilos de rebocadores e lancha de apoio
Contudo nas operaccedilotildees de transferecircncia entre navios efetuadas em aacuteguas protegidas
devem ser levados em consideraccedilatildeo os princiacutepios gerais da referida publicaccedilatildeo
Dentre as vaacuterias precauccedilotildees recomendadas para a operaccedilatildeo STS ressaltamos as
seguintes
bull deve ser obtido consentimento da Autoridade Portuaacuteria para que a operaccedilatildeo seja
efetuada
bull as condiccedilotildees de tempo reinantes e previstas e a aacuterea designada para a operaccedilatildeo
devem ser avaliadas pelo comandante antes de iniciar a operaccedilatildeo
bull a compatibilidade das tomadas de carga e mangotes bem como a quantidade e o
tamanho das defensas deve ser verificada
bull a borda-livre de ambos os navios em todos os estaacutegios da operaccedilatildeo deve ser
considerada
bull deve ser estabelecido um sistema de comunicaccedilatildeo adequado entre os navios e o
mooring master
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
48
28 Operaccedilotildees de lastro
O lastro eacute usado para assegurar que os esforccedilos e condiccedilotildees de estabilidade do
navio sejam mantidos dentro dos limites recomendados em todos os estaacutegios da
operaccedilatildeo e da viagem
Nos manuais de COW dos navios satildeo previstos tanques de carga para serem
utilizados para lastro pesado em condiccedilotildees de mau tempo Esses tanques devem ter sido
previamente lavados com oacuteleo cru antes de serem lastrados
O imediato eacute o oficial responsaacutevel pelo planejamento e a execuccedilatildeo das
movimentaccedilotildees do lastro e pelos registros pertinentes no Formulaacuterio para Informaccedilotildees
sobre a Aacutegua de Lastro
Deve-se evitar efetuar lastro em aacutereas de pouca profundidade para evitar a
captaccedilatildeo de sedimentos Caso seja imperativa a admissatildeo de lastro nessas aacutereas esta
deve ser limitada ao miacutenimo necessaacuterio para posterior complementaccedilatildeo
Ao efetuar lastro nos portos os tanques de lastro soacute devem ser lastrados ateacute
98 para prevenir transbordamento Em viagem os tanques devem ser completados a
100 para evitar a formaccedilatildeo de atmosfera com alta salinidade e consequumlente processo
de corrosatildeo
Antes da chegada a qualquer porto de carregamento antes de iniciar o deslastro
e ainda em fase intermediaacuteria do deslastro deve ser efetuada uma inspeccedilatildeo visual da
superfiacutecie do lastro com a finalidade de identificar a existecircncia de peliacutecula de oacuteleo
evitando dessa forma a ocorrecircncia de poluiccedilatildeo por ocasiatildeo de deslastro
O deslastro deve ser efetuado sempre que possiacutevel utilizando-se a descarga alta
de costado devendo o descarte ser tambeacutem inspecionado visualmente Na fase final do
deslastro e dreno de tanques a inspeccedilatildeo visual deve ser intensificada Este
procedimento visa prevenir uma possiacutevel poluiccedilatildeo causada pela contaminaccedilatildeo do lastro
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
49
Caso seja identificada contaminaccedilatildeo do lastro deve ser medida a interface
aacuteguaoacuteleo e a aacutegua limpa deve ser descartada em viagem utilizando o carretel de
interligaccedilatildeo das redes de carga e lastro e o descarte efetuado atraveacutes do monitor de
lastro O lastro sujo remanescente deve ser transferido para o slop para futuro descarte
O tanque de lastro deve ser lavado e inspecionado para identificar a fonte de
contaminaccedilatildeo
Antes da chegada em qualquer porto deve ser preenchido o Formulaacuterio para
Informaccedilotildees sobre a Aacutegua de Lastro constante do Manual de Gerenciamento de Aacutegua
de Lastro fornecido pela empresa
No Brasil a Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria atraveacutes da sua resoluccedilatildeo
217 exige a apresentaccedilatildeo do formulaacuterio acima citado para a obtenccedilatildeo de Livre Praacutetica
