A Educação de Jovens e Adultos: Do currículo ao material didático Porto Alegre Nov/2011

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A Educação de Jovens e Adultos: Do currículo ao material didático Porto Alegre Nov/2011. O contexto brasileiro da EJA. Qual é o desafio da EJA? Em 2010, estimava-se que cerca de 80 milhões de brasileiros com mais de 15 anos não tinham completado a educação básica. - PowerPoint PPT Presentation

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A Educação de Jovens e Adultos: Do currículo ao material

didático

Porto AlegreNov/2011

O contexto brasileiro da EJA

• Qual é o desafio da EJA?

• Em 2010, estimava-se que cerca de 80 milhões de brasileiros com mais de 15 anos não tinham completado a educação básica.

• Em 2009, apenas 7,7% da população com 15 anos que não concluiu a educação básica frequentava a escola.

• Em 2010, a população brasileira com mais de 25 anos tinha em média 7,2 anos de estudo.

• Eram 5,3 anos em 1995.

Onde estão os alunos da EJA?

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Matrículas de EJA no Brasil por segmento (2002-2010)

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Matrículas de EJA no Estado do R. G. do Sul por segmento (2002-2010)

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Matrículas de EJA no Estado do R. G. do Sul por de-pendência administrativa (2002-2010)

Anos de estudo da população do Rio Grande do Sul - 2008

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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Matrículas de EJA no Estado do R. G. do Sul por tipo de curso (2002-2010)

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Cobertura EJA referente a jovens e adultos com 15 anos ou mais e 1 a 3 anos de estudo - 2009

0 2 4 6 8 10 12

Cobertura EJA referente a jovens e adultos com 17 anos ou mais e 4 a 7 anos de estudo - 2009

0 2 4 6 8 10 12

Estudantes com mais de 15 anos no Ensino regular, Rio Grande do Sul - 2010

Quem são os jovens e adultos da EJA e por que estão fora da escola?

Faixa Etária dos alunos na EJA no Rio Grande do Sul - 2010

Alunos da EJA conforme a cor/raça no Brasil, 2007

0

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Matrículas de EJA no Estado do R. G. do Sul segundo local-ização Urbana e Rural (2007-2010)

• Grande parte dos estudantes de EJA são trabalhadores e de baixa renda.

Por que participar do programa ENCCEJA

 

Concluir o Ensino Funda-mental

Outras pessoas

recomen-daram

Conti-nuar os estudos

Não pode estudar

Não quer estudar

Melhor Maneira

de Conciliar

os Estudos ao meu

Trabalho

Para conseguir

um emprego

Para fazer um curso

profissionalizante e prep.

para o mercado de

trabalho

Para progredir no emprego

atual

0 - Não influenciou 5,8% 13,1% 3,3% 27,9% 62,6% 10,3% 12,7% 6,3% 24,2%1 2,4% 6,2% 2,5% 6,7% 10,1% 3,8% 4,4% 3,2% 5,3%2 1,8% 7,8% 2,7% 7,1% 6,5% 4,2% 4,6% 3,2% 5,3%3 3,0% 12,4% 4,9% 10,2% 6,0% 7,9% 7,9% 6,0% 8,1%4 4,6% 12,8% 7,4% 9,0% 3,5% 9,9% 8,8% 7,9% 7,3%5 - Influenciou muito 82,4% 47,7% 79,0% 39,0% 11,3% 63,9% 61,6% 73,6% 49,8%

142 575 respondentes do Ensino Fundamental

Encceja: Motivações dos candidatos – 2010

Especificidade da Educação de Jovens e Adultos• Inserção no mundo do trabalho

• Saberes não-escolares

• Descontinuidade

• Flexibilização

Pressupostos para a construção de um currículo de EJA

“Problema é aquilo que a gente tenta resolver na escola e pobrema são as coisas que a gente tem que resolver na vida da gente”.

Alguns pressupostos para a construção de currículos

• O que é um currículo adequado para a educação de adultos?

