Post on 18-Dec-2018
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A cabana primitiva
Casa de adão/evaMasculino /feminino
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capítulo primeiro do Livro II de De Architectura de Vitruvio:
«Portanto, com o fogo surgiram entre os homens as reuniões, as assembleias e a vida em comunidade, que cada vez se foram sendo mais concorridas no mesmo lugar;
E como, a diferencia-los dos restantes animais, os homens receberam primeiramente e da Natureza o privilegio de andar erguidos e não inclinados sobre a terra;
Secundariamente a aptidão de usar com grande facilidade as suas mãos e os órgãos do seu corpo todo quando se propõem, começaram uns a procurar telhados usando ramos e outros a cavar grutas debaixo de montes e alguns a fazer, imitando os ninhos dos pássaros com barro e ramos, recintos onde se pudessem guardar. Logo os outros, observando os tectos dos seus vizinhos e juntando-lhes novas ideias, foram de dia após dia melhorando os seus abrigos;
E como os homens são por natureza imitadores e dóceis, fizeram alarde das suas novas invenções, mostravam uns aos outros as melhorias das suas edificações, exercitando assim o seu engenho foram degrau a degrau melhorando os seus gostos. »
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Ilustração sobre a descrição de Vitruvio na construção da cabana Primitiva.
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capítulo primeiro do Livro II de De Architectura de Vitruvio:
“Ao principio plantam troncos,e entrelaçando-as com ramos levantaram paredes que cobriram com barro;
Outros edificaram, com torrões e troncos secos, sobre os quais colocaram paus cruzados, cobrindo tudo com canas e ramos secos para resguardar-se das chuvas e do calor;
No entanto, para que semelhantes abrigos pudessem resistir às chuvas invernais, rematavam-nas nos extremos e cobriam-nas com barro para que, na mercê dos tectos inclinados, resvalasse a agua».
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Desenho de viollet-le-duc sobre a cabana primitiva de Vitruvio
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Cabana primitiva – desenho de Laugier
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Desenho do arquitecto e escultor italiano Filarete (António Averulino) sobre o homem de Vitruvio
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sec. XVII e princípios do XVIII:
o tema da cabana encontrará um desenvolvimento privilegiado no âmbito da teorização arquitectónica do classicismo francês.
Cours d'Architecture de François BLONDEL
ultimo aspecto de vitruvio sobre a cabana primitiva:
“da construção de madeira à de pedra, com o que reafirmava como a ideia de estrutura em linha como origem directa da arquitectura entendida não como construção mas sim como arte.”
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Desenho do arquitecto francês Blondelsobre a cabana primitiva
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Claude PERRAULT, no seu Ordonnance des cinq espèces des colonnes, afirmava:
- Uma radical separação entre a construção como resposta a uma necessidade humana imediata e a arquitectura como arte
-entendia que é erróneo fazer derivar a segunda da primeira.
-Criticava a ideia de que a arquitectura seja uma arte de imitação, o que levava, consequentemente, a negar a teoria da origem primogénita da arquitectura na cabana.
- Não é da imitação que dependem a graça e a beleza na arquitectura, «...porque si assim fosse estas coisas deveriam ter mais beleza quanto mais exactas fossem as ditas imitações».
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Desenho de Perrault – a cabana primitiva segundo Vitruvio.
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Serlio
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Desenho do arquitecto Milizia sobre a cabana primitiva
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A grande novidade da teoria arquitectónica de Laugier:
- propunha uma arquitectura racionalista e funcional despojada detodas as licenças e frivolidades que uma prática secular desviada lhe foi juntando,
-a elevação da cabana primitiva desde a categoria de ilustração de um passado remoto e irrecuperável à de principio - base operativo a partir do qual é possivel agora deduzir uma reforma prática da arquitectura.
- a invenção da cabana por Laugier não é mais que uma variação entre outras descrições similares que vão desde a de Vitruvio até às versões da tratadística classicista francesa;
- a sua importância para a historia das ideias arquitectónicas não reside aí, senão em saber a forma da cabana «...o grande principio de que agora é possível deduzir leis imutáveis»
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Ilustração da página de rosto do livro “Essai sur l’Architecture” do abade Marc-Antoine Laugier (1753).
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A conclusão de Laugier :
«Tal é a marcha da simples natureza: é a imitação dos seus procedimentos a que deve a arte o seu nascimento. A pequena cabana rústica que acabo de descrever é o modelo sobre o qual se imaginaram todas as magnificências da Arquitectura. É acercando-se, na execução, à simplicidade de este primeiro modelo que se evitam os defeitos essenciais e se conseguem as perfeições verdadeiras».
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Em 1750 no Discurso sobre as Ciências e as Artes com que obteve o premio da academia Francesa de Dijon, assinalava Rosseau:
“Não é possível reflectir acerca dos costumes sem procurarmos recordar a simplicidade dos tempos primitivos…) quando os homensinocentes e virtuosos queriam ter os deuses como testemunhas dosseus actos, habitavam juntos nas mesmas cabanas, no entanto, convertidos em nefastos, cansaram-se de tão incómodos espectadores e ofereceram-lhes magníficos templos. Finalmente expulsaram-nos para instalarem-se ali eles mesmos ou quanto muito os templos dos deuses não se distinguiram das moradas dos cidadãos.”
a cabana funciona assim, no pensamento rousseauniano,
------- símbolo da felicidade e ingenuidade dos tempos primitivos.
