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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA
FABIO SEIZO KAWASE
LUCIANO LEIROZ DE PAULA
A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO ESTOQUE NO SETOR SUPERMERCADISTA DE PEQUENO PORTE NA CIDADE DE LINS -
SP
LINS/SP 2º SEMESTRE/2012
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA
FABIO SEIZO KAWASE
LUCIANO LEIROZ DE PAULA
A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO ESTOQUE NO SETOR SUPERMERCADISTA DE PEQUENO PORTE NA CIDADE DE LINS -
SP
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra, para obtenção do Título de Tecnólogo em Logística. Orientador: Prof. Drº. Eduardo Teraoka Tófoli
LINS/SP 2º SEMESTRE/2012
FABIO SEIZO KAWASE LUCIANO LEIROZ DE PAULA
A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO DO ESTOQUE NO SETOR
SUPERMERCADISTA DE PEQUENO PORTE NA CIDADE DE LINS -
SP
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a
Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio
Seabra, como parte dos requisitos necessários
para obtenção do Título de Tecnólogo em
Logística sob orientação do Profº. Dr. Eduardo
Teraoka Tófoli.
Data de aprovação: ____ / _____/ ______
Orientador Profº. Dr. Eduardo Teraoka Tófoli
Profª. Ms. Egiane Carla Camilo Alexandre
Profº. Ms. Sandro da Silva Pinto
O conhecimento é algo que está sempre
se renovando, portanto, dedicamos o esforço
aplicado neste trabalho primeiramente aos
professores que nos ensinaram, mesmo quando
achamos que o nosso conhecimento já está bem
profundo sempre buscaram algo para melhorar
ainda mais a nossa formação.
E aos nossos familiares,
A minha esposa Viviam, pelo apoio.
Fabio Seizo Kawase
A minha esposa Dani e aos meus filhos
Mateus e Murilo pelo apoio e incentivo.
Luciano Leiroz de Paula
AGRADECIMENTOS
À Faculdade de Tecnologia de Lins, Profº. Antonio Seabra, pela oportunidade
de graduação.
Ao professor Dr. Eduardo Teraoka Tófoli, pela paciência e orientação.
Ao proprietário do Supermercado Bom Viver Paulo Cesar Lopes e sua esposa
Solange Maria de Alencar Lopes, pela permissão de pesquisa.
Ao Willian e ao Fernando, responsáveis pelo Departamento de Estoques e
Administrativo do Supermercado Bom Viver respectivamente, que com boa vontade
e dedicação, tornaram possível a realização dessa pesquisa.
À todos os que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desta
pesquisa e consequentemente da nossa formação.
RESUMO
Com o aumento da competitividade do setor supermercadista devido à globalização e a mudanças econômicas, percebeu-se que haveria um equilíbrio entre o volume de vendas e a receita obtida, diferentemente do crescimento contínuo de vendas registradas anteriormente no setor. Neste sentido, as empresas buscam técnicas de controle em setores de risco como os estoques, pois a utilização correta dessas ferramentas poderá contribuir com as empresas do setor a permanecerem no mercado. O sucesso de uma organização pode ser resultado de um controle eficaz dos estoques frente aos desafios e obstáculos encontrados em seu caminho, pois normalmente pensa-se que a finalidade do estoque é de apenas suprir a demanda durante o tempo de ressuprimento, mas, se bem controlado, parte do dinheiro que seria imobilizado nos estoques se torna capital para investimentos em equipamentos ou em melhoria de outros setores. Com isso, o objetivo desse trabalho foi de verificar a importância do controle de estoque para o desenvolvimento de uma empresa do setor supermercadista de pequeno porte. Para atingir o objetivo, foi realizado um levantamento bibliográfico, através de livros, artigos e revistas especializadas e um estudo de caso no supermercado Bom Viver, localizado na cidade de Lins, interior do estado de São Paulo. A empresa pesquisada é de pequeno porte, mas que traz um valor significativo para a economia regional. Considerando o resultado da pesquisa, pode-se concluir que o correto controle de estoque influi completamente nas estratégias logísticas das empresas do setor. Se ferramentas mais específicas como, por exemplo, as ferramentas de controle como o ERP, classificação ABC, curva de Pareto e histogramas fossem utilizadas, alguns itens como do setor hortifruti poderiam ser controlados com maior eficácia, contribuindo com o crescimento do supermercado. Palavras-chave: Controle. Estoque. ERP. ABC. Pareto. Histograma.
ABSTRACT
With increased competition in the supermarket sector due to globalization and economic change, it was realized that there would be a balance between sales volume and revenue from, unlike the continued growth of sales recorded earlier in the sector. In this sense, companies seek control techniques in risk sectors like stocks because the correct use of these tools can help with business sector to remain on the market. The success of an organization can be the result of effective control of inventories in the face of challenges and obstacles in his way, because usually it is thought that the purpose of the inventory is to just meet the demand during the replenishment time, but if well controlled part of the money that would be immobilized in stocks becomes capital for investments in equipment or improvement of other sectors. Thus, the aim of this work was to verify the importance of inventory control for the company's development of a small supermarket sector. To achieve the goal, we conducted a literature review, through books, articles and magazines and a case study in supermarket Bom Viver, located in the city of Lins, in the state of São Paulo. The company studied is small, but that brings significant value to the regional economy. Considering the search result, one can conclude that the correct inventory control in completely influences logistics strategies of companies. If more specific tools such as the control tools such as ERP, ABC classification, Pareto curves and histograms were used, some items like hortifruti sector could be managed more effectively, contributing to the growth of the supermarket.
Keywords: Control. Inventory. ERP. ABC. Pareto. Histogram.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 2.1 – Relação das três atividades básicas da logística .................................. 24
Figura 2.2 – Tópico abordado neste trabalho ............................................................ 26
Figura 2.3 – Estoque: alinhamento do fornecimento e demanda de água numa
residência .................................................................................................................. 30
Figura 2.4 – Curva de Pareto para itens em estoque ................................................ 39
Figura 4.1 – Fachada da mercearia Bom Viver em 1993 .......................................... 46
Figura 4.2 – Fachada da mercearia Bom Viver em 1996 .......................................... 47
Figura 4.3 – Fachada em construção de área adquirida ao redor do mercado Bom
Viver em 1997 ........................................................................................................... 48
Figura 4.4 – Fachada principal pronta ....................................................................... 48
Figura 4.5 – Fachada principal atual ......................................................................... 49
Figura 4.6 – Organograma do Supermercado Bom Viver ......................................... 52
Figura 4.7 – Itens armazenado de forma improvisada .............................................. 60
Figura 4.8 – Aplicação da curva de Pareto nos resultados da tabela 4.2 .................. 63
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 2.1 – Exemplo de histograma de frequência. ............................................... 38
Gráfico 4.1 – Evolução do quadro de funcionários. .................................................. 50
Gráfico 4.2 – Evolução da área de vendas. ............................................................. 51
Gráfico 4.3 – Quantidade de itens armazenados. .................................................... 59
Gráfico 4.4 – Quantidade de itens perdidos. ............................................................ 61
Gráfico 4.5 – Comparativo dos itens mais perdidos. ................................................ 62
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Itens de armazém classificados pelo valor de uso. ............................. 35
Tabela 4.1 – Produtos mais perdidos (R$) ................................................................ 62
Tabela 4.2 – Organização dos itens mais perdidos utilizando a técnica de
classificação ABC ...................................................................................................... 63
LISTA DE QUADROS
Quadro 2.1 – Exemplos de tipos de estoques em operações ................................... 28
Quadro 4.1 – Evolução do quadro de funcionários ................................................... 50
Quadro 4.2 – Princípios básicos de elboração .......................................................... 52
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados
ERP - Enterprise Resource Planning – Planejamento de Recursos da Empresa
IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Ampliado
m2 – metro quadrado
MPM – Média Móvel Ponderada
PEPS – Primeiro que Entra Primeiro que Sai
R$ - Real, moeda corrente no Brasil
UEPS – Último que Entra Primeiro que Sai
LISTA DE SÍMBOLOS
% - Porcentagem
@ - Arroba
® - Marca registrada
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15
1 VAREJO ........................................................................................................ 18
1.1 CONCEITO DE VAREJO ................................................................................ 18
1.2 PAPEL DO VAREJO ....................................................................................... 19
1.3 TIPOS DE VAREJO – CLASSIFICAÇÃO E FORMATOS VAREJISTAS ........ 19
1.4 SETOR SUPERMERCADISTA ....................................................................... 21
1.5 GESTÃO DE ESTOQUES EM SUPERMERCADOS ...................................... 21
2 GESTÃO DE ESTOQUES ........................................................................ 24
2.1 GERENCIAMENTO DOS ESTOQUES ........................................................... 25
2.2 CONCEITO DE ESTOQUES ........................................................................... 27
2.3 CONTROLE..................................................................................................... 29
2.3.1 Controle de estoques ...................................................................................... 29
2.3.2 Objetivos do controle de estoque .................................................................... 31
2.3.3 Funções do controle de estoque ..................................................................... 32
2.4 FERRAMENTAS ............................................................................................. 33
2.4.1 Classificação de itens seguindo a curva ABC ................................................. 34
2.4.2 Histogramas .................................................................................................... 37
2.4.3 Diagrama de Pareto ........................................................................................ 38
2.4.4 Enterprise Resource Planning- ERP ............................................................... 39
2.5 A IMPORTÂNCIA DOS INVENTÁRIOS NA GESTÃO DE ESTOQUES .......... 40
2.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ESTOQUES ................................... 41
3 METODOLOGIA ......................................................................................... 43
3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................ 44
4 ESTUDO DE CASO ................................................................................... 46
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA: SUPERMERCADO BOM VIVER .......... 46
4.1.1 Evolução do quadro de funcionários ............................................................... 49
4.1.2 Organograma .................................................................................................. 51
4.2 COLETA DE DADOS DA EMPRESA .............................................................. 52
4.3 DADOS COLETADOS ..................................................................................... 53
4.3.1 Informações sobre controle de estoques no Supermercado Bom Viver .......... 53
4.3.2 Uso da ferramenta: Classificação ABC ........................................................... 55
4.3.3 Uso da ferramenta: Histogramas ..................................................................... 56
4.3.4 Uso da ferramenta: Diagrama de Pareto ......................................................... 56
4.3.5 Uso da ferramenta: ERP ................................................................................. 57
4.3.6 Uso da ferramenta: Inventários ....................................................................... 57
4.4 ANÁLISE DE DADOS ...................................................................................... 58
4.4.1 Quantidade de itens armazenados do Supermercado Bom Viver ................... 59
4.4.2 Relatório de ajuste de estoque – Custo total de produtos faltantes................. 60
4.4.3 Relatório de ajuste de estoque – Produtos que geraram a maior parcela das
perdas ....................................................................................................................... 61
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 67
APÊNDICE A - Diagnóstico do uso das ferramentas de controle de
estoques do supermercado Bom Viver ........................................................... 69
ANEXO A – CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PESQUISA ..................... 74
ANEXO B – AUTORIZAÇÃO DA PESQUISA................................................ 75
15
INTRODUÇÃO
O cenário mercadológico é de transformações, impulsionadas, principalmente
pelos avanços tecnológicos, com a economia mundial em plena expansão. Este
fenômeno tem gerado significativas mudanças nas formas de produção de bens e
serviços. Em contrapartida, as exigências dos clientes somadas à dinâmica
provocada pela evolução tecnológica têm forçado as empresas a assumirem novas
posturas de competição.
Devido à grande competitividade entre as empresas vive-se a necessidade de
implantação de controles e gerenciamentos mais eficazes. Mudanças econômicas,
culturais e sociais do país exigem alterações no perfil das empresas.
A globalização, no setor supermercadista, tem aumentado a competitividade
devido às alterações no comportamento dos consumidores, e a instalação de redes
internacionais, que a cada dia, aumentam a concorrência. Neste sentido algumas
empresas buscam explorar técnicas inovadoras implantando controles em diversos
setores onde, pode-se considerar de maior risco, como por exemplo: estoques,
armazenagem, compras, faturamento, contas a pagar. Em virtude da crescente
competitividade, o controle de estoque, poderá contribuir para as empresas do setor
de supermercadistas permanecerem no mercado (ABRAS, 2010).
