Post on 14-Dec-2018
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A inovação emana da “inquietação” dos homens; a tecnologia é apenas um dos seus resultados
inovação: a propensão e a capacidade da Organização para assumir
riscos e o estímulo dos seus Colaboradores para promover a
mudança, com foco no “fazer melhor”, baseando-se em três
vectores capitais:
É aqui, onde se assinala como peça-chave da inovação os Activos
Humanos das Empresas que, organizações como o CENFIM,
enquanto Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica
e Metalomecânica, podem e devem cumprir o seu papel, já que têm
na base da sua actuação a formação de novos profissionais, as
acções de aperfeiçoamento dos activos das Empresas do sector,
mas também o contacto estreito e a acção directa que importa
manter com as empresas que servem, coabitando os seus contextos
de trabalho e de negócio, numa acção que na global idade nos
impõe o compromisso de respondermos em cada uma das três
vertentes anteriormente assinaladas.
A prestação mais evidente que o CENFIM pode trazer a estes
processos nas Empresas advém da sua acção principal, a formação e
integração de novos profissionais, assim como a actual ização e
qual ificação dos seus act ivos. Posicionando-nos como o maior
Centro de Gestão Participada do País, é incontestável a contribuição
que temos dado ao nível da preparação dos recursos humanos, com
taxas da ordem dos 10.000 formandos por ano, este sim, o maior
contributo, porque baseado no aumento das competências técnicas
e na inserção de profissionais com novas visões e posturas, como
alavancas da inovação. Servindo um sector de base tecnológica é
evidente que se trata de uma formação tendencialmente técnica,
através da qual são induzidos conhecimentos em novas tecnologias,
como são exemplo os casos das saídas profissionais dos técnicos
especial istas na organização da produção ou de mecatrónica, ou
ainda de programação de máquinas de comando numérico - CNC,
que se posicionam ao nível dos cargos intermédios das empresas,
uma área funcional sempre vital nestes processos de mudança. Mas
para além das virtudes curriculares destes cursos, investimos e
+ O conhecimento das técnicas e das tecnologias que util izam
(aptidões)
+ A percepção da real idade e da organização da empresa
(contexto)
+ A predisposição dos seus colaboradores e da sua l iderança
(atitude)
Na Indústria transformadora a inovação é comummente
associada a investimentos tecnológicos, sendo este um processo
adit ivo que conduz a melhorias sucessivas que vão sendo
incorporadas nos processos de fabrico. Mas esta é apenas uma
acepção do conceito, talvez mais próxima dos cl imas de
desenvolvimento do que dos ambientes mais genuínos da inovação.
Há ainda uma outra aproximação, esta mais disrupt iva e criativa e
que normalmente resulta em alterações signif icativas nos
processos e nos produtos das organizações. Podemos presumir
assim que a inovação ocorre em dois moldes, um mais
evolucionário, assente principalmente no conhecimento das
técnicas e dos processos da Empresa e conduzindo normalmente a
estágios de incremento tecnológico e um outro, mais
revolucionário, que germina de ambientes de pro-actividade
estimulados pela própria cultura da Empresa e que, normalmente,
gera alterações de impacto mais marcante ao nível dos seus
processos de trabalho, dos seus serviços e produtos finais e até do
próprio modelo de negócios.
De uma coisa deveremos estar certos: independentemente das
definições que aqui forem trazidas para a “inovação”, esta terá de
emergir sempre do interior da empresa - não é possível melhorar ou
revolucionar o que não se conhece - tendo nos seus activos
humanos a principal alavanca da mudança. Por maior similitude que
possam aparentar - mesmo empresas de igual dimensão e actuando
no mesmo sector de actividade - nenhuma organização gere a sua
l inha de produção da mesma forma que uma outra qualquer. Essas
diferenças não se ficam apenas pelos seus métodos de trabal ho,
mas revelam-se também na sua própria história ou mesmo no estilo
de l iderança imperante. Cada organização é uma entidade com
personal idade própria e comportamentos produtivos dist intos de
qualquer outra, diferenças essas que podem levar a que a aquisição
de uma nova tecnologia possa num caso ser um factor de sucesso e
noutros um investimento fracassado. A nossa experiência diz-nos
que há ainda outra condição de sucesso que advoga um pleno
envolvimento dos Activos da Empresa: a natureza humana é
resistente à mudança; envolver de uma forma alargada e
transversal o quadro da empresa, em projectos de inovação, é
também trazer para eles a noção de pertença e por conseguinte a
predisposição para a aceitação da mudança.
