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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
FELIPE ALVES DE PAULA
LEANDRO BRITO DE GOUVÊA
PEDRO CALDAS LORENZI
ANÁLISE DE FERRAMENTAS DE MODELAGEM NA
ELABORAÇÃO DE UM MODELO BIM 5D
CURITIBA
2013
II
FELIPE ALVES DE PAULA
LEANDRO BRITO DE GOUVÊA
PEDRO CALDAS LORENZI
ANÁLISE DE FERRAMENTAS DE MODELAGEM NA
ELABORAÇÃO DE UM MODELO BIM 5D
Trabalho apresentado para
conclusão do Curso de Engenharia
Civil da Universidade Federal do
Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Scheer
CURITIBA
2013
III
Resumo
A indústria da construção civil apresenta diversas falhas relacionadas ao
desenvolvimento de projetos e planejamento das obras. Entretanto, existem
recursos e ferramentas disponíveis, capazes de auxiliar e melhorar estes processos.
Buscando a inovação no desenvolvimento de ambientes de projeto e
acompanhamento da construção de empreendimentos de construção civil, o
presente trabalho tem por objetivo a elaboração, análise e realização de simulações
de um modelo BIM 5D. Para tanto foi selecionado como pesquisa ação o projeto de
uma obra composta por duas residências localizada no município de Fazenda Rio
Grande no estado do Paraná. A fim de realizar o estudo da obra foi utilizado um
projeto 2D composto da implantação e plantas de cada unidade. Em seguida foi
desenvolvido um modelo 3D utilizando o software Revit da Autodesk. A fim de
introduzir o conceito BIM (Building Information Modeling) ao projeto, foram inseridas
informações, elementos e componentes construtivos no modelo que possibilitam
visualização de cada unidade em 3D com essas informações podendo então
elaborar cronogramas e orçamentos. Tendo em mãos os quantitativos se torna
possível introduzir taxas de produção, dividir o canteiro em locações lógicas e aplicar
custos unitários para materiais, equipamentos e mão-de-obra para desenvolver um
Modelo 5D. Porém o presente trabalho se limitará apenas à geração automatizada
de quantitativos e cronogramas oriundos do modelo desenvolvido. Tendo essas
informações integradas ao modelo pode-se, por fim, desenvolver um modelo BIM 5D
que possibilita que o cliente tenha uma nova gama de informações e visualização do
projeto em um modelo totalmente integrado de modo que conheça bem o
empreendimento sendo analisado.
Palavras-chave: BIM, Modelagem, 4D/5D, Modelo integrado de informação
IV
AGRADECIMENTOS
V
“BIM is beginning to change the way buildings look, the way they function, and the ways in which they are built.”
Eastman et al., 2008.
VI
Sumário
Resumo .......................................................................................................... 3
Tabela de Siglas ............................................................................................. 8
1. Introdução ................................................................................................ 1
1.1. Visão geral ......................................... Erro! Indicador não definido.
1.2. Justificativa ......................................... Erro! Indicador não definido.
1.3. Objetivo ............................................................................................. 2
1.3.1. Objetivo Principal .......................................................................... 2
1.3.2. Objetivos Específicos ................................................................... 2
2. BIM – Building Information Modeling ....................................................... 3
2.1. Histórico ............................................................................................ 6
3. Projeto do empreendimento .................................................................... 8
3.1. Projeto de Arquitetura e Engenharia ............................................... 10
3.2. BIM para projetos de arquitetura e engenharia ............................... 10
3.3. Planejamento de prazo ................................................................... 12
3.4. BIM para Planejamento De Prazo ................................................... 17
3.5. Planejamento de Custos ................................................................. 19
3.6. BIM para planejamento de custos ................................................... 22
4. Métodos e Materiais .............................................................................. 24
4.1. Elaboração dos modelos ................................................................. 25
4.1.1. Arquitetônico............................................................................... 28
4.1.2. Estrutural .................................................................................... 30
4.1.3. Instalações Hidráulicas ............................................................... 31
4.2. Estimativa de Custos ...................................................................... 32
4.3. Levantamento de custos ................................................................. 33
4.4. Elaboração do planejamento de prazo ............................................ 35
4.5. Associação do prazo e custo .......................................................... 35
VII
4.6. Simulação 5D (Prazo + Custo) ........................................................ 36
5. Resultados ............................................................................................. 40
5.1. Modelo 3D ....................................................................................... 40
5.2. Tabela de quantitativos ................................................................... 42
5.3. Orçamento ...................................................................................... 44
5.4. planejamento de prazo .................................................................... 44
5.5. Simulação 5D .................................................................................. 44
6. Conclusões ............................................................................................ 46
7. Bibliografia ............................................................................................. 48
8. Anexos ...................................................... Erro! Indicador não definido.
8.1. Anexo 1 - A-01 - Planta baixa e Implantação .................................. 52
8.2. Anexo 2 - A-02 - Cortes, elevações e 3D ........................................ 53
8.3. Anexo 3 - E-01 – Estrutural ............................................................. 54
8.4. Anexo 4 - H-01 - Isometrico – Banheiro .......................................... 55
8.5. Anexo 5 - H-02 - Planta e elevação ................................................ 56
8.6. Anexo 6 - PDF 3D ARQ – EST ....................................................... 57
8.7. Anexo 7 - PDF 3D INST .................................................................. 58
8.8. Anexo 8 - Levantamento de quantitativos ....................................... 59
8.9. Anexo 9 - Simulação 5D.................................................................. 60
VIII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Ciclo de Planejamento.................................................................. 13
Figura 2 - Hierarquização do processo do controle de planejamento ........... 16
Figura 3 - Diferenças entre o orçamento convencional e o orçamento
executivo. .................................................................................................................. 21
Figura 4 - Localização do terreno ................................................................. 24
Figura 5 - Projeto modelo ............................................................................. 26
Figura 6 - Interface do Autodesk Revit ......................................................... 26
Figura 7 - Definição das unidades ................................................................ 27
Figura 8 - Estrutura de objetos e propriedades dos materiais ...................... 28
Figura 9 - Evolução do modelo arquitetônico ............................................... 29
Figura 10 - Evolução do modelo estrutural ................................................... 31
Figura 11 - Etapas do modelo de instalações hidráulicas ............................. 32
Figura 12 - Exemplo de extração por tabelas do Revit ................................. 33
Figura 13 - Exemplo de composição do SINAPI ........................................... 33
Figura 14 - Tabela extraída do Revit em formato .txt.................................... 34
Figura 15 - Levantamento de custo .............................................................. 34
Figura 16 - Planilha de planejamento ........................................................... 35
Figura 17 - Demonstração de códigos associados ao elemento .................. 36
Figura 18 - Tabelas do Revit ........................................................................ 37
Figura 19 - Tabela final de quantitativos ....................................................... 37
Figura 20 - Planejamento com o custo associado ........................................ 38
Figura 21 - Simulação 5D ............................................................................. 39
Figura 22 - Modelo 3D .................................................................................. 41
Figura 23 – Modelo 3D seccionado .............................................................. 42
Figura 24 - Tabela de quantitativos ordenada .............................................. 43
Figura 25 - Composição da estrutura do telhado .......................................... 43
Figura 26 - Extração do madeiramento ........................................................ 44
IX
TABELA DE SIGLAS
AEC Arquitetura, Engenharia e Construção
BIM Building Information Modeling
CAD Computer-Aided Design
CFD Computer Flow Design
COM Método do Caminho Crítico
CUB Custo Unitário Básico
EAP Estrutura Analítica de Projetos
FEA Análise por Elementos Finitos
IFC Industry Foundation Classes
NIBS National Institute of Building Sciences
SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
1
1. INTRODUÇÃO
As tecnologias usualmente utilizadas para a gestão do processo de
construção revelam-se insuficientes para enfrentar a crescente complexidade dos
edifícios e um mercado incessante à procura de prazos mais curtos (AZEVEDO,
2009). Segundo a revista The Economist, trinta por cento do processo de construção
é repetido, sessenta por cento do esforço de trabalho é desperdiçado e, ainda, há
uma perda de dez devido aos materiais desperdiçados. Isso se dá principalmente
devido à falta de integração entre os profissionais envolvidos na indústria AEC –
arquitetura, engenharia e construção - e a ineficiente troca de informações entre
eles.
Apesar de problemas bastante enraizados, acredita-se que existem
conceitos e recursos disponíveis no mercado, capazes de suprir e orientar os
profissionais na busca pela melhoria e eficiência dos processos. A elaboração de um
bom projeto, capaz de fornecer informações suficientes para um bom planejamento
de prazo e custo, faz parte da busca pela melhoria na indústria da construção civil.
Building Information Modeling (BIM) é uma filosofia de trabalho que integra
arquitetos, engenheiros e construtores (AEC) na elaboração de um modelo virtual
preciso, o qual gera um banco de dados que contém informações topológicas,
subsídios para orçamento, cálculo energético e previsão das fases de construção
entre outras atividades (Menezes, 2011).
O conceito BIM – Building Information Modeling foi analisado, ao longo
deste trabalho, pois, acredita-se que suas características de criação e análise de
projeto digital, parametricidade, agrupamento da informação e interoperabilidade,
sejam ferramentas importantes para suprir a as falhas de planejamento e altas
demandas do mercado atual. Voltadas para a área de construção civil.
Para isso, utilizaram-se quatro diferentes softwares: AutoDesk Revit,
MSExcel, MSProjet e NavisWorks. Cada um desses softwares trabalha e é utilizado
para diferente finalidade, porém completam-se na elaboração de um modelo virtual
de projeto. Neste caso, foi elaborado um modelo 5D, ou seja, a construção de um
edifício em 3D, acrescido das dimensões tempo e custo, sendo o software AutoDesk
Revit responsável pela elaboração do modelo 3D e extração de informações que
complementarão o MSExcel na elaboração do custo e o MSProject na elaboração do
2
planejamento de prazo. Finalmente todas as informações serão consolidadas
através do NavisWorks, permitindo a visualização completa de todo o modelo 5D.
