Post on 20-Jul-2015
Marcos 1.9-11
“Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré daGaliléia e por João foi batizado no rio Jordão.Logo ao sair da água, viu os céus rasgarem-se eo Espírito descendo como pomba sobre ele.Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és omeu Filho amado, em ti me comprazo”.
Comunhão
Definição de comunhão (At 2.42,44):Relacionamento caracterizado porcompartilhar algo em comum ao dar e receber.
“Comunhão” aponta para dois aspectosfundamentais em um relacionamento: unidadee diversidade.
“Comunhão” é uma excelente palavra paradescrever a Trindade: uma essência (Deus) etrês pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo).
Trindade imanente e Trindade econômica
A Trindade econômica é a Trindade imanente:as relações observadas entre as três pessoas daTrindade no tempo refletem as relações eternasque elas mantêm umas com as outras.
A Trindade econômica revela a Trindadeimanente porque revelar a Trindade imanente éjustamente a razão de ser da Trindadeeconômica (Jo 3.16; 17.3).
Trindade imanente e Trindade econômica
Isso não significa que a identidade da Trindadeé idêntica à missão da Trindade, ou que ageração do Filho é idêntica ao Seu envio peloPai no tempo.
Se a Trindade econômica revela a Trindadeimanente, “torna-se legítimo transpor os dadosda missão temporal para o plano das relaçõesinternas, e supor que o que é verdade sobre umserá verdade sobre o outro” (Bray).
A comunhão da Trindade na Bíblia
O Pai e o Filho
Pai e Filho se definem mutuamente (Ef 1.3; 2Jo 3)
O Pai ama o Filho e o Filho é amado do Pai (Mc 1.9-11;Jo 17.24)
A eternidade do Filho como Filho (Jo 3.16; 1Jo 4.9; Jo17.24)
A comunhão da Trindade na Bíblia
O Pai e o Filho
“Unigênito” (monogenes): Único gerado (Jo 1.14,18;3.16,18; 1Jo 4.7; 5.18)
Geração do Filho pelo Pai (Sl 2.7; At 13.32,33; Hb 1.5)
Igualdade do Filho com o Pai (Jo 1.1-3; 5.18; 20.28)
A união do Pai com o Filho (Jo 10.30; 14.6-11,20,23;17.20-23)
A ordem existente entre o Pai e o Filho (Jo 5.18-30)
A comunhão da Trindade na Bíblia
O Espírito do Pai e do Filho
O Espírito no batismo de Jesus (Mt 3.16,17)
O envio e procedência do Espírito a partir do Pai e doFilho (Mt 3.11; Jo 14.16,17,26; 15.26; 4.10,13,14; 7.37-39; Ap 7.17; 22.1; Jo 20.21; At 2.32,33)
A união do Espírito com o Pai e com o Filho (Jo 14.16-23)
O Espírito é uma pessoa (Jo 15.26; Ef 4.30)
O Espírito é Deus (Mt 12.31,32; At 5.3,5; 1Co 3.16,17)
A comunhão da Trindade na Bíblia
Pai, Filho e Espírito
Fórmula batismal (Mt 28.19)
A unidade de Deus (Mc 12.29; Tg 2.19; 1Co 8.4-6)
A única essência e as três pessoas
“Essência” diz respeito ao que Deus é, ou seja,os seus atributos. A essência de Deus é ointensamente pessoal EU SOU (Ex 3.14).
Deus é uma única essência e não três. Deus éapenas um espírito que é infinito, eterno eimutável em seu ser, sabedoria, poder,santidade, justiça, bondade e verdade.
A única essência e as três pessoas
“Pessoa” diz respeito a quem Deus é, ou seja, astrês pessoas divinas, Pai, Filho e Espírito Santo,e assim indica as distinções em Deus.
As três pessoas não são três seres distintos, mastodas as três são a mesma essência divina. “Adistinção entre ser e pessoa e entre as pessoasentre si não pode estar em uma substância, masapenas nas relações mútuas” (Bavinck).
A única essência e as três pessoas
A unidade da essência e a diversidade daspessoas são igualmente fundamentais em Deus.“Deus é três tão verdadeiramente quanto ele éum [...] Deus eternamente existiu como o DeusTriuno, e assim nem unidade, nem trindade émais básica [...] Deus é, e Deus é o Pai, o Filho,e o Espírito Santo” (Smith).
A única essência e as três pessoas
Pode-se abordar a Trindade afirmando tantoque Deus é um ser que existe como três pessoasquanto que Deus é três pessoas que são um ser.
Enfatizar apenas a unidade ou a diversidadeconduz, respectivamente, a dois erros:modalismo e triteísmo.
A consubstancialidade das três pessoas
Consubstancial (homoousios): Da mesma substância.
Cada pessoa divina é completa e plenamente Deus, enão apenas um terço de Deus.
