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7/21/2019 Analise Quantitativa de Riscos Em Uma Planta de Producao de Metanol
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Rio de Janeiro, 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
PROGRAMA DE TECNOLOGIA DE PROCESSOSQUMICOS E BIOQUMICOS
JULIA DI DOMENICO PINTO
Anlise Quantitativa de Riscos em uma Planta deProduo de Metanol
Orientadores:
Prof. Maurcio Bezerra de Souza Jnior, D.Sc.
Prof. Carlos Andr Vaz Jnior, D.Sc.
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Anlise Quantitativa de Riscos em uma Planta de Produo de Metanol
Julia Di Domenico Pinto
DISSERTAO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA ESCOLADE QUMICA / TECNOLOGIA DOS PROCESSOS QUMICOS EBIOQUMICOS / UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO UFRJ, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSRIOS OBTENO DO GRAU DE MESTRE.
Escola de Qumica
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Orientadores
Carlos Andr Vaz Jnior, D.ScMaurcio Bezerra de Souza Jnior, D.Sc
Rio de Janeiro, RJ Brasil
2013
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P659a Pinto, Julia Di Domenico Pinto.
Anlise Quantitativa de Riscos em uma Planta de Metanol / Julia Di DomenicoPinto. Rio de Janeiro, 2013
iii, 135 f.: i1
Dissertao (Mestrado em Tecnologia de Processos Qumicos e Bioqumicos) Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, TPQBq EQ, 2013
Orientadores: Carlos Andr Vaz Jnior e Maurcio Bezerra de Souza Jnior
1. Anlise Quantitativa de Riscos. 2. Planta de Metanol. 3. Sequestro de CO2. 4.Identificao de Perigos. 5. Estimativa de consequncias, frequncias e riscos. 6.Unisim Design. 7. Phast software. I. Carlos Andr Vaz Jnior e Maurcio Bezerra deSouza Jnior (Orient.). II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. TPQBq. III. Ttulo
COD: 542.7
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AGRADECIMENTOS
Agradeo UFRJ, em especial Escola de Qumica, pela oportunidade de
desenvolver um projeto de mestrado adquirindo como consequncia o ttulo de Mestre.
Aos familiares que, de alguma forma estiveram envolvidos com meu
desenvolvimento acadmico e profissional.
Aos amigos Pedro Pister e Gabriel Gandhi, que caminharam ao meu lado nessa
empreitada e pelos momentos raros de descontrao. Ao Vincius, pelo apoio
incondicional.
Ao amigo Igor R.S., pela disposio e pacincia na resoluo de problemas.
Aos meus orientadores Carlos Andr e Maurcio, pela dedicao e ajuda nas
dificuldades encontradas durante a realizao dessa dissertao.
Finalmente, aos meus pais, por todo o apoio, carinho e sabedoria.
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RESUMO
PINTO, Julia Di Domenico. Anlise Quantitativa de Riscos em uma Planta de
Produo de Metanol. Orientadores: Carlos Andr Vaz Jnior e Maurcio Bezerra de
Souza Jnior. Rio de Janeiro: UFRJ/EQ/TPQBq. 2013. Dissertao (Mestrado em
Tecnologia dos Processos Qumicos e Bioqumicos).
A Anlise Quantitativa de Riscos (AQR) visa quantificar o risco decorrente de
uma atividade / indstria e fornecer informaes relevantes s autoridades competentes
da aceitabilidade do risco envolvido. Neste trabalho foi desenvolvida uma Anlise
Quantitativa de Riscos em uma Planta de Produo de Metanol, simulada pelo software
UNISIM DESIGN, visando aceitabilidade dessa planta em uma regio. A metodologia
utilizada para a realizao da AQR incluiu: identificao e caracterizao da instalao
e do sistema a ser analisado, identificao dos perigos associados e definio dos
cenrios acidentais, estimativa das consequncias acidentais com anlise de
vulnerabilidade e efeitos fsicos, estimativa das frequncias de ocorrncias dos acidentes
e estimativa e avaliao dos riscos. A estimativa das consequncias foi realizada atravs
do softwarePHAST, verso 6.51. Os resultados da AQR foram expressos em termos de
risco social e risco individual. Comparados aos nveis de tolerncia vigentes, os riscos
foram considerados tolerveis nas atuais condies de magnitude e operao da planta
A utilizao do simulador em conjunto com a AQR permite ainda testar o risco sob
novas condies operacionais a fim de delimitar regies seguras para a operao da
planta.
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Lista de Figuras
Figura 1: Processo iterativo da AQR (CETESB, 2003) ................................................... 3
Figura 2: Exemplo da utilizao dos MCE em uma anlise de rvore de eventos
(NIELSEN et al. 1998) ..................................................................................................... 9Figura 3: Depsito de artigos por ano ............................................................................ 11
Figura 4: Distribuio de artigos publicados pelo pas de origem ................................. 12
Figura 5: Mapa Geral do Estado do Esprito Santo (Fonte: Associao dos Municpios
do Estado do Esprito Santo (AMUNES) (http://www.amunes.org.br) ......................... 19
Figura 6: Layout Geral da Planta de Metanol................................................................. 19
Figura 7: Localizao Fsica do Empreendimento (Fonte: GOOGLE EARTH.
Adaptada)........................................................................................................................ 20
Figura 8: Etapas do Processo de Produo de Metanol .................................................. 22
Figura 9: Sistema de Descarregamento Rodovirio de Etanol ....................................... 25
Figura 10: Exemplo de tanque de estocagem (Fonte: RIMA, 2012) .............................. 26
Figura 11: Exemplo de tanque cilndrico de armazenamento de CO2e H2 (Fonte:
SHANDONG HENGUE FACTORY, 2012) ................................................................. 26
Figura 12: Probabilidade de Direo e Velocidade Mdia dos Ventos no Perodo do Dia
........................................................................................................................................ 31
Figura 13: Probabilidade de Direo e Velocidade Mdia dos Ventos no Perodo da
Noite ............................................................................................................................... 31
Figura 14: Hipteses Acidentais Relevantes x Cenrios ................................................ 75
Figura 15: Mapeamento de Vulnerabilidade .................................................................. 91
Figura 16: Exemplo de rvore de Eventos Utilizadas para Definir Consequncias das
Falhas (Fonte: Adaptada do Guidence of Offshore Quantitative Risk Analysis)............ 94
Figura 17: Mdios e Grandes Vazamentos de Lquido Inflamvel ................................ 95
Figura 18: Vazamento de Substncia Txica ................................................................. 95
Figura 19: Pequenos e Mdios Vazamentos de Gs Inflamvel .................................... 96
Figura 20: Grandes Vazamentos de Gs Inflamvel ...................................................... 96
Figura 21: Curva F-N de tolerabilidade para risco social (Fonte: CETESB, 2003) ..... 104
Figura 22: Estimativa do nmero de vtimas para o clculo do risco social (Fonte:
CETESB, 2003) ............................................................................................................ 105
Figura 23: Malha de Clculo ........................................................................................ 107
Figura 24: Ncleos Populacionais Considerados ......................................................... 108
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Figura 25: Curvas de Iso-risco...................................................................................... 110
Figura 26: Risco Social ................................................................................................ 111
Figura 27: Risco Social sob Condies Extremas de Operao ................................... 112
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Lista de Tabelas
Tabela 1: Propriedades do Metanol Produzido............................................................... 17
Tabela 2: Condies operacionais do processo .............................................................. 21
Tabela 3: Condies de Processo ................................................................................... 25Tabela 4: Veculos nas estradas (Fonte: Departamento de Estradas e Rodagem do
Esprito Santo, 2012) ...................................................................................................... 28
Tabela 5: Pessoas por veculo na estrada........................................................................ 29
Tabela 6: Populao da Rodovia .................................................................................... 29
Tabela 7: Classificao de estabilidade em funo das condies atmosfricas (Fonte:
CETESB, 2003) .............................................................................................................. 30
Tabela 8: Mdias das variveis (Temperatura, Umidade Relativa e Radiao Solar) ... 32Tabela 9: Dados Meteorolgicos Mdios da Regio da Planta de Metanol (INMET,
2012) ............................................................................................................................... 32
Tabela 10: Critrio para Classificao de Substncias Inflamveis [Fonte: Norma
P4.261-CETESB (2003)] ................................................................................................ 33
Tabela 11: Critrio para Classificao de Substncias Txicas [Fonte: Norma P4.261-
CETESB (2003)] ............................................................................................................ 34
Tabela 12: Propriedades Fsico-Qumicas do Metanol [Fonte: FISPQ Pb0041_p da
Petrobras (2010)] ............................................................................................................ 35
Tabela 13: Propriedades Fsico-Qumicas do Etanol (Fonte: FISPQ Pb0005_P da
Petrobras (2004)) ............................................................................................................ 36
Tabela 14: Propriedades Fsico-Qumicas do cido Frmico [Fonte: CETESB,
disponvel em www.cetesb.sp.gov.br acessado em 17/12/201] ..................................... 37
Tabela 15: Propriedades Fsico-Qumicas do Hidrognio [Fonte: CETESB, disponvel
em www.cetesb.sp.gov.br acessado em 17/12/2012] ..................................................... 38
Tabela 16: Causas Gerais de Acidentes com Metanol ................................................... 44
Tabela 17: Tipos Acidentais Associadas ao Metanol ..................................................... 45
Tabela 18: Origem dos Acidentes Associados ao Metanol ............................................ 46
Tabela 19: Causas Gerais de Acidentes com Etanol ...................................................... 46
Tabela 20: Tipos Acidentais Associadas ao Etanol ........................................................ 47
Tabela 21: Origem dos Acidentes Associados ao Etanol ............................................... 47
Tabela 22: Causas Gerais de Acidentes com cido Frmico ........................................ 48
Tabela 23: Tipos Acidentais Associadas ao cido Frmico .......................................... 48
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Tabela 24: Origem dos Acidentes Associados ao cido Frmico ................................. 48
Tabela 25: Causas Gerais de Acidentes com Hidrognio............................................... 49
Tabela 26: Tipos Acidentais Associadas ao Hidrognio ................................................ 49
Tabela 27: Origem dos Acidentes Associados ao Hidrognio ....................................... 49
Tabela 28: Ocorrncias de Acidentes por Atividade ...................................................... 51
Tabela 29: Ocorrncias de Acidentes por Atividade ...................................................... 52
Tabela 30: Ocorrncias de Acidentes por Atividade ...................................................... 53
Tabela 31: Ocorrncias de Acidentes por Atividade ...................................................... 53
Tabela 32: Equipe recomendvel para elaborao de uma APR (Fonte: Adaptado de
AGUIAR, L.A.A. et al) .................................................................................................. 56
Tabela 33: Categorias de Frequncia.............................................................................. 57
Tabela 34: Categoria de Severidade ............................................................................... 57
Tabela 35: Categoria de Riscos ...................................................................................... 58
Tabela 36: Matriz de Risco (Adaptado de Esteves et al, 2005) ..................................... 58
Tabela 37: Modelo de Planilha da APR ......................................................................... 58
Tabela 38: Subsistemas a serem analisados na APR ...................................................... 60
Tabela 39: Subsistema 1 rea de Estacionamento de Carretas - Ptio de
estacionamento de carretas adjacente chegada do duto de etanol ............................... 61
Tabela 40: Subsistema 2: Recebimento e Estocagem de Etanol - Do recebimento
rodovirio de etanol, passando pelas bombas de exportao para o tanque de estocagem
........................................................................................................................................ 62
Tabela 41: Subsistema 3: Alimentao de Etanol - Do tanque de estocagem at o
misturador da corrente de recirculao de etanol ........................................................... 64
Tabela 42: Subsistema 4: Recirculao e Alimentao de Hidrognio - Ciclo de
recirculao de hidrognio desde os cilindros de hidrognio at o reator ...................... 65
Tabela 43: Subsistema 5: Separao de Hidrognio/Etanol/CO2- Do vaso separador deHidrognio/Etanol at o duto de sada da primeira torre de destilao (recheio) ........... 66
