Post on 14-Jun-2020
JV – Quando e por que você escolheu
Medicina como carreira?
Felipe – Por volta da 8ª série estava entre
Medicina e Engenharia. Pendia mais
para Engenharia. Mas teve um fórum de
profissões no meu colégio e no 1º ano
do Ensino Médio optei por Medicina. O
motivo foi meu interesse pela Biologia com
enfoque no ser humano e a possibilidade
de ajudar as pessoas a terem mais saúde
e melhorar a vida delas.
Além da Fuvest, você prestou outros
vestibulares?
Prestei Unicamp, Unesp, Enem e Unifesp.
O Enem vale como 1ª fase da Medicina
Unifesp. Passei em todas.
Qual era sua primeira opção?
Era a Pinheiros.
Por quê?
Sei que a Unicamp é muito boa, meu pai
fez Unesp e é médico em Botucatu, mas
nasci em São Paulo e por morar aqui achei
que o melhor era estudar na Pinheiros.
Como você conheceu o Etapa?
No meu colégio era o curso pré-vestibular
de que mais falavam bem. Daí achei que
era o melhor curso mesmo e segui o que
o pessoal falava.
Você prestou vestibular no final do 3º
ano do Ensino Médio?
Prestei. Para Medicina. Só na Unicamp
não fiz Medicina, fiz Engenharia Mecânica.
Passei para a 2ª fase da Unesp e da Fuvest.
Na Fuvest peguei Santa Casa, na segunda
chamada, mas vim para cá porque achei
que estudando um ano no cursinho
conseguiria a Pinheiros.
Você estava animado quando entrou
aqui?
Estava. Queria aprender, saber mais. Que-
ria resolver todas as minhas defasagens e
fazer um bom vestibular no fim do ano.
Como ficou sua confiança durante o
ano?
Durante o ano minha confiança foi razoá-
vel, sabia que tinha chance de passar por
causa do meu desempenho no ano ante-
rior. Achei que se me dedicasse eu conse-
guiria passar.
Como você fazia nas aulas para apro-
veitar melhor o que era ensinado?
Eu prestava atenção e conseguia pegar
bem as matérias. Anotava o que achava
mais pertinente, o que eu não sabia ou
que parecia ter mais chances de cair
no vestibular. E resolvia exercícios nos
intervalos, nas trocas de aula.
Como você resolvia suas dúvidas?
Procurava rever o conteúdo na parte
teórica da apostila. Se não conseguia fazer
a revisão da parte teórica, procurava uma
resolução do exercício no site do Etapa. Se
não tivesse jeito mesmo, ia ao Plantão de
Dúvidas.
Nos simulados, quais eram os seus re-
sultados?
Ficava sempre na faixa A. Uma vez ou
outra ficava na B.
Quais dificuldades você enfrentou du-
rante o ano?
Uma foi o cansaço, que bateu mais forte
em junho.
Você tinha algum hobby para relaxar?
Na época do colégio eu fazia aulas de
guitarra e piano. Eu achei que não daria
tempo de fazer tudo isso e mais o curso.
Então parei. Mas, em casa, às vezes, eu
tocava violão, piano. Dava para descontrair
um pouco.
Como foi perto dos vestibulares?
Em outubro o cansaço surgiu de novo, mas
quando começou a Revisão dei um gás,
peguei mais pesado. Chegava em casa e
resolvia exercícios até completar a minha
cota diária. Enquanto não acabasse eu
não parava. A minha meta era completar a
apostila de Revisão, pelo menos os testes.
Organizei meu estudo em cotas diárias
para cumprir e com isso consegui fechar a
apostila de Revisão.
Qual era a cota diária?
Peguei o número total de exercícios e
dividi pelos dias que eu tinha até a Fuvest.
Depois da apostila de Revisão teve outra
apostila. Eu fui fazendo todas. Todas as
matérias.
“Só não alcança os seus sonhos quem desiste.
Siga em frente lutando, vai chegar sua vez.”
Felipe Seiti Sekiya está na Medicina da USP. No ano anterior,
ao sair do colégio, ele tinha entrado na Santa Casa, mas
queria a USP, então veio para o cursinho. Na Fuvest ficou em
42º lugar entre 1 050 convocados que chegaram na 2ª fase
da Medicina. Um resultado que foi a resposta a todo o seu
esforço – como ele próprio explica no seu depoimento a seguir.
ENTREVISTA
Felipe Seiti Sekiya 1CONTO
Questão de honra – Artur Azevedo 3
1481
JORNAL ETAPA – 2014 • DE 18/09 A 01/10
Jornal do Vestibulando ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA
ENTREVISTA
Felipe Seiti Sekiya
Em 2013: Etapa
Em 2014: Medicina Pinheiros/USP
ENTRE PARÊNTESIS
More money 8
ARTIGO
A Semana de 22 4 Inscrições 8SERVIÇO DE VESTIBULAR
ENTREVISTA2
Jornal ETAPA, editado por Etapa Ensino e Cultura
REDAÇÃO: Rua Vergueiro, 1 987 – CEP 04101-000 – Paraíso – São Paulo – SP
JORNALISTA RESPONSÁVEL: Egle M. Gallian – M.T. 15343
Jornal do Vestibulando
Você leu as obras indicadas como
obrigatórias?
Li Til, Capitães da Areia, Vidas secas. Tem
livro que você não consegue entender
direito. Por exemplo, Viagens na minha
terra tem citação de filósofos, da história
de Portugal e sozinho você não consegue
entender muito bem. Vendo uma pales-
tra, uma videoaula, acaba fazendo mais
sentido.
Você assistiu às palestras sobre os
livros?
