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Brenda G. CarvalhoMestre em QuímicaCoordenadora de Vigilância em Saúde do TrabalhadorSUVISA – SES/GO
A Saúde do Trabalhador Exposto aos Agrotóxicos
2
Saúde do Trabalhador� Competência do SUS – Constituição Federal de 1988, e
LOS 8.080/90.
� RENAST – Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Portarias GM nº 1.679/2002, nº 2.728/2009, e nº 2.978/2011).
� CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador
� CEREST Estadual - GVSAST – SUVISA� CEREST Regional de Anápolis � CEREST Regional de Ceres � CEREST Regional de Formosa � CEREST Regional – Goiânia
Atua como retaguarda técnica e científica para
ações de prevenção , promoção , diagnóstico,
tratamento, reabilitação, e Vigilância em Saúde dos
Trabalhadores.
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Saúde do Trabalhador� Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora – Portaria
GM/MS nº 1.823, de 23 de agosto de 2012.
� Política Estadual de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora – Portaria GAB/SES-GO no 323 de 2012.
� Seus objetivos e estratégias incluem:� fortalecimento da vigilância em saúde do trabalhador e integração com os
demais componentes da vigilância em saúde e com a atenção primária em saúde;
� promoção da saúde e de ambientes e processos de tra balho saudáveis ;
� garantia da integralidade na atenção à saúde do trabalhador;� análise do perfil produtivo e da situação de saúde dos trabalhadores ;� fortalecimento e a ampliação da articulação interse torial ;� estímulo à participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle
social;� desenvolvimento e a capacitação de recursos humanos;� apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
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Agravos à Saúde do Trabalhador
Agravos de notificação compulsória no SINAN (Portaria n°104/2011):
1. Acidente de Trabalho Fatal;2. Acidentes de Trabalho com Mutilações ;3. Acidente com Exposição à Material Biológico;4. Acidentes do Trabalho em Crianças e Adolescentes;5. Dermatoses Ocupacionais;6. Intoxicações Exógenas (por substâncias químicas, inc luindo
agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesado);7. Lesões por Esforços Repetitivos (LER), Distúrbios
Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT);8. Pneumoconioses;9. Perda Auditiva Induzida por Ruído – PAIR e Distúrbio de Voz
Relacionado ao Trabalho;10.Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho; e11.Câncer Relacionado ao Trabalho.
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Organograma
Superintendência de Vigilância em Saúde
Gerência de Vigilância em Saúde Ambiental e
Saúde do Trabalhador
Secretaria Estadual de Saúde
Coordenação do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador
Coordenação de Vigilância em Saúde
Ambiental
Coordenação de Vigilância em Saúdedo Trabalhador
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Divisão do Mercado Mundial de Agrotóxicos em 2010(Total: 38,3 bilhões de dólares)
BRASIL 19%
EUA 17%
MUNDO 64%
Fontes: Phillips McDougall/UIPP (2011); Sindag (2011); CropLife (2011)
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718
817
890
1032
698
0
200
400
600
800
1000
1200
2007 2008 2009 2010 2011
Número de intoxicações notificadas por ano
2007
2008
2009
2010
2011
SINAVISA/CIT-GO (Ataulização em Jan/2013
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Vendas de agrotóxicos em Goiás (toneladas)
0,00
10.000,00
20.000,00
30.000,00
40.000,00
50.000,00
60.000,00
70.000,00
2007 2008 2009 2010 2011
2007
2008
2009
2010
2011
AGROFIT
10
718
817
890
1032
698
0
200
400
600
800
1000
1200
2007 2008 2009 2010 2011
Número de intoxicações notificadas por ano
2007
2008
2009
2010
2011
Vendas de agrotóxicos em Goiás (toneladas)
37.465,13
46840,2848879,54
59945,7562398,78
0,00
10.000,00
20.000,00
30.000,00
40.000,00
50.000,00
60.000,00
70.000,00
2007 2008 2009 2010 2011
2007
2008
2009
2010
2011
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Intoxicações por Agrotóxicos em Goiás por Regional de Saúde entre 2007 e 2012*
336
21134
251 254
2066
108 66
252
465
133 129
387
76 38
0
500
1000
1500
2000
2500
Anápoli
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Goian
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Goiás
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* Informações obtidas do SINAVISA em 14/01/2013
12* Informações obtidas do SINAVISA em 14/01/2013
Média de intoxicações por município e por Regional de saúde - 2007 a 2012*
46,5
41,3
28,0
22,8
19,4
19,0
14,9
9,9
9,7
7,4
6,0
5,8
4,2
4,1
3,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
Jataí
Goiania
Anápolis
Rio Verde
Itumbiara
Luziânia
Formosa
Porangatu
Ceres
Catalão
Goiás
São Luiz M.Belos
Uruaçu
Iporá
Campos Belos
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Publicações� Tajara, E. H; Nunes, M. V. Efeitos tardios dos praguicidas
organoclorados no homem. Journal of Public Health – Faculdade de Saúde Pública – USP, v. 32, n. 4, p. 372-383, 1998.