Tabela 44: Subsistema 6 Produo de Metanol - Do Duto de entrada da segunda torre
de destilao at o duto de sada da terceira torre de destilao..................................... 68
Tabela 45: Subsistema 7 Estocagem de Metanol - Da sada da torre de destilao de
produo de metanol at o tanque de armazenamento ................................................... 69
Tabela 46: Subsistema 8: Recirculao de Etanol - Do duto de sada da terceira torre de
destilao contendo etanol at o reator, passando pela bomba de recirculao ............. 70Tabela 47: Subsistema 9 Reator de Produo de Metanol Reator ............................ 71
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Tabela 48: Hipteses acidentais relevantes selecionadas da APR ................................. 73
Tabela 49: Eventos Iniciadores Relevantes para a AQR ................................................ 77
Tabela 50: Alcances obtidos para os eventos envolvendo lquido ................................. 85
Tabela 51: Alcances obtidos para os eventos envolvendo gs ....................................... 88
Tabela 52: Alcances obtidos para os eventos envolvendo txicos ................................... 90
Tabela 53: Alcances mximos para vulnerabilidade ...................................................... 90
Tabela 54: Legenda dos Alcances de Vulnerabilidade ................................................... 91
Tabela 55: Probabilidade de Ignio Imediata [Fonte: BEVI (2009)] ........................... 97
Tabela 56: Ignio Retardada ......................................................................................... 97
Tabela 57: Frequncias genricas de falhas nas tubulaes ........................................... 99
Tabela 58: Frequncias genricas de falhas dos equipamentos e cenrios..................... 99
Tabela 59: Resultado das Frequncias de Ocorrncias ................................................ 100
Tabela 60: Distribuio populacional ........................................................................... 109
Tabela 61: Legenda de Risco Individual ...................................................................... 110
Tabela 62: Risco Social ................................................................................................ 111
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Lista de Abreviaturas
AAE Anlise de rvore de Eventos
AHA Anlise Histrica de Acidentes
ALARP As Low As Reasonably Practible
APR Anlise Preliminar de Riscos
AQR Anlise Quantitativa de Riscos
CETESB Companhia Ambiental do Estado de So Paulo
CFD Computacional Fluid Dynamics
CL50 Concentrao Letal 50%
DL50 Dose Letal 50%
EI Evento Iniciador
EIA Estudo de Impacto Ambiental
FISPQ Ficha de Informao de Segurana de Produto Qumico
HAZOP Hazard and Operability Studies
HSE Health and Safety ExecutiveINMET Instituto Nacional de Meteorologia
LI Licena de Implantao
LIE Limite Inferior de Explosividade
LO Licena de Operao
LP Licena Prvia
MCE Mtoodos de Confiabilidade Estrutural
MHIDAS Major Hazard Incident Data Service
MLA Massa Liberada Acidentalmente
NNA Nveis No Atingidos
PE Ponto de Ebulio
PHAST Process Hazard Analysis Software Tool
PF Ponto de Fulgor
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RIF Risk Influencing Factors
RIMA Relatrios de Impacto Ambiental
SIEQ Sistema de Informao Sobre Emergncias Qumicas
SRD Systems Reliability Directorate
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SUMRIO
1. INTRODUO ........................................................................................................ 1
1.1. Contextualizao ................................................................................................ 1
1.2. Anlise Quantitativa de Riscos (AQR) .............................................................. 21.3. Objetivo e Estrutura do Trabalho ....................................................................... 3
1.4. Motivao .......................................................................................................... 5
2. REVISO BIBLIOGRFICA .................................................................................. 6
2.1. Discusso ........................................................................................................... 6
2.1.1. Algumas Utilidades .................................................................................... 7
2.2. Histrico ........................................................................................................... 11
2.3. Exigncias para Licenciamento de Instalaes Industriais .............................. 123. DESCRIO DAS INSTALAES ..................................................................... 16
3.1. Objetivo ........................................................................................................... 16
3.2. Introduo ........................................................................................................ 16
3.3. Instalaes ........................................................................................................ 17
3.4. Localizao ...................................................................................................... 17
3.5. Descrio do Processo e dos Sistemas ............................................................. 20
3.5.1. Processo .................................................................................................... 20
3.5.2. Descrio .................................................................................................. 20
3.5.3. Sistema de descarregamento rodovirio e armazenamento de etanol ...... 24
3.5.4. Sistema de armazenamento de metanol .................................................... 25
3.5.5. Sistema de armazenamento de hidrognio (H2) e gs carbnico (CO2) ... 26
3.6. Distribuio Populacional ................................................................................ 26
3.6.1. Terminal Aquavirio de Barra do Riacho (TABR) .................................. 27
3.6.2. Fibria ......................................................................................................... 27
3.6.3. Portocel ..................................................................................................... 27
3.6.4. Evonik Industries ...................................................................................... 27
3.6.5. Povoado de Barra do Riacho .................................................................... 28
3.6.6. Rodovia Estadual ES-010 ......................................................................... 28
3.7. Caractersticas Meteorolgicas ........................................................................ 29
3.7.1. Tratamento dos Dados .............................................................................. 30
4. PRODUTOS QUMICOS INTEGRANTES DO PROCESSO .............................. 33
4.1. Introduo ........................................................................................................ 33
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4.2. Critrios ........................................................................................................... 33
4.3. Produtos ........................................................................................................... 34
4.3.1. Metanol (CH3OH) .................................................................................... 34
4.3.2. Etanol (C2H5OH) ...................................................................................... 36
4.3.3. cido Frmico (HCOOH) ........................................................................ 37
4.3.4. Hidrognio (H2) ........................................................................................ 38
4.3.5. Formato de Etila (HCOOC2H5) ................................................................ 39
4.4. Concluso ......................................................................................................... 39
5. ANLISE HISTRICA DE ACIDENTES ............................................................ 41
5.1. Introduo ........................................................................................................ 41
5.2. Objetivo ........................................................................................................... 42
5.3. Anlise ............................................................................................................. 42
5.3.1. Major Hazard Incident Data Service(MHIDAS) .................................... 43
5.3.2. Sistema de Informaes Sobre Emergncias Qumicas (SIEQ) ............... 50
6. IDENTIFICAO DE PERIGOS .......................................................................... 54
6.1. Introduo ........................................................................................................ 54
6.2. Anlise Preliminar de Riscos (APR) ............................................................... 55
6.2.1. Categorias ................................................................................................. 56
6.2.2. Planilhas para a aplicao da APR ........................................................... 58
6.3. Aplicao da Tcnica ....................................................................................... 60
6.3.1. Identificao dos Subsistemas .................................................................. 60
6.3.2. Planilhas APR ........................................................................................... 61
6.3.3. Identificao das Hipteses Acidentais .................................................... 73
6.3.4. Tipos Acidentais ....................................................................................... 75
6.3.5. Eventos Iniciadores................................................................................... 77
7. ANLISE DAS CONSEQUNCIAS E VULNERABILIDADE .......................... 80
7.1. Introduo ........................................................................................................ 80
7.2. Descrio do Software..................................................................................... 81
7.3. Premissas Utilizadas para a Simulao ............................................................ 82
7.4. Resultados ........................................................................................................ 84
7.5. Vulnerabilidade ................................................................................................ 90
7.6. Mapeamento Grfico dos Resultados .............................................................. 90
7.7. Anlise dos Resultados .................................................................................... 91
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8. CLCULO DAS FREQUNCIAS ........................................................................ 93
8.1. Introduo ........................................................................................................ 93
8.2. Modelagem Fenomenolgica ........................................................................... 93
8.2.1. Premissas Adotadas .................................................................................. 97
8.2.2. Frequncia dos Eventos ............................................................................ 98
8.3. Resultado das Frequncias ............................................................................... 99
9. AVALIAO DOS RISCOS ............................................................................... 102
9.1. Introduo ...................................................................................................... 102
9.2. Risco Individual ............................................................................................. 102
9.2.1. Procedimento de Clculo ........................................................................ 103
9.3. Risco Social ................................................................................................... 103
9.3.1. Procedimento de Clculo ........................................................................ 104
9.4. Modelo de Clculo ......................................................................................... 106
9.5. Premissas Utilizadas para as Simulaes ....................................................... 107
9.6. Resultados Obtidos ........................................................................................ 109
9.6.1. Risco Individual ...................................................................................... 109
9.6.2. Risco Social ............................................................................................ 110
10. CONCLUSO ................................................................................................... 113
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................................... 115
ANEXO I. Clculo das Frequncias Acidentais e Premissas Individuais dasConsequncias .............................................................................................................. 121
ANEXO II.Lista de Definies .................................................................................... 133
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1. INTRODUO
1.1. Contextualizao
Nos ltimos anos, muitos foram os acidentes ocorridos em indstrias qumicas e
petroqumicas devido a vazamentos de substncias perigosas. (DUARTE et al, 2012). O
funcionamento dessas indstrias envolve riscos de grandes acidentes, como mais
recentemente o caso da exploso ocorrida no Golfo do Mxico na plataforma de
petrleo Deepwater Horizon, da empresa Britsh Petroleum (BP), que causou um
derramamento de 2,1 a 4,3 milhes de barris de petrleo no oceano, matando 11
pessoas. Este foi considerado como um dos maiores desastres ambientais da histria.