1.1. OBJETIVO
1.1.1. Objetivo Principal
Desenvolver um modelo BIM 5D para analisar e avaliar os benefícios
práticos da utilização de ferramentas BIM na elaboração e condução de projetos.
1.1.2. Objetivos Específicos
Especificamente visou-se:
1- Utilizar a metodologia BIM na elaboração de um modelo arquitetônico,
estrutural e de instalações hidráulicas.
2- Extrair as informações disponíveis nesse modelo a fim de desenvolver o
planejamento de prazo e custo para a edificação, integrando-os em uma
simulação BIM 5D.
3
2. BIM – BUILDING INFORMATION MODELING
Building Information Modeling (BIM) é uma filosofia de trabalho que integra
arquitetos, engenheiros e construtores (AEC) na elaboração de um modelo virtual
preciso, o qual gera um banco de dados que contém informações topológicas,
subsídios para orçamento, cálculo energético e previsão das fases de construção
entre outras atividades (Menezes, 2011). Pode ser definida também como o
processo de concepção, análise, integração e documentação do ciclo de vida do
edifício, através do desenvolvimento de um protótipo virtual inteligente usando um
banco de dados de informação (Leicht, et al., 2007). Para (Eastman, et al., 2008)
BIM é a Tecnologia de modelagem associada a um conjunto de processos para
produzir, comunicar e analisar modelos de construção.
A utilização dessa tecnologia possibilita a criação de um modelo digital
integrado de todas as especialidades, e que abrange todo o ciclo de vida da
edificação. A modelagem 3D paramétrica e a interoperabilidade são características
essenciais que dão suporte a esse conceito. BIM é a criação paramétrica, ou
inteligente, de modelos em perspectiva 3D em vez de desenhos 2D “não
inteligentes”. O BIM opera sobre uma base de dados digital e qualquer alteração
feita na base reflete em todas as peças desenhadas que compõem o projeto. Isto
permite que os envolvidos no ciclo de vida de um empreendimento - arquitetos,
engenheiros, empreiteiros, proprietários e outros possam visualizar o modelo de
modo diferente, conseguindo facilmente compartilhar e sincronizar informações.
Serve como um conhecimento compartilhado de recursos para obter informações
sobre uma edificação formando uma base sólida para as decisões desde os
primeiros desenhos de concepção, até o final da vida útil e eventual desconstrução
ou demolição (Azevedo, 2009).
Os sistemas baseados na tecnologia BIM podem ser considerados uma
nova evolução dos sistemas CAD (Computer-Aided Design), pois gerenciam a
informação no ciclo de vida completo de um empreendimento de construção, através
de um banco de informações inerentes a um projeto, integrado à modelagem em
três dimensões. Nos sistemas Computer-Aided Design (CAD), a geometria é
baseada em coordenadas para o desenvolvimento de entidades gráficas, formando
elementos de representação (paredes, portas, lajes, etc.). A alteração de um projeto
4
desenvolvido em CAD (2D e 3D) implica em diversas modificações “manuais” dos
objetos representados. Os sistemas BIM adotam modelos paramétricos dos
elementos construtivos de uma edificação e permitem o desenvolvimento de
alterações dinâmicas no modelo gráfico, que refletem em todas as pranchas de
desenho associadas, bem como nas tabelas de orçamento e especificações
(Coelho, et al., 2008).
Para (Azevedo, 2009), a elaboração de um modelo BIM deve possuir
seguintes características:
Criação e análise de projeto digital. De acordo com o National
Institute of Building Sciences (NIBS), "O Building Information Model
(Modelo) é uma representação digital das características físicas e
funcionais de uma edificação. Como tal, serve como um conhecimento
compartilhado de recursos para obter informações sobre uma
instalação formando uma base sólida para as decisões desde o início
do seu ciclo de vida em diante".
Parametricidade. Objetos paramétricos são aqueles que se ajustam
automaticamente a outros objetos num modelo, tal que, se uma
alteração é feita para o modelo que afeta o tamanho, localização ou o
afastamento do objeto, ele move-se e ajusta-se de acordo.
Agrupamento da informação. Para além da representação física de
um objeto, os dados funcionais (por exemplo, especificações, garantia,
fabrico, etc.) associados a esse objeto são incorporados ou vinculados
ao objeto BIM e facilmente acessíveis e legíveis.
Interoperabilidade é a capacidade de dois ou mais sistemas ou
componentes trocarem informações e usar as informações que foram
trocadas.
BIM é um conceito amplo que não pode ser utilizado para descrever um tipo
de software. Esse seria o mesmo erro cometido durante a disseminação do conceito
CAD, que ficou mais relacionado às aplicações de desenho bidimensional do que ao
processo de projeto auxiliado pelo computador. Tampouco se pode contemplar a
sua totalidade pela utilização de um único software, porque não há aplicações que
abranjam todo o ciclo de vida de um edifício. Sistemas dessa natureza seriam
complexos e rígidos demais para serem úteis ao processo de modelagem. Ao
contrário, o desenvolvimento para a BIM deve continuar orientado para a criação de
5
aplicações específicas para as várias disciplinas envolvidas na construção (Ayres
Filho, 2009). Esse conceito oferece uma tecnologia potencialmente transformadora
pela sua capacidade de fornecer um recurso compartilhado digital para todos os
participantes na gestão do ciclo de vida de um edifício, desde o desenho preliminar,
até a gestão de instalações (Santos, et al., 2009).
Segundo Florio (2007), o Building Information Modeling e o processo
colaborativo aplicado na metodologia de projeto podem:
1. Melhorar a visualização dos dados e informações sobre o projeto,
assim como tornar claras as exigências do cliente já nas fases iniciais
do projeto, permitindo compreender e participar ativamente do
processo;
2. Contribuir para melhorar a eficiência e qualidade da construção civil,
com intenção de reduzir custos e desperdícios de materiais e melhorar
o aproveitamento de mão-de-obra;
3. Aprimorar a coordenação dos documentos compartilhados da
construção a fim de promover tanto a rápida troca de informações,
como aumentar a produtividade e melhorar os prazos de entrega dos
projetos destinados à execução da obra;
4. Proporcionar uma gestão de projetos que incorpore e compartilhe
informações e distribua responsabilidades, riscos e recompensas entre
os participantes do projeto;
5. Incorporar e disseminar informações oriundas de fabricantes dos
materiais para quantificar e estimar custos.
Para Tobin (2008) existem três gerações de adoção do BIM, nomeando‐as
de BIM 1.0, 2.0 e 3.0. Para o autor, o BIM 1.0 é caracterizado pela substituição do
desenvolvimento de projetos em CAD bidimensionais por modelos 3D
parametrizados. Nesta fase, entretanto, o desenvolvimento do modelo é um
processo individualizado, restrito aos projetistas, sem o envolvimento e colaboração
de profissionais de outras áreas.
O BIM 2.0 expande o modelo a outros profissionais, além dos envolvidos no
desenvolvimento dos projetos de arquitetura, estrutura e instalações prediais. Nesta
fase, modelos associando informações, tais como o tempo (4D), dados financeiros
(5D) e análise de eficiência energética, dentre outros (nD), são associados ao
sistema. Para tal, é necessária a cooperação entre os projetistas, consultores,
6
empreendedores e construtores, com as devidas preocupações quanto à
interoperabilidade dos dados, tendo em vista permitir o intercâmbio das informações
entre os diversos participantes. A adoção efetiva do BIM 2.0 já é realidade em
empreendimentos na América do Norte, Ásia e Europa (TOBIN, 2008).
A era pós‐interoperabilidade (BIM 3.0) é considerada a terceira geração da
adoção do BIM. No BIM 3.0, o intercâmbio das informações entre os profissionais
envolvidos no desenvolvimento de um projeto é realizado através de protocolos
abertos, tais como o IFC - industry foundation classes - e os protocolos elaborados
pela organização buildingSMART, que permitem aos profissionais o
desenvolvimento colaborativo de um modelo de dados que pode ser considerado um
protótipo completo da construção do edifício. O autor também especula que o
modelo do BIM 3.0 estará disponível através de um banco de dados acessível
através da internet, onde os modelos BIM serão construídos colaborativamente em
um ambiente 3D.
A adoção de sistemas BIM e a evolução do BIM 1.0 ao BIM 3.0 não se
limitam a uma implantação de nova tecnologia, mas referem‐se à adoção de novos
fluxos de trabalho envolvendo ambiente colaborativo e planejamento nas fases
iniciais do projeto. O novo modelo de colaboração envolve recursos avançados de
visualização, aliados à transferência contínua de conhecimento entre os diversos
agentes participantes do processo de projeto (projetistas, construtores, contratantes,
consultores, etc.) (Tobin, 2008).
