Post on 05-Jul-2015
description
A Graça Divina na vida do ser humano na visão do Teólogo
Karl Rahner.
Objetivo.
O objetivo do meu trabalho é demonstrar a graça de Deus na vida do ser humano de acordo com a visão do teólogo católico Karl Rahner.
A realidade inspiradora surgiu com os pais dos catequizandos da paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus.
Divisão da pesquisa:
Primeiro capítulo: será apresentado a graça escrita no coração humano, tendo por base o conceito de graça no Antigo Testamento e no Novo Testamento;
Segundo capítulo: pensamento de Karl Rahner. Inicia-se com uma breve biografia; passa-se a ver a graça como revelação; a graça no ser humano.
Terceiro capítulo: aprofundar a graça no contexto contemporâneo: Qual seria a receptividade da ação de Deus? No meio de tantas transformações, onde Deus está?
1.O DESEJO DE DEUS INSCRITO NO CORAÇÃO DO HOMEM.
O homem quando nasce já recebe no seu
coração a graça do amor Deus.
O Ser humano, usando da inteligência
dada por Deus, proclama de várias
maneiras como buscar a Deus,
seja através de orações,
cantos, gestos, cultos e sacrifícios.
Graça no Antigo Testamento:
A Sagrada Escritura apresenta o tema da graça desde o primeiro livro até o último. Contudo, não há especificamente o conceito de graça no Antigo Testamento. As promessas que Deus faz sempre têm sentido de libertação, um reino de paz e de felicidade. Deus procura libertar o ser humano do mal, Ele quer vê-lo livre e comprometido com o YAHWEH.
O profeta Oséias trabalha a graça de Deus no ser humano com o aspecto do amor e da aliança (OSEIAS 2:16-25);
Jeremias realça a amizade entre Deus e o homem;
Em Isaias é muito forte a promessa e a volta da amizade e fidelidade a Deus com o exemplo do próprio Messias (Is 9:1-6) ;
Ezequiel mostra a complacência que dá graça ao homem (EZEQUIEL 36:24-28).
Graça no Novo Testamento.
No Novo Testamento, o ponto-chave da temática da graça está na atividade e na pessoa de Jesus Cristo. Cada evangelho tem uma característica específica da temática da graça. No evangelho de Lucas a noção de graça, em grego charis, submete a misericórdia de Deus (LUCAS 15).
O evangelho de Mateus caracteriza-se pela graça na felicidade e na bênção.
Em Marcos, Jesus é o Deus da graça que oferece a todos a salvação, o reino de Deus (MARCOS 15:1).
No quarto evangelho, a graça é caracterizada pela fé no Filho de Deus, Cristo (JOÃO 3).
No prólogo de São João, aparece um Jesus que se relaciona com o ser humano, mostrando-se a este como caminho, verdade e vida.
2. A GRAÇA DE DEUS NO SER HUMANO NO PENSAMENTO DO TEOLOGO KARL RAHNER.
Bibliografia Karl Rahner nasceu em 5 de Março de 1904, em
Freiburg na Alemanha, como quarto membro de uma família de sete filhos. O pai (1868-1934) era professor de alemão, de história e de francês, e com ele os filhos aprenderam o sentido e o valor da verdade histórica. A mãe, Luise Trescher, doméstica, morreu aos
101 anos (1875-1976).
“Por que ter vergonha de poder afirmar que nascemos em uma família normal, piedosamente Cristã, acostumada a trabalhar duro, e na qual tudo estava mais ou menos em ordem? As crianças podem ser preguiçosas ou então brigar entre si.
