Marcus Quintella, D.Sc.Consultor em transportes da FGV Projetos

Professor e Coordenador Acadêmico da FGV Management

23/10/2015

A infraestrutura de transporte ferroviário como fator de desenvolvimento

Marcus.Quintella@fgv.br

Transporte Ferroviário de Cargas

3

Mapa do sistema ferroviário brasileiro de cargas

Fonte: ANTT (2015)

4

Extensão da malha ferroviária nacionalFonte: CNT / IBGE (1854 - 2012)

5

Extensão das malhas ferroviárias no mundo

Central Intelligence Agency – CIA World Factbook (www.indexmundi.com) - 2012

6

Densidade das malhas ferroviárias no mundokm / km2

7

Comparação das densidades ferroviárias entre Brasil e EUA

8

Matriz do transporte ferroviário de carga no BrasilPermanece quase inalterada há mais de 30 anos

Fonte: Ministério das Cidades

9

Matriz brasileira de transporte de cargasFonte: CNT (2013)

10

Matriz do transporte de cargas no BrasilFonte: CNT (2014)

11

Comparação de matrizes de transporte de carga

Aquaviário, outros

13%

25%

4%

11%

81%

43%46%

53%43%

32%43%

50%37%

58% 17%25%

8% 11%

Ferroviário Rodoviário

Rússia

Canadá

Austrália

EUA

China

Brasil

Fonte: PNLT (2014)

Países de mesmo porte territorial

12

Participação dos produtos transportados por ferroviasFonte: ANTF (2013)

13

Variação percentual dos produtos transportados por ferroviasFonte: ANTF (2013)

14

Investimentos na malha existenteFonte: ANTF (2013)

15

Movimentação de cargas transportadas pelas ferroviasFonte: ANTF (2013)

16

Evolução da frota de material rodante

Previsão de aquisições (2012-2020):Locomotivas = 2.000 unidades

Vagões = 40.000 unidades

Trilhos = 1,5 milhões de ton

Rodas = 300 mil unidades

17

Principais resultados das concessionárias ferroviáriasFonte: ANTF (2013)

18

Competição modal no transporte de carga

carga transportada (ton) x distância percorrida (km)

(2013)

19

Programa de Investimentos em Logística – PIL 2012

� Construção de 10 mil km

de ferrovias

� Intervenções em 8 mil km

de gargalos históricos

20

Programa de Investimentos em Logística – PIL 2012

21

Programa de Investimentos em Logística – PIL 2015

Construção de 1.430 km Construção de 895 km Construção de 1.140 km

Construção de 572 km Construção de 3.580 km

no lado brasileiro

Ampliações, pátios, duplicações,

interferências urbanas, novos

ramais, equipamentos de via e

sinalização e ampliação da frota

22

Principais corredores logísticos do paísFonte: FIESP (2013)

23

Nova fronteira agrícola de produção de grãosRegião formada por partes dos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia

� Produção nacional de grãos = 192,8 mi ton

� Produção de grãos em MaToPiBa = 18,6 mi ton

� Área plantada em MaToPiBa = 7,2 mi hectares

Fonte: CNA (safra 2013/2014)

24

Ferrovia de Integração Centro-Oeste - FICOTipo: ferrovia federal, com extensão de 1.638 kmSituação: em estudo

25

Ferrovia de Integração Oeste-Leste - FIOLTipo: ferrovia federal, com extensão de 1.527 kmSituação: em construção, com previsão para dezembro/2015

26

Ferrovia Norte-SulTipo: ferrovia federal, com extensão de 3.704 kmSituação: 720 km em operação, trecho Açailândia (MA) – Palmas (TO);

restante em construção, com previsão para dezembro/2015

27

Ferrovia Nova TransnordestinaTipo: concessão privada da Transnordestina, com extensão de 1.728 kmSituação: em construção, com previsão para dezembro/2014 (vencida)

28

Duplicação da Ferrovia CarajásTipo: concessão privada da Vale, com extensão de 629 kmSituação: em construção, com previsão para dezembro/2014 (vencida)

29

Corredor Ferroviário de Santa CatarinaTipo: concessão privada, com extensão de 862 kmSituação: em estudo e discussão sobre o modelo de concessão

30

Ferrovia Sinop (MT) – Miritituba (PA)Tipo: concessão privada, com extensão de 976 kmSituação: em estudo

31

Ferrovia Vitória - Rio de JaneiroTipo: construção e concessão, com extensão de 572 kmSituação: em estudo e discussão em audiências públicas

32

Ferrovia Transcontinental - BioceânicaTipo: ferrovia federal, com extensão de 3.580 kmSituação: em estudo