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Figure 9: Durand’s catalog of plans, elevations, and roof forms, from his Précis des Leçons d’architecture, 1802.
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Figure 10: Bragdon’s ratios expressive of musical intervals, redrawn from hisThe Beautiful Necessity, Seven Essays on Theosophy and Architecture, 1910.
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> tipologia da construção > docente: avelino oliveira
The East facade of Louvre, Paris, by Claude Perrault; an acknowledged paradigm for French architecture during the Eighteenth and Nineteenth centuries.
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Anatomy theater and plan; note the severelyneo-antique atmosphereand pure geometry of the lecture hall.
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Desenho do arquitecto Óscar Niemeyer sobre a cabana primitiva
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Alison and Peter Smithson, Eduardo Paolozzi and Nigel Henderson: a Brutalist, ironic interpretation of the primitive hutas a garden shed in the 1956 exhibition “This is tomorrow”.
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Figure 1: De l’Orme’s engravings of the "bad" and the "good" architect, from his Le Premier Tome de l’Architecture, 1567.
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Figure 1: De l’Orme’s engravings of the "bad" and the "good" architect, from his Le Premier Tome de l’Architecture, 1567.
Figure 1: De l’Orme’s engravings of the "bad" and the "good" architect, from his Le Premier Tome de l’Architecture, 1567.
VITRUVIO - CLASIFICAÇÃO :
- UTILITAS - FIRMITAS - VENUSTAS
“De architectura”
esta é a racionalização mais clássica na arquitectura
> idade média ............... Renascença .......... Imprensa............
Divulgação ...................... Estudo dos edifícios clássicos .........
Confiança no conhecimento (investigação) .......... Valorização
do homem ..... Preocupação com o conhecimentos das coisas
.................... Procura de explicações cientificas / racionais ......
Condensação dos conhecimentos em livro .............. Tratados
........ Cânones ........................ Regras ...................... modelos
Tratado -
Estudo ou obra escrita sobre tema cientifico, artistico, etc...
Cânone -
Conjunto de de autores e obras literárias que, em
determinado período histórico e em determinada comunidade
são valorados como modelares (gr. Kanón «regra»).
Tipologia -
Estudo dos traços característicos de um conjunto de dados e
determinação dos seus tipos ou sistemas (gr. Týpos «tipo» +
lógos «tratado» + ia).
As ordens Toscana, Dórica, Jónica e
Coríntia tinham sido baptizadas por
Vitruvio.
Alberti classificou a composição.
Sérlio foi o primeiro a exibir as cinco
ordens como uma série fechada que não
permitia adições
Tratadistas Italianos:
- LEON BATTISTA ALBERTI (1404 - 1472)
- SEBASTIANO SERLIO (1475 - 1554)
- GIACOMO VIGNOLA (1507 - 1573)
- ANDREA PALLLADIO (1508 - 1580) Serlio - 4º livro
Alberti:Escreve “De Re Aedificatori”
Faz um uso extensivo do trabalho de
Vitruvio, mas é um trabalho de grande
originalidade.
Faz uma análise dos edifícios
romanos. Teve grande influência nos
tratadistas que lhe sucederam.
Vignola:
Desenvolve o trabalho “Regra das
cinco ordens de arquitectura”
Não inclui texto só notas, mas os seus
desenhos são a base das gravuras que
chegaram aos nossos dias.Vignola - as 5 ordens
Sérlio:É um dos artistas que em França difundiram o Renascimento
Italiano. Estuda Geometria, óptica e cenários teatrais.
Escreve 7/8 livros:1. GEOMETRIA - Princípios de Geometria.
2. PERSPECTIVA
3. ANTIGUIDADES - A maior parte dos edifícios que há em Roma e em Itália e
fora dela, diligentemente medidos.
4. AS ORDENS.
5. TEMPLOS - Maneiras e formas de templos desenhados: Redondo, quadrado,
hexagonal, ortogonal, oval e em cruz. As suas plantas, alçados e escorços
diferentemente medidos.
6. LIBRO EXTRAORDINÁRIO - Todas as maneiras de aposentos e habitações e
as suas disposições desde o Palácio, às villas, como para as cidades e casas
de campo.______________________________________________________
7. (PÓSTUMO) - Restauração e acrescentos de casas e como fazer aproveitar
edifícios velhos. ______________________________________________
O trabalho de Sérlio constitui um dos
primeiros catálogos da arquitectura
antiga como exemplo da nova prática
e “manual” para engenhos
arquitectónicos.
- o arquitecto não é tanto o chefe de
obra, mas mais o “desenhador”. No
desenho assenta o seu dominio
supremo. »»»» nova concepção de
arquitectura como arte de
representação.
- O catalogo de Sérlio contempla toda
a espécie de edifícios civis.
Palladio:
realiza o último dos grandes tratados. Gerou uma escola de arquitectura e um
fenómeno insólito - “o paladismo”
Escreve os quatro livros da arquitectura:
1. As ordens
2. Edifícios domésticos (incluindo os seus próprios projectos de palácios e villas)
3. Edifícios públicos.
4. Templos.
Classificações de Palladio:
- Superioridade da arquitectura romana antiga
- Autoridade de Vitruvio - sua única influência
- Testemunho essencial das ruínas e desenhos de reconstrução dos
edifícios originais.
- Ignorância dos “bárbaros”, isto é o passado recente.
- Medição das razões e proporções.
Para Palladio “ordenar um edifício é sinónimo de fazer arquitectura”
A casa é o fundamento das sua obra
Palácios e Villas