2.1. HISTÓRICO
No prefácio de Jerry Laiserin (Eastman, et al., 2008) é apontado que os
conceitos, abordagens e metodologias que hoje são identificados como pertencentes
ao BIM podem ser datados de cerca de 30 anos. Já a terminologia building
information modeling, está em circulação há, pelo menos, 15 anos. O documento
mais antigo encontrado para o conceito que conhecemos hoje em dia como BIM foi
um protótipo em desenvolvimento “Building Description System”, publicado no AIA
Journal de Charles M. “Chuck” Eastman, na época em Carnegie-Mellon University
em 1975. Esse trabalho incluiu noções de BIM, hoje em dia rotineiras, tais como
“definir elementos interativamente, derivar seções, planos isométricos ou
perspectivas pela mesma descrição de elementos. Todas alterações de arranjos e
7
disposições teriam que ser feitas apenas uma vez para que todos desenhos
derivados sejam atualizados automaticamente e de modo consistente. Qualquer tipo
de análise quantitativa pode ser pareada diretamente com a descrição de materiais
utilizados durante a elaboração do projeto, podendo assim gerar, estimativas de
custos e quantitativos de materiais, providenciando uma base de dados simples e
integrada para análises visuais e quantitativas. Gerar um código automatizado para
checagem da edificação na prefeitura ou escritórios de arquitetura. Empreiteiros de
grandes projetos consideram essa representação vantajosa para cronogramas e
planejamentos de entrega de materiais” (Eastman, 1975).
Pesquisas e trabalhos similares foram desenvolvidos no final dos anos 1970
e início dos anos 1980 na Europa. Enquanto nos EUA o termo usado era “Building
Product Models”, na Europa, especialmente na Finlândia, utilizavam “Product
Information Models”. Com o tempo, esses dois termos foram se fundindo e foi
desenvolvido o termo “Building Information Model”. O primeiro documento publicado
usando o termo “Building Modeling”, no mesmo sentido em que usamos “Building
Information Modeling” hoje, é de Robert Aish em 1986, no qual definiu todos
argumentos para o que conhecemos como BIM e a tecnologia para implementá-lo,
incluindo modelagem 3D, extração automática de desenhos, componentes
paramétricos inteligentes, bases de dados relacionadas, planejamento temporal das
fases de construção, entre outros. O termo “Building Information Model” apareceu
pela primeira vez em 1992 no artigo “Automation in Construction” de G.A van
Nederveen e F. Tolman.
Paralelamente com a evolução da nomenclatura e os esforços da academia
voltados para pesquisa e desenvolvimento, produtos comerciais também possuem
uma longa história implementando a metodologia BIM. Softwares como AllPlan,
Archicad, Autodesk Revit, Bentley Building, DigitalProject ou VectorWorks foram
também os objetivos de design oriundos dos esforços dos softwares comerciais
pioneiros1.
1 Softwares comerciais como a linhagem britânica desde RUCAPS até Sonata e Reflex. Outra linhagem Britânica de Oxsys até BDS e GDS, na linhagem francesa incluia Cheops e Archtrion. O sistema bélgico Brics e o americano Bausch e Lomb, entre outros sistemas de modelagem que foram pioneiros para o desenvolvimento de sistemas e ferramentas BIM.
8
3. PROJETO DO EMPREENDIMENTO
Os edifícios, produtos gerados pela indústria de construção imobiliária, são
sem dúvida caracterizados por sua singularidade. O grande tamanho, o elevado
valor, a longa vida útil, a importância social e econômica, a variabilidade do mercado
consumidor, a inserção urbana e cultural das edificações conferem a estes produtos
um caráter único e particular dentro das estruturas produtivas e de consumo da
sociedade (Fabricio, 2002).
Um empreendimento de construção civil é um conjunto de atividades inter-
relacionadas e interativas, e que contam com a participação de diversos agentes. É
composto por várias fases que são os estudos de viabilidade, prospecção de
terrenos, fabricação de materiais e componentes, projetos de diversas
especialidades e construção, até as operações de uso e ocupação do edifício
(Bertezini, 2006).
São quatro as principais fases de um empreendimento: a montagem, onde
são realizados os estudos preliminares e o programa do empreendimento; o
desenvolvimento do projeto e escolha das empresas construtoras; a organização e a
execução dos serviços, onde se destacam as fases de preparação da execução de
obras e a gestão da sua e, por fim, a entrega da obra e a gestão do empreendimento
(Melhado, 2001).
Tradicionalmente, a concepção de novos empreendimentos de construção é
associada aos projetos de arquitetura e engenharia que representam o
desenvolvimento espacial e tecnológico dos edifícios (Fabricio, 2002).
O projeto de empreendimento é a fase onde ocorre a concepção do produto,
baseado na identificação das necessidades dos clientes, em termos de desempenho
e custos. A qualidade do projeto determinará a qualidade final do produto, e
condicionará o nível de satisfação do usuário. Esta qualidade depende, ainda, do
nível de descrição da solução adotada, resultante da clareza e da precisão do
projeto executivo, dos memoriais de cálculo e dimensionamento, das especificações
técnicas (Andrade Jr., 2003), do planejamento de prazo e custos.
Normalmente, no processo de projeto tradicional, os representantes de
várias equipes de projetos independentes se reúnem temporariamente para
estabelecer parâmetros e compatibilizar os diferentes projetos necessários para a
9
execução de um mesmo edifício. A intenção é minimizar ou eliminar possíveis
conflitos entre os diversos projetos e melhorá-los em cada área de competência
(Andrade Jr., 2003).
O problema nesse processo sequencial centralizado é que as decisões
acabam sendo hierárquicas entre os profissionais, com um único líder assumindo a
responsabilidade de coordenar o desenvolvimento do processo e compatibilizar os
projetos. Esse processo centralizado acarreta o risco tanto de diminuir o
desempenho do produto como de reduzir possíveis contribuições e compromissos
dos outros participantes, pois estes acabam percebendo sua menor influência nos
processos decisórios. Consequentemente, essa compartimentação das
responsabilidades desestimula a participação e as possíveis e preciosas
contribuições que reside nos conhecimentos e experiências de cada profissional
(Florio, 2007).
Surgiu a necessidade de revisão da forma tradicional de projeto, feita de
forma sequencial e com atividades isoladas, a qual leva sempre a atrasos através
das atividades de reprojeto e adaptações na fase de produção. Procura-se assim,
adicionar novos métodos de projeto, tentando evitar estas perdas e aumentar
produtividade (Andrade Jr., 2003).
A TIC – tecnologia da informação e comunicação - alterou o paradigma
fordista-taylorista, apoiados pela divisão social do trabalho, especialização e
fragmentação do conhecimento, por um paradigma baseado na rapidez de acesso e
do fluxo de informações, na produção e compartilhamento do conhecimento e no
uso de computadores e comunicações eletrônicas. Com os recentes avanços na TIC
e dos programas BIM tem crescido as experiências com os denominados projetos
colaborativos. O rápido aumento da velocidade e acesso às informações oferecido
pela TIC agilizou a troca de idéias e tomada de decisões em prazos mais curtos.
Segundo Yehuda Kalay, a facilidade de comunicação à distância via Internet tem
acelerado a troca de informações e tem estimulado profissionais a trocar e
compartilhar conhecimentos e experiências, de modo confiável e seguro. Isso tem
afetado também o modo com que as equipes de projeto relacionadas a área de AEC
tem trabalhado (Florio, 2007).
Colaboração exige que os profissionais trabalhem juntos, extraindo o
máximo de seu potencial de conhecimentos e experiências. No projeto colaborativo
em rede, os profissionais podem trocar informações sobre seus respectivos projetos
10
de um modo mais ágil em prazos menores. O controlador hierárquico é substituído
por um facilitador que recebe e transmite informações, cujo papel passa a ser de
certificar que as contribuições individuais sejam acatadas, enriquecendo a solução
do produto a partir dos conhecimentos e sugestões de todos os participantes do
processo. No projeto colaborativo as responsabilidades, riscos e sucessos são
distribuídos por todos os participantes (Florio, 2007).
3.1. PROJETO DE ARQUITETURA E ENGENHARIA
Na indústria da construção civil o projeto de Arquitetura e Engenharia é um
conjunto de informações (desenhos, especificações, etc.) que instruem a
implantação de um empreendimento (Nascimento, et al., 2001).
A elaboração de projeto de edificação se entende como a determinação e
representação prévias dos atributos funcionais, formais e técnicos de elementos de
edificação a construir, a pré-fabricar, a montar, a ampliar, etc., abrangendo os
ambientes exteriores e interiores e os projetos de elementos da edificação e das
instalações prediais (Nascimento, et al., 2001).
Uma característica do processo de projeto é o uso de diferentes tipos de
desenhos, que são associados com diferentes estágios do processo (Ito, 2007).
Ao longo do processo de projeto, vários projetistas, consultores e agentes do
empreendimento são mobilizados para contribuir no projeto. Cada agente participa
com os seus interesses e conhecimentos de forma a desenvolver uma parte das
decisões e formulações projetuais. Estas decisões são condicionadas por
cronogramas, legislações e normas, disponibilidades econômicas e financeiras,
possibilidades tecnológicas e construtivas, etc. (Fabricio, 2002).
A ineficiente troca de informações no processo atual entre as diversas
disciplinas acarreta erros e retrabalho. Utilizando como exemplo a elaboração dos
projetos de instalações que não possuem uma visualização adequada do projeto
estrutural. Frequentemente ocorrem conflitos espaciais, corrigidos muitas vezes
apenas na execução da obra.
3.2. BIM PARA PROJETOS DE ARQUITETURA E ENGENHARIA
11
A confiança em modelos digitais de projetos tem sido uma prática comum na
indústria da manufatura por décadas. Times de projeto de companhias como Boeing
e Toyota colocaram o modelo digital como o núcleo do processo de projeto
colaborativo, utilizando eles para o suporte de todo o ciclo de vida do projeto –
desde o projeto e documentação até a fabricação e suporte de campo (Autodesk®,
2011).
BIM ajuda provedores de serviços de arquitetura, engenharia e construção
(AEC) a aplicar a mesma abordagem em projetos de edifícios e infraestrutura.