O controle de estoque é a expressão usada para descrever todas as medidas
tomadas pela administração e gerência, para dirigir, planejar, organizar e controlar
seu estoque. Sem um controle eficaz, é possível que o administrador não consiga
alcançar os objetivos pretendidos frente aos desafios e obstáculos encontrados na
conquista de seu espaço na sociedade.
Com isso, o sucesso de muitas organizações encontra-se através da gestão
de estoque, que é constituída por administração de materiais, recursos humanos e
financeiros. A gestão de estoques constitui uma série de ações que permitem ao
administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados
em relações aos setores que deles utilizam, bem manuseados e bem controlados
(MARTINS e ALT, 2006).
A finalidade principal do estoque é a de compensar os erros de previsão de
demanda e do tempo de ressuprimento. Eventualmente pode ser utilizado para
compensar, também, a ocorrência de erros de produção.
16
A gestão de estoque permite importantes ganhos, com eficiência, redução de
falhas e custos, rapidez, confiabilidade e capacidade de rastreamento. Devido à
complexidade dos processos que envolvem uma série de procedimentos e afeta dois
aspectos do negócio, a disponibilidade do produto e o custo, ambos com impacto
direto no resultado ou na rentabilidade.
Para garantir que uma empresa possua o produto certo, na hora certa e na
quantidade certa a disposição de seus clientes, é necessário que este produto esteja
armazenado em seu estoque na quantidade estipulada pela empresa. Porém,
manter produtos armazenados requer grandes investimentos de ativos, podendo
ocasionar rupturas no caixa da empresa. Assim, gerenciar corretamente os estoques
pode gerar vantagem competitiva e consequente crescimento num mercado
competitivo como o atual.
Sabendo disso, o objetivo geral do trabalho foi de verificar a importância do
controle de estoque para o desenvolvimento de uma empresa do setor
supermercadista de pequeno porte. Através dessas informações surgiu a
seguinte pergunta-problema: O controle de estoque proporciona crescimento e
desenvolvimento em empresas do setor supermercadista de pequeno porte?
Quando se fala em empresas de pequeno porte, muitos pesquisadores ainda
torcem o nariz. Acreditam que estas entidades são verdadeiras desorganizações
onde o sucesso é uma função exclusiva da habilidade administrativa inerente a
alguns empreendedores. Sendo assim, as paredes das pequenas empresas são
frequentemente vistas como impermeáveis a qualquer estudo que vise trazer
eficiência ou racionalização (PERIN, 2002).
Por outro lado, existem aqueles que acreditam ser as pequenas empresas,
miniaturas de uma empresa de grande porte. Aplicam metodologias e ferramentas
amplamente discutidas nos livros de Administração e Engenharia sem levar em
conta que elas foram construídas especificamente para as grandes empresas. Logo,
os resultados obtidos são na maioria das vezes diferentes do que se era esperado e
a pequena empresa persiste como uma incógnita na cabeça daqueles que tentam
compreendê-la e/ou melhorá-la. Atualmente as pequenas empresas são
responsáveis em grande parte pela movimentação da economia brasileira (PERIN,
2002).
Para responder a essa pergunta e atingir o objetivo, foi realizada uma
profunda pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de campo na empresa
17
Supermercado Bom Viver na cidade de Lins - SP, que atua no ramo varejista de
pequeno porte e busca obter um bom controle de seu estoque.
Para a realização da pesquisa, o trabalho ficou estruturado da seguinte forma:
no capítulo 1 foi abordado o referencial teórico sobre o varejo, seus conceitos, tipos
de varejo, entre outros. No capítulo 2 foi abordado o referencial teórico sobre a
gestão de estoque, seus conceitos, suas ferramentas entre outros. No capítulo 3 a
metodologia utilizada para a realização da pesquisa e no capítulo 4 a pesquisa de
campo no Supermercado Bom Viver.
Por fim, as considerações finais.
18
1 VAREJO
O varejo, como o serviço de revenda de produtos, vem assumindo um
importante crescimento empresarial e econômico no Brasil e no mundo atendendo
de forma conveniente os desejos e necessidades do consumidor final. O varejo tem
sido objeto constante das principais notícias da economia do país devido ao
crescimento consolidado de empresas comerciais no Brasil. Com um volume anual
de vendas superior a R$ 100 bilhões, vendidos por meio de cerca de um milhão de
lojas, representando mais de 10% do PIB brasileiro, as atividades varejistas
desempenham um papel de relevante importância no cenário econômico do Brasil
(PARENTE, 2000).
O varejo vem assumindo uma importância crescente no panorama
empresarial no Brasil e no mundo. Ao longo das últimas décadas, as instituições
varejistas vêm atravessando um intenso ritmo de transformação. Ao comparar os
formatos das lojas do início da década de 60 com os formatos atuais, poucas seriam
as semelhanças. Ao longo dessas décadas, os modelos de lojas foram cedendo
lugar aos novos formatos, mais diversificados, mais eficientes e mais adequados às
novas necessidades do mercado consumidor (PARENTE, 2000).
Segundo Parente (2000), varejo consiste em todas as atividades que
englobam o processo de revenda de produtos e serviços para atender a uma
necessidade pessoal do consumidor final. Kotler (1998, p. 540) acrescenta que “o
varejo caracteriza-se por um conjunto de atividades relacionadas à comercialização
de produtos e serviços diretamente ao consumidor final.”
Ainda segundo Kotler (1998) define a atividade varejista como sendo um
conjunto de operações de negócios que adiciona valor a produtos e serviços
vendidos para consumidores para seu uso pessoal ou familiar. Essa visão já é bem
mais atual, pois inclui na definição a ideia do valor agregado, ou adicionado.
1.1 CONCEITO DE VAREJO
Parente (2000) diz que varejo consiste em todas as atividades que englobam
o processo de venda de produtos e serviços para atender a uma necessidade
pessoal do consumidor final.
19
De acordo com Kotler (1998) o varejo inclui todas as atividades relativas à
venda de produtos ou serviços diretamente ao consumidor final, para uso pessoal e
não comercial.
Dessa forma, qualquer instituição cuja atividade principal seja a venda de
produtos e serviços para o consumidor final e para uso não comercial, será
enquadrada no nível de varejo.
Atualmente, há algumas variações em tipos e classificação do varejo.
Portanto, é necessário entender e localizar o enquadramento das instituições.
No cenário competitivo, onde confrontam-se as redes de varejo, o formato das
lojas se transformou em elementos estratégicos. Tanto as grandes lojas, como
aquelas de menor porte, empreendem seus potenciais competitivos baseados no
formato que adotaram. O fato é que, independentemente do tamanho, todos estão
competindo entre si e tem seu papel de importância.
1.2 PAPEL DO VAREJO
O varejista faz parte dos sistemas de distribuição entre o produtor e o
consumidor, desempenhando o papel de intermediário, funcionando como um elo
entre o nível do consumo e o nível do atacado ou da produção. Os varejistas
compram, recebem e estocam produtos de fabricantes ou atacadistas para oferecer
aos consumidores a conveniência de tempo e lugar para a aquisição de produtos.
Apesar de exercerem uma função de intermediários, assumem cada vez mais um
papel pró-ativo na identificação das necessidades do consumidor e na definição do
que deverá ser produzido para atender às expectativas do cliente (PARENTE, 2000).
Através da competitividade o varejo se divide em alguns tipos, como visto
abaixo.
1.3 TIPOS DE VAREJO – CLASSIFICAÇÃO E FORMATOS VARE JISTAS
As instituições varejistas podem ser classificadas de acordo com vários
critérios, conforme a figura 1.1 (PARENTE, 2000).
20
Figura 1.1 – Tipos e classificação das instituições varejistas. Fonte: Parente (2000, p. 25)
De acordo com Parente (2000), dependendo do tipo de propriedade, as
empresas podem ser classificadas em independentes, cadeias, franquias, alugadas,
ou de propriedade de um fabricante ou atacadista e as instituições sem loja, muitas
vezes chamadas de marketing direto, ou seja, existe possibilidade de comprar
produtos e serviços sem ter que deixar suas casas, pois a aceleração da tecnologia
permite este estilo de vida dos consumidores.
O tipo de instituição mais adequado a este trabalho, conforme a figura 1.1, na
coluna em destaque é a Instituição com loja. É classificada como alimentícia, e este
grupo se adéqua a empresas como Bares, Mercearias, Padarias, Minimercados,
Lojas de conveniência, Supermercados convencionais, SuperLojas, Hipermercados
e a empresa do estudo de caso deste trabalho: supermercados compactos.
Para Parente (2000), os supermercados compactos caracterizam-se pelo
sistema auto-serviço, checkouts (caixas registradoras sobre balcão na saída da loja)
e produtos dispostos de maneira acessível, que permitem aos clientes se auto
servirem, utilizando cestas e carrinhos. Os supermercados compactos têm de dois a
seis checkouts e apresentam uma linha completa, porém compacta, de produtos
alimentícios, representam a maioria das unidades de auto-serviço do Brasil e em
geral, pertencem a operadores independentes.
21
1.4 SETOR SUPERMERCADISTA
Os consumidores estão mais atentos e com parâmetros mais claros de
preços, e em virtude disso, os supermercadistas que antes se preocupavam com o
produto, passam a preocupar-se com a melhor estratégia para satisfazer com
qualidade e eficiência o gosto do cliente, colocando inclusive à sua disposição
instrumentos que lhe permitam comprar sem sair de casa.
No Estado de São Paulo, o setor supermercadista tem sido uma referência na
incorporação de novas tecnologias e técnicas comerciais e administrativas, sempre
visando aprimorar o atendimento ao consumidor. Por exemplo, a abertura aos
domingos é uma prática de 76,4% das lojas e 90% das empresas praticam a entrega
em domicílio (TOFOLI, 2004).
Segundo Ângelo e Silveira (1997), “os supermercados respondem por 85% de
participação de mercado, de todo o abastecimento de gênero alimentícios e afins”.
O supermercado é o formato do varejo que mais se destaca no sistema de
auto-serviço, principalmente, por ser de maior visibilidade e frequência de visitas.
Por isso, ele chama tanto a atenção dos consumidores, assim como dos
fornecedores das mais variadas linhas e tipos de produtos.
A loja do supermercado é almejada por alimentos, vestuário, calçados,
artesanatos, eletrodoméstico, peças para automóveis, ferramentas, utilidades
domésticas, frios, embutidos, bebidas, editores, informáticas, e muitos outros. Isso
mostra a importância dos supermercados no mundo modernos.
Segundo a definição de Kotler (1998, p. 541), o supermercado é o “auto-
serviço que desenvolve operações relativamente grandes, de baixo custo, baixa
margem e alto volume, projetado para atender a todas as necessidades de
alimentação, higiene e limpeza doméstica”.
Dentro do setor supermercadista uma das áreas que se destaca é a gestão
de estoque, pois esse segmento trabalha com mais de 9.000 itens em mercadoria.
1.5 GESTÃO DE ESTOQUES EM SUPERMERCADOS
O Estoque é uma das áreas mais tradicionais de suporte ao processo
logístico, que são as que dão apoio ao desempenho das atividades primárias
propiciando às empresas sucesso, mantendo e conquistando clientes com pleno
22
atendimento do mercado e com remuneração satisfatória para o acionista. Envolve a
administração dos espaços necessários para manter os materiais estocados que
podem ser na própria empresa, como também em locais externos (centros de
distribuição).
Essa atividade envolve localização, dimensionamento, arranjo físico,
equipamentos e pessoal especializado, recuperação de estoque, projeto de docas
ou baías de atracação, embalagens, manuseio,necessidade de recursos financeiros
e humanos, entre outros (HARB, 2005).
O estoque tem passado por profundas transformações nos últimos anos.
Essas mudanças se refletem na adoção de novos sistemas de informação aplicados
à gestão da armazenagem, em sistemas automáticos de movimentação e separação
de produtos e até mesmo na revisão do conceito de armazém como uma instalação
com a principal finalidade de estocar produtos.
