Post on 01-Dec-2018
REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES
SECRETARIA REGIONAL DA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO
2012-2013
Equipa de Autoavaliação:
Maria José G. Azevedo Medeiros (Coordenadora)
José Manuel Dias Batista
Fátima Margarida F. Amaral Andrade
Marco Roberto M. Santos (Assessor do CE)
Maria da Conceição Teixeira de Viveiros
Simão Manuel do Rego Melo
Índice
Introdução ...................................................................................................................................... 2
1. Desempenho obtido pelos alunos/qualidade do ensino e da aprendizagem ............................... 3
1.1. Dados relativos ao corpo discente do ano letivo de 2012/2013 ......................................... 3
1.2. Promoção do sucesso escolar ............................................................................................ 5
1.3. Resultados Escolares ......................................................................................................... 7
1.3.1 Avaliação Interna...................................................................................................... 7
1.3.2 Avaliação Externa ................................................................................................... 16
1.4. Sala de Estudo ................................................................................................................. 18
1.5. Sala de Encaminhamento Disciplinar ............................................................................... 19
2. Atividades dinamizadas pela Escola .......................................................................................... 21
3. Relação de pais/encarregados de educação e comunidade ...................................................... 24
4. Apreciação ao Projeto Fénix, implementado nas turmas de 7º ano no ano letivo 2013-2014 ... 28
Considerações Finais ..................................................................................................................... 31
2
Introdução
A autoavaliação é um mecanismo que procura estimular a Qualidade da Escola, a partir
dos seus próprios recursos, num processo democrático, coletivo e colaborativo, que pode ter por
base um procedimento que permite a construção e a operacionalização de um sistema de
referentes. Deste modo, proporciona o envolvimento dos diversos elementos da comunidade
educativa, bem como permite assinalar um contexto e construir, fundamentando-o com os
dados, um corpo de referências relativo a um objeto ou a uma situação.
Sendo a avaliação um instrumento para melhorar o ensino, a aprendizagem e os
resultados dos alunos, procura-se incentivar práticas de autoavaliação, promover uma ética
profissional marcada pela responsabilidade, fomentar a participação social na vida da escola e
oferecer um melhor conhecimento público do trabalho da escola.
Todo o processo de autoavaliação tem de ser integrado, partilhado, reflexivo e resultar
num ato interpretativo, porque não basta reconhecer a multiplicidade de atores nem de cenários
que intervêm na escola, é necessário que todos eles se tornem colaboradores na procura de
maior eficiência e eficácia da ação pedagógica.
Neste sentido, a autoavaliação da escola deve conduzir não só a uma reflexão, mas
também à tomada de decisões em função de objetivos/metas tendentes a uma melhoria, de
acordo com os documentos de referência da escola, nomeadamente o Projeto Educativo.
O Relatório que apresentamos resulta de um trabalho continuado de recolha e de análise
da informação, centrado no trabalho desenvolvido ao longo do ano letivo de 2012/2013 e
procura dar visibilidade às medidas implementadas pelos órgãos de gestão, destacando-se os
seguintes termos de análise: a participação efetiva dos pais/encarregados de educação e o
sucesso escolar, avaliado através da capacidade de promoção da frequência escolar e dos
resultados do desenvolvimento das aprendizagens escolares dos alunos, em particular dos
resultados identificados através dos regimes de avaliação das aprendizagens em vigor.
Apresentamos, ainda, uma síntese da aplicação do Projeto Fénix, no corrente ano letivo de 2013-
2014, na tentativa de minimizar o insucesso da escola no ensino básico.
Os dados apresentados constam das estatísticas dos resultados internos, elaboradas pelo
assessor do conselho executivo, dos resultados dos exames nacionais dos ensinos básico e
secundário de 2013, dos relatórios e/ou atas dos diferentes órgãos de gestão, de entrevistas ao
presidente do conselho executivo, dos relatórios da Sala de Estudo, da Biblioteca Escolar, da Sala
de Encaminhamento Disciplinar, de Apoios Educativos, do Programa Eco-Escola, dos relatórios
das coordenadoras dos diretores de turma, dos coordenadores dos departamentos e do relatório
apresentado pela Mestre Fernanda Mª Silva Raposo, onde divulga as opiniões dos docentes sobre
a constituição/manutenção de turmas do ensino regular, 3º ciclo – “Turmas de Perfil” e
constituição das turmas do 7º ano “Turmas Fénix”.
3
1. Desempenho obtido pelos alunos/qualidade do ensino e da aprendizagem
1.1. Dados relativos ao corpo discente do ano letivo de 2012/2013
Alunos Turmas TOTAL
Programa Oportunidade
OP II 57 3 114
OP III 57 3
Programa Curricular Adaptado
PCA 18 1 18
Educação Especial - UNECA
Programa de Despiste e Orientação Vocacional 20 2 26
Programa Ocupacional 6 1
Ensino Básico
7º ano 8º ano 9º ano TOTAL
3º Ciclo – Ensino Regular
Alunos 112 75 126 313
Turmas 6 4 6 16
Alunos com apoio 66 52 68 186
PROFIJ – Nível II
Alunos 61 19 80
Turmas 3 2 5
Ensino Secundário
10º ano 11º ano 12º ano TOTAL
Alunos Turmas Alunos Turmas Alunos Turmas Alunos Turmas
Cursos Científico-Humanísticos
Ciências e Tecnologias 27 2 56 2 33 2 116 6
Línguas e Humanidades 41 2 26 1 25 1 92 4
Artes Visuais 5 1 7 1 12 2
Cursos Tecnológicos
Informática 14 1 6 1 20 2
Desporto 18 1 12 1 30 2
Ensino Profissional
Animador Sociocultural 26 1 26 1
Técnico de Apoio à Gestão Desportiva
23 1 23 1
Técnico de Design Gráfico 16 1 16 1
PROFIJ - Nível IV
Programador de Informática 16 1 16 1
Técnico(a) de Produção Agrária 5 1 5 1
Técnico(a) de Informática - Instalação e Gestão de Redes
8 1 8 1
4
Serviço de Ação Social Escolar
Oportunidade II 3º CEB Ensino Secundário Nº Alunos Percentagem
1º escalão 25 154 45 224 24,5%
2º escalão 7 112 74 193 21,1%
3º escalão 4 68 51 123 13,4%
4º escalão 2 22 23 47 5,1%
Total 38 356 193 587 64,1%
Analisados os dados apresentados, constata-se que, neste ano letivo, se matricularam 915
alunos, sendo que 26 alunos são de Educação Especial, UNECA, 133 do Programa Oportunidade e
Programa Curricular Adaptado, 313 do Ensino Básico Regular – 3º Ciclo, 80 do PROFIJ – Nível II,
220 dos Cursos Científico-Humanísticos, 50 dos Cursos Tecnológicos, 65 do Ensino Profissional e
29 do PROFIJ – Nível IV.
Verifica-se que o número de alunos com Apoio Educativo, de carácter sistemático, no
ensino básico, é significativo. Contudo, após a leitura do Relatório de Apoio Educativo,
apresentado em conselho pedagógico no final do ano letivo de 2012/2013, constata-se que os
apoios educativos são de extrema importância para o sucesso das aprendizagens dos alunos. No
entanto, foram apresentadas recomendações, a saber: “na disciplina de Matemática, disciplina com
insucesso significativo, as aulas de apoio educativo devem ser, preferencialmente, ministradas pelo
professor titular da turma; quando o professor titular não for o professor de apoio, os dois devem conhecer
o Plano de Trabalho, definido pelo professor titular da turma; ainda, tendo em conta o número de alunos
que excedem o limite de faltas, as propostas de apoio devem ser preferencialmente feitas aos alunos que
demonstram interesse/motivação para obter sucesso na disciplina à qual será proposto”.
Em relação ao Serviço de Ação Social Escolar, mais de metade dos alunos da Escola, 64,1%,
beneficia deste serviço, sendo que mais de dois terços desses alunos se enquadram nos dois
primeiros escalões. Constata-se, assim, um quadro socioeconómico preocupante dos agregados
familiares dos nossos alunos, agregados que, em muitos casos, apresentam carências de vária
ordem. Por um lado, as dificuldades prendem-se com empregos pouco qualificados que
acarretam a obtenção de baixos rendimentos, em consequência da fraca escolarização dos
encarregados de educação, cujas habilitações académicas se situam, maioritariamente, ao nível
do ensino básico. Por outro lado, são dificuldades decorrentes do aumento galopante do
desemprego em muitas famílias que, nalguns casos, atingiu os dois cônjuges. Segundo os Censos
de 2011, o desemprego na região foi de 11%, sendo que houve variações nas freguesias de onde
é oriunda a maioria dos nossos alunos, a saber: São Pedro (10,5%); Fajã de Baixo (11%);
Livramento (12,7%); São Roque (15,1%).