• Documentos existentes: 1º e 2º segmento.

• Marco de Belém

Um artefato socioeducacional que se configura nas ações de conceber/selecionar/produzir, organizar, institucionalizar, implementar/dinamizar saberes, conhecimentos, atividades, competências e valores visando uma “dada” formação, configurada por processos e construções constituídos na relação com conhecimento eleito como educativo. Enquanto uma construção social, e articulado de perto com outros processos e procedimentos pedagógico-educacionais, o currículo, como qualquer artefato educacional, atualiza-se – os atos de currículo – de forma ideológica e, neste sentido, veicula “uma” formação ética, política, estética e cultural, nem sempre explicita” (MACEDO, Roberto Sidnei. Currículo: campo, conceito e pesquisa. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 24-25)

“Em geral, o senso comum educacional percebe o currículo como um documento onde se expressa e organiza a formação, ou seja, o arranjo, o desenho organizativo dos conhecimentos, métodos e atividades em disciplinas, matérias ou áreas, competências, etc.; como um artefato burocrático ou áreas, competências, etc; como um artefato burocrático preescrito. Não perspectivam o fato de que o currículo se dinamiza na prática educativa como um todo e nela assumefeições que o conhecimento e a compreensão do documento por si só não permitem elucidar. O fato é que os professores e educadores em geral, nos seus cenários formativos, atualizam, constroem e dão feição ao currículo, cotidianamente (MACEDO, Roberto Sidnei. Currículo: campo, conceito e pesquisa. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 25-26).

O estudante como sujeito

O aluno trabalhador é concebido com um ser social que traz experiências de vida e conhecimento acumulados. Um sujeito fazedor de história que intervém na realidade e que se constrói nas ações coletivas. Um ser integral, cujas dimensões cognitivas, físicas, emocionais, econômicas, políticas, sociais, culturais, éticas e estéticas e espirituais interagem no processo de construção do conhecimento.

O conhecimento é concebido como fruto de um processo construtivo em que a aprendizagem dos sujeitos não está dada a priori e nem mesmo resulta do acúmulo de informações vindas do meio exterior. Para aprender, o sujeito coloca em jogo suas hipóteses sobre a realidade, interage com o real e com os outros, reconstruindo estas hipóteses e avançando na compreensão desta realidade.CITOLIN, S. Citado em:Osmar Fávero. Cad. Cedes, Campinas, vol. 27, n. 71, p. 39-62, jan./abr. 2007, p. 45.

Marco de Belém• Aprendizagem e educação de adultos abrangem um vasto leque

de conteúdos – aspectos gerais, questões vocacionais, alfabetização e educação da família, cidadania e muitas outras áreas – com prioridades estabelecidas de acordo com as necessidades específicas de cada país.

• 9. Estamos convictos de que aprendizagem e educação de adultos preparam as pessoas com conhecimentos, capacidades, habilidades, competências e valores necessários para que exerçam e ampliem seus direitos e assumam o controle de seus destinos.

• Aprendizagem e educação de adultos são também imperativas para o alcance da equidade e da inclusão social, para a redução da pobreza e para a construção de sociedades justas, solidárias, sustentáveis e baseadas no Conhecimento (p. 6 e 7).

Papel do material didático

Um mundo fechado

“A escola está aumentando a distância entre as palavras que lemos e o mundo em que vivemos. Nessa dicotomia, o mundo da leitura é só o mundo do processo de escolarização, um mundo fechado, isolado do mundo onde vivemos experiências sobre as quais não lemos”.

Paulo Freire

Pressupostos – Fase I/Primeiro Segmento• Ênfase no letramento

• Durante muito tempo, acreditava-se que ensinar a ler era apenas ensinar a decodificar.Nesse sentido, os métodos de alfabetização priorizavam o conhecimento das letras e a capacidade de decodificar os sons, a formação de sílabas e de palavras ou a escrita de frases descontextualizadas. A leitura era vista como um ato mecânico, e ler com fluência era um dos objetivos principais. Acreditava-se que, quando um aluno conseguia ler em voz alta, já aprendera a ler.

