Post on 10-Dec-2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ALISSON DE OLIVEIRA SIQUEIRA
ANÁLISE DAS EXPECTATIVAS DOS ESTUDANTES DO TERCEIRO
ANO DO ENSINO MÉDIO QUANTO AO CURSO DE CIÊNCIAS
CONTÁBEIS DA UFMT/CUR
Rondonópolis-MT/2013
ALISSON DE OLIVEIRA SIQUEIRA
ANÁLISE DAS EXPECTATIVAS DOS ESTUDANTES DO TERCEIRO
ANO DO ENSINO MÉDIO QUANTO AO CURSO DE CIÊNCIAS
CONTÁBEIS DA UFMT/CUR
Trabalho monográfico apresentado à
Universidade Federal de Mato Grosso / Centro
Universitário de Rondonópolis / Instituto de
Ciências Humanas e Sociais, através do
Departamento de Ciências Contábeis como
exigência parcial para Conclusão do Curso de
Bacharelado em Ciências Contábeis.
Orientador: Prof. Dr. Aloísio Rodrigues da Silva
Rondonópolis-MT/2013
DECLARAÇÃO DE AUTORIA
Eu, Alisson de Oliveira Siqueira, aluno do Curso de Ciências Contábeis, do
ICHS/CUR/UFMT, devidamente matriculado no 5º ano sob a matrícula nº 2008/11-605-004, declaro,
para os devidos fins e sob as penas da lei, que o trabalho que versa sobre ÁNALISE DAS
EXPECTATIVAS DOS ESTUDANTES DO TERCEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO QUANTO
AO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UFMT/CUR é de minha autoria, estando a
Universidade Federal de Mato Grosso autorizada a divulgá-lo, mantendo cópia em biblioteca, sem
ônus referentes a direitos autorais, por se tratar de exigência parcial à conclusão do Curso de
Bacharelado em Ciências Contábeis.
Igualmente, declaro que sou responsável pelas informações contidas em meu texto e que
quando utilizei passagens de escritos de outros autores fiz a devida referência conforme indicam as
normas da ABNT, não me apropriando desta forma, indevidamente de idéias nem de textos de outros
autores.
___________________________________
ALISSON DE OLIVEIRA SIQUEIRA
Rondonópolis-MT/2013
ALISSON DE OLIVEIRA SIQUEIRA
ÁNALISE DAS EXPECTATIVAS DOS ESTUDANTES DO TERCEIRO
ANO DO ENSINO MÉDIO QUANTO AO CURSO DE CIÊNCIAS
CONTÁBEIS DA UFMT/CUR
FOLHA DE APROVAÇÃO
Esta monografia apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso, através do
Curso de Ciências Contábeis, do ICHS/CUR/UFMT, como requisito parcial à obtenção do
título de Bacharel em Ciências Contábeis, tendo sido aprovada pela banca examinadora
abaixo identificada e assinada.
Data da defesa: 26/04/2013
Conceito: 10,0
__________________________________
Prof. Dra. Sofia Inês Niveiros
Coordenadora de Monografias
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________
Prof. Dr. Aloisio Rodrigues da Silva
Orientador e Presidente da Banca
_________________________________
Esp.. Anderson Santos da Silva
Membro da Banca Examinadora
___________________________________
Esp.Rosa Beatriz A. Soares
Membro da Banca Examinadora
Rondonópolis-MT/2013
DEDICATÓRIA
Dedico a minha mãe (in memorian), que mesmo enfrentando
dificuldades com uma doença, nunca deixou de me incentivar
a jamais desistir dos meus objetivos. Será pra sempre uma
pessoa insubstituível, um exemplo de vida e de superação.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus por ter entregadoo seu único filho para que hoje
eu tivesse condições plenas para adorá-lo e agradecê-lo todos os dias pela
oportunidade de viver em sua presença.
Agradeço aos meus pais,
Aparecido Lourenço Siqueira
Laide de Oliveira Siqueira ( in memorian)
Pela minha formação, pelo tão estimável carinho e pela minha motivação diária de
viver. Tudo o que sou hoje, devo a eles.
Agradeço aos meus irmãos,
Alex de Oliveira Siqueira
Alexandre de Oliveira Siqueira
Além de irmãos, são pessoas que sei que posso contar em qualquer momento da
minha vida. Minha família seria incompleta sem eles.
Agradeço aos meus amigos,
Alejandro Murillo, Ronney Nunes, Fábio Sena, Luana Bogaski, Emilson Jesus,
Geovana Sampaio, Michelle Santos, Laura Regina, Willrobson Santos e outros.
O carinho de irmãos que inspira os meus dias. Sem eles, parte de tudo isso não
seria possível.
Agradeço aos meus pastores,
Valdemar Santana e Vilma Borges
Pelas orações, pela cobertura espiritual e pelas oportunidades ministeriais.
“Quando buscamos a Deus, não fazemos pedidos;
não apresentamos uma lista de exigências. Nós o
procuramos com grandes esperanças e um coração
humilde. Declaramos o que precisamos, mas
oramos por aquilo que é certo. E se Deus nos
concede uma prisão em Roma em vez de uma
missão na Espanha, aceitamos porque sabemos que
“Deus fará justiça aos escolhidos”.
-Max Lucado
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 16
1.1 Tema/Problema .............................................................................................................. 17
1.2 Justificativa ou estudo ................................................................................................... 19
1.3 Objetivos da pesquisa .................................................................................................... 19
1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................................ 19
1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................................. 19
1.4 Hipóteses da pesquisa .................................................................................................... 20
1.5 Metodologia da pesquisa ............................................................................................... 20
1.5.1 Quanto à natureza ...................................................................................................... 21
1.5.2 Quanto ao método ...................................................................................................... 22
1.5.3 Quanto aos instrumentos do método .......................................................................... 22
1.5.4 Quanto à ferramenta de coleta de dados .................................................................... 24
1.6 Delimitação do campo de estudo ................................................................................... 24
1.7 Organização lógica da pesquisa ..................................................................................... 24
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 26
2.1 Uma análise introdutória sobre cursos de graduação superior no Brasil ....................... 26
2.2 O curso superior em Ciências Contábeis ....................................................................... 28
2.3 O futuro da contabilidade .............................................................................................. 31
2.3.1 A profissão de contador no Brasil .............................................................................. 32
2.3.2 Conceitos e aplicação da contabilidade ..................................................................... 33
2.3.3 Sistema de informações contábeis e as áreas de atuação da contabilidade ................ 34
2.4 O mercado de trabalho e as prerrogativas da profissão contábil ................................... 37
2.5 O curso de Ciências Contábeis na UFMT e as diretrizes curriculares no Brasil ........... 40
3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................... 46
4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ....................................................................... 64
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 66
APÊNDICE .............................................................................................................................. 69
9
RESUMO
A finalidade do trabalho é a análise das expectativas dos estudantes do terceiro ano do ensino
médio do município de Rondonópolis quanto aos cursos de graduação da UFMT/CUR, e,
entre esses, quantos optariam pelo curso de Ciências Contábeis. Levando em consideração
que são adolescentes que ainda não aptos ao mercado de trabalho, eles precisam fazer uma
das escolhas mais importantes de suas vidas: a escolha do curso de graduação. O presente
trabalho objetivou verificar o que eles pensam acerca dos cursos ofertados pela instituição
referida e o que consideram relevantes na escolha. Para isso, foi elaborado um questionário
para estudantes, matriculados no ano letivo de 2013, das escolas públicas e privadas.
Posteriormente, os dados levantados foram analisados e interpretados a fim de alcançar os
objetivos dessa pesquisa e a hipótese levantada. Os estudantes acreditam que a Instituição
Federal possui uma boa qualidade de ensino. Percebeu-se que poucos alunos escolheriam o
curso de Ciências Contábeis, mesmo acreditando que estudá-lo lhes proporcionaria bons
retornos para a carreira profissional. Como esperam que o curso ofereça boas oportunidades
no mercado de trabalho, essa universidade supriria a expectativa dos pesquisados. A presente
pesquisa traz uma relevância científica capaz de justificar os motivos que fazem os estudantes
a optarem - ou não - pelo curso referido, e também indicar possíveis melhorias de
apresentação do estudo da ciência contábil nessa universidade.
Palavras-chaves: Curso de Ciências Contábeis. Expectativas. Mercado de Trabalho. Ensino
da Contabilidade.
10
ABSTRACT
The purpose of this works is analysis of students’ expectations of the third year high school in
the county of Rondonópolis in relation to undergraduate courses of UFMT/CUR (Federal
University of Mato Grosso/University Campus of Rondonópolis), and among those, how
many would opt for the course in Accounting. Whereas adolescents who are not yet able to
the labor market, the need to do one of the most important choices of their lives: the choice of
undergraduate course. The present study aimed to determine what they think about the
courses offered by the institution and they consider relevant in the choice. For this purpose, a
questionnaire was designed for students enrolled in academic year 2013, in the public and
private schools. Subsequently, the data was analyzed and interpreted in order to achieve the
objectives of this research and hypothesis. Students believe that the Federal Institution has a
good quality education. It was noticed that few students choose the course in Accounting,
even believing that studying it would bring good returns for a career. How do they expect the
course offer good opportunities in the labor market, this university would supply the
expectation of respondents. This researchprovides ascientific relevanceable tojustifythe
reasonsthat makestudentschoose-or not-by the courseaboveand alsoindicate
possibleimprovementsofthe presentationof the studyin accountingat the university.
Key-words: Accounting course. Expectation.Labor Job. Teaching of Accounting
11
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Idade dos estudantes .............................................................................................. 47
Gráfico 2 - Gênero dos estudantes ........................................................................................... 48
Gráfico 3 - Definição do curso de graduação dos estudantes .................................................. 49
Gráfico 4 - Definição do que é essencial na escolha do curso dos estudantes ........................ 51
Gráfico 5 - Definição do interesse dos estudantes pela UFMT/CUR ...................................... 52
Gráfico 6 - Definição do que levaria os estudantes a optarem pela UFMT/CUR ................... 53
Gráfico 7 - Definição do conhecimento dos estudantes em relação aos cursos ofertados pela
UFMT/CUR .............................................................................................................................. 55
Gráfico 8 - Definição dos cursos de graduação da UFMT/CUR que são de interesse dos
alunos pesquisados. .................................................................................................................. 56
Gráfico 9 - Definição do nível de prioridade dos estudantes que se interessam pelo Curso de
Ciências Contábeis (por quantidade de alunos). ....................................................................... 59
Gráfico 10 - Definiçao dos motivos que levaram os estudantes pesquisados a não optar pelo
curso de Ciências Contábeis na UFMT/CUR. .......................................................................... 60
Gráfico 11 - Definição dos motivos que levaram os estudantes pesquisados a optar pelo curso
de Ciências Contábeis na UFMT/CUR .................................................................................... 61
Gráfico 12 - Definição de como os alunos vêem a profissão contábil hoje. ........................... 63
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Comparativo da estrutura básica das Leis 5.692/71 e 9.394/96 ............................ 26
Quadro 2 - Os Melhores Cursos de Ciências Contábeis no Brasil 2013 ................................. 30
Quadro 3 - Grade curricular do curso de Ciências Contábeis da UFMT/CUR (Formação
Básica de Natureza Humanística e Social e Formação Profissional) ....................................... 43
Quadro 4 - Grade curricular do curso de Ciências Contábeis da UFMT/CUR (Formação
Flexibilidade Disciplinas e Atividades Complementares) ....................................................... 44
13
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Atividades básicas de um sistema de informação .................................................. 35
Figura 2 - Áreas de Atuação do Profissional Contábil (MARION, 2007) .............................. 36
14
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição dos questionários por escolas públicas .............................................. 46
Tabela 2 - Distribuição dos questionários por escolas privadas .............................................. 46
Tabela 3 - Distribuições das escolas por período. ................................................................... 47
Tabela 4 - Definição dos cursos de graduação UFMT/CUR que são de interesse dos alunos,
separados em escolas públicas e privadas (por quantidade de alunos)..................................... 57
Tabela 5 - Definição do gênero dos estudantes que optaram pelos cursos de Ciências
Contábeis e Psicologia (por quantidade de alunos) .................................................................. 58
15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CEAC Cooperativa de Ensino Álvares Cabral
CESCentro de Estudos Sociais
CF Constituição Federal
CFC Conselho Federal de Contabilidade
CIC Ciências Contábeis
CNE Conselho Nacional da Educação
CRC Conselho Regional de Contabilidade
CUR Campus Universitário de Rondonópolis
CONSEPEConselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão
DCN Diretrizes Curriculares Nacionais
EEMOP Escola Estadual Major Otávio Pitaluga
ENADE Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes
FCEAFaculdade de Ciências Econômicas e Administrativas
FECAPFundação Escola de Comércio Álvares Penteado
FUCAPEFundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças
FURBUniversidade Regional de Blumenau
IBGEInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICHS Instituto de Ciências Humanas e Sociais
IDDIndice de Diferença Entre os Desempenhos Observados e Esperados
IFMT Instituto Federal de Mato Grosso
INEPInstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
LDBLei de Diretrizes e Bases
MEC Ministério da Educação
PUCPontifícia Universidade Católica
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas
SINAESSistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
UFMT Universidade Federal do Mato Grosso
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1 INTRODUÇÃO
A ideia central desta pesquisa é a de realizar um diagnóstico sobre as expectativas
dos estudantes matriculados no terceiro ano do ensino médio, das escolas públicas e privadas
de Rondonópolis/MT ano letivo de 2013 com relação aoscursos de graduação que são
ofertados pela Universidade Federal de Mato Grosso,no Campus Universitário de
Rondonópolis (UFMT/CUR). No que tange aos que escolherem o Curso de Ciências
Contábeis será realizada uma análise comparativa com o projeto pedagógico do referido curso
no sentido de determinar se o plano do curso atende às espectativas dos futuros acadêmicos.
