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8/31/2011
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Identificação de espécies de plantas
daninhas resistentes à herbicidas
ESALQ-USP
Resistência de plantas daninhas a herbicidas
Plantas resistentes ocorrem naturalmente em
baixa freqüência
A pressão de seleção exercida pelo herbicida
aumenta a freqüência das plantas resistentes
“é a capacidade herdável de uma planta sobreviver e
reproduzir a aplicações de herbicida na dose
recomendada, que normalmente seria letal para a
população original (suscetível)”
Definições
3
Padrão de ocorrência de plantas daninhas
resistentes a herbicidas no campo
Falha do herbicida devida a resistência:
manchas com alta densidade no centro diminuindo para fora
escapes em diferentes direções sem padrão definido na gleba
sempre se tratando da mesma planta daninha.
Picão-preto resistente aos herbicidas inibidores da ALS em soja
n. Espécies Nome vulgar Ano Mecanismo de ação Cultura
1 Bidens pilosa Picão-preto
1993
Inibidores da ALS
Soja
2 Bidens subalternans 1996 Soja
3 Cyperus difornis Junquinho 2000 Arroz
4 Bidens subalternans Picão-preto
2006 Inibidores da ALS
Fotossístema II
Soja
5 Euphorbia heterophylla
Amendoim-bravo
1992 Inibidores da ALS Soja
6 Euphorbia heterophylla 2004 Inibidores da ALS e
Inibidores da Protox Soja
7 Fimbristilis miliacea Fimbristilis 2001
Inibidores da ALS
Arroz
8 Parthenium hysterophorus Losna-branca 2004 Soja
9 Raphanus sativus Nabiça 2001 Soja
10 Sagitaria montevidensis Sagitária 1999 Arroz
11 Echilochola crus-gali Capim-arroz
2006 Inibidores da ALS
Síntese de auxinas
Arroz
12 Conyza bonariensis
Buva
2005
Inibidores da EPSPs
Soja
13 Conyza bonariensis 2005 Citrus
14 Conyza canadensis 2005 Soja
15 Conyza canadensis 2006 Citrus
16 Euphorbia heterophylla Amendoim-bravo 2005 Soja
17 Lolium multiflorum Azevém 2003 Soja/Maçã
18 Digitaria insularis Capim-amargoso 2008 Citrus
19 Echinochloa crus-galli Capim-arroz
1999 Hormonais
Arroz
20 Echinochloa crus-pavonis 1999 Arroz
21 Eleusine indica Capim-pé-de-galinha 2003
Inibidores da ACCase
Soja
22 Brachiaria plantaginea Capim-marmelada 1997 Soja
23 Digitaria ciliaris Capim-colchão 2002 Soja
Registro de casos de resistência de plantas daninhas no Brasil
He
ap
20
10
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ww
.we
ed
sc
ien
ce
.org
Mecanismos de Ação N. de espécies resistentes
No Brasil No mundo
Inibidores da ALS 9 95
Inibidores da ACCase 3 35
Hormonais 2 25
Inibidores da Protox 1 3
Inibidores da EPSPs 5 13
Comparação entre o número de casos de resistência no Brasil e no
mundo
Heap 2010 - www.weedscience.org
Distribuição das espécies resistentes - ALS
9 casos Bidens pilosa
Picão-preto Bidens subalternans
Cyperus difornis Junquinho
Euphorbia heterophylla Amendoim-bravo
Fimbristilis miliacea Fimbristilis
Parthenium hysterophorus Losna-branca
Raphanus sativus Nabiça
Sagitaria montevidensis Sagitária
Echilochola crus-gali Capim-arroz
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Distribuição das espécies resistentes - ACCase
3 casos
Eleusine indica Capim-pé-de-galinha 2003
Brachiaria plantaginea Capim-marmelada 1997
Digitaria ciliaris Capim-colchão 2002
8
Lolium, Conyza, P.lanceolata
África do Sul
Lolium - Espanha, França
Conyza – Espanha, Israel
Conyza, Ambrosia, Lolium, Amaranthus
EUA
Lolium rigidum,
E. crus-galli
Austrália
Eleusine indica
Taiwan
Malásia
Conyza, Calystegia
China
C. canadensis, C. bonariensis, Lolium,
Digitaria insularis, Euphorbia heterophylla
Brasil
Lolium
Chile
Sorghum halepense
Argentina
Distribuição das espécies resistentes - Glyphosate
Família : Asteraceae
Código: ERICA
Nomes vulgares: buva, voadeira,
rabo-de-foguete, margaridinha-do-
campo
Origem e distribuição: Nativa da
América do Norte. No Brasil, sua
presença é significativa em campos
nativos e em lavouras, especialmente
da região Sul.
Biologia: Planta anual ou bianual,
reproduzida por sementes.
Morfologia: planta ereta, herbácea,
geralmente com 80-150 cm de altura,
com caule que ramifica intensamente
só na parte superior, onde ocorrem as
inflorescências.
Conyza canadensis Caule: cilíndrico, lenhoso, glabro ou com pêlos.