� Araujo, A. J. et al. Exposição múltipla a agrotóxicos e efeitos àsaúde: estudo transversal em amostra de 102 trabalhadores rurais,Nova Friburgo, RJ. Ciência & Saúde Coletiva, v.12, n.1, p.115-130, 2007.
� Meyer, T. N. et al. Incidência de suicídios e uso de agrotóxicos por trabalhadores rurais em Luz (MG), Brasil. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 32, n. 116, p. 24-30, 2007.
� Roberts, D. M., et al. Influence of pesticide regulation on acute poisoning deaths in Sri Lanka. Bulletin of the World Health Organization, v.81, n. 11, p. 789-798, 2003.
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Publicações� Pignati, W. A. O agronegócio e seus impactos na saúde dos
trabalhadores e da população do estado de Mato Grosso. In: Pignati, W. A. Os riscos, agravos e vigilância em saúde no espaço de desenvolvimento do agronegócio no Mato Grosso [tese de doutorado]. Rio de Janeiro: Fiocruz/ Ensp, p. 81-105, 2007.
� Pignati, A. W. et al. Acidente rural ampliado: o caso das “chuvas” de agrotóxicos sobre a cidade de Lucas do Rio Verde – MT. Ciência & Saúde Coletiva, v.12, n.1, p.105-114, 2007.
� Soares, W. et al. Trabalho rural e fatores de risco associados ao regime de uso de agrotóxicos em Minas Gerais. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 4, p. 1117-1127, 2003.
� Bertolote, J. M. et al. Suicide, suicide attempts and pesticides: a major hidden public health problem. Bulletin of the World Health Organization.
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Publicações� Moreira, J. C. et al. Avaliação integrada do impacto do uso de
agrotóxicos sobre a saúde humana em uma comunidade agrícola de Nova Friburgo, RJ. Ciência & Saúde Coletiva, v.7, n.2, p. 299-311, 2002.
� Silva, J. M. et al. Agrotóxico e trabalho: uma combinação perigosa para a saúde do trabalhador rural. Ciência & Saúde Coletiva, v.10, n.4, 2005.
� Faria, N. M. X. et al. Intoxicação por agrotóxicos no Brasil: os sistemas oficiais de informação e desafios para realização de estudos epidemiológicos. Ciência & Saúde Coletiva, v.12, n.1, p.25-38, 2007.
� Dossiê ABRASCO – Um alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde.Rio de Janeiro, 2012
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Notícias
� Pesquisa sugere relação entre o acúmulo de resíduos de agrotóxicos no tecido adiposo com diabetes tipo 2. Journal Environmental Research – Espanha. (The Times of India – Fevereiro de 2013)
� Agrotóxicos encontrados na água podem ser causa de alergias. Anais de Alergia, Asma e Imunologia (BBC Brasil – Dezembro de 2012 )
� INCA identifica 19 tipos de câncer que podem estar relacionados ao trabalho. (Fiocruz 2012)
� A possível relação entre câncer e agrotóxicos (Portal Orgânico, 2012)
� Estudo comprova que agrotóxicos causam má formação genital na Paraíba. (http:// www.portugues.rfi.fr/geral/20120909-g, 2012)
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Vias de Exposição� Oral (Boca)
� Ingestão do produto.� Ocorre quando:
� o aplicador se alimenta ou fuma durante o manuseio do produto;� ingestão voluntária – tentativa de suicídio� ingestão acidental – desentupimento de bicos com a boca� contaminação oral indireta quando o aplicador não usa os EPIs adequados e
acaba deglutindo gotículas do inseticida que ficam retidas na mucosa nasal.