Para os supermercados a utilização do controle dos estoques traz
procedimentos rápidos e captura instantânea de informações sobre o que o
consumidor adquire e deseja. O supermercadista pode ainda, com base nos dados
fornecidos, através do controle e gerenciamento, utilizá-los para compor o perfil do
consumidor na hora de estabelecer o mix de marcas e produtos que irão compor o
estoque do estabelecimento.
Sobre isso Harb (2005, p. 110) comenta que “na última década, o setor
supermercadista implantou uma série de inovações tecnológicas para melhor
atender seu cliente, especialmente com a automação dos check-out dos estoques”.
O formato de layout de estrutura e o tipo de tecnologia empregados pelos
supermercados de hoje baseiam-se na organização de mercadorias e prateleiras
dispostas por autosserviço.
Este tipo de formato de atendimento representa uma modernização no setor,
resultante da forma prática de distribuir itens para os clientes, de modo que os
mesmos possam pegá-los, escolhê-los e se dirigirem aos terminais de pagamento,
sem que para isso tenham que recorrer a funcionários da empresa.
Portanto, o supermercadista deve assegurar que o produto esteja disponível
no tempo e nas quantidades desejadas, nivelando sua disponibilidade com os custos
de manutenção, fazendo uso do estoque como o diferencial competitivo de sua
empresa.
23
O gerenciamento de estoque supermercadista proporciona controle dos
produtos, administrando seu giro, evitando que os clientes fiquem insatisfeitos por
motivos relacionados à falta de mercadorias ou produtos em inconformidade com o
uso, fazendo com que os supermercados não deixem de atender seus clientes.
24
2 GESTÃO DE ESTOQUES
Segundo Pozo (2010), uma empresa pode alcançar uma posição de
superioridade duradoura sobre os concorrentes através da logística, principalmente
no quesito operar com custos baixos, pois consegue gerenciar estrategicamente a
armazenagem de materiais, peças, produtos e também a aquisição desses,
incluindo o fluxo das informações geradas. Dessa forma, a logística pode contribuir
significativamente na maximização dos lucros.
Atualmente as áreas denominadas primárias da logística segundo o autor
Pozo (2010) são: transportes, processamento de pedidos e manutenção de
estoques. Essas três atividades básicas devem se relacionar entre si para cumprir os
objetivos de uma organização, conforme mostra a figura 2.1.
Figura 2.1: Relação das três atividades básicas da logística Fonte: Pozo, (2010, p. 11)
A área de transportes é necessária, pois nenhuma organização moderna
pode operar sem providenciar a movimentação dos seus produtos, já a atividade
processamento de pedidos é crítico no quesito tempo necessário para levar os
produtos ou serviços até o cliente e a manutenção de estoques é responsável por
garantir disponibilidade do produto em face a sua demanda, gerencia o estoque
necessário entre a oferta e a demanda, regula a quantidade necessária para manter
25
os níveis o mais baixo possível, e ao mesmo tempo disponibilizar a quantidade
necessária desejada pelos clientes.
A administração de estoques na empresa é um conjunto de atividades com a
finalidade de assegurar o suprimento de materiais necessários ao funcionamento da
organização, no tempo correto, na quantidade necessária, na qualidade requerida e
pelo melhor preço (MARTINS e ALT, 2006).
O principal objetivo de uma empresa é, sem dúvida, maximizar o lucro sobre o
capital investido em: fábrica, equipamentos, financiamentos, reserva de caixa e
estoques. Assim visando este objetivo, ela deve utilizar este capital para que ele não
permaneça inativo. Caso haja necessidade de capital para expansão, e não exista
possibilidade de tomá-lo emprestado, o dinheiro será obtido mobilizando-se parte do
dinheiro investido em estoques ou equipamentos ou na própria fábrica (BALLOU,
1993).
Pode-se então esperar que o dinheiro que está investido em estoques seja o
lubrificante necessário para a produção e bom atendimento das vendas.
Para que isso aconteça é necessário que haja um bom gerenciamento dos
estoques.
2.1 GERENCIAMENTO DOS ESTOQUES
A gestão de estoques influência diretamente na sobrevivência de uma
empresa, e para que o gestor de estoques realize suas tarefas com eficiência é
necessário que o mesmo, possua informações com qualidade de todas as atividades
de valor da qual faz parte, essas informações são adquiridas no decorrer do
processo de compras, recebimento, armazenagem e distribuição (SLACK;
CHAMBER; JONHSTON, 2009).
Além disso, o gestor classifica, calcula custos com pedidos e de manutenção
dos estoques para encontrar o planejamento ideal que minimize o custo total dessas
atividades. Outros atributos do gestor para a minimização de custos são: conhecer o
fornecedor, o tempo de atendimento do pedido e se os prazos de entrega são
cumpridos (SLACK; CHAMBER; JOHSTON, 2009).
Normalmente, os gestores de estoques têm atitude ambivalente quando
analisam os estoques, pois são custosos, empatam considerável quantidade de
ativos e mantê-los representa risco porque itens armazenados podem se deteriorar,
26
tornarem-se obsoletos e ocupam espaço valioso. Entretanto, proporcionam certo
nível de segurança quando não há plena confiança nos fornecedores ou a demanda
é incerta.
Deste modo o estoque é necessário para suprir a demanda de consumidores
ou programas de produção, pois são uma garantia contra o inesperado. Este é um
dos grandes dilemas do gestor de estoques, por um lado há um alto investimento de
ativos e outras desvantagens ligadas diretamente ao controle e manutenção, por
outro, eles facilitam o controle aproximado entre o fornecimento e a demanda,
conforme demonstra afigura 2.2 (SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
Figura 2.2: Tópico abordado neste trabalho Fonte: Adaptado de Slack; Chamber; Johnston, (2009, p.382)
Segundo os autores Martins e Alt (2006), os estoques representam uma
parcela substancial dos ativos de uma empresa e devem ser analisados como fator
potencial para geração de lucros, propiciando desenvolvimento e crescimento se
gerenciado corretamente. Para a análise e controle dos estoques, os autores citam
os mais usuais, como por exemplo:
a) Inventário físico: consiste na contagem física dos itens de estoque. Caso
haja diferenças entre o inventário físico e os registros do controle de
estoques, devem ser feitos os ajustes conforme recomendações contábeis
e tributárias.
27
b) Acurácia dos controles: após terminar o inventário, é possível calcular a
acurácia dos controles, que mede a porcentagem de itens corretos, tanto
em quantidade quanto em valor.
c) Nível de serviço (ou nível de atendimento): é o indicador de quão eficaz foi
o estoque para atender às solicitações dos usuários. Assim, quanto mais
requisições forem atendidas, nas quantidades e especificações solicitadas,
tanto maior será o nível de serviço.
d) Giro dos estoques: mede quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque
se renovou e girou.
Giro dos estoques = x * y -1
x = valor consumido no período
y = valor do estoque médio no período
e) Cobertura de estoques: Indica o número de unidades de tempo; por
exemplo, dias que o estoque médio será suficiente para cobrir a demanda
média.
Cobertura de dias = d * g -1
d = número de dias do período em estudo
g = giro
É possível concluir que, os estoques possuem grande importância nas
atividades de uma empresa, mas para o estoque seja bem cuidado e controlado é
necessário conhecer melhor sua definição.
2.2 CONCEITO DE ESTOQUES
Segundo Moreira (2002, p. 463) estoques são “[...] quaisquer quantidades de
bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de
tempo; constituem estoques tanto os produtos acabados que aguardam venda ou
despacho, como matérias-primas [...]”. Portanto, todo material armazenado por um
28
momento ou por várias semanas, meses ou anos em algum ponto especifico da
empresa como: almoxarifado, depósito, prateleira ou armário, inclusive materiais de
suprimento para a área administrativa constitui o estoque da empresa.
Segundo Slack; Chamber; Johnston (2009), todas as operações mantêm
estoques, se o funcionário andar por qualquer operação, verá diversos tipos de
materiais armazenados. O quadro 2.1 dá alguns exemplos para diversas operações,
porém, há diferenças entre os exemplos de estoque listados no quadro. Alguns são
totalmente necessários para a produção.
Por exemplo, os materiais de limpeza que são armazenados em uma fábrica
de televisores são muito menos importantes do que os estoques de aço, plástico e
componentes, que também são mantidos. O mais importante a considerar é que a
fábrica de televisores não ficaria ociosa se ficasse sem materiais de limpeza,
enquanto que, se ficasse sem peças e componentes sua atividade principal seria
interrompida.
Quadro 2.1 - Exemplos de tipos de estoques em operações.
Operação Exemplos de estoques mantidos em operações
Hotel Itens de alimentação, itens de toalete, materiais de limpeza
Hospital Gaze, instrumentos, sangue, alimentos
Loja de varejo Coisas a serem vendidas, materiais de embalagem
Armazém Coisas armazenadas, materiais de embalagem
Distribuidor de autopeças Autopeças em depósito principal, autopeças e, pontos locais de distribuição.
Manufatura de televisor Componentes, matéria-prima, produtos semi-acabados, televisores acabados, materiais de limpeza
Metais preciosos Materiais (ouro, platina etc.) que esperam ser processados, materiais completamente beneficiados
Fonte: Slack; Chamber; Johnston, 2009, p.382.
Portanto, todo material ocioso que possui valor econômico, que aguarda
transformação, processamento, utilização ou venda no futuro são considerados
estoques. O controle desses materiais é inevitável para facilitar o consumo futuro,
processamento, venda ou agregação de valor.
Todos os materiais de estoque possuem valor econômico, e podem ser
considerados ativos numa organização.
29
2.3 CONTROLE
Controle concilia entre o que o mercado requer e o que as operações podem
fornecer, ou seja, trata dos vários aspectos do suprimento e da demanda que
precisam ser conciliados com um único propósito: fazer a ligação entre o suprimento
e a demanda. Essa ligação proporcionará aos processos ou serviços eficácia e
eficiência (SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
O autor Maximiano (2009, p. 319), diz que: “controle é o processo de produzir
e usar informações para tomar decisões, sobre a execução de atividades e sobre os
objetivos”, e “ao exercer a função de controle, você trabalha como o piloto de um
veículo, monitorando constantemente o aparelho (sua organização), para que ele se
mantenha na rota, desvie-se de acidentes e chegue ao destino”.
Os proprietários não podem estar presentes em todas as atividades de sua
organização. Então, segundo Lopes de Sá (1989), diz que a finalidade do controle é
a fidelidade da informação, obtida através de instrumentos e sistemas de controle,
que substituem o olho do dono.
Sabendo que o estoque é um fator muito importante para o sucesso ou o
fracasso de uma empresa, passa a ser imprescindível a criação de um controle de
estoques por parte das empresas.
2.3.1 Controle de estoques
O controle de estoques só existe porque existem estoques. Conforme os
autores Slack; Chamber e Johnston (2009, p. 358) citam: “não importa o que é
armazenado como estoque, ou onde é posicionado na operação, ele existirá porque
existe uma diferença de ritmo (ou taxa) entre fornecimento e demanda”.
Se o fornecimento ocorresse no momento da demanda, não seria necessário
manter estoque deste. Uma analogia comum pode ser feito com o tanque de água
mostrado na figura 2.3.
Se a taxa de demanda e fornecimento de água numa residência é diferente,
um tanque de água é necessário para que o atendimento ao usuário não seja
interrompido. Quando a taxa de fornecimento excede a taxa de demanda, o estoque
aumenta e quanto a taxa de demanda excede a taxa de fornecimento, o estoque
diminui (SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
30
Figura 2.3 Estoque: alinhamento do fornecimento e demanda de água numa residência. Fonte: Slack; Chamber; Johston, (2009, p.382)
Segundo Moreira (2002) o controle de estoques pode ser considerado um
conjunto de regras e procedimentos que permitirá responder algumas perguntas e
tomar decisões sobre os estoques.
As perguntas e decisões mais importantes de acordo com Moreira (2002) são:
a) quanto existe em estoque, a cada momento, de cada item sob
controle?
b) qual é o investimento em estoque?
c) para cada item, existe alguma quantidade já encomendada para
compra ou fabricação? Quanto?
d) para cada um dos itens em estoque, quanto deve ser encomendado?
e) quando deve ser feita a encomenda de um dado item?