O mundo real

• A escrita se encontra por todos os lados e nos mais diversos lugares: no controle remoto da televisão, no aparelho celular, nas roupas, no corpo, nos livros, nos jornais, nas revistas etc. Em suma: vivemos em uma sociedade complexa, com diversas práticas sociais que precisam da escrita para existir. É preciso formar leitores capazes de ler diversos textos, para que possam agir nas mais diversas situações. Por isso, é necessário trazer para a escola textos autênticos que circulam na nossa sociedade: documentos, letras de música, contas de água, cartazes, poemas etc.

“... a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”.

Paulo Freire

Leitura e prática social

Ler para atuar, agir e refletir e não somente para aprender a ler.

A leitura visa ao ensino da escrita e dos conteúdos através de uma prática social, inserida em situações relevantes do cotidiano do estudante.

O livro didático na sala de aula

Material de apoio ou cartilha?

O ideal

• O professor como autor de um projeto de trabalho.

• Construtor de uma sequência didática voltada para a realidade de um grupo.

• Construir junto com o grupo-classe.

• Descobrir novos caminhos. Redesenhar o trabalho sempre que necessário.

• O livro didático é um dos materiais possíveis e deve ser utilizado conforme as demandas do professor.

O real, em muitos lugares

• Pouca disponibilidade para produção e pesquisa de material.

• Não é uma prática construir junto com o grupo discente.

• O livro didático se transforma em uma cartilha que seguimos sem questionar.

O possível

• Utilizar o livro-didático como material de apoio, mas refletindo sobre o significado do mesmo para o grupo.

• Ter como perspectiva a reconstrução do índice atendendo às especificidades do grupo discente.

• Transformar os alunos em pesquisadores capazes de enriquece o curso e ultrapassar os limites do livro-didático.

A área de Estudos da Sociedade e da NaturezaO processo de iniciação dos jovens e adultos trabalhadores no mundo da leitura e da escrita deve contribuir para o aprimoramento de sua formação como cidadãos, como sujeitos de sua própria história e da história de seu tempo. Coerente com este objetivo, a área de Estudos da Sociedade e da Natureza busca desenvolver valores, conhecimentos e habilidades que ajudem os educandos a compreender criticamente a realidade em que vivem e nela inserir-se de forma mais consciente e participativa.

Proposta curricular – 1º segmento

O universo de interesses

É necessário superar certa visão utilitarista da educação de jovens e adultos, baseada no suposto de que os interesses dos educandos estão restritos às suas experiências e necessidades imediatas. A pesquisa e a prática educativa revelam que eles se interessam tanto pelas questões relativas à sua sobrevivência cotidiana como por temas aparentemente distantes como a origem do universo, o desenvolvimento da informática ou a eclosão de conflitos religiosos em outros continentes.

Entre os jovens em particular, ressalta o interesse por ampliar as experiências de lazer e convívio social, assim como partilhar as necessidades e realizações no plano afetivo, dialogando sobre o amor, a sexualidade e a família.

Proposta Curricular – 1º segmento

Contextualização

Partir de situações contextualizadas para garantir aprendizagens significativas e tornar mais evidentes os vínculos desse campo de estudo com a vida dos jovens e adultos, nas mais diferentes escalas de relações humanas. Interessam tanto as temáticas da realidade local quanto as que ocorrem em outras partes de nosso país e do mundo.

As ciências

Não é fácil definir o que é ciência, mas podemos identificar o espírito crítico como característica básica tanto das ciências sociais como naturais, ou seja, a busca de explicações não dogmáticas sobre os fenômenos, explicações que possam ser confrontadas com a observação e experimentação, com a análise de documentos ou com explicações alternativas. Neste sentido, mais do que a memorização de nomes e datas, o objetivo prioritário desta área de estudo deverá ser o desenvolvimento do espírito investigativo e do interesse pelo debate de idéias.

