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AIRimi-j::t.\ <<mi o __.vanui_.lhu seja pkegado.

S. Maiic. 1D:10,

E&AnuiinTENDE CONFIANÇA: EU VENCI O MUNI').

S. João *G:-

ANNO IX.

Escripotrio da Redacção, u-avesssa da Cajroiia ji. 11.

RIO DE JANEIRO, 4 DE JANEIRO DE 1873. N. 1

Aviso.Aos nossos assignantes que sc acliam cm debito, pc-dinws que mandem satisfazer o vencido até an fim do anno

passado, e renovar as suas assignáuras desta anno' afimde continuar a remessa da folha sem interrupção.

SUiUlHARIO.Pgs.

Guerra á BiUiaAs indulgências .'.' 2Varieda le '....'. tUm milagre de S. Pedro (com estampa) 5A Esperança 5Não sejais sábios aos vossos ollios 7Noticiário: Contrabanlo singular.— Ordiuis Religiosas na Al-

tamanha. — Fallecimento. — Casamento. — In lioe. —NovoMathusalém.—Emprego do phenol contra as bexigas 7

IMPRENSA EVANGÉLICA.Guerra á Biblia.

0 interesse e zelo que temos pela Palavra Di-vina, e o desejo de vermos que ella seja respeitadae obedecida pelos homens, nos movem a levantarum brado, no primeiro numero da Imprensa Evan-gelica, d'este anuo, contra o menoscabo e; desprezocom que ella é tratada por aquelles que se têmpelos únicos guardas e depositários das verdadesdivinas.

Magoa-nos o coração de vermos a pouca consi-deração , e o nenhum respeito que se presta aquelleLivro santo cuja leitura foi tão recommendada porJesus Christo e seus Apóstolos ; cuja excellencia eutilidade são tão exaltadas pelos santos padres, ecujas paginas deviam ser diariamente abertas portodos os christaos sinceros afim de se instruíremnas verdades do Reino do Céo. ,

As Palestras Familiares do Monsenhor de Segurtranscriptas nos números 51 e 52 do Apóstolo do mez deDezembro, são um specimen claro do desprezo eabandono com que se trata a Biblia Sagrada.

Alli elle assevera que a Biblia protestante nãoé mais que um manto hypocrita em que se embara-çam ao mesmo tempo a incredulidade e revolução! Que aBiblia é a causa da divisão entre os protestantes etc.

IJ notável ver a má fé com que o Monsenhor de

Segur aqui argumenta; elle falia de uma Bibliaprotestante, como se a Biblia catholica fosse diffe-rente, e não encerrasse palavra por palavra, asmesmas verdades. Mas o seu intento está claro;elle quer por meio d'esta palavra protestante, enco-brir o ataque directo que faz á palavra de Deus.

Mas o que é mais para admirar é ver o poucorespeito qne o Monsenhor tem á verdade ao pontode attribuir aos protestantes doutrinas errôneas queelles não admittem nem seguem, somente.para po-der combate-los.

Se os disparates que o Monsenhor de Segursustenta em seu livro intitulado — Palestras Familia-res —, fossem só sua opinião particular, não nos daria-mos ao trabalho de lhe responder ; porque a IgrejaRomana não tem culpa das asneiras e tolices quequalquer homem possa avançar, ainda que elle sejamonsenhor ou bispo. Mas como a aversão que oSr. de Segur alli releva, e a doutrina que elleprocura ensinar contra a Biblia Sagrada são justa-mente os sentimentos da Igreja Romana desde o tempoque ella se apartou da verdade do Evangelho, naopodemos deixar passar desapercebida à guerra dis-farçada que este Monsenhor faz á Palavra Divina.

O Clero romano não pôde deixar de guerrear aBiblia e arranca-ía das mãos do povo, porque taldever lhe é imposto pela cúria romana.

0 papa em Roma grita que as sociedades bi-blicas são umas pestes, e o clero de todo o orbe ca-tholico, que tem de obedecer cegamente ás ordensdo seu chefe infallivel grita também: Pestes.

A.Igreja de Roma sabendo que nao era possi-vel harmonizar a sua doutrina com a da Biblia nemmesmo forjando tradições fantásticas, decretou o ae-guinte: _ '

« Por quanto se determina ahi, e manifesta pela« experiência, que se a Biblia Sagrada for permittida« promiscoamente, em razão do arrojo dos hemens« mais damno que utilidade resiãlará; observe-se neste

15 S.L.R. J?

IMPRENSA. EVANGÉLICA.

« particular a decisão do bispo ou inquisidor, que« com o conselho do parodio ou confessor, a leitu-« ra da Biblia na lingua vulgar, traduzida por au-« tores catholicos, se conceda as pessoas que a euten-« derem, que não hajam de receber prejuízo por tal« leitura, mas antes, crescimento da lé e piedade :« a qual licença hão de ter por escrito. Mas aquel-« le que, sem essa licença se atrever a ler ou re-« ter a Biblia, não pôde receber absolvição de seus« peccados, sem que primeiro entregue a Biblia ao« ordinário! i

« Os livreiros também, que venderem Biblias na« lingua vulgar, ás pessoas que não tem aquella« licença, e que de qualquer modo lhas supprirem,ic devem perder o preço dos livros, o qual será« apropriado pelos bispos aos usos de caridade ; e noic mais estarão sujeitos a outras penas, ao juizo do« bispo segundo a natureza da oíFensa.