5
1.2. Promoção do sucesso escolar
No âmbito da preparação do ano letivo de 2012/2013, em conselho pedagógico, foram
definidos os critérios gerais para a constituição de turmas e para a distribuição de serviço dos
docentes, depois de ser ouvido todo o corpo docente, em sede própria.
No relatório apresentado ao conselho pedagógico pela Mestre Fernanda Mª Silva Raposo
e no que respeita à constituição/manutenção de turmas do ensino regular, 3º ciclo – “Turmas de
Perfil”, foi feito um balanço dos anos em que foi aplicado o critério “Turmas de Perfil” (baseado
nos interesses e motivações, sentido de responsabilidade, assiduidade, disciplina e atitudes na
sala de aula), de acordo com os seguintes aspetos: os resultados obtidos em termos de
aproveitamento dos alunos, a realização da prática letiva, consecução de objetivos e
cumprimento dos programas, sendo que a maior parte dos diretores de turma se pronunciou
favoravelmente em relação à forma como têm sido constituídas as turmas.
No relatório, é descrito, pormenorizadamente, o processo de constituição das turmas,
destacando-se a identificação dos perfis/caraterísticas, bem como as turmas que se preveem
mais problemáticas e trabalhosas, nomeadamente em termos de atitudes/comportamento e de
assiduidade.
A Equipa de elaboração de turmas do 7º ano fez uma análise da lista de alunos retidos no
7º ano, em termos de atitudes/comportamentos e de aproveitamento e apurou que vinte e nove
alunos reuniam condições para frequentar o ensino regular.
Paralelamente, procedeu a uma análise criteriosa dos boletins de matrícula provenientes
das Escolas Básicas Integradas Roberto Ivens e Canto da Maia. Fez, ainda, uma recolha dos dados
mais relevantes dos processos, relativamente ao aproveitamento, assiduidade e comportamento.
Assim, o total de alunos ficou distribuído por seis turmas.
Relativamente aos alunos inscritos para o 8º ano, a Equipa de elaboração de turmas do
referido ano de escolaridade caraterizou-os em termos de atitudes/comportamentos e de
aproveitamento, tendo verificado a necessidade de proceder à alteração e recomposição de
algumas turmas. Assim, o total de alunos ficou distribuído por quatro turmas.
Do mesmo modo, os alunos matriculados, no 9º ano, foram analisados pela Equipa de
elaboração de turmas do referido ano de escolaridade, em termos de atitudes/comportamentos
e de aproveitamento. Assim, o total de alunos ficou distribuído por quatro turmas.
Foram constituídas duas equipas pedagógicas para os 7º e 9º anos e uma equipa
pedagógica para o 8º ano. Em qualquer das equipas dos três anos do ciclo, houve a preocupação
de integrar turmas com diferente perfil.
No início do ano letivo, foram aprovados, em conselho pedagógico, os critérios de
avaliação por curso e disciplina, depois de terem sido ouvidos todos os docentes em
6
departamento.
No início do ano letivo, foi ainda aprovado o Programa de Apoio Educativo de Escola, cuja
elaboração é da responsabilidade do conselho executivo.
Nos conselhos de turma/equipas pedagógicas, foram diagnosticadas as principais
dificuldades dos alunos e foram reforçadas medidas conducentes à resolução dos problemas
diagnosticados.
Foram planeadas e executadas estratégias, com vista à obtenção do sucesso por ano,
turma e disciplina, nos conselhos de turma e/ou equipas pedagógicas e nos departamentos
curriculares. Perceciona-se que a maioria dos professores fez um esforço suplementar, com vista
à melhoria do processo de ensino/aprendizagem, o que é visível, também, no índice de
participação e dinamização dos docentes de atividades de complemento curricular, planeadas e
inseridas no Plano Anual de Atividades (projetos, concursos, entre outros) e que foram divulgadas
regularmente na página da Internet da escola.
7
1.3. Resultados Escolares
1.3.1 Avaliação Interna
A Equipa de Autoavaliação analisou os resultados escolares internos sobre a avaliação dos
alunos.
Desta análise, constata-se que a taxa de retenção foi elevada no ensino básico regular (7º
e 9º anos), no PROFIJ (8º ano) e no ensino secundário regular (12º ano).
A nível interno, verificou-se a tomada de consciência deste facto e assistiu-se a uma
preocupação com o reforço das aprendizagens, pois o Projeto Educativo de Escola reconhece os
resultados escolares como um dos principais problemas a colmatar.
Por outro lado, identificaram-se as principais causas do insucesso escolar, a saber: a falta
de assiduidade, a inobservância de pré-requisitos indispensáveis às aprendizagens, a falta de
hábitos de trabalho/estudo, a falta de valores, a pouca persistência para a aprendizagem, os
comportamentos perturbadores (indisciplina) que impediram o normal desenrolar das atividades
de ensino/aprendizagem, bem como a falta de responsabilização dos pais/encarregados de
educação. Constatamos, também, que o número de famílias que acompanha devidamente os
seus educandos diminui à medida que o aluno progride de ano de escolaridade. Constatamos,
ainda, que o sucesso educativo é menos satisfatório em turmas cujos alunos têm famílias com
níveis escolares muito baixos.
Nesta ordem de ideias, a análise da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE) aos resultados dos testes Pisa 2012 – disponível em
http://beta.icm.edu.pl/PISAoccupations2012/ –, testes que usam uma classificação que agrupa
empregos e tarefas semelhantes, vem confirmar que o sistema de ensino português não
consegue reduzir as assimetrias sociais. Assim, segundo o relatório Pisa 2012, os melhores
resultados são obtidos, sobretudo, pelos filhos das famílias com empregos mais qualificados e,
por isso, com mais recursos económicos.
Assim, é cada vez mais importante sensibilizar os pais/encarregados de educação para
participarem ativamente na vida escolar dos seus educandos, incentivando-os a usarem os
recursos disponíveis na escola, nomeadamente a Sala de Estudo, um espaço destinado a propiciar
aos alunos a aquisição dos saberes e o desenvolvimento das competências das diferentes
disciplinas/áreas curriculares. A escola faz parte do quotidiano do aluno e os pais devem estar
envolvidos em todo o processo de aprendizagem, pois o envolvimento das famílias melhora o
sentimento de ligação à comunidade. Este envolvimento, escola e família, contribuirá
significativamente para uma educação de sucesso, com sucesso e para o sucesso.
O tratamento estatístico dos resultados relativos ao aproveitamento do 1º, 2º e 3º
períodos foi feito, em sede própria, pelo responsável, assessor do conselho executivo, e
8
apresentado em conselho pedagógico, em tempo oportuno.
O conselho pedagógico fez uma reflexão/apreciação dos resultados escolares, por ano e
disciplina, no final do 1º e 2º períodos, e uma apreciação global no final do ano letivo, reflexão
suscitada pela análise da estatística do ano letivo de 2012/2013, comparando-a com os resultados
do ano letivo anterior.
No 1º período, constata-se que os 7º e 8º anos apresentam resultados pouco satisfatórios,
contudo, no 7º ano, registou-se uma ligeira melhoria em relação ao ano letivo anterior. A falta de
hábitos de trabalho, de assiduidade e os problemas de indisciplina foram as razões justificativas
apresentadas para os resultados menos satisfatórios. No 9º ano, os resultados estão dentro do
expectável, porém a coordenadora do departamento de Matemática expressou a preocupação
das docentes que lecionam a disciplina de Matemática no referido ano de escolaridade, pelo
facto de os alunos apresentarem os mesmos problemas apontados para os 7º e 8º anos. No
PROFIJ – Nível II, constatam-se resultados pouco satisfatórios no 1º ano, enquanto, no 2º ano, os
resultados foram mais positivos, apontando-se a falta de assiduidade como a principal razão para
o fraco aproveitamento. No ensino secundário, de um modo geral, os resultados apresentados
foram considerados satisfatórios nas diferentes disciplinas. Todavia, foi referido que alguns
alunos apresentam falta de hábitos de estudo/trabalho.
No 2º período, verificou-se maior insucesso, de forma generalizada, nos diferentes anos
de escolaridade e nas diferentes disciplinas, tendo sido referida a falta de assiduidade e a falta de
estudo como os principais problemas. Foi, ainda, referido que os alunos não aproveitam os
recursos de apoio que a escola lhes oferece no combate ao insucesso escolar por disciplina,
nomeadamente a Sala de Estudo. Apesar de neste período ter havido um ligeiro aumento da
procura deste espaço pedagógico por parte dos alunos, quando comparado com o primeiro
período, verifica-se que a Sala de Estudo continua a não cumprir os objetivos que presidiram a
sua criação.
