Post on 25-Jul-2015
IV
1 – A DEMANDA E A OFERTA
Estruturas de mercado, função demanda, função oferta, preço de
equilíbrio no mercado de concorrência perfeita, escassez e excedente, tabelamento,
deslocamentos das curvas de demanda e de oferta.
1.1 – CLASSIFICAÇÃO DOS MERCADOS
O mercado é o local onde se encontram os vendedores e compradores de
determinados bens e serviços. Antigamente, a palavra mercado tinha uma conotação
geográfica que hoje não mais subsiste, uma vez que os avanços tecnológicos nas
comunicações permitem que hajam transações econômicas até sem contato físico entre
o comprador e o vendedor, tais como nas vendas por telefone e/ou Internet.
Os economistas classificam os mercados as seguinte forma:
Concorrência perfeita – Trata-se de um mercado caracterizado pelos seguintes
fatores:
a) Existência de um grande número de pequenos vendedores e compradores;
b) O produto transacionado é homogêneo;
c) Há livre entrada e saída de empresas no mercado;
d) Perfeita transparência, ou seja, perfeito conhecimento pelos compradores e
vendedores, de tudo o que ocorre no mercado;
e) Perfeita mobilidade dos recursos produtivos
Como se percebe por suas características, o mercado de concorrência
perfeita não é facilmente encontrado na prática, embora possa se afirmar que os
mercados que mais se aproximam dela são os mercados de produtos agrícolas.
O mercado de concorrência perfeita é estudado pelos economistas para
servir como um paradigma (referencial de perfeição) para análise dos outros mercados.
Monopólio – é o mercado que se caracteriza pela existência de um único vendedor.
O monopólio pode ser legal ou técnico.
V
Oligopólio – é o mercado em que existe um pequeno número de vendedores ou em
que, apesar de existir um grande número de vendedores, uma pequena parcela destes
domina a maior parte do mercado.
Monopsônio – é um mercado em que há apenas um único comprador.
Oligopsônio – é o mercado caracterizado pela existência de um pequeno número de
compradores ou ainda que, embora haja um grande número de compradores, uma
pequena parte destes é responsável por uma parcela bastante expressiva das compras
ocorridas no mercado.
Concorrência Monopolística – trata-se de um mercado em que apesar de haver um
grande número de produtores (e, portanto, ser um mercado concorrencial), cada um
deles é como se fosse monopolista de seu produto, já que este é diferenciado dos
demais.
Esta não é a única classificação possível dos mercados, embora seja a
mais utilizada.
Uma importante diferenciação entre as estruturas de mercados reside no
grau de controle que vendedores e compradores têm sobre o preço pelo qual o produto é
transacionado no mercado.
Na concorrência perfeita, nenhum vendedor ou comprador, considerado
isoladamente, tem influência sobre o preço de mercado.
Neste mercado, portanto, é somente a influência conjunta de todos os
vendedores e de todos os compradores quem determina o preço de mercado.
Nas demais estruturas de mercado, ou o vendedor ou o comprador,
isoladamente, pode impor um preço ao mercado.
1.2 – A DEMANDA
1.2.1 – CONCEITO
A demanda de um determinado bem é dada pela quantidade de bem que
os compradores desejam adquirir num determinado período de tempo. Ela será
representada pelo símbolo DX.
VI
A demanda do bem x depende de uma série de fatore, dos quais, os
economistas consideram como os mais relevantes:
O preço do bem x (Px);
A renda do consumidor (Y);
O preço de outros bens (Pz);
Os hábitos e gostos dos consumidores (H).
Matematicamente, pode-se expressar a demanda do bom de x pela
seguinte expressão:
Dx = f(Px, Y, Pz, H, etc.)
Onde a letra f significa que Dx é função de e a palavra etc. abarca as outras possíveis
variáveis.
A demanda do bem x é, portanto, a resultante da ação conjunta ou
combinada de todas essas variáveis.
Assim, por exemplo, caso se deseja saber o que ocorre com a demanda
do bem x se o preço do mesmo aumentar, é preciso supor que todas as demais variáveis
que influenciam a demanda permaneçam com o mesmo valor, de modo que a variação
da demanda seja atribuível exclusivamente a variação de preço.