Diferentemente do CAD, que usa as ferramentas do software para gerar desenhos
digitais 2D e 3D, o BIM facilita uma nova maneira de trabalhar: criando projetos com
objetos inteligentes. Independentemente de quantas vezes se mude o projeto – ou
quem faz essas alterações – os dados continuam consistentes, coordenados e
precisos para todos os interessados. Equipes multifuncionais de projetos nas
indústrias de construção e infraestrutura usam estes projetos baseados em modelos
como base para fluxos mais eficientes de trabalho colaborativos que dão a todos os
interessados uma visão mais clara do projeto e aumenta a capacidade de tomar
decisões melhores e mais rápidas. Modelos criados usando softwares que permitem
BIM são inteligentes porque são construídas automaticamente as relações e
informações dentro do modelo. Os componentes do modelo sabem como interagir.
Um quarto, por exemplo, é mais do que um conceito abstrato. É um único espaço
contido por outros componentes da construção (como paredes, pisos e forros) que
definem os limites do quarto. Com o BIM o modelo é, na verdade, um banco de
dados complexo e o quarto é um elemento do banco de dados que contém
informações geométricas e dados não gráficos (Autodesk®, 2011). Desse banco de
dados, diferentes tipos de informações podem ser geradas automaticamente, como
vistas, plantas, elevações, cortes e cronogramas. Caso haja alteração no modelo
BIM, as alterações refletem automaticamente nos documentos derivados do mesmo
banco de dados central, garantindo um conjunto completo e consistente de
documentação (Biotto, 2012).
Times de projeto também podem usar a informação contida no modelo para
realizar uma variedade de tarefas complementares incluindo análise de energia ou
ambiental, visualização, simulação da construção, melhorar a precisão da
documentação (Autodesk®, 2011).
12
3.3. PLANEJAMENTO DE PRAZO
A quantidade de conceitos para definir o termo planejamento, na literatura, é
tão extensa quanto o número de autores que o definem (Bernardes, 1996)
.MENDES JR (1999) adota a definição que planejamento é considerado o processo
de tomada de decisão resultando num conjunto de ações necessárias para
transformar o estágio inicial de um empreendimento em um desejado estágio final.
Essas ações fixam padrões de desempenho contra o qual o progresso do
empreendimento é mensurado e analisado no controle durante a fase de construção.
Entretanto, este conceito não se refere ao controle como parte do processo de
planejamento (Bernardes, 2001). Outra definição similar é que planejamento pode
ser definido como o conjunto de atividades estruturadas e medidas destinadas a
resultar num produto especificado para um determinado cliente ou mercado, sendo
este, o processo de tomada de decisão realizado para antecipar uma desejada ação
futura, utilizando para isso meios eficazes para concretizá-lo (BERNARDES, 1996).
Laufer e Tucker (1987) apontam como objetivos do planejamento da
produção, as seguintes atividades:
1. Assistir o gerente na direção da empresa;
2. Coordenar as várias entidades envolvidas na construção do empreendimento;
3. Possibilitar o controle da construção;
4. Possibilitar a comparação de alternativas, facilitando, assim a tomada de
decisão.
O planejamento e controle da produção podem ser representados por meio
de duas dimensões básicas: a horizontal e a vertical. A primeira se refere às etapas
pelas quais o processo de planejamento e controle é realizado. A segunda define
como as etapas são vinculadas entre diferentes níveis gerenciais de uma
organização (Zen, 2006).
Segundo Laufer e Tucker (1987), a dimensão horizontal do processo de
planejamento compreende as seguintes etapas:
1. Preparação do processo de planejamento;
2. Coleta de informações;
3. Preparação de planos;
4. Difusão da informação;
5. Avaliação do processo de planejamento.
13
Figura 1 - Ciclo de Planejamento (Laufer, et al., 1987)
Na Figura 1 verifica-se a existência de dois ciclos: um intermitente e o outro
contínuo. A primeira e última etapas têm um caráter intermitente e ocorrem em
períodos específicos na empresa construtora. Antes do início da construção, no
término da mesma ou em alguma etapa importante durante a realização do
empreendimento. Já as outras etapas formam um ciclo contínuo, no qual é realizado
durante toda a execução do empreendimento e inclui a coleta de informações, a
preparação de planos e a difusão da informação (Villas-Bôas, 2004).
Na etapa de preparação do processo de planejamento, são tomadas
decisões relativas ao planejamento que será efetuado: seu horizonte, nível de
detalhamento, freqüência de replanejamento e grau de controle a ser efetuado. O
horizonte de planejamento é definido como o intervalo de tempo compreendido entre
a geração dos planos e a realização da ação inerente às metas fixadas naquele
plano (Zen, 2006).
Na segunda etapa são coletadas, processadas e avaliadas as diversas
fontes de dados, com o objetivo de fornecer subsídios à tomada de decisão.
Geralmente, estas informações incluem contratos, plantas, especificações técnicas,
condições do canteiro, tecnologias construtivas, disponibilidade de recursos internos
e externos, produtividade da mão-de-obra e dos equipamentos, além de metas
estabelecidas pelos vários níveis gerenciais. A partir do início da construção, o
processo de reunião de informações continua, mas com ênfase nos recursos
consumidos e metas alcançadas (Zen, 2006).
A etapa de preparação dos planos tem tradicionalmente recebido maior
atenção por parte de gerentes e pesquisadores e se baseia fundamentalmente na
14
tomada de decisão a partir da avaliação das informações coletadas na fase anterior
(Laufer, et al., 1987). Geralmente, são utilizadas técnicas de planejamento e
programação de recursos, baseadas no Método do Caminho Crítico (COM), devido
ao grande número de programas computacionais disponíveis no mercado para o seu
processamento (Mendes Jr, 1999). Outra técnica que também é utilizada nesta
etapa é a Linha de Balanceamento. Ela procura explicitar os ritmos de produção e os
fluxos de trabalho, conferindo, assim, maior visibilidade ao processo produtivo
(Villas-Bôas, 2004).
Quando ocorre a difusão de informações, são levadas em conta as
diferentes necessidades de informação e os formatos associados a cada nível
gerencial. A informação deve ser preparada de acordo com as necessidades das
pessoas que irão utilizá-las. O responsável por difundir a informação deve, com o
auxílio dos usuários da mesma, identificar aquelas que são pertinentes em seus
processos decisórios (Villas-Bôas, 2004).
A última fase corresponde à avaliação de todo o processo de planejamento,
que serve de base para o desenvolvimento deste processo nos próximos
empreendimentos. A utilização de indicadores globais, como, a relação entre os
custos orçados e os custos reais, acompanhados através de relatórios de controle
operacionais, pode ajudar na análise dessa fase (Zen, 2006).
A dimensão vertical está relacionada com a idéia de hierarquia na
elaboração e execução dos planos (Villas-Bôas, 2004) demonstrada na figura 2. O
gerenciamento é normalmente desenvolvido por diversas pessoas, cada uma com
um distinto nível de especificidade na abordagem do problema. Os diferentes níveis
de gerenciamento para quais planos são elaborados definem a dimensão vertical do
processo de planejamento (Formoso, 1991).
Segundo a dimensão vertical, o planejamento se divide em três níveis
gerenciais: estratégico (longo prazo); tático (médio prazo); e operacional e controle
(curto prazo) (Laufer, et al., 1987). Devido à incerteza presente no processo
construtivo, é importante que os planos sejam preparados em cada nível com um
grau de detalhe apropriado (Formoso, 1991).
No nível estratégico são definidos o escopo e as metas do empreendimento
a serem alcançadas em determinado intervalo de tempo. No nível tático enumeram-
se os recursos e suas limitações para que essas metas sejam alcançadas, incluindo-
se a organização destes recursos e estruturação do trabalho. Finalmente o nível
15
operacional refere-se à seleção dos cursos de ações através das quais as metas
são alcançadas. O planejamento operacional está relacionado com as decisões a
serem tomadas a curto prazo referentes as operações de produção da empresa
(Zen, 2006).
O plano de longo prazo, também conhecido como plano mestre, é realizado
no início da fase de construção do empreendimento e se dá identificando os
objetivos principais do empreendimento através do estabelecimento de metas
gerais. Ele deve ser executado com baixo grau de detalhes devido à incerteza
existente no ambiente produtivo. O planejamento de longo prazo fornece um padrão
de comparação para o monitoramento do desempenho do empreendimento, além da
orientação dos demais níveis de planejamento, que por sua vez retroalimentarão
este plano (Biotto, 2012).
Também chamado de lookahead planning, o planejamento de médio prazo
analisa o horizonte de algumas semanas a frente para identificar e remover
restrições das atividades, garantindo a sua execução nas datas planejadas. Esse
plano tem como objetivo a modelagem da taxa e sequência do fluxo de trabalho,
igualando-o com sua capacidade produtiva. Decompor as atividades de longo prazo
em pacotes de trabalho e operações e detalhar os métodos de execução do trabalho
a fim de manter pacotes de trabalhos prontos para o curto prazo (Biotto, 2012).
Também chamado de commitment planning, o planejamento de curto prazo
é realizado fracionando as atividades programadas no médio prazo em pacotes
menores e se inicia listando as atividades com recursos disponíveis para sua
execução. Os pacotes de trabalho semanal são chamados de tarefas e devem
conter definições de ação (natureza da tarefa executada), elemento (componente
físico da ação) e local (onde a tarefa será realizada (Biotto, 2012).
16
Figura 2 - Hierarquização do processo do controle de planejamento (Biotto 2012)
Villas-Bôas (2004), apresenta o funcionamento do planejamento de uma
obra. Embora este seja um estudo de caso de uma empresa e empreendimento
específico, retrata bem a realidade brasileira atual, tendo apenas algumas
especificidades em relação ao método de planejamento adotado.