No final do ano letivo, foi feita uma análise detalhada de todos os níveis de ensino e
assinalou-se a evolução, por disciplina, relativamente ao ano letivo anterior. Constatou-se, ao
nível das retenções, que a percentagem de insucesso, no 7º ano, foi de 38,2%, enquanto, no ano
letivo de 2011/2012, tinha sido de 41,1%; no 8º ano, foi de 24,0%, enquanto, no ano letivo
anterior, fora de 26,2%; no 9º ano, foi de 32%, enquanto, no ano letivo transato, fora de,
aproximadamente, 30%. No ensino secundário, nos 10º, 11º e 12º anos, os resultados obtidos
foram semelhantes aos do ano letivo anterior. O conselho pedagógico concluiu que, apesar da
melhoria, os resultados ainda estavam aquém do que se pretendia, nomeadamente para o ensino
básico.
Constata-se que o conselho executivo organizou e geriu modalidades de apoio educativo,
legalmente designado por “apoio sistemático”, em resposta às necessidades identificadas ao
longo do ano letivo.
O presidente do conselho pedagógico sugeriu que todos os docentes fizessem, em
9
departamento e por período, uma reflexão sobre os resultados dos alunos através da análise ao
tratamento estatístico.
Relativamente aos resultados do 1º período, no 7º ano, foi constatado que, de um modo
geral, os alunos apresentam resultados pouco satisfatórios. A falta de interesse, a falta de
assiduidade e os comportamentos inadequados foram apontados, pelos docentes das diferentes
disciplinas, como as causas para o insucesso verificado.
Foram apresentadas, em departamento, diferentes estratégias a adotar com vista à
promoção do sucesso escolar nas turmas em que os resultados não foram considerados
satisfatórios ou remeteram para as atas do conselho de turma, onde as justificações/estratégias
para estes resultados já tinham sido devidamente apresentadas.
Em relação aos resultados do 2º período, constatou-se que não houve uma progressão
positiva, referindo-se a falta de assiduidade e a falta de estudo como os fatores que continuam a
condicionar os resultados escolares. Em departamento, fez-se, ainda, o balanço das estratégias
definidas/implementadas, bem como se (re)definiram novas estratégias.
No final do ano letivo, de um modo geral, os departamentos fizeram o balanço das
estratégias implementadas, ao longo do ano letivo, por ano e por disciplina. Verifica-se que houve
uma preocupação permanente dos docentes da escola na concertação das estratégias, tendo
como objetivos ultrapassar os problemas diagnosticados e encontrar as medidas mais adequadas
ao sucesso escolar. Todavia, e apesar da ligeira melhoria dos resultados, quando comparados com
os do ano letivo anterior, constata-se que estes continuam a não satisfazer o corpo docente, pois
o fraco aproveitamento deveu-se, essencialmente, a fatores de ordem extrínseca à escola,
nomeadamente a problemas de indisciplina e de assiduidade, que requerem maior intervenção e
responsabilidade dos pais/encarregados de educação no cumprimento das suas funções.
10
Nos quadros seguintes, apresentam-se dados oficiais enviados pelos serviços
administrativos à Secretaria Regional da Educação, em tempo oportuno.
Programa Oportunidade
“O Programa Oportunidade constitui-se como um programa específico de recuperação da
escolaridade tendo como princípio a recuperação do aluno e a respetiva reintegração no currículo
do ensino regular”, de acordo com o ponto 2 do artigo 1º da norma transitória da Portaria nº
60/2013, de 1 de agosto de 2013.
Oportunidade II Oportunidade III
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Reingresso no ensino
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Nº de alunos 57 6 1 34 16 57 3 4 1 1 7
Constata-se que no Programa Oportunidade II, dos 57 alunos matriculados, apenas 16
concluíram o Programa e 34 alunos permaneceram excecionalmente por mais um ano no OPII. No
Programa Oportunidade III, dos 57 alunos matriculados, 9 concluíram o Programa e 41 alunos
mantiveram-se no OPIII, de acordo com a lei em vigor.
1 Registo de todos os alunos abrangidos pela escolaridade obrigatória, que por não terem frequentado até ao final
do ano letivo que se encontravam inscritos, não se podem inscrever no ano de escolaridade seguinte
11
Ensino Básico – 3º Ciclo
Nas tabelas seguintes, apresenta-se o número de alunos que progrediram, que ficaram
retidos (não aproveitamento e falta de assiduidade), que desistiram/excluídos, assim como a taxa
de sucesso por ano.
7º ano 8º ano 9º ano
Aproveitamento Aproveitamento Aproveitamento
Retenção Retenção Retenção
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Nº de alunos 112 68 15 27 2 75 57 6 12
126 77 25 15 8 1
7º ano 8º ano 9º ano
61,8% 76,0% 61,6 %
Taxa de sucesso
No 3º ciclo, a taxa de sucesso mais elevada verifica-se no 8º ano.
A taxa de retenção, no 7º ano, foi de 38,2%, contudo 24,5% ficaram retidos por falta de
assiduidade. Assim sendo, a taxa de não aproveitamento foi de 13,6%.
A taxa de retenção, no 8º ano, foi de 24,0%, no entanto 16,0% dos alunos ficaram retidos
por falta de assiduidade. Assim, a taxa de não aproveitamento foi de 8,0%.
A taxa de retenção, no 9º ano, foi de 32%, mas 12,0% ficaram não aprovados por falta de
assiduidade. Deste modo, a taxa de não aproveitamento foi de 20,0%.
Verifica-se, ainda, que a taxa de não aproveitamento mais elevada é no 9º ano.
1 Alunos que apesar de terem frequência regular não atingiram os objetivos mínimos fixados para o ano de
escolaridade 2 Alunos que não atingiram os objetivos mínimos fixados para o ano de escolaridade em resultado direto ou indireto
da falta de assiduidade 3 Registo de todos os alunos abrangidos pela escolaridade obrigatória, que por não terem frequentado até ao final do
ano letivo que se encontravam inscritos, não se podem inscrever no ano de escolaridade seguinte 4 Registo de todos os alunos não abrangidos pela escolaridade obrigatória, que por terem ultrapassado o limite de
faltas injustificadas, não se podem inscrever no ano de escolaridade seguinte 5 Alunos que tendo estado inscritos no ano letivo anterior ao de referência não frequentaram qualquer
estabelecimento de ensino no ano letivo objeto de estudo / análise 6 Alunos que se encontram na situação prevista no nº 1, do artigo 20º do DLR nº 18/2007/A, de 19 de Julho. É
igualmente considerada transferência qualquer situação decorrente do processo de emigração.
12
Programa Formativo de Inserção de Jovens – Nível II
“Os cursos inseridos no PROFIJ visam dinamizar a oferta educativa e formativa,
constituindo uma alternativa ao ensino regular. Constituem-se como um instrumento de combate
ao insucesso e ao abandono escolar (…)”, de acordo com Portaria n.º 41/2010, de 23 de abril de
2010.
Aproveitamento
Retenção
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Curso Ano
Cozinheiro(a) 9º 9 6 1 2
Operador(a) Agrícola 8º 22 6 1 11 4
9º 3 1 1 1
Operador(a) de Informática 8º 39 17 2 15 2 3
Instalação e Reparação de Computadores 9º 7 4 2 1
8º ano 9º ano
Cozinheiro(a) 66,7%
Operador(a) Agrícola 27,3% 33,3%
Operador(a) de Informática 47,2%
Instalação e Reparação de Computadores 57,1%
Taxa de sucesso
Dos alunos inscritos no PROFIJ – Nível II, menos de metade teve sucesso, 44,2%.
A taxa de retenção do PROFIJ – Nível II, por falta de assiduidade, foi de 40,0%.
A taxa de retenção no curso de Operador(a) Agrícola (8º ano) foi de 54,5%, no entanto
50,0% dos alunos ficaram retidos por falta de assiduidade. Assim, a taxa de não aproveitamento
foi de 4,5%.
A taxa de retenção no curso de Operador(a) de Informática (8º ano) foi de 47,2%, mas
41,7% dos alunos ficaram retidos por falta de assiduidade. Assim, a taxa de não aproveitamento
foi de 5,6%.
13
Ensino Secundário
Nas tabelas seguintes, apresenta-se, para o ensino secundário regular, o número de
alunos com progressão, com reprovação e que foram excluídos, bem como as taxas de sucesso
por ano.