Quando programado para portos no exterior compete ao comandante antes da
chegada ao porto de destino verificar com o agente local e tambeacutem no Guide to Port
Entry se existem procedimentos impostos pelas autoridades do porto para deslastro
Esses procedimentos podem incluir as seguintes accedilotildees de controle
bull proibiccedilatildeo de deslastro
bull substituiccedilatildeo da aacutegua do lastro em alto-mar ou em aacutereas aceitaacuteveis
bull praacuteticas de gerenciamento de aacutegua de lastro
bull deslastro para instalaccedilotildees de terra
Havendo necessidade de substituiccedilatildeo de lastro em viagem por exigecircncia das
autoridades do porto de destino a operaccedilatildeo deve ser planejada tomando-se as
precauccedilotildees para reduzir ao miacutenimo os esforccedilos do navio
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
50
29 Descarga de mistura oleosa e efluentes
291 Esgoto da Praccedila de maacutequinas
Aleacutem das restriccedilotildees impostas pela MARPOL a empresa Transpetro determina
que na costa leste brasileira entre o Cabo Calcanhar e o Cabo Frio nenhum esgoto da
praccedila de maacutequinas pode ser descartado para o mar mesmo que utilizando o separador
de aacutegua e oacuteleo
Fora dessa aacuterea a aacutegua acumulada no poratildeo da praccedila de maacutequinas pode ser
descartada atendendo aos requisitos da MARPOL ou seja o navio deve estar em
viagem fora de aacuterea especial conforme definido na regra 10 e o descarte deve ser
efetuado atraveacutes do separador de aacutegua e oacuteleo com sistema de filtragem de 15ppm
Em navios que ainda possuam rede de descarga de esgoto da maacutequina direto
para o mar by-passando o separador de aacutegua e oacuteleo esta deve ser permanentemente
removida Quando em aacuteguas estrangeiras devem ser tambeacutem atendidos os regulamentos
especiacuteficos da administraccedilatildeo de cada paiacutes
Antes da chegada ao porto a vaacutelvula de descarga para o mar do separador de
aacutegua e oacuteleo deve ser lacrada e a sua descarga flangeada
A interligaccedilatildeo entre o esgoto da maacutequina e o slop BB deve ser provida de
carretel removiacutevel que soacute deve ser instalado durante a transferecircncia sendo
posteriormente retirado e as redes flangeadas Essa restriccedilatildeo visa evitar que possa
ocorrer passagem de gases de carga para a praccedila de maacutequinas
Todas as operaccedilotildees de descarga de resiacuteduos de aacutegua e oacuteleo da praccedila de maacutequinas
devem ser registradas no Bandalho e Diaacuterio de Maacutequinas e no Livro de Registro de
Oacuteleo ndash Parte I
As transferecircncias para o slop BB devem ser tambeacutem registradas no Bandalho de
Operaccedilotildees e no Livro de Registro de Oacuteleo ndash Parte II
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
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3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
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34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
67
3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
68
312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
69
o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
70
o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia
51
Para se evitar discrepacircncia no registro de quantidades transferidas da maacutequina
para o slop BB registradas nas partes I e II do Livro de Registro de Oacuteleo aleacutem de
utilizadas as mesmas unidades nos dois registros recomenda-se que a transferecircncia da
maacutequina natildeo seja simultacircnea com as transferecircncias de outras fontes tais como dreno de
linhas bandejas e trincaniz
52
292 Descarte de misturas oleosas
As misturas oleosas da aacuterea de carga satildeo geralmente oriundas da limpeza de
tanques de drenos de casa de bombas transferecircncias da praccedila de maacutequinas etc
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