(BETTI e BARRUCHO, 2010). Estima-se que cerca de 37 bilhes de dlares esto
sendo gastos para reparos, indenizaes e despesas com limpezas e multas. Muitos
ressaltam que este acidente poderia ter sido evitado gastando-se cerca de 500 mil com a
aquisio de certos equipamentos de segurana capazes de vedar o poo, ou seja, um
custo significativamente menor. Diante dos riscos assumidos pelo empreendimento e do
acidente ocorrido, pode-se dizer que as economias foram mal calculadas visto o prejuzo
da BP no s em gastos com multas e limpezas, mas tambm com a degradao de sua
imagem como empresa. (BETTI e BARRUCHO, 2010)
Alm desse acidente, muitos outros foram registrados historicamente no decorrer
dos anos, como por exemplo o acidente de Seveso, na Itlia em 1976, em Cubato,
Brasil, em 1984, o de Bophal na ndia em 1984, entre outros. Este ltimo considerado o
pior desastre qumico da histria. (BOPHAL, 2012)
Atualmente, existe ainda a crescente demanda por combustveis, o que influencia
no aumento da capacidade das refinarias de petrleo que, por sua vez, apresentam
graves riscos em suas atividades e de acordo com SOUZA e FREITAS (2002),
respondem por 27% do total de acidentes em indstrias petroqumicas e 15% do total de
mortes.
A partir desse cenrio, onde observada a dificuldade de se distinguir a quantidade
necessria de recursos a serem investidos na preveno desses acidentes, surge aAnlise Quantitativa de Riscos (AQR), a qual permite a quantificao de riscos
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existentes em uma instalao de forma a fornecer base objetiva para a aceitao ou no
dos riscos, assim como ajudar a auxiliar a tomada de decises e priorizao de escolhas
visando reduo de riscos inaceitveis. (AICHE, 2000)
1.2.
Anlise Quantitativa de Riscos (AQR)A Anlise Quantitativa de Riscos uma importante ferramenta para se
determinar o risco quando do uso, transporte, manuseio ou armazenamento de
substncias perigosas durante a produo. A AQR utilizada para demonstrar o risco
causado por alguma atividade e fornecer s autoridades competentes informaes
relevantes da aceitabilidade ou no destes. (PURPLE BOOK, 2005)
Desse modo, ela uma valiosa anlise que serve como base na tomada de
decises relacionadas com a segurana tanto da instalao, como do meio ambiente e da
populao em seu entorno. Atualmente, h uma tendncia no Brasil que estudos de
riscos sejam incorporados nos processos de renovao e concesso de licenciamentos
ambientais sendo introduzidos nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) ou Relatrios
de Impacto Ambiental (RIMA) de instalaes que lidem com grandes quantidades de
substncias perigosas, contemplando alm de aspectos relacionados poluio crnica,
a preveno de acidentes maiores. (CETESB, 2003)
De acordo com a CETESB (2003), a elaborao da AQR pode ser divida
basicamente em cinco etapas:
i. Identificao e caracterizao da instalao e do sistema a ser analisado;
ii. Identificao dos perigos associados e definio dos cenrios acidentais;
iii. Estimativa das consequncias acidentais com anlise de vulnerabilidade
e efeitos fsicos;
iv. Estimativa das frequncias de ocorrncias dos acidentes;
v. Estimativa e avaliao dos riscos.
Aps a ltima etapa, preciso analisar se os riscos estimados so tolerveis ou
no. Se os riscos forem tolerveis, o estudo servir como informao relevante para o
Plano de Gerenciamento de Riscos da empresa. Esse plano nada mais do que um
documento que define as polticas e diretrizes de um sistema de gesto, com vista
preveno de acidentes em instalaes ou atividades potencialmente perigosas.
J se os riscos no forem tolerveis, existem duas possibilidades:
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3
1. Implantar medidas que visem diminuio dos mesmos.
2. Quando no existem medidas mitigadoras, o projeto deve ser reavaliado.
Esse processo iterativo deve ser repetido at que os riscos se tornem tolerveis
ou ento que se chegue concluso que o projeto no aceitvel.
A Figura 1 exibe as etapas para o desenvolvimento da AQR.
Figura 1: Processo iterativo da AQR (CETESB, 2003)
1.3.
Objetivo e Estrutura do Trabalho
O metanol uma matria-prima com diversas utilizaes na indstria qumica.
Alm disso, possui baixo custo de produo favorecendo sua estabilidade econmica no
mercado. Porm, no Brasil, sua produo encontra-se concentrada basicamente em duas
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4
empresas. So elas a Fosfertil e a GPC Qumica. Os produtores do pas produzem com o
objetivo de consumo interno, ficando o mercado interno dependente de importao
dessa matria-prima. A instalao de uma planta de produo de metanol no Brasil seria
um timo investimento, j que diminuiria as importaes e aumentaria a demanda desse
atual mercado deficitrio.
Esta dissertao tem por objetivo avaliar os riscos para a instalao da planta de
produo de metanol via sequestro qumico de gs carbnico. Este estudo ser baseado
em uma anlise quantitativa de riscos (AQR), de acordo com critrios normativos
vigentes atualmente.
Esta dissertao est organizada em dez captulos.
O Captulo 1 apresenta uma introduo ao tema, abordando assuntos
relacionados instalao de novas indstrias qumicas e suas prioridades, e a aplicao
de anlise quantitativa de riscos em instalaes.
O Captulo 2 traz uma reviso bibliogrfica dos temas abordados.
O Captulo 3 consiste na descrio da planta de metanol analisada, assim como
da movimentao de seus produtos, abordando aspectos operacionais e de processo
como o auxlio do Simulador Comercial UNISIM DESIGN. Condies meteorolgicas
do espao fsico onde a planta ser instalada tambm so abordadas.
O Captulo 4 descreve as caractersticas dos principais produtos envolvidos na
operao da planta que possuem potencial de dano a seres humanos e ao meio ambiente.
No Captulo 5 apresentada uma anlise histrica com levantamento de dados
sobre acidentes ocorridos em instalaes similares que resultaram em consequncias ao
homem e/ou as instalaes.
O Captulo 6 descreve a metodologia utilizada, no caso a Anlise Preliminar de
Riscos (APR), e o resultado para a identificao e classificao de perigos que poderiam
causar fatalidades e/ou danos s instalaes de terceiros. A partir da classificao dos
cenrios acidentais determinaram-se os eventos iniciadores a serem analisados na AQR.
O Captulo 7 apresenta o clculo das consequncias fsicas dos cenrios
acidentais decorrentes dos perigos apresentados no Captulo 6. Para a simulao dessas
consequncias e vulnerabilidade, foi utilizado o software PHAST, desenvolvido pela
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DNV, que oferece diversos modelos matemticos adequados avaliao de liberao de
fluidos para o meio e sua disperso, assim como de suas potenciais consequncias.
O Captulo 8 traz o clculo das frequncias de ocorrncia de cada evento
iniciador considerado a partir da aplicao da APR, apresentado tambm o mtodo declculo e o banco de dados considerado na anlise.
