A estrela

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narrativa

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“A estrela”Sistematização do conto de Vergílio Ferreira

Categorias da narrativaEstrutura do conto:

Narrador Tempo e espaço Personagens (principal, secundária,

figurantes) Ação:

Episódios principaisResolução ou solução encontrada

1. Contextos

•Quando aconteceu? Um dia, à meia-noite (= Era uma vez…)•Onde aconteceu? Numa aldeia sem nome.

2. Quem são as personagens?

•Protagonista - o jovem Pedro•Personagens secundárias - o pai e a mãe; o

Cigarra, o sr. António Governo;•Figurantes - o Rui, o Roda Vinte e Seis, o

Pingo de Cera, a Raque-Traque, a Pitapota e o Pananão

3. Problema inicial

•Pedro desejava ter a estrela, pelo que planeou empalmá-la.

4. Episódios principais•Pedro saiu de casa e dirigiu-se à igreja;•subiu até ao campanário e agarrou a estrela;•já em casa, antes de se deitar, guardou-a

numa caixa;•ao acordar, pensou que lhe tinham trocado a

estrela e, por isso, ficou transtornado;•os pais recearam que Pedro estivesse metido

em sarilhos;

•Cigarra descobriu o roubo e a aldeia ficou em alvoroço;

•os habitantes da aldeia tomaram partido a favor de Cigarra contra o sr. Governo;

•os pais de Pedro descobriram a verdade;•o pai de Pedro denunciou o filho e impôs que

este a fosse repor no seu lugar;•Pedro caiu do alto da torre e morreu;•a gente da aldeia chorou a sua morte.

5. Desfecho ou conclusão•A morte de Pedro, lamentada por toda a aldeia.

Para apanhar a estrela, Pedro enfrenta obstáculos e procura superá-los.Espaços que Pedro percorre Dificuldades e estratégias para as

ultrapassar

1. Na rua teve tanto medo que desatou a correr e olhava para a estrela para ganhar coragem;2. Na torre da igreja, assustou-se com o ranger da porta, com o escuro, com o cheiro, com as pedras frias, mas ao tocar o primeiro degrau sentiu-se animado;

Espaços que Pedro percorre Dificuldades e estratégias para as ultrapassar

3. Na escada de ferro do campanário, por causa da altura, e da falta de proteção, olhou para a estrela e não para baixo;4. No topo da torre, continuava a ter medo da altura mas, sem olhar para baixo, movimentou-se como fazia quando treinava a subir às árvores.

Subjetividade do narrador

•Pode inferir-se que o narrador sente uma grande simpatia pelo protagonista pela forma como realça o esforço feito por Pedro. Este sabe bem o que quer e luta até ao limite, arriscando a própria vida, nunca desistindo das suas motivações. Parece compreender bem como a estrela o seduziu.

Caracterização de personagens

•Os pais de Pedro: •Como qualquer mãe ficou aflita mas, não vendo nada

de importante, mandou-o sair da cama.•Como qualquer pai, receou que o filho tivesse feito

alguma asneira.•A mãe, primeiro incrédula e depois furiosa, quis tirar

a estrela ao Pedro;•o pai, com receio que a vizinhança descobrisse,

mandou que Pedro e a mulher se calassem; deu a entender que iria resolver o assunto à sua maneira.

Personagens-tipo

•O pai teve consciência do perigo e tentou orientar o seu filho; a mãe, dominada pelo receio extremo, isolou-se no meio da multidão, não tendo coragem para seguir os passos do filho.

•Estas duas personagens não têm nome próprio, dado que valem pelo que representam na sua qualidade de pais.

Caracterização de figurantes

•Contrariamente ao que acontece com os pais de Pedro, as outras personagens são designadas por nomes próprios ou por alcunhas engraçadas e sugestivas.

• António Governo – um homem importante e influente;•Roda Vinte e Seis, Pingo de Cera – podem sugerir

tamanho ou quantidade;•Raque-Traque com o estrume que deitava nas

couves e o odor daí resultante;

•Em Pitapota, pita é galinha em linguagem popular;•Pananão é muito sugestivo em termos fónicos e

pode ser associado a “panão”, “palerma”, “idiota”.

Expressões populares – adequar a linguagem às personagens que são habitantes de um meio rural

•Punha-lhe o comer; fizera uma das dele; tivera mesmo uma ponta de cagaço; malhar ali com o coirão na cadeia; o filho da mãe; ninguém gosta que lhe limpem o que é seu; a bem dizer tanto se lhe dava como se lhe deu; se o pai ou a mãe descobrissem estava cosido; não fosse o diabo tecê-las; apanhá-lo com a boca na botija; que lhe cultivava umas sortes.

A ação deste conto decorre numa aldeia e numa igreja sem nome e num tempo indefinido, para que esta situação seja lida como intemporal.

• “Um dia, à meia noite”• “No dia seguinte”• “Mas no dia seguinte” • “Aconteceu então que no dia seguinte”• “Ora certa noite”• “Mas no outro dia”• “um ano inteiro”

Significado do conto

•Neste conto valoriza-se a criança que entende o valor do desejo e do sonho; neste conto, destaca-se a Estrela pelo que ela representa para a Humanidade.

Contraste entre a atitude de Pedro face à estrela com a reação dos habitantes da aldeia.

•A delicadeza com que Pedro retira a estrela do cinto (“devagar”) e a devolve ao seu lugar (“com jeito”) contrasta com o modo como o narrador descreve a reação das restantes personagens a esta atitude de Pedro e à visão da própria estrela (“ah!) […] que saiu como um urro, com força[…]”). O narrador dota-as de alguma insensibilidade e até lhes atribui algumas propriedades animalescas.

O desenlace•O narrador sente um carinho especial por Pedro,

pelo que não seria de esperar um desenlace trágico para esta personagem.

•As razões que , segundo o narrador, poderão ter conduzido à morte de Pedro foram a intensidade que resultou do espanto («ah!») coletivo e a probabilidade de Pedro não ter fincado “bem os pés no varão de ferro”.

Interpretação do simbolismo presente no desenlace do conto.•Hipóteses a considerar:•A posse da estrela significa crescimento, busca da

própria identidade, nascimento para uma outra vida – alegoria do crescimento e da demanda da plenitude, tendo por referência a dicotomia simbólica terra/céu;

•desejo de conhecimento do mundo; ânsia de liberdade; vitória sobre o medo; coragem.

Tarefa - Redige um pequeno texto dando a conhecer a tua leitura/interpretação deste conto, que possui um valor intemporal.