« O clero regular não pôde le-la ou compra-la« senão com licença dos seus prelados ! ! Itegulcvti Indicis S. S. Sgnndi Trideulinu' Jiiscu edita, De lib,« prohib Ucg. 4.

Custa a crer que a Igreja romana assevere quea leitura da Palavra Divina mais dainno que utili-dade resulta. Não se pôde imaginar maior insulto,lançado na face de Deus! Se a leitura da Bibliaque contem a doutrina de Jesus Christo e seusapóstolos, causa mais damno que utilidade, o quefará os sermões d'esses pregadores que sobem aopúlpito só para ostentarem a sua eloqüência, oupara advogarem causas particulares'? O que fará ossermões d'esses barbadinhos que nem sabem a lin-gua ern que pregam as suas doutrinai jesuiticas?

Ah! era necessário que a igreja se desviassemuito da verdade para avançar tal proposição.

Mas o que causa nojo e lepugnacia é ver alinguagem desabrida e insolente que os frades e oclero superior, pouco antes da reforma, usavampara redicularizar as Escrituras Sagradaá.

Os frades diziam a boca cheia que todas as he-resias provinham das linguas grega e hebraica por-que n'ellas fora escripta a Biblia. « O Novo Testa-mento » diziam elles, « é um livro de serpentes eespinhos. O hebraico meus caros irmãos, é certo quetodos aquelles -que o aprendem, tornam-se judéosno mesmo instante. »

Heresbach, amigo de Erasmo, escriptor respei-tavel refere o seguinte: Thomaz Linacer, sábio ecelebre ecclesiastico, nunca tinha lido o Novo Testa-mento. Em seus últimos momentos elle mandoubuscar um exemplar, mas ao lêr as primeiras pala-vras immediatamente o arrojou para longe de si,praguejando. As palavras que elle lera eram estas:« ilías eu vos digo que não jureis de maneira alguma, »

-e elle era um grande jurador. Depois.de atirar o

livro disse: Uu isto não é o Evangelho ou eniflonós não somos christaos.

O cardeal Bembus, encontrando um dia. o res-peitavel tíadoleto oecupado em uma traducção daepístola aos Romanos, disse-lhe: « Deixa essascriançadas: taes inepcias não são próprias de umhomem serio.

Hoje o clero não se atreve a usar de uma lin-guagem tão insolente, mas lança mão de um novoexpediente ainda melhor que é dizer que as Bibliasque os protestantes espalham são falsas. Ura nin-guem espalha Biblias entre o povo senão os protes-tantes e desacreditadas estas não ha mais medo de pe-rigo. Mas se as Biblias que os- protestantes espalhamsão falsas onde estão as verdadeira que a Igrejamanda distribuir.no meio do povo? Vendem-se e es-palham-se tantos bentinhos, tanta verônica, tantoslivrinhos de orações, tantas bulas, lamas indulgen-cias, tantos registros, c porque não se vendem tam-bem Biblias por preços módicos para que estejamao alcance de iodos V Os jesuitas que nu.-> vèin expotar-dos de Itália e de França vêm sempre carregados derozarios de Jerusalém, e de escapularios das dores edo carmo: trazem também grande sortimento dcmedalhas de todos os santos e santas da a) rte do cn.que tudo' vendem por bom preço : E porque é quenão trazem também o Evangelho de Jesus Christ"na lingua portugueza para que todas possam ler adoutrina que o Redemptor do mundo ensinou a seusdiscípulos ?

Ah ! elles são jesuitas, e sabem que na dissemi-nação das verdades evangélicas está a sua ruina esua morte, e por isso procuram todos os meios de asdestruir para se salvarem a si.

Não pôde haver pois reconciliação e harmonia en-tre a Palavra Divina e os jesuitas e ultramontanoselles vivem em manifesta contradicção e por isso aguerra contra a Biblia continuará.

Mas um dos dous contendedores terá da cahirmorto na luta porque as forças são muitos desiguaes.

E quem será o vencido ?A Biblia ?Não, porque ella é a palavra de Deus que não

pôde morrer, e ella tein já atravessado muitos se-culos e resistido a muitas guerras sem soffrer o me-nor detrimento.

Ficarão vencidos os inimigos delia ?Sim, porque elles são os missionários do erro, e

a luz da verdade os matará.

As indulgências.- Uma grande, agitação reinou entre o povo da

Allemanha durante os annos 1517 e 1518. A igreja'tinha aberto uin vasto mercado sobre a terra. Ao

IMPRENSA EVANGÉLICA.

vêr a multidão de compradores, e ao ouvir os gri-tos e chocarrices dos vendedores, dir-se-hia que erauma feira: porém feira aberta pelos frades. A mer-cadoria que apregoavam, e que offereciam com aba-timento, era diziam elles, a salvação das almas.