Para o descarte de mistura oleosa em viagem os navios devem cumprir os
regulamentos da aacuterea em que se encontram e as exigecircncias da Regra 9 do Anexo I da
MARPOL descritas abaixo
bull O navio deve estar fora de aacutereas especiais as quais estatildeo definidas na Regra 10
do Anexo I da MARPOL
bull Estar navegando a mais de 50 milhas da terra mais proacutexima
bull Estar navegando na rota planejada
bull A descarga instantacircnea natildeo pode exceder 30 litros por milha naacuteutica navegada
bull O total descarregado deve ser no maacuteximo de um trinta mil avos (130000) para
petroleiros novos e um quinze mil avos (115000) para petroleiros existentes
bull O navio deve ter em funcionamento um sistema de monitoramento de lastro
53
210 Carregamento em terminais equipados com sistemas de controle
de emissatildeo de vapores (VECS)
O conceito fundamental do sistema de controle de emissatildeo de vapores eacute
relativamente simples Quando navios tanques estatildeo carregando em um terminal os
vapores em repouso satildeo deslocados pela carga ou lastro que entra sendo transferidos
para terra para tratamento ou disposiccedilatildeo Entretanto as implicaccedilotildees operacionais e de
seguranccedila satildeo significantes devido ao navio e terminal estarem conectados por um
fluxo comum de gaacutes introduzindo deste modo na operaccedilatildeo um nuacutemero adicional de
riscos que tecircm que ser efetivamente controlados
Estatildeo disponiacuteveis em publicaccedilotildees teacutecnicas de diversas fontes orientaccedilotildees
detalhadas com relaccedilatildeo ao controle de emissatildeo e sistemas de tratamento de vapores A
IMO tem desenvolvido padrotildees internacionais para projetos construccedilatildeo e operaccedilatildeo de
sistemas coletores de vapores nos navios petroleiros e sistemas de controle de emissatildeo
de vapores nos terminais e a OCIMF tem iniciado e divulgado orientaccedilotildees sobre
arranjos de manifolds para vapores
Deve se notar que o Sistema de Controle de Emissatildeo de Vapores (VECS) pode
servir a navios equipados com sistema de gaacutes inerte e tambeacutem navios tanques natildeo
possuidores deste sistema
54
3 REGISTRO NAS OPERACcedilOtildeES E RESPONSABILIDADE DOS
TRIPULANTES ENVOLVIDOS
31 Certificado de inspeccedilatildeo
Nas operaccedilotildees de carregamento o Certificado de Inspeccedilatildeo eacute o documento que atesta
que os tanques do navio foram inspecionados e estatildeo em condiccedilotildees adequadas para
receber a carga nomeada
Nas operaccedilotildees de descarga o documento atesta que os tanques foram inspecionados
e se encontram livres de carga bombeaacutevel
Caso durante a inspeccedilatildeo seja detectado algum remanescente no tanque a respectiva
quantidade deve constar no campo apropriado do certificado
O certificado deve ser preenchido pelo imediato logo apoacutes a inspeccedilatildeo dos tanques
pelo navio terminal e inspetor de carga colhendo as respectivas assinaturas
Caso haja recusa por parte do terminal ou inspetor da carga em assinar o certificado
o mesmo deve ser assinado pelo imediato e pelo comandante devendo ser emitida uma
Carta-Protesto citando a recusa
55
32 Notificaccedilatildeo
Eacute o documento que notifica o afretador embarcador recebedor ou outras partes
interessadas determinadas pelo contrato de que o navio chegou ao porto ou berccedilo de
destino e que se encontra pronto a carregar ou descarregar sob todos os aspectos
A NOR deve conter as seguintes informaccedilotildees
bull destinataacuterio
bull data e hora da emissatildeo
bull produtos e quantidades a serem movimentadas
Nas operaccedilotildees de carregamento deve ser ainda informado se a quantidade
informada deve incluir a variaccedilatildeo percentual de carga admissiacutevel e se eacute MOLOO (More
or Less Ownerrsquos Option) ou MOLCO (More or Less Chartererrsquos Option)
Quando a carga em um mesmo terminal for proveniente ou destinada a mais de