A relevância científica desta investigação pode ser atribuída à oportunidade de se
fazer uma reflexão sobre a conformidade, ou não, do projeto político pedagógico do Curso de
Ciências Contábeis do Campus Universitário de Rondonópolis em relação aos anseios dos
futuros acadêmicos do referido curso, bem como para atender às expectativas do mercado de
trabalho.
As respostas ao questionamento central e o pleno atingimento dos objetivos
destacados, na sequência deste projeto, abrirão oportunidades para se discutir a qualidade e o
perfil do profissional que o Curso de Ciências da UFMT/CUR se propõe formar e sua
pertinência com relação as expectativa e às exigências do mercado de trabalho. O referencial
teórico será organizado segundo o método dedutivo, ou seja, partindo-se dos assuntos mais
gerais para o específico, o que significa dizer que inicialmente será feita uma abordagem
dissertativa sobre a administração pública, o curso de graduação superior no Brasil, o curso
superior em Ciências Contábeis, o futuro da contabilidade, o mercado de trabalho e as
prerrogativas da profissão contábil e, por fim, o curso de Ciências Contábeis e as diretrizes
curriculares no Brasil.
Por fim, será realizada uma pesquisa de campo mediante aplicação de questionário
de pesquisa junto aos estudantes já referidos anteriormente e posteriormente se fará a
descrição e discussão comparativa dos resultados coletados em cotejamento com as diretrizes
emanadas pela literatura especializada, apresentando-se mediante a tudo isso as descobertas e
sugestöes julgadas pertinentes pelo pesquisador, com base nos resultados alcançados.
17
1.1 Tema/Problema
A temática norteadora do projeto de pesquisa está ligada ao ensino da contabilidade,
às perspectivas dos estudantes do ensino médio das escolas de Rondonópolis e ao curso de
Ciências Contábeis na UFMT/CUR.
Em relação ao ensino da contabilidade, durante o ensino médio é percebível que
muitos imaginam que o curso de Ciências Contábeis exigirá um alto índice de conhecimento
em ciências exatas. Como uma das matérias que mais gera reclamações e dificuldades de
aprendizagem é a matemática, acabam não escolhendo esse curso. Para Iudícibus e Marion
(2002, p. 35): "A Contabilidade não é uma ciência exata. Ela é uma ciência social, pois é a
ação humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial. Todavia a contabilidade utiliza os
métodos quantitativos (matemática e estatística) como sua principal ferramenta."
O ensino da contabilidade atualmente está bem diferente da contabilidade
propriamente dita descrita por Lucas Pacioli, considerado o pai da contabilidade moderna.
Segundo Hendriksen e Breda (1999, p. 49): “Pacioli se sentiria muito desconfortável com os
sistemas contábeis que encontramos hoje”.
A mudança é constante, hoje o bacharel em ciências contábeis pode ser tornar um
grande administrador. Conforme Marion e Marion (2006, p.8): "Não há desemprego nesta
profissão. Você nunca vai encontrar um bom profissional contábil desempregado”.
Muitos estudantes estão à procura do emprego dos sonhos, àquele que perdurará pelo
resto de suas vidas. A administração pública possibilita isso através de concursos públicos.
Segundo a Constituição Federal (CF), artº 37 parágrafo II "a investidura em cargo ou emprego
público depende da aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos
[...]".As disciplinas que mais reprovam em concursos públicos são lingua portuguesa e
contabilidade. Cristino, apud Marion; Marion (2006, p. 9) destaca que: "O estudante de
contabilidade tem 95% de chance de ser aprovado nestes concursos, caso comece a se
preparar se dedicando desde o primeiro ano para alcançar este objetivo".
Bem se sabe que estudantes concluem o ensino médio em uma fase conturbada. Suas
perspectivas não possuem uma definição padrão. Enfrentam um período de puberdade,
depara-se com alternativas que, dependendo da complexidade, poderão se tornar as decisões
mais importantes das suas vidas. Percebe-se também que a orientação que eles recebem não é
suficiente. Como são altamente influenciáveis, escolhem a graduação por diversos fatores, e
muitos desses não estão centrados na própria vontade ou necessidade desse individuo, mas em
18
outros fatores que são considerados de relevância insuficiente para determinar a carreira que
lhe será desenvolvida.
O CampusUniversitário de Rondonópolisda UFMT oferece 16 cursos de graduação.
O curso de Ciências Contábeis - bacharelado - oferece 90 vagas para novos alunos, 45 para o
período matutino e 45 para o período noturno. Possui carga horária de 3500 horas, que
corresponde a 5 anos de estudo no regime anual.
Segundo o Conselho Nacional de Educação, em sua resolução CNES/CES nº 10/04
(MEC/CNES/CES, 2004, p.2), artº 3, o curso de graduação de ciências contábeis deve:
[...], ensejar condições para que o futuro contabilista seja capacitado a aprender as
questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras, em âmbito nacional
e internacional e nos diferentes modelos de organização; apresentar pleno domínio
das responsabilidades funcionais envolvendo apurações, auditorias, perícias,
arbitragens, noções de atividades atuariais e de quantificações de informações
financeiras, patrimoniais e governamentais, com a plena utilização de inovações
tecnológicas; revelar capacidade crítico-analítica de avaliação, quanto às
implicações organizacionais com o advento da tecnologia da informação.
Para o desenvolvimento profissional adequado, a formação da educação é primordial.
Visto que na contabilidade as mudanças são constantes, é necessário que o aprendiz esteja em
um contínuo processo de aprofundamento dos assuntos de interesse.
Além disso, se pode afirmar que a educação não é apenas a transmissão do
conhecimento, mas a capacidade do educando produzir o seu próprio conhecimento através de
suas atividades diárias. Dentro de visão é que Freire (1996, p.47) assim escreveu: "[...]ensinar
não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção".
O sonho de todo estudante que conclui o ensino médio é entrar para a universidade
na sua área de interesse, e tudo isso dependerá da sua expectativa. Segundo Ferreira et
al(2010, p. 331) expectativa é: "Esperança fundada em supostos direitos, probabilidades ou
promessas". Quando se opta pelo curso, os estudantes são levados por uma fonte motivadora
que os fazem acreditar que a instituição de ensino, juntamente com a grade curricular, irá
satisfazê-los em sua formação como profissional.
Dessa forma, os aspectos analisados nos remetem a busca de resposta do seguinte
questionamento: Quais são as expectativas dos estudantes do terceiro ano do ensino
médio das Escolas de Rondonópolis em relação aos Cursos de Graduação oferecidos pela
UFMT no Campus de Rondonópolis, dos entrevistados quantos pretendem cursar o
Curso de Ciências Contábeis?
19
1.2 Justificativa ou Estudo
O interesse pelo assunto surgiu a partir da observação de que muitos alunos do
terceiro ano do ensino médio não tinham o devido conhecimento em relação ao curso que
pretenderiam escolher. Essa pesquisa irá possibitar um melhor esclarecimento quanto às
escolhas feitas por eles, e abrirão vários leques de possibilidades que serão úteis para análises
às entes interessadas.
As caracteristicas dos jovens a serem pesquisados variam de acordo com a
personalidade. Possivelmente pode-se deparar com crises existenciais, complexo de
inferioridade, decepções com relacionamentos. Essa inconsistência faz com que eles não
pensem adequadamente na carreira que irão conquistar, não analisam os caminhos que
deverão seguir, nem traçam planos de como irão chegar. Porém, há aqueles que já estarão
com um planejamento bem detalhado do que esperam do seu futuro.
Independente do perfil que esse jovem terá, uma coisa é certa: sempre criarão
expectativas. Poderá ser quanto à realização de seus sonhos, ou simplesmente aquela
expectativa de constituir uma familia feliz com pessoas amáveis e amigos adoráveis. E claro
uma das mais importantes de todas: a expectativa do profissional que ele se tornará no futuro,
caracterizando assim a justificativa desse trabalho.
1.3 Objetivos da Pesquisa
Para encontrar resultados para a problemática definida anteriormente, este trabalho
busca o objetivo geral e os objetivos específicos relacionados a seguir:
1.3.1 Objetivo Geral
Conhecer a expectativa educacional dos estudantes do ensino médio que pretendem
optar por algum curso de graduação do Campus Universitário de Rondonópolis,
especialmente os que pretendem cursar Ciências Contábeis.
1.3.2 Objetivos Específicos
Constituem objetivos específicos desta investigação os que seguem abaixo:
a) Analisar a percepção dos estudantes do terceiro ano do ensino médio sobre o que
eles esperam da instituição UFMT/CUR.
20
b) Descrever a percepção dos estudantes do terceiro ano do ensino médio sobre o que
eles esperam dos cursos de graduação, em especial do curso de Ciências
Contábeis.
c) Verificar se as expectativas dos estudantes do terceiro ano do ensino médio se
equiparam com a realidade do que é oferecido pela universidade e pelo curso de
Ciências Contábeis.
d) Levantar dados que mostrem o que levaram esses estudantes a optarem pelo curso
referido.
1.4 Hipóteses da Pesquisa
Acredita-se que as expectativas dos alunos matriculados no terceiro ano do ensino
médio do ano letivo 2013 nas escolas públicas e privadas do município de Rondonópolis/MT,
que desejam cursar um dos cursos de graduação ofertados pela UFMT no campus referido
estão muito além daquilo que cada um dos cursos pode oferecer,especialmente o de Ciências
Contábeis.
1.5 Metodologia da Pesquisa
A metodologia é um conjunto de passos que são utilizados para o desenvolvimento
de uma pesquisa. De forma clara e objetiva, tem o objetivo de direcionar o leitor quanto aos
assuntos abordados.
Conforme Beuren (2008, p.77): “O delineamento da pesquisa implica a escolha de
um plano para conduzir a investigação”. Esse plano se faz necessário para obtenção de
respostas ao problema da pesquisa e para organizar a forma como o estudo será desenvolvido.
Para Lakatos e Marconi (1995, p.105): “A especificação da metodologia da pesquisa
é a que abrange maior número de itens, pois responde, a um só tempo, as questões como?,com
quê?, onde?, quanto?”. No caso, essas perguntas farão parte da ideia norteadora da pesquisa,
onde as respostas serão respondidas no formato de tipologias, que serão caracterizadas peloa
sua natureza, pelo seu método e seus instrumentos e pelas ferramentas de coleta de dados.
Para facilitar o entendimento, apresentam-se as seguintes tipologias de pesquisa:
a) Quanto à natureza – pesquisa descritivo-qualitativa;
b) Quanto ao método – estudo de caso
c) Quanto aos instrumentos do método – pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo;
d) Quanto à ferramenta de coleta de dados – questionário com perguntas fechadas.
21
A seguir demonstram-se os passos a serem seguidos na elaboração da presente
pesquisa, onde se apresenta de forma detalhada cada uma das tipologias.
1.5.1 Quanto à natureza
Esta pesquisa se enquadra como descritiva porque serão descritas as expectativas dos
estudantes em relação ao curso escolhido.
Segundo Silva (2010, p.59): “A pesquisa descritiva tem como objetivo principal a
descrição das características de determinada população ou fenômeno, estabelecendo relações
entre as variáveis”. Essas relações funcionarão como pontos de ligação na interpretação dos
resultados, através da descrição dos dados levantados.
Para Gil (2002, p.42): “São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este
título e uma das suas caracteristicas mais significativas está na utilização de técnicas
padronizadas de coletas de dados, tais como o questionário e a observação temática”. De nada
adiantaria o levantamento dos dados sem a descrição e interpretação dos resultados da
pesquisa, por isso se faz necessário essa natureza de estudo.
Andrade (2002 apud BEUREN, 2008, p.81) destaca que: “A pesquisa descritiva
preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los, e o
pesquisador não interfere neles”.Portanto, a presente pesquisa se enquadra como descritiva, já
que tem como objetivo identificar, analisar e utilizar técnicas padronizadas na coleta de dados
de determinada população.
Dentro do estudo descritivo, será aplicadaa pesquisa qualitativa na realização da
abordagem do problema. A pesquisa qualitativa, segundo Beuren (2008, p. 92): “Concebem-
se análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado”. Os dados serão
levantados através de números quantitivos, porém, a análise aprofundada desses resultados o
torma qualitativa. Segundo Oliveira (1998, p.117):
As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de
poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar
a interação de certas varíaveis, compreender e classificar processos dinâmicos
experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de
mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo, em maior grau de
profundidade, a interpretação das particulares dos comportamentos ou atitudes dos
individuos.
Com esse último conceito, essa pesquisa se caracteriza como descritiva-qualitativa
por descrever caracteristicas de determinada população de forma aprofundada.
22
1.5.2 Quanto ao método
O método utizado para a realização dessa pesquisa será o aprofundamento de um
caso específico, através de análises detalhadas das perspectivas de estudantes dos terceiros
anos do ensino médio das escolas do município de Rondonópolis, caracterizando assim um
estudo de caso.
Segundo Gil (1998, p.54) o estudo de caso “[...] consiste no estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já
considerados”.Esse presente trabalho oferecerá uma riqueza de informações que permitirá que
se faça um estudo bem específico e detalhado das expectativas dos estudantes.
Para entender a importância do estudo de caso, Bruyne, Herman e Schoutheete (1977
apud BEUREN, 2008, p.84) afirmam que:
O estudo de caso justifica sua importância por reunir informações numerosas e
detalhadas com vista em apreender a totalidade de uma situação. A riqueza das
informações detalhadas auxilia num maior conhecimento e numa possivel resolução
de problemas relacionados ao assunto estudado.
Através dessa última afirmativa, percebe-se que o exaustivo estudo gerará resultados
que possivelmente servirão para a resolução do problema que norteia a pesquisa, ou até
mesmo onde se torna possível apresentar sugestões de melhoria após da análise dos dados
levantados.
Para Silva (2010, p.57): “A preparação para realizar um estudo de caso envolve
habilidades prévias do pesquisador, treinamento e preparação para o estudo de caso
específico, desenvolvimento do protocolo de estudo de caso e condução de um estudo de caso
piloto”. Entende-se que o estudo de caso é um método bem delimitado, não podendo ser
generalizado quanto aos resultados obtidos. Como esse estudo se aplica a escolas de
Rondonópolis, não se pode levar as análises conclusivas para outras cidades.