Os mercadores percorriam aquelle paiz em bel-Ias carruag-ens, acompanhados de três lacaios, os-tentando grandeza e fazendo grandes gastos. Dir-se-hia que era algum cardeal viajando com sua

inquisidor, hcerelicce provilalis inquisitor, e com tudonao havia cessado, desde o anno de 1302. de excercero officio de vendedor de indulgências. A habilidadeque havia adquirido como subordinado o fez embreve ser nomeado commissario em chefe. Tinhade salário oitenta florius por mez; todas as suasdespezas eram pagas: e forneciam-lhe uma carrua-gem e três cavallos; porém fácil men te. se compre-hende que suas ganâncias accessorias excediam

comitiva e seus olficiaes, e não um vendedor vul-. muito ao seu salário.gar ou um frade mendicante. Quando o séquito seaproximava a uma cidade, um deputado se apre-sentava ao magistrado e lhe dizia : cc A. graça deDeus e a do santo padre estão diante, dc vossas portas. »Immediatamente

'tudo se punha em movimento. Oclero, os frades, as freiras, o conselho, os mestresde escola, os estudantes, as corporações de artistascom seus estandartes, homens e mulheres, moços ovelhos iam ao encontro dos vendedores, lendo nasmãos tochas accesas e caminhando ao som da mu-sica e de todos os sinos, « de maneira, » diz um Insto-riador, .c que não teriam podido receber mais es-plendidamente o mesmo Daus. » Peitas as primeirassaudações, todo o cortejo se dirigia para a igreja.A bulla da graça do pontífice ia na frente sobreuma almofada de veludo em um brocado. O chefedos vendedores de indulgências logo depois, levandonas mãos uma grande cruz vermelha de madeira.Toda a procissão caminhava do mesmo modo, nomeio dos cânticos, das orações e do vapor dos per-fumes. O som dos órgãos e uma musica estrepi-tosa recebiam no templo o frade vendedor e aquel-les que o acumpanhavani. A cruz que havia sidolevada era collocada diante d» altar: suspendiamnella a.s armas do papa, e'durante todo o tempoella abi permanecia, o corpo ecclesiastico do lugar,os penetenciarios e os subcommissarios vinham cadadia, depois das vésperas ou antes do angclus, ren-der-lhe homenagem, trazendo nas ihaos umas ben-galinhas brancas. Este grande acontecimento cau-sava uma profunda .sensação nas tranquillas cida-des germânicas.

Um personagem attrahia sobre tudo a attençãodos espectadores destas vendas. Era o que levavaa grande cruz vermelha, e que estava encarregadodo principal papel. Revestido do habito dos d°mi-nicanos, se apresentava com arrogância. Sua vozera retumbante, e parecia ainda vigorosa, postoque tives3e já os seus sessenta e três aúnos. Estehomem, filho de um ourives de Leipzig por nomeDiez, chamava-se João Tezel. Havia estudado emsua cidade natal, foi feito bacharel em 1487, e en-trou, dois annos depois, na ordem dos dominicanos.Reunia em si muitos títulos: bacharel em theolo-

Em 1507 ganhou em dous dias, em Freiberg,dous mil florins.

Se tinha oífleio de charlatão tinha lambem seusvicios.

Convencido, em I.ispruck, de adultério e de con--dueta depravada, esteve quasi a expiar seus crimescom a morte. O Imperador Maximiliano havia man-dado que o mettessem em um sacco e o lauçassemno rio. U eleitor Frederico de Saxonia interpôz suainflueilcia e lhe obteve o perdão. Porém a licaoque acabava de receber não lhe cleu mais pudor.

Trazia comsigo dous de seus filhos. Miltitz, le-gado do papa, cita este facto em uma de suas car-tas. Teria sido difficil encontrar em todos os con-ventos da Allemanha um homem mais próprio queaquelle para o commercio de que o haviam encar-regado. A' theologia de um frade, e á astucia deum inquisidor, reunia o mais consumado descara.mento; e o que lhe facilitava sobre tudo o de-sempenho de seu cargo, era a arte de inventar es-sas historias phantasticas com as quês captivava oespirito do povo. Todos os meios eram lícitos paraelle, conitanto que enchessem a sua caixa. Empo-lando a voz, e fazendo uso da eloqüência dos char-latães offerecia as suas indulgências a quantos ap-pareciam, e sabia, melhor do que nenhum negoci-ante de feira, fazer valer a. sua mercadoria.

Quando Tezel subia ao púlpito , mostrando 'a

cruz , na qual estavam suspensas as armas do papaprincipiava a exaltar, com um tom firme, o valordas indulgências á multidão que a cerimonia haviaattrahido ao santo lugar. O povo, o escutava , epasmado abria os olhos ao ouvir as admiráveis vir--tudes que elle annunciava. Diz um historiador Je-suita, fallando dos religiosos dominicanos associadoscom Tezel : « Alguns daquelles pregadores não seesqueceram , como de ordinário, de exagerar o as-sumpto de que tratavam, e de encarecer de talmaneira o preço das indulgências, que deram mo-tivo ao povo para crer que estavam seguros de suasalvação e do resgate das almas do purgatório nomesmo instante em que davam o dinheiro. » Setaes eram os discípulos , bem se pôde considerar oque seria o mestre. Escutemos uma das embrulha-

gia, prior dos dominicanos, commissario apostólico I das que elle pronunciou depois da elevação da cruz:

« As indulgências , » disse Tezel, « são a dádivamais preciosa e mais sublime de Deus.

« Esta cruz (mostrando a cruz vermelha) temtanta efflcacia como a mesma cruz de Jesus Christo.

« Vinde, ouvintes, e eu vos darei cartas mu-nidas de sellos, pelas quaes mesmo os- peccados quetiverdes vontado de commetter no futuro vos serãotodos perdoados !!

cc Eu nao trocaria por certo os meus privile-gios pelos que tem S. Pedro no céo ; porque eutenho salvado mais almas com as minhas indul-gencias do que o apóstolo com os seus discursos!