uma parte envolvida deve ser emitida na chegada uma NOR distinta para cada uma
delas No caso de em um mesmo porto o navio operar em mais de um terminal na
chegada a NOR deve ser emitida para o primeiro terminal sendo as subsequumlentes
emitidas na desconexatildeo de cada terminal
A NOR deve ser emitida por qualquer meio de comunicaccedilatildeo devendo ser
formalizada por escrito assim que possiacutevel que deve ser assinado pelos representantes
do navio do terminal e embarcador ou recebedor
56
33 Carta Inicial
Este documento eacute preenchido pelos representantes do navio e terminal na
Reuniatildeo de Liberaccedilatildeo Inicial antes do iniacutecio da operaccedilatildeo onde cada parte informa suas
condiccedilotildees e restriccedilotildees para a operaccedilatildeo
A carta inicial eacute normalmente apresentada pelo terminal e deve ser assinada e
carimbada pelos representantes do navio e terminal Nos casos em que o terminal ou o
outro navio ndash em operaccedilotildees ship to ship ndash natildeo apresente a carta inicial o navio deve
preparar o documento utilizando o formulaacuterio SGF-PET-FM-006 ndash Carta Inicial
complementando os dados referentes ao terminal ou ao outro navio com o representante
do mesmo
As condiccedilotildees de vazatildeo e a pressatildeo a serem informadas pelo navio na Reuniatildeo de
liberaccedilatildeo Inicial devem ser as condiccedilotildees maacuteximas com que o navio pode descarregar
natildeo se limitando aos valores contratuais
Deve ser levado em consideraccedilatildeo que quando operando em terminais proacuteprios eacute
comum que a carta inicial apresentada pelo terminal jaacute traga preenchidos os dados
relativos ao navio Nesses casos os dados devem ser conferidos e corrigidos quando
necessaacuterio
57
34 Relatorios de mediccedilotildees e quantidades
Esse documento destina-se agrave apuraccedilatildeo das quantidades a bordo e indica a
ulagem e a quantidade de cada tanque de carga devendo ser preenchido antes de se
iniciar uma operaccedilatildeo de descarga e tambeacutem ao final de uma operaccedilatildeo de carregamento
Esse documento deve ser assinado e carimbado pelo navio terminal e inspetor
da carga
58
35 Registro de pressotildees de descarga
Esse documento tem a finalidade de registrar a pressatildeo de descarga lida no
manifold do navio a cada hora Essa leitura deve ser efetuada em conjunto por
representantes do navio e do terminal
Aleacutem da pressatildeo as seguintes informaccedilotildees tambeacutem constam do documento
bull Data e hora da leitura
bull Bombas de carga em uso
bull Vazatildeo a cada hora
Deve ser utilizado o formulaacuterio ou modelo fornecido pelo afretador O formulaacuterio
deve ser assinado pelo navio e terminal Caso ao final da operaccedilatildeo o terminal apresente
outro relatoacuterio de mediccedilatildeo de pressotildees com valores diferentes dos medidos no manifold
deve ser colocada a ressalva de que as mediccedilotildees natildeo foram acompanhadas por bordo e
foram efetuadas fora do ponto contratual de leitura
Contratualmente a operaccedilatildeo de descarga deve ser efetuada em 24 horas ou proacute-rata
para carga parcial Caso o terminal impeccedila o navio de cumprir a descarga nesse periacuteodo
a performance do navio passa a ser medida pela pressatildeo meacutedia de descarga que
contratualmente eacute de 7kgcm2 durante o tempo de efetivo bombeio
59
36 Registro de ocorrecircncias
Essas ocorrecircncias satildeo apresentadas pelo terminal atraveacutes do Time Sheet que ao
ser recebido a bordo deve ser conferido pelo navio quanto agrave exatidatildeo das informaccedilotildees
nele contidas
Caso o terminal natildeo apresente o Time Sheet o navio deve preparar o Statement
of Facts utilizando o formulaacuterio que conteacutem as informaccedilotildees do Time Sheet
Esses documentos devem ser assinados pelo navio e pelo terminal devendo ser
anexados agrave documentaccedilatildeo da carga
60
37 Carta Protesto