Ramificações intensa na parte superior. Os
ramos não ultrapassam o topo do caule.
Raiz: Pivotante.
Folhas: simples, sésseis, de formato linear-
lanceolado, margem foliar denticulada. 15 cm
de comprimento por 1,5 -2,5 cm de largura.
Inflorescência
Ocorre na parte superior da
planta onde surge uma
panícula ereta, muito
ramificada.
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Plântulas: Folhas cotiledonares: Ovaladas, de base abruptamente atenuada e
ápice arredondado, glabras. Hipocótilo e epicótilo: Imperceptíveis, de modo que
se forma sobre o solo uma roseta para, mais tarde, desenvolver-se o caule.
Plântulas: Folhas cotiledonares: Ovaladas, de base abruptamente atenuada e
ápice arredondado, glabras. Hipocótilo e epicótilo: Imperceptíveis, de modo que se
forma sobre o solo uma roseta para, mais tarde, desenvolver-se o caule.
Observação de padrões de ocorrência de plantas daninhas
resistentes a herbicidas no campo
Plantas mortas ao lado de vivas após a aplicação
Exemplo de glifosato em citrus
Foto: CHRISTOFFOLETI, P.J. 16
Buva resistente x buva suscetível ao glyphosate
Foto: CHRISTOFFOLETI, P.J.
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Foto: CHRISTOFFOLETI, P.J.
R1 - Matão – SP
¼ D 1/8 D D ½ D 4 D 2 D 8 D Testemunha
720 g e.a./ha S – Piracicaba - SP
Exemplo de ensaio em casa-de-vegetação - curva de dose-resposta
para o glyphosate em Conyza canadensis
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4
Translocação diferenciada glyphosate
S
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da
Folha
Tratada Folhas
Caule
Raízes
Feng et al., 2004 – Weed Sci. v.54, p.498-505
Translocação diferencial do glyphosate em plantas R de buva
comparada com plantas S
14c
Conyza bonariensis
Família : Asteraceae
Código: ERICA
Nomes vulgares: buva, voadeira,
rabo-de-foguete, margaridinha-do-
campo
Origem e distribuição: Nativa da
América do Sul e ocorre de forma
abundante na Argentina, no Uruguai,
no Paraguai e no Brasil.
Importância econômica: Em termos
mundiais, estas espécie infesta mais
de 40 culturas.
Biologia: Planta anual, reproduzida
por sementes.
Morfologia: planta ereta, herbácea,
geralmente com 200 cm de altura.
Fotos: CARDINALI, V.C.B. (2009)
Caule: cilindrico, sublenhoso na base, com até 15 mm de diâmetro. Ramificações
na base, em baixa densidade e no ápice, em alta densidade. Os ramos elevados,
ultrapassando o topo do caule.
Enfolhamento: intenso em toda extensão
Folhas: Simples, alternas, sésseis, oblanceoladas ou lanceoladas com 6-12 cm de
comprimento com cerca de 0,5 a 1 cm de largura. Margens não-denteadas.
Inflorescência: Panículas formadas por ramos ascendentes na parte superior
do caule e ramos.
Flores: Capítulos isolados, pedicelados
Conyza bonariensis Conyza canadensis
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5
R – 72 HAT R – 4 HAT
S – 4 HAT S – 72 HAT
Auto-Radiografia das plantas 14c
ABSORÇÃO E TRANSLOCAÇÃO – Conyza bonariensis
Card
inali,
V.C
. B
. (2
009)
Bidens pilosa
Família: Asteraceae
Gênero: Bidens
Nome vulgar: picão-preto.
Biologia: Planta anual, herbácea, ereta, odor característico, reprodução por sementes, Ciclo curto 3 gerações por ano.
Unidades de dispersão: Aquênios com 2-3 aristas.
Caule: 40 a 120 cm de altura, com muitos ramos desde sua base.
Origem: Nativa da América Tropical.
Importância: É uma das mais sérias infestantes de lavouras anuais e perenes do Centro-Sul do país.
Capítulo (“flor’): radiado com
flores liguladas brancas (pétalas).
Planta com muitos
ramos desde a sua base
Frutos: possuem quase sempre 3
aristas, bem abertas entre si (o ângulo
entre elas e o corpo do fruto é de cerca
de 135°); a superfície desses frutos
apresenta pequenas protuberâncias
em toda sua extensão, das quais se
originam pêlos.
Fotos: Guaratini & Vitta
28
Bidens pilosa – picão-preto
Chlorimuron – 50 g/ha
População suscetível
Chlorimuron – 50 g/ha
6 anos de seleção
Chlorimuron – 50 g/ha
10 anos de seleção
Exemplo de evolução da resistência de picão-preto aos
inibidores da ALS
Bidens subalternans
Família: Asteraceae
Gênero: Bidens
Nomes vulgares: picão-preto
Biologia: Planta anual, herbácea,
ereta, Bastante ramificada,
reprodução por sementes
Caule: com 30 a 140 cm de altura
Origem: Nativa da América do Sul
Unidades de dispersão: aquênios
com 3 a 4 aristas.