Nesse caso, podemos rescrever a demanda do bem x como sendo apenas
a função do preço de x, já que as demais variáveis ficam com seu valor inalterado:
Dx = f (Px)
A esta relação denominaremos de função da demanda do bem de x e à
sua representação gráfica será chamada de curva de demanda do bem x.
Supondo-se que o bem x seja perfeitamente divisível, sua curva de
demanda provavelmente assumirá o formato a seguir:
XI
Observando-se a tabela acima, percebe-se facilmente que o preço de
equilíbrio é $50.
Para se obter o preço de equilíbrio, seria mais fácil igualar-se as
quantidades demandadas e ofertadas (já que o preço de equilíbrio iguala as duas
quantidades).
280 - 4Px = 20 + 2Px
300 = 6Px
Px = 300
6
Px = 50
1.4.3 – TABELAMENTO
Num mercado em concorrência perfeita, caso o Governo tabele o preço
num valor inferior ao de equilíbrio, ocorrerá escassez do bem (excesso de quantidade
demandada sobre a oferta).
Tendo em vista que a solução adequada para esta escassez, que seria a
elevação do preço de mercado, não é possível pois o mesmo está tabelado, não há outra
alternativa ao não ser a administração da escassez.
1.5 – MUDANÇA NO PREÇO DE EQUILÍBRIO DE MERCADO EM VIRTUDE DE
DESLOCAMENTOS DAS CURVAS DE OFERTA E PROCURA
1.5.1 – DESLOCAMENTOS DAS CURVAS DE DEMANDA
A curva de demanda se desloca em relação à sua posição original quando
uma daquelas variáveis que supusemos constantes quando traçamos a curva mudar de
valor. Ela se deslocará para a direita da posição original quando a mudança do valor da
variável antes suposta constante contribuir para aumentar a demanda e para a esquerda
da posição original quando contribuir para diminuir a demanda.
XIV
1.5.1.2.1 – BENS SUBSTITUTOS
São aqueles bens em que o consumo de um deles exclui o consumo do
outro. A substituição não precisa ser total, basta o fato de ele comprar maiores
quantidades de manteiga implicar um certa redução do seu consumo de margarina.
1.5.1.2.2 – BENS COMPLEMENTARES
São os bens cujo consumo é feito geralmente de forma simultânea. Da
mesma forma que a substitubilidade, a complementaridade não precisa ser total, ou seja,
o consumo de um implicar necessariamente no consumo do outro, bastando que o
consumo de ambos seja associado de alguma forma. Exemplo: Pão e manteiga.
1.5.1.3 – HÁBITOS E GOSTOS DOS CONSUMIDORES
Esta variável é influenciada principalmente por campanhas de
publicidade e propaganda do bem x. Por exemplo, se uma campanha publicitária
convencer o consumidor que o consumo de um determinado produto faz bem a saúde, a
demanda deste deverá aumentar e, consequentemente, elevar seu preço e quantidade de
equilíbrio.
1.5.2 – DESLOCAMENTOS DA CURVA DE OFERTA
A curva de oferta se desloca em relação à sua posição original quando
uma daquelas variáveis que foram supostas constantes ao se traçar a curva mudar de
valor. Se a mudança do valor da variável aumentar a oferta, ela se deslocará para a
direita e de diminuir, para à esquerda da posição original.
1.6 – TRATAMENTO MATEMÁTICO DA FUNÇÃO DEMANDA REVISITADO
A demanda do bem x pode ser expressa matematicamente da seguinte
forma:
XV
Dx = f (Px, Y, Pz, H, etc.)
Assumindo-se que a função demanda seja linear, pode-se Ter, por
exemplo:
QDx = - 2Px + 0,05Y – 1,5Pz
Aplicando-se a hipótese do cateris paribus, se for suposto que a renda do
consumidor e o preço do outro bem permaneçam constantes em 1.000 e 8,
respectivamente, obter-se à curva de demanda do bem x:
QDx = -2Px + (0,05 x 1000) – (1,5 x 8)
QDx = -2Px + 50 – 12
QDx = 38 – 2Px