Esse documento destina-se a registrar um protesto geralmente de cunho
operacional que resguarde responsabilidades em uma eventual disputa entre as partes
envolvidas no transporte mariacutetimo
Os tipos mais comuns de protestos na operaccedilatildeo de petroleiros satildeo
bull Diferenccedila entre quantidades de terra e de bordo
bull Presenccedila de aacutegua na carga
bull Baixa vazatildeo de carregamento
bull Restriccedilotildees operacionais
bull Interrupccedilotildees pelo terminal
A emissatildeo de outros tipos de carta-protesto que possam ser necessaacuterias para
proteger os interesses do navio deve ser considerada pelo comandante
Nesses casos deve-se tomar a precauccedilatildeo de utilizar linguajar claro e simples e
conteuacutedo objetivo que represente apenas fatos sem manifestar impressotildees e opiniotildees
Quando a parte protestada se recusar a assinar a carta-protesto o navio deve
anotar essa recusa no proacuteprio protesto e obter a assinatura de uma terceira parte como
testemunha Normalmente o agente pode ser utilizado como testemunha
Quando o navio for protestado caso tenha dados para contestar tal protesto deve
fazecirc-lo na proacutepria carta Em caso contraacuterio deve apenas acusar o recebimento Em
qualquer caso de duacutevida a empresa deve ser consultada
61
38 Manifesto de carga
Eacute um documento emitido pelo navio ou pelo agente que lista as cargas
destinadas a determinado porto
Esse documento tem finalidade aduaneira e deve ser apresentado agrave autoridade
alfandegaacuteria via agente local
39 Conhecimento de transporte aquaviaacuterio (Bill of Lading)
Eacute o documento que serve como recibo e comprova a propriedade da carga
servindo como evidecircncia da existecircncia de um contrato de transporte mariacutetimo
310 Certificado de anaacutelise de produto
Eacute o documento que deve ser fornecido pelo embarcador contendo o resultado da
anaacutelise do produto embarcado
O natildeo-recebimento desse documento deve ser protestado pelo navio
62
311 Responsabilidade de seguranccedila dos tripulantes envolvidos nas
operaccedilotildees de carga e descarga
A equipe de serviccedilo durante as operaccedilotildees de carga eacute composta por um oficial de
naacuteutica um bombeador dois tripulantes da guarniccedilatildeo de conveacutes um oficial de
maacutequinas e seu auxiliar
O imediato eacute o responsaacutevel pela operaccedilatildeo podendo acumular a funccedilatildeo de oficial
de naacuteutica de serviccedilo na operaccedilatildeo
Compete ao Imediato como responsaacutevel pela operaccedilatildeo
bull Elaborar o Plano de Carga e apresentar ao comandante para aprovaccedilatildeo
atualizando conforme a necessidade
bull Estabelecer no plano instruccedilotildees claras sobre em que fases da operaccedilatildeo ele deve
ser chamado ao CCC
bull Efetuar a liberaccedilatildeo inicial e final com o representante do terminal
bull Assumir pessoalmente o controle no iniacutecio nas fases criacuteticas e no final das
operaccedilotildees de carga
bull Coordenar a seguranccedila das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza dos tanques
transferecircncia interna de carga inertizaccedilatildeo supervisionar os tripulantes
envolvidos
bull Preparar a escala de serviccedilo dos oficiais de naacuteutica bombeador e tripulantes do
conveacutes durante as operaccedilotildees submetendo-a agrave aprovaccedilatildeo do comandante
bull Impreterivelmente manter prontos para uso os equipamentos portaacuteteis de
mediccedilatildeo atmosfeacuterica (oxiacutemetro explosiacutemetro tankscope e mini detector de H2S)
e o kit SOPEP pois eacute de extrema importacircncia esses equipamentos para
seguranccedila
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do Livro de Registro de Oacuteleo interagindo com
o Chefe de maacutequinas nas transferecircncias da praccedila de maacutequinas
bull Efetuar a apuraccedilatildeo das quantidades de carga movimentadas ao final das
operaccedilotildees
63