Importância: Comum em lavouras
anuais e perenes de norte a sul do
país. Lavouras de soja: perdas de
até 30% da produção. Hospedeiras
de nematóides prejudiciais às
culturas agrícolas.
Capítulo (“flor’) radiado com flores liguladas (pétalas)
de cor amarelada ou creme.
Frutos: possuem quase sempre 4 aristas, pouco
divergentes entre si (o ângulo entre elas e o corpo do fruto é de cerca de 180°); Na superfície desses frutos não são encontrados
protuberâncias e os pêlos estão presentes
somente no ápice.
Planta sem ramos na sua base
Fotos: Guaratini & Vitta
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Bidens subalternans Euphorbia heterophylla
Família: Euphorbiaceae
Código: EPHHL
Nomes vulgares: amendoim-bravo,
leiteiro.
Origem e distribuição: nativa do
Continente Americano.
Biologia: planta anual, reprodução por
semente com ciclo entre a emergência e
frutificação curto, podendo ocorrer até 4
gerações em 1 ano.
Morfologia: o formato das folhas é
bastante variável, podendo ser
alternadas, opostas e verticiladas.
Origem: planta nativa em regiões tropicais
e subtropicais do Continente Americano.
Euphorbia heterophylla
Flor: Ciático, aperiantada e unissexuada.
Fruto: Cocas
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7
Família: Poaceae
Código: DIGIN
Nomes vulgares: capim-amargoso,
capim-açú, capim-flexa, capim-
pororó, milhete-gigante.
Origem e distribuição: nativa do
Continente Americano.
Biologia: planta perene, reprodução
por semente, forma touceiras
consideráveis a partir de curtos
rizomas.
Morfologia: plantas eretas,
cespitosas, com 0,50-150cm de altura.
Panículas muito vistosas, com
longos racemos sedosos,
densamente agrupados.
Digitaria insularis
Inflorescência: panículas grandes, com 15-30 cm de comprimento. Cada panícula
é formada por 20-50 racemos com 10-15 cm de comprimento, cobertos por pêlos
de coloração amarelado-prateada.
Unidades de dispersão: cariopses
inclusas nas glumas. Os longos
pêlos facilitam o transporte pelo
vento.
Plântulas: Folhas com bainha
esverdeada, de glabra a denso-
pilosa; lígula membranácea,
subtriangular, esbranquiçada; lâmina
linear ou linear-lanceolada, estriada,
glabra ou pilosa, geralmente sem
pêlos híspidos próximos da lígula;
margens pouco escabrosas. Colmo
geralmente ereto, glabro. Colmos: cilíndricos, com até 1cm de espessura na base. Entrenós longos, com
finas estrias longitudinais, de coloração amarelo-clara, sendo os nós castanhos.
Família: Asteraceae
Código: PTNHY
Nomes vulgares: losna-branca,
fazendeiro, coentro-do-mato
Origem e distribuição: espécie
nativa no Continente Americano.
Importância econômica: infestantes
em pastagens e culturas.
Biologia: planta anual, herbácea,
reproduzida por sementes.
Morfologia: muito ramificada,
pubescente, ereta, de 50-90 cm de
altura.
Raiz: pivotante desenvolvida da qual
saem as raízes secundárias.
Parthenium hysterophorus
Folhas: bipinatissecta, pubescentes em ambas as faces, de 8-15 cm de
comprimento
Inflorescência: racemos terminais e subterminais, muito abertos, apresentando
capítulos pedunculados.
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Flores: capítulos com 5-8 mm de diâmetro, brancas ou amareladas.
Aquênios: obovóide-comprimidos com ápice arredondado, quase todo envolto pelas
páleas florais que se prendem ao ápice por dois filamnetos laterias.
Unidades de dispersão: aquênios aderidos às páleas das flores hermafrotidas.
Caule: pouco ramificado na parte inferior e
mais intensamente na parte superior.
Consistência carnosa, mas apresentam
fibras. Pêlos brancos com até 5 mm de
comprimento na parte inferior do caule e
ramos, na parte superior os pêlos são mais
curtos, praticamente invisíveis a olho nú.
Plântulas: folhas cotiledonares ovalado-arredondadas, de face superior
verde-clara e inferior levemente prateada. As folhas verdadeiras tomam
rapidamente o formato típico, com margens pinatissectas.
KISSMANN, K.G. Plantas infestantes e nocivas - Tomo I: Plantas inferiores e
monocotiledôneas. São Bernardo do Campo: BASF, 1997. 824 p.
KISSMANN, K.G.; GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas - Tomo II: Plantas
superiores e dicotiledôneas. 2.ed. São Bernardo do Campo: BASF, 1997. 978 p.
LORENZI, H. Manual de identificação e de controle de plantas daninhas: plantio direto
e convencional. 6.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2006. 339 p.
www.plantasdaninhasonline.com.br
Literatura consultada
Prof. Associado Pedro Jacob Christoffoleti
Área de Biologia e Manejo de Plantas Daninhas
Departamento de Produção Vegetal – USP – ESALQ
E-mail: pjchrist@esalq.usp.br