Inicialmente quando é entregue a proposta de preços já existe um
cronograma de longo prazo, traçado com o engenheiro da obra e o diretor da
empresa. Assinado o contrato, é realizada uma reunião na central da empresa para
definir como a obra será executada, com quantas frentes de serviço e qual número
de funcionários iniciais.
O cronograma de médio prazo é então traçado pelo engenheiro da obra, a
partir do cronograma de longo prazo. Depois de realizado o plano de médio prazo, o
engenheiro de obra se reúne com os empreiteiros contratados para determinar as
metas para um mês de trabalho. Estes, ao serem contratados, já sabem quanto
deve ser cumprido de serviços por mês e ficam conhecendo o método de
planejamento adotado pela empresa. O médio prazo é realizado para um período de
4 semanas e só é revisto após 3 semanas. Inicialmente a empresa tentou ir
reprogramando o médio prazo à medida que passava uma semana de curto prazo,
mas achou que estava dando muito trabalho e não estava sendo aproveitado.
17
Reuniões semanais são realizadas para montagem do cronograma de curto
prazo. O engenheiro leva pronto um planejamento com suas idéias para a próxima
semana, que ele retira do médio prazo. E durante a reunião conversa com o mestre-
de-obras e empreiteiros para saber qual a possibilidade de se cumprir este
cronograma. Nesta mesma reunião ajustes são feitos, caso seja necessário.
Durante a semana, o engenheiro da obra vai verificando quais serviços
estão sendo realizados e quais não irão cumprir o planejamento da semana em
questão. Durante a reunião semanal ele faz o relacionamento das tarefas não
cumpridas e o motivo pelos quais isto aconteceu.
Nas tarefas programadas não são anotados o número de funcionários
necessários para realização do serviço. Os próprios empreiteiros se responsabilizam
em colocar um número suficiente de funcionários para o cumprimento do planejado,
assim como é o empreiteiro que faz a divulgação entre os funcionários de quais
serviços deverão ser realizados na próxima semana. Mas o mestre-de-obras verifica
a freqüência dos funcionários e anota em quais serviços os mesmos estão
trabalhando.
3.4. BIM PARA PLANEJAMENTO DE PRAZO
Modelos e ferramentas 4D foram inicialmente desenvolvidas no final dos
anos 1980 por grandes organizações envolvidas na construção de projetos
complexos de infraestrutura e energia, nos quais erros de planejamento impactavam
diretamente no custo (Eastman, et al., 2008). Nos Estados Unidos da América,
Finlândia e Brasil, o conceito de modelagem 4D entrou em discussão apenas no
final da década de 1990. Com a introdução dos fatores tempo e custo na
modelagem de informações do edifício (ou Building Information Modeling – BIM), os
construtores puderam gerenciar e simular as etapas da construção, assim como
analisar melhor a construtibilidade antes da execução (Florio, 2007).
Planejamento 4D pode ser definido como o processo de planejamento de um
empreendimento e visualização do mesmo a nível espacial conforme o planejado, ou
seja, consiste em visualizar o andamento da obra em terceira dimensão (3D) ao
longo do tempo, sendo este último (o tempo) a quarta dimensão (Witicovski, 2011).
Modelagem 4D (modelo 3D + custos) consiste basicamente de modelos
tridimensionais ligados ao tempo que pode ser o tempo real, planejados de
18
processos ou da conclusão de seus elementos (Biotto, 2012). Tendo em mãos um
cronograma de execução, pode-se então realizar a simulação esquemática da
sequência de execução. Isso torna mais fácil a visualização de todo o processo
construtivo e permite a consideração de alternativas para sequenciamento,
implantação no canteiro, posicionamento de gruas, entre outras. Os componentes do
modelo também podem conter informações referentes às taxas de produtividade,
podendo assim, analisar um planejamento da linha de balanço. Essa abordagem
permite um refinamento de atividades baseadas no seu posicionamento no projeto e
taxas de produtividade e ajuda a eliminar ciclos de início e fim dentre tarefas
(Kymmell, 2008). Uma vez importado, o modelo 3D tem seus objetos conectados à
uma ou mais tarefas, e uma certa tarefa pode ser conectada a um ou mais objetos.
Os softwares e ferramentas especializados em 4D provém conexão direta com o
cronograma e o modelo da construção (Biotto, 2012).
Eastman (2008) aponta os benefícios da modelagem 4D como:
Comunicação: O modelo 4D pode capturar aspectos temporais e espaciais
do planejamento. Portanto planejadores podem exibir para as partes
interessadas o cronograma de construção com muito mais eficiência do que o
tradicional gráfico de Gantt.
Input de múltiplas partes interessadas: Modelos 4D são utilizados em
fóruns para demonstrar como um projeto poderia afetar transito, acesso a um
hospital ou outras preocupações da população
Logistica de canteiro: Planejadores conseguem gerenciar acessos, locação
de equipamentos e instalações provisórias, etc, através de simulações.
Coordenação de transações: Planejadores podem coordenar os fluxos de
tempo e espaço de transações no canteiro além da coordenação de tarefas
em pequenos espaços
Comparação de cronogramas e verificação do progresso de construção:
Gerentes de projeto podem facilmente comparar diversos cronogramas e
rapidamente verificar se a produção está atrasada ou conforme o planejado.
A aplicação do BIM no projeto colaborativo pode contribuir tanto para
aprimorar o processo de obtenção das quantificações dos elementos desenhados a
partir do modelo digital 4D, como para o levantamento de custos e prazos para a
execução (Florio, 2007). O uso de BIM para apoiar a gestão da construção pode
19
reduzir o desperdício de materiais no canteiro de obras. Uma melhor gestão de
materiais e programação de obras através da eliminação de erros no levantamento
de quantitativos e cronogramas de obras mais precisos obtidos com 4D CAD/BIM,
este processo obtido com suporte (Witicovski, 2011).
Um projeto utilizando o conceito de modelagem 4D possibilita visualizar o
andamento de uma obra num programa de visualização gráfica segundo um
cronograma e permite também a interação e comunicação entre os vários
participantes do projeto através de um único meio durante o desenvolvimento do
modelo e pode ser utilizado para realizar análises adicionais relacionadas ao
planejamento. Os modelos 4D constituem uma contribuição positiva no apoio a
decisões sobre o estabelecimento de estratégias de planejamento. A devida
compreensão do planejamento apoiado no CAD4D/BIM proporciona simulações de
atividades críticas antes da execução (Witicovski, 2011).
3.5. PLANEJAMENTO DE CUSTOS
Todo e qualquer empreendimento, nos dias atuais, tendo em vista um
mercado cada vez mais competitivo e um consumidor bastante exigente, requer um
estudo de viabilidade econômica, um orçamento detalhado e um rigoroso
acompanhamento físico-financeiro da obra (Santos, et al., 2009).
Diversos métodos são usados para dar conta de todas as quantidades e os
custos associados a um projeto de construção. Um orçamentista deve considerar os
planos de construção, especificações, as condições do local, custos, inflação
provável, lucros potenciais, o tempo, especiais situações, jurídicas, municipais,
administrativas e questões de segurança. Corretamente, quantificar cada um desses
itens, pode ser desafiador e demorado (Alder, 2006).
Dentre os métodos de estimativas existentes, encontra-se o orçamento
discriminado, fundamentado em características geométricas definitivas, como os
métodos mais complexos. Já outros se fundamentam em características mais
simples e oferecem uma maior velocidade no processamento dos resultados,
embora menos precisos. Mesmo que a precisão de uma estimativa de custo esteja
diretamente relacionada à quantidade de informações disponíveis sobre um
determinado projeto, nota-se que diferentes tipos de informações afetam
distintamente tal precisão, sendo que aqueles dados de caráter mais geral
20
apresentam-se como os mais relevantes e, desta forma, as informações gerais
concentram um conhecimento suficiente para a tomada de decisão e somente após
a conclusão do orçamento pode-se determinar a viabilidade técnico-econômica do
empreendimento, o cronograma físico-financeiro da obra, o cronograma detalhado
do empreendimento e os relatórios para acompanhamento físico-financeiro. (Santos,
et al., 2009).
Santos (2009) ressalta que existem muitos tipos de orçamento de produto
utilizados na construção civil. Como exemplo, pode-se destacar o orçamento
convencional, o executivo, o paramétrico, por características geométricas, processo
de correlação, dentre outros
a) Convencional: é feito a partir de composições de custo, dividindo os
serviços em partes e orçando por unidade de serviço.
b) Executivo: este tipo de orçamento preocupa-se com todos os detalhes de
como a obra será executada, modelando os custos de acordo com a forma que eles
ocorrem na obra ao longo do tempo.
c) Paramétrico: é um orçamento aproximado, utilizado em estudos de
viabilidade ou consulta rápidas de clientes. Está baseado na determinação de
constantes de consumo dos insumos por unidade de serviço.
d) Método pelas características geométricas: baseia-se na análise de
custos por elementos de construção de edifícios do mesmo tipo e com alguma
semelhança relativa do elemento analisado no edifício de estudo.
e) Processo de correlação: o custo é correlacionado com uma ou mais
variáveis de mensuração, podendo ser uma correlação simples (produtos
semelhantes) ou uma correlação múltipla (o projeto é decomposto em partes ou
itens).
No caso de obras de edificações, um indicador bastante usado é o custo do
metro quadrado construído. Inúmeras são as fontes de referência desse parâmetro,
sendo o Custo Unitário Básico (CUB) o mais utilizado. Os critérios e normas para o
cálculo do CUB estão estabelecidos na norma brasileira NBR 12.721/2006 que
descreve um método de avaliação de custos unitários de construção e incorporação
imobiliária e outras disposições de condomínios de edifícios, sendo responsabilidade
dos sindicatos da construção civil, estaduais, calcular e divulgar este índice
paramétrico.