« Nao ha peccado tão enorme, que a indul-

gencia não possa perdoar ; e mesmo se alguém, (oque é impossível sem duvida), houvesse violado a

pureza da Santíssima Virgem Maria , mãi de Deus.'

que pague, que pague bem somente , e isso lheserá perdoado ! !!

« Considerai portanto que por cada peccadomortal vos é necessário , depois da confissão e dacontricção fazer penitencia durante sete annos, quermesta vida , quer no purgatório: ora, quantos pec-cados mortaes não sao commettidos em um dia,

quantos numa semana, quantos em um mez, quantosn'um anno, quantos em toda vida!... Ah! essespeccados são quasi infinitos , e fazem soífrer umtormento infinito nas labaredas do purgatório ! Eagora, por meio d'estas cartas de indulgências , vós

podeis por uma vez na vossa vida, em todos oscasos , salvo quatro que são reservados á sé após-tolica, e depois na agonia da morte, obter uma

plena remissão de todas as vossas afflicções e detodos o.s vossos peccados !... »

{Continuo.)

IMPRENSA EVANGÉLICA.

Approximando-se do frade perguntou-lhe se elle tinhaa faculdade de perdoar os peccados que se tencio-navam commetter.

<c Infallivelmente, respondeu Tezel, « hei recebi-do do papa plenos poderes para isso. »

. Pois bem » continuou o cavalheiro, cc eu que-ria exercer uma pequena vingança sobre um dosmeus inimigos, sem prejudicar-lhe a vida. Dou-vos dezescudos se quizerdes entregar-me uma bulla de in-dulgencia que me justifique plenamente. Tezel pôzalgumas difficuldades; mas emfim concordaram nonegocio, mediante trinta escudos. Pouco depois sahiuo frade Tezel, de Leipzig.

O fidalgo acompanhado de seus criados, o espe-rou no caminho em um bosque entre .luterbock eTreblin; cahiu sobre elle, deu-lhe algumas caceta-das e lhe arrancou a preciosa caixa de indulgências.Tezel apregoou a violência, e levou sua queixa pe-rante os t.ribunaes.

Mas o fidalgo apresentou a bulla, firmada pelomesmo Tezel, que o isentava com anticipação detoda a pena.

O duque Jorg-e a quem esta acção irritou muitoa principio, mandou a vista daquella bulla que oaceusado fosse absolvido.

Variedade.F.. FEITO PRATICO DAS INDULGÊNCIAS.

Urn mineiro de Sclmeeburg encontrando um ven-dedor de indulgências, disse-lhe: « üever-se-ha crèro

que tendes, dito repetidas vezes acerca do poder daindulgência e da autoridade do papa; e acreditar

que, lançando-se um tostão na caixa, se pôde res-

gatar uma alma do purgatório?»O vendedor de indulgências assegurou-lhe que

sim. cc Ah ! continuou' o mineiro, que homem taocruel nao deve ser o papa; que deixa assim, porum miserável tostão, uma pobre alma arder tantotempo nas chamas ! Se elle nao tem dinheiro, queo tome emprestado algumas centenas de mil escudose que resgate de uma vez todas essas almas. Nósainda que pobres lhe pagaremos de boa vontade ocapital e os juros. »

Um . fidalgo saxonio, que tinha ouvido Tezel

pregar em Leipzig, ficou indignado de suas mentiras.

Os vendedores de indulgências liaviam-se esta-belecido em Haguenau em 1517. A mulher de umsapateiro, usando da faculdade que lhe concedia ainstruccão do commissario geral , havia compradocontra a vontade de seu marido, uma letra de in-dulgencia , pela qual pag-ou um florim em ouro.Morreu pouco depois. O marido, não tendo manda-do dizer missas pelo repouso da alma de sua mu-lher , foi aceusado pelo vigário de desprezar a religião , e o juiz de Haguenau o intimou a comparecerem sua presença. O sapateiro met teu no bolso aindulgência de sua mulher e apresentou-se na au-diencia.

u — Vossa mulher é morta ? perguntou-lhe ojuiz.

<c — Sim, respondeu o sapateiro.(( — E vós o que fizeste por ella ?« — Comprei uma sepultura para o seu corpo

e encommendei a sua alma a Deus. »« — Porém mandaste dizer uma missa para a

salvação de sua alma ?« — Tal nao fiz eu de modo nenhum ; era inu-

til ; pois cila entrou no céo no mesmo instante em

que morreu.« —" Como sabeis d'isso ?« — Tenho aqui a prova. » E ao dizer estas

palavras , tirou a indulgência do bolso ; e o juiz em

presença do vigário, leu n'ella entre outras pala-

IMPRENSA EVANGÉLICA. 5vras, que a mulher que a tinha recebido não iriapara o purgatório quando morresse , ihps entrariadirectamente no céo.

« Se o Sr. vigário pretende que é ainda neces-saria uma missa « accresceutou o sapateiro , minhamulher foi enganada pelo nosso santíssimo padre opapa ; e se ella não o foi , então é o Sr. vigárioquem me engana. »

Não havia nada a responder ; e o aceusado foiabsolvido.

D'esta maneira o bom senso do povo fazia jus-tica a estas piedosas velhacarias.

Um dia em que Luthero se achava com Stran-pitz, vieram dizer-lhe que havia em Wurzen ummercador de indulgências chamado Tezel que faziagrande estrondo.