Científico-Humanísticos Tecnológicos
Aproveitamento Aproveitamento
Mat
rícu
las
Pro
gres
são
Rep
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ção
Excl
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Tran
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ênci
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Mat
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Pro
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Rep
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Excl
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10º ano 68 49 12 5 2
11º ano 87 71 11 5 32 24 2 5 1
12º ano 65 37 27 1 18 13 3 2
10º ano 11º ano 12º ano
74,2% 80,5% 60,2%
Taxa de sucesso
No ensino secundário, a taxa de sucesso mais elevada verifica-se no 11º ano.
A taxa de reprovação, nos cursos Científico-Humanísticos, nos 10º, 11º e 12º anos foi,
respetivamente, de 18,1%, 12,6% e 41,5%.
A taxa de reprovação, nos cursos Tecnológicos, nos 11º e 12º anos foi, respetivamente, de
6,5% e 16,7%.
14
Ensino Profissional
10º ano
Aproveitamento
Mat
rícu
las
Pro
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sões
Ret
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Des
istê
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Tran
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ênci
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Animador Sociocultural 26 18 5 3
Técnico de Apoio à Gestão Desportiva 23 15 2 4 2
Técnico de Design Gráfico 16 9 5 2
10º ano
Animador Sociocultural 69,2%
Técnico de Apoio à Gestão Desportiva 71,4%
Técnico de Design Gráfico 56,3%
Taxa de sucesso
Dos alunos inscritos no ensino profissional, a taxa de retenção foi de 19,0%.
A taxa de retenção nos cursos de Animador Sociocultural, Técnico de Apoio à Gestão
Desportiva e de Técnico de Design Gráfico foi, respetivamente, de 19,2%, 9,5% e 31,3%.
No ensino profissional, a taxa de sucesso mais elevada verifica-se no curso de Técnico de
Apoio à Gestão Desportiva.
15
Programa Formativo de Inserção de Jovens – PROFIJ – Nível IV
Aproveitamento
Mat
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Pro
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Ret
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Des
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Tran
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Curso Ano
Programador de Informática 1º 16 12 1 3
Técnico(a) de Produção Agrária 2º 5 5
Técnico(a) de Informática - Instalação e Gestão de Redes 3º 8 8
1º ano 2º ano 3º ano
Programador de Informática 75%
Técnico(a) de Produção Agrária 100%
Técnico(a) de Informática - Instalação e Gestão de Redes 100%
Taxa de sucesso
Nos cursos de PROFIJ – Nível IV, verifica-se que o número de alunos que desistiu da escola
foi residual e constata-se uma taxa de sucesso excelente nos 2º e 3º anos.
16
1.3.2 Avaliação Externa
Nas tabelas que se seguem, apresentam-se as médias de classificação interna final (CIF), as
médias dos exames e as classificações finais das disciplinas (CFD), tendo como universo de estudo
o ensino básico – 3º Ciclo (9º ano) e o ensino secundário regular (11º e 12º anos), alunos
internos, na primeira chamada.
Ensino básico – 3º Ciclo
Exame Nacional - Alunos internos
Disciplinas Média CIF Média Escola Média Nacional
Português 3,3 34,9% 48%
Matemática 2,8 21,2% 44%
Ensino secundário
Exame Nacional - Alunos internos
Disciplina Nº
alunos Média
CIF Média Exame
Média CFD
Diferença CIF-Exame
Diferença CIF-CFD
Média Nacional
501 - Alemão Iniciação 3 16,3 14 15,3 2,3 1,0 10,8
702 - Biologia e Geologia 43 13 8,4 11,9 4,6 1,1 8,4
714 - Filosofia 11 13,2 12,6 13,2 0,6 0,0 10,2
715 - Física e Química A 40 12,8 6,9 11,4 6,0 1,4 8,1
719 - Geografia A 23 12,9 7,2 11,5 5,7 1,4 9,8
708 - Geometria Descritiva A 9 13,4 10,6 12,9 2,8 0,6 12,2
623 - História A 14 11,9 8,3 11,1 3,6 0,8 10,6
724 - História da Cultura e das Artes
4 12,3 6,5 11 5,8 1,3 10,4
734 - Literatura Portuguesa 3 13 8,1 11,7 4,9 1,3 11,2
635 - Matemática A 17 13,1 10,4 12,5 2,7 0,6 9,7
835 - Matemática Aplicada às Ciências Sociais
17 12,5 6,9 11,1 5,6 1,5 9,9
639 - Português 46 12,1 8,3 11,2 3,8 0,9 9,8
706 - Desenho A 4 12,8 12,2 12,8 0,6 0,0 12,4
Analisados os dados, podemos constatar que, no 9º ano, as médias obtidas pelos alunos
da escola são inferiores à média nacional, nas duas disciplinas.
No que diz respeito ao ensino secundário, e comparando a média de exames da escola
com a média nacional, houve uma ligeira diferença na disciplina de Desenho A, menos duas
décimas do que a média nacional. Na disciplina de Biologia e Geologia, a média de escola é igual à
média nacional. Nas disciplinas de Alemão Iniciação, de Filosofia e de Matemática A, a média de
escola foi superior à média nacional. Nas restantes disciplinas, há diferenças acentuadas, com
17
desvios superiores a um valor abaixo da média nacional.
Os valores, por vezes tão díspares em algumas disciplinas, resultam do número residual de
alunos submetidos a exame, se comparados com o total de alunos a nível nacional nas respetivas
disciplinas.
As variações das classificações internas finais (CIF) e classificações finais (CFD) dos alunos
internos foram, maioritariamente, de amplitude pequena, com oscilações que, na generalidade
das disciplinas, foi da ordem de um valor.
Importa não ignorar as limitações das considerações apresentadas, pois, como se sabe, a
avaliação externa constitui uma vertente limitada e parcelar do universo avaliativo que o sistema
educativo prevê para os alunos.
Com esta análise, pretendemos contribuir para uma melhoria sustentada dos resultados,
em consequência de uma progressiva atualização da qualidade dos saberes, das competências e
do saber-fazer dos alunos. Alcançar este objetivo pressupõe, provavelmente, um repensar das
estratégias de atuação dos professores, um maior empenho dos alunos e atitudes mais
colaborativas e de maior envolvimento por parte das famílias.
18
1.4. Sala de Estudo
A Sala de Estudo afirma-se como um espaço pedagógico livre e aberto a todos os alunos,
onde podem melhorar as aprendizagens e consolidar conhecimentos. É também um espaço que
pretende fomentar a participação dos alunos na vida escolar, nomeadamente através de uma
ocupação construtiva dos tempos livres. O discente poderá estudar e realizar os seus trabalhos
com possibilidade de acesso a materiais variados e receber um apoio individual, ou em pequenos
grupos, proporcionado por professores de diferentes áreas curriculares.
A coordenadora da Sala de Estudo, à semelhança dos anos letivos anteriores, apresentou,
periodicamente, em conselho pedagógico, o relatório de coordenação, através do qual são
divulgados os dados da frequência da Sala de Estudo por ano, turma e aluno.
Relativamente ao ensino básico, constata-se que o propósito dos alunos que
frequentaram este espaço pedagógico foi, quase sempre, o mesmo: pesquisar informação na
Internet, realizar pequenos trabalhos no computador e estudar autonomamente.
Em relação ao ensino secundário, verifica-se que os alunos que recorreram a este espaço
pedagógico com o propósito de tirar dúvidas foram, quase sempre, os mesmos e está associado
ao trabalho desenvolvido pelos docentes com os alunos das suas turmas.
A Sala de Estudo continua, segundo opinião da coordenadora deste espaço, a não cumprir
os objetivos que presidiram à sua criação: esclarecer dúvidas pontuais sobre os conteúdos
curriculares, apoiar a organização/estruturação de trabalhos escolares e orientar a pesquisa de
informação.
Para que tal mude, reconhece-se que será necessário: planear estratégias de dinamização
deste espaço; apresentar essas estratégias e solicitar sugestões, no início de cada ano letivo, à
Equipa de Trabalho (professores das diversas áreas disciplinares, responsáveis por acompanhar a
integração dos alunos na Sala de Estudo, promover um ambiente educativo positivo e orientar os
alunos na resolução das suas dificuldades). Será, também, necessário divulgar convenientemente
os recursos materiais que existem nesta sala junto dos alunos e dos pais/encarregados de
educação. Por outro lado, os computadores que existem neste espaço devem permitir satisfazer,
de forma rápida e eficaz, as necessidades dos seus utilizadores. No início do ano letivo, aquando
da receção aos pais/encarregados de educação e alunos, o diretor de turma, ao apelar para a
utilização dos espaços de ocupação de tempos livres, deve informá-los da existência de uma Sala
de Estudo que funciona durante os tempos letivos. Por fim, os pais/encarregados de educação
devem, também, ser dinamizadores deste processo, incentivando os seus educandos à frequência
da Sala de Estudo, acompanhando os seus percursos e responsabilizando-os pelo cumprimento
das tarefas e das regras.