1.5.3 Quanto aos instrumentos do método
Para se alcançar as conclusivas propostas, precisa-se de instrumentos que servirão de
base para a aplicação do estudo de caso. Um dos instrumentos a ser utilizado será a pesquisa
bibliográfica. Para deixar exposto o que é esse tipo de pesquisa, apresenta-se a seguir algumas
afirmativas que justifica a escolha desse método.
23
Conforme Cervo e Bervian (1983, p. 55 apud BEUREN, 2008, p.86), esse tipo de
pesquisa:
Explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos.
Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou
experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais
ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou
problema.
Nessa pesquisa descritiva, a análise através de livros e artigos já publicados se torna
essencial, não apenas por causa da utilização de uma revisão de literatura, como também para
analisar os dados levantados após a sua interpretação. Segundo Silva (2010, p.54) “[...] a
pesquisa bibliográfica é um excelente meio de formação científica quando realizada
independentemente ou como parte da pesquisa empírica”.Como esta pesquisa está sendo
desenvolvida através de materiais já elaborados, como livros e artigos científicos, caracteriza-
se como uma pesquisa bibliográfica.
Para Gil (2002, p. 45): “A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no
fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do
que aquela que poderia pesquisar diretamente”. Sem a revisão de literatura, a pesquisa se
caracterizaria por incompleta, onde os dados seriam interpretados, mas não se teria uma
análise que justificasse os resultados obtidos.
Outro instrumento utilizado será a pesquisa de campo, que se refere à coleta de dados
in loco.Conforme Oliveira (1998, p.124) “Pesquisa de campo consiste na observação dos
fatos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis
presumivelmente para posteriores análises”. Para a realização da interpretação dos dados,
tem-se a necessidade de localizar os estudantes do terceiro ano do ensino médio e identificar
os motivos que justifiquem suas expectativas em relação aos cursos de graduação da
instituição referida. Gil (2002, p.53) discorre sobre o desenvolvimento da pesquisa de campo:
Tipicamente, o estudo de campo focaliza uma comunidade, que não é
necessariamente geográfica, já que pode ser uma comunidade de trabalho, de estudo,
de lazer, ou voltada para qualquer outra atividade humana. Basicamente a pesquisa é
desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de
entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que
ocorre no grupo.
Para alcançar as informações necessárias para a análise requerida, essa pesquisa será
aplicada em uma comunidade específica: a sala de aula. Para Silva (2010, p.57): “A pesquisa
de campo consiste na coleta direta de informação no local em que acontecem os fenômenos; é
aquela que se realiza fora do laboratório, no próprio terreno das ocorrências”. Como essa
24
pesquisa será aplicada nas escolas de Rondonópolis, o instrumento do método científico
aplicado será a pesquisa de campo.
1.5.4 Quanto à ferramenta de coleta de dados
A ferramenta utilizada para a coleta de dados será o questionário. Conforme Lakatos
e Marconi (1992, p.107) ele é “[...] constituido por uma série de perguntas que devem ser
respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador”. Para isso, o questionário dessa
pesquisa será aplicado nas classes dos terceiros anos das escolas de Rondonópolis. A fim de
discorrer quanto sua conceituação e funcionalidade, Silva (2010, p.60) afirma que:
O questionário é um conjunto ordenado e consistente de perguntas a respeito de
variáveis e situações que se deseja medir ou descrever. Quando a elaboração do
questionário, devem ser observados a clareza das perguntas, tamanho, conteúdo e
organização [...] Os questionários são impressos e respondidos pelos entrevistados,
devendo, no início dos mesmos, ser orientados quanto ao correto preenchimento.
As perguntas serão fechadas, direcionando assim os pesquisadores apenas aos dados
que serão relevantes ao estudo. Para Oliveira (1998, p.165): “Todos os dados incluidos no
questionário deverão constituir-se numa hipótese, que será a resposta para o problema
formulado. Deve incluir cada um dos pontos do levantamento e confirmar a existência do
objeto da pesquisa, o fenômeno”. A hipótese já foi indicada anteriormente, porém no próximo
subtópico serão descrita a delimitação do campo de estudo que definirá em que comunidade
geográfica os questionários serão aplicados.
1.6 Delimitação do Campo de Estudo
A pesquisa será realizada em Rondonópolis. Localizada no Estado de Mato Grosso,
sua microrregião possui 270.798 mil habitantes (IBGE/2011) distribuida em oito municípios.
Para o levantamento de dados, o presente trabalho se limita em escolas públicas e privadas.
Em 2006, a cidade possuia 10181 matrículas para o ensino médio, distribuidas em 28 escolas–
19 da rede pública e 09 da rede privada. O questionário será aplicado a 80 estudantes do
terceiro ano do ensino médio. Serão selecionados 08 escolas para participarem dessa
aplicação, sendo 06 da rede pública e 02 da rede privada.
1.7 Organização Lógica da Pesquisa
A presente pesquisa será desenvolvida em quatro capítulos.
25
O primeiro capítulo aborda a contextualização do trabalho ao trazer como
considerações preliminares: a introdução, o tema problema, a justificativa, os objetivos, a
hipótese, a metodologia, a delimitação do campo de estudo, o organograma e a organização
lógica da pesquisa.
O capítulo seguinte trará referência teórica que dará sustentação ao estudo. Nele será
abordadotemas que contribuirão na compreensão do estudo.
Somente no terceiro capítulo se apresentará a análise dos dados coletados.
Por fim, no quarto capítulo serão apresentadas as conclusões do estudo e as possíveis
sugestões.
Constará ainda, em uma parte pós-textual, as referências bibliográficas e o apêndice
com o questionário.
26
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo será demonstrada uma análise introdutória sobre os cursos de
graduação superior no Brasil, o curso superior em Ciências Contábeis, o futuro da
contabilidade, a profissão do contador no Brasil, conceitos e aplicação da Contabilidade,
sistemas de informações contábeis e as áreas de atuação, o mercado de trabalho e as
prerrogativas da profissão contábil e, por fim, o curso de Ciências Contábeis e as diretrizes
curriculares no Brasil.
2.1 Uma Análise Introdutória sobre Cursos de Graduação Superior no Brasil
Em 1808, com a chegada da família real no Brasil, foram fundadas as primeiras
escolas de Ensino Superior no Brasil. A primeira de todas foi a Escola de Cirurgia da Bahia,
criada neste mesmo ano. Porém, a primeira universidade a oferecer cursos de diversas
graduações foi a do Rio de Janeiro, em 1920.
Para regulamentar a forma em que seria organizada a educação no país, foi criada a
Lei das Diretrizes e Bases (LDB). A primeirafoi a Lei nº 4.024/61, que apresentava com
clareza boas propostas de reforma para a educação nacional, oferecendo uma estrutura padrão,
menos rigorosa que as primeiras apresentadas no início do século. Através do mecanismo de
aproveitamento de estudos, os estudantes poderiam mudar de curso sem ter que recomeçar do
início. Em 1971 foi criada a Lei nº 5.692, também denominada com a Lei da Reforma do
Ensino de 1º e 2º grau. Essa Lei foi bastante criticada, pois mantinha seu foco na pré-escola,
nos ensinos fundamentais e no ensino médio, deixando de lado o ensino superior.
(CARNEIRO, 2011, p. 32).
A atual Lei das Diretrizes e Bases foi é a Lei nº 9.394, criada em 20 de Dezembro de
1996, envolvendo gestão e financiamento, reestruturação do professor, atualização dos
estudos e inovação metodológica, e o encorporamento de sistemas de ensino articulados de
forma dinâmica.
No quadro abaixo, segue de forma esquematizada um comparativo entre as leis nº
5.692/71 e nº 9.394/96:
Quadro 1 - Comparativo da estrutura básica das Leis 5.692/71 e 9.394/96
Fonte: CARNEIRO, 2011, p. 35.
27
Diferente da educação básica, e dos ensinos fundamentais e médios, os cursos de
graduação superior não são acessíveis a todos. Souza (apud RODRIGUES, 2012, p. 15)
justifica essa afirmação:
O real significado do termo "Ensino Superior" vai muito além do de ensino de
terceiro grau, como ficou popularizado principalmente após as reformas das décadas
de 60 e 70. O saber superior deve ser adquirido mediante o uso de codificações,
sistemas, modelos e símbolos da semântica científica e, por isso, foge à praticidade
do dia-a-dia e se reserva aos que disponham de condições especiais para abordá-lo.
Por isso, como muitos querem, não pode ser democraticamente acessível a todos. É
um ensino, por natureza, elitista, para uma minoria capacitada intelectual e
culturalmente e não no sentido trivial de pessoas sócio-economicamente bem postas
na comunidade.
28
Um das dificuldades encontradas no Brasil é a formação do corpo docente. De fato
há profissionais qualificados, porém sem uma estrutura pedagógica, o que acaba
enfraquecendo o padrão de qualidade das nossas universidades. Basílio (apud RODRIGUES,
2012, p. 16) afirma que esse é “um momento de preocupação com a formação e a qualificação
desses profissionais, já que são competentes em sua área de atuação, mas nem sempre
possuem a formação pedagógica adequada para atuarem no ensino”. Ramos (2011) declara
que “hoje temos um dos piores sistemas de ensino universitário do mundo, com uma
constante ampliação do acesso ao custo da diminuição do padrão de qualidade, com a
exigência cada vez menor da qualificação docente para baratear os custos”. Apesar de as
universidades brasileiras serem vistas com um olhar crítico por alguns autores, há
profissionais extremamente capacitados sendo formados através delas. No caso do curso de
Ciências Contábeis, grandes profissionais nessa área vêm crescendo gradativamente,
tornando-se então uns dos cursos que mais oferece oportunidades para bons empregos.
2.2 O Curso Superior em Ciências Contábeis
O ensino da contabilidade se originou através de Lucas Patioli, ao criar o Método das
Partidas Dobradas. Atualmente, Patioli é reconhecido como o Pai da Contabilidade Moderna.
Porém, a contabilidade só se tornou ciência graças a diversos estudiosos e pesquisadores que
deram continuidade nesse trabalho, aperfeiçoando o que hoje chamaos de Ciências Contábeis.
O curso superior de Ciências Contábeis foi instituído no Brasil pelo Decreto-Lei nº
7.988 de 22-09-1945.No ano seguinte, em 1946, por intermédio do Decreto nº 15.601, foi
autorizada a funcionar a faculdade na Universidade São Paulo, a Faculdade de Ciências
Econômicas e Administrativas (FCEA), surgindo também o primeiro núcleo de pesquisa em
contabilidade no país, que contribuiu, significativamente, para o desenvolvimento do ensino
contábil no país. Para Iudícibus (2000, p. 36), “este núcleo surgiu com professores dedicando-
se em tempo integral ao ensino e à pesquisa, produzindo artigos de maior conteúdo científico
e escrevendo teses acadêmicas de alto valor”.
Em 1962, o curso de Ciências Contábeis foi dividido em ciclo de formação básica e
ciclo de formação profissional, conforme Parecer 397/62. O ciclo de formação básica
ministrava o ensino das disciplinas de Economia, Direito, Matemática e Estatística. Já o ciclo
de formação profissional ministrava o ensino das disciplinas de Contabilidade Gerencial,
Contabilidade Comercial, Contabilidade de Custos, Direito Tributário, Administração,
Técnica Comercial, Análise de Balanços e Auditoria.
29
A Resolução nº 03/92 do extinto Conselho Federal de Educação fixava os conteúdos
mínimos e a duração dos cursos de graduação. Essa duração era de 2.700 horas/aula, para o
caso de Ciências Contábeis, integralizadas em um máximo de 07, e em um mínimo de 04 anos
diurno, ou cinco anos noturno. A Resolução fixou também normas para todas as instituições
do ensino superior elaborar os currículos para os cursos de Ciências Contábeis, definindo o
perfil do profissional a ser formado. (SONTAG, 2006, p. 3). Essa Resolução se tornou tão
relevante que o próprio Ministério da Educação (MEC) a destaca como norma obrigatória no
formulário para avaliação de autorização e reconhecimento dos cursos de graduação de
Ciências Contábeis.
A partir de 2008, o ensino da contabilidade ganhou novos avanços com a sua
internacionalização. Os normativos internacionais de contabilidade colocaram a Ciência
Contábil numa posição de reconhecimento dentro das empresas. Fajardo (2012) destaca:
Se no passado, o profissional formado em ciências contábeis tinha a função de fazer
os registros contábeis de uma empresa, a partir de 2008, ele ganhou mais
importância e passou também a auxiliar o gestor na tomada de decisões. Detentor
das informações contábeis da empresa, o trabalho deste profissional não está mais
restrito às análises financeiras ou elaboração de relatórios.
Os profissionais da educação passaram a se atualizar com uma preparação mais
cautelosa quanto ao conteúdo exposto em sala de aula. Outro motivo para essa atualização foi
a alteração da Lei nº 6.404/76 pela Lei nº 11.638/07. Com isso, a forma como a contabilidade
geria suas informações se adequaram a atualidade, e as principais formas de demonstração de
resultado dos exercícios foram modificadas.
Com a criação da Lei 12.249/2010 surgiu a obrigação de os bacharéis em Ciências
Contábeis se submeterem a Exame de Suficiência, a fim de obter o Registro de Contador. O
advento dessa nova Lei alterou o Decreto-Lei nº 9295/46 (Cria o Conselho Federal de
Contabilidade). Com base na redação Decreto-Lei, para que um técnico pudesse registrar
como contador, bastava a conclusão do curso superior em Contabilidade, seguido de
requerimento perante o Conselho.
Conforme Artigo 1º da Resolução CFC nº 1373/11, o Exame de Suficiência “é a
prova de equalização destinada a comprovar a obtenção de conhecimentos médios, consoante
os conteúdos programáticos desenvolvidos no Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis e
no Curso de Técnico em Contabilidade”.