Citaram-lhe mesmo algumas de suas extrava-gantes palavras.

Luthero indignou-se e exclamou : « Se Deus opermittir, eu farei um buraco no seu pandeiro.

Um milagre «Ie Si. Pedro.Nenhuma religião pôde apresentar tanta evi-

dencia de sua divindade como a religião christãO seu nascimento foi cheio de prodígios e maravilhas: e cada um de seus propagadores, emborapobre e ignorante tinha o poder dn fazer milagres

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Jesus Christo admirou o muudo com suas obrasmaravilhosas; a morte, os elementos, os demôniose toda a natureza lhe obedeciam. A fama de seus

prodígios se espalhou por toda a parte de sorteque muitos se esforçavam para tocar-lhe ao menosna orla. de seu vestido na certeza de serem cura-dos de suas enfermidades.

O Salvador revestiu -os seus discípulos dosmesmos poderes para que ninguém podesse regeitaras suas palavras. Aos doze apóstolos elle disse:Curai os enfermos, resuscitai os mortos, alimpai osleprosos, expelli os demônios, e dai de graça oque de graça recebestes. Depois da ascenção doSenhor, os apóstolos exerciam por toda a parte estepoder. Eis um milagre operado por S. Pedro que anossa gravura representa.

S. Pedro e S. João iam ao templo para o exer-cicio de suas devoções á hora de Nòa, e entre a mui-tidão de pobres que se achava ahi para receberalguma esmola, estava um que era. aleijado desdeo ventre materno. Sem esperança de recuperar operdido, o assentavam á porta do templo chamadaEspeciosa para receber esmolas dos que por alliiam. Os seus olhos viram a Pedro e Joac que en-travam e como estes o olhassem elle estendeu a suamão esperando receber alguma cousa.

Mas o que podia elle receber de homens cujosbens já tinham abandonado por causa de Christo?

•« Prata nem ouro não tenho disse S. Pedro,mas o que tenho isso te dou : em nome de JesusChristo Nazareno levanta-te e anda. »

E tomando-o pela mão direita, o levantou, eno mesmo ponto foram consolidadas as bases dosseus pés, e as suas plantas.

O enfermo dando um salto se poz em pé, e entroucom piles no templo, andando e louvando a Deus.

A Esperança:

É difficil descrever devidamente esta insepara-vel companheira do infortúnio.

Aqueiles que durante o curso da vida só se tembalanceado no berço de rosas e flores, aquelles quesó tem tido prosperidade e fortuna em seus nego-cios, sem que nunca a roda do infortúnio os tenhavisitado, pouco ou nada podem dizer acerca da es.perança. Porém aquelles que só pela desgraça epela dòr são rodeados, aquelles que só pelo tra-balho e desgosto são acompanhados, podem maisclaramente revelar quanto ella é doce, affavel echeia de consolação. Camo a missão especial daesperança é tornar resignados os desditosos, ostristes e os cansados ; e animar os que trabalham,os que estudam e os que militam, promettendo-lhessempre bom resultado de seus esforços : pouco ellatem que fazer com aquelles a quem a venturanunca abandona, e a quem dia após dia, os fezsorrir no meio dos maiores encantos da vida.

IMPRENSA EVANGÉLICA.

O homem que vê diariamente cumpridos todosos seus desejos e que tem a seu dispor tudo aquilloque lhe possa appetecer. não pôde apreciar tanto aconsoladora esperança como aquelle que trabalhadias, mezes e annos lutando com immensas diífl-culdades para obter aquillo que deseja sem muitasvezes pode-lo conseguir.

Os feitos mais notáveis dos homens mais ceie-bres do mundo nunca teriam sido realisados se nãofosse á esperança.

A esperança anima os homens a vencer comresolução os maiores trabalhos e dificuldades quepossam apparecer diante d'elles e se ella faltasse ellesnao dariam mais um só passo diante de uma barreiradificultosa. Ninguém senão ella pôde desempenharperfeitamente o seu lugar. O homem cahindo inva-lido no leito da dôr , a esperança vai logo fazer-lhecompanhia para anima-lo a esperar com mais resig-nação seu restabelecimento; e não o deixa senãodepois de recuperar o perdido.

É a esperança que o induz a passar por umadura e rigorosa dieta. E ella e só ella que pôdeinduzir o enfermo a deixar de comer aquillo que oappetite lhe pede e obriga-lo a tomar tão amargose repugnantes medicamentos. Se ella o abandonasse,quem preencheria seu lugar ? quem estaria de diae de noite ao pé de seu leito dizendo-lhe continua-mente que seu restabelecimento não tarda? quem oiuauziria a cumprir fielmente o regimen impostopela medicina para o bem de sua saúde ?

Ninguém! Se por accaso a esperança o aban-donasse. nem mais um medicamento levaria a seuslábios, cada dia lhe pareceria um século de tormen-tos, e seu desespero augmentaria tanto que nadalhe daria allivio senão aquillo, que desse fim aseus dias tristes.