21
Os orçamentos tradicionais geralmente dividem os custos da obra em custos
diretos e indiretos. Consideram como custos diretos todos aqueles referentes aos
insumos da obra, como, por exemplo, os custos de materiais, equipamentos, mão-
de-obra e encargos sociais, sendo os custos indiretos aqueles referentes à
administração, ao financiamento e aos impostos (Santos, et al., 2009).
Para evitar gastar recursos significativos de cada mudança no projeto,
orçamentistas precisam de ferramentas que possibilitam ajustar rapidamente a
estimativa dos custos do projeto (Alder, 2006).
O orçamento convencional não reflete a maneira pela qual o trabalho é
conduzido no canteiro, pois os itens são agrupados por equipes, independentemente
de onde o trabalho ocorre ou da dificuldade de construção. Comparando o
orçamento executivo, com o convencional, percebe-se que a maior distinção está no
fator tempo. No orçamento convencional, os custos são obtidos para cada serviço.
No orçamento executivo, os custos são obtidos para cada operação. Nessa
abordagem parte-se de uma programação prévia, analisando detalhadamente todo o
processo construtivo para se chegar a uma estimativa de custo detalhada Apenas o
custo dos materiais é proporcional à quantidade produzida, enquanto os custos de
mão-de-obra e equipamentos são proporcionais ao tempo (Santos, et al., 2009).
Figura 3 - Diferenças entre o orçamento convencional e o orçamento executivo. (Santos, et al., 2009)
O levantamento de quantitativos pode ser realizado tanto manualmente
quanto eletronicamente, dependendo da preferência e das ferramentas disponíveis
22
pelo orçamentista. Os métodos tradicionais de se realizar um levantamento incluem
a medição e todos os elementos de um edifício, utilizando-se da escala. Este
método pode ser bastante tedioso, especialmente a transferências de medições para
um arquivo, sendo que estas devem ser verificadas cuidadosamente para assegurar
a exatidão (Alder, 2006).
Na lógica do orçamento executivo, a forma de levantamento de quantitativos
vai ao encontro à estratégia de execução do empreendimento. Desta forma, o
orçamento pode ser elaborado para cada período desejado (semanas, quinzenas,
meses), gerando listas de materiais mensais de acordo com os serviços
programados para serem executados em tal período (Santos, et al., 2009).
3.6. BIM PARA PLANEJAMENTO DE CUSTOS
A principal vantagem da modelagem 5D (modelação + tempo + custos) para
os construtores é o aumento da precisão durante a construção, com menos
desperdício de tempo, de materiais e de redução de alterações durante a execução
das obras. Pode-se controlar tanto as atividades críticas que se sobrepõem durante
a execução, compreender através de imagem virtual o projeto final, existindo uma
maior conciliação das especialidades. Esse tipo de modelagem pode ser utilizado
para várias necessidades de visualização, algumas invisíveis, tais como a simulação
dos esforços estruturais (análise por elementos finitos - FEA), do movimento de ar
dentro de um ambiente (CFD), ou visualizar a acústica e distribuição do som
(Azevedo, 2009).
O enfoque da modelagem 5D são os custos e portanto é necessário traçar
um paralelo a estimativas de custos e orçamentos, que juntos ao quantitativo
fornecido por ferramentas BIM possível atingir mais precisão e economia em
orçamentos e cronogramas físico-financeiros. Os orçamentos para obras de
construção civil compreendem o levantamento da quantidade de serviços, seus
respectivos preços unitários e os preços globais do investimento; que devem ser
apresentados numa planilha onde consta a descrição dos serviços com suas
respectivas unidades de medidas e quantidades, composição dos preços unitários
envolvendo mão-de-obra e materiais, preço unitário de cada serviço e,
preferencialmente, o valor total por item e o valor global da obra. Orçamento é
definido como a determinação dos gastos necessários para a realização de um
23
projeto. A preparação de um orçamento é imprescindível, para um bom
planejamento, pois é com base nele que advém o sucesso de qualquer
empreendimento de construção predial. Somente após a conclusão do orçamento
pode-se determinar a viabilidade técnico-econômica do empreendimento, o
cronograma físico-financeiro da obra, o cronograma detalhado do empreendimento e
os relatórios para acompanhamento físico-financeiro (Santos, et al., 2009).
Com o orçamento tradicional preconizam-se os custos e quantidades totais
dos serviços; isso resulta na necessidade de se fazer um novo levantamento de
quantitativo cada vez que se tem um ajuste no projeto original. A falta de
comunicação entre setores resulta também na realização de nova quantificação de
serviço, seja por não confiar no dado do orçamento, seja por ter havido modificações
de projeto sem que as mesmas fossem consideradas no cálculo de quantitativo do
orçamento. Em geral, a entrega do projeto integrado resultará em maior intensidade
com maior envolvimento da equipe de orçamento nas fases iniciais do projeto
(Santos, et al., 2009). Todas as ferramentas BIM fornecem recursos para extração
de quantitativos de componentes, quantidades de material, área e volume dos
espaços. Esses recursos também incluem ferramentas para exportação de dados
quantitativos em uma planilha ou uma base de dados externa (Eastman, et al.,
2008)
Referindo-se ao 5D-BIM, a empresa norte-americana VICO Softwares
apresenta como potencialidades da plataforma: fornecer cronograma de custos;
mostrar ao proprietário o que acontece com o cronograma e o orçamento quando é
feita uma alteração no projeto; organizar seu banco de dados com custos e preços
de informação, taxas de produtividade do trabalho, dados de composição da equipe
e subKPIs (detalhamento do key performance indicator, ou indicador-chave de
desempenho, que mede o nível de desempenho do processo, focando no “como” e
indicando quão bem os processos de tecnologia da informação permitem que o
objetivo seja alcançado); proporcionar múltiplas e iterativas evoluções de
estimativas, para que o proprietário possa rapidamente fazer comparações com o
custo-alvo (Menezes, 2011).
24
4. MÉTODOS E MATERIAIS
O presente capítulo descreve os materiais e métodos aplicados na pesquisa,
as ferramentas utilizadas e as técnicas adotadas para a criação de um modelo BIM
para habitação de interesse social.
Para possibilitar a elaboração de um projeto de empreendimento utilizando a
metodologia BIM, foi selecionado como objeto de estudo um lote com condições de
serem executadas duas unidades de habitação de interesse social.
O lote escolhido se encontra no município de Fazenda Rio Grande, PR,
região metropolitana de Curitiba. Possuindo 12 metros de testada e 30 metros de
profundidade totalizando 360 m². Na figura abaixo é apresentada a localização do
terreno no mapa e uma vista da frente do terreno.
Figura 4 - Localização do terreno Fonte: Google Maps, 2013
25
A concepção e metodologia de projetos utilizando um modelo BIM não
segue os mesmos moldes e padrões utilizados hoje em dia. Visto que ainda não há
um processo de modelagem consolidada no mercado atualmente, os projetos ainda
são feitos do modo tradicional e a partir deles feito um modelo tridimensional. Apesar
dos autores discordarem do método, neste trabalho foi adotada a mesma
abordagem devido à carência em relação a fundamentos técnicos para a elaboração
de projetos. Através de um processo colaborativo de projetos, compostos por
profissionais das disciplinas interessadas, é possível suprir escassez do
conhecimento técnico necessário para a realização de um projeto realizado
integralmente em BIM.
4.1. ELABORAÇÃO DOS MODELOS
Para a elaboração do modelo BIM 5D foram realizadas as seguintes etapas:
1. Modelo arquitetônico
2. Modelo estrutural
3. Modelo de Instalações Hidráulicas
4. Extração de quantitativos
5. Levantamento de custos
6. Elaboração do planejamento de prazo
7. Associação do prazo e custo
8. Simulação 5D (Prazo + Custo)
O projeto arquitetônico utilizado como base para a elaboração do modelo
tem as seguintes características:
60,45 m² de área construída
3 dormitórios
1 cozinha
1 banheiro
1 sala
Na figura x é apresentado o projeto sobre o qual o modelo foi desenvolvido.
26
Figura 5 - Projeto modelo Fonte: Os autores, 2013
O software utilizado para a modelagem foi o Autodesk® Revit. O principal
motivo para a escolha foi a familiaridade com a interface, pois os autores já
possuíam conhecimento nesta ferramenta de modelagem.
Figura 6 - Interface do Autodesk Revit Fonte: Autodesk, 2011
Primeiramente ocorreu a interpretação de todas as informações
representadas no projeto em CAD, como, disposição dos cômodos, medidas, cotas,
posições de janelas e portas, entre outras. Os autores verificaram que para a
elaboração de um modelo virtual preciso, teriam que ocorrer diversas definições de
projeto. Com isso são agregadas as informações necessárias para um entendimento
27
pleno da edificação, como materiais utilizados, espessuras de camadas dos
elementos de pisos e paredes, métodos construtivos, entre outras.
Iniciou-se a modelagem pela adaptação das unidades que seriam utilizadas
ao longo trabalho, seguindo os padrões brasileiros.
Uma vez definidas as medidas, os autores decidiram criar as propriedades
referentes a cada um dos materiais que seriam inseridos nos elementos
construtivos. Isso foi determinado já pensando no método construtivo e nos
materiais aplicados. Cada elemento do projeto apresenta uma composição de
materiais distintos. Estes por sua vez são criados de maneira independente e podem
ser selecionados numa base de dados de materiais, conforme sua necessidade.
Podem ser inseridas informações gráficas, físicas, térmicas, entre outras. Na Figura
8 é apresentada, como exemplo, a composição de uma parede, a biblioteca de
materiais e o editor do material em questão. Nesse caso foi utilizada a parede
nomeada “15cm Sala-Quarto” e a partir dela definida a estrutura de sua composição
e quais materiais serão utilizados em cada fase dessa estrutura (alvenaria, chapisco,
reboco, massa corrida e tinta). Um dos materiais editados foi o bloco cerâmico,
criado a partir dos materiais disponíveis na biblioteca e personalizado de acordo com
a necessidade do projeto e com o disponível no mercado.