� Dérmica (Pele)� Principal forma de contaminação ocupacional → não uso dos EPIs.� Inseticidas são lipofílicos – são facilmente absorvidos através da pele
desprotegida. Podem entrar pelos poros, na raiz dos pelos.
� Respiratória� Normalmente ocorre durante pulverizações realizadas sem uso de EPI
(parte das gotículas atingem os alvéolos pulmonares, e outra parte fica retida nas vias aéreas superiores e poderão ser deglutidas resultando em contaminação digestiva).
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Organoclorados
Efeitos à Saúde:
� Podem causar câncer no ser humano.
� Agem sobre o sistema nervoso e podem causar problemas como diminuição das capacidades cognitivas.
� Atividade hepatotóxica – gerando aumento do fígado.
� Alterações nas células germinativas podendo induzir câncer nas gerações futuras.
� Existem pesquisas que relacionam o DDT com malformações no sistema reprodutor fetal e efeitos antiandrogênicos em fetos.
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� Algumas pesquisas relacionam a ocorrência de suicídios, doença mental, e quadros depressivos com o uso de agrotóxicos (principalmente os organofosforados) em vários lugares do mundo.(4)
� Quadros de transtorno de ansiedade também foram relatados, bem como confusão mental, dificuldade de concentração, entre outros.(4)
� A exposição crônica aos organofosforados já foi relacionada ao câncer, teratogenicidade e toxicidade reprodutiva.(9)
� Sem falar em malformações congênitas (fetos), influencia na fertilidade, e efeitos genéticos como o câncer.(10)
Organofosforados
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Considerações finais
� Toda a população está exposta – solo, ar, água, alimentos (in natura ou processados).
� Trabalhadores grupo muito vulnerável� Baixa escolaridade� Possuem pouco conhecimento ou ignoram os riscos associados
ao uso de agrotóxicos.� Expostos a maiores quantidades por período prolongado.� Intoxicações agudas� Crianças e jovens expostos
� É preciso desenvolver estratégias para levar informações sobre o uso ao trabalhador
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Considerações finais
� A GVSAST� Fórum Goiano de Agrotóxicos� Grupo de Estudos sobre a nova Lei de Agrotóxicos
do Estado de Goiás� Fórum de Prevenção e Erradicação do Trabalho
Infantil em Goiás� Parceria com CIT – Capacitações para profissionais
de saúde – Notificação de Intoxicações Exógenas� Parceria com GVSP e GVSSS – Fiscalizações
conjuntas, encaminhamento de demandas observadas em outras fiscalizações.
� Análise da água de consumo humano� Análise de solo com população potencialmente
exposta.
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Equipe Atual: VISAT e CEREST
Equipe multiprofissional da VISAT/CEREST Estadual :
� 02 Assistentes Sociais;� 01 Enfermeiro;� 02 Enfermeiros do Trabalho;� 01 Executor Administrativo;� 01 Fisioterapeuta;� 02 Fonoaudiólogos;� 01 Médico do Trabalho;� 02 Pedagogos;� 01 Professor de Educação Física;� 02 Psicólogos;� 01 Químico;� 01 Técnico de Segurança do Trabalho.
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Contatos� CEREST Estadual (Goiânia)Coordenador: Guilherme José Duarte� Coordena ção de Vigilância em Sa úde do Trabalhador (Goiânia)Coordenadora: Brenda Gomes Carvalhocerest.goias@hotmail.com/62- 3201-4556Av. Anhanguera n° 5.195 St. Coimbra
� CEREST Regional de An ápolis (Rua 07 s/n Bairro Boa Vista)Coordenadora: Ana Cláudia Dezzencerest@anapolis.go.gov.br/62 – 3902-2498� CEREST Regional de Ceres (Rua 20 n° 83 Centro)Coordenadora: Mirelly L. de Queirozcerestceres@yahoo.com.br/62 – 3307-3921� CEREST Regional de Formosa (Praça São Vicente Nº 155 Pau- Ferro)Coordenadora: Fernanda Almeida Araújoformosacerest@yahoo.com.br/61 – 3981-1350� CEREST Regional de Goiânia (Av. Contorno Nº 2151 Setor Norte Ferroviário)Coordenadora: Hebe Macedost@sms.goiania.go.gov.br/62- 3524-8731