Post on 27-Nov-2015
A Teoria das Janelas Quebradas, as leis do crime e o seu mundo
Muito distante de ser uma mera metáfora ou uma ínfima demonstração de
sensacionalismo, a obra de Drauzio Varella intitulada como “A Teoria das Janelas
Quebradas”, emerge das cercanias das crônicas como um “romântico” e
“agradável” alerta (se é que isto existe) para a sociedade: será que conhecemos
um pouco das pessoas que compõem o nosso mundo? Indo um pouco mais
adiante: o crime e o criminoso podem ser de alguma maneira explicados?
Bastante conhecido por ter escrito “O Expresso Carandiru” e “Carcereiros”, obras
as quais mostram o cotidiano de presidiários e agentes penitenciários,
respectivamente, a premissa de “A Teoria das Janelas Quebradas” foi similar. As
crônicas, cujos protagonistas das histórias são pessoas do nosso dia-a-dia
(carcereiros, criminosos, engenheiros, médicos, advogados e demais), descrevem
relatos vividos pelo autor, contando traições descobertos pelo(a) cônjuge,
indivíduos com problemas emocionais, desventuras amorosas, fatos engraçadas e
expõe ao leitor a vida dos criminosos, tal como fez nas suas duas obras citadas
acima. Vidas simples que no turbilhão de fatos que ocorrem em nossa sociedade
contemporânea e “líquida” (como bem diria o cientista social Zygmunt Bauman a
fim de elucidar que a moda de hoje é a constante mudança/dinamismo das
relações sociais) parecem que se passam e se esvaem de forma despercebida. O
livro comprova que o médico, que já se bastante conhecido nas livrarias brasileiras
e por seus visitantes, possui uma sutileza paradigmática atinente a sua escrita,
permitindo o leitor a viajar nos mundos dos diversos personagens que compõe a
obra. De fato isto é um ponto positivo, haja vista que é deveras importante que o
leitor “ingresse” ou apenas seja suficiente curioso a ponto de explorar um dos
mundos que este presente texto virá a tratar. Se de um lado, Drauzio Varella
entretém o público com tramas singelas, agradáveis (e igualmente pragmáticas),
no outro, leva o leitor a mergulhar em descrições empíricas, motivando este a
refletir sobre a sociedade com uma postura cética.
Muito embora seja um exímio criador de crônicas, “A Teoria das Janelas
Quebradas” não foi um nome inventado por Drauzio Varella, sendo utilizado por
este para retratar suas histórias que muitas vezes mostram a “decadência urbana”
impulsionada, quer pela luta das classes sociais, seja pela omissão do poder
público para evitar tal divergência. Drauzio trouxe à luz ao público um importante
estudo.
A Teoria das Janelas Quebradas é de fato uma teoria cujo objetivo foi o de provar
o liame entre a falta de ordem ou a ausência do poder estatal a criminalidade. O
elenco desta teoria foram justamente as famigeradas “janelas quebradas” e o
comportamento das pessoas.
A teoria foi apresentada em 1982 nos Estados Unidos por James Q. Wilson e
George Kelling. A pesquisa mostrou que pichações, ruas com muito lixo,
construções abandonadas, poluição sonora e janelas quebradas, favorecem a
prática do delito, muito embora sejam apenas manifestações físicas e até ínfimas
em meio ao espaço urbano, a ponto de se questionar se um panfleto na rua ou um
muro cheio de pichação são realmente relevantes para a consolidação do ato
ilícito. A fim de comprovar a teoria, os criminólogos utilizaram como base uma
experiência realizada pelo psicólogo Philip Zimbardo (também conhecido pela
experiência da prisão de Stanford em que indivíduos comuns se candidatavam
para representarem guardas ou prisioneiros em um experimento), em que
consistia na colocação de um veículo na região do Bronx (área mais pobre) e
outro em Palo Alto (região mais rica). Em poucos dias o carro que estava
estacionado naquela região teve todas as suas partes aproveitáveis retiradas,
culminando na sua completa destruição. O veículo que estava estacionado em
Palo Alto, contudo, permaneceu no seu estado original, completamente intacto,
até ter seus vidros quebrados. Depois disto o automóvel passou pelo mesmo
processo de destruição visto em Bronx. Posteriormente pesquisadores de outros
países também realizaram tal experiência e até a própria cidade de Nova Iorque,
utilizando deste caso paradigmático, mandou reformar as janelas de seus metrôs
a fim de resolver o problema da criminalidade que havia naquele local, reforçando
constantemente a presença policial, sendo que certas políticas criminais da cidade
foram orientadas com base em tal teoria, quando esta passou por um período de
“Tolerância Zero”.
Lugares sujos e pichados, em que aparentemente não há
Adjetivar o ambiente, isto é, qualificá-lo pode servir de explicação do fato
criminógeno (fato que leva ao crime). O Estado que é representado pela justiça
criminal e as demais instituições que combatem o crime, sugerindo até uma
“onipresença estatal”, não é ausente tão somente quando o policial deixa de evitar
um delito realizado por dado agente ou quando o juiz ao proferir a sentença não
condena o réu que realmente fora culpado por determinada ação. A proposta da
Teoria das Janelas Quebradas é mostrar que o Estado também é negligente
quando não realiza a manutenção do espaço urbano. A degradação ou a poluição
visual e sonora
http://sociuslogia.blogspot.com.br/2009/02/abordagem-sociologica-do-
crime_05.html
http://pensarcriminologico.blogspot.com.br/2012/07/o-pensamento-de-robert-
merton-sobre.html
http://jus.com.br/artigos/18690/broken-windows-theory-ou-teoria-das-janelas-
quebradas
http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/116409/Janelas-Quebradas-Uma-
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http://webcache.googleusercontent.com/search?
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http://www.ambito-juridico.com.br/site/?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11150&revista_caderno=3
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http://drauziovarella.com.br/drauzio/janelas-quebradas/
http://drauziovarella.com.br/drauzio/a-teoria-das-janelas-quebradas/
http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12991
http://rizzenhas.com/2010/10/25/resenha-a-teoria-das-janelas-quebradas-de-
drauzio-varella/
http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://
www.theguardian.com/housing-network/2013/aug/06/antisocial-behaviour-broken-
window-theory&prev=/search%3Fq%3Dbroken%2Bwindows%2Btheory%26biw
%3D1280%26bih%3D625
http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://
www.criminology.fsu.edu/crimtheory/zimbardo.htm&prev=/search%3Fq%3Dphilip
%2Bzimbardo%2Bpalo%2Balto%2Bvehicle%26biw%3D1280%26bih%3D625