A demanda real do material a ser adquirido e a previsão calculada a partir das
informações colhidas nas atividades do processo de gestão dificilmente estão 100%
corretas, pois existem variações de demanda. É imprescindível que haja
acompanhamento da margem de erro para que ajustes sejam realizados nas
próximas aquisições, elevando assim a margem de acerto da demanda (MOREIRA,
2002).
31
O termo controle de estoques, dentro da logística, é em função da necessidade de estipular os diversos níveis de materiais e produtos que a organização deve manter, dentro dos parâmetros econômicos. O controle dos diversos tipos de produtos armazenados é a razão pela qual é necessário decidir acerca das quantidades dos materiais a serem mantidos em estoques, correlacionado ao custo de estocar, portanto é necessário se preocupar e determinar quais os níveis de cada item pode-se manter economicamente. (POZO, 2008, p.38)
Entre outras informações, portanto, um sistema de controle de estoque deve
responder quando e quanto se deve adquirir de cada mercadoria, por compra ou
fabricação.
Com isso, o controle só se torna eficaz quando começa a gerar resultados
positivos para a empresa, e para que isso ocorra o mais rápido possível, é
necessário que se entenda seu objetivo.
2.3.2 Objetivos do controle de estoque
De acordo com Pozo (2008, p.39): “o objetivo maior da administração de
materiais é prover o material certo, no local certo, no momento certo e em condição
utilizável ao custo mínimo para a plena satisfação do cliente e dos acionistas”.
Sabendo disso, Dias (1993), diz que o objetivo principal de uma empresa é o
de maximizar o lucro sobre o capital investido e para atingir o lucro máximo, a
empresa deve usar o capital para que ele não fique inativo. Os ativos investidos em
estoques devem ser facilmente convertidos em dinheiro em caso de necessidade de
mais capital. Deste modo, espera-se que o dinheiro que está sendo investido em
estoques seja o lubrificante necessário para novas aquisições de materiais e o
atendimento das vendas.
Deste modo, dependendo da eficiência da gestão, o capital investido nos
estoques poderá ser liberado quando necessário ou ficar preso em estoques
desnecessários.
Alguns exemplos simples do papel dos estoques nas vidas das pessoas são
mencionados pelos autores Slack; Chamber e Johnston (2009). Os autores dizem
que a maioria das famílias possui estoques de comida e bebida em suas residências
para suprimento de alguns dias ou semanas, dependendo da demanda de cada
família. Dessa forma, evita-se que alguém tenha que sair para comprar produtos e
ingredientes a cada refeição.
32
Por isso, manter uma variedade de produtos e ingredientes armazenados no
armário da cozinha, ou no congelador proporciona uma flexibilidade necessária para
preparar uma refeição sempre que uma visita chegue inesperadamente, sem que
seja necessário sair e comprar os ingredientes.
Muitas pessoas compram pacotes múltiplos para obter preços melhores de
vários produtos, desde papel higiênico até cerveja, frascos grandes de xampu e
pasta de dente são mais baratos, por volume, que os frascos menores. E sempre
que for necessário repor os estoques, primeiro verifica-se o nível dos produtos
estocados, e se um item usado frequentemente está abaixo de uma certa
quantidade, ou acabou, lista-se esse item para compra (SLACK; CHAMBER;
JOHNSTON, 2009).
Normalmente, os estudantes não possuem muito dinheiro ou espaço para
armazenamento de grandes quantidades de estoque de produtos, portanto, fazem
compras em quantidades menores perdendo os benefícios de custos de compras
maiores, porém não precisam transportar grandes quantidades que são volumosas
ou pesadas. Fazendo desta forma, correm menos risco de esquecer os produtos no
armário e deixar o prazo de validade passar. O método utilizado pelos estudantes é
essencialmente comprar a partir de exigências especificas como a próxima refeição
(SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
2.3.3 Funções do controle de estoque
A importância dos estoques deve ser delimitada, seu planejamento deve estar
o mais próximo possível da demanda prevista. Dessa forma, há um consumo menor
de recursos financeiros e a quantidade de mercadorias armazenadas é reduzida,
facilitando o controle, organização e consequente diminuição do espaço necessário
para guardar os produtos.
Um sistema de estoque deve manter o gestor informado sobre a quantidade
de cada item armazenado.
A função principal do controle de estoques é justamente maximizar o uso de recursos para gerenciamento dos estoques, porém, o gestor depara-se com um dilema que é causador da inadequada gestão de materiais, percebida em inúmeras empresas, e que cria problemas quanto às necessidades de capital de giro da empresa, bem como seu custo. É necessário encontrar o ponto ideal entre manter um
33
grande volume de materiais e produtos em estoque para atender plenamente a demanda, o que gera uso elevado de ativos da organização e, manter volumes muito baixos de estoques para minimização dos custos, porém com atrasos em entregas, insatisfação de clientes pela falta de produtos e, principalmente, a perda do cliente (POZO, 2008, p. 38).
Uma das razões por que muitas empresas do ramo varejista mantêm
estoques elevados de produtos, aos padrões modernos, é que essa atitude permite
que ela compre em lotes econômicos, aproveitando promoções. Essa visão está
ultrapassada, pois se uma decisão deste porte é tomada pelo gestor é possível que
o lote adquirido tome muito espaço na área de armazenamento e impossibilite a
compra de outros materiais que a organização demande (POZO, 2008).
A análise dos estoques deve ser detalhada e constante para se obter o
controle dos ativos aplicados, isso contribui com o controle da compatibilidade entre
novas compras para reposição de estoques e demanda esperada, além de contribuir
com sua organização podendo levar a vantagem competitiva e consequente
continuidade da organização no mercado.
Segundo Pozo (2008 p. 87) “muitas empresas imobilizam elevados valores
monetários em estoques, faltando recursos financeiros para capital de giro, devido a
este mau gerenciamento algumas empresas chegam a falência”. O autor mostra
fatores que justificam a avaliação de estoque:
a) Assegurar que o capital imobilizado em estoques seja o mínimo possível;
b) Assegurar que estejam de acordo com a política da empresa;
c) Garantir que a valorização do estoque reflita exatamente seu conteúdo;
d) O valor desse capital seja uma ferramenta de tomada de decisão;
e) Evitar desperdícios como obsolescência, roubos, extravios etc.
Para obter a máxima eficiência no uso dos recursos estocados é possível
obter contribuição de ferramentas de controle de estoques que facilitam a análise e
identificação de problemas, causas e ordem de importância dos produtos
armazenados.
2.4 FERRAMENTAS
34
A gestão de estoques dispõe de ferramentas variadas. Porém, na maioria dos
casos apenas uma ferramenta não atende a necessidade de gerenciamento
plenamente, para isso é necessário realizar a junção de duas ou mais ferramentas,
dessa forma, o objetivo de controle adequado é alcançado com maior facilidade
(SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
Dentre as várias ferramentas que podem ser utilizados para o controle de
estoques encontram-se a curva ABC, histograma, diagrama de Pareto, ERP.
2.4.1 Classificação de itens seguindo a curva ABC
Nas empresas, muitas vezes não é necessário manter um controle
extremamente preciso de todos os itens do estoque. Por exemplo: certos itens
podem ter um valor relativamente baixo, estes itens, em alguns casos podem ser
monitorados com menor frequência. Por outro lado, os materiais de valor elevado
dever ser monitorados cuidadosamente e continuamente (DIAS, 1993).
De acordo com Dias (1993), a curva ABC é um importante instrumento para o
administrador, pois permite que o gestor identifique aqueles itens que justificam
atenção especial e tratamento adequados quanto a sua administração. Obtém-se a
curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa
escolhida para a classificação que pode ser a quantidade ou valor do produto.
Para os autores Slack; Chamber e Johnston (2009), qualquer estoque que
contenha mais de um item armazenado, alguns itens serão mais importantes para a
organização do que outros. Por exemplo, podem ter uma taxa de uso muito alta, de
modo que, se faltassem, muitos consumidores ficariam desapontados.
Outros produtos podem ter valores altos, de modo que níveis excessivos
seriam particularmente caros. A forma mais comum de controle utilizando a
classificação ABC é a realização de uma listagem dos produtos estocados de acordo
com suas movimentações de valor, ou seja, discriminar diferentes itens multiplicando
sua taxa de uso pelo seu valor individual, conforme tabela 2.1 (SLACK; CHAMBER;
JOHNSTON, 2009).
Os itens com movimentação de valor elevado demandam controle cuidadoso,
enquanto, aqueles que apresentarem valores baixos não precisam ser controlados
tão rigorosamente. Normalmente, após a discriminação, a listagem dos itens
35
estocados apresenta uma pequena quantidade de itens com valor elevado (SLACK;
CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
Esse fenômeno tem início com a lei de Pareto ou às vezes referido como
regra 80/20 porque, em torno de 80% das vendas de uma operação são
responsáveis por somente 20% de todos os tipos de itens selecionados.
Tabela 2.1 – Itens de armazém classificados pelo valor de uso.
Item de estoque
Uso (itens/ano)
Custo ($/item)
Valor de uso ($ 000/ano)
% do valor total
% cumulativa do valor total
A/703 700 20,00 1400 25,14 25,14 D/012 450 2,75 1238 22,23 47,37 A/135 1000 0,90 900 16,16 63,53 C/732 95 8,50 808 14,51 78,04 C/375 520 0,54 281 5,05 83,08 A/500 73 2,30 168 3,02 86,10 D/111 520 0,22 114 2,05 88,15 D/231 170 0,65 111 1,99 90,14 E/781 250 0,34 85 1,53 91,67 A/138 250 0,30 75 1,35 93,01 D/175 400 0,14 56 1,01 94,02 E/001 80 0,63 50 0,90 94,92 C/150 230 0,21 48 0,86 95,78 F/030 400 0,12 48 0,86 96,64 D/703 500 0,09 45 0,81 97,45 D/535 50 0,88 44 0,79 98,24 C/545 70 0,57 40 0,72 98,96 A/260 50 0,64 32 0,57 99,53 B/141 50 0,32 16 0,29 99,82 D/021 20 0,50 10 0,18 100,00 Total 5569 100,00
Fonte: Adaptado de Slack; Chamber; Johston, (2009, p.378).
Os autores Slack; Chamber e Johnston (2009), dizem que a relação pode ser
usada para classificar diferentes tipos de itens mantidos em estoque por sua
movimentação de valor. O controle de estoque ABC permite que os gerentes de
estoque concentrem seus esforços em controlar os itens mais significativos do
estoque, conforme a descrição abaixo:
a) Itens classe A: são aqueles 20% de itens de alto valor que representam
cerca de 80% do valor total do estoque;
b) Itens classe B: são aqueles de valor médio, usualmente os seguintes 30%
de itens que representam cerca de 10% do valor total;
36
c) Itens classe C: são aqueles itens de baixo valor que, apesar de
compreender cerca de 50% do total de tipos de itens estocados,
provavelmente representam somente cerca de 10% do valor total de itens
estocados.
A tabela 2.1 mostra exemplos de peças armazenadas por um atacadista de
material elétrico. Os 20 diferentes itens armazenados variam tanto em termos do seu
uso anual como do custo por item, como mostrado. Todavia, o atacadista classificou
os itens em estoque pelo seu valor movimentado anual. O valor movimentado total
por ano é de $5.569.000,00 (SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
Com base nisso, é possível calcular o valor movimentado anual de cada item
como uma porcentagem do valor movimentado total, e a partir daí o valor de
movimentação acumulado, como mostrado. O atacadista pode então colocar em um
gráfico a porcentagem cumulativa de seu valor. Assim, por exemplo, a peça com
número de estoque A/703 é a de maior valor e representa 25,14% do valor de
estoque total (SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
Como uma peça, todavia, é apenas 1/20, ou 5% do número total de itens
estocados, esse item, junto com o próximo item de maior valor (D/012), representa
somente 10% no número total de itens estocados, mas representa 47,37% do valor
do estoque, e assim por diante. Isso é mostrado graficamente na figura 2.4. Nela o
atacadista classificou os números das primeiras quatro peças como itens classe A, e
vai monitorar o uso e os pedidos desses itens muito de perto (SLACK; CHAMBER;
JOHNSTON, 2009).