Boqueirão da Esperança (AC)

Porto do Açu / São João da Barra (RJ)

33

Intermodalidade e multimodalidade são as chaves para um transporte de carga eficiente e sustentável

34

Intermodalidade e multimodalidade são as chaves para um transporte de carga eficiente e sustentável

� o Brasil carece de uma estrutura intermodal para conectar importantes pontos de escoamento de cargas

� o Centro-Oeste é a região mais carente de conexões

� melhoria das condições de acesso ferroviário aos portos e construção de terminais multimodais

35

Desafios para o desenvolvimento do setor ferroviário

� Maior integração com as rodovias e hidrovias

� Eliminação das invasões das faixas de domínio

� Solução para os casos críticos das passagens em nível

� Redução dos altos custos operacionais e tributários

� Fim da burocracia relacionados aos passivos da RFFSA

� Definição do novo marco regulatório do setor

� Mais incentivos para a participação do setor privado

� Cumprimento dos planos governamentais, respeito às regras contratuais, fundos garantidores firmes para os investimentos privados

36

Desafios para o desenvolvimento do setor ferroviárioO desenvolvimento das ferrovias depende de um conjunto de 12 fatores que integram a Agenda Estratégica para o Setor de Transporte Ferroviário de Cargas

Transporte Ferroviário de Passageiros

38

A mobilidade urbana no mundoFonte: ADL (2011)

Em 2011, a empresa de consultoria em inovação Arthur D. Little avaliou a maturidade da mobilidade e o desempenho de 66 cidades em todo o mundo, com base em 11 critérios, utilizando uma pontuação de 0 a 100 para os indicadores.

O resultado médio acabou ficando abaixo de 65, mostrando que hoje a maioria das cidades somente está alcançando dois terços de seus potenciais. Hong Kong e Amsterdã são as duas únicas cidades que obtiveram mais de 80 pontos.

39

A mobilidade urbana no mundoFonte: ADL (2011)

CRITÉRIOS UTILIZADOS 1) Divisão modal do transporte público2) Estratégia de mobilidade3) Pontos de compartilhamento de

automóveis4) Quantidade de bicicletas por

habitante5) Penetração dos smart-cards6) Acidentes por habitante7) Emissões de CO28) Quantidade de veículos registrados9) Velocidade média das viagens10) Satisfação com o transporte11) Tempo médio das viagens casa-

trabalho-casa

40

Mobilidade urbana

41

42

Urbanização no Brasil = 85%

43

Demanda por mobilidade urbana no BrasilFonte: ANPTrilhos (2014)

44

Matriz do transporte de passageiros no BrasilANTP (2014)

45

Rede metroferroviária brasileira

� 20 sistemas metroferroviários� 11 Estados e DF� 12 operadores (4 privados)

� 9,8 milhões pass/dia (2014)

� 10,5 milhões pass/dia (estimativa 2015)