Proposta Curricular – 1º segmento

Alguns temas e assuntos

• Corpo humano

• Nutrição, reprodução, fases do desenvolvimento, sexualidade e preservação da saúde.

• Qualidade de vida.

• Relação do ser humano com o meio-ambiente.

• Saúde no trabalho.

Alguns temas

• Cultura e identidade, diversidade cultural, e conflitos

• Cidadania, direitos e participação

• As relações sociais/organização da produção e mundo do trabalho.

Viver, AprenderEnsino

FundamentalEducação de Jovens e Adultos (EJA)

A ação Educativa

e a coleção

Viver, aprender

A Ação Educativa foi fundada em 1994 com o objetivo de lutar pelo direito à educação, com especial foco na Educação de Jovens e Adultos.

Em 1995, esteve a frente da elaboração da Proposta Curricular de Educação Básica de Jovens e Adultos.

Em 1996 conseguiu o apoio do MEC para elaboração e distribuição de uma coleção de material didático, a Coleção VIVER, APRENDER.

Realiza assessorias para Secretarias Municipais e Estaduais de Educação em diversas regiões do Brasil.

Em 2000 lançou nova versão da coleção Viver, Aprender em parceria com a Editora Global. Em 2009 finalizou a produção da obra de Ensino Médio.

Em 2010 teve todas suas obras aprovadas pelo PNLD-EJA.

Pressupostos

Superação do paradigma compensatório

• Oferece uma obra atualizada e produzida especialmente para essa modalidade de ensino.

• A estrutura dos livros foi concebida de modo que fossem incluídos os conceitos essenciais para cada uma das áreas de conhecimento.

• Seleção de temas relevantes para jovens e adultos que já estão incluídos no mercado de trabalho e já tem conhecimentos acumulados ao longo de sua trajetória de vida.

• Contribui para que jovens e adultos possam ampliar suas possibilidades de inserção social.

Estrutura da obra

1º segmento

Proposta interdisciplinar Organizada por temas

Proposta interdisciplinar Organizada por temas

Proposta interdisciplinar Organizada por temas

Algumas características da

obra

Explora temas relacionados à vida cotidiana de jovens e adultos, recusando a infantilização para este segmento.

Desenvolve conhecimentos de diferentes áreas de conhecimento para ampliar o letramento, os conhecimentos científicos e permitir a reflexão sobre as formas de organização da vida social. 

A obra é organizada em seções relacionadas ao desenvolvimento de variadas habilidades e leitura em diversos gêneros textuais. 

O Livro do Professor

O Livro do Professor constitui peça importante da proposta pedagógica da obra, pois traz comentários sobre cada módulo e cada unidade, inclusive orientações sobre como lidar com eventuais dificuldades dos alunos.

Um diferencial da coleção é tratar, numa mesma atividade e de forma integrada, aspectos linguístico-discursivos distintos. (...) Outro exemplo é o uso de maiúsculas em nomespróprios, abordado num módulo em que diversos gêneros trazem nomes próprios e exigem agrafia correta desses nomes, como documentos pessoais. (p. 22).

O Livro do Professor traz um quadro para cada módulo, com objetivos de aprendizagem para cada eixo das práticas de linguagem - Leitura, Produção de Textos, Oralidade, Conhecimentos linguísticos e Conhecimentos específicos das demais.

É possível ainda encontrar explicações e comentários sobre as atividades desenvolvidas, nas diversas áreas do conhecimento.

2º segmento

Proposta multidisciplinar

Valorização de temas relacionados à vida cotidiana de jovens e adultos.

Preocupação com os conceitos essenciais de cada área de conhecimento

Algumas características da

obra

Explora temas relacionados à vida cotidiana de jovens e adultos, recusando a infantilização para este segmento.

Preocupação em explorar temas da vida social e da valorização do negro no Brasil.

A obra é organizada em seções relacionadas ao desenvolvimento de variadas habilidades e leitura em diversos gêneros textuais. 

Roberto Catelli Jrroberto.catelli@acaoeducativa.org