Alguns melhoramentos em qualidade de pedidos ou estoques de segurança
para esses itens podem trazer economias significativas. As seis próximas peças,
números C/375 até A/138 (30% da gama) devem ser tratadas como itens classe B,
com um pouco menos de esforço dedicado a seu controle. Todos os outros itens
classificados como itens classe C, cuja política de estoque só é revista
ocasionalmente (SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
Normalmente os critérios mais utilizados são o uso anual e o valor para
determinar o sistema de classificação do estoque, os autores citam outros critérios
que também podem ser usados para a classificação de um item, como por exemplo:
(SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
37
a) Consequência da falta de estoque: Alta prioridade deve ser dada aos itens
que atrasariam mais seriamente ou interromperiam outras operações, ou a
relação com o cliente, se faltassem no estoque;
b) Incerteza de fornecimento: Alguns itens, mesmo de baixo valor, podem
demandar mais atenção se seu fornecimento é incerto;
c) Alta obsolência ou risco de deterioração: Os itens que perdem o seu valor
por obsolência ou deterioração podem merecer atenção e monitoração
extra.
Tabelas são úteis, porém se não forem analisadas por pessoas instruídas se
tornarão apenas dados armazenados. Para simplificar a visualização dos dados da
tabela, será utilizado o histograma e posteriormente o diagrama de Pareto.
2.4.2 Histogramas
Os histogramas podem se definidos como:
Gráficos no qual as classes são marcadas no eixo horizontal, e as frequências relativas ou as percentagens são marcadas no eixo vertical. As frequências relativas ou as percentagens são representadas por meio das alturas das barras. Em um histograma, as barras são desenhadas de forma adjacente uma em relação à outra (MANN, 2006, p. 39).
Portanto, para desenhar um histograma, primeiramente marcam-se as
classes no eixo horizontal e as frequências no eixo vertical. Após esse procedimento
desenha-se uma barra para cada classe sem espaços entre si, conforme exemplo
do gráfico 2.1.
Os histogramas possuem um design simples e de fácil compreensão
contribuindo na simplificação da análise de dados para uma tomada de decisões
mais acertada.
38
Gráfico 2.1 – Exemplo de histograma de frequência. Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da tabela 2.1 (2012).
Outra ferramenta que dá sequência ao histograma é o diagrama de Pareto.
2.4.3 Diagrama de Pareto
Em qualquer processo de melhoramento, é necessário distinguir entre o que é
importante e o que é menos importante, esse é o propósito do diagrama de Pareto.
É uma técnica direta, que envolve classificar itens, problemas ou causas conforme a
ordem de importância destacando áreas onde investigações adicionais poderão ser
úteis. A figura 2.4 demonstra graficamente os dados da tabela 2.1, simplificando a
análise (SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
0
200
400
600
800
1000
1200
Uso
(ite
ns/a
no)
Item de estoque
39
Figura 2.4 – Curva de Pareto para itens em estoque. Fonte: Adaptado de Slack; Chamber; Johston, (2009, p.379).
Dados confiáveis para elaboração do diagrama de Pareto são extremamente
necessários, portanto, pode-se utilizar como base de dados o sistema ERP, pois
este é composto por informações variadas.
2.4.4 Enterprise Resource Planning- ERP
Todas as informações relevantes de uma empresa devem ser agrupadas,
assim, pode-se informar às decisões de planejamento e controle, e quando as
atividades devem ocorrer, quem deve executá-las e assim por diante. Esse é o ERP
(Enterprise Resource Planning), ou seja, Planejamento de Recursos da Empresa
(SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
Uma forma simples de pensar a respeito do ERP é imaginar a organização de
uma festa, com data para daqui a duas semanas e para 40 convidados, fica decidido
servir sanduíches e aperitivos. Com essas informações é possível fazer cálculos
simples para estimar as preferências dos convidados e quantas pessoas irão comer
e beber (SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
0
20
40
60
80
100
120%
cum
ulat
iva
do v
alor
tota
l
Item de estoque
20% dos itens.
Classe A
30% dos itens. Classe B
50% dos itens. Classe C
40
Talvez já tenha algum estoque de comida e bebida em casa, e essa
informação deverá ser levada em consideração no momento da preparação da lista
de compras, e se, alguma comida tiver que ser preparada a partir de alguma receita,
será necessário multiplicar os ingredientes para atender as 40 pessoas. Portanto,
será necessário decidir quando cada item será necessário para fazer as compras a
tempo (SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
Na verdade, planejar uma festa exige uma série de decisões inter-
relacionadas sobre volume e sobre o momento em que os produtos são necessários.
Essa é a base do planejamento de necessidade de materiais, que ajuda as
empresas a fazer cálculos de quantidades e tempos (similares à festa, mas numa
escala de grau e complexidade superior) (SLACK; CHAMBER; JOHNSTON, 2009).
Assim, mesmo para uma atividade relativamente simples, a chave para o
planejamento bem sucedido é como gerar, integrar e organizar todas as informações
de que depende o planejamento e controle.
Pequenas empresas, como o supermercado estudado, possuem sistemas
ERP alimentados manualmente no momento da chegada dos produtos. Para que
esses dados sejam confiáveis é necessário que a quantidade e descrição dos
produtos armazenados estejam corretos. Dessa forma, é necessária a realização de
contagens físicas dos produtos em estoque, ou seja, os inventários.
2.5 A IMPORTÂNCIA DOS INVENTÁRIOS NA GESTÃO DE ESTO QUES
Segundo Pozo (2008), é necessário que sejam realizados inventários físicos
periodicamente, ou seja, deve ser realizada uma contagem física dos itens
estocados para realizar a comparação da quantidade física com os dados
contabilizados nos registros da empresa. Desta forma, as diferenças entre o estoque
real e o estoque registrado podem ser reduzidas contribuindo diretamente na
apuração do valor total do estoque para efeito de balanço do ano fiscal e declaração
de imposto de renda da empresa. O autor cita que existem dois tipos de inventário: o
geral e o rotativo.
O inventário geral é realizado ao fim de cada ano fiscal, com parada total dos
processos produtivos da empresa, pois é necessária a contagem física dos itens de
todos os setores. Neste período, não deve ser dada entrada nem saída de nenhum
produto armazenado em qualquer setor da empresa (POZO, 2008).
41
O inventário rotativo é realizado no decorrer do ano fiscal, sem a necessidade
de paralisação do processo produtivo. O inventário pode ser realizado em cada setor
individualmente (POZO, 2008).
Pozo (2008) diz que este procedimento é mais vantajoso e mais econômico,
pois não há necessidade de paralisação do processo e por este motivo haverá
melhores condições e tempo para analise de problemas ou causas de ajustes.
A elaboração e execução devem ser realizadas sob orientação e controle da
área financeira utilizando duas equipes diferentes para cada contagem. Se as
contagens das duas equipes coincidirem o inventário do item analisado está
encerrado, mas, quando for constatada alguma diferença há a necessidade de uma
terceira equipe entrar em ação para constatação final. Os itens que apresentarem
diferenças entre o controle documentado e a contagem física passarão por ajustes e
reconciliação de acordo com as políticas da empresa (POZO, 2008).
Manter os estoques em conformidade entre o que está registrado e o que
realmente existe estocado proporciona vantagens ao armazená-lo. Mas ao mesmo
tempo, todo estoque armazenado proporciona vários aspectos negativos.
2.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ESTOQUES
Dentro de uma empresa o estoque possui suas vantagens e suas
desvantagens. O autor Ballou (1993) cita as seguintes vantagens em manter os
estoques:
a) Melhoria do nível de serviço;
b) O departamento de vendas e marketing podem vender mais seguramente
os produtos da empresa;
c) Disponibiliza imediatamente o produto aos clientes;
d) Diminui o custo por falta de produto;
e) Pode diminuir os custos de produção por adquirir grandes lotes de
matéria-prima;
f) Economia nas compras e no transporte.
Além dos itens citados, é possível obter proteção contra oscilações de
demanda ou tempo de ressuprimento. Dessa forma, a empresa deve manter
estoques de segurança para atender a necessidade do mercado.
42
Mas, existem desvantagens que devem ser analisadas, pois é extremamente
necessário encontrar um ponto de equilíbrio adequado.
Como visto anteriormente, o estoque é necessário em muitas operações, visto
que, é incomum existir um produto que tenha seu fornecimento e consumo
totalmente alinhados, portanto, embora o estoque seja importante para o
desempenho de muitas operações, os autores Slack; Chamber; Johnston (2009)
dizem que existem vários aspectos negativos em relação a ele:
a) Estoque congela dinheiro, na forma de capital de giro, que fica indisponível
para outros usos, como redução de empréstimos ou investimentos em bens
fixos produtivos;
b) Estoque acarreta custos de armazenamento (espaço, manutenção de
condições apropriadas, etc);
c) Estoque pode tornar-se obsoleto à medida que novas alternativas de
produtos apareçam;
d) Estoque pode danifica-se ou deteriorar-se;
e) Estoque pode ser perdido ou caro para recuperar, quando escondido no
meio de outros itens;
f) Estoque pode ser perigoso para armazenar (por exemplo, solventes
inflamáveis, explosivos, químicos e drogas), exigindo instalações especiais
e sistemas para manuseio seguro;
g) Estoque consome espaço que poderia ser usado para agregar valor;
h) Estoque envolve custos administrativos e securitários.
Percebe-se que o estoque pode ter suas vantagens e desvantagens, por isso,
o papel do administrador se torna importante para que haja uma política bem
definida de estoque e seu controle.
43
3 METODOLOGIA
O propósito da pesquisa é utilizar conceitos desenvolvidos por outros autores
e verificá-los no ambiente empresarial, por meio da discussão com os especialistas
do processo sobre os problemas a serem resolvidos. A investigação se baseou na
observação da realidade, experiências das pessoas da situação investigada e
consulta à literatura existente sobre o assunto. O trabalho se desenvolveu a partir da
revisão bibliográfica sobre gestão de estoques utilizada pela empresa varejista.
Segundo Yin (2005), a importância da utilização da metodologia científica
para responder as questões de uma pesquisa consiste no fato de ela aumentar a
chance das respostas encontradas serem precisas e não viesadas.
Portanto, para que a integração proposta no modelo seja desenvolvida com
confiabilidade e capacidade de repasse da pesquisa no ambiente analisado, apoia-
se nas abordagens da metodologia científica (TOFOLI, 2011).
Gil (2002) ressalta que a metodologia científica consiste em uma série de
atividades sistemáticas e racionais para se buscar, de maneira confiável, soluções
para determinado problema. Ressaltam, ainda, que não há ciência sem o emprego
deste tipo de modelo.
Para entendimento da aplicação dos conceitos da metodologia científica é
necessário que sejam abordados os aspectos dos métodos e das técnicas de
pesquisa como elementos essenciais para qualquer aplicação no desenvolvimento
do modelo estudado (TOFOLI, 2011).
Segundo Fleury et al (2009) em um trabalho, a metodologia de pesquisa
possui grande importância devido à necessidade de embasamento científico
adequado que o trabalho exige. Portanto, constantemente é necessário procurar
pela melhor abordagem de pesquisa a ser utilizada para o correto direcionamento
das questões da pesquisa, assim como os métodos e técnicas utilizados para o
planejamento e condução. Utilizando-se dessas informações, o trabalho de pesquisa
deve proporcionar direta ou indiretamente a geração de conhecimento.
Neste trabalho, a forma de abordagem do problema é através de pesquisa
qualitativa que para Mattar (1996), é definida como um vínculo indispensável entre a
objetividade e a subjetividade e que é difícil ser traduzida em números.
44
A fonte de coleta de dados é o ambiente natural, o pesquisador é o elemento
chave, a pesquisa é descritiva, pois o objetivo é o de descrever as características de
determinado estabelecimento envolvendo técnicas padronizadas de coleta de dados
como o uso de questionários assumindo de forma geral, o levantamento de dados.
Utilizando–se dados informados através de entrevistas e reuniões com os
proprietários e funcionários responsáveis pelo ERP e pela manutenção dos estoques
da empresa pesquisada, foram definidas as etapas do trabalho.