19
1.5. Sala de Encaminhamento Disciplinar
A Sala de Encaminhamento Disciplinar (SED) acompanha os alunos que recebem ordem de
saída da sala de aula, evitando-se, assim, que permaneçam no recinto escolar sem qualquer
atividade pedagógica. Por outro lado, promove a consciência cívica nos alunos, procurando
modificar atitudes menos adequadas, através da autorreflexão e da autorresponsabilização.
A coordenadora da Sala de Encaminhamento Disciplinar, à semelhança dos anos letivos
anteriores, apresentou, periodicamente, em conselho pedagógico, o relatório de coordenação,
através do qual são divulgados os números de ocorrências por ano, turma e aluno. No final do
ano letivo, apresentou o relatório anual das atividades desenvolvidas.
Neste ano letivo, foram registadas 505 ocorrências, envolvendo 188 alunos, dos quais 94
foram reincidentes. É de salientar o facto de, dos 94 alunos reincidentes, 31 alunos contarem com
mais de quatro registos na SED, um contar com 24 registos, um com 18 registos e um com 12
registos. Constata-se que 50% dos alunos são reincidentes. Verifica-se que é no 7º ano que se
regista o maior número de ocorrências. Relativamente à distribuição de ocorrências por mês, aí
destacam-se os meses de outubro e novembro, com 122 e 106 participações, respetivamente,
perfazendo um total de 45% das ocorrências registadas ao longo do ano letivo. Constata-se que
no decorrer do ano letivo o número de participações registadas na SED diminuiu gradualmente.
Tal poderá dever-se ao facto de o primeiro período ser o maior dos três. Contudo, poderá
também revelar a eficácia de medidas adotadas para combater a indisciplina. Não obstante, a
indisciplina é, sem dúvida, um dos maiores problemas da nossa escola e requer toda a atenção
por parte dos órgãos competentes. É, sem dúvida, fundamental continuar a unir esforços, tanto
por parte da escola, como por parte dos pais/encarregados de educação, responsabilizando estes
pelos atos do seu educando, sem esquecer o papel essencial do diretor de turma, para tentar
encontrar respostas que tenham por base as individualidades de cada sujeito.
Assim, é necessário destacar o trabalho do diretor de turma como elo de ligação entre a
escola e a família, quer na definição e aplicação de medidas disciplinares preventivas e de
integração, quer na verificação da eficácia dessas medidas, dos efeitos disciplinares e da
adequação das mesmas no plano de trabalho do aluno.
Importa, ainda, realçar o papel fundamental da escola na formação de cidadãos completos
e a responsabilidade dos pais e encarregados de educação na sensibilização dos seus educandos
para esta realidade. Há que valorizar a escola e o trabalho nele desenvolvido e incentivar os
jovens para a sua Formação.
In Relatório da SED
Em conselho pedagógico, foram analisados, periodicamente, os dados apresentados pela
coordenadora deste espaço e foram aventadas algumas estratégias a seguir para tentar minimizar
os problemas de indisciplina, a saber: repensar as medidas preventivas adotadas, uma vez que há
20
um número significativo de reincidências; necessidade de se estudar as razões que levam à saída
da sala de aula e, consequentemente, ao encaminhamento para a SED; necessidade de agravar as
medidas disciplinares, nomeadamente aos alunos com mais de três ocorrências.
Constata-se, assim, que a indisciplina nega a educação e impede a aprendizagem.
Neste sentido, há que responder adequadamente a este problema, com energia, com
eficácia, e aproveitando-o como oportunidade educativa. Há que mobilizar toda a comunidade
escolar (pais/encarregados de educação, alunos, professores e funcionários) para a superação da
indisciplina na escola, o que permitirá a criação de um bom clima educativo e de trabalho.
Assim sendo, considera-se necessário aplicar o lema da “Tolerância Zero”. Por um lado,
deve ser feita a caracterização da indisciplina na escola, o levantamento das situações/causas de
indisciplina, tentando encontrar indicadores que permitam a interpretação deste fenómeno. Por
outro, deve fazer-se o levantamento das soluções adotadas para ultrapassar os problemas da
indisciplina e dos resultados alcançados. Para tanto, deverão ser criados mecanismos que
permitam não só a monitorização dos casos de indisciplina, mas também a promoção e
divulgação das boas práticas e apoiar a comunidade educativa na seleção e implementação de
medidas de combate à indisciplina.
Desde logo, deve ser criado um grupo de trabalho permanente, em paralelo com o
trabalho desenvolvido na Sala de Encaminhamento Disciplinar, para criar mecanismos de
deteção/inventariação dos problemas/tipo de indisciplina. Assim, serão competências do referido
grupo de trabalho: analisar as atas de todos os conselhos de turma; fazer o levantamento de
todas as participações disciplinares; fazer o acompanhamento de todas as medidas tomadas
pelos diretores de turma e conselho executivo para resolução de situações de indisciplina; fazer o
levantamento dos locais onde se verificam, mais frequentemente, problemas de indisciplina;
analisar a ficha de reflexão do aluno sobre o conflito em que se envolveu.
A partir daí, devem ser propostas normas de conduta para alunos, professores,
funcionários e pais/encarregados de educação, de acordo com os documentos de referência da
escola, nomeadamente o Regulamento Interno e o Projeto Educativo de Escola.
21
2. Atividades dinamizadas pela Escola
Ao longo do ano letivo de 2012/2013, constatou-se a existência de uma grande
diversidade de atividades disponíveis para os alunos, complementando, assim, a sua formação.
Cada aluno teve a possibilidade de participar em várias atividades extra escolares que
promoveram o seu desenvolvimento multilateral (atividades nas áreas das artes, desporto,
música, cinema, leitura, política, saúde, teatro e ambiente). Nas próprias disciplinas, existiu,
também, a possibilidade de os alunos participarem em várias visitas de estudo que
complementaram a aprendizagem dos conteúdos lecionados em contexto de sala de aula. Todas
as atividades desenvolvidas foram divulgadas na página da Internet da escola, pelo que se
reconhece o trabalho de todos os responsáveis pela sua divulgação.
O Plano Anual de Atividades, PAA, é o instrumento que cinge em si as atividades
desenvolvidas ao longo de todo o ano letivo, elaborado em estreita articulação com o Projeto
Educativo Escola.
Pela análise ao relatório, elaborado pelo assessor do conselho executivo, constata-se que
a sua execução foi quase totalmente cumprida. Através da análise dos relatórios finais das
atividades, promovidas e executadas pelos diversos departamentos e outros organismos da
escola, pode-se concluir que as atividades decorreram todas dentro do planeado, tendo sido,
globalmente, atingidos os objetivos propostos e feito um balanço do PAA muito positivo.
O Programa Eco-Escolas, coordenado pelas docentes Lídia Estevão e Maria João Oliveira,
foi desenvolvido com o objetivo de estimular o hábito da participação e da adoção de
comportamentos e atitudes sustentáveis no quotidiano, a nível pessoal, familiar e comunitário,
bem como desenvolver atividades que vão ao encontro dos problemas diagnosticados pela
auditoria ambiental.
As ações desenvolvidas foram pensadas, preferencialmente, para os alunos do terceiro
ciclo, uma vez que é nestas idades que se promove, com mais eficiência, a educação para o
ambiente e se sedimentam valores de preservação do planeta Terra. O plano de intervenção
partiu de um conjunto de atividades que permitissem o desenvolvimento do pensamento crítico e
de consciência ambiental e interventiva. Foram desenvolvidas diversas atividades autónomas,
centradas nos alunos, sem se perder a essência do projeto e permitindo a multidisciplinaridade
pretendida, tais como: Horta Biológica – com o objetivo de promover e valorizar os produtos da
Horta Biológica; Quadro Eco-Notícias – com a divulgação periódica de notícias alusivas ao
ambiente e reciclagem no painel expositor; Geração Depositrão – com o objetivo de divulgar aos
alunos e pais/encarregados de educação, dos equipamentos para entrega no ponto eletrão da
escola e processo de recolha por parte das entidades externas. Assim, verifica-se uma melhoria
de comportamentos/atitudes dos contribuintes da comunidade escolar e há maior
consciencialização das problemáticas ambientais. As principais metas definidas para o ano letivo
pelo eco-conselho foram atingidas, uma vez que se verificou um maior cuidado nos
comportamentos e atitudes, no que diz respeito à separação dos resíduos, reutilização e
22
reciclagem e às estratégias de poupança de água e energia elétrica. Quanto à poupança de água e
energia elétrica dentro do espaço escola, verifica-se uma grande redução de consumo, o que
mostra que a comunidade escolar se envolve positivamente nestas tarefas. A monotorização dos
consumos de água e eletricidade foi feita através de leituras de consumo ao longo do ano letivo,
verificando-se que o consumo de eletricidade diminuiu cerca de 10% e o consumo de água
diminuiu cerca de 39%.