Apesar das grandes evoluções observadas no curso de graduação de Ciências
Contábeis, ainda há muito que se fazer. Iucidibus (2009, p. 25) faz a seguinte observação em
relação a esse curso:
30
Nossas instituições de pesquisa, principalmente as universidades, precisam dedicar
fundos e esforços à pesquisa contábil, no sentido de treinar, manter e atualizar seu
corpo docente, com boa participação de docentes que se dediquem integralmente à
universidade.
Segundo Silva (apudSONTAG, 2006, p. 5) são dez os mandamentos do ensino da
contabilidade:
Alertar para os desafios da contabilidade;
Exaltar permanentemente a profissão;
Conduzir ao respeito e à ética profissional;
Estimular o aluno a participar de exposições, seminários, palestras e encontros das
entidades de classe (CRC’s e CFC, etc.);
Respeitar o aluno;
Enfatizar “prática x teórica”;
Praticar estudos de caso;
Incetivar a educação continuada do aluno;
Inovar as aulas expositivas - de maneira auditiva visual
Revolucionar a sala de aula.
No quadro abaixo, seguem as melhores universidades do Brasil, dados registrados
pelo Guia do Estudante Profissões Vestibular 2013:
Quadro 2- Os Melhores Cursos de Ciências Contábeis no Brasil 2013
Fonte: Guia do Estudante Profissões Vestibular 2013
31
Conforme quadro indicado acima, se pode perceber que no Brasil há boas
instituições que são reconhecidas nacionalmente pela sua qualidade de Ensino. O curso de
Ciências Contábeis na UFMT/CUR possui 04 (quatro) estrelas na análise registrada pelo Guia
do Estudante desse ano, o que é considerado como uma boa avaliação se comparado às
demais instituições federais. Em todo o país, o curso recebe destaques positivos devido a
grandes expectativas que são criadas para o futuro da contabilidade no Brasil.
2.3 O Futuro da Contabilidade
Devido ao crescimento de muitas empresas no Brasil, e a inclusão de mulheres no
mercado de trabalho, o serviço da contabilidade é solicitado com mais frequencia pelos
empresários. “De inicio empiricamente e mais tarde cientificamente, os contadores
conseguiram abrir caminhos para sucesso de muitos empreendimentos; isso foi ensejado
através do estudo do que sucedia com a riqueza ao ser movimentada.” Essa afirmação é de
Lopes (2008, p.?) e consegue muito bem introduzir como a contabilidade tem gerado interesse
em diversas atividades. Não somente pela sua ampla área de atuação, mas pela sua
importância nas tomadas de decisões.
As expectativas acerca do futuro da contabilidade no Brasil são animadoras. Talvez a
contabilidade nunca esteve em um patamar de destaque como agora. Os profissionais estão
sendo reconhecidos com mais vigor e seus salários estão melhores remunerados. E a
tendência é crescer. Nos próximos subtópicos serão relatados a importância da profissão do
32
contador no país, os conceitos da contabilidade e sua aplicabilidade, sistemas de informações
contábeis e as áreas de atuação.
2.3.1 A Profissão de Contador no Brasil
No Brasil, a vinda da Família Real portuguesa incrementou a atividade colonial,
exigindo um melhor aparato fiscal, já que houve um aumento dos gastos públicos e também
das rendas dos Estados. Assim, foi se formando a profissão do contador no Brasil no século
XVIII, com o surgimento da Aula de Comércio, que mais tarde corresponderia à Academia,
que, por sua vez, hoje se denomina Faculdade, ou Escola Superior. O Decreto-Lei nº 9.295, de
27 de maio de 1946 e resoluções complementares, além de instituir o curso superior de
Ciências Contábeis,afirma que só pode exercer a profissão contábil quem possuir seu registro
(inscrição profissional) no CRC da sua jurisdição. O Artigo 25 fala sobre as atribuições
profissionais dos Contabilistas:
Art. 25. São considerados trabalhos técnicos de contabilidade:
a) Organização e execução de serviços de contabilidade em geral.
b) Escrituração dos livros de contabilidade obrigatórios, bem como de todos
os necessários no conjunto da organização contábil e levantamento dos
respectivos balanços e demonstrações;
c) Perícias judiciais ou extrajudiciais, revisão de balanços e de contas em
geral, verificação de haveres, revisão permanente ou periódica de escritas,
regulações judiciais ou extrajudiciais de avarias grossas ou comuns,
assistência aos Conselhos Fiscais das sociedades anônimas e quaisquer
outras atribuições de natureza técnica conferidas por lei aos profissionais de
contabilidade.
As atribuições definidas no item c acimasão exclusivas dos contadores diplomados.
Os Técnicos Contábeis, título considerado de nível secundário, tem sua atuação prevista nos
itens a e b.
O Decreto-Lei nº 9.295/46 também criou o Conselho Federal de Contabilidade e os
Conselhos Regionais de Contabilidade. No Artigo 6 estão definidas as atribuições do CFC:
a) Organizar o seu Regimento Interno;
b) Aprovar os Regimentos Internos organizados pelos Conselhos Regionais,
modificando o que se tornar necessário, a fim de manter a respectiva
unidade de ação;
c) Tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscitadas nos Conselhos
Regionais e dirimí-las;
d) Decidir, em última instância, recursos de penalidade imposta pelos
Conselhos Regionais;
e) Publicar o relatório anual de seus trabalhos, em que deverá figurar a relação
de todos os profissionais registrados.
Os Conselhos Regionais de Contabilidade serão organizados nos moldes do
Conselho Federal de Contabilidade, e cabe efetivamente a estes o controle e a fiscalização da
profissão. No Artigo 10, têm definidas suas atribuições:
33
a) Expedir e registrar a carteira profissional regida no Art. 17;
b) Examinar reclamações e representações escritas acerca dos serviços de
registro e das infrações dos dispositivos legais vigentes, relativos ao
exercício da profissão de contabilista, decidindo a respeito;
c) Fiscalizar o exercício das profissões de contador e técnico em
contabilidade, impedindo e punindo as infrações e, bem assim, enviando às
autoridades competentes minuciosos e documentados relatórios sobre fatos
que apurarem, e cuja solução ou repressão não seja de sua alçada;
d) Publicar relatório anual de seus trabalhos e a relação dos profissionais
registrados;
e) Elaborar a proposta de seu Regimento Interno, submetendo-o à aprovação
do Conselho Federal de Contabilidade;
f) Representar ao Conselho Federal de Contabilidade acerca de novas
medidas necessárias, para regularidade do serviço e para fiscalização do
exercício das profissões previstas na alínea b, deste artigo;
g) Admitir a colaboração das entidades de classe nos casos relativos à matéria
das alíneas anteriores.
O registro profissional nos CRCs dos respectivos estados é obrigatório para aqueles
contadores e técnicos de contabilidade que desejarem exercer a profissão, seja aque título for.
A anuidade paga por esses profissionais constitui a principal fonte de receita dos Conselhos.
Segundo Artigo 21 do Decreto-Lei nº 9295/46, os profissionais registrados são obriagdo ao
pagamento da anuidade. Os limites estabelecidos na fixação do valor dessas anuidades são de
R$ 380,00 (trezentos e oitenta reais) para pessoas físicas, e R$ 950,00 (novecentos e
cinquenta reais) para pessoas jurídicas.
Além da fiscalização e do registro profissional, o CFC e os CRCs desenvolvem
outras atividades como a realização de cursos, palestras e seminários – objetivando
especialmente a atualização profissional; promoção de congressos, convenções e encontros
destinados à apresentação de trabalhos e debates sobre os variados temas, ligados à atividade
profissional contábil; programas de educação continuada; edição de livros; publicação de
revistas periódicas de caráter técnico; comissões de estudos e outros.
2.3.2 Conceitos e Aplicação da Contabilidade
A Contabilidade hoje pode ser conceituada como uma ciência que controla e registra
os atos e fatos patrimoniais de uma organização, dentro de determinado período. Marion (p.
26, 2008) conceitua contabilidade como:
[...] o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de
decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar
as pessoas a tomarem decisões. Com o passar do tempo, o governo começa a
utilizar-se dela para arrecadar impostos e a torma obrigatória para a maioria das
empresas.
Conforme observado, a contabilidade exige que se tenha um bom sistema de
informação. É através da análise de números verificados em balanços e demonstrações
34
contábeis que serão gerados dados que servirão como base na tomada de decisões das
empresas. Iucibidus e Marion (p. 42, 1999) afirma que a contabilidade é:
[...] o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade,
ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetáriamente, registrando-
os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem
sobremaneira para a tomada de decisões.
Através desse conceito entende-se o grande objetivo da contabilidade em uma
empresa: obter dados patrimoniais que servirão de auxilio para os processos gerenciais e
decisóriais de uma empresa. De acordo com a Resolução do Conselho Federal de
Contabilidade – (CFC, 1994) – que dispõe sobre os Princípios Fundamentais da
Contabilidade:
A Contabilidade possui objeto próprio – o Patrimônio das Entidades – e consiste em
conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condições de generalidade,
certeza e buscam das causas, em nível qualitativo semelhante às demais ciências
sociais. A Resolução alicerça-se na premissa que a Contabilidade é uma ciência
social com plena fundamentação epistemológica.
Com a afirmação acima, entende-se que a ciência contábil não existe apenas para
informar dados quantitativos, mas para interpretá-los de forma qualitativa, tanto para
empresas de pequenos portes e pessoas físicas comuns quanto grandes sociedades por ações e
empresas estatais. Segundo Marion (2008, 28) “a contabilidade pode ser feita para Pessoa
Física ou Pessoa Jurídica. Considera-se pessoa, juridicamente falando, todo ser capaz de
direitos e obrigações”. De forma resumida, pessoa física é o ser humano e pessoa jurídica é a
empresa.
2.3.3 Sistema de Informações Contábeis e as Áreas de Atuação da Contabilidade
Antes que sejam citadas as grandes áreas em que os profissionais de contabilidade
podem atuar, é fundamental que sejam explicitado o principal motivo que a torna tão ampla.
Para Iudicídus e Marion (2007) “a função básica do contador é produzir informações úteis aos
usuários da Contabilidade para a tomada de decisões”. Segundo Ferronato (2011, p. 117) “a
contabilidade é um poderoso mercado de dados e informações, e através dela é que se traçam
objetivos, se mensuram resultados e avaliam desempenhos”. Partindo desses conceitos,
entende-se o porquê da necessidade de um sistema de informação contábil. Simplesmente
porque esta é a função do contador: produzir informações.
De acordo com Stair (1998, p. 11) “um sistema de informação é um tipo
especializado de sistema”, podendo ser definido como “uma série de elementos ou
componentes inter-relacionados que coletam (entrada), manipulam e armazenam (processo),
35
disseminam (saída) os dados e informações e fornecem um mecanismo de feedback”. Segue
abaixo a representação figurativa das atividades básicas que compõem um sistema de
informação:
Figura 1 - Atividades básicas de um sistema de informação
Dentro de uma organização, a contabilidade como um sistema de informação é a
responsável pelo levantamento dos dados necessários para a retroalimentação, para verificar
se o processo está adequado quanto ao aos resultados da empresa. Padovezi (2009, p. 129)
afirma que “as saídas do sistema de informação contábil são as informações necessárias para
cumprir todos os seus objetivos”.O retorno esperado só será de fato consultado nas
verificações de balanços patrimoniais, demostrações de resultados, entre outras atividades.
Uma empresa que não possuir um controle interno adequado não poderá gerenciar esses
dados. Uma empresa que não possuir um bom sistema operacional não poderá obter os dados
contábeis úteis, tanto para o fisco, quanto para as tomadas de decisões.
Para O’brien (2002, p. 28), os sistemas de informação podem ser classificados tendo
como parâmetro o tipo de atividade organizacional que eles apoiam: operações ou tomada de
decisão gerencial. O mesmo autor complementa:
Os sistemas de apoio às operações dividem-se em: Sistemas de Processamento de
Transações; Sistemas de Processos e Sistemas Colaborativos. Os sistemas de apoio
gerencial dividem-se em: Sistemas de Informação gerencial – relatórios
padronizados para os gerentes; Sistemas de Apoio à Decisão – apoio interativo à
decisão; e Sistemas de Informação Executiva – informações elaboradas
especialmente para os executivos.
Com essas divisões citadas acima, entende-se que a contabilidade é participante ativa
dos processos de sistemas de informações da empresa, sendo, inclusive, considerada a
principal geradora de informações para tomada de decisões.
As áreas de atuação do profissional contábil são bem amplas. Marion (2007, p.?)
destaca que os contadores podem exercer sua função na empresa, no ensino, em órgão público
ou ainda em um serviço independente (autônomo). Na figura a seguir aparecem as
informações detalhadas de quais profissões o contador pode exercer:
36
Figura 2 - Áreas de Atuação do Profissional Contábil (MARION, 2007)
Mesmo com todas essas amplas áreas de atuação profissional, o autor referido ainda
destaca que há outras profissões que o contador pode exercer e que não estão caracterizadas
na figura acima, e nem mesmo poderão ser consideradas como prerrogativas da profissão. São
elas:
Avaliador / Auditor
Repórter / Comunicador
Administrador de Bancos de Dados
Pesquisador
Controlador / Planejador
Intérprete / Tradutor
Designer
Construtor de Sistemas
Perito / Avaliador
Consultor
Agente de Mudança
Devido a toda essa amplitude, o profissional vem ganhando cada vez mais espaço no
mercado de trabalho. Essas são apenas algumas das áreas de atuação que faz com o que o
ensino de contabilidade seja cada vez mais frequente e mais desejado entre os homens de
negócios do futuro.