O Captulo 9 descreve o clculo dos Riscos Social e Individual decorrentes das
informaes referentes ao clculo das consequncias e frequncias dos eventos
iniciadores considerados. Aqui ser apresentada uma avaliao dos resultados em
relao a critrios de tolerabilidade especificados no estudo.
O Captulo 10 expe as concluses obtidas nesse estudo.
1.4.
Motivao
Dentre os diversos fatores de motivao para o desenvolvimento desta AQR,
destacam-se alm da crescente demanda de instalaes industriais no pas e no mundo, a
dificuldade em se conseguir avaliar os riscos que elas venham a exercer tanto ao meio
ambiente quanto a comunidade que esteja instalada em seu entorno, bem como na
preveno de grandes acidentes.
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6
2. REVISO BIBLIOGRFICA
Neste captulo foram expostas as revises bibliogrficas dos assuntos
relacionados anlise quantitativa de riscos em plantas qumicas ou petroqumicas,
descrevendo tcnicas a serem empregadas em sua elaborao ou at mesmos mtodos
alternativos que podem ser utilizados como alternativa a uma AQR. Assim, na Seo
2.1 se fez uma discusso sobre alguns trabalhos que vem sendo feitos ao longo dos anos
relacionados ao tema anlise de riscos. Alm disso, so discutidas ainda certas
utilidades e objetivos da elaborao de uma AQR. A Seo 2.2 faz um breve histricosobre os artigos publicados em relao ao assunto de riscos. Na Seo 2.3 so
apresentadas as exigncias necessrias quando da construo e implantao de uma
instalao industrial qumica.
2.1.
D
Indstrias qumicas e petroqumicas armazenam e manipulam, direta ou
indiretamente, grandes quantidades de produtos qumicos ou combustveis. O manuseio
destas substncias controlado por normas e procedimentos que visam minimizar os
riscos quanto ao meio ambiente, danos a equipamentos e preservao da sade no
trabalho. Porm, o respeito e conhecimento a tais normas no evita que acidentes fatais
ou contaminaes ambientais ocorram.
Grandes acidentes ocorridos ao longo dos anos contriburam significativamente
para chamar a ateno das autoridades governamentais e rgos reguladores no sentido
de buscar mecanismos para prevenir esses episdios. (CETESB, 2013)
Em funo disso, muitos estudos no que diz respeito anlise quantitativa de
riscos vm sendo desenvolvidos com o intuito de elaborar procedimentos, discutir
mtodos existentes ou apenas padronizar regras de estudos de anlise quantitativa de
riscos.
Como mencionado anteriormente, a AQR utilizada para calcular o risco
causado por alguma atividade seja ela industrial ou no, fornecendo relevantes
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7
informaes sobre os critrios de aceitabilidade deste. A AQR visa alm da diminuio
dos riscos, evitar acidentes (PURPLE BOOK, 2005).
Diferentes abordagens sobre segurana industrial so consideradas atravs do
mundo. Segundo TRBOJEVIC (2005), do Suporte de Risco Limitado, enquanto por umlado existe um reconhecimento bsico de que o risco zero no um nvel atingvel e o
maior desafio deve ser sempre identificar, controlar e reduzir o risco, por outro lado
existe uma crena de que a aplicao de boas prticas incorporada no projeto de novas
normas remove certos riscos. A despeito das diferenas filosficas na formulao de
critrios de risco, TRBOJEVIC (2005) elaborou um artigo que rev e compara os
critrios e classificaes existentes para a Unio Europeia. A concluso de seu trabalho
revelou que apesar das diferentes abordagens para o controle e gerenciamento dosriscos, possvel desenvolver um critrio de risco aplicvel a toda Unio Europeia, o
que facilitaria a atuao dos rgos reguladores.
No caso do Brasil, difcil fazer a comparao entre os diversos critrios de
aceitabilidade existentes em cada estado, j que, alm do estado de So Paulo, que
possui a norma CETESB P4.261 (2003), especfica para tratar do tema sobre estudos
quantitativos de anlise de riscos, nos outros estados brasileiros essas normas so de
difcil acesso, incompletas ou at mesmo no existem.
2.1.1. A
Vazamentos acidentais de gases txicos foram e ainda so responsveis por
grandes acidentes por todo o mundo. Um dos mais severos foi em Kaixian, China em
dezembro de 2003, onde o poo explodiu liberando o cido sulfdrico (H2S), gs muito
txico, que causou a morte de 243 pessoas (BO et al., 2010).
Esse tipo de acidente demostra que a anlise da exposio aguda individual
frente ao vazamento de gases txicos muito importante. Com esse intuito, BO et al.
(2010) propuseram um estudo de riscos sistemtico combinado a uma simulao
numrica em CFD (do ingls, Computational Fluid Dynamics) para analisar a exposio
individual de pessoas expostas a ambientes que contenham gases txicos. Seu trabalho
analisou duas diferentes abordagens:
i. Primeiramente considerou um modelo simplificado ideal, onde os trabalhadores
permanecem no local de origem do vazamento, mas no se movem.
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8
ii. Em seguida fez uma considerao mais realista, onde assumiu que os
trabalhadores comearam a evacuar a instalao assim que o alarme de deteco
do gs foi acionado.
O mtodo proposto por BO et al. (2010) pode avaliar as fatalidades de pessoasexpostas em qualquer lugar ou hora quando do vazamento do gs txico de acordo com
sua progresso e disperso.
Os resultados indicam que a anlise quantitativa de riscos combinado a tcnicas
de CFD uma tima ferramenta para estimar fatalidades de indivduos expostos a
vazamentos acidentais de gases txicos.
Ainda na linha de estudos de anlise de riscos combinadas a tcnicas de CFD,
possvel, segundo a Filosofia de Segurana da Petrobrs [DR-ENGP-1.3-R1 (2008)]
fazer avaliaes de riscos e estudos de segurana focados na segurana do pessoal, do
ambiente e da imagem da empresa. Para tal, utilizam-se dentre avaliaes qualitativas e
quantitativas, desde tcnicas como HAZOP (Hazard And Operability Studies) e APR
(Anlise Preliminar de Riscos) at tcnicas de CFD com modelagem 3-D para os
cenrios considerados.
Os estudos de segurana so aplicados na avaliao de consequncias de
incndios, disperso de gases e exploso. De posse dos resultados da anlise dos riscos
de propagao de incndios, disperso de gases e fumaa possvel alocar detectores de
fumaa, chama e gases com maior preciso de modo a evitar graves acidentes quando
da liberao de substncia perigosa.
Outro tpico exemplo de utilidade da AQR a de se utilizar os mtodos sobre
confiabilidade de estruturas de instalaes industriais como uma ferramenta geral para
calcular as probabilidades de uma anlise quantitativa de riscos. NILSEN et al.(1998)
elaboraram um estudo que discute como e at onde os princpios e mtodos de
confiabilidade estrutural podem ser utilizados em uma AQR.
Os mtodos de confiabilidade estrutural (MCE) representam uma ferramenta
para calcular probabilidades de eventos que satisfazem certas condies. Como o
prprio nome j diz, a expresso confiabilidade estrutural indica que esta tcnica
restrita a anlises relacionadas a estruturas, onde parmetros como carga e capacidade
so essenciais. Entretanto, para utilizar os MCE como uma ferramenta de AQR de modo
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a calcular probabilidades necessrio descrever a ocorrncia do evento em um conjunto
de funes de estado limite.
Uma caracterstica especial do MCE que a separao de eventos em diversos
subeventos no geralmente necessria como acontece, por exemplo, quando se usa aferramenta de Anlise de rvore de Eventos (AAE) (ferramenta comumente utilizada
em uma AQR, que ser apresentada com mais detalhes no Captulo 8). Os MCE
conseguem em uma anlise singular considerar a influncia de vrias variveis e
diversos modos de falha.
A Figura 2 apresenta como o MCE pode substituir a AAE. A figura da esquerda
representa uma tpica rvore de eventos. No ramo superior desta rvore o primeiro n
separa o ramo em trs intervalos. Se assumirmos que para cada intervalo asprobabilidades de cada consequncia B e C so atribudas diretamente a uma
varivel que influencia as demais ento, os MCE podem substituir o ramo integral por
uma anlise singular, como demostrado na figura da direita.
Figura 2: Exemplo da utilizao dos MCE em uma anlise de rvore de eventos (NIELSEN et al. 1998)
possvel destacar ainda outra importante funo da AQR: a de calcular o
possvel risco da ocorrncia/efeitos do chamado efeito domin em uma instalao
industrial. Dos mais graves tipos de acidentes ocorridos na indstria qumica ou de
processos, se encontram aqueles causados pelo efeito domin (BOZZOLAN, 2006).
Segundo KHAN, F.I. e ABBASI, S.A., o efeito domin nada mais do que uma cadeia
de acidentes ou situaes em que incndios, exploses, msseis ou cargas txicas
geradas por um acidente em uma unidade industrial causam um grande acidente
secundrio em outras unidades ou mesmo em instalaes vizinhas. Mesmo sendo o
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10
potencial destrutivo desses eventos acidentais bastante conhecido, BOZZALAN (2006)
diz que pouca ateno tem sido dada a este problema pela literatura tcnica, e uma
metodologia completa e aprovada para a avaliao quantitativa da contribuio do efeito
domin ao risco industrial ainda no est plenamente desenvolvida. Seguindo essa
linha, alguns autores propem algumas metodologias para a avaliao do efeito domin,
como por exemplo BOZZALAN (2006) e COZZANI et al. (2005).