Foi a esperança que moveu esses grandes in-ventores a sugeitarem-se aos mais árduos estudos,e ás mais difficeis provas, afim de obterem as boasdescobertas que tão úteis têm sido á humanidade.Póde-se dizer sem medo de errar que a esperançaé a locomotiva que conduz os homens ao progresso,e ao conhecimento de todas as sciencias. Se nãofosse a esperança Christovão Colombo nunca seaventuraria a sahir de Andaluzia para descobrir ogrande continente dAmerica; lá se deixaria ficarem Gênova, e talvez que até hoje o Novo Mundofosse ignorado! Se nao fosse 'a esperança o ricoproprietário nunca mandaria construir seu magni-fico palácio, nem ptantar seu bello jardim, contemtando-se antes em morar n'uma humilde choupana.Sem esperança o litterato nunca se sugeitaria aoima vida de continuo estudo e meditação, e secontentaria em viver ignorante. Finalmente sem es-perança o mundo inteiro viveria entregue á mais

completa indolência e a terra seria habitada só porselvagens. Se a esperança é quem nos consola eanima, se a ella é que devemos o não vivermosem uni estado inepto c ocioso: Quão preciosa nãoé a mesma esperança? Em que estado aiiarchiconão ficaria o mundo se a esperança fosse suspensada face da terra? a marcha do progresso e da ci-vilisaç.ão pararia logo para retroceder: e cm poucosdias o inundo perderia tudo aquillo que á seis milannos tem adquirido. O pobre que hoje alegreiríentetrabalha o dia inteiro debaixo de um sol abrazadorpara sustentar sua familia amanhã se deixaria ficarem casa entregue ao ócio, e com firme resuluçãode nunca mais voltar ao serviço.

O estudante que incansavelmente estuda noitee dia, amanhã deixaria de abrir os livros e conten-tar se-hia com o seu pouco saber. Que estado ãedecadência não seria este ! Os homens iriam poucoa pouco abandonando as cidades, e desaparecendoda sociedade para irem fazer companhia ás feras,ou alojar-se em algum lugar da terra onde a na-tureza lhes ministrasse o sustento sem trabalho.

Porém a esperança é sempre uma fiel compa-nheira, ou seja na adversidade ou na prosperidade,ella nunca nos abandona.

Aquelle mesmo que está condemnado a vivertoda a vida em uma masmorra, ella não desampara.

O ar, a luz podem ser impedidos de alli pene-trar mas não a esperança. Ella irresistivelmentedescerá com elle a esse lugar escuro para lhe servirde companhia, enxugar suas lagrimas animar seucoração e dizer-lhe de vez em quando, que algumdia elle obterá liberdade. Lm menino cego de nas-cencia cahindo no chão por artifico malefício de ou-tros meninos, que com elle brincavam quando selevantou disse:

u Quando eu tiver vista vós não me engauareismais. »

Oompassiva é a esperança, pois nem aquellescujos males são irremediáveis ella deixa de animar.Perrcorrendo o mundo inteiro em procura de umhomem plenamente satisfeito seria difícil encontra-lo. fim todos se veria um raio de esperança brilharsobre seus corações, apontando-lhes um gráo maiselevado, e elles todos solícitos querendo alcança-lo.

E se por acaso algum fosse encontrando semesperança, infeliz seria seu estado, pois já o viverlhe seria mais molesto que o morrer.

A esperança muitas vezes nos illude e nos faz

passar por muitos trabalhos e desgostos que nadanos aproveitam, neste mesmo caso, porém ella nos éútil; pois se nós perdêssemos a esperança de obteralguma cousa que desejamos ardentemente, nós des-faleceríamos ao nosso coração se encheria de tristeza.

IMPRENSA EVANGÉLICA

.\tto scjnis sábios aos % ossos olhos.

Rom. 12: Ifi.

A presumpção é muitas vezes uma barreira in-transituvel que priva o homem de chegar ao lim a queaspira, e atíingiro alvo que tem em vista. Ella é umacompanheira inseparável do orgulho. Logo que ohomem-tem e.ste pernicioso vicio, presume muito desi e de suas prendas, julgando-se capaz de grandescousas e, apto para- tudo, sem muitas vezes nadacomprehender d'aquillo que tanto presume saber,e nada possuir (Laquillo que tanto se vangloria terA presumpção acarreta sobre o homem muitos inalese infortúnios que não lhes podem de todo serem des-conhecidos.

Fallaudo em matéria de sciencia e educação, apresumpção é um dos maiores estorvos e embaraçosque impedem o adiantamento na sciencia e o de-senvolvimento da educação, n homem presuinpçosopensa nada ignorar julga saber mais do que osoutros, e aiuda que a necessidade o estimule a pro-curar aprender aquillo-que lhe é útil e proveitoso emesmo indispensável, comtudo. somente para nãose. baixar ás explicações de outra pessoa mais bementendida na matéria, nem declarar-se ignorante einferior em conhecimentos a outrera,* elle não sesubmetto a ninguém, antes procura, aru-umentar comtoda a sorte de paralogismos afim de sustentar-sena posição em que tão arbitrariamente se collocou;vindo assim a conservar-se numa crassa ignorânciaou em medíocres e imperfeitos conhecimentos, jul-gando-se sábio a seus próprios olhos.

Ao primeiro golpe de vista descobre-se sensível-mente a ruina qne causa a presumpção e o amorpróprio. U homem cheio destes terríveis defeitos estáquasi inteiramente privado de progredir no minis-terio que tem a seu cargo e mesmo de de.sempe-nha-lo perfeitamente.

