A Imagem Uma das definições mais antigas da imagem vem de Platão: Chamo de imagens em primeiro...

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A Imagem

Uma das definições mais antigas da imagem vem de Platão:

Chamo de imagens em primeiro lugar as sombras, depois os

reflexos que vemos nas águas ou na superfície de corpos opacos, polidos e brilhantes e todas as

representações do gênero.

Podemos então entender por imagem tudo o que emprega o

mesmo processo de representação, isto é o

espelhamento de um objeto o qual este representa.

A imagem, na verdade, é um processo construído quer pela mente humana, quer pelo aparato tecnológico utilizado para esse fim.

Assim, poderíamos então começar por entender as

utilizações convencionais da imagem, no sentido de nos

apropriar de seu significado.

A utilização mais comum que constatamos em nosso cotidiano é aquela retratada pela mídia.

Mas isso nos traz um certo número de confusões

conceituais, uma vez que o amálgama

imagem=televisão=publicidade, por exemplo,

acaba por traduzir uma sinonimicidade irreal.

Na verdade, a televisão é um meio, a publicidade, um

conteúdo, uma mensagem capaz de se materializar em qualquer

meio.

Considerada como ferramenta de promoção e, antes de mais

nada, de promoção de si mesma, a televisão tende a

estender o estilo publicitário a campos laterais, com a

informação ou a ficção. Decerto existem outras causas para

essa padronização de gêneros televisuais: o contágio do fluxo

televisual pode passar por outros processos como a espetacularização ou a

ficcionalização.

Isso nos leva a uma segunda confusão:

a confusão entre imagem fixa e imagem animada.

De fato, considerar que a imagem da mídia por excelência é a

televisão ou vídeo – é esquecer que coexistem, ainda hoje, nas próprias mídias, a fotografia, a

pintura, o desenho, a gravura, a litografia, etc., todas as espécies de meios de expressão visual que

se consideram imagens.

Buscando, então, entender este texto, ou esta linguagem que está imersa na imagem,

vários teóricos se dedicaram a estudar o que classificam de

sistema de signos.Entre eles, Saussure, Charles Sander Pierce, Umberto Eco.

O trabalho de Pierce é particularmente precioso, pois

criou, a partir de suas pesquisas, aquilo que

conhecemos hoje como a teoria geral dos signos -

semiótica.

Para Pierce, o signo é aquilo que está no lugar de alguma

coisa para alguém, em alguma relação ou alguma qualidade.

Portanto, o signo mantém uma relação solidária com

pelo menos três pólos:

a) a face perceptível do signo (significante);

b) o que ele representa (referente/objeto);

c) e o que significa (significado).

SignificadoInterpretante

RepresentamenSignificante

ObjetoReferente

Mesmo com uma estrutura comum, os signos não são idênticos. Contudo, todos

podem significar algo além deles mesmos e constituir-se

em significados.

Pierce propôs uma classificação dos signos que os distinguem em função da relação que existe entre o

significante e o referente e o não significado:

a) ícone - significante mantém uma relação de analogia com o que representa, isto é, seu

referente;b) índice: relação causal de

contigüidade física com o que representam (signos

naturais). Ex.: fumaça = fogoc) símbolo: relação de

convenção com seu referente

A categoria imagem reúne, então, os ícones que mantém uma

relação de analogia qualitativa entre o significante e seu

referente.

Mesmo se a imagem é apenas visual, ela possui sua própria

linguagem. E sua função é a de representação (é percebida como

signo).