37
2.4 O Mercado de Trabalho e as Prerrogativas da Profissão Contábil
A juventude está à procura de um emprego de ofereça certezas. Certezas de boa
remuneração, oportunidades de crescimentos e baixa taxa de desemprego. "Não há
desemprego nesta profissão. Você nunca vai encontrar um bom profissional contábil
desempregado” Conforme essa afirmação de Marion e Marion (2006, p. 8) - já mencionada no
capítulo 1 – compreende-se a grande expectativa criada no curso de Ciências Contábeis. E não
é para menos. De fato o profissional contábil é muito bem visto, porém é preciso ralar muito,
pois que por mais que o mercado de trabalho seja amplo, ele não deixa de ser competitivo. A
contabilidade oferece subsídios necessários para as tomadas de decisões, portanto
osprofissionais devem acompanhar a evolução, já que as informações, hoje, ganharam
muitavelocidade com os avanços tecnológicos.
Segundo Lopes (2008) “hoje, no Brasil, possuímos cerca de 6 milhões de empresas e
instituições que necessitam de serviços contábeis; tenha a empresa o tamanho que tiver não
poderá jamais prescindir de boa organização contábil”. Porém, quanto maior for à empresa,
melhor será seu pagamento de honorários – ou melhor será sua remuneração. As melhores e
maiores organizações selecionam os melhores profissionais contábeis, pois já compreenderam
a importancia desse profissional na tomada de decisões. Quanto às micros e pequenas
empresas, ainda restam profissionais que ainda não romperam no mercado e não costumam
remunerar tão bem. Porém, ainda assim, cada um tem sua devida importancia – no seu devido
tempo.
Iucídibus (2009, p. 24) apresenta um bom conceito acerca das expectativas do
mercado de trabalho contábil:
Do ponto de vista puramente financeiro, em termos de mercado de trabalho para o
contador, as perspectivas são excelentes. Na verdade, ainda estamos no limiar de
uma era em que será reconhecida toda a importância da função contábil dentro das
entidades. O número de profissionais, com ampla visão de administração financeira,
é tão escasso, no momento, que os poucos que a possuem e, portanto têm condições
de assumir posições de controladores, diretores financeiros, chefes de
Departamentos de Contabilidade e de Custos, auditores internos e externos, têm
obtido remuneração e satisfação profissional muito grande.
De fato a informação acima deixa os jovens extremamente confiantes e com grandes
expectativas, mas como toda expectativa exagerada sempre há um risco de uma frustração
futura. Por causa disso que Marion (2001, p. 18) prefere ser mais cauteloso afirmando que
“[...] no Brasil a realidade não é tão positiva. Porém, está mudando rapidamente e com certeza
surpreenderá a muitos”. Para ele, a vinda de empresas estrangeiras trouxe e ainda tratá muitos
oportunidades aos profissionais de contabilidade. O processo de globalização é um caminho
sem volta.
38
Mesmo com a grande quantidade de pessoas jurídicas que procuram os profissionais
da área contábil, há dados que são preocupantes. Segundos dados do SEBRAE (apud
FERRONATO, 2011, p.1), no Brasil, 49,40% das empresas encerram suas atividades com até
dois anos de existência, 56,40% com 3 anos e 59,90% não sobrevivem além de 4 anos.
Acredita-se que o grande motivo de acontecer esses encerramentos de atividades se dá pelo
fato da má administração financeira-contábil, onde os gestores não sabe utilizar as
informações contábeis nas suas próprias tomadas de decisões. Muitos microempresários ainda
vê o contador como um funcionário indireto do governo, que servem apenas para cálculos e
preenchimentos de guias e formulários para atender o fisco. Ainda não se adequaram às novas
tendências mundiais. Ferronato (2011, p. 118) traz a seguinte informação: “De nada adianta
os escritórios contábeis fornecerem demonstrações gerenciais sem que o pequeno
empreendedor detenha conhecimentos para interpretar essas informações”. Pode-se completar
que de nada adianta se tornar um pequeno empreendedor se não deter habilidades contábeis
para interpretar informações geridas pelos escritórios.
Nessas situações que entra o papel de controllers, de gestores com um bom grau de
conhecimento contábil, de diretores que conquistam cargos após soluções eficazes de
sobrevivência das empresas, após a aplicação de seus dotes de contabilistas aprendidos ainda
na época da faculdade. São nessas ocasiões que os contadores alcançam patamares mais altos
e se destacam.
As atividades contábeis no Brasil constituem prerrogativas exclusivas dos
contabilistas e só podem ser exercidas por quem é habilitado junto ao Conselho Regional de
Contabilidade do Estado onde o serviço é prestado. As prerrogativas profissionais tratadas no art.
25 do Decreto-Lei nº 9.295 estão especificadas na Resolução CFC nº 560, de 28 de Outubro de 1983:
Art. 1º O exercício das atividades compreendidas na Contabilidade, considerada esta
na sua plena amplitude e condição de Ciência Aplicada, constitui prerrogativa, sem
exceção, dos contadores e dos técnicos em contabilidade legalmente habilitados,
ressalvadas as atribuições privativas dos contadores.
Art. 2º O Contabilista pode exercer as atividades na condição de profissional liberal
ou autônomo, de empregado regido pela CLT, de servidor público, de militar, de
sócio de qualquer tipo de sociedade, de diretor ou de Conselheiro de quaisquer
entidades ou, em qualquer outra situação jurídica definida pela legislação, exercendo
qualquer tipo de função.
Conforme as prerrogativas citadas acima dão ao profissinal de contabilidade a
condição de exercer a sua função através do regimento e cumprimento das normas
estabelecidas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), podendo exercer qualquer tipo de
função, tanto como empregado como autônomo, além de servidor público e sócio de alguma
entidade.
39
No Artigo 3da Resolução CFC nº 560, de 28 de Outubro de 1983, estão as
atribuições privativas de contadores. Algumas delas são:
a) Avaliação de acervos patrimoniais e verificação de haveres eobrigações,
para quaisquer finalidades, inclusive de natureza fiscal;
b) Avaliação dos fundos de comércio, apuração do valor patrimonial de
participações, quotas ou ações;
c) Reavaliações e medição dos efeitos das variações do poder aquisivo da
moeda sobre o patrimônio e o resultado periódico de quaisquer entidades;
d) Apuração de haveres e avaliação de direitos e obrigações do acervo
patrimonial de quaisquer entidades, em vista de liquidação, fusão, cisão,
expropriação no interesse público, transformação ou incorporação dessas
entidades, bem como em razão de entrada, retirada, exclusão ou
falecimento de sócios, quotistas ou acionistas;
e) Concepção dos planos de determinação das taxas de depreciação e exaustão
dos bens materiais e dos de amortização dos valores imateriais, inclusive de
valores diferidos;
f) Regulações judiciais ou extra-judiciais, de avarias grossas ou comuns;
g) Análise de custos e despesas, em qualquer modalidade, em relação a
quaisquer funções, como a produção, administração, distribuição,
transporte, comercialização, exportação, publicidade e outras, bem como a
análise com vista à racionalização das operações e do uso de equipamentos
e materiais, e ainda a otimização do resultado diante do grau de ocupação
ou do volume de operações;
h) Controle, avaliação e estudo da gestão econômica, financeira e patrimonial
das empresas e demais entidades;
i) Análise de custos com vista ao estabelecimento dos preços de venda de
mercadorias, produtos ou serviços, bem como de tarifas nos serviços
públicos, e a comprovação dos reflexos dos aumentos de custos nos preços
de venda, diante de órgãos governamentais;
j) Análise de balanços, análise do comportamento das receitas, avaliação do
desempenho das entidades e exame das causas de insolvência ou
incapacidade de geração de resultados;
k) Estudo sobre a destinação do resultado e cálculo do lucro por ação ou outra
unidade de capital investido; determinação de capacidade econômico-
financeira das entidades, inclusive nos conflitos trabalhistas e de tarifa;
l) Análise das variações orçamentárias, conciliações de contas, organização
dos processos de prestação de contas das entidades e órgão da
administração pública federal, estadual, municipal, dos territórios federais e
do Distrito Federal, das autarquias, sociedades de economia mista,
empresas públicas e fundações de direito público, a serem julgadas pelos
Tribunais, Conselhos de Contas ou órgãos similares;
m) Revisões de balanços, contas ou quaisquer demonstrações ou registros
contábeis;
n) Auditoria interna operacional, auditoria externa independente, perícias
contábeis, judiciais e extrajudiciais;
o) Fiscalização tributária que requeira exame ou interpretação de peças
contábeis de qualquer natureza;
p) Assistência aos Conselhos Fiscais das entidades, notadamente das
sociedades por ações;
q) Assistência aos comissários nas concordatas, aos síndicos nas falências, e
aos liquidantes de qualquer massa ou acervo patrionial;
r) Magistério das disciplinas compreendidas na Contabilidade, em qualquer
nível de ensino, inclusive no de pós-graduação, participação em bancas de
exames e em comissões julgadoras de concursos, onde sejam aferidos
conhecimentos relativos à Contabilidade.
Dessa forma, se pode comparar cada umadas prerrogativas apresentadas acima com a
grande quantidade de áreas de atuação a qual a contabilidade oferece. Os profissionais
contábeis podem exercer todas essas funções da qual a resolução CFC nº 560/83 permite, e
40
caracterizando assim um dos principais motivos que os fazem ser bem representativos no
mercado de trabalho.
O curso de Ciências Contábeis da UFMT/CUR estabelece todas essas opções através
de uma grade de ensino estabelecida através das diretrizes curriculares do país, dando
condições para os formandos adquirem essas habilidades após a conclusão do curso.
2.5 O Curso de Ciências Contábeis na UFMT/CUR/ICHS e as Diretrizes Curriculares
no Brasil
Em meados dos anos 80, Rondonópolis estava em desenvolvimento e eram formados
apenas técnicos contábeis na cidade. Almeida (2010) destaca que, com o objetivo de atender o
comércio, a indústria e o setor financeiro, em 27 de Janeiro de 1981 foi criado o curso de
Ciências Contábeis, através da Resolução nº CD 012.
Guizelini (2006) afirma que o primeiro vestibular do curso de bacharel em Ciências
Contábeis do Campus Universitário de Rondonópolis/UFMT foi autorizado pela Portaria nº
GR. 0023/81-A, referendada pela Resolução da CONSEPE nº 06/1981. As inscrições
ocorreram de 02 a 14 de fevereiro de 1981 e as provas de 22 a 25 do mesmo mês e ano,
ofertando 30 vagas. Em 27 de Junho de 1994, por meio da Resolução CONSEPE nº 22, foi
regulamentado o regime de matrícula por série, tendo como exigência a conclusão do curso de
Ciências Contábeis de no mínimo 05 anos e no máximo 07 anos, com carga horária de 3.060
horas.
Almeida (2010) novamente comenta que, até o ano de 1994, o curso era oferecido
apenas no período noturno. A partir de 1995, o curso de Ciências Contábeis da UFMT/CUR
passou a ser ofertado nos períodos matutinos e noturnos, sendo disponibilizadas 80 vagas para
o curso. Em 2009, houve um aumento no número de vagas para 90, sendo 45 para o período
matutino e 45 para o período noturno.
Em 2006, o curso de Ciências Contábeis da UFMT/CUR foi selecionado para
participar do ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). Este exame tem
como objetivo avaliar o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos
conteudos programáticos, suas habilidades e competências, e é realizado a cada três anos. O
ENADE integra o SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação), pela lei nº 10.861
de 14/04/04, Portaria nº 107 e 2.051 de 22/07/04. Segundo dados do INEP (2013), os alunos
participantes são aqueles que estão cursando o primeiro e o último anos de cada curso, sendo
o aluno sorteado, obrigado a participar do exame.As notas atribuidas as instituições vão de 01
a 05, sendo esta nota composta pelo resultado dos estudantes no ENADE e pelo IDD (Indice
de Diferença Entre os Desempenhos Observados e Esperados) que é a diferença entre o
41
desempenho médio do concluinte de um curso e o desempenho médio estimado para os
concluintes deste mesmo curso.
Na UFMTCampus Rondonópolis, são ofertados os seguintes cursos de graduação:
Administração, Biblioteconomia, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Ciências
Econômicas, Enfermagem, Engenharia Agrícola e Ambiental, Engenharia Mecânica,
Geografia, História, Letras, Matemática, Pedagogia, Psicologia, Sistema de Informação e
Zootecnia. Cada um desses cursos ofertados apresentam suas DCNs (diretrizes curriculares
nacionais). As DCNs são normas obrigatórias que orientam o planejamento curricular das
entidades da educação básica e dos sistemas de ensino. Elas são discutidas, concebidas e
fixadas pelo CNE (Conselho Nacional de Educação). Segundo Rodrigues (2012) “As
diretrizes buscam promover a equidade de aprendizagem, garantindo que conteúdos básicos
sejam ensinados para todos os alunos, sem deixar de levar em consideração os diversos
contextos nos quais eles estão inseridos”.O artigo 2º da Resolução CNE/CES Nº 10/2004
estabelece a organização curricular do curso através de um Projeto Pedagógico, e acrescenta
que a grade curricular deverá obter os seguintes aspectos:
I - perfil profissional esperado para o formando, em termos de competências e
habilidades;
II – componentes curriculares integrantes;
III - sistemas de avaliação do estudante e do curso;
IV - estágio curricular supervisionado;
V - atividades complementares;
VI – monografia, projeto de iniciação científica ou projeto de atividade – como
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) – como componente opcional da instituição;
VII - regime acadêmico de oferta;
VIII - outros aspectos que tornem consistente o referido Projeto.
O Projeto Pedagógico citado acima representa o que é necessário de essencial para
todos os cursos de graduação, inclusive o de Ciências Contábeis. As formas de avaliação
dependerão de cada instituição de ensino, assim como os métodos de aplicação, porém todos
devem respeitar o que está imposto nos dados citados acima. Caso não seja respeitado, os
fundamentos estabelecidos nas diretrizes curriculares tornam-se inuteis, podendo em
conseqüencia gerar prejuizos a universidade.