3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a realização da pesquisa os autores decidiram criar etapas para que o
levantamento de dados e sua interpretação fossem mais eficientes.
1ª etapa: O tema foi definido de comum acordo entre os autores, por ser um
assunto de extrema importância para as empresas, principalmente para as
empresas do setor varejista.
2ª etapa: Foi realizada uma profunda revisão bibliográfica sobre gestão de
estoques, mais precisamente, sobre as ferramentas de controle de estoque:
classificação ABC, histogramas, diagrama de Pareto e ERP.
3ª etapa: A empresa Supermercado Bom Viver foi definida. O contato inicial
foi realizado em fevereiro de 2012, através de visita e solicitação de autorização
para realização do estudo de caso. A escolha do local para o estudo de caso foi feito
devido ao grande crescimento físico apresentado pelo estabelecimento em curtos
espaços de tempo e, para consequente verificação de um item imprescindível, se os
estoques estão sendo acompanhados.
4ª etapa: Foi feito um levantamento de dados da empresa através de
entrevistas, reuniões e visitas além de solicitação ao Departamento de Manutenção
de Estoques, dados sobre a quantificação dos produtos armazenados no período de
2005 a 2011, bem como a quantificação de produtos classificados como perdas.
Nesta etapa, os responsáveis forneceram dados do mês de julho de 2011 ao
mês de julho de 2012, referentes aos seguintes itens:
a) Relatórios de ajuste de estoque;
b) Relatórios de perdas;
c) Relatório de itens armazenados (loja e depósito);
d) Custo de reposição unitário;
45
e) Custo de reposição total.
5ª etapa: Análise dos dados, procurando identificar o estado atual do controle
de estoques da empresa.
6ª etapa: Apresentação de algumas conclusões com base nos resultados
obtidos através da coleta de dados e revisão bibliográfica.
3.2 Coleta dos dados
A orientação da coleta de dados pela realização de entrevistas em
profundidade indica o caráter qualitativo do estudo, em que as variáveis relevantes
ainda não estão estabelecidas.
Da mesma forma, conforme Aaker & Day (1982), o objetivo de maior
interação com o entrevistado, de tal forma que as informações apresentem maior
profundidade e riqueza de explanações, e o número relativamente pequeno de
respondentes, só parcialmente representativo da população, justificam a
caracterização da pesquisa como qualitativa.
Aaker & Day (1982); Gil (2002) enfatizam a escolha por pesquisa qualitativa
como entrevista em profundidade, comentando que, na prática, este procedimento
analítico tem aplicação útil com executivos, especialistas e outros agentes com
pequena disponibilidade de tempo para atendimento a entrevistadores.
46
4 ESTUDO DE CASO
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA: SUPERMERCADO BOM VIV ER
O Supermercado Bom Viver atende seus clientes na cidade de Lins, interior
do Estado de São Paulo, no logradouro Professor Joaquim Borges Rodrigues, 82 –
Bairro Bom Viver II.
Está devidamente registrado no Ministério da Fazenda, no Cadastro Nacional
de Pessoas Jurídicas 67.673.087/0001-39 e Inscrição Municipal 5172.
Figura 4.1 – Fachada da Mercearia Bom Viver em 1993. Fonte: Supermercado Bom Viver (1993).
O senhor Paulo Cesar Lopes e sua esposa Solange Maria de Alencar Lopes
detectaram a necessidade de uma nova instalação para o atendimento de uma
demanda crescente de pessoas que precisavam consumir produtos do dia-a-dia. Em
março de 1992 inauguraram um estabelecimento, com o nome fantasia Bar e
Mercearia Bom Viver, com 46 m2, conforme a figura 4.1 do ano de 1993 ainda com
as mesmas características da inauguração, com recursos próprios para o
atendimento das pessoas que precisavam se deslocar por grandes distâncias para
obter um serviço similar.
47
Em pouco tempo, os clientes de bairros vizinhos foram conquistados, esses
bairros foram crescendo gradativamente e como consequência houve aumento em
mesma proporção do número de clientes. Por este motivo, em 1996 houve a
necessidade da ampliação do espaço físico da área de vendas passando então a
atender seus clientes numa área de 96 m2, conforme a figura 4.2, ou seja, em
apenas 4 anos a área de atendimento foi duplicada utilizando-se de recursos
próprios adquiridos através do faturamento da empresa, a partir daí o nome foi
alterado para Mercado Bom Viver.
Figura 4.2 – Fachada do Mercado Bom Viver em 1996. Fonte: Supermercado Bom Viver (1996).
Durante o período de ampliação surgiram dificuldades financeiras a serem
contornadas, pois houve um grande direcionamento de recursos destinados a
ampliação, porém, a dificuldade maior foi a de manter o atendimento aos clientes,
pois durante a ampliação o atendimento aos clientes não foram interrompidos,
conforme figura 4.3.
48
Figura 4.3 – Fachada em construção da área adquirida ao redor do Mercado Bom Viver em 1997. Fonte: Supermercado Bom Viver (1997).
Ainda colhendo os frutos dos esforços dos proprietários, no ano 2000, houve
uma nova reestruturação física. Com a aquisição de áreas ao redor do
estabelecimento e, desta vez, a área de atendimento aumentou quase 3 vezes,
passando dos modestos 96 m2 para 220 m2 melhorando o atendimento em todos os
setores do supermercado, conforme figura 4.4.
Figura 4.4 – Fachada principal pronta Fonte: Supermercado Bom Viver (2004).
49
O espírito empreendedor dos proprietários não parou e, constata-se que, a
cada 4 anos houve novos investimentos, com recursos próprios da empresa na
melhoria das instalações e aumento da capacidade para o atendimento da crescente
demanda, desde a inauguração até o ano de 2004, ano em que houve a última e
maior de todas as alterações da planta da empresa. Com esta última alteração os
clientes têm disponível uma área de 520 m2, conforme a figura 4.5, e desde então é
conhecido como Supermercado Bom Viver, entre os moradores do bairro e
arredores.
Figura 4.5 – Fachada principal atual Fonte: Supermercado Bom Viver (2012).
4.1.1 Evolução do quadro de funcionários
Com a evolução constante e investimentos no espaço físico, o número de
funcionários cresceu proporcionalmente, conforme o quadro 4.1:
50
Quadro 4.1 - Evolução do quadro de funcionários
Ano Área de vendas (m 2) Quantidade de funcionários
1992 46 1
1996 96 3
2000 220 8
2004 520 30
05/2012 520 47
Fonte: Elaborado pelos autores (2012)
A percepção do crescimento do número de funcionários é vista com maior
facilidade no gráfico 4.1 e da evolução da área de vendas no gráfico 4.2.
Gráfico 4.1 – Evolução do quadro de funcionários Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da tabela 4.1 (2012).
1 38
30
47
0
10
20
30
40
50
1992 1996 2000 2004 2012
nº d
e fu
ncio
nário
s
ano
51
Gráfico 4.2 – Evolução da área de vendas. Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da tabela 4.1 (2012).
4.1.2 Organograma
Organograma é uma representação gráfica simplificada da estrutura organizacional de uma instituição, especificando os seus órgãos, seus níveis hierárquicos e as principais relações formais entre eles. É o instrumento mais usado para representar a formalização da estrutura. O fato de uma empresa possuir organogramas não significa necessariamente que seja bem organizada. Ele não é um fim em si mesmo, mas um meio para ajudar administradores a visualizar o posicionamento e as relações entre os subsistemas de um sistema organizacional. Como disse Peter Druker, uma organização é como música, não é constituída de sons individuais, mas das relações entre eles (LACOMBE; HEILBORN, 2008, p. 103).
A principal finalidade da representação gráfica é permitir a visualização rápida
da forma como uma empresa se organiza e devem representar a organização real
da empresa, caso contrário, poderá haver distorções e gerar compreensões erradas
que poderão gerar decisões e atitudes errôneas por parte dos que confiam na sua
exatidão (LACOMBE; HEILBORN, 2008).
4696
220
520 520
0
100
200
300
400
500
600
1992 1996 2000 2004 2012
m2
ano
52
Figura 4.6 - Organograma do Supermercado Bom Viver Fonte: Elaborado pelos autores (2012).
Até o momento da finalização deste trabalho a estrutura organizacional do
Supermercado Bom Viver abrange as descrições das funções e as delegações de
poderes que a empresa julga úteis para a compreensão da estrutura e segue a
estrutura do organograma clássico (conforme figura 4.1) e utiliza os princípios
básicos de elaboração, conforme mostra o quadro 4.2 dos autores (LACOMBE;
HEILBORN, 2008).
Quadro 4.2 - Princípios básicos de elaboração
Princípios Conceituações
Simplicidade Apresentar apenas os elementos essenciais à compreensão da estrutura organizacional
Padronização Uniformidade e coerência
Atualização Retratar a realidade da organização em determinado momento
Fonte: Adaptado de LACOMBE; HEILBORN, 2008, p 103.
4.2 COLETA DE DADOS DA EMPRESA
A coleta de dados partiu da solicitação verbal aos proprietários que
disponibilizaram prontamente os funcionários Fernando e Willian, auxiliares
53
administrativos, conhecedores por experiência de quase todas as funções do
supermercado.
Para este estudo, aplicou-se um questionário que foi elaborado utilizando as
referências estudadas abordando os seguintes assuntos:
a) Ferramentas de controle de estoques;
b) Uso das ferramentas de controle de estoques;
a. Classificação ABC;
b. Histogramas;
c. Diagrama de Pareto;
d. Enterprise Resource Planning – ERP;
e. Inventários.
4.3 DADOS COLETADOS
4.3.1 Informações sobre controle de estoques no Sup ermercado Bom Viver
Iniciando o estudo de caso, foi verificado se as ferramentas de controle de
estoques são utilizadas por um setor específico, bem como, a quantidade de
funcionários que se dedicam a utilizá-las, as formações acadêmicas dos
funcionários, se receberam treinamento para atuar na função e se há uma
programação de treinamento em controle de estoques.
Diante da pesquisa, percebeu-se que não há um setor específico que se
dedica exclusivamente ao controle dos estoques, pois somente dois funcionários
que ocupam cargo de auxiliar administrativo atuam no controle geral dos produtos
armazenados prejudicando o nível de controle e acerto das informações geradas
nos momentos de reposição e ressuprimento. Dessa forma, o tempo disponibilizado
para a função de controlar fica reduzida a algumas horas diárias, pois no restante do
tempo há outras funções que os funcionários devem cumprir. Os dois funcionários,
com nível médio de formação, receberam treinamento para executar as funções de
controle dos estoques no dia-a-dia, conforme surgem novas situações e problemas
que necessitam de soluções, ou seja, não há uma programação de treinamento,
impossibilitando a previsão de situações que podem colocar o setor em apuros.
Através da pesquisa, foi verificado se questões relacionadas ao controle dos
estoques são consideradas nos planejamentos de médio e longo prazo. Através da
54
pesquisa, percebeu-se que sim, e que são realizadas reuniões separadas por
setores. Nessas reuniões, são tratados assuntos como falta de mercadorias
disponibilizadas ao consumidor, perdas de mercadorias por vencimento do prazo de
validade e discussão sobre os locais adequados de armazenamento dos diversos
produtos comercializados pelo supermercado.
Continuando no tema ferramentas de controle de estoques, questões
relacionadas à utilização de recursos de tecnologia (hardware / software) para
incluir, organizar, localizar e retirar produtos dos estoques e se as ferramentas em
questão são adequadas. Para responder a essas questões, há instalado nos
computadores do supermercado um sistema ERP chamado Solidus®, que foi
adquirido pelo estabelecimento apenas os módulos necessários ao funcionamento
da operação, excluindo os módulos de controle de recursos humanos e
contabilidade.
Como equipamento auxiliar ao software, utiliza-se leitores de códigos de
barras e coletor de dados portátil para contagem física. Esses equipamentos
auxiliam na realização de inventários e aumentam as margens de acerto da
quantidade física de cada produto. As ferramentas utilizadas são adequadas
conforme informação do supermercado, pois atendem, facilitam e proporcionam
agilidade no trabalho diário.