BOZZALAN (2006) prope um procedimento sistemtico para a avaliao
quantitativa do efeito domin em plantas qumicas do ciclo do combustvel nuclear.
Foram analisados vrios eventos iniciadores, vetores de propagao, consequncias dos
eventos e as frequncias associadas ao efeito domin. Seu trabalho foi baseado em
avanos na modelagem de danos a equipamentos de processo causados por incndios eexploses devido a vetores de propagao (radiao de calor, sobrepresso e projeo
de fragmentos).
COZZANI et al. (2005) desenvolveram um procedimento sistemtico para a
avaliao do risco causado pelo efeito domin onde, comeando pela avaliao dos
vetores de propagao, a metodologia proposta permite a identificao confivel de
cenrios domin e a determinao estimada do grau de severidade esperado. Seus
resultados evidenciaram a importncia de incluir o efeito domin na anlise quantitativade riscos visando obter uma avaliao confivel e um controle relevante do risco
causado por cenrios secundrios.
Entretanto, toda essa metodologia para quantificar o risco utilizando
probabilidades e valores esperados, expressados como, por exemplo, em curvas de
distribuio cumulativas complementares (Curvas F-N) pode ser um procedimento
bastante tedioso, alm de incluir uma forte arbitrariedade, podendo o resultado da
anlise ser questionado.
Dentro desse contexto, AVEN (2007) sugere uma aproximao semi-
quantitativa como mtodo alternativo AQR, destacando a avaliao de perigos e
barreiras, fatores de influencia do risco (do ingls, Risk Inflencing Factors RIFs) e
medidas de melhoria da segurana. A ideia bsica de seu trabalho definir um cenrio
mais amplo de risco. Sua anlise se baseia em informaes produzidas por analistas de
risco, que incluem dados concretos e anlises de causas de falhas, desempenho de
barreiras, desenvolvimento de cenrios, etc.
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11
A abordagem adotada reconhece que o risco no pode ser adequadamente
descrito e avaliado simplesmente utilizando-se informaes sobre probabilidades
resumidas e valores esperados. Existe a necessidade da viso alm dos resultados de
risco probabilstico padres de uma AQR. Segundo AVEN (2007), aspectos chave, na
maioria das vezes ignorados em AQR e que devem ser includos na anlise, so aqueles
relacionados a incertezas sobre fenmenos e processos e fatores de gerenciamento.
2.2.
Para melhor entender o surgimento, a evoluo e as futuras tendncias
envolvendo a anlise de riscos em indstrias qumicas, foi realizada uma pesquisa
utilizando como base o site do Science Direct(www.sciencedirect.com) acessado em 28
de janeiro de 2013. O Science Direct um site com uma extensa base de dadoscontendo diversos artigos cientficos e captulos de livros sobre diversos assuntos e
possui mais de 2.500 revistas e mais de 11.000 livros.
Primeiramente foi feita uma pesquisa com as palavras-chave quantitative risk
analysis e chemical e foram encontrado 117.994 artigos relacionados ao assunto.
Ento, para refinar a pesquisa, os artigos foram limitados ao assunto avaliao de
riscos, e foram encontrados 999 artigos relacionados ao tema.
A Figura 3 exibe a evoluo do nmero de artigos publicados por ano.
Figura 3: Depsito de artigos por ano
vlido notar que nos ltimos dois anos (2011 e 2012) houve um aumento
significativo no nmero de artigos publicados em relao aos anos anteriores. At
165
20
60
3325
3325
33 3246
35 47
32 37
54 53 49 49
8273
16
0
30
60
90
120
150
1993
1
994
1
995
1
996
1
997
1
998
1
999
2
000
2
001
2
002
2
003
2
004
2
005
2
006
2
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2
008
2
009
2
010
2
011
2
012
2
013
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12
janeiro de 2013 foram publicados 16 artigos. Ento, at o final do ano possvel que
surjam mais artigos relacionados ao tema abordado.
O segundo item da anlise foi refinar novamente restringindo a busca a tpicos
como Riscos Quantitativos, Anlise de Riscos e Riscos Probabilsticos. Foramencontrados ento 34 artigos relacionados ao tema duplamente restritos. Desses, a
principal revista que fez as publicaes foi a Reliability Engineering & System Safety,
com 5 publicaes seguida da Journal of Loss Prevention in the Process Industries,
com 3.
A Figura 4 diz respeito origem de publicao desses artigos.
Figura 4: Distribuio de artigos publicados pelo pas de origem
Pela anlise do grfico acima, valido perceber que o maior nmero de artigos
foram publicados pelos Estados Unidos, somando 15 artigos e representando um
percentual de 44, 12%. Nota-se que h uma divergncia muito grande em relao aos
outros pases. vlido observar que o Brasil no possui nenhum artigo publicado
relacionado ao tema na pesquisa realizada.
2.3.
E
Atualmente as indstrias qumicas e petroqumicas so os mais importantes e
dinmicos setores da indstria brasileira, alm de ser o maior setor de transformao
(BLUCHER, 1999).
Estas indstrias so responsveis por matrias-primas e produtos para todos os
setores produtivos, sem contar que desempenham um relevante papel na economiamundial. No Brasil so os principais formadores do PIB industrial (BLUCHER, 1999).
1
15
12
3
1
4
1
5
1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
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Entretanto, quando se discute sobre indstrias qumicas e petroqumicas logo se
associa a uma atividade onde todo o processo envolve riscos a pessoas e/ou meio
ambiente. Para que esse tipo de instalao industrial possa exercer uma atividade com
nvel mnimo de risco tanto ao homem quanto ao meio ambiente preciso ter
conhecimento de todo o processo, dos riscos envolvidos e por fim ter o controle deste.
Segundo o manual de risco da FEPAM (2001), somente instalaes cujos riscos
estejam dentro dos padres de tolerabilidade obtidos a partir de uma AQR podero ser
licenciadas.
valido observar que, aps o licenciamento, qualquer alterao ou ampliao no
empreendimento, assim como a retomada de operaes aps uma longa parada de seis
meses se enquadram em circunstncias que requerem obrigatoriamente a reviso dosestudos de risco da unidade (FEPAM, 2001).
De acordo com a FEPAM (2001) existem trs licenas primordiais para o
funcionamento integral das instalaes industriais. So elas: Licena Prvia (LP),
Licena de Implantao (LI) e Licena de Operao (LO).
A Licena Prvia aquela concedida na fase preliminar do planejamento do
empreendimento ou atividade. Sua funo aprovar a localizao e concepo da
instalao, atestando a viabilidade ambiental do local e estabelecendo os requisitos
bsicos a serem atendidos nas fases de localizao, implantao e operao.
As exigncias estabelecidas pela FEPAM (2001) para a obteno da LP so o
fornecimento de 3 tipos de informaes:
Tipo 1: Substncias perigosas que sero utilizadas na indstria, relao das
substncias txicas e respectivas massas de referencia e todo o espectro de
possibilidades e termos de substncias perigosas. Tipo 2: As respectivas massas liberadas acidentalmente (MLA1) das substncias
perigosas.
Tipo 3: As respectivas distncias at o(s) ponto(s) vulnervel mais prximo,
juntamente com a listagem dos demais pontos vulnerveis.
1 ()
, , , , , .
.
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14
A Licena de Implantao a responsvel por autorizar a instalao do
empreendimento ou atividade de acordo com as especificaes constantes dos planos,
programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais
condicionantes.
Segundo a FEPAM (2001), a LI depende da apresentao e aprovao de um
estudo de riscos. Dependendo da categoria de risco em que se enquadra o
empreendimento o nvel do estudo poder ser mais ou menos detalhado.
As categorias de risco que classificam o empreendimento correspondem
mnima distncia em que a instalao poder causar danos significativos. As instalaes
so classificadas dentre 4 tipos de categorias:
Categoria 1: instalaes com risco desprezvel por possurem quantidades muito
pequenas de substncias perigosas em processo ou armazenagem.
Categoria 2: instalaes que podem causar danos significativos em distncias de
at 100 metros do local.
Categoria 3: instalaes que podem causar danos significativos em distncias
entre 100 e 500 metros do local.
Categoria 4: instalaes que podem causar danos significativos em distncias
superiores a 500 metros do local.
Empreendimentos classificados na categoria 2 necessitam que o estudo de riscos
contenha uma anlise preliminar de riscos (APR), classificao dos cenrios acidentais
da APR devero ser classificados em categorias de frequncias e severidades e
indicados em uma matriz de risco que congregue essas duas categorias. Caso algum dos
cenrios de acidente seja classificado na categoria de severidade catastrfica, o
empreendimento dever ser considerado de categoria de risco 3.
Empreendimentos classificados na categoria 3 necessitam que o estudo de risco
contenha alm dos tpicos citados na categoria 2, uma anlise de vulnerabilidade dos
principais cenrios acidentais da instalao. Os resultados da anlise de vulnerabilidade
devero ser apresentados na forma de mapas da regio com destaque para o layoutda
instalao em questo, e sob as quais sero traadas as curvas que demarcam as reas
vulnerveis para cada tipo de acidente abrangendo os efeitos fsicos de nuvem txica,
nuvem de substancia inflamvel, incndios em poa ou jato de fogo e exploses. Caso
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as curvas de vulnerabilidade de qualquer um desses efeitos ultrapasse a distncia de 500
metros, o empreendimento dever ser considerado de categoria de risco 4.
Empreendimentos classificados na categoria 4 devero realizar uma anlise
quantitativa de riscos completa, cujo escopo o tema que ser estudado no presentetrabalho.