O artigo 3º dessa Resolução consta as condições úteis e necessárias que se espera que
o futuro profissional esteja capacitado. São essas:
I - compreender as questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras,
emâmbito nacional e internacional e nos diferentes modelos de organização;
II - apresentar pleno domínio das responsabilidades funcionais envolvendo
apurações,auditorias, perícias, arbitragens, noções de atividades atuariais e de
quantificações deinformações financeiras, patrimoniais e governamentais, com a
plena utilização de inovaçõestecnológicas;
III - revelar capacidade crítico-analítico de avaliação, quanto às
implicaçõesorganizacionais com o advento da tecnologia da informação.
42
Referente às disciplinas que o curso de graduação de Ciências Contábeis deverão
contemplar, o Artigo 5º dessa Resolução destaca que os conteúdos deverão revelar
“conhecimento do cenário econômico e financeiro, nacional e internacional, de forma a
proporcionar a harmonização das normas e padrões de contabilidade”. O perfil definido para o
formando deverá abranger as seguintes exigências:
I - conteúdos de Formação Básica: estudos relacionados com outras áreas do
conhecimento, sobretudo Administração, Economia, Direito, Métodos Quantitativos,
Matemática e Estatística;
II - conteúdos de Formação Profissional: estudos específicos atinentes às Teorias da
Contabilidade, incluindo as noções das atividades atuariais e de quantificações de
informações financeiras, patrimoniais, governamentais e não-governamentais, de
auditorias, perícias, arbitragens e controladoria, com suas aplicações peculiares ao
setor público e privado;
III - conteúdos de Formação Teórico-Prática: Estágio Curricular Supervisionado,
Atividades Complementares, Estudos Independentes, Conteúdos Optativos, Prática
em Laboratório de Informática utilizando softwares atualizados para Contabilidade.
Para atender a essas exigências, o Curso de Ciências Contábeis apresentou uma nova
grade curricular a partir de 2010. Entre os conteúdos programáticos, destacam-se as atividades
referentes a utilização dos laboratórios de informática, extras curriculares, incentivos a
pesquisa científica e estágio supervisionado. No quadro abaixo seguem as disciplinas que
formam a grade curricular do curso na UFMT/CUR:
43 Quadro 3 - Grade curricular do curso de Ciências Contábeis da UFMT/CUR (Formação Básica de
Natureza Humanística e Social e Formação Profissional)
Categoria de disciplinas Disciplinas Carga Horária
1ª
FORMAÇÃO BÁSICA
DE NATUREZA
HUMANÍSTICA E
SOCIAL
Português Instrumental 128
Matemática Aplicada 64
Matemática Financeira 64
Sociologia e Ciências Políticas 64
Psicologia Organizacional 64
Filosofia 64
Instituição do Direito Público e Privado 64
Introdução à Administração 64
Economia I 64
Economia II 64
Metodologia da Pesquisa Contábil 64
Estatística Aplicada 64
Métodos Quantitativos Aplicados à Contabilidade 64
Direito Empresarial 64
Planejamento Estratégico e Orçamento Empresarial 64
Legislação Trabalhista e Previdenciária 64
Legislação Tributária 64
Administração Financeira 128
Sub-Total 01 1.280
2ª
FORMAÇÃO
PROFISSIONAL
Noções Básicas de Contabilidade 128
Finanças e Orçamento Público 64
Contabilidade Geral 128
Ética e Legislação Profissional 64
Noções Básicas de Atuária 64
Estrutura e Análise das Demonstrações Contábeis 128
Contabilidade e Análise de Custos 128
Contabilidade Governamental 128
Sistemas de Informações Gerenciais 64
Teoria Geral da Contabilidade 64
Estágio Supervisionado I 128
Perícia, Mediação e Arbitragem 64
Contabilidade no Agronegócios 64
Contabilidade Tributária 64
Auditoria 128
Contabilidade Gerencial 64
Contabilidade Internacional 64
Estágio Supervisionado II 128
Controladoria 64
Sub- Total 02 1.728
Fonte: Departamento de Ciências Contábeis/UFMT/CUR
44 Quadro 4 - Grade curricular do curso de Ciências Contábeis da UFMT/CUR (Formação Flexibilidade
Disciplinas e Atividades Complementares)
3ª
Formação flexibilidade
disciplinar e atividades
complementares
Técnicas de Projeto de Pesquisa Científica 64
Optativa I 64
Optativa II 64
Atividades Complementares I 45
Atividades Complementares II 45
Atividades Complementares III 30
Atividades Complementares IV 30
Trabalho de Conclusão de Curso 150
Sub-Total 03 492
CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO 3.500
Fonte: Departamento de Ciências Contábeis/UFMT/CUR
O plano político pedagógico do curso de Ciências Contábeis da UFMT/CUR
possuem três categorias:
Formação Básica de Natureza Humanística e Social: Constituem disciplinas que
colocam uma visão global do que o curso de graduação deve oferecer. São apresentadas
matérias que não se relacionam diretamente com a contabilidade, mas mesmo assim não deixa
de ser importante para a formação do contador.
Formação Profissional: São constituidas por disciplinas que capacitam o
profissional nas suas áreas de atuação direta, caracterizadas pelo ensino da contabilidade
propriamente dita, e dividida em matérias específicas para facilitar a aprendizagem do
graduando.
Formação Flexibilidade Disciplinar e Atividades Complementares: Representam
as técnicas de projeto de pesquisa científica, atividades complementares e optativas, e o
próprio trabalho de conclusão de curso, representado nessa instituição de ensino pela
monografia. Nessa terceira categoria está representada a principal diferença da UFMT quanto
às demais instituições.
Com essa estrutura de ensino, a Universidade Federal de Mato Grosso visa formar
profissionais capacitados ao mercado de trabalho em 05 (cinco) anos de estudo, oferece um
quadro de professores concursados e/ou contratados aptos para ministrar o conhecimento
contábil com a utilização de métodos pedagógicos eficientes. Os profissionais de
contabilidade formados por essa instituição ganham reconhecimento e prestígio por terem
estudado em uma universidade com qualidade de ensino reconhecida nacionalmente.
Para a continuidade desse ensino considerado qualificado pelos alunos, há uma
necessidade da utilização de professores no processo de aprendizagem. Segundo Marion
(1996, p. 25) “se o professor não demonstrar alegria por estar vivendo, pelo menos
45
parcialmente, a disciplina lecionada, dificilmente conseguirá convencer o aluno de sua
importância”. Então um dos grandes desafios da instituição é fazer com que os graduandos
entendam a real valor da disciplina só pela observância dos métodos de ensino usados pelos
próprios professores.
O incentivo à pesquisa cientifica é outra caracteristica positiva da instituição, já que
todos os alunos formados passam por um treinamento de capacitação profissional através da
apresentação de monografias com bancas formadas por professores renomados da própria
instituição, que orientam e incentivam a pesquisa no estudo da ciência contábil.
46
3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
O objetivo do trabalho é a análise das expectativas dos estudantes do terceiro ano
quanto ao curso de Ciências Contábeis na UFMT/CUR. Para o levantamento desses dados, foi
preciso inicialmente descobrir quais são os cursos de graduação da instituição que mais
agradam os alunos. Partindo do pressuposto que os estudantes tem um grau de entendimento
inferior aos graduandos e decidem esse ano o curso de graduação que farão após a conclusão
do ensino médio.
A seguir serão apresentados os resultados dos dados levantados através da aplicação
de um questionário pré-estabelecido, composto por 12 questões fechadas e de fácil
compreensão. O levantamento foi feito com 84 estudantes matriculados no terceiro ano do
ensino médio, no ano letivo de 2013, no dia 27 de Março de 2013. Foram selecionadas 04
escolas públicas e 04 escolas privadas. A pesquisa foi autorizada pelos coordenadores – ou
diretores - de cada instituição. Segue abaixo a distribuição dos questionários por escola:
Conselho Deliberativo Joaquim Nunes Rocha 10
Escola Estadual Major Otávio Pitaluga 10
Escola Estadual Prof Elizabeth de Freitas Magalhães 12
Instituto Federal de Mato Grosso 10
Tabela 1 - Distribuição dos questionários por escolas públicas
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
Centro de Ensino Khalil Zaher 16
Colégio Adventista de Rondonópolis 10
Colégio Cândido Portinari Casinha Feliz – Centro de Ensino 11
Cooperativa de Ensino Álvares Cabral 5
Tabela 2 - Distribuição dos questionários por escolas privadas
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
Conforme análise das tabelas acima, o questionário foi aplicado para 42 alunos de
escolas públicas e para 42 alunos de escolas privadas. Entre as escolas públicas, três foram
aplicadas no período matutino (Nunes Rocha, Elizabeth e IFMT) e uma foi aplicada no
período vespertino (EEMOP). Entre as escolas privadas, uma foi aplicada no período
matutino (Portinari) e três foram aplicadas no período vespertino (Khalil, CEAC e
Adventista). Segue abaixo a divisão desses dados por período:
47
Período Matutino Período Vespertino
Nunes Rocha EEMOP
Elizabeth CEAC
IFMT Khalil Zaher
Portinari Adventista
Tabela 3 - Distribuições das escolas por período.
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
A primeira questão do questionário visava descobrir qual a idade dos estudantes. As
opções variavam em: até 15 anos, 16 anos, 17 anos e acima de 18 anos.
Gráfico 1 - Idade dos estudantes
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
Através da análise desse primeiro gráfico, permite-se concluir que os alunos
questionados, em sua maioria, obtinham idades entre 16 e 17 anos. Nas escolas públicas, os
alunos com 17 anos (20) foram superiores aos alunos com 16 anos (17), porém, nas escolas
privadas, os alunos com 16 anos (28) foram superiores aos alunos com 17 anos (12). Apenas
01 aluno da rede pública tinha até 15 anos, e 04 dos 06 estudantes com idade acima de 18
anos também são alunos da rede pública. No geral, são 45 alunos com 16 anos (54%), 32
alunos com 17 anos (38%), 6 alunos com idade igual ou superior a 18 anos (07%) e apenas 01
aluno com idade igual ou inferior a 15 anos (01%).
1%
54%38%
7%
Amostragem Gráfica - Idade
Até 15 anos
16 anos
17 anos
Acima de 18 anos
48
Com essa idade, os alunos estão em um período de novas descobertas, e indecisões
sobre o futuro costumam aparecer nessa época. O grau de maturidade ainda não é o ideal para
a escolha do curso de graduação que definirá sua profissão futura. Ainda são adolescentes e
ainda têm dificuldades de enfrentar tarefas e tomar decisões sem a ajuda de algum
responsável, ou simplesmente com esforço próprio. Postic (1993apudAZZI, 2000, p. 102) faz
a seguinte afirmação a respeito disso:
Os jovens, hoje, procuram ter e não ser. Os educadores devem levá-los a descobrir
que só se possui realmente o que se ganha em relação a si próprio, através do esforço
sobre si para existir, posicionando-se como pessoa face aos outros e fazendo assim
um ato de liberdade.
Acerca dessa afirmativa, entende-se que os jovens devem alcançar a liberdade
através do esforço próprio, criando dentro de si uma força motivadora que os permita
estimular os sonhos de possuir uma boa carreira, através de suas próprias decisões.
A segunda questão do questionário visava descobrir como está distribuido o gênero
dos alunos pesquisados.
Gráfico 2 - Gênero dos estudantes
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
O segundo gráfico descrito acima permite mostrar que o genêro predominante entre
os pesquisados foi o sexo feminino. Nas escolas particulares as moças questionadas foram 25.
Nas escolas públicas, a quantidade é ainda maior: 30. Ao todo, são 55 estudantes do sexo
feminino e 29 estudantes do sexo masculino. Em todas as escolas que participaram do
questionário, a quantidade de meninas nas salas de aula é superior a quantidade de meninos.
Comparando o curso de Ciências Contábeis com os demais cursos de graduação oferecidos
35%
65%
Amostragem Gráfica - Gênero
Masculino
Feminino
49
pela UFMT/CUR, há diversos outros cursos que agradariam as meninas, como Psicologia,
Pedagogia e Enfermagem, além dos cursos de licenciatura como Letras, História e Geografia,
entre outros. Conclui-se esse fato pode interferir diretamente no resultado final dessa
pesquisa, o que caracteriza a sua grande importância nessa análise.
Com o intuito de descobrir se os adolescentes pesquisados já tem definido o curso de
graduação, foi elaborada a questão 03, representada no gráfico a seguir:
Gráfico 3 - Definição do curso de graduação dos estudantes
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
Apesar de ainda serem novos e inexperientes no mercado de trabalho, a maioria dos
estudantes tem plena convicção do curso de graduação que pretender fazer após concluir o
ensino médio. 65 estudantes disseram que sim e os outros 19 estudantes disseram que não,
que ainda não tem definido o curso de graduação. Entre esses indecisos, 12 são da rede
pública de ensino e 07 da rede privada. Entre os que sabem o que vão cursar,30 estão nas
escolas públicas e 35 nas escolas particulares.
Como analisado anteriormente, parte desses estudantes possuem idades entre 16 e 17
anos e, em sua maioria, do sexo feminino. Em uma análise do mercado de trabalho, seria algo
normal os alunos mudarem constantemente de opções à medida que vão ficando mais velhos.
Bem se sabe que a Ciência Contábil é a ciência do futuro, porém muitos só irão perceber isso
no momento em que se depararem com as necessidades do mercado de trabalho. As mulheres
não optam por esse curso a principio enquanto ainda estão no ensino médio, mas geralmente
77%
23%
Amostragem Gráfica - Já tem definido o curso de graduação?
Sim
Não
50
optam pelo curso quando conhecem as tendências do mercado e percebem o retorno que um a
faculdade na área contábil poderá lhe proporcionar no futuro.
Analisando numa visão globalizada dessa faixa etária, percebe-se que os estudantes
até podem ter uma ideia do que pretende fazer como curso superior, mas a história muda
quando eles entram na sociedade e no mercado de trabalho. Dantas (1995, p. 76) faz a
seguinte afirmativa: “É importante acentuar: no grupo jovem exerce sua vontade, discrimina,
decide. Na sociedade sente-se perdido numa rede de deveres e responsabilidades, não se sente
pessoa, não controla nada, a começar pelo trabalho”. Como o questionário foi preenchido no
momento em que estavam com o seu grupo (sala de aula) é bem provável que possam ter sido
influenciados, ou até mesmo sucumbidos pela necessidade da escolha, porém há a hipótese
deles terem assinalados que já tem definido o curso de graduação, mesmo com um universo
de dúvidas na sua mente.