Nas questões sobre política definida para o suprimento e reposição dos
estoques e se há preocupação com o prazo de validade, primeiramente verifica-se o
produto analisado no sistema ERP Solidus® e também leva-se em consideração a
necessidade de venda de acordo com a sazonalidade do produto (a sazonalidade é
definida pela experiência do funcionário).Os preços de aquisição no atacado quando
aliados a um lote grande, faz-se um estudo do espaço disponível para estocagem
antes do fechamento do negócio.
Quanto ao prazo de validade, há uma preocupação constante, o sistema ERP
apresenta um campo de inserção da data de validade do produto adquirido no
momento do seu lançamento no sistema ERP, mas, por se tratar de grande
variedade e quantidade de produtos é praticamente impossível controlar 100% dos
prazos de validade. Há contribuição dos repositores na verificação física da validade
dos produtos que estão sendo repostos. Dessa forma, o sistema adotado
teoricamente é o PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai).
55
Com isso, alguns métodos são usados para que se tenha um bom controle de
estoque, são métodos que funcionam como uma grande ferramenta para indicar o
momento certo de ressuprimento de estoque no qual se pode citar:
4.3.2 Uso da ferramenta: Classificação ABC
Em qualquer estoque que contenha mais de um item em estoque, alguns
itens serão mais importantes para a organização do que outros. Alguns itens, por
exemplo, podem ter uma taxa de uso muito mais alta, de modo que, se faltassem,
muitos consumidores ficariam desapontados. Outros itens podem ter valores
particularmente altos, de modo que níveis de estoque excessivos seriam
particularmente caros.
Uma forma comum de discriminar diferentes itens de estoque é fazer uma
lista deles, de acordo com suas movimentações de valor (sua taxa de uso
multiplicada por seu valor individual).
Os itens com movimentação de valor particularmente alto demandam controle
cuidadoso, enquanto os com baixas movimentações de valor não precisam ser
controlados tão rigorosamente. Geralmente, uma pequena proporção dos itens totais
contidos em estoque vai representar uma grande proporção do valor total em
estoque.
Sabendo disso, foi verificado o uso das ferramentas de controle de estoques
começando com a ferramenta de Classificação ABC. A ferramenta não é utilizada
para identificar itens que justifiquem atenção especial quanto a sua administração.
Um controle similar é realizado da seguinte forma: produtos que justificam
atenção especial são definidos por experiência de um dos funcionários responsáveis
e como não é utilizada, a classificação ABC não contribui com o controle dos
estoques, e que este, é feito manualmente de acordo com a sazonalidade dos
produtos.
Importante informação cedida pelo supermercado é que com relação ao
estoque 80% dos produtos são controlados pelas empresas fornecedoras, não
sendo necessário dispensar atenção a estes, ou seja, quando uma empresa que
fornece produtos ao supermercado percebe que os produtos em estoque no
supermercado estão acabando, o mesmo, entra em negociação com o
56
supermercado para reposição dos produtos e apenas 20% dos produtos em estoque
é controlado pelo supermercado.
4.3.3 Uso da ferramenta: Histogramas
Na sequência, foi verificado o uso de histogramas, se há dificuldades na
elaboração, se as ferramentas facilitam o controle dos estoques. De acordo os
dados analisados o supermercado não utiliza essa ferramenta para controlar os
estoques e desconhece tal procedimento.
Como é sabido, a utilização de recursos visuais na criação de gráficos deve
ser feita cuidadosamente; um gráfico desproporcional em suas medidas pode dar
falsa impressão de desempenho e conduzir a conclusões equivocadas.
Obviamente, questões de manipulação incorreta da informação podem
ocorrer em qualquer área. O uso e a divulgação ética e criteriosa de dados devem
ser pré-requisitos indispensáveis e inegociáveis.
4.3.4 Uso da ferramenta: Diagrama de Pareto
Com a realização da pesquisa foi discutido o uso do Diagrama de Pareto, se
há dificuldades na elaboração, se as ferramentas facilitam o controle dos estoques,
mas, como na ferramenta anterior, os gestores não utilizam o diagrama como auxílio
no controle dos estoques, nem para facilitar a interpretação dos participantes em
reuniões.
O Diagrama de Pareto é usado na gestão de qualidade e pode ser usado
como ferramenta de controle, pois busca estabelecer a ordem em que as causas
das perdas ou de outros tipos de fracasso devem ser sanadas.
O Diagrama de Pareto apresenta fracassos e insucessos em ordem de
frequência. Tem-se, então, a ordem em que devem ser sanados os erros, resolvidos
os problemas, atendidas as reclamações, diminuindo o desperdício. Diz-se, por isso,
que o Diagrama de Pareto estabelece prioridades. Mas o Diagrama de Pareto
também pode ser usado para identificar causas de sucesso como, por exemplo, as
causas do aumento de venda de um produto.
57
4.3.5 Uso da ferramenta: ERP
Já nas questões relacionadas ao uso do ERP, todas as informações sobre
produtos armazenados estão agrupadas no sistema ERP do supermercado –
Solidus® - estas informações, contribuem na tomada de decisões sobre os níveis de
estoque, porém os dados informados pelo ERP estão sujeitos a inserção dos dados
pelos funcionários no momento da chegada dos produtos ou no momento de
modificações, onde estão sujeitas a erros de digitação.
As informações agrupadas no ERP contribuem também nas decisões para o
planejamento e controle dos estoques, pois, os dados registrados mostram o que foi
vendido de cada produto, mas é necessário interpretar certos dados informados pelo
sistema, principalmente quando há uma demanda excepcional, pois podem ocorrer
vendas fora do planejado, como a venda de produtos para atendimento de algum
evento social.
Na questão sobre quando as atividades devem ocorrer e quem deve executá-
las, o sistema ERP contribui ativamente, pois informa quantos dias determinado
produto poderá ser disponibilizado ao consumidor antes de reabastecê-lo.
4.3.6 Uso da ferramenta: Inventários
O inventário responsabiliza-se pela proporção de informação da quantidade
física de materiais, atuando principalmente como ferramenta na contagem dos itens
constantes em estoque. A empresa deverá atuar com a máxima exatidão possível,
buscando clareza e adequação nos registros gerados, contando-se com o inventário
físico capaz de gerar às informações consistentes e cabíveis para cada decisão.
Seguindo os padrões estabelecidos num primeiro momento, torna-se possível
a organização e a previsão dos estoques nos períodos posteriores e a adequação
de novos limites na área de materiais. Na busca pela obtenção de uma estrutura
adequada e bem definida a empresa deverá registrar os estoques de materiais em
softwares ou documentos seguros e adequados. Com esta base, cada registro
proporcionará ao usuário sua finalidade na tomada de decisão.
O inventário físico é geralmente efetuado de dois métodos: periódico ou
rotativo.
58
No inventário periódico, tem-se que todo o fechamento se realizará ao término
do período estabelecido pela empresa, seja num prazo de doze meses.
No inventário rotativo, é realizado num período menor de tempo, determinado
no decurso de aproximadamente três meses, sua formação é mais esmiuçada e a
segurança na tomada de decisão é maior.
Este inventário indica cada produto em um grupo ou conjunto de peso para a
empresa, sendo que conforme a necessidade e seu valor financeiro, tão maior será
a dedicação quanto à formação do inventário, portanto pode-se afirmar que cada
categoria receberá um valor percentual afetando diretamente na adoção do grau de
atenção.
Na empresa pesquisada os inventários são realizados, utilizando-se como
referência o inventário rotativo que ocorrem no decorrer do ano fiscal para evitar o
fechamento da loja ao consumidor.
São realizados durante todo o ano, confrontando a quantidade emitida pelo
ERP e a quantidade física. Quando o inventário é realizado, raramente há
similaridade entre a contagem e o que há registrado no sistema, ou seja, a
quantidade de produtos registrados no ERP difere da quantidade física obtida pós-
inventário.
A contagem física é realizada primeiramente pela necessidade de declaração
de imposto de renda. Quando há erros, é realizado uma recontagem, até o limite de
3, por equipes diferentes para obter os valores mais reais possíveis.
4.4 ANÁLISE DE DADOS
A seguir, com as informações obtidas pela empresa e como parte dos
resultados desta pesquisa, estão as informações sobre os relatórios obtidos junto a
empresa estudada sobre a quantidade de itens armazenados, o valor em moeda
nacional de produtos perdidos que geram prejuízos a empresa.
Apesar da improvisação na organização e controle dos estoques de produtos
em geral e de não utilizar todas as ferramentas de controle da revisão bibliográfica a
utilização do sistema ERP tem contribuído positivamente no gerenciamento dos
estoques, com ressalvas, pois os relatórios disponíveis gerados pelo ERP poderiam
ser mais aproveitados durante as análises e reuniões.
59
4.4.1 Quantidade de itens armazenados do Supermerca do Bom Viver
O gráfico 4.3 compreende a quantidade de itens armazenados pelo
Supermercado Bom Viver durante o período de setembro de 2011 e agosto de 2012.
Durante o período analisado o Supermercado passou por uma fase de estabilidade,
sem investimentos desnecessários em itens estocados. Mas, mesmo no período de
recessão, houve ascensão de 2404 itens disponibilizados ao público no
Supermercado Bom Viver do início ao final do período compreendido.
Houve tentativa de armazenamento dos itens excedentes de forma otimizada,
porém, prevaleceu a improvisação, conforme mostra a figura 4.7, pois o espaço
continuou com os mesmos 520 m2, disponíveis para loja e armazenamento.
Gráfico 4.3 – Quantidade de itens armazenados Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados informados pela empresa (2012).
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
quan
tidad
e de
iten
s ar
maz
enad
os
setembro de 2011 à agosto de 2012
60
Figura 4.7 – Itens armazenados de forma improvisada Fonte: Supermercado Bom Viver (2012).
Em decorrência do grande número de itens armazenados no Supermercado
Bom Viver, quando é realizado o inventário do setor e o número de itens
armazenados é diferente do número de itens registrados no ERP é gerado um
relatório de ajuste de estoque.
4.4.2 Relatório de ajuste de estoque – Custo total de produtos faltantes
Para igualar a quantidade de itens armazenados e a quantidade de itens
registrados no ERP após a realização do inventário, há um campo no sistema ERP
preenchido manualmente pelo operador do sistema para a retirada dos produtos
registrados como excedente, mas que na realidade são caracterizados como
faltantes (furtos, erros de entrada, etc), conforme gráfico 4.4.
61
Gráfico 4.4 – Quantidade de itens perdidos Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados informados pela empresa (2012).
Os produtos faltantes são lançados no sistema, e são contabilizadas as
perdas monetárias e em quantidade, gerando o relatório de ajuste de estoque.
4.4.3 Relatório de ajuste de estoque – Produtos que geraram a maior parcela
das perdas
Utilizando-se os dados dos relatórios de ajuste de estoque, foi possível
identificar os produtos armazenados que geraram a maior parcela das perdas,
conforme tabela 4.1, são classificados como perecíveis e do setor hortifruti. Estes,
são controlados pelos funcionários do supermercado, e contribuíram
significativamente com as perdas nos meses apresentados.
O destaque, conforme o gráfico 4.5, fica para o boi casado, ou seja, o boi
inteiro comprado para suprir as necessidades do açougue. Logo em seguida,
destaca-se o tomate, apresentando perdas consecutivas.
Percebe-se que há ausência de dados nos meses de novembro e dezembro
de 2011 e nos meses de abril e maio de 2012. Nesses períodos, conforme analisado
em entrevista não houve lançamento das informações de produtos perdidos em
decorrência do excesso de trabalho dos funcionários responsáveis, prejudicando
parcialmente a coleta de dados.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000R
$
setembro de 2011 à agosto de 2012
62
Tabela 4.1 – Produtos mais perdidos (R$)
2011 2012
Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Batata 30,74 81,84 0,00 0,00 49,11 6,94 63,03 3,38 0,00 1,44 29,20 44,00 Chuchu 98,44 53,93 0,00 0,00 172,70 108,89 33,93 14,72 0,00 17,50 17,38 172,70 Maça 102,23 197,67 0,00 20,34 298,22 3,70 43,72 1,33 0,00 35,60 29,82 276,47 Mamão 95,43 65,85 0,00 0,00 57,50 88,00 39,77 0,00 0,00 28,47 108,60 57,50 Pimentão 1,80 23,20 0,00 0,00 109,09 27,00 55,24 0,00 0,00 7,78 15,00 109,09 Quiabo 31,43 97,54 0,00 0,00 76,63 160,31 0,00 0,00 0,00 12,60 14,29 76,63 Tomate 324,64 382,18 0,00 1,75 241,40 476,00 426,61 0,00 0,00 187,75 77,50 235,86 Boi casado 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 150,11 992,39 1587,36 2436,00 0,00 1785,00 0,00 Total 684,71 902,21 0 22,09 1004,65 1020,95 1654,69 1606,79 2436 291,14 2076,79 972,25 Fonte: Elaborado pelos autores (2012)
Gráfico 4.5 – Comparativo dos itens mais perdidos Fonte: Elaborado pelos autores (2012).