46

Metrôs no mundoPosição Cidade País

Extensão

(km)Estações Pass/dia

1 Metropolitano de Xangai China 500 270 6,7

2 Metropolitano de Pequim China 450 292 3,5

3 Metropolitano de Londres Reino Unido 408 270 3,0

4 Metropolitano de Nova Iorque Estados Unidos 369 468 5,0

5 Metropolitano de Seul Coreia do Sul 287 266 7,0

6 Metropolitano de Moscou Rússia 321 192 9,2

7 Metropolitano de Tóquio Japão 329 283 7,0

8 Metropolitano de Madrid Espanha 283 288 1,7

9 Metropolitano de Guangzhou China 260 144 5,6

10 Metropolitano de Paris França 214 301 4,5

11 Metropolitano da Cidade do México México 225 195

12 Metropolitano de Nova Deli Índia 192 142

13 Metropolitano de Shenzhen China 178 137

14 Metropolitano de Hong Kong China 174 84

15 Metropolitano de Mumbai Índia 171 73

16 Metropolitano de Washington Estados Unidos 171 86

17 Metropolitano de San Francisco Estados Unidos 167 44

18 Metropolitano de Chicago Estados Unidos 166 151

19 Metropolitano de Berlim Alemanha 147 195

20 Metropolitano de Osaka Japão 137 133

47

Posição Cidade PaísExtensão

(km)Estações Pass/dia

21 Metropolitano de Busan Coreia do Sul 131 127

22 Metropolitano de Singapura Singapura 129 87

23 Metropolitano de Barcelona Espanha 119 162

24 Metropolitano de São Petersburgo Rússia 110 64

25 Metropolitano de Estocolmo Suécia 105 104

26 Metropolitano de Santiago Chile 102 108

27 Metropolitano de Taipei Taiwan 100 98

28 Metropolitano de Hamburgo Alemanha 100 97

29 Metropolitano de Munique Alemanha 94 102

30 Metropolitano de Nagoya Japão 93 97

31 Metropolitano de Nanjing China 84 57

32 Metropolitano de Milão Itália 83 94

33 Metropolitano de Bangkok Tailândia 80 57

34 Metropolitano de Atlanta Estados Unidos 79 39

35 Metropolitano de Newcastle Reino Unido 76 61

36 Metropolitano de Viena Áustria 74 102

37 Metropolitano de São Paulo Brasil 74 67 3,7

38 Metropolitano de Saint Louis Estados Unidos 73 37

39 Metropolitano de Tianjin China 72 37

40 Metropolitano de Toronto Canadá 71 74

4,9

Metrôs no mundo

48

Horizonte 2020 do setor metroferroviário

49

Benefícios do transporte metroferroviário

50

Benefícios gerados pelo transporte metroferroviário

51

Malefícios causados pela falta de transporte público

52

Solução para a mobilidade urbana nas cidades brasileiras

� TREM DE SUBÚRBIO (alta capacidade)� METRÔ LEVE/PESADO (alta capacidade)� MONOTRILHO (média/alta capacidade)� VLT (média capacidade)� BRT (média capacidade)� ÔNIBUS CONVENCIONAL (baixa capacidade)� MICRÔNIBUS� BICICLETA� BARCAS� TELEFÉRICO / FUNICULAR� ELEVADORES / ESTEIRAS� INFRAESTRUTURA VIÁRIA E CICLOVIÁRIA (INCLUINDO CALÇADAS)� POLÍTICA TARIFÁRIA DE INTEGRAÇÃO MULTIMODAL� AUTORIDADE METROPOLITANA ÚNICA

ALIMENTADORES

ESPINHAS DORSAIS

Transporte público abrangente, integrado, confiável, qualificado, seguro e econômico

53

O transporte público multimodal é chave para cidades eficientes e sustentáveis

54

Integração é a base da multimodalidade

55

Mobilidade urbana para as cidades brasileiras

� redes de transportes perfeitamente integradas

� ampla gama de opções de viagem por diversas modalidades (caminhada, bicicleta, microônibus, carros, ônibus, trens, metrôs, VLT, BRT, barcas, teleféricos, esteiras etc)

� todas as opções seguras, bem planejadas e não poluentes

� transferências contínuas com tarifa multimodal

56

Mobilidade urbana para as cidades brasileiras

57

Mobilidade urbana para as cidades brasileiras

58

Mobilidade urbana para as cidades brasileiras

� educação continuada,desde o ensino fundamental

59

Política Nacional de Mobilidade Urbana – Lei nº 12.587/12

60

Política Nacional de Mobilidade Urbana – Lei nº 12.587/12

61

Política Nacional de Mobilidade Urbana – Lei nº 12.587/12

62

Política Nacional de Mobilidade Urbana – Lei nº 12.587/12

63

Conclusões

� o transporte público é obrigação dos governos e um direito dos cidadãos

� o transporte público é uma necessidade básica da população, assim como saúde, educação e segurança

� como os investimentos de capital são altos e os custos operacionais e de manutenção não conseguem ser cobertos pelas receitas tarifárias, os governos precisam subsidiar o transporte público

64

Conclusões

� o transporte urbano multimodal, com espinha dorsal sobre trilhos, integrado, abrangente, barato e ecológico transforma positivamente uma cidade e é fundamental para a melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento social

� o transporte público é o único serviço que participa de todas as atividades da sociedade, o tempo todo, todos os dias

� sem mobilidade urbana não há desenvolvimento econômico e bem-estar, nem atendimento das necessidades básicas da população

65

Conclusões

� o transporte de cargas precisa ser integrado entre ferrovias, rodovias, hidrovias, centros de distribuição e portos

� existe urgência de soluções para a eliminação das invasões das faixas de domínio e para os casos críticos das passagens em nível

� o desenvolvimento do setor ferroviário de cargas depende da definição do novo marco regulatório e de mais incentivos para a participação do setor privado

� os investidores privados, nacionais e internacionais, e a sociedade clamam pelo cumprimento dos planos governamentais, respeito às regras contratuais, e por fundos garantidores firmes

CONCLUSÃOSem infraestrutura de transportes de cargas

e de passageiros não haverá desenvolvimentoeconômico e social no Brasil

Obrigado!Marcus.Quintella@fgv.brwww.marcusquintella.com.br