A questão 04 do questionário foi elabarada para descobrir os pontos que são
essenciais na escolha do curso de graduação, segundo os estudantes pesquisados. As
alternativas eram as seguintes: Status da Profissão, Remuneração, Influência Familiar ou Área
de Interesse.
51 Gráfico 4 - Definição do que é essencial na escolha do curso dos estudantes
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
A grande maioria (60 dos 84 alunos) acredita que escolher o curso através da sua
área de interesse é o essencial. Ainda há 12 que acreditam que deve-se optar o curso que
oferecerá uma boa remuneração, e outros 10 tem plena convicção de que deverá ser escolhido
aquele que oferecer um bom status de profissão. Entre os alunos que optaram pela
remuneração, 08 estão nas escolas privadas e 04 estão nas escolas públicas. Já os que
acreditam que o essencial na escolha do curso é o status da profissão, 09 estão nas escolas
públicas e 01 está em alguma escola privada. Apenas 01 estudante da escola particular
acredita que o curso deverá ser escolhido por influência familiar e ainda há um outro que
deixou a questão em branco.
O principal ponto positivo na resposta dessa última questão é que os alunos
acreditam que fazer o curso que lhe é de seu interesse é essencial. Apesar de ser praticamente
um resultado óbvio, muitos graduandos optaram pelos seus cursos porque não conseguiram
entrar em uma faculdade que oferecia o curso que tanto sonhava. Um dos fatos que justifica
esse acontecimento é por que esse curso de graduação não tem na cidade em que o estudante
mora, ou até o acesso à universidade é concorrido. Isso é comum em Rondonópolis que não
dispõe de cursos como Medicina, Turismo, Veterinária, Odontologia e Arquitetura, além de
cursos tradicionais que são oferecidos apenas por faculdades particulares como Direito,
Engenharia Civil, Marketing, Recursos Humanos e Secretariado Executivo, entre outros.
Como muitos alunos assinalaram que a escolha do curso na área de interesse é
essencial e ligando a hipótese de que a UFMT/CUR pode não oferecê-lo, remete-se a questão
12%
15%
1%
72%
Amostragem Gráfica - O que é essencial na escolha do curso
Status da Profissão
Remuneração
Influência Familiar
Área de Interesse
52
05 do questionário aplicado: Há interesse dos estudantes cursarem sua graduação nessa
instituição de ensino? Se tratando de uma questão com respostas fechadas, as únicas
alternativas são sim ou não. O resultado poderá ser interpretado através da seguinte
amostragem gráfica:
Gráfico 5 - Definição do interesse dos estudantes pela UFMT/CUR
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
Conforme demonstrado no gráfico acima, a maioria dos estudantes pesquisados se
interessa em estudar na UFMT/CUR. Mais precisamente, 53 alunos - ou 63%. Nas escolas
públicas, 31 alunos gostam da ideia de fazer o curso de graduação nessa instituição e 11
afirmam de forma negativa. Porém, quando se trata de escolas particulares, há um equilíbrio
maior: 22 alunos da rede privada têm interesse e 20 alunos não tem. Um dos motivos para
essa visível diferença nos colégios particulares é que os alunos acabam tendo uma visão mais
ampla em relação à faculdade que oferece o curso de seu interesse. Uma família que tem
condição de pagar o estudo do filho no ensino médio, certamente também terá condição de
pagar o estudo do filho em boas instituições em outras cidades, ou até mesmo faculdade
particulares que ofertam o curso na área de interesse. Isso não ocorre pra quem estuda na rede
pública. Uma das obrigações do governo é oferecer educação a todos. Como a quantidade de
adolescentes é alta e o investimento em escolas ainda é precário, o ensino acaba sendo
prejudicado. Para boa parte dos estudantes do terceiro ano, a alternativa é entrar em uma
Instituição Federal para não ter que pagar a mensalidade, ou para assumir uma posição de
63%
37%
Amostragem Gráfica - Interesse dos estudantes em estudar na
UFMT Campus Rondonópolis
Sim
Não
53
destaque (status) que as faculdades particulares não oferecerem – isso se deve a alta
concorrência para entrar em uma Universidade Federal.
Mesmo com essa diferença entre as escolas, mais da metade dos estudantes da rede
privada tem interesse em estudar na UFMT. Talvez o motivo não seja a isenção da
mensalidade ou então o status de se estudar em uma Universidade Federal, pode ser porque
consideram a qualidade do ensino muito boa, ou gostam da estrutura do Campus. Pode-se
descobrir isso através da questão de número 6 do questionário:O que levaria os estudantes do
terceiro ano do ensino médio a optar pela instituição? As alternativas eram pela isenção da
mensalidade, pela qualidade do ensino, pelo status da instituição, pela estrutura do campus ou
não teria nenhum motivo para escolherem estudar nela.
Gráfico 6 - Definição do que levaria os estudantes a optarem pela UFMT/CUR
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
Para análise e interpretação dos dados levantados na amostra gráfica 06, tem-se a
necessidade de comentar cada uma das alternativas escolhidas pelos alunos. A alternativa
Qualidade de Ensino foi a preferida entre os pesquisados, representados por 38 alunos, sendo
15 da rede particular e 23 da rede pública. Essa é uma caracteristica extremamente positiva
para a instituição, já que a qualidade do ensino é reconhecida por 46% dos estudantes. Quanto
analisado apenas as escolas do governo, mais da metade escolheram essa opção, apenas
confirmando o grande trabalho feito pelos docentes nas instituições federais.
Com a segunda alternativa mais escolhida está para aqueles que não estudariam na
UFMT/CUR sob nenhuma hipótese. Normalmente esses são aqueles que têm plena convicção
19%
46%
12%
2%
21%
Amostragem Gráfica - O que levaria os estudantes a optarem
pela UFMT Campus Rondonópolis
Isenção da Mensalidade
Qualidade do Ensino
Status da Instituição
Estrutura do Campus
Nada me levaria a optar
pela instituição
54
de que o que tem reservado para o seu futuro como profissão não está representado por
nenhum curso de graduação na instituição. São 17 alunos, sendo 11 da rede privada e apenas
06 da rede pública. Em sequência, os estudantes que estudariam na universidade por gostarem
da ideia de não ter que pagar uma mensalidade todo mês são representados por 16 alunos, ou
19% do total. Entre esses, 12 são de escolas públicas e apenas 04 são de particulares. Esses
dados apenas confirma o que foi citado anteriormente, quando dito que alguns estudantes de
terceiro ano das escolas do governo só conseguiriam entrar pra faculdade se fossem aprovados
em uma Universidade Federal, devido à insuficiência financeira para pagar um curso em uma
Faculdade Educacional particular.
Os que acreditam que o Status de estudar na UFMT/CUR seria o principal motivo
para escolhê-la, são representados por 10 alunos, ou 12% do total geral. São esses, 05
estudantes da rede pública e também 05 da rede privada. Para finalizar a interpretação da
questão 06, apenas 02 estudantes de escolas privadas reconhecem que a estrutura do Campus
é o principal motivo que os fariam optar pela instituição.
Para discorrer sobre os motivos que influenciam na escolha do curso, Soares (2006,
p. 19) traz três proposições que se referem aos motivos que justificam essa decisão: a) o
mercado de trabalho é sinalizador na escolha de um curso de graduação; b) o estudante decide
com uma visão de curto prazo; c) o ambiente social e familiar influencia a sua decisão. Esses
motivos podem ser positivos ou negativos dependendo do ambiente em que o estudante está
envolvido.
Óbvio que as escolhas vão se alternando à medida que os estudantes conhecem os
cursos de graduação que tem na faculdade. Desse modo, foi elaborada a questão 07 com a
seguinte indagação: Conhece os cursos de graduação da UFMT Campus Rondonópolis?
55 Gráfico 7 - Definição do conhecimento dos estudantes em relação aos cursos ofertados pela UFMT/CUR
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
A grande maioria dos estudantes pesquisados afirma conhecer apenas alguns cursos
ofertados pela UFMT/CUR, ou 91% do total geral (76 alunos). Os que conhecem todos os
cursos são 06 – sendo 04 de escolas públicas e 02 de escolas públicas. Apenas 02 alunos
afirmaram não conhecer nenhum curso oferecido pela instituição, sendo 01 da pública e 01 da
particular.
Por conta disso, a questão 08 foi elaborada afim de informar aos alunos quais são os
cursos ofertados pela Universidade Federal de Mato Grosso Campus Rondonópolis. Foi
solicitado aos estudantes que selecionassem, na listagem de todos os cursos, três cursos que
mais se aproximasse de sua área de interesse.
7%
91%
2%
Amostra Gráfica - Conhecimento dos cursos de graduação
oferecidos pela UFMT/CUR
Todos
Alguns
Nenhum
56 Gráfico 8 - Definição dos cursos de graduação da UFMT/CUR que são de interesse dos alunos
pesquisados.
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
0 5 10 15 20 25 30 35
Administração
Biblioteconomia
Ciências Biológicas
Ciências Contábeis
Ciências Econômicas
Enfermagem
Engenharia Agrícola e Ambiental
Engenharia Mecânica
Geografia
História
Letras
Matemática
Pedagogia
Psicologia
Sistemas de Informação
Zootecnia
Amostra Gráfica - Os cursos de graduação da UFMT/CUR que
correspondem ao interesse dos estudantes (por quantidade de alunos)
57
Antes da interpretação dos resultados da questão 08, é preciso explicar a forma de
levantamento dos dados para essa questão. Os estudantes deveriam assinalar os três cursos
que mais lhes interessariam, porém, alguns alunos assinalaram apenas uma ou duas questões.
Ainda teve 11 alunos que deixaram a questão em branco, correspondendo, então, a 75
pesquisados no geral (22 da particular e 23 da pública). A fim de separar os resultados de
pesquisa da questão 8 por escolas, segue tabela abaixo:
ESCOLA PÚBLICA ESCOLA PARTICULAR
Adminstração 13 07
Biblioteconomia 01
Ciências Biológicas 05 07
Ciências Contábeis 09 05
Ciências Econômicas 09
Enfermagem 08 14
Eng. Agricola e Amb. 13 07
Eng. Mecânica 08 11
Geografia 03 04
História 03 06
Letras 03
Matemática 04 02
Pedagogia 04 03
Psicologia 13 19
Sistema de Informação 03 02
Zootecnia 09 10
Tabela 4 - Definição dos cursos de graduação UFMT/CUR que são de interesse dos alunos, separados em
escolas públicas e privadas (por quantidade de alunos)
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
Conforme analisado no gráfico e na tabela anteriores, 14 alunos de um total de 75
escolheram o curso de Ciências Contábeis, representando 18,57%. Considerando o universo
dos cursos, essa quantidade de escolhas pelo curso é suficiente para suprir a expectativa da
instituição. Conforme analisado na tabela acima, 09 são de alunos da rede pública e 05 da
rede privada. No gráfico 02, observa-se que a quantidade de garotas é superior a quantidade
de garotos (65% e 35%, respectivamente). Com isso, teve-se a necessidade de fazer um
comparativo entre o curso mais escolhido pelos estudantes (Psicologia) e o curso de Ciências
Contábeis. Segue tabela abaixo:
58
Gênero Masculino Gênero Feminino
Ciências Contábeis 07 07
Psicologia 04 28
Tabela 5 - Definição do gênero dos estudantes que optaram pelos cursos de Ciências Contábeis e
Psicologia (por quantidade de alunos)
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
Observando a Tabela 05, compreende-se que um dos motivos para o curso de
Psicologia ter sido o mais escolhido foi porque a quantidade de garotas é superior. Das 55
alunas pesquisadas, 28 se interessam por esse curso de graduação. Já os 29 garotos
pesquisados, apenas 04 se interessariam por Psicologia, porém 07 se interessariam em
Ciências Contábeis, a mesma quantidade das meninas que se interessam por esse curso. Se os
genêros dos estudantes pesquisados estivessem equiparados, certamente a quantidade dos que
se interessaria por Ciências Contábeis seria maior.
Além de Psicologia, outros 05 cursos de graduação foram mais escolhidos que
Contábeis. São eles: Enfermagem (22), Engenharia Agrícola e Ambiental (20), Zootecnia
(19), Engenharia Mecânica (19) e Administração (18). De todos esses cursos, apenas
Administração não é oferecido em tempo integral. Então se considerar apenas os que são
ofertados em apenas um turno (pode ser o matutino ou o noturno), o curso de Ciências
Contábeis foi o segundo mais escolhido. Os três que mais decepcionaram nas escolhas foram
Biblioteconomia, Letras e Matemática (01, 03 e 06, respectivamente).
Como na questão 08 foi solicitado aos alunos que marcassem três opções, a questão
09 tem como objetivo posicioná-las em níveis de prioridades. Os estudantes teriam que
marcar qual seria a sua primeira opção entre os três cursos que eles mesmo selecionaram na
questão anterior. Consequentemente também fariam isso para definir a segunda e a terceira
opção. Segue abaixo uma representação gráfica das definições em níveis de prioridades dos
alunos que optaram pelo curso de Ciências Contábeis:
59 Gráfico 9 - Definição do nível de prioridade dos estudantes que se interessam pelo Curso de Ciências
Contábeis (por quantidade de alunos).
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
Conforme observado no Gráfico 09, metade dos alunos (07 de 14) teriam o curso de
Ciências Contábeis como o principal curso entre os três que eles mesmo selecionaram. Para
complementar com a outra metade, 04 alunos teriam o curso como a terceira opção e 03
alunos escolheriam como a segunda opção.