Mas no domingo há bolo e vai-se a casa da avó na montanha, perto de Friburgo. Em suma, essa família é realmente sã, as crianças se desenvolvem como seres normais, vão à escola, se formam na universidade, mesmo que haja uma diferença de quatorze anos entre o mais velho e a caçula.” (SESBOÜE, 2004. p. 9)
Em 1922, três semanas após ter concluído os
estudos a nível do ensino secundário, Karl
Rahner entra também na Companhia de Jesus e
inicia o noviciado numa das comunidades
jesuítas na Áustria. Enquanto noviço, escreve o seu primeiro artigo, publicado em 1924,
abordando um assunto sobre o qual voltará
repetidamente ao longo da sua vida: «Porque temos necessidade de rezar?
Em 1932 é ordenado sacerdote na Companhia de Jesus. Em 1936, obteve um doutoramento em Teologia, com o tema: “O pensamento patrístico sobre o Coração Transpassado Salvador como fonte da Igreja” .
Foi um dos principais assessores do Concilio
Vaticano II. O papa João XXIII nomeia Ranher
como participante da comissão dos
sacramentos, participou da comissão de
preparação da Lumem Gentium, Dei Verbum e
da preparação da Gaudium et Spes.
Em1935 publicou a revista Concilium, revista
internacional de teologia. Nesta revista teve a
colaboração de Yves Congar e Edwuard
Schillebeechx.
Ranher afirma que duas são as formas em que Deus se auto-comunica:
A Encarnação e a Graça, pois através
delas nascem à decisão livre de Deus,
de fazer a comunicação
com o ser humano.
A graça de Deus habita em todos os lugares, não importa como a pessoa se encontra, mesmo se o ser humano deixou-se levar pelo pecado, a graça está com ele, pois na raiz de seu ser pessoal está Deus.
Na auto- comunicação o ser humano tem duas escolhas; ele aceita ou se fecha a graça, pois assim como Deus quis livremente dar a graça a ele, ele pode livremente dizer sim ou não.
Rahner sempre esteve presente na realidade
atual, nos desafios, nas dificuldades
no que lhe é oferecido,
no que o ser humano absorve,
por isso ele procurou em seu
pensamento teológico,
oferecer respostas.
O teólogo afirma que quando Deus entra em comunhão com o homem ele procura entrar diretamente em relação com a criatura, com isso ele observa que essa comunhão é fundamental para a missão apostólica. Ele segue a idéia de que o homem está carente da presença do mistério, e quer conduzi-lo ao conhecimento do anônimo de Deus, pois Ele está no interior de cada ser humano.
Qual a característica da teoria de Rahner, referente a graça?
Karl Rahner, ao fala da experiência de Deus,
parte da antropologia, do ser humano,
pois Deus habita no ser humano.
3. O ALCANCE DA GRAÇA DE DEUS NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO.
O filosofo Zigmund Bauman utiliza o termo modernidade líquida ao invés de pós-modernidade, pois afirma “que os preceitos duros, sólidos e sedimentados da modernidade derretem-se.”
(BAUMAN, 2001, p. 7).
O que marca mais é o vazio existencial próprio da cultura fragmentada e pulverizada por muitas e variadas ofertas no amplo mercado de opções. Neste comércio tudo se oferta, menos certezas que sejam firmes e seguras, algo definitivo por assim dizer. Isso por que a crise do nosso tempo é globalizada da humanidade [...] (MAIA, 2001, p. 46)
Pluralidade como um supermercado.
No meio de tudo isso onde está a ação divina? Afonso Rúbio Garcia nos diz que é necessário “continuar a missão da evangelização, a mensagem do evangelho, não de tempos atrás, mas de um modo novo”.
Três meios para vivenciar a graça na atualidade:
A fé que não é acreditar em algo vazio e sim acreditar numa pessoa, essa pessoa é
Jesus Cristo;
A esperança não é algo ou alguma coisa, mas é uma pessoa, a pessoa de
Jesus Cristo;
Amor que não é somente um sentir ou uma satisfação egoísta, mas é uma pessoa, a pessoa de
Jesus cristo.
“O cristão do futuro,
ou será místico ou não será cristão”.
Karl Ranher