3111 Responsabilidades dos oficiais de naacuteutica
Compete aos oficiais de naacuteutica encarregados das operaccedilotildees junto com o imediato
manter a seguranccedila de todos a bordo cumprindo o plano de carga elaborado abaixo
relacionado
bull Assegurar que seja mantida vigilacircncia permanente no conveacutes durante as
operaccedilotildees
bull Zelar para que o navio esteja seguramente amarrado durante toda operaccedilatildeo
bull Cumprir e fazer cumprir os check-lists operacionais
bull Fiscalizar o uso de EPIrsquos pelos tripulantes envolvidos na operaccedilatildeo
bull Interagir com o oficial de maacutequinas de serviccedilo no sentido de otimizar a
utilizaccedilatildeo dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases
da operaccedilatildeo
bull Assegurar-se de que existem meios adequados de comunicaccedilatildeo entre o navio e o
terminal durante toda operaccedilatildeo
bull Registrar as ocorrecircncias e manobras relativas agraves operaccedilotildees de carga no bandalho
de operaccedilotildees conforme orientaccedilotildees do comandante No miacutenimo os seguintes
registros devem ser efetuados
o Cumprimento dos check-lists operacionais
o Iniacutecio e teacutermino das operaccedilotildees descritas no manual do navio
o Abertura e fechamento das vaacutelvulas do manifold
o Iniacutecio e teacutermino de cada tanque
o Inspeccedilatildeo de terceiros
o Interrupccedilotildees e reiniacutecios das operaccedilotildees indicando motivos
o Falha de equipamentos
o Monitoramento da atmosfera dos tanques
o Recebimento e entrega de amostras
bull Aberturas e fechamento de vaacutelvulas uma vez que essas manobras devem ser
descritas nos respectivos planos No entanto qualquer alteraccedilatildeo do planejado
deve ser corrigida no plano correspondente
64
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de navegaccedilatildeo efetuando os seguintes
registros
o Iniacutecio interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de carga e lastro limpeza
abastecimento transferecircncia interna de carga combustiacutevel e descarga da
mistura oleosa e efluentes
o Qualquer ocorrecircncia de poluiccedilatildeo dano ou contaminaccedilatildeo de carga
65
3112 Responsabilidade na seguranccedila operacional do bombeador
bull Atuar nas operaccedilotildees de carga de acordo com as orientaccedilotildees e determinaccedilotildees do
Imediato e oficiais de naacuteutica de serviccedilo
bull Preparar as tomadas do manifold para a operaccedilatildeo
bull Alinhar as vaacutelvulas de carga e de gaacutes inerte no conveacutes principal e casa de
bombas
bull Testar as vaacutelvula vaacutecuo-pressatildeo antes da chegada
bull Efetuar as mediccedilotildees dos tanques e inspeccedilotildees na casa de bombas
bull Drenar a bandeja do manifold quando necessaacuterio e ao final da operaccedilatildeo
bull Fechar a vaacutelvula de dreno das bandejas e os suspiros e drenos das redes de carga
66
3113 Responsabilidade da seguranccedila operacional da guarniccedilatildeo de
conveacutes
bull Monitorar as condiccedilotildees de amarraccedilatildeo e efetuar a vigilacircncia no conveacutes e ao redor
do navio
bull Auxiliar o bombeador na tarefa de conexatildeo desconexatildeo drenagem de bandejas
e linhas
bull Efetuar a leitura dos manocircmetros das tomadas de carga
bull Auxiliar na mediccedilatildeo dos tanques de carga e retirada de amostras e efetuar
inspeccedilotildees na casa de bombas quando solicitado
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3114 Responsabilidade da seguranccedila operacional dos oficiais de
maacutequinas
bull Interagir com o oficial de naacuteutica de serviccedilo no sentido de otimizar a utilizaccedilatildeo
dos sistemas e equipamentos da praccedila de maacutequinas nas diversas fases da
operaccedilatildeo
bull Manter comunicaccedilatildeo com o CCC
bull Manter atualizada a escrituraccedilatildeo do diaacuterio de maacutequinas registrar o iniacutecio
interrupccedilotildees e teacutermino das operaccedilotildees de abastecimento transferecircncia interna de