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
3000,00
Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto
R$
setembro de 2011 à agosto de 2012
Batata
Chuchu
Maça
Mamão
Pimentão
Quiabo
Tomate
Boi casado
63
Para questão de análise foram escolhidos alguns produtos que geravam
prejuízos a empresa, devido a grande quantidade de itens disponíveis pelo
supermercado.
Aplicando as regras de classificação ABC, conforme tabela 4.2, e o Diagrama
de Pareto (conforme figura 4.8) na amostra do resultado das médias de produtos
perdidos durante o período analisado, é possível identificar com clareza quais
produtos perdidos são classificados como A, B e C.
A tabela e o Diagrama de Pareto foram elaborados como demonstrativo para
exemplificar a aplicação das técnicas na quantidade total de produtos perdidos no
período e verificar quais devem ter atenção especial dos gestores.
Tabela 4.2 – Organização dos itens mais perdidos utilizando a técnica de classificação ABC Item Média % do valor total % acumulada Boi casado 579,24 54,85 54,85 Tomate 196,14 18,57 73,42 Maça 84,09 7,96 81,39 Chuchu 57,52 5,45 86,39 Mamão 45,09 4,27 91,10 Quiabo 39,12 3,70 94,80 Pimentão 29,02 2,75 97,56 Batata 25,81 2,44 100 Total 1056,02 100 Fonte: Elaborado pelos autores (2012)
Figura 4.8 – Aplicação da curva de Pareto nos resultados da tabela 4.2 Fonte: Elaborado pelos autores (2012).
0
20
40
60
80
100
120
%
Itens mais perdidos
64
Sem um controle eficaz do estoque é possível que o administrador não
consiga alcançar os objetivos pretendidos frente aos desafios e obstáculos
encontrados na conquista do mercado. Dessa forma, a gestão de estoques constitui
uma série de ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão
sendo bem utilizados, bem localizados e bem controlados. (MARTINS e ALT, 2006)
A gestão de estoque permite importantes ganhos, com eficiência, redução de
falhas e custos, rapidez, confiabilidade e capacidade de rastreamento se todas as
ferramentas de controle forem bem utilizadas.
No mês de julho de 2012, conforme gráfico 4.4, foram registrados prejuízos
com perdas de produtos (furtos, erros de entrada, etc), que ultrapassaram R$
6000,00. Portanto, se todas as ferramentas de controle de estoque forem totalmente
utilizadas, os resultados seriam mais eficientes do que o resultado atual,
possibilitando o controle dos estoques do supermercado Bom Viver sem que haja
grandes diferenças.
65
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A necessidade de adequação ao crescente número de clientes da região
onde o supermercado está instalado propiciou o crescimento da área de
atendimento e armazenamento da empresa, fazendo com que os investimentos
fossem essenciais para sobrevivência no mercado.
Para se adequar a esse número crescente de clientes, a empresa precisou
aumentar progressivamente o número de funcionários para atendimento eficaz e
melhor organização da loja e depósito. Este último, apesar da falta de conhecimento
teórico na gestão de estoques, o supermercado possui funcionários com experiência
e responsabilidade que suprem a necessidade de uso das ferramentas, fazendo uso
apenas do ERP da empresa. Mas que, estão suscetíveis a erros e não utilizam o
sistema de forma otimizada.
Considerando o resultado da pesquisa, pode-se concluir que o correto
controle de estoque influi completamente nas estratégias logísticas das empresas do
setor. Se ferramentas mais específicas como a da revisão bibliográfica fossem
utilizadas, alguns itens como do setor hortifruti poderiam ser controlados com maior
eficácia, contribuindo com o crescimento do supermercado.
Com isso, o objetivo do trabalho foi atingido, pois verificou-se a importância
do controle de estoque para o desenvolvimento de uma empresa do setor
supermercadista de pequeno porte.
A variedade de produtos armazenados, considerados secos, são controlados
com base no conhecimento empírico dos funcionários, ou seja, as atitudes tomadas
para controlar compras, recebimento, reposição em geral são realizadas sem
considerar dados anteriores, porém, por causa da visão, experiência e a política
adotada por estes funcionários não causam grandes prejuízos ao supermercado,
mas há aberturas que podem ser melhoradas.
Como informado em entrevista, 80% dos produtos são controlados pelos
próprios fornecedores. Essa informação pode estar relacionada a sobrevivência do
supermercado em meio a alta competitividade, pois independentemente da região
geográfica onde o produto é exposto, grandes marcas possuem controle remoto
sobre a validade e quais produtos estão disponíveis em cada loja, além de pessoas
com alto grau de treinamento para a correta escolha do local de exposição.
66
Portanto, mesmo existindo pontos críticos, principalmente no quesito
conhecimento teórico e treinamento de funcionários, conclui-se de forma geral que a
gestão de estoques do Supermercado Bom Viver é boa. Mas, é necessário melhoria
constante, pois percebe-se que possui um valor considerável de desperdício de
produtos no estoque e principalmente porque ainda há planos de expansão, e será
necessário um planejamento anterior ao novo investimento.
Para melhor gerenciar os estoques, os funcionários devem primeiramente,
discriminar todos os diferentes itens estocados, de maneira que possam aplicar um
grau de controle em cada item, de acordo com sua importância e, posteriormente a
esta distinção, é necessário que utilizem os recursos disponíveis que o sistema de
processamento de informação possui, no caso o ERP. Possibilitando utilizar de
forma eficaz a curva ABC.
O estoque de uma empresa deve estar de acordo com a sua estrutura,
sempre pronto a oferecer o serviço desejado pelo cliente, mantendo o mínimo de
estoque, vislumbrando um menor custo possível.
O mercado se tornou cada vez mais exigente, sendo assim, a empresa que
melhor fazer sua gestão de estoque estará preparada para competir com os
concorrentes, uma vez que ela administra com eficiência seus estoques, pode–se
dizer que ela está com um diferencial competitivo.
O conhecimento não termina por aqui, este trabalho pode servir como base
para demais pesquisas. Com isso, para pesquisa posterior sugere-se verificar o
funcionamento da logística de estoque em empresas supermercadista, e também
verificar a relação da gestão de estoque na diminuição dos custos empresariais.
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YIN, R. K. Estudo de Caso– Planejamento e Método . Porto Alegre: Bookman, 2005.
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APÊNDICE A - Diagnóstico do uso das ferramentas de controle de estoques do supermercado Bom Viver
Realizado por: Fábio Seizo Kawase e Luciano Leiroz de Paula
Início: ......./......./............ Término: ......./......./............
1. FERRAMENTAS DE CONTROLE DE ESTOQUES
1.1. As ferramentas de controle de estoques são utilizadas por um setor específico?
SIM – Setor (nome) ___________________________ NÃO Está subordinado a: Diretoria Departamento _________________
1.2. Quantidade de funcionários no setor:________________________________ Formação: Nível superior: _______Técnico: _________Médio:__________
1.3. Nº de funcionários que receberam treinamento para controlar os estoques:
1.4. Há uma programação de treinamento em controle de estoques?
SIM NÃO (ir para 1.5)
1.4.1. Se SIM, quais?
1.5. Questões relacionadas ao controle de estoques são consideradas nos planejamentos de médio e longo prazo?
SIM NÃO (ir para 1.6)
1.5.1. Se SIM, de que forma são inseridas no planejamento?
1.6. Que recursos de tecnologia (hardware/software) são utilizados para incluir, organizar, localizar e retirar produtos dos estoques?
70
1.6.1. São adequadas? Por quê?
1.7. Há política definida para o suprimento dos estoques?
SIM NÃO (ir para 2)
1.7.1. Como funciona a compra para reposição dos estoques?
1.7.2. Há preocupação com o prazo de validade?
1.7.3. Qual o sistema utilizado no estoque?
PEPS UEPS MPM
2. USO DAS FERRAMENTAS DE CONTROLE DE ESTOQUE
2.1. CLASSIFICAÇÃO ABC
2.1.1. A ferramenta “classificação ABC” é utilizada para identificar itens que justifiquem atenção especial quanto a sua administração?
SIM NÃO (ir para 2.1.1.3)
2.1.1.1. Se SIM, quais as vertentes utilizadas na classificação?
2.1.1.2. Se SIM, quais valores são definidos para cada classificação?
2.1.1.3. Se NÃO, como são definidos os itens que justificam atenção especial?
2.1.2. A classificação ABC contribui de alguma forma com o controle de estoques?
71
SIM NÃO (ir para 2.1.2.2)
2.1.2.1. Se SIM, como?
2.1.2.2. Se NÃO, por quê?
2.1.3. Os dados da classificação ABC são demonstrados graficamente em forma de histogramas para facilitar a compreensão e interpretação dos dados?
SIM NÃO
2.2. HISTOGRAMAS 2.2.1. Há alguma dificuldade na elaboração dos histogramas?
SIM NÃO (ir para 2.2.1.2)
2.2.1.1. Se SIM, quais?
2.2.1.2. Se NÃO, qual o procedimento e como é realizado?
2.2.2. A interpretação do histograma contribui e/ou facilita o controle dos estoques?
SIM NÃO (ir para 2.2.2.2)
2.2.2.1. Se SIM, como?
2.2.2.2. Se NÃO, por quê?
2.3. DIAGRAMA DE PARETO
2.3.1. O histograma, construído com base nos dados da classificação ABC são demonstrados graficamente como “Curva de Pareto”?
72
SIM NÃO (ir para 2.3.1.2)
2.3.1.1. Se SIM, o Diagrama de Pareto facilita na identificação da ordem de importância dos produtos em estoque? Descreva.
2.3.1.2. Se NÃO, qual o método utilizado para facilitar a identificação da ordem de importância dos produtos em estoque?
2.4. ERP 2.4.1. Todas as informações sobre produtos armazenados estão agrupadas no
ERP (Planejamento de Recursos da Empresa)?
SIM NÃO
2.4.2. Qual o sistema utilizado?
2.4.3. A organização das informações contribui na tomada de decisões sobre:
2.4.3.1. O nível dos estoques?
SIM NÃO (ir para 2.4.2.1.2)
2.4.3.1.1. Se SIM, como?
2.4.3.1.2. Se NÃO, por quê?
2.4.3.2. Decisões para o planejamento e controle dos estoques?
SIM NÃO (ir para 2.4.2.2.2)
2.4.3.2.1. Se SIM, como?
2.4.3.2.2. Se NÃO, por quê?
2.4.3.3. Quando as atividades devem ocorrer e quem deve executá-las?
SIM NÃO
2.4.3.3.1. Se SIM, facilita as atividades?
73
2.4.3.3.2. Se NÃO, por quê?
3. INVENTÁRIOS 3.1. São realizados? SIM NÃO (ir para 3.1.4)
3.1.1. Que tipo de inventário?
GERAL (fim de cada ano fiscal) ROTATIVO (no decorrer do ano
fiscal)
3.1.2. Se SIM, como são realizados e com que frequência?
3.1.3. Se SIM, por qual motivo?
3.1.4. Se NÃO, por quê?
3.2. A comparação da quantidade física apurada e dos dados cadastrados são similares?
SIM NÃO
3.2.1. Se NÃO, a recontagem é feita?
SIM NÃO 3.2.1.1. Se SIM. Se ainda houver erro, qual o procedimento?
3.2.1.2. Se NÃO, qual o procedimento? Por quê?