Figura 7 - Definição das unidades Fonte: Os autores, 2013
28
A plataforma Revit permite a importação direta de arquivos DWG, o que
facilita e agiliza a transformação das linhas que compõe o projeto em elementos
paramétricos. Entretanto, como neste caso, possuía-se apenas o projeto em papel, a
modelagem do empreendimento ocorreu inteira e diretamente no Revit.
Após a definição e criação de todos os materiais e elementos que seriam
utilizados ao longo do processo de modelagem, foi dado início à transformação de
representações bidimensionais em um modelo BIM. É importante ressaltar que,
devido à parametricidade, o processo de modelagem não precisa seguir nem existe
uma sequência, dita correta para a criação de um modelo.
4.1.1. Arquitetônico
A modelagem da edificação estudada seguiu uma sequência de passos,
metodologia de projeto, definida pelos autores.
1. Paredes: No lançamento das paredes, num primeiro momento, não
houve uma preocupação com as medidas exatas de cada elemento,
apenas desenhando de maneira que a forma fique parecida com o
resultado desejado. Uma vez que todos os elementos estejam
Figura 8 - Estrutura de objetos e propriedades dos materiais Fonte: Os autores, 2013
29
lançados definiu-se a medida de cada um de acordo com o projeto em
questão.
2. Portas e janelas: Foram inseridas a partir de componentes da própria
biblioteca do software. Ao posicioná-los nas paredes os recortes são
feitos de maneira automatizada, impedindo que haja conflito de
componentes distintos no mesmo espaço.
3. Pisos: Definidos no projeto arquitetônico comportam o material de
acabamento. Sendo assim foram delimitados os perímetros dos pisos
em cada cômodo, sua espessura e composição a partir da laje.
4. Forros: São automaticamente desenhados a partir das faces da
parede, reconhecendo os limites e sendo fixadas na altura
estabelecida em projeto.
5. Madeiramento e telhas: Utilizado o tutorial elaborado por Eron
Costin (2011), no qual são criados 4 elementos de telhado e
customizados para a realização do madeiramento e telhas.
6. Implantação: Inseriu-se pontos com elevações distintas da qual foi
criada a superfície. Para a diferenciação das superfícies foi criada
subregiões e modificado seu material dando o acabamento desejado.
Figura 9 - Evolução do modelo arquitetônico Fonte: Os autores, 2013
30
4.1.2. Estrutural
O estudo de caso não possuía um projeto estrutural. Para a avaliação da
metodologia BIM em projetos de estrutura os autores o desenvolveram sem o intuito
de dimensionar ou calcular a estrutura. Foi feito apenas o lançamento e modelagem
3D da estrutura.
O modelo estrutural seguiu a seguinte metodologia de projeto:
1. Baldrames: O lançamento da viga baldrame foi feito automaticamente
pelo software apenas selecionando as paredes das quais a viga seria a
base. Os autores definiram apenas seção da viga de 15x30cm
2. Piso alicerce: Utilizando as delimitações do baldrame são criados os
pisos alicerces, com espessura de 7cm.
3. Blocos de fundação: Os blocos foram posicionados nas interseções das
vigas, após estabelecida uma dimensão padrão de 40x40x40cm.
4. Estacas: Em cada bloco foi inserida uma estaca com 20cm de diamêtro
e 6m de profundidade.
5. Vigas: O lançamento das vigas utilizou o traçado das paredes.
Diferentemente das vigas baldrame, estas não são lançadas
automaticamente, tendo que desenhar a linha do eixo ou face. A seção
destas vigas são de 9x20cm.
6. Pilares: Utilizando um método similar ao dos blocos, são determinadas
as intersecções mais apropriadas. Considerando o método construtivo
usual para este tipo de edificação foi escolhida uma seção de 9x9cm
para os pilares.
31
Figura 10 - Evolução do modelo estrutural Fonte: Os autores, 2013
4.1.3. Instalações Hidráulicas
Considerando as limitações do software em relação à biblioteca de
componentes e a grande discrepância nos padrões utilizados no Brasil e o país de
origem do software, foi estabelecido que a modelagem compreenderia apenas as
instalações hidráulicas de um banheiro.
32
Primeiramente posicionaram-se os equipamentos hidraúlicos (bacia
sanitária, lavatório, chuveiro e caixa d’água) para definir o ponto de conexão destes
com os tubos. Em seguida foram traçados os tubos das instalações de água fria e
esgoto. As conexões são inseridas de maneira automatizada. A Figura 11 apresenta
o modelo de instalações nas duas fases.
4.2. ESTIMATIVA DE CUSTOS
O software utilizado para a elaboração do modelo apresenta um recurso que
permite a extração de diversas tabelas, como quantitativos de materiais ou até
mesmo tabelas de diversos elementos (esquadrias, portas). Os quantitativos
gerados podem ser customizados, tanto para definir as unidades ou dimensões dos
elementos, quanto para estabelecer a própria formatação das tabelas. Porém, as
informações extraídas dessa maneira, resultam em tabelas segregadas para cada
categoria de elementos. Isso ocorre por uma limitação da ferramenta utilizada. Para
ilustrar o processo de extração de informações foi gerada uma tabela com o
quantitativo dos materiais que compõem as paredes da edificação. Cada material
presente na Figura 12 foi criado ou customizado no início da modelagem, adaptando
suas principais características para a realidade brasileira. O mesmo procedimento foi
Figura 11 - Etapas do modelo de instalações hidráulicas Fonte: Os autores, 2013
33
repetido para cada elemento modelado que foi verificada a necessidade de
quantificar.
Figura 12 - Exemplo de extração por tabelas do Revit Fonte: Os autores, 2013
4.3. LEVANTAMENTO DE CUSTOS
Devido à indisponibilidade de um software comercial com a finalidade de
realizar a integração do modelo 3D com a dimensão custo, os autores optaram pela
utilização de uma pasta de trabalho, já elaborada, através de programação VBA do
software Microsoft Excel. Mensalmente esta pasta de trabalho é atualizada com
informações oriundas dos Relatórios de Serviços e Insumos do SINAPI (Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil). Relacionando este
banco de dados com os dados extraídos do modelo, obtém-se uma estimativa de
custo.
Cada item do relatório de serviços possui um código que representa uma
composição de insumos e suas quantidades para realizar uma quantidade unitária
do serviço. A Figura 13 apresenta a composição do código 5999 – Azulejo 2a 15x15
cm fixado com argamassa colante, juntas a prumo, rejuntamento com cimento
branco.
Figura 13 - Exemplo de composição do SINAPI Fonte: Os autores, 2013
34
A Figura 14 ilustra a tabela extraída do modelo, exportada em .txt,
contemplando o elemento geométrico com código equivalente ao da planilha do
SINAPI e sua quantidade.
Figura 14 - Tabela extraída do Revit em formato .txt
Associando os dados extraídos do modelo com este banco de dados, obtém-
se uma estimativa de custo na pasta de trabalho utilizada. A Figura 15 apresenta o
resultado da combinação desses dados para o custo do item 5999- Azulejo 2a 15x15
cm fixado com argamassa colante, juntas a prumo, rejuntamento com cimento
branco. Este procedimento é realizado automaticamente para cada elemento
modelado que possui um código e sua quantidade.
Figura 15 - Levantamento de custo Fonte: Os autores, 2013
35
4.4. ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO DE PRAZO
O planejamento de prazo foi elaborado com a finalidade de estudar a
integração do modelo 3D com a dimensão tempo. No entanto, não foi realizado um
planejamento detalhado da execução da obra, mas o suficiente para atribuir
atividades para cada elemento modelado. A ferramenta utilizada para o
desenvolvimento dessa etapa foi o Microsoft Project. A fim de realizar a integração
das informações extraídas do modelo com o planejamento foi adotado seguinte
método. A cada atividade representada no planejamento do empreendimento, está
atribuída um código da EAP (Estrutura Analítica de Projetos). Para todo elemento
modelado existe uma atividade descrita no planejamento de prazo. Associando o
código da EAP para cada elemento do modelo é possível fazer a relação entre o
modelo 3D e o que foi planejado. A Figura 16 ilustra uma parte do planejamento
desenvolvido e o gráfico de Gantt para as respectivas atividades.
4.5. ASSOCIAÇÃO DO PRAZO E CUSTO
A solução desenvolvida para possibilitar a simulação 5D do empreendimento
foi de agregar a cada elemento ou material dois novos códigos. Estes, são criados
utilizando a ferramenta de parâmetros compartilhados do software. Com a finalidade
de associar o modelo com o prazo, atribui-se um código da EAP do planejamento
Figura 16 - Planilha de planejamento Fonte: Os autores, 2013
36
para cada elemento ou material modelado. Já para a associação dos componentes
do modelo com o levantamento de custos foram agregados a aqueles um código da
composição, retirados da planilha do SINAPI. A figura x mostra o elemento estaca
com os respectivos códigos.
Figura 17 - Demonstração de códigos associados ao elemento Fonte: Os autores, 2013
4.6. SIMULAÇÃO 5D (PRAZO + CUSTO)
Por fim, foi realizada a simulação 5D (3D + prazo + custo). O software
escolhido para fazer a compilação de todas as informações do modelo e gerar a
simulação foi o Autodesk Navisworks. O início dessa etapa se deu reunindo todos os
quantitativos extraídos do Revit em uma única planilha. A Figura 18 evidência a
necessidade dessa organização das tabelas, a fim de deixar todos os elementos
modelados com códigos na ordem do planejamento.