A fim de informar e comparar entre o curso pesquisado e o curso preferido pelos
estudantes, foi verificado o nível de prioridade dos estudantes que escolheram o curso de
Psicologia. O resultado foi o mesmo que o de Contábeis: metade dos alunos, ou 16 de 32, tem
o curso de Psicologia como sua primeira opção entre os cursos ofertados pela UFMT Campus
Rondonópolis.
Como apenas 14 dos 84 alunos pesquisados não querem fazer Ciências Contábeis, foi
elaborada a questão 10 a fim de se descobrir o motivo. As alternativas eram: grau de
dificuldade, tem outras prioridades, não gosta de conta ou não tem motivo específico. Segue
abaixo a representação gráfica:
50%
21%
29%
Amostragem Gráfica - Nível de Prioridade dos estudantes que se
interessam pelo Curso de Ciências Contábeis na UFMT/CUR
Primeira Opção
Segunda Opção
Terceira Opção
60 Gráfico 10 - Definiçao dos motivos que levaram os estudantes pesquisados a não optar pelo curso de
Ciências Contábeis na UFMT/CUR.
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
Dos 70 estudantes pesquisados, exatamente a metade não escolheu o curso de
Ciências Contábeis entre os três que correspondem ao seu interesse por terem outras
prioridades. Logo em seguida estão aqueles que não gostam de conta, representados por 15
alunos. Outros 15 não souberam informar o motivo por não ter escolhido o curso e, por fim,
05 estudantes acreditam que o grau de dificuldade dessa graduação é elevado, e por esse
motivo não o escolheram. Conclui-se que a maioria dos estudantes não escolhe a profissão
contábil por não ter como prioridade trabalhar na área.
Com o intuito de analisar os outros 14 estudantes que se interessam pelo curso de
Ciências Contábeis, e a fim de verificar quais são as suas expectativas, foi elaborada a décima
primeira e penúltima questão. As alternativas eram: a) Influência Familiar, b) Status da
Profissão, c) Remuneração, d) Mercado de Trabalho, e) Concurso Público, f) Possuir Nível
Superior, g) Profissão Desejada e h) Entre os cursos ofertados, é o que desperta maior
interesse.
7%
50%22%
21%
Amostra Gráfica - Motivos que fizeram os estudantes a não
optar pelo curso de Ciências Contábeis da UFMT/CUR
Grau de dificuldade
Tem outras prioridades
Não gosta de conta
Não tem motivo
61 Gráfico 11 - Definição dos motivos que levaram os estudantes pesquisados a optar pelo curso de Ciências
Contábeis na UFMT/CUR
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
Os 14 estudantes tiveram 08 alternativas para escolherem quanto aos motivos que os
levarem a optar por Contábeis. Dessas alternativas, apenas a de Status da profissão não foi
assinalada. Com 03 respostas cada, o Mercado de Trabalho e o curso ofertado que mais
desperta interesse foram as opções preferidas. Em seguida, com 02 marcações cada ficaram as
opções Concurso Público, Remuneração e Influência Familiar. Um aluno marcou que
Ciências Contábeis é a profissão desejada e outro aluno marcou que escolheu esse curso
apenas para possuir um curso superior.
Um dos pontos curiosos que podem ser observados no último gráfico, é que 02
estudantes escolheram o curso de Ciências Contábeis por influência familiar, porém no
Gráfico 04 apenas um estudante acreditava que essa influência vindo de casa é essencial na
escolha do curso de graduação. Outro fato curioso é que ainda no Gráfico 04, 72% dos alunos
pesquisados acreditavam que o essencial na escolha do curso é a área de interesse, porém
apenas 01 estudante entre 14 que escolheram o curso de Ciências Contábeis tem essa como a
profissão desejada.
Com esses novos dados, percebe-se que os estudantes não sabem exatamente o que
aprenderão no curso de Ciências Contábeis, mas sabem que esse curso lhes trarão grandes
14%0%
14%
22%
14%
7%
7%
22%
Amostragem Gráfica - Motivos que levaram os estudantes
pesquisados a optar pelo curso de Ciências Contábeis na
UFMT/CUR
Influência Familiar
Status da Profissão
Remuneração
Mercado de Trabalho
Concurso Público
Possuir Nivel Superior
Profissão Desejada
Entre os cursos ofertados, é o mais interessante
62
retornos como boa remuneração, bons espaços no mercado de trabalho, grandes chances de
serem aprovados em concursos públicos e, até mesmo, possuir um nível superior em uma das
profissões que mais crescem com a globalização.
Segundo Sontag (2006, p. 11) “O principal fator que leva os acadêmicos a cursar
Ciências Contábeis é a busca de melhores oportunidades profissionais, esperando, assim, ter
uma formação para uma futura profissão, o que possibilita para muitos seguir a carreira
desejada”. Então, essa é só mais uma comprovação de fatos que o levantamento de dados
trouxe a presente pesquisa.
Com o objetivo de verificar como a profissão contábil é vista, não só pelos que
optaram pelo curso como também pelos outros estudantes, foi criada a questão 12. Essa
última questão busca trazer informações quanto à opinião dos estudantes o que eles pensam
sobre a profissão do contador e dos demais trabalhadores dessa área. As alternativas foram as
seguintes: a) Apenas mais uma profissão, b) Profissão promissora, c) Profissão em fase de
expansão e reconhecimento, d) Profissão saturada no mercado de trabalho, e) Iguala-se a
outras profissões e f) Não sabe nada sobre essa profissão.
63 Gráfico 12 - Definição de como os alunos vêem a profissão contábil hoje.
Fonte: Dados obtidos na investigação realizada pelo pesquisador
Das 06 alternativas que foram dadas como opções de respostas, todas foram bem
preenchidas. Ainda teve 06 estudantes que deixaram essa questão em branco, sendo
pesquisados então 78 estudantes. A opção preferida por eles foram a de que essa é uma
profissão em fase de expansão e reconhecimento. Ainda que muitos não tenham escolhido o
curso de Ciências Contábeis, sabem que essa é a profissão do futuro. 22 estudantes de um
total de 78 marcaram essa opção, correspondendo a 28% do total.
A segunda opção preferida dos estudantes também é muito positiva. 19 alunos, ou
24%, acreditam que essa é uma profissão promissora. Se juntar essas duas opções desejadas,
conclui-se que mais da metade dos alunos sabem que a área da contabilidade é promissora e
está em fase de expansão e reconhecimento.
De forma negativa, 12 alunos acreditam que essa profissão está saturada no mercado.
As demais também não foram positivas: 09 alunos afirmaram não saber nada sobre essa
profissão, outros 09 acreditam que essa é apenas mais uma forma de emprego que o mercado
oferece e não conseguem enxergar uma posição de destaque para ela. Por fim, 07 estudantes
acreditam que a profissão contábil se iguala as demais profissões.
12%
24%
28%
15%
9%
12%
Amostragem Gráfica - Como a profissão contábil é vista hoje
pelos estudantes pesquisados
Apenas mais uma
profissão
Profissão promissora
Profissão em fase de
expansão/reconhecimento
Profissão saturada no
mercado
Iguala-se a outras
profissões
Não sei nada sobre esta
profissão
64
4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Com base nas considerações e análise da pesquisa de campo, percebe-se que
estudantes do terceiro ano do ensino médio não têm como objetivo de vida se tornar um
profissional nessa área, porém não descarta a ideia de estudar na instituição que oferece uma
boa qualidade de ensino, e um curso com uma área de atuação bem ampla e com grandes
oportunidades ao mercado de trabalho. Conclui-se que nenhum estudante cresce com uma
expectativa de se tornar o maior contador de todos os tempos, mas apresentam a expectativa
de que a contabilidade lhes trará grandes oportunidades no competitivo mundo em fase de
globalização, conquistando uma profissão onde dificilmente ficarão desempregados.
Se a expectativa dos estudantes é possuir um curso a nivel superior que lhes trarão
grandes resultados no mercado de trabalho, boa remuneração, bem como aumentar as suas
oportunidades de seraprovado em concursos públicos, o curso de Ciências Contábeis
proporciona tudo isso. Ao analisar as metodologias de ensino aplicadas pela instituição,
comparados à evolução do ensino contábil no Brasil e as tendências referentes ao crescimento
da profissão no país, percebe-se que a instituição de ensino está apta a formar profissionais
preparados para o mercado de trabalho.
Porém, foi observado que a maioria dos estudantes desconhece o que será ensinado
no curso de graduação de Ciências Contábeis. Eles acreditam que o ensino da contabilidade é
algo cansativo como as ciências exatas e requer uma exaustiva dedicação na relação dos
trabalhos propostos. Como se observa essa informação que no mínimo está equivocada, uma
vez queo estudo da ciência contábil deve ser elaborado com métodos de aprendizagem que
íncentivem os graduandos a possuirem também uma formação humanística e social, e não
somente profissional. Na grade curricular desse curso na UFMT/CUR percebe-se que os
estudantes aprenderão não somente a se tornar um profissional capacitado para o mercado
contábil, como também se tornar um profissional preparado para resolver conflitos ligados às
organizações, adquirindo um conhecimento amplo para as tomadas de decisões das empresas.
Em função dos objetivos propostos para essa pesquisa, os resultados foram
alcançados completamente. Foi descrita e analisada a percepção dos estudantes acerca da
instituição e dos cursos de graduação ofertado, foi verificado as suas expectativas quanto ao
curso de Ciências Contábeis e levantados dados que fizeram os alunos a optarem pelo curso.
A hipótese inicial da pesquisa era uma crença de que os alunos tinham uma expectativa muito
maior do que a UFMT referida poderia oferecer. Porém, com a interpretação e a análise dos
dados levantados, foi percebível que a Universidade consegue suprir o que os alunos esperam
da instituição com boa qualidade de ensino, com grades baseadas em diretrizes curriculares
65
adequadas e com a impressão de uma boa imagem (status) gerada pela dificuldade de inclusão
à instituição.
A sugestão de melhoria é que a instituição trabalhe com programas sociais que
permita que os estudantes do terceiro ano do ensino médio conheçam os cursos ofertados. A
UFMT/CUR realiza exposições de divulgação como a Feira de Profissões, ou até mesmo o
curso de extensão de contabilidade para não contadores, porém ainda não é suficiente para
que eles conheçam toda a proposta de ensino. Muitos começam a estudar na faculdade sem
uma perspectiva de futuro, por estarem buscando apenas um curso de nível superior ou o
reconhecimento de estudar em uma instituição federal.
Para a divulgação da Feira das Profissões, é sugerível que também seja feita as
apresentações dos cursos no período noturno, já que até a presente data só se realizava as
exposições nos períodos matutinos e vespertinos. Outra sugestão é que seja intensificado os
cursos de contabilidade para não contadores para uma maior quantidade de alunos do ensino
médio, já que percebe-se que ainda há muitos que desconhecem a carreira contábil ao ter que
decidir seu curso de graduação. Ao Conselho Regional de Contabilidade (CRC), a sugestão é
que sejadada mais ênfase à amostras sobre o papel do contador para os estudantes, através de
um acesso facilitado às universidades para aplicação de palestras, ou até mesmo cursos
patrocinados pelo próprio Conselho.
66
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brasil/matogrosso/rondonopolis/ Acessado em 13/03/2013.
APÊNDICE
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
Rondonópolis-MT/ 2013
70
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
A finalidade deste questionário é coletar dados sobre as expectativas de estudantes do 3º ano do
ensino médio no município de Rondonópolis quanto ao curso de Ciências Contábeis da
UFMT/CUR. Além disso, mostrar aos participantes desta investigação os cursos de graduação que o
Campus Universitário de Rondonópolis lhes oferece justifica sua realização, daí, então a importância
de sua participação.
1) Idade:
a) Até 15 anos
b) 16 anos
c) 17 anos
d) Acima de 18 anos
2) Sexo:
a) Masculino
b) Feminino
3) Já tem definido o curso
superior que deseja fazer?
a) Sim
b) Não
4) O quê pra você é
essencial na escolha do
curso?
a) Status da Profissão
b) Remuneração
c) Influência Familiar
d) Área de Interesse
5) Você tem interesse em
estudar na UFMT Campus
Rondonópolis?
a) Sim
b) Não
6) O que te levaria a optar
pela UFMT Campus
Rondonópolis?
a) Isenção de Mensalidade
b) Qualidade do Ensino
c) Status da Instituição
d) Estrutura do Campus
e) Nada me levaria a optar
pela instituição.
7) Conhece os cursos de
graduação da UFMT
Campus Rondonópolis?
a) Todos b) Alguns
c) Nenhum
8) Dentre os cursos de
graduação da UFMT
relacionados abaixo,
selecione 03 (três) que
correspondem ao seu
interesse:
( ) Administração
( ) Biblioteconomia
( ) Ciências Biológicas
( ) Ciências Contábeis
( ) Ciências Econômicas
( ) Enfermagem
( ) Eng. Agrícola e Amb.
( ) Engenharia Mecânica
( ) Geografia
( ) História
( ) Letras
( ) Matemática
( ) Pedagogia
( ) Psicologia
( ) Sistemas de Inform.
( ) Zootecnia
9) Dentre os cursos
selecionados, escreva o seu
nível de prioridade:
1º_______________
2º_______________
3º_______________
10) Caso não tenha optado
pelo curso de Ciências
Contábeis, o que te levou a
não optar por esse curso?
a) Grau de dificuldade
b) Tem outras prioridades
c) Não gosto de conta
d) Sem motivos
11) Caso tenha optado pelo
curso de Ciências
Contábeis, qual a sua
expectativa?
a) Influência Familiar.
b) Status da Profissão.
c) Remuneração.
d) Mercado de Trabalho.
e) Concurso Público.
f) Possuir Nível Superior.
g) Profissão desejada.
h) Entre os cursos
oferecidos, é o que desperta
maior interesse.
12) Como você considera a
profissão contábil hoje?
a) Apenas mais uma
profissão
b) Profissão promissora
c) Profissão em fase de
expansão/reconhecimento
d) Profissão saturada no
mercado
e) Iguala-se a outras
profissões
f) Não sei nada sobre esta
profissão
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