O Clube de Proteção Civil, coordenado pela docente Helena Câmara, foi desenvolvido com
o objetivo de sensibilizar os alunos para a proteção civil, conhecer o que pensam e sabem sobre
as temáticas de proteção civil e sobre as medidas a tomar em situações de emergência.
O plano de intervenção partiu de um conjunto de atividades planeadas e todas
executadas. O Relatório do Clube de Proteção Civil considera que o plano de intervenção foi
bastante ambicioso e exigente quanto ao número de atividades propostas, no entanto
proporcionou aos discentes reais possibilidades de aprendizagens enriquecedoras.
A Biblioteca Escolar é um serviço técnico-pedagógico que se rege pelos princípios e pelas
normas contemplados nos documentos reguladores, nomeadamente o Decreto Legislativo
Regional n.º 17/2010/A, o Projeto Educativo da Escola, o Regulamento Interno da Escola, o
Regimento da Biblioteca Escolar, o Plano Anual de Atividades de 2012/2013, as Normas de
Tratamento Documental e a Política de Desenvolvimento Documental.
As atividades foram planeadas e realizadas pelos membros da Equipa de docentes da
Biblioteca Escolar, coordenada pelo docente Jorge Marques, tendo sido prestimosa a
colaboração, ao nível de apoio informático e gráfico do docente Bruno Duarte.
No Plano Anual de Atividades são especificadas as ações desenvolvidas pela Biblioteca
Escolar. Foram realizadas, ao longo do ano letivo, diversas atividades, tais como: Promoção da
leitura; III Ciclo de Cinema (filmes sobre artistas e professores) para alunos do ensino secundário;
Feira do Livro “Leva-me e Lê-me”; Divulgação do Plano Regional de Leitura e sessões com autores
do dito plano; Apoio ao desenvolvimento curricular (empréstimo de fundo documental
específico); Colaboração em atividades organizadas pelas várias estruturas educativas e
pedagógicas da Unidade Orgânica, destacando-se a participação, com uma página mensal (3º
sábado de cada mês) no suplemento VitaL, no jornal Açoriano Oriental; Colaboração logística nas
atividades do Clube Gavel; Colaboração e apoio logístico ao Clube de Leitura (O Clube das
Palavras Mágicas).
A Biblioteca Escolar tem como missão permitir o acesso aos recursos de informação
necessários ao desempenho das funções de ensino, investigação e aprendizagem, bem como
conservar e preservar as suas coleções.
A busca pela excelência, a melhoria no atendimento, o apoio aos nossos utilizadores,
devem ser, na opinião da Equipa de Autoavaliação, os principais objetivos deste Serviço e os
23
pilares do plano estratégico de intervenção.
A Equipa Multidisciplinar de Apoio Socioeducativo, coordenada pelo vice-presidente do
conselho executivo, docente Rui Gouveia, é um grupo com diferentes especializações funcionais
que trabalha para alcançar um objetivo comum.
Só através de boas práticas, multidisciplinares e interinstitucionais, ditadas pela ética da
responsabilidade e pautadas pela qualidade na resposta às necessidades individuais de cada
aluno, se poderá assegurar uma melhoria na capacidade de os cuidar e educar. Tem sido
percorrido, por esta equipa, um caminho no sentido do aperfeiçoamento dessas práticas,
mediante elaboração, execução, acompanhamento e avaliação de Planos de Intervenção
Individuais.
Alguns dos projetos desenvolvidos:
Reforço da ajuda aos alunos com necessidades de apoio médico, através da colaboração
do centro de saúde de Ponta Delgada, dando continuidade ao projeto “Saúde Oral”;
Marcação direta de consultas com o Centro de Saúde da Matriz;
Recolha e empréstimo de livros escolares;
Recolha e distribuição de roupas pelas famílias carenciadas;
Serviço de refeições ligeiras para alunos carenciados;
Análise de candidaturas aos benefícios de Ação Social Escolar, de acordo com a alínea b)
do nº 2 do artigo 97º do DLR nº 17/2010, de 13 de abril;
Integração de alunos no “Programa de Percursos”, que se destina a alunos com
interesses divergentes dos da escola.
É, manifestamente, necessário dar uma especial importância à adequada abordagem
técnica/educativa às necessidades individuais de cada aluno, através de estratégias de
intervenção diferenciadas e integradas, em função da condição social, mas também de outras
dimensões socioculturais e psicológicas. Do mesmo modo, a intervenção deverá fazer-se,
também, ao nível da atribuição de recursos e metodologias educacionais, para garantir a eficácia
do processo de ensino/aprendizagem.
A Equipa de Autoavaliação reconhece o trabalho desenvolvido pela Equipa
Multidisciplinar, no plano de integração de combate à exclusão social e de apoio socioeducativo
aos alunos. Trabalho este, por vezes, invisível aos olhos de quem vê, mas de grande visibilidade
aos olhos dos que mais precisam.
24
3. Relação de pais/encarregados de educação e comunidade
“Escola e Família - A aprendizagem torna-se mais eficaz quando estas duas instituições
trabalham em conjunto para o mesmo objetivo e têm valores comuns. O que acontece na escola
pode ser alargado e enriquecido em casa, e aquilo que se aprende em casa pode ser melhorado na
sala de aula. Há responsabilidades claras tanto para os professores como para os pais, mas às
escolas compete especificamente informar os pais sobre os progressos dos seus filhos e ajudá-los
a criarem o ambiente mais encorajador e de apoio à aprendizagem dos seus filhos.”
In A história de Serena
Promover uma relação de proximidade entre pais/encarregados de educação e escola é
um desafio que a Escola Secundária das Laranjeiras abraça porque acredita que é da estreita
relação entre a escola e a família que depende o sucesso dos alunos e desta instituição educativa.
Quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos e significativos serão os
resultados na educação. A participação dos pais na educação dos filhos deve ser constante e
consciente. Vida familiar e vida escolar são simultâneas e complementares. É importante que
pais/encarregados de educação e professores, filhos/alunos partilhem experiências, entendam e
trabalhem as questões próprias do seu dia-a-dia, de forma a compreendermos as variáveis de
cada situação, sem cairmos na tentação de dizer que uns são mais culpados e outros mais
inocentes.
A família é seguramente a primeira unidade social onde o indivíduo se insere e a primeira
instituição que contribui para o seu desenvolvimento, para a sua socialização e para a formação
da sua personalidade. É a instituição de base para a satisfação das necessidades dos indivíduos e
a organização de toda a sociedade.
Importa, pois, definir com clareza o que se pretende dizer quando se pretende estabelecer
uma colaboração, que pressupõe flexibilização, para que o processo seja construtivo. Cada qual
deve saber os seus papéis e perceber como os mesmos são diferentes. O papel dos
pais/encarregados de educação é de autoridade/cuidador, não forçosamente pedagógico, e o
papel da escola é pedagógico, sem perder o seu carácter de autoridade e sem se esvaziar na
componente técnica. Já o objetivo de ambos, junto do aluno, é o seu sucesso escolar, ou melhor,
a aquisição de competências. E é aqui que se pode encontrar algo de comum.
A escola deve oferecer uma maior variedade de modalidades de envolvimento parental,
uma vez que a participação de algumas famílias se adequará melhor a um ou outro tipo de
modalidade. Sabendo-se que a maioria dos planos de envolvimento das famílias é mais acessível
aos pais da classe média, é necessário ir ao encontro de estratégias que facilitem a participação
de famílias pertencentes a classes socioeconómicas baixas.