Uma pessoa divina individualmente considerada não émenos Deus do que as três pessoas divinas juntas:“Tão perfeita é a igualdade no seio da Trindade quenão somente o Pai não é maior que o Filho no tocante àdivindade; nem o Pai e o Filho juntos são umarealidade maior que o Espírito Santo; tampoucoqualquer das pessoas em particular é inferior à própriaTrindade” (Agostinho).
A habitação mútua das três pessoas
Perichoresis: conter um ao outro.
Se Deus está em cada pessoa divina de modo completo, e Deusé as três pessoas, segue-se que cada pessoa divina é habitadapelas outras duas em uma comunhão perfeita.
Definição: “O Pai está todo no Filho e todo no Espírito Santo;o Filho está todo no Pai e todo no Espírito Santo; o EspíritoSanto está todo no Pai e todo no Filho; ninguém precede aooutro em eternidade ou o excede em grandeza ou o sobrepujaem poder” (Concílio de Florença).
Explicação: “Em termos físicos, alguém pode dizer que todasas três pessoas ocupam o mesmo ‘espaço’ divino” (Bray).
As distinções e relações das três pessoas
Pessoa Propriedade Relação com as outras pessoas
Pai Paternidade Gera eternamente o FilhoEspira eternamente o Espírito
Filho Filiação É gerado eternamente do PaiEspira eternamente o Espírito
Espírito Santo Procedência Procede eternamente do Pai e do Filho
As distinções e relações das três pessoas
A geração do Filho pelo Pai
É necessária
É eterna
É pessoal
É espiritual
Não envolve comunicação de essência
Definição: É o ato eterno e necessário do Pai, pelo qual Ele,dentro da essência divina, sem nenhuma divisão, alienação,mudança ou comunicação essencial, é o princípio do Filho,semelhante a Si próprio, e dá ao Filho o Espírito Santo paraque Ele proceda do Filho assim como procede do Pai.
As distinções e relações das três pessoas
A procedência do Espírito Santo a partir do Paie do Filho
Semelhança com geração: necessária, eterna, pessoal,espiritual, sem comunicação de essência.
Diferença em relação à geração: 1) O princípio dageração é o Pai e o da procedência é o Pai e o Filho; 2)A geração dá ao Filho a capacidade de ser princípio deoutro, mas a procedência não.
As distinções e relações das três pessoas
A procedência do Espírito Santo a partir do Paie do Filho Na procedência, o Espírito procede do Pai e do Filho
como de um único princípio.
Na procedência, há peculiaridades na forma como oEspírito se relaciona com o Pai do Filho e com o Filhodo Pai.
Definição: É o ato eterno e necessário do Pai e do Filho,pelo qual eles, dentro da essência divina, sem nenhumadivisão, alienação, mudança ou comunicação essencial,são o único princípio do Espírito Santo, cada qual deacordo com Sua propriedade pessoal.
A ordem entre as três pessoas
Há uma ordem (taxis) entre as três pessoas divinas, naqual o Pai é a primeira pessoa, o Filho é a segundapessoa e o Espírito Santo é a terceira pessoa.
Essa ordem não pode ser revertida. Essa ordem não é um tipo de subordinacionismo,
porque essa não é uma ordem de essência, mas derelacionamento.
Essa ordem envolve também a obediência e submissãodo Filho ao Pai, que não é a obediência de um inferiora um superior, nem uma obediência servil, mas umarelação entre dois iguais, Pai e Filho, onde a obediênciado Filho ao Pai é espontânea.
Resumo da comunhão na Trindade
“Há três pessoas na Divindade: o Pai, o Filho eo Espírito Santo; essas três pessoas são um sóDeus verdadeiro e eterno, da mesmasubstância, iguais em poder e glória, emboradistintas pelas suas propriedades pessoais [...]O Pai gerou o Filho, o Filho foi gerado do Pai, eo Espírito Santo procede do Pai e do Filho,desde toda a eternidade” (Catecismo Maior deWestminster, perguntas 9 e 10).
Conclusão
“Além de tudo isso e antes de tudo, guarde, eu te suplico, o bomdepósito, pelo qual eu vivo e trabalho, e ao qual eu desejo ter como ocompanheiro de minha partida; com o qual eu suporto tudo o que étão aflitivo e desprezo todos os prazeres: a confissão do Pai e doFilho e do Espírito Santo. Isto eu te confio hoje; com isto eu tebatizarei e te farei crescer. Isto eu te dou para compartilhar edefender por toda a tua vida: aquela única Divindade e poder,encontrada nos três em unidade, e compreendendo os trêsseparadamente [...] Mal me dou conta do Um e sou iluminado peloesplendor dos três; mal os distingo e sou levado de volta ao Um.Quando eu penso em um dos três eu penso nele como o todo, emeus olhos são cheios, e a maior parte do que eu estou pensandome escapa. Eu não posso compreender a grandeza de um, de modoa atribuir uma grandeza maior aos demais. Quando eu contemplo ostrês juntos, eu vejo apenas uma tocha, e não posso dividir ou medira luz indivisível” (Gregório de Nazianzo).