Quando S. Paulo admoestou o.s christãos em Romaque não fossem sábios a seus olhos, não tinha emvista dizer-lhes que esquecessem aquillo que tinhamaprendido, nem que deixassem de fazer uso de seusconhecimentos, e nem mesmo deixassem de mostrarsua sabedoria e illustraeão, em palavras, e em obrastodas as vezes que isso fosse necessário; porém tinhana mente induzi-los, a não prezumirem saber aquilloque não sabiam, nem vangloriarem-se de ter aquilloque não possuíam, e nem arrogarem-se de ser aquilloque verdadeiramente não eraiji. No iutroito de todasas carreiras da vida, aquella em que o homem estámais sujeito a ser pr-isurapçoso é o da carreira daslettras. Se o noviço escolar nao estivesse em diáriocontacto com seus mestres, e condiscipulos já maisadiantados, se nao estivesse constantemente medindomentalmente a grande distancia que tem de atra-

vessar para chegar á illustração daquelles com quemse vê em continuas relações, se nao tivesse emfimoutras fortes circumstancias que lhe mostrassem sen-sivelmeiite sua ignorância e incapacidade, seria regrageral que quando um moço principia seus estudosprincipia tambem a ser presumpçoso e a ter orgu-lho de sen saber.

Certo litterato quo completou o curso de philoso-phia em uma das universidades mais celebres daEuropa, dizia no seu primeiro anno d'estudo, quesabia tudo, no segundo anno que sabia alguma cou-sa no terceiro que não sabia nada.

A presumpção nunca concorre para o bem, emtodas condições da vida ella faz sempre mal. Navida social o homem que presume ter autoridade edomínio sobre seus semelhantes logo é odiado portodos, u próprio mecânico que presume saber suaarte com perfeição e se ostenta orgulhoso por isso,é tambem muito desapreciado e desagradável; e as-sim percorrendo gradualmente as classes da vidaserá fácil descobrir que a presumpção é nociva a to-das ellas.

Em matéria de religião a presumpção é incom-pativel com a humildade christã. O homem orgu-lhoso não pôde ter aquelles sentimentos nobres, nemas bellas qualidades, que destinguem os verdadeiroschristãos dos mais homens. O presumpçoso não pôdeexercer a mais bella das virtudes, a cc Caridade, »pois não pôde haver união entre a virtude e o vi-cio, e quem não tem caridade nao pôde verdadeira-mente ser christão porque o Christianismo é cari-dade.

\oticiario.

Contrabando singular.—Ao Diário de Pe-lotas escrevem de SanfAnna do Livramento :

cc E' tanto por aqui o contrabando, que chegamagora até a realizar-se casamentos por meio d'elle.

cc Ba um padre na Rivera que casa por umaonça , ao passo que os de SantAnna levam muitomais dinheiro.

cc Assim é que os noivos apromptam-se na villade SantAnna, são alli residentes e vão celebrar oacto do matrimônio na Rivera !

cc Veja até aonde chega isto !cc Não pense que só existe o coutrabando paracom as fazendas, e outros gêneros; não ha tam-

bem agora com os casamentos , e d'aqui a pouconão sei o que deixará de ser contrabandeado porestes lugares.cc É curioso isto que* lhe conto, e V., meu

amigo , deve publicar essas linhas. »Ordens religiosas na Allemanha.—Lê-se

uo Correio do Brazil de 28 de Dezembro :cc Se com effeito a idéa de Bismark é acabar

com os bons dos frades, a tarefa é mais difficil doque acabar com os communistas.

Segundo uma estatística publicada por um fa-moso canouista, o professor Schulte, consta que11a Prússia existem 97 ordens e congregações de

IMPRENSA EVANGÉLICA .

homens (13 espécies differeutes) , eoiuprehendeiido1,069 indivíduos.

Notam-se entre ellas 11 collegios do jesuítascom 169 padres , e 5 conventos de redemptoristascom 69.

Na Baviera ha 71 mosteiros com 1,045 frades ,e em Hesse Darmstadt 4 com 29.

As ordens religiosas de mulheres possuem uaPrússia 626 estabelecimentos, em que se contém5,586 freiras, 1,800 mais do que existiam de 1858a 1865. As da Baviera têm 188 contentos , nos quaesvivem 2,533 pessoas.

As ordens de dominicanos , franciscanos , jesui-tas , redemptoristas , lazaristas , agostinhos e car-melitas obedecem a um superior italiano; têm su-periores fraucezes os trapistas (conventos em Colo-nia com 24 religiosos) e os padres de la Sulle (7conventos em Colônia e Tre ves com 34). A mesmacircumstancia se nota a respeito, dos conventos defreiras, como sejam as irmãs de S. Borromeu . asde Nossa Senhora, as do Bom Pastor . as da Pro-videncia, da Adoração Perpetua, e as filhas doSagrado Coração de Jesus.

Já se vê que ha muito aiuda para ceifar afimde que a colheita, produza bons resultados que seespera.

Talvez a Itália com suas novas medidas com-siga com mais brevidade o mesmo fim na própriacapital do orbe catholico. »

Fallecimento. — No dia 25 de Dezembro ,após uma violenta enfermidade , falleceu a Sra.D. Gervaria Nonesia Pires dos Santos Neves, espo-sa do Sr. Antônio José dos Sautos Neves. Não po-demos registrar este acontecimento sem nos sentir-mos magoados pela perca d'esta nossa irmã noSenhor.

A Sra. D. Gervasia havia professado já ha annosa sua fé em Jesus Christo . e sempre mostrou grandeinteresse pela doutrina d*aquelle Mestre Divino quelhe havia dado paz á sua alma.