A escola deve estabelecer sistemas de comunicação bilateral, procurando disponibilizar
canais de comunicação diversos (reuniões gerais e/ou individuais de pais/encarregados de
25
educação, contactos telefónicos, e-mail) de forma a alcançar todas as famílias. A comunicação
deve ir além das dificuldades escolares, do comportamento e da avaliação do aluno. As reuniões
de pais/encarregados de educação devem ser clarificadoras do Projeto Educativo da Escola,
Regulamento Interno e Projeto Curricular de Turma. As reuniões individuais com os
pais/encarregados de educação devem fornecer informação acerca dos progressos e dificuldades
do aluno e de como os pais/encarregados de educação devem ajudar os seus educandos a
ultrapassar essas dificuldades. Um ambiente em que os pais/encarregados de educação passem
mais tempo com os seus educandos, falem com eles, discutam os problemas da escola e do
trabalho de casa e lhes transmitam expectativas positivas, acreditamos que aumenta as ligações
emocionais e a confiança entre pais/encarregados de educação e educandos.
As reuniões individuais devem ser igualmente aproveitadas para conhecer melhor a
família e as suas necessidades, assim como para lhes dar a conhecer todos os serviços que a
escola disponibiliza, nomeadamente a Sala de Estudo, a Biblioteca Escolar, o Refeitório, o
Gabinete de Apoio ao Aluno e Promoção da Saúde Escolar, entre outros serviços.
A família deverá favorecer um bom ambiente familiar e assegurar as condições básicas da
vida humana (saúde, alimentação, vestuário, habitação, afeto, segurança e conforto), que são,
também, as condições básicas para que a aprendizagem e o desenvolvimento humano se
processem. O aluno não pode aprender sem suficientes horas de sono, espaço para estudar e
regras de comportamento. Quando a família não consegue cumprir estas obrigações básicas, a
escola deve acionar os mecanismos de ação social e, juntamente com estes, ajudar a família a
construir os seus próprios recursos. Este objetivo pode ser concretizado, por exemplo, através da
Equipa Multidisciplinar.
Na transição para o 3º ciclo, a escola deve promover a aproximação dos
pais/encarregados de educação à escola. Os pais/encarregados de educação, no 7º ano de
escolaridade, mostram-se mais disponíveis e interessados, comparativamente com os anos
escolaridade seguintes. A escola deve, deste modo, procurar a aproximação das famílias à escola
através da figura do diretor de turma. O diretor de turma deve planear reuniões individuais com
os pais/encarregados de educação ao longo do ano (tendo em consideração a disponibilidade das
famílias), de forma a poder promover uma relação de confiança e um clima de colaboração.
Neste sentido, o conselho executivo, no início do ano letivo, prepara uma reunião de
receção aos pais/encarregados de educação e alunos do 7º ano. Esta reunião é presidida pelo
presidente do conselho executivo e nela estão presentes os diretores de turma do 7º ano e os
professores que lecionam o referido ano. O presidente do conselho executivo dá as boas vindas
aos pais/encarregados de educação e aos alunos e apresenta-lhes os diretores de turma e os
professores. Seguidamente, os pais e os alunos dirigem-se para uma sala, com o diretor de turma,
onde lhes é entregue uma brochura (na qual consta a planta da escola, o horário da turma,
calendário escolar, horário dos serviços, direitos e deveres dos alunos), terminando a receção
com uma visita guiada, pelo diretor de turma, à escola.
26
Posteriormente, e também no início do ano letivo, os pais/encarregados de educação são
convocados para uma reunião geral pelo conselho executivo, na qual são designados os
representantes para o conselho pedagógico, para a assembleia de escola e para a Equipa
Multidisciplinar. Nessa reunião, os pais/encarregados de educação são informados dos recursos
que a escola oferece aos seus educandos, em termos de serviços especializados de apoio
educativo, Sala de Estudo, Biblioteca Escolar, Sala de Encaminhamento Disciplinar e Gabinete de
Atendimento ao Aluno, no âmbito da promoção de saúde escolar. Os pais/encarregados de
educação tomam conhecimento, ainda, dos documentos de referência da escola,
designadamente do Regulamento Interno e do Projeto Educativo, disponíveis na página da
Internet da escola.
Através dos diretores de turma, os pais/encarregados de educação são informados dos
critérios de avaliação das diferentes disciplinas, disponíveis também na página da Internet da
escola, e é-lhes entregue uma síntese do Regulamento Interno.
O desempenho da função de diretor de turma foi assumido com profissionalismo pelos
professores nomeados, tendo executado corretamente as tarefas administrativas descritas pela
legislação em vigor e pelo Regulamento Interno e tendo assegurado as relações da escola com os
pais/encarregados de educação. O atendimento dos pais/encarregados de educação ocupou um
lugar relevante nas tarefas desempenhadas pelos diretores de turma, processando-se não só por
via presencial, mas também por correio, por e-mail e por telefone. Neste sentido, os diretores de
turma procuraram flexibilizar os seus horários de atendimento previamente definidos. Presidiram
aos conselhos de turma e procuraram realizar atividades de caráter interdisciplinar,
nomeadamente as incluídas no Plano Anual de Atividades. Os contactos estabelecidos e a
divulgação de informações de forma sistemática permitiram agilizar e estabelecer,
atempadamente, medidas mais adequadas ao sucesso escolar. As informações sobre o
desenvolvimento das aprendizagens, o percurso escolar dos seus educandos e,
consequentemente, a concertação de estratégias, no sentido de serem ultrapassados os
problemas com que se deparam e encontrar medidas mais adequadas ao sucesso escolar, foram
preocupação permanente dos diretores de turma. Contudo, a falta de assiduidade de alguns
alunos e a desresponsabilização destes inviabilizou irremediavelmente algumas estratégias
educativas propostas, pelo que se recomenda um acompanhamento e envolvimento sistemático
dos pais/encarregados de educação.
“… realço o empenho, a persistência e o profissionalismo dos diretores de turma que,
confrontados com turmas mais problemáticas e inúmeras situações de grande complexidade,
nunca deixaram que o desânimo e o desgaste os fizesse desistir ou os desmotivasse e envidaram
sempre todos esforços de forma construtiva, para promoverem a mudança de atitudes e o sucesso
educativo dos alunos, em estreita colaboração com os respetivos conselhos de turma e/ou outras
estruturas da escola.”
In Relatório da Coordenadora do Ensino Básico
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Nos contactos estabelecidos, procurou-se dar ênfase à participação dos pais/encarregados
de educação na vida escolar e no modo como essa participação poderia vir a refletir-se
positivamente no processo de ensino/aprendizagem do seu educando. Contudo, verifica-se que,
na generalidade, a participação dos pais/encarregados de educação ainda é reduzida,
essencialmente nos casos que se apresentam mais problemáticos (indisciplina, assiduidade). No
entanto, verifica-se que a maior parte dos pais/encarregados de educação marca presença na
escola pelo menos uma vez em cada período, na entrega das avaliações finais, o que, em alguns
dos casos, é suficiente, nomeadamente no ensino secundário. É nesses encontros periodais que o
diretor de turma (estando na posse dos dados de avaliação sumativa das diferentes disciplinas e
possuindo o conhecimento global do percurso escolar do aluno) tem a possibilidade de definir
com maior rigor o tipo de acompanhamento que os pais/encarregados de educação deverão
prestar ao seu educando. O número de contactos estabelecidos pelos diretores de turma
revela-se maior do que os estabelecidos pelos pais/encarregados de educação.
A escola tem feito um esforço na promoção do diálogo e na aproximação às famílias, em
diferentes experiências levadas a cabo por pessoas bastante preocupadas com esta problemática,
tendo sido conseguidos alguns resultados, fruto do esforço, do envolvimento e do empenho de
muitos profissionais.
Acreditamos que a aposta está na família, ambiente onde as pessoas aprendem a viver e a
ser, e em cada um de nós, enquanto cidadãos. Se cada ser humano, no seu “cantinho”, aprender
a tomar a atitude correta aos diferentes níveis, estará a contribuir para melhorar a escola e, por
consequência, a sociedade onde está inserido.
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4. Apreciação ao Projeto Fénix, implementado nas turmas de 7º ano no ano letivo de 2013/2014
Os documentos orientadores da atividade da escola, nomeadamente o Projeto Educativo
de Escola e o Projeto de Intervenção “Projeto Fénix”, no corrente ano letivo de 2013/2014, são
claros quanto à intenção de minimizar o insucesso escolar.
Em conselho pedagógico, foi dado a conhecer, pelo presidente deste órgão, o
funcionamento do Projeto Fénix nas turmas de 7º ano. Nas disciplinas de Português e de
Matemática, seriam atribuídos dois blocos e meio e, por cada duas turmas “mãe”, haveria uma
turma “ninho”. A meta para 2013/2014 seria uma redução, aproximadamente, de 33% (1/3) da
taxa de retenção, a partir da média obtida nos últimos quatro anos. A média de retenção, nos
últimos quatro anos, foi de, aproximadamente, 37,3%, pelo que a meta a atingir será de,
aproximadamente, 24,8%.