Em tudo isto há um padrão que é comum nas estratégias da
acreditamos nas nossas competências pedagógicas para fazer
destes profissionais indivíduos de índole intervent iva nas empresas
que integram.
Mas a nossa acção só estará alinhada com as expectat ivas reais
das Empresas se nos mantivermos invest idos, de forma
continuada, num contacto estreito com as mesmas, daí sorvendo a
sua própria real idade. E é essa proximidade que nos tem trazido a
visão de contexto das Empresas e que nos habil ita a poder
responder com efectividade a parte dos seus anseios de melhoria. A
descentral idade dos nossos Núcleos de Formação (13 no total,
espalhados pelo País) potencía uma maior relação local e de
proximidade com as empresas. Para além dos contactos
decorrentes da sua actividade (no ano transacto perto de 900
Empresas foram beneficiárias da Formação), o CENFIM realiza por
ano uma média de 1000 visitas a Empresas. O facto de trabalharmos
tão de perto com as Empresas favorece relações de confiança com o
tecido industrial, as quais, por si mesmas, acabam por gerar
iniciativas complementares aos modelos tradicionais da formação,
sendo aqui muito próprio assinalar aquelas que baseiam o apoio que
o CENFIM presta de forma directa à inovação e modernização das
Empresas, como é o caso das iniciativas de formação-acção. Este
tipo de intervenção baseia-se em act ividades formativas
parcialmente real izadas nas Empresas, por via de uma componente
consultiva (formação ind ividual izada), através da qual o CENFIM
apoia as Empresas em projectos concretos de melhoria
relacionados com a sua organização e contexto produtivo.
Orgulhamo-nos de já termos contabil izado acima de 250
intervenções desta natureza em Empresas do Sector.
Finalmente, e na componente tecnológica. Quem visitar o
CENFIM encontrará nas nossas instalações o mesmo complexo
tecnológico que encontra numa empresa do sector metalo-
mecânico, também aqui denotando-se investimentos em novas
tecnologias. A nossa estratégia incidiu sempre em encarnar as
mesmas condicionantes tecnológicas das Empresas e procurar
também antecipar algumas das tendências que se vão verificando
no domínio da inovação tecnológica. Esta aproximação pretende
em primeiro lugar garantir que os nossos quadros, para além das
suas capacidades pedagógicas, são também técnicos credibi-
l izados, para que a sua acção junto dos formandos se transforme
num contributo técnico real, que estes depois transportam para as
Empresas. Este investimento interno tem sido consubstanciado
através de projectos de grande envolvimento dos nossos quadros,
sejam de natureza interna, nacionais ou transnacionais. Estes
projectos têm potenciado oportunidades para absorver e
desenvolver novas competências e tecnologias, de âmbito
industrial e pedagógico. O nível de participação nestes projectos,
por si só, exalta o envolvimento do CENFIM neste propósito,
contabil izando-se até hoje a participação em mais de 100 Projectos
Europeus e relações de cooperação com cerca de 125 parceiros de
26 Países Europeus.
Para concluir: É portanto através da sua acção mais comum, no
âmbito da actividade format iva, mas também através de formas
complementares de formação desenvolvidas no terreno das
próprias Empresas, que o CENFIM tem procurado contribuir para a
inovação de um sector que, sendo de base técnica e tecnológica,
tem na mesma uma condição permanente para a sua sobrevivência.
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Para isso saímos das salas de aula, enfrentamos as mesmas
tecnologias que as Empresas, investimos em processos e projectos
de desenvolvimento e inovação e estimulamos o contacto e o
diálogo no contexto das próprias Empresas e cadeia de
fornecedores. Ao fim de 27 anos continuamos a acreditar que os
170.000 profissionais que endossámos ao mercado de trabalho
(qual ificação de jovens) e que ajudámos a evoluir (actual ização de
activos) são o factor mais determinante da capacidade das
Empresas se inovarem, não apenas porque sabem “fazer bem”, mas
porque trazem também com eles essa inquietação permanente de
querer “fazer melhor” - af inal, a ignição da inovação.
José Novais da Fonseca - Director do
Departamento de Gestão de Projectos do
CENFIM - Centro de Formação Profissional da
Indústria Metalúrgica e Metalomecânica