Debaixo das torturas de uma doença consumi-dora , ella nem um gemido deu para exprimir suadôr, supportou toda a sua enfermidade com a maiorresignação , fazendo assim brilhar a sua fé no meiode tantos padecimentos.

Ella era a organista da Igreja Presbyteriana .e por muito tempo foi professora do Externato damesma Igreja.

Deus queira abençoar o seu esposo e suas filhaspara poderem resignarem-se a tão grande golpe.

Casamento, — No dia 22 de Dezembro , oRev. Sr. Dr. A. L. Blackford, pastor da Igreja Pres-.bytenana d'sta Corte, celebrou a cerimonia docasamento do Sr. Francisco da Cunha Leal com aSra. D. Maria Seabra.

Foram testemunhas do acto os Srs. Carlos JoãoChrysostomo da Silva Santos e José Francisco Corrêa.

t '"^ice. — Distribuímos com o presente numero,o índice da Imprensa Evangélica do anuo passado.

a Movo Mathusalém.— Sob o titulo — Macrubio,le-se no Jornal do Commercio do Rio:

«Um dos inspectores de quarteirão de Cabo Frio,membro da commissão recenseadora, nos communi-cou o seguinte caso de longevidade , que nos pa-rece verdadeiramente extraordinário.

_ « Vive no lugt.r denominado Restinga , d'estacidade, um homem muito pobre, chamado JoséMarins Coutinho, que nasceu em Saquarema aos20 de Maio de 1694, e que conta, por conseguinte'178 annos de idade !

Esse homemculdade.s mentaes , .¦ .-pernas.

Parece-ni'.' qu** dihouve ninguém q u.- a;Xo seu bom lemp inambuco . lu

iza ainda de todas as suas fa-iffre apenas de -aukilnkilose nas

ile Mi' li ;- ilein nunca¦•se u*ii*i ia! f. novidade !outiulio .-o..lati.i em Per-i-i-:i do. li ''i!anil<-/-.'.s . e-

ainda hoje relata com muita clareza os factos no-taveis dos reinados de 1). João V. , D. José e D.Maria I, de alguns dos quaes foi testemunha oceu-lar.

Sua descendência não conta menos de 294 pes-soas, sendo: 4*2 filhos, 123 netos, S6 bisnetos, 23tataranetos e 20 filhos destes.

José Marins Coutinho coutrahiu 6 matrimônios :

Emprego do phenol contra as bexigas.— Da PetUc Pressc, de Paris, de 8 de Abril do cor-rente anno , extrahimos o seguinte :

cc Julgamos prestar um verdadeiro serviço aosleitores apresentando-lhes o extracto seguinte, deuma carta que o Sr. Dr. Theophilo Desmartis diri-giil ao Pniple Français :

« Nossa experiência tem-nos provado que o Phc-noi Sodico Boboeuf applicado interna e externamenteé um poderoso antídoto da varíola, que considera-mos como o resultado de um miasma animado quese manifesta por meio das pústulas . as quaes con-tém muitos animalculos parasitas.cc O phenol exerce a sua acção destruindo essesparasitas contidos nos botões purulentos e assimevita o desenvolvimento da erysipela , sendo queesta já é constituída por um fermento mycetologico. »

<c Temos empregado o phuiol Bobneuf em po-mada 'com fio grammas de phenol para 30 gram-mas de banha) na varíola , e debaivo da sua in-fluencia antypiogenica a.s pústulas seccam rápida-mente sem deixar marcas Empregado internamenteem xarope, na dose de 12 a 15 grammas e mais,para meia garrafa de xarope simples ou de capilla-rea , de althéa ou de gomma. e administrado áscolheres de 3 ou de 4 em 4 horas , vem a ser umpoderoso modificado!- da varíola. »

A IMPRENSA EVANGÉLICAFOLHA RELIGIOSA

At»Miiíiiutiint-. .... 4$000 por anno.Publica-se nos primeiro e terceiro sabbados do cada

mez. — Assigna-se na Corte no escriptorio da Rcdacçao,u. II Travessa da barreira:— no escriptorio da typogra.phia Pe.scvcram.-a, rua <Iu Hospicio n. 01; ou por eartaíi ri-dacçâo, dirigida A caixa n. 254 do correi:* geral:—Para, na livraria dos Srs. Carlos Seidl A: Comp. ruaFormosa:— Lorena, em casa do Sr. Manoel José Car-neiro, Largo Imperial:— Sorocaba, cm casa do Sr. JoséAntônio de Souza Bertholdo, Pateo de S. Bento:—Caiupi-nas, no escriptorio da Gazeta de Campinas:—Brotas, cmcasa do llev. Sr. J. F. Dagama : — S. Paulo, em easa doSr. A. L. (iarraux., rua da Imperatriz ns. 38 c 40«—Bliia, em casa do Rev. F. J. C. Sclinelder, Ladeira dosAfflictos n. 21II: — Petropolis. em casa do Sr. CândidaJoaquim dc .Mesquita. íi rua da Princesa n.-4: —Em Iguape,em easa do Sr. .loaquim J sc dc Oliveira: —Campos, emcasa do Sr. JosC Beal: — Rio Grande do Sul, em casa daSr • Frederico 4 arlos da Cunha : — S. João lio Ilio Claro,cm casa di> Sr. üíatliias Tíixeira da Silva Pi ato, largo deRiachuelo.

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