No início do ano letivo, na reunião de receção aos pais/encarregados de educação e
alunos de 7º ano, o presidente do conselho executivo informou-os de que a escola tinha aderido
ao Projeto Fénix e deu-lhes a conhecer o funcionamento do referido Projeto.
O Projeto Fénix é uma iniciativa nacional, integrada no programa Mais Sucesso Escolar,
que visa combater o insucesso escolar no ensino básico. Assenta num modelo em que os alunos
com dificuldades de aprendizagem nas disciplinas de Português e Matemática são integrados
temporariamente em “ninhos”, onde é ministrado um ensino mais personalizado, com respeito
pelos diferentes ritmos de aprendizagem. Funcionando no mesmo tempo letivo do que a turma de
origem, o que permite não sobrecarregar os alunos com tempos extra de apoio educativo, os
alunos do ninho regressam à sua turma de origem assim que o nível de desempenho esperado é
atingido.
In Portal da Educação dos Açores – Projeto Fénix
Os alunos do 7º ano foram distribuídos por seis turmas, sendo a turma C (23 alunos)
considerada boa nos parâmetros de atitudes, comportamentos e aproveitamento.
As turmas A, B, D e E foram abrangidas pelo Projeto Fénix. A turma F, por ser uma turma
reduzida (11 alunos), manteve a carga horária semanal para as disciplinas de Português e de
Matemática.
No sentido de se fazer o balanço do Projeto Fénix e com o objetivo de o acompanhamento
ser mais produtivo e uniforme para todas as escolas que aderiram ao Projeto, em novembro, em
conselho pedagógico, o presidente do conselho executivo, também presidente daquele órgão,
deu a conhecer que a Direção Regional da Educação tem realizado algumas reuniões com os
conselhos executivos.
Ao longo do ano letivo foi acompanhada, periodicamente, a implementação do Projeto
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Fénix pelo conselho pedagógico e foram apresentados relatórios do processo de implementação.
Assim, no primeiro período, as coordenadoras dos departamentos de Matemática e de
Línguas Românicas fizeram o balanço do trabalho desenvolvido pelos docentes que lecionam
essas turmas. A coordenadora do departamento de Matemática, e também na qualidade de
coordenadora do Projeto, alertou para o facto de a Direção Regional ter desvirtualizado o Projeto
(alterando a sua essência de um “ninho” por turma), o novo programa da disciplina de
Matemática, não estar adequado à faixa etária dos alunos, os alunos apresentarem muitas
dificuldades, falta de hábitos de trabalho e de pré-requisitos, os docentes envolvidos não terem
uma hora em comum para se reunirem e as editoras não enviaram manuais com o novo
programa para a escola. Porém, a estimativa de média de retenções, nesse período, foi de 33%,
apresentando a escola um ligeiro progresso em relação à média dos quatro últimos anos, 37,5%.
Este progresso deveu-se ao trabalho de todos os intervenientes, nomeadamente aos professores
que desenvolveram algumas estratégias para colmatar as dificuldades diagnosticadas nos alunos
das diferentes turmas, recorrendo a um ensino mais personalizado, a um aumento do número de
elementos de avaliação e a um maior envolvimento e responsabilização dos pais/encarregados de
educação pelo acompanhamento dos seus educandos, através do diretor de turma. Em relação
aos alunos, estes demostraram gostar muito de estar no “ninho”, sobretudo pelo silêncio, pela
ausência de alunos perturbadores, e por conseguirem adquirir alguns conhecimentos, colocando
dúvidas que na turma “mãe” não as colocariam. Quanto ao departamento de Línguas Românicas,
a sua coordenadora relatou que, embora não fosse uma tarefa fácil trabalhar com este Projeto,
os docentes que lecionam a disciplina de Português consideram que os alunos apresentam um
progresso positivo, ainda que ligeiro.
Relativamente ao segundo período, a coordenadora do departamento de Matemática
reconheceu que tem havido sucesso na disciplina de Matemática, pois têm-se verificado
melhorias no aproveitamento dos alunos e que os professores envolvidos preferiam este método
de trabalho ao sistema de apoio educativo sistemático. Declarou que a seleção de alunos para o
“ninho” foi feita de acordo com o interesse e o empenho, manifestado e provado pelo aluno em
querer aprender. No entanto, aditou que não se pensasse que “este método de ensino é um
bálsamo para todos os problemas de insucesso escolar”, porquanto é fundamental que os alunos
sejam apoiados em casa pelos pais/encarregados de educação. Todavia, reconhece-se que os
nossos alunos, na sua maioria, não são devidamente acompanhados pelos seus
pais/encarregados de educação. Foi referenciado que houve falta de tempo para que os
professores envolvidos no Projeto se pudessem reunir para planificar e delinear estratégias, pelo
que se considera ser necessário um bloco semanal para o efeito. A coordenadora do
departamento de Línguas Românicas informou que, dos setenta alunos que compõem as turmas
Fénix, vinte e oito alunos já frequentaram a turma “ninho”, sendo que o tempo mínimo de
permanência no mesmo foi de um mês e meio e o máximo mais algum tempo, mas apenas em
casos particulares e devidamente justificados. Informou, também, que o segmento destinado aos
docentes para trabalharem em conjunto é manifestamente insuficiente e tem sido aproveitado
para realizarem um trabalho de identificação dos problemas dos alunos e de implementação de
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estratégias de superação das dificuldades diagnosticadas, delineando os conteúdos a serem
trabalhados.
Relativamente ao terceiro período, foi feito, em conselhos de turma, um balanço positivo
do Projeto Fénix. Em relação à disciplina de Matemática num universo de 71 alunos, 31 passaram
pelo “ninho”, 18 destes obtiveram nível três e 13 obtiveram nível dois.
Reconhece-se que a maioria dos alunos que frequentaram o “ninho” obteve
aproveitamento satisfatório. Reconhece-se, ainda, todo o trabalho, envolvimento e esforço
demonstrado por todos os envolvidos no Projeto, nomeadamente os docentes que lecionaram as
disciplinas de Matemática e de Português. Porém, o sucesso das turmas não se deve apenas a
essas disciplinas, mas, de um modo geral, a todo o conselho de turma, uma vez que a taxa de
retenção no presente ano letivo, no 7º ano, é de 21,9%. Assim sendo, foi cumprida a meta de
contratualização com a Secretaria Regional da Educação.
Por isso, propomos a continuidade do Projeto Fénix, para o 8º ano de escolaridade, e a sua
aplicação nas turmas de 7º ano, para o próximo ano letivo de 2014/2015, uma vez que este
Projeto se baseia em valores como o rigor na gestão do processo de ensino/aprendizagem, o
respeito pela individualidade dos alunos e a orientação para o conhecimento, sem que tal
implique diminuição do grau de exigência. Ou seja, a sua estrutura permite desenvolver um
trabalho mais personalizado e ajustado às necessidades concretas de cada aluno. Propomos,
também, um segmento semanal de apoio, nas disciplinas de Português e de Matemática, para as
turmas que não estão abrangidas pelo Projeto Fénix, dado que se constata, pela análise às pautas
de frequência final de 3º período das mesmas, classificações finais negativas em alguns alunos,
nomeadamente na disciplina de Matemática.
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Considerações Finais
Com o objetivo de proceder a uma autoavaliação de Escola e indo ao encontro das
diretrizes emanadas pela Secretaria Regional da Educação, o Relatório que acabamos de
apresentar é, sobretudo, um Relatório que serve para informar os atores educativos sobre:
o desempenho obtido pelos alunos – resultados da avaliação interna/externa;
a relação dos pais/encarregados de educação e comunidade – envolvimento de
pais/encarregados de educação nas atividades escolares e na formação dos seus
educandos.
Por outro lado, o Relatório pretende suscitar a discussão sobre as suas conclusões. Assim
sendo, esta Equipa pretende que este Relatório seja uma mais-valia para se tirarem conclusões e
se definirem ou redefinirem estratégias no sentido de concretizar a missão desta comunidade
educativa, plasmada no Projeto Educativo de Escola:
“É nossa missão formar cidadãos com capacidades e competências que lhes permitam um
contínuo aperfeiçoamento individual, contribuindo para desenvolver o espírito de responsabilidade,
autonomia, solidariedade e profissionalismo, com base numa sólida formação científica, social e
pessoal.”
A leitura que se apresenta dos dados é sempre um olhar sobre uma realidade. Esta Equipa
tentou que esta análise primasse por ser objetiva e rigorosa.