Finalmente a Licena de Operao autoriza a operao da atividade ou
empreendimento, mas somente aps a verificao do efetivo cumprimento dos
contedos das licenas anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para o processo.
Para se adquirir a LO segundo as regras estabelecidas pela FEPAM (2001), os
empreendimentos devero apresentar recursos para o gerenciamento de riscos
compatveis com as categorias de risco indicadas nas fases anteriores conforme os
critrios abaixo:
Empreendimentos classificados como categoria 1 esto isentos de exigncias
adicionais.
Empreendimentos classificados como categoria 2 devero apresentar documento
confirmando a implantao de todas as medidas de reduo de riscos
identificadas na APR.
Empreendimentos classificados na categoria de risco 3: devero apresentar um
documento confirmando a implantao de todas as medidas de reduo de riscos
identificadas na APR e na Anlise de Vulnerabilidade, bem como Plano de Ao
de Emergncia (PAE) que contemple os cenrios avaliados na Anlise de
Vulnerabilidade.
Empreendimentos classificados na categoria de risco 4: alm dos documentos
requeridos para os empreendimentos de categoria de risco 3, devero apresentar
um Programa de Gerenciamento de Riscos, cuja abrangncia encontra-se
definida no Apndice 4. Alm disto, estes empreendimentos podero ser sujeitos
a auditorias de risco.
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3. DESCRIO DAS INSTALAES
3.1.
Este captulo tem como objetivo apresentar a planta qumica que foi alvo do
estudo de caso aqui empregado. O processo qumico serviu de base para o
desenvolvimento da anlise quantitativa de riscos (AQR). O estudo de caso apresenta
uma descrio e caracterizao das instalaes da planta de produo de metanol e da
sua regio do entorno a fim de subsidiar as avaliaes de riscos.
Essa caracterizao foi realizada com base na planta de metanol do estudo de
SOUZA et al, 2010, dados meteorolgicos da regio a ser instalada (INMET, 2012) e
instalaes semelhantes.
3.2.
Atualmente, o mercado nacional de metanol encontra-se concentrado em apenas
duas empresas de produo. So elas: Fosfertil, antiga Metanol, e a GPC Qumica,
antiga PROSINT. A produo nacional destinada principalmente ao mercado interno.A maior parte do metanol utilizado no pas originada da importao. (SOUZA et al,
2010). Nos ltimos anos, houve um crescimento considervel tanto da quantidade
consumida do produto internamente quanto de seu preo de importao. (SOUZA et al,
2010). Diante deste cenrio, a implantao de uma planta de produo de metanol no
pas pode se revelar uma tima alternativa importao do produto em vista dos
elevados preos praticados nos ltimos anos e da crescente demanda do produto no pas.
(SOUZA et al, 2010)Para o presente estudo de riscos, considerou-se que a planta de metanol foi
instalada no municpio de Aracruz-ES, j que nele existe um terminal para a exportao
de produtos qumicos, inclusive metanol. o chamado Terminal Aquavirio de Barra
do Riacho (TABR). Este tem por finalidade o armazenamento e escoamento atravs de
navios de produtos provenientes de outras instalaes. (RIMA, 2007)
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3.3.
A Planta de Produo de Metanol aqui proposta tem por objetivo produzir e
exportar metanol.
Adotou-se uma vazo de produo de metanol de 8.515,2 kg/dia. A plantaapresenta dois tanques de armazenamento de metanol para expedio via navios, cada
um com capacidade de 10.000 m3. O grau de pureza do metanol produzido de 98%.
Este armazenado e expedido temperatura ambiente e presso atmosfrica. O modo
de transporte do metanol para os navios atravs de tubovias.
As condies do metanol produzido e exportado so apresentadas na Tabela 1.
Tabela 1: Propriedades do Metanol Produzido
Propriedades Valor
Frao de Vapor 1
Temperatura (C) 68,14
Presso (kPa) 101,3
Vazo molar (kgmol/h) 10,9
Vazo mssica (kg/dia) 8515,2
3.4.
Para o presente estudo de caso, a planta de produo de metanol foi instalada no
municpio de Aracruz, localizado no estado do Esprito Santo (ES), situado no litoral ao
norte da cidade de Vitria. O municpio de Aracruz localiza-se a uma latitude de
194913 sul e uma longitude de 401624 oeste, estando a uma altitude de 60 metros
em relao ao nvel do mar. No ano de 2010, sua populao foi estimada em 81.746
habitantes. (IBGE, 2012). Possui uma rea de 1.424 km2, tendo como municpios
limtrofes, Linhares ao Norte, Fundo ao Sul, ao Leste o Oceano Atlntico, a Oeste
Ibirau e Joo Neiva.
A Figura 5 indica a localizao deste municpio, sinalizado pelo crculo em
vermelho.
A Figura 6 exibe o layoutelaborado para a Planta de Produo do Metanol, com
a disposio dos sistemas e equipamentos internos da instalao. O layoutfoi elaborado
seguindo o princpio de J. L. Zundi, que diz que o layout ideal de uma planta aquele
em que a alocao do espao e o arranjo dos equipamentos sejam feitos de uma certa
maneira onde todos os custos de operao sejam minimizados. (KUMAR, 1999)
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18
A planta dividida em 7 reas principais:
1. rea de descarregamento rodovirio, onde so encontrados os caminhes-
tanque de etanol e as bombas de descarregamento.
2.
rea de armazenamento de etanol, onde encontrado o tanque dearmazenamento de etanol.
3. rea de compresso do etanol, onde so encontrados os compressores e
trocadores de calor que permitem a compresso.
4. rea de formao de metanol, onde encontrado o reator do processo, o
vaso separador de gs / lquido, os trocadores de calor que permitem a
separao gs / lquido e o misturador de H2e CO2.
5.
rea de purificao do metanol, onde so encontradas as torres dedestilao que, entre outras funes separa metanol e etanol.
6. rea de reciclo de etanol, onde encontrada a bomba de reciclo, o
misturador de etanol e o trocador de calor que permite a mistura.
7. rea de armazenamento de metanol, onde so encontrados os tanques de
armazenamento de metanol prontos para serem exportados.
A Figura 7 apresenta a vista superior da localizao do empreendimento. Nela
pode ser observada a regio ao redor da rea da planta, para fins de clculo deconsequncias e risco nos captulos posteriores.
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19
Figura 5: Mapa Geral do Estado do Esprito Santo (Fonte: Associao dos Municpios do Estado do EspritoSanto (AMUNES) (http://www.amunes.org.br)
Figura 6: Layout Geral da Planta de Metanol
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20
Figura 7: Localizao Fsica do Empreendimento (Fonte: GOOGLE EARTH. Adaptada)
3.5.
D
3.5.1.
O processo de produo de metanol via CO2foi baseado em um estudo feito por
Fan et al. (1998). Os autores apresentam uma rota de produo composta de trs etapas:
(i) Hidrogenao do dixido de carbono (CO2) a cido frmico (HCOOH);
HCOOHHCO + 22 Eq. 1
(ii) Reao do cido frmico (HCOOH) formado com etanol (C2H5OH) para
a gerao de formato de etila (HCOOC2H5);
OHHHCOOCOHHCHCOOH 25252 ++ Eq. 2
(iii) Produo de Metanol e Etanol a partir da hidrogenlise adicional de
formato de etila.
OHCHOHHCHHHCOOC 352252 2 ++ Eq. 3
3.5.2. D
O processo de produo de metanol utilizado para o presente estudo de riscos foi
baseado em estudo feito por SOUZA et al. ,2010, realizado em ambiente UNISIM
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21
DESIGN (Honeywell) em que as etapas de reao (i), (ii) e (iii) ocorrem em um reator
do tipo converso, a uma presso e temperatura de 30 bar e 200C, respectivamente.
Para um melhor entendimento o processo ser separado em trs etapas, de
acordo com a Figura 8.
As condies de cada corrente foram simuladas e so apresentadas na Tabela 2.