Assisti às videoaulas. Eram ótimas. Mas
não pude ver as palestras porque moro
muito longe e acabaria chegando em casa
às 11 horas para acordar às 5 da manhã.
E como foi nas questões que envolviam
os livros?
Acertei todas.
Você prestou vestibulares para quatro
faculdades públicas. Em qual você
achava que tinha mais chance de
entrar?
Na Pinheiros mesmo, que era meu foco
de estudos.
Quantos pontos você fez na 1ª fase da
Fuvest?
81.
Você ficou, sem bônus, 11 pontos
acima do corte, que foi 70. Como viu
esse resultado?
Era mais ou menos o que eu fazia nos
simulados. Fiquei bem contente, deu
mais autoconfiança. Mas também sabia
que não podia relaxar porque se fosse
mal nos outros exames não ia adiantar
ter ido muito bem na 1ª fase.
Da 1ª para a 2ª fase o que ajudou mais
durante seus estudos?
Para a 2ª fase resolvi vestibulares de
anos anteriores. Fui fazendo as provas da
Fuvest, de uns quatro anos para cá.
Na 2ª fase, quais foram suas notas?
No primeiro dia, Português e Redação, tirei
72,5. Na Redação o meu desempenho
foi de 75%. No segundo dia tirei 75. No
terceiro dia minha nota foi 95,83.
Alguma surpresa nessas notas?
Eu me surpreendi com o terceiro dia, eu
queria tirar mais de 90, mas achava que
não conseguiria. E me surpreendi muito
com o primeiro dia também. No segundo
dia esperava ter ido melhor.
Na escala de zero a 1 000, qual foi sua
pontuação na Fuvest?
833,3.
Sua classificação na carreira Medicina?
42º, entre os 1 050 chamados para a
2ª fase.
Nos outros vestibulares, como você se
classificou?
Na Unifesp eu passei bem, em 17º. Na
Unicamp eu não lembro, mas foi na
primeira chamada. Na Unesp passei acho
que na terceira chamada.
Como soube de sua aprovação para a
Pinheiros?
Vi em casa. Estava com minha mãe.
Ela ficou muito feliz. Depois fui para a
comemoração no Etapa.
Você já conhecia a Pinheiros?
O primeiro contato foi na matrícula. Até
me surpreendi porque é muito bonito lá
dentro.
Como foi no dia da matrícula?
Foi bom. Os veteranos foram muito
receptivos, sempre dando parabéns,
perguntando como eu tinha ido, se estava
feliz, qual era minha expectativa. Não
teve nenhum tipo de trote, foram bem
amigáveis mesmo. Depois da matrícula,
no porão, que é um espaço dos alunos,
eles estavam vendendo roupa, camiseta,
chaveiro, caneta, agenda. Comprei tudo.
Quis renovar o guarda-roupa com roupas
da Medicina.
Que matérias você está tendo agora?
Basicamente, as primeiras semanas do
semestre foram de estudo do sistema
nervoso e do sistema cardiovascular.
Estou tendo Neuroanatomia, Anatomia
do Sistema Cardiovascular, Fisiologia,
Histologia, Atenção Primária à Saúde, Fi-
siocardiologia, Medicina e Humanidades,
com aulas que buscam humanizar a prá-
tica médica, saber lidar com o paciente,
conversar. A parte humana da Medicina
é muito importante. Por enquanto temos
isso.
De qual matéria você está gostando
mais?
De Neuroanatomia. Fisiocardiologia tam-
bém é bem interessante. Para ser sincero,
acho que estou gostando de tudo.
Qual matéria o pessoal fala que é mais
difícil?
Basicamente, as Fisiologias, em geral,
são difíceis.
Com relação ao que viu até agora na
faculdade, do que você mais gostou?
Eu gostei mais das aulas práticas. Em
Anatomia a gente já foi vendo várias pe-
ças anatômicas, várias estruturas. Em
Atenção Primária à Saúde fizemos algu-
mas visitas domiciliares para conversar
com pacientes, saber como eles lidam
com a saúde, a doença. A teoria é muito
importante, mas eu acho as partes práti-
cas mais legais.
Tem alguma área da Medicina em
que você pretende trabalhar ou ain -
da é cedo para escolher uma espe-
cialização?
Ainda é cedo. Se eu fechar minha cabeça
para uma determinada especialidade vou
acabar não aproveitando tanto as outras
especialidades que vou aprender. Quando
estiver mais perto da prova de Residência
eu escolho o que quero fazer.
Que dicas você dá a quem vai prestar
vestibular este ano?
Só não alcança os seus sonhos quem
desiste. Por mais que o caminho tenha
obstáculos, tem de seguir em frente, tem
de aguentar as dificuldades e superá-las.
Siga em frente lutando, vai chegar sua
vez.
Como fica marcado o ano passado
para você?
Foi um ano corrido. O estresse e a luta
foram características do ano passado. E o
resultado final foi a resposta a todo esse
esforço.
Hoje você está diferente de quando
começou no cursinho?
Acho que estou. Quando você começa
não sabe se vai conseguir passar. Não
sabe qual vai ser seu futuro. Mas quando
entra na faculdade você sabe que tem
seis anos pela frente para estudar e
no final disso você vai ser médico, vai
trabalhar com pacientes, vai seguir sua
vida.
O que ficou de lição para você da
experiência de fazer o cursinho?
Você tem de se empenhar. Tem de correr
atrás. Essa foi uma lição que eu aprendi
no cursinho.
Você quer dizer mais alguma coisa
para nossos alunos?
O segundo semestre é cansativo, mas é
para continuar estudando. Isso dá retorno
e é muito gratificante no final.