combustiacuteveis e descarga de mistura oleosa e efluentes
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312 Procedimentos para minimizar perda de receita
No uacuteltimo trimestre do ano passado a Petrobras captou quase 120 bilhotildees de
reais na maior oferta de accedilotildees da histoacuteria Os investidores que colocaram essa montanha
de dinheiro na empresa obviamente natildeo esperavam sair perdendo mas foi exatamente
isso que aconteceu Apoacutes registrarem uma das maiores quedas do Ibovespa em 2010 os
papeacuteis acumulam uma desvalorizaccedilatildeo de 22 neste ano
Em primeiro lugar eacute importante explicar os motivos para o otimismo inicial No
final do ano passado a Petrobras parecia ser a empresa com maior capacidade de
ampliaccedilatildeo de reservas do mundo devido agraves descobertas no Preacute-sal O fato de a empresa
estar capitalizada e com recursos para investir tambeacutem pesava a favor Com o iniacutecio dos
distuacuterbios na Liacutebia as accedilotildees chegaram a ser cotadas bem acima do valor definido no
aumento de capital
Os problemas comeccedilaram logo a seguir Os preccedilos do petroacuteleo subiram mas a
empresa nem sequer sinalizou a possibilidade de elevar os preccedilos dos combustiacuteveis
internamente Com a inflaccedilatildeo acima da meta no Brasil um reajuste ainda parece pouco
provaacutevel no curto prazo Aleacutem disso a empresa corriqueiramente natildeo cumpre as
promessas feitas ao mercado A produccedilatildeo de petroacuteleo em julho foi a menor desde
outubro Os investimentos que estatildeo sendo feitos soacute devem comeccedilar a elevar
representativamente a produccedilatildeo a partir de 2013 Ateacute laacute o dinheiro deve continuar
saindo do caixa da Petrobras sem que a distribuiccedilatildeo de dividendos aumente
significamente
Segundo as informaccedilotildees fornecidas pela empresa Transpetro o setor comercial forneceu
as principais causas de perda de receita
bull Off-hire
o Certificaccedilatildeo
o Quebra de equipamentos
o Tripulaccedilatildeo
bull Underperformance
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o Velocidade
o Bombeio
o Consumos
Os procedimentos para minimizar a perda da receita
bull Correto cumprimento do sistema de gerenciamento de manutenccedilatildeo e pessoal
atualmente utilizado o NS-5
bull Atenccedilatildeo na data de vencimento de certificados
o DOC ndash Documento de conformidade
o Estatutaacuterios
o Inspeccedilatildeo mariacutetima (Flag State Control ou Port State Control)
o ISPS
bull Manutenccedilatildeo do navio em condiccedilotildees seguras para operaccedilatildeo
o Inspeccedilatildeo no terminal do oficial de seguranccedila
o Amarraccedilatildeo segura
bull Durante a operaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Acompanhamento da operaccedilatildeo
o Mediccedilatildeo manual dos tanques de carga e slops
o Inspeccedilatildeo visual e mediccedilatildeo dos tanques de lastro
o Cumprimento do plano de carga
bull Durante a navegaccedilatildeo
o Correto cumprimento do SGF
o Cumprimento das ordens permanentes e noturnas do comandante
o Especial atenccedilatildeo a navegaccedilatildeo em aacutereas criticas
o Cumprimento do plano de viagem
o Acompanhamento de boletins meteoroloacutegicos e mau tempo
bull Preenchimento correto dos boletins SIGO
o Confirmar dados antes de inserir nos boletins
o Inserir mau tempo nos boletins de viagem
o Inserir aquecimento de carga nos boletins de porto e viagem quando
possiacutevel
o Inserir shifting correto
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o Ajustar dados de consumo no porto e em viagem
o Inserir restriccedilatildeo quando natildeo houver conexatildeo de todos os manifolds
o Inserir a vazatildeo contratual correta de acordo com o nuacutemero de conexotildees
ou segregaccedilotildees
o Inserir os 15 de mau tempo durante a viagem
o Antes de inserir a parada em viagem consultar a Gerecircncia