Tabela 2: Condies operacionais do processo
CorrenteComponente
PrincipalTemperatura
CPresso
barVazokg/h
Densidadekg/m3
Fraode Gs
Fraode
Lquido
1 H2/CO2 200,0 30,00 14420 5,492 1 0
2 H2/CO2 200,0 30,00 14850 5,667 1 0
3 H2/CO2 40,0 30,00 14850 8,714 0,98 0,024 H2/CO2 40,0 30,00 13910 8,168 1 0
5 H2/CO2 200,0 30,00 13910 5,389 1 0
6 H2/CO2 200,0 30,00 613,7 9,693 1 0
7 H2/CO2 200,0 30,00 14530 5,492 1 0
8 H2/CO2 200,0 30,00 4,727 5,492 1 0
9 EtOH 200,0 30,00 29,18 568,0 0 1
10 EtOH 200,0 30,00 336,4 568 0 1
11 EtOH 200,0 30,00 365,6 568 0 1
12 EtOH 200,0 30,00 319,5 569,2 0 1
13 EtOH 79,5 30,50 320,4 748,1 0 1
14 EtOH 78,1 1,01 320,4 743,6 0 1
15 EtOH 78,1 1,01 320,4 743,6 0 1
16 EtOH/H2O 80,7 1,01 561,7 854 0 1
17 MetOH/EtOH 86,8 1,42 916,5 1,892 0,75 0,25
18MetOH/EtOH/
H2O138,7 7,50 916,5 10,03 0,65 0,35
19MetOH/EtOH/
H2O
40,5 9,49 940,5 725,5 0,002 0,998
20MetOH/EtOH/
H2O40 30,00 940,5 840,4 0 1
21 CO2 39,4 7,00 23,95 11,17 1 0
22 MetOH 68,1 1,01 354,8 1,182 1 0
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,
Figura 8: Etapas do Processo de Produo de Metanol
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23
Etapa 1: Formao de Metanol
Primeiramente, no reator de converso (R-001) introduzido H2, CO2 (corrente
1) e Etanol (corrente 10) para que as reaes (i), (ii) e (iii) sejam realizadas. Isso ocorre
a uma presso de 30 bar em uma temperatura de 200C dentro do reator. A corrente 2,muito quente contendo o produto de interesse (metanol) e todos os subprodutos gerados
(tais como hidrognio, CO2e etanol) deixa o reator e segue para um vaso separador (V-
001) a fim de se separar e reciclar a maior parte de H2e CO2nela contidos. Antes de
chegar ao vaso, a corrente 2 passa pelo trocador de calor (P-001) de modo a ser
resfriada a 40C e permitir a separao (corrente 3). A maior parte do H2e CO2a serem
reciclados, saem na corrente 4, pelo topo do vaso V-001 a uma vazo de 13910 kg/h. De
l, passam pelo trocador P-002 a fim de possuir as condies necessrias para o recicloao reator, gerando a corrente 5. Esta se encaminha ao misturador MIX-002 que recebe
tambm a corrente 6 contendo um make-upde H2e CO2. Do misturador sai a corrente 7,
que aps passar por uma purga para retorna ao reator para a continuao do processo. O
make-up e a purga so responsveis por equilibrar o balano de massa devido s perdas
de processo para tornar possvel o retorno ao reator.
Etapa 2: Purificao do Metanol
A corrente 20, de fundo do vaso separador, que contm a maior parte de etanol e
metanol, passa por uma despressurizao, gerando a corrente 19, com as condies
necessrias para entrar na primeira torre de destilao do tipo recheio (T-001). Esta
responsvel por purificar o metanol e etanol da maior parte de CO 2que ainda restou no
processo. Este sai pela corrente 21, no topo da coluna. A corrente 18, de fundo desta
torre tambm despressurizada gerando a corrente 17, que segue para a segunda torre
de destilao do tipo pratos (T-002). Esta responsvel pela separao do metanol e
etanol. A sada da corrente 22, de topo, o produto desejado, metanol, que segue paraarmazenamento. Na corrente 16, de fundo, sai o etanol impuro. Este segue para a
terceira torre de destilao do tipo pratos (T-003), que tem por finalidade purificar o
etanol.
Etapa 3: Reciclo de Etanol
A corrente 15, de topo da torre T-003 composta de etanol lquido purificado.
Este ser reciclado de volta ao reator, passando antes por uma bomba (B-001) com a
finalidade de pressurizao da linha (corrente 13) e um trocador de calor (P-003)
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visando aumentar a temperatura da linha (corrente 12). Esta corrente segue para o
misturador MIX-003 que se junta e uma corrente de make-up de etanol. A corrente 11,
que deixa o misturador, sofre uma purga (corrente 9) para estar em condies adequadas
na entrada do reator (corrente 10).
3.5.3.
Para o presente estudo de caso, o etanol necessrio para o processo proveniente
de descarregamento rodovirio atravs de carretas cujo volume de 30 m3. Estas
carretas permanecem estacionadas em rea prpria da instalao, quando no estiverem
descarregando.
Cada carreta ser conectada ao sistema de descarregamento por dois mangotes
flexveis de 4de dimetro. Duas bombas de descarregamento (B-002 e B003)
encaminharo o produto at seu tanque de estocagem (E-001). O etanol estocado no
tanque se encontra a uma temperatura de 30C e 1 atm. Para que este esteja apto ao
processo, preciso que ele seja encaminhado ao um primeiro trocador de calor (P-004),
depois a um trem de compresso contendo 2 compressores (C-001/002), e por ltimo a
um trocador de calor (P-005), que por fim deixar o produto em condies de
temperatura e presso adequadas entrada do reator de processo (R-001).
Instrumentos de controle, tais como medidores de vazo, presso e temperatura
compem a linha de descarregamento.
A operao de descarregamento rodovirio de etanol realizada somente nos
dias teis, com durao de oito horas por dia.
A Figura 9 apresenta o diagrama esquemtico do sistema de descarregamento
rodovirio de etanol. As condies de processo foram simuladas no UNISIM DESIGN e
so apresentadas na Tabela 3.
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Figura 9: Sistema de Descarregamento Rodovirio de Etanol
Tabela 3: Condies de Processo
Corrente ComponentePrincipal TemperaturaC Pressobar Vazokg/h Densidadekg/m3 Frao deGs Frao deLquido
1 EtOH 30 1,01 47 783 0 1
2 EtOH 30 1,01 47 783 0 1
3 EtOH 100 0,51 47 0,762 1 0
4 EtOH 211,3 4,05 47 4,635 1 0
5 EtOH 331,6 32 47 29,32 1 0
6 EtOH 200 21,5 47 561,4 0 1
3.5.4.
O sistema de armazenamento de metanol constitudo de dois tanques com
capacidade de 10.000 m3cada, fabricados em ao carbono com teto flutuante. A Figura
10 exemplifica o tanque de armazenamento de metanol Duas bombas faro a
transferncia de metanol para o Terminal Aquavirio, e este o encaminhar para o
carregamento dos navios.
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26
Figura 10: Exemplo de tanque de estocagem (Fonte: RIMA, 2012)
3.5.5. (2) (C2)
O sistema de armazenamento de hidrognio e gs carbnico constitudo de
tanques cilndricos protegidos contra danos fsicos, contendo vlvulas de reteno na
linha de sada para impedir o retorno do gs para o cilindro. A tubulao que segue para
o reator provida de vlvulas reguladoras de presso e instrumentos de medio.
O ambiente de armazenamento deve ser bem ventilado, distantes de locais onde
haja passagem de veculos ou pessoas.
A Figura 11 exemplifica os tanques cilndricos de armazenamento.
Figura 11: Exemplo de tanque cilndrico de armazenamento de CO2e H2 (Fonte: SHANDONG HENGUEFACTORY, 2012)
3.6.
D
Optou-se neste estudo por localizar a planta de metanol em rea adjacente ao
Terminal Aquivirio de Barra do Riacho (TABR). Essa regio abriga ainda mais trs
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empresas, alm de um povoado prximo. Apesar das vrias instalaes concentradas
numa mesma regio, esse municpio ainda possui reas livres capazes de receber outras
instalaes industriais. (RIMA,2007)
A Figura 7 apresenta a localizao da planta de metanol e das instalaesadjacentes. Nos itens a seguir feita uma breve descrio de cada instalao
identificada nessa figura e sua estimativa de populao.
3.6.1. A B (AB)
Ao sul da planta de metanol est situado o TABR, ainda em construo. Como
mencionado anteriormente, o TABR foi projetado para receber e exportar produtos
qumicos, dentre eles o metanol. A jornada de trabalho no TABR no esquema de
turnos, fazendo variar o nmero de pessoas em cada um deles. Em mdia, o nmero de
empregados previsto para trabalhar no terminal de 64 pessoas, assumindo funes
desde a operao at a administrao. (RIMA,2007)
3.6.2. F
A oeste da localidade da planta de metanol encontra-se a fbrica Fibria S.A. A
Fbria uma empresa lder mundial na produo de celulose. Atualmente conta com 3
fbricas em operao. Sua atividade tem por base uma rea florestal de mais de 1
milho de hectares. Sua fora de trabalho rene 18.900 mil profissionais, entre
empregados, prprios e de terceiros. Porm, para a unidade localizada em Aracruz,
considerando apenas os funcionrios que trabalham na fbrica, existem em mdia 600
funcionrios durante o dia e 280 durante a noite. (FIBRIA)
3.6.3.
A leste da instalao, encontra-se o Portocel. O Portocel o nico terminal
especializado do Brasil no embarque de celulose. Ele est preparado para recebercontinuamente navios com capacidade de embarque anual de 7.500.000 toneladas de
celulose. Esse porto de propriedade conjunta das empresas Fibria e Cenibra. Ele opera
com cerca de 240 funcionrios durante o dia e 150 durante a noite. (PORTOCEL)
3.6.4. E
Ao norte da planta de metanol se localiza a empresa Evonik Industries, antiga
Degussa. Trata-se de uma planta de produo de perxido de hidrognio (H2O2) que
atua no Brasil desde 1953. Sua operao feita com uma mdia de 70 funcionrios no
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perodo diurno durante os dias teis e 4 funcionrios no perodo noturno e nos fins de
semana. (EVONIK INDUSTRIES)
3.6.5. B
Tambm ao norte da instalao, bem acima da fbrica Evonik Industries, se situao povoado de Barra do Riacho. Esta uma vila pesqueira considerada como a maior
colnia de pesca artesanal do estado do Esprito Santo. Conta com uma populao em
torno de 10 mil habitantes durante a noite, e 7.700 durante o dia. (RIMA,2007)
Para o clculo de densidade populacional neste estudo ser considerado um
nmero de quatro pessoas por residncia residncias durante a noite e trs pessoas
durante o dia. (RIMA,2007)
3.6.6. E E010
Tambm conhecida como Rodovia Tancredo de Almeida Neves, est localizada
prxima fbrica Fibria, fornecendo acesso ao norte do municpio.
