Ambientes naturais e ecossistemas

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A vida no nosso planeta iniciou-se há cerca de 3800 M.a.

Ao longo da História da Terra verificaram-se modificações físicas e químicas constantes (vulcanismo, sismos, tectónica de placas...)

O ambiente e os seres vivos constituem sistemas dinâmicos que se modificam continuamente.

A Terra encontra-se dividida em Ambientes Naturais, que são zonas com características geológicas, climáticas e biológicas definidas e pouco ou nada influenciadas pela actividade humana.

Alguns exemplos de Ambientes Naturais são:

Floresta

Deserto

Savana

Rios

Estuários

Mares

Numa outra escala, existem os microambientes, que são ambientes naturais de reduzidas dimensões.

ex.: charco, tronco de árvore, espaço por baixo de uma pedra, etc.

Os diferentes tipos de ambientes existentes no nosso planeta designam-se por:

Ecossistemas

Ecossistema Aquático

Ecossistema Terrestre

Um Ecossistema é o conjunto formado pelos seres vivos, pelo meio que aqueles ocupam e pelas relações que se estabelecem entre eles.

Cada ecossistema é formado por 2 tipos de componentes:

1. Componentes Bióticos: São os seres vivos e as relações que estabelecem entre si ;

2. Componentes Abióticos: São os fatores não vivos do meio ambiente, dos quais os seres vivos necessitam. ( ex: luz, temperatura, água, solo, rochas, ar)

Comunidade: conjunto de todos os seres vivos que vivem numa determinada área geográfica e que se relacionam entre si.

Comunidade

Meio Físico-Químico ou Biótopo (temperatura, luz, água, solo, ar, rochas)

+

+Relações que se estabelecem entre todos os elementos: bióticas e abióticas

EcologiaCiência que estuda a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas

Habitat

Espécie

População

Espécie: todos os seres vivos semelhantes e que se cruzam entre si originando descendentes férteis.

Habitat: local onde vive determinada população ou um só ser vivo.

População: conjunto de organismos da mesma espécie que ocupam o mesmo habitat.

Comunidade Biótica: conjunto de todas as populações que vivem numa determinada área geográfica e que se relacionam entre si.

Relações que se estabelecem entre os seres vivos dos ecossistemas e que levam à obtenção de alimento, defesa, protecção, reprodução…

Essas relações podem ser de 2 tipos:

- Relações interespecíficas (entre indivíduos de espécies diferentes);

- Relações intraespecíficas (entre indivíduos da mesma espécie).

Relações interespecíficas

Mutualismo (++)

Simbiose (++)

Comensalismo (+0)

Predação (+-)

Parasitismo (+-)

Competição (--)

Relação (não obrigatória) em que ambas as espécies intervenientes são

beneficiadas.

Mutualismo

Abelha a polinizar uma flor enquanto se alimenta do seu néctar e pólen.

Mutualismo

Ave alimentando-se dos parasitas existentes na pele de um rinoceronte, limpando o animal simultaneamente.

Mutualismo

As formigas mantêm com os pulgões uma relação lucrativa

para ambos.

Relação em que ambas as espécies intervenientes são beneficiadas e da

qual depende a sua sobrevivência (relação obrigatória).

Simbiose

Líquen (associação entre uma alga e um

fungo)

As térmitas possuem no seu tubo digestivo microrganismos que digerem a celulose

existente na madeira

Simbiose

Relação em que só uma das espécies é claramente beneficiada, enquanto a

outra não é prejudicada nem beneficiada.

Comensalismo

Relação em que as espécies intervenientes, que procuram obter

alimento, espaço, luz ou algo que escasseia no seu território se

prejudicam mutuamente.

Competição Interespecífica

Pica-paus de espécies diferentes competem pelo mesmo alimento.

Competição Interespecífica

As árvores competem para obter uma maior exposição solar, e para obter água e nutrientes

disponíveis no solo.

Relação com benefício para uma espécie (o parasita), mas com prejuízo para

outra (o hospedeiro).

Há 2 tipos de parasitas de acordo com a sua localização no

hospedeiro:

Ectoparasitas (no exterior do hospedeiro);

Endoparasitas (no interior do hospedeiro).

Parasitismo

Carraça (ectoparasita) que suga o sangue

através da pele humana.

Parasitismo

Lombrigas (endoparasitas) que existem no

intestino humano

A ténia é um parasita do intestino dos mamíferos (endoparasita).

Este parasita, que mede entre 4,5 e 9 m apresenta, na cabeça, ganchos que a fixam à parede do intestino do hospedeiro.

Ciclo de vida da ténia

1 - A ténia atinge o estado adulto no intestino humano;

2 – ténia adulta;

3 – segmentos de ténia libertados com as fezes;

4 – libertação dos ovos;

5 – o porco pode ingerir alguns ovos;

6 – intestino de porco;

7 – vaso sanguíneo;

8 – carne de porco contaminada.

1

2

3

4

5

6

7

8

Relação em que a espécie predadora mata uma presa para dela se alimentar.

Predação

O Papagaio-do-mar saboreia um

banquete de peixes.

Predação

Um grupo de leões alimenta-se de uma zebra.

Predação

A lontra alimenta-se de um peixe que

caçou.

Predação

A águia cobreira mata uma cobra com as suas garras para dela se alimentar.

Predação

O pelicano alimenta-se de um peixe.

Predação

Planta carnívora alimentando-se de um insecto.

Os predadores usam diferentes técnicas para capturar as suas presas.

Por seu lado, as presas apresentam adaptações de defesa, como por

exemplo:

- Camuflagem

- Mimetismo

Camuflagem - o corpo do animal assemelha-se à forma do seu suporte (tronco ou folha), ou muda de cor de acordo com o ambiente em que está, de modo a passar despercebido.

Borboleta Insecto

Camuflagem

12

3 4

Mimetismo - o corpo do animal apresenta um aspecto (forma ou cor) semelhante a outro animal de modo a que, sendo inofensivo, pareça perigoso e não seja atacado.

Anfíbio

Lagarta

Peixe

Relações intraespecíficas

Cooperação (Sociedade, colónia,

acasalamento)

Competição (Canibalismo)

Os animais partilham tarefas e funções dentro da população.

Cooperação -colónia

Os pinguins juntam-se em grandes grupos para melhor resistir ao frio.

Cooperação

Os primatas ajudam-se mutuamente. ex.: Mãe a catar parasitas ao filho

Cooperação

Colmeia de abelhas.

A

B C

Cooperação

Dança das abelhas para mostrar às restantes onde se encontra alimento.

Cooperação Rainha

Rei

Soldado Obreira

Na base do ninho, existe uma despensa

fresca

A rainha passa os dias numa câmara

localizada no coração do ninho

Chaminés altas ajudam a

ventilar o ninho

O ar quente do ninho sobe

para o interior de uma grande

cavidade central

As térmitas cultivam

fungos em “jardins”

subterrâneos

Uma rede de condutas de ar

ajuda a refrescar o ambiente

Termiteiras: obras-primas

de arquitectura

Cooperação

Caravela-portuguesa (associação de

pólipos)

pólipos

Há a concorrência de indivíduos da mesma espécie pela defesa do

território, pela obtenção de mais e melhores alimentos e no acesso à

reprodução. Em casos extremos pode ser agressiva culminando no

canibalismo.

Competição Intraespecífica

Competição entre coelhos (machos) pela reprodução.

Competição Intraespecífica

Competição entre peixes beijoqueiros pelo território.

Competição Intraespecífica

Competição entre leões. O rei

despedaça a cabeça do outro.

Competição Intraespecífica

Pigargos competem entre si pelo alimento.

O acasalamento ocorre entre indivíduos da mesma espécie, de sexos opostos, com o intuito de

perpetuar a existência da espécie.

Reprodução - Acasalamento

A anaconda acasala com nove machos durante o período de reprodução.

Reprodução - Acasalamento

Os ursos machos definem quem irá

acasalar com a fêmea pelo tamanho

do pénis.

Reprodução - Acasalamento

Caracóis a acasalar.

Outra das componentes do ecossistemas é, então, a componente abiótica, ou seja, o meio físico-químico que envolve os seres vivos. Os principais factores abióticos que condicionam o funcionamento dos ecossistemas são:

solo; luz; temperatura; humidade/pluviosidade; vento.

O sol é a principal fonte de energia que suporta a vida na Terra. As plantas verdes, por intermédio da fotossíntese, na presença de luz, fornecem a energia necessária para a quase totalidade dos

restantes seres vivos.

A luz afecta a morfologia das plantas. Quando crescem isoladas têm,

normalmente, caules curtos, com ramificação abundante, mas, se crescerem juntas, apresentam caules esguios, lisos e as flores localizam-se na extremidade do

caule (há maior competição).

O número de horas de luz diárias designa-se por fotoperíodo.

Para além disso, as plantas reagem à luz realizando movimentos que se designam por fototropismo. Os caules e as folhas têm fototropismo positivo (procuram a luz) enquanto que as raízes apresentam fototropismo negativo (afastam-se da luz).

Exemplo de fototropismo positivo. As folhas do manjerico procuram a luz, movimentando-se no seu sentido.

Actividade prática

“Investigando a acção da luz sobre as plantas”

Pag 28-29

Relativamente aos animais, o seu comportamento e a sua actividade são,

também, influenciados pela luz.

Ficha de Trabalho pag.27

“Qual a influência da luz na actividade dos animais”

Alguns animais, apenas se manifestam activos ao

anoitecer ou durante o início da noite. ex.: morcegos.

Outros, apenas se manifestam

activos durante a noite (quando não há nenhuma luz).

ex.: corujas.

Ainda há outros, que são apenas

activos durante o dia (enquanto há

luz).

ex.: galinhas.

Alguns animais comportam-se de forma indiferente ao fotoperíodo, permanecendo

sempre activos.

ex.: cães, gatos, etc.

CãoGato

Cão

Outros animais, mudam a cor da pelagem de acastanhado para branco, no início do Outono.

ex.: lebre-do-Ártico (1), raposa-do-Ártico (2), etc.

Outono Inverno

1

2

Ficha de Trabalho pág. 30-31

Qual a influência da luz nas características morfológicas

de alguns seres

A influência da luz também se faz sentir nos ecossistemas aquáticos.

zona de luz

zona de escuridão

luz

Bioluminescência – Peixe-diabo

O sol é a principal fonte de calor dos seres vivos. A temperatura é a

quantidade de calor presente num determinado ambiente.

Mas, cada espécie tem uma temperatura óptima para viver, e temperaturas acima e abaixo das quais morrem – temperatura máxima e mínima, respectivamente.

No nosso planeta, é possível encontrar vida entre os -200ºC (bactérias existentes nos gelos polares) e os 100ºC (bactérias associadas a fontes termais submarinas

Temperatura (ºC)

Act

ivid

ade

temperatura óptima da espécie B (27ºC)

temperatura óptima da espécie A (4ºC)

temperatura máxima da espécie B (35ºC)

temperatura mínima da espécie A (-5ºC)

A B C

Adaptações das plantas a temperaturas desfavoráveis

C1 C2

Períod

o fa

vorá

vel

Períod

o de

sfav

oráv

el

Ficha de trabalho pág 34

De que forma a temperatura influencia as características

morfológicas das plantas

Apenas as aves e os mamíferos têm a capacidade de regular a temperatura interna,

independentemente da temperatura ambiente.

Estes animais designam-se como animais de temperatura constante ou homeotérmicos.

Canguru Águia

Contudo, na maioria dos animais, a temperatura corporal varia com a temperatura ambiente.

Estes animais designam-se como animais de temperatura variável ou poiquilotérmicos.

ex.: peixes, répteis, anfíbios etc.

Peixes Cobra (réptil)

Outros animais possuem adaptações morfológicas que lhes permitem sobreviver às variações de

temperatura que ocorrem no meio ambiente (revestimento de pêlo – ursos; camada de gordura –

focas, pele impermeável – cobra, etc.)

Urso-polar

Foca bébé

Cobra

Outros animais, quando os dias começam a decrescer (quando o fotoperíodo é menor) e o alimento escasseia, reduzem a sua actividade ao mínimo, ou seja, entram em hibernação.

ex.: ursos, raposas, etc.

Outros animais, durante a estação seca (quando o fotoperíodo é maior) , entram em

estivação, que é, assim como a hibernação, um estado de inactividade e reduzida actividade

metabólica.

ex.: caracol

O fotoperíodo influencia, também, a migração de certas espécies de aves (1), em busca de regiões com maior fotoperíodo, bem como os ciclos reprodutivos (2).

ex.: Andorinha-do-mar (1) e truta (2)

Bando de Íbis em migração (1)

Páginas 20 a 25

Como é que a temperatura influencia a actividade dos

seres vivos

A água é um dos principais constituintes dos seres vivos, mas a sua quantidade relativa é dependente do habitat (aquático ou terrestre).

A humidade atmosférica, a pluviosidade (chuva), o nevoeiro e a retenção de água nos solos são fundamentais para que a

água fique à disposição dos seres vivos.

As plantas apresentam aspectos muito diferentes de acordo com a humidade, a

disponibilidade em água.

1

2

3

1. Cactos – Plantas de climas muito secos: Seres Xerófilos

2. Floresta de clima temperado: Seres Mesófilos

3. Nenúfares -plantas de ambiente aquático: Seres Hidrófilos

A água é um dos principais constituintes dos seres vivos, mas a sua quantidade relativa é dependente do habitat (aquático ou terrestre).

Cobra-d´água

Camelo

RãPeixes

Os animais apresentam diferentes adaptações à escassez de água.

- excretam urina muito concentrada;

-têm poucas glândulas produtoras de suor;

- alguns armazenam grandes quantidades de água

As plantas apresentam diferentes adaptações à escassez de água.

Ex.: Cactos

- têm caules carnudos (quando chove incham armazenando grandes quantidades de água);

-têm as folhas convertidas em picos (funcionam como defesa contra os predadores e diminuem a

perda de água por transpiração);

- têm raízes muito desenvolvidas (para captar alguma água do solo).

As plantas apresentam aspectos muito diferentes de acordo com a humidade, a disponibilidade em água.

Ordena as seguintes plantas desde a que precisa de mais água até à que precisa de uma

menor quantidade de água.

1

cacto 3

nenúfar

2

carvalho

Ordena os seguintes animais desde o que precisa de mais água até ao que precisa de um menor quantidade

de água.

Cobra-d´água

Camelo

Rã PeixesCão

O solo é o substrato dos ecossistemas terrestres, porque é

nele que se fixam numerosas espécies de seres vivos, principalmente

plantas.

Solo

Rocha alterada

Rocha sã

Rocha fracturada

Formação de um solo

O solo é composto por: matéria mineral - resultante da

desagregação das rochas;

água;

ar;

matéria orgânica: húmus - originada a partir da actividade dos seres vivos (fezes ou restos de cadáveres de seres vivos);

seres vivos que habitam o solo.ex.: minhocas

O solo é composto por:

Matéria orgânica: húmus

Seres vivos

Ar

Água

Matéria mineral

5%

15%

20%25%

35%

São características do solo: composição – depende da rocha que lhe deu

origem;

textura – tamanho das partículas;

estrutura – forma como as partículas estão organizadas;

permeabilidade – capacidade de se deixar atravessar pela água;

porosidade – percentagem de espaços vazios;

capacidade de reter água.

Actualmente, está muito em voga a agricultura biológica.

Mas, em que consiste a agricultura biológica?

É um processo de produção que recorre à rotação de culturas, estrumes animais e outras práticas que permitem manter a fertilidade do solo e o equilíbrio do ecossistema.

A agricultura biológica evita utilizar ou exclui a quase totalidade de produtos agrícolas sintetizados em laboratório como adubos, pesticidas e reguladores de crescimento.

O vento corresponde à circulação do ar, e intervém na formação e evolução do solo, no arejamento de águas doces e salgadas, na polinização, na disseminação de sementes e no transporte de estruturas reprodutoras de bactérias e fungos.

Os seres vivos exercem alterações sobre o meio onde habitam.Exemplos:

Animais- escavam tocas e túneis (ratos, toupeiras e coelhos);

- Constroem barragens (castor);

-destroem ambientes naturais, industrializando-os (Homem).

Plantas- as suas raízes contribuem para a erosão e retenção dos solos;

- captam CO2 da atmosfera e produzem O2;

- modificam o clima.

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