37
Figura 18 - Tabelas do Revit Fonte: Os autores, 2013
Como o Revit levanta os quantitativos separando os elementos por
categorias, a ordenação deve ser feita manualmente. A Figura 19 apresenta uma
parte da planilha organizada e composta por todos elementos modelados, contendo
o código da EAP, código da composição e a quantidade.
Figura 19 - Tabela final de quantitativos Fonte: Os autores, 2013
Tendo em mãos o levantamento de custos elaborado anteriormente pode-se
então inserir esses custos no planejamento de prazo. Assim, tem-se para cada
38
elemento modelado uma atividade e um custo para sua realização. A Figura 20
mostra exemplos do custo inserido no planejamento da edificação.
Figura 20 - Planejamento com o custo associado Fonte: Os autores, 2013
Apesar dessa etapa ser realizada manualmente, esse foi o método
encontrado pelos autores para conseguir adaptar as ferramentas utilizadas e poder
executar a simulação 5D. O software Navisworks importa o arquivo criado em
Microsoft Project e é a partir da ligação do modelo 3D com o planejamento que se
faz a simulação da construção. É por esse motivo que os custos são inseridos nesse
arquivo. A Figura 21 mostra a simulação da edificação mostrando que o andamento
da construção para uma definida data e o custo da obra até então.
39
Figura 21 - Simulação 5D Fonte: Os autores, 2013
40
5. RESULTADOS
O presente capítulo contém uma análise dos resultados obtidos ao longo do
desenvolvimento do trabalho. Os resultados foram os seguintes:
Modelo 3D, contendo informações de projeto arquitetônico, estrutural
e instalações hidráulicas de um banheiro da residência.
Tabela de quantitativos extraída automaticamente
Orçamento
Planejamento de prazo
Simulação 5D
5.1. MODELO 3D
O modelo 3D elaborado possibilitou a criação automática de pranchas de
plantas, elevações e cortes. No apêndices de 1 a 5 são apresentadas as pranchas
do projeto arquitetônico, estrutural e hidráulico, respectivamente. Além das pranchas
também foi extraído do modelo dois PDFs 3D (apêndices 6 e 7), possibilitando a
visualização tridimensonal em um formato altamente acessível. A qualidade no
detalhamento e normatização das pranchas estão diretamente ligadas à qualidade e
nível de detalhe do modelo, além de uma customização dos padrões
disponibilizados pelo software. As pranchas desenvolvidas apresentam apenas as
vistas selecionadas pelos autores para melhor visualização dos projetos e um
carimbo no qual foram alterados apenas os campos já pré-definidos pelo padrão do
Revit. O modelo 3D possibilitou uma visualização e entendimento facilitado do
projeto. A realização dos projetos de estrutura e instalações hidráulicas a partir do
modelo arquitetônico possibilitaram uma compatibilização praticamente imediata dos
projetos.
A modelagem BIM permitiu um entendimento mais abrangente da edificação
e seus projetos. Mas, simultaneamente levantou questionamentos a respeito dos
métodos construtivos, materiais a serem empregados, entre outros. Isso implicou na
tomada de decisões que hoje em dia seriam feitas no canteiro de obras, nas fases
iniciais do projeto.
41
Figura 22 - Modelo 3D Fonte: Os autores, 2013
Ocorreu um ganho de produtividade, devido à parametricidade, visto que ao
sofrerem alguma alteração, os elementos se adaptam sem ser necessário atualizá-lo
na representação gráfica.
Os desenhos extraídos a partir do modelo facilitaram a coordenação e
prevenção de erros de projeto. Os projetos complementares foram desenvolvidos
desde o início, considerando as características geométricas dos elementos e as
limitações físicas do projeto, diminuindo consideravelmente a margem para erros.
A maior dificuldade encontrada na modelagem foi a falta de bibliotecas de
elementos e uma restrita base de dados do software. A criação desses elementos
necessita de um grande conhecimento da ferramenta, tornando complicada o
desenvolvimento por usuários com pouca experiência. O nível de detalhe que uma
modelagem complexa demanda é alto, mesmo em fases iniciais do projeto. A
modelagem BIM exige um grande investimento, tanto em softwares, quanto em
hardware, para poder usufruir de todas os seus benefícios.
42
Figura 23 – Modelo 3D seccionado Fonte: Os autores, 2013
5.2. TABELA DE QUANTITATIVOS
A extração dos quantitativos gerou como resultado uma tabela em .txt, que
pode ser lido no software Excel. A Figura 24 apresenta a tabela de quantitativos
ordenada.
43
Figura 24 - Tabela de quantitativos ordenada Fonte: Os autores, 2013
A partir da modelagem da edificação, foi realizada a extração dos
quantitativos como demonstrado no capitulo 4. Na maioria dos elementos modelados
a extração aconteceu sem nenhum problema porém em alguns elementos não foi
possível devido a característica da modelagem. Por exemplo só existem
composições de custo por m², Figura 25, e.a extração da estrutura do telhado é feita
com metro linear dos elementos, Figura 26.
Figura 25 - Composição da estrutura do telhado
Fonte: Os autores, 2013
44
Para elaborar o levantamento de custos usando a base de dados, foram
necessárias adaptações de elementos que não são possíveis as extrações no
formato correto e também ordenamento manual da EAP.
5.3. ORÇAMENTO
Utilizando a tabela extraída e ordenada na macro criada no software Excel
foram levantados todos os insumos e custos para cada item da EAP do projeto. No
apêndice 8 encontra-se o orçamento completo.
5.4. PLANEJAMENTO DE PRAZO
A elaboração do planejamento de prazo, foi realizada apenas para
demonstrar o funcionamento do simulação 5D. O custo obtido para cada atividade
no orçamento já está incorporado no planejamento da obra. No apêndice 9 encontra-
se o planejamento completo com os custos.
5.5. SIMULAÇÃO 5D
A simulação 5D fornece diversos tipos de visualização. Obtivemos como
resultado esta visualização tanto no próprio software como também uma animação e
seus respectivos frames separados em imagens. Como o resultado final é
Figura 26 - Extração do madeiramento Fonte: Os autores, 2013
45
constituido por uma animação na qual é apresentada o desenvolvimento da obra nas
dimensões 3D, tempo e custo, foi decidido apresentar como resultado as imagens a
cada 5 dias. No apêndice 10 temos imagens que compõe a simulação.
46
6. CONCLUSÕES
O presente trabalho teve como objetivo desenvolver um modelo BIM 5D para
analisar e avaliar os benefícios práticos da utilização de ferramentas BIM na
elaboração e condução de projetos. Este modelo teve como base o estudo de um
único empreendimento. Este teve como início a modelagem tridimensional das
disciplinas de arquitetura, estrutura e instalações hidráulicas. Seguido pela extração
das informações que serviram como subsídio para a elaboração dos planos de prazo
e custo. Para alcançar o objetivo principal do trabalho ocorreu a associação do
modelo tridimensional aos planos que resultou na simulação BIM 5D.
Foi verificado que a modelagem tridimensional aprimorou a visualização e
compreensão do empreendimento. A fim de realizar a simulação desejada, o nível
de detalhe e precisão do modelo deve ser o mais próximo da realidade, buscou-se
definir previamente os métodos construtivos utilizados e os materiais empregados na
construção. Isso implicou em uma participação colaborativa de todos os envolvidos
já nas fases iniciais.
Uma vez que o modelo foi criado e existe uma consistência das informações
a extração dos dados ocorre de maneira automática. As tabelas obtidas foram
geradas de maneira independente para cada classe, tendo que ordená-las de
acordo com a EAP manualmente.
Na sequência da extração dos dados, a obtenção de um orçamento nasce
de maneira automática. Considerando que as tabelas contém os códigos do banco
de dados do SINAPI, nessa etapa é necessário a verificação da similaridade entre
as unidades das informações extraídas e do banco de dados.
O planejamento de prazo foi gerado considerando somente as
informações modeladas e a sequência de execução de atividades referentes a
elas.
Considerando os resultados obtidos, conclui-se que já é possível a
realização de um modelo BIM 5D, com as ferramentas utilizadas neste trabalho. A
elaboração deste modelo e as informações dele extraídas, ampliaram a visão em
relação ao projeto, integrando todas informações disponíveis em um único modelo.
Isso garantiu melhor precisão nas tomadas de decisões referentes ao planejamento
47
de prazo e custo. Além da verificação de possíveis erros tanto no planejamento de
prazo e custo quanto no método construtivo adotado.
6.1. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
A partir da realização deste trabalho estão relacionados a seguir as
sugestões para trabalhos futuros:
Elaboração de um modelo tridimensional de projetos complementares;
Aplicar BIM 5D utilizando formato IFC – Industry Foundation Classes;
Comparar orçamento extraído do modelo com o realizado em obra.
48
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51
8. APÊNDICE
52
8.1. APÊNDICE 1 - A-01 - PLANTA BAIXA E IMPLANTAÇÃO
53
8.2. APÊNDICE 2 - A-02 - CORTES, ELEVAÇÕES E 3D
54
8.3. APÊNDICE 3 - E-01 – ESTRUTURAL
55
8.4. APÊNDICE 4 - H-01 - ISOMETRICO – BANHEIRO
56
8.5. APÊNDICE 5 - H-02 - PLANTA E ELEVAÇÃO
57
8.6. APÊNDICE 6 - PDF 3D ARQ – EST
58
8.7. APÊNDICE 7 - PDF 3D INST
59
8.8. APÊNDICE 8 - LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS
60
8.9. APÊNDICE 9 – PLANEJAMENTO DE PRAZO
61
8.10. APÊNDICE 10 – SIMULAÇÃO 5D