As informaes necessrias para o levantamento do fluxo de carros entre o
entroncamento da rodovia estadual ES-010 com a rodovia ES-257 e o entroncamento da
rodovia estadual ES-010 com a rodovia de acesso ao porto de Barra do Riacho ES-124,
foram obtidas junto ao Departamento de Estradas e Rodagem do Esprito Santo (DER-ES). Para o presente estudo, os trechos considerados relevantes possuem apenas 2,5km
de comprimento cada com velocidade mdia de 70 km/h. Para fins de estimativa de
trnsito de pessoas foi considerado que em cada carro haveria em mdia 3 pessoas e nos
nibus cerca de 15 pessoas. (Departamento de Estradas e Rodagem do Esprito Santo,
2012)
A Tabela 4 e a Tabela 5 exibem os dados sobre quantidade de veculos presentes
nas estradas e valores sobre a quantidade de pessoas por tipo de veculo,respectivamente.
Tabela 4: Veculos nas estradas (Fonte: Departamento de Estradas e Rodagem do Esprito Santo,2012)
Entroncamento dasRodovias
Carro nibusVeculo
LeveVeculo
Mdio
Veculo
PesadoSemi-
reboqueTotal por
ano
124/010 1852 0 0 333 66 71 2.322
010/257 2795 63 71 144 49 110 3.232
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29
Tabela 5: Pessoas por veculo na estrada
Entroncamentodas Rodovias
Carro nibusVeculo
LeveVeculo
Mdio
Veculo
PesadoSemi-
reboqueTotal por
ano
124/101 5.556 0 0 666 132 142 6.496
010/257 8.385 756 142 288 98 220 10.078
Desse modo, a densidade populacional calculada de acordo com a equao 4.
Densidade Populacional (D)
)/(708760
1kmPessoas
km
h
h
ano
ano
ND Total =
Eq. 4
Finalmente, a populao da rodovia encontrada de acordo com a equao 5.
Populao da Rodovia (Pr)
)(5,2Pr PessoaskmD = Eq. 5
Verifica-se pela Tabela 6 que a mdia instantnea de pessoas presentes no trecho
de interesse de 0,07.
Tabela 6: Populao da Rodovia
Entroncamento dasRodovias
Densidade populacional(considerando 70km/h)
Populao da rodovia
124/261 0,011 0,03
261/257 0,016 0,04
3.7.
C
Para o presente estudo, foram obtidos os dados meteorolgicos do municpio de
Linhares-ES (Latitude: -19,36, Longitude: -40,07 e Altitude em relao ao nvel do
mar: 40 metros). No foi possvel obter os dados relativos Aracruz, regio de
instalao da planta. Os dados foram obtidos atravs do Instituto Nacional de
Meteorologia (INMET), para um perodo de 3 anos (desde 01/09/2009 at 01/09/2012)
(INMET, 2012)
Segundo o RIMA (2007), a regio onde ser instalada a planta de metanol possui
um clima quente e mido, com temperatura mdia mensal variando entre 21 e 27C. Novero a temperatura superior e as mximas mdias mensais atingem valores entre 30
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e 32C. No inverno, a temperatura mais amena girando em torno de 19C. A umidade
relativa do ar alta o ano todo, ficando numa mdia de 77%. Sua vegetao original
(florestas e matas) foi praticamente toda substituda por plantaes de eucalipto
prximas ao Portocel.
Os dados meteorolgicos da regio, tais como temperatura, umidade relativa do
ar, radiao solar, direo e intensidade dos ventos e estabilidades atmosfrica, so de
extrema importncia para os modelos de disperso atmosfrica e, deste modo, para
anlise quantitativa de riscos.
3.7.1. D
A classe de estabilidade atmosfrica, como mencionado, um fator fundamental
para uma anlise quantitativa. Ela pode ser dinmica ou esttica, sendo que ambas as
classificaes fornecem medidas incompletas da existncia de turbulncia na regio.
(OLIVEIRA JNIOR et al., 2009). Devido ao fato de utilizar-se apenas de dados
meteorolgicos caractersticos, o mtodo de classificao de estabilidade mais utilizado
o de Pasquill-Gifford. (OLIVEIRA JNIOR et al., 2009).
A Tabela 7 apresenta as categorias de estabilidade atmosfricas de Pasquill-
Gifford.
Tabela 7: Classificao de estabilidade em funo das condies atmosfricas (Fonte: CETESB, 2003)
Velocidade doVento (V)
Perodo Diurno Perodo Noturno
Insolao Nebulosidade
Forte Moderada FracaParcialmente
EncobertoEncoberto
V2 A A-B B F F
2
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2. Nebulosidade: Adotou-se a nebulosidade normal climtica2 estabelecida
pelo INMET para a regio de Linhares, que corresponde a 50%.
A Figura 12, Figura 13 e Tabela 8 apresentam a probabilidade de direo dos
ventos para cada direo, a velocidade mdia dos ventos para cada direo e ascaractersticas de temperatura, umidade e radiao para a regio em estudo,
respectivamente. (INMET, 2012)
Figura 12: Probabilidade de Direo e Velocidade Mdia dos Ventos no Perodo do Dia
Figura 13: Probabilidade de Direo e Velocidade Mdia dos Ventos no Perodo da Noite
2
(),
30 .
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Tabela 8: Mdias das variveis (Temperatura, Umidade Relativa e Radiao Solar)
PerodoTemperatura Mdia
(C)Umidade Relativa
(%)Radiao Solar
(W/m2)
Dia 22,7 77,3 513,1
Noite 21,7 78,5 -
Finalmente, a Tabela 9 consolida o tratamento dos dados meteorolgicos, e
apresenta a classe de estabilidade resultante.
Tabela 9: Dados Meteorolgicos Mdios da Regio da Planta de Metanol (INMET, 2012)
PerodoTemperatura
Mdia
(C)
UmidadeRelativa
(%)
Presso(hPa)
Velocidadedo Vento
(m/s)
Direo deVento
Predominante
Classe deEstabilidade
Dia 22,7 77,3 1009,1 3,3 S (Sul) C
Noite 21,7 78,5 1010,1 3,5 S (Sul) D
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4. PRODUTOS QUMICOS INTEGRANTES DO PROCESSO
4.1.
Para a elaborao do estudo de riscos necessrio fazer a classificao dos
produtos empregados na planta de fabricao de metanol de forma a nortear o
levantamento das hipteses acidentais a serem tratadas no estudo. Caractersticas como
o estado fsico, toxicologia e inflamabilidade fornecem subsdios avaliao dos
perigos e riscos relacionados presena destes compostos nas instalaes.
As informaes sobre as substncias utilizadas foram obtidas a partir de suas
respectivas FISPQs (Ficha de Informao de Segurana de Produto Qumico),
disponveis atravs da CETESB e/ou Petrobras. A classificao das substncias quanto
periculosidade foi feita utilizando os critrios estabelecidos pela Norma P4.261-
CETESB (2003).
4.2.
C
A Tabela 10 apresenta o critrio de classificao utilizado para substnciasinflamveis, enquanto a Tabela 11 para substncias txicas de acordo com a Norma
P4.261-CETESB (2003).
Tabela 10: Critrio para Classificao de Substncias Inflamveis [Fonte:Norma P4.261-CETESB (2003)]
Nvel de InflamabilidadePonto de Fulgor (PF)e/ou Ponto de
Ebulio (PE) (C)
1 Lquido Pouco Inflamvel PF>60
2 Lquido Inflamvel 37,8
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Tabela 11: Critrio para Classificao de Substncias Txicas [Fonte: NormaP4.261-CETESB (2003)]
Nvel deToxicidade C3(ppm.h) DL (mg/kg)
4 Muito Txica C500 DL5050
3 Txica 500
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Tabela 12: Propriedades Fsico-Qumicas do Metanol [Fonte: FISPQ Pb0041_p da Petrobras (2010)]
Propriedades Valor
Ponto de Fuso -97,8C
Ponto de Ebulio 64,5C a 101,325 kPa (760 00Hg)
Ponto de Fulgor 16,1CTemperatura de Auto-iginio 470C
Inflamabilidade Produto altamente inflamvel
Limite Superior de Inflamabilidade 36,5% v/v
Limite Inferior de Inflamabilidade 6% v/v
Peso Molecular 32,04
Viscosidade 0,60 cP a 20C
De acordo com a Tabela 10, a classificao de inflamabilidade do metanol depericulosidade 3, ou seja, lquido facilmente inflamvel.
Conforme a Norma P4.261 CETEB (2003), o metanol pode ser considerado
como substncia no txica ou perigosa em funo dos seus baixos ndices de
toxicidade: CL50= 256.000 ppm.h e DL50= 5.628 mg/kg.
Apesar de sua baixa toxicidade, o metanol pode causar danos ao entrar em
contato com o organismo. A seguir, so apresentados alguns efeitos associados ao
metanol.
Toxicidade Aguda: Nos olhos, vermelhido, lacrimejamento, fotofobia,
viso borrada e alterao na percepo das cores. Na pele, leve irritao com
vermelhido local. Ao inalar, pode causar tosse e dificuldades respiratrias,
tontura, sono e dores de cabea. Ao ingerir grandes quantidades, pode irritar
o intestino e causar vmito, nuseas e dores abdominais.
Toxicidade Crnica:Exposies repetidas e continuadas ao produto podem
causar danos oculares, levando cegueira. Podem ocorrer danos ao sistema
nervoso central que resulta em dores de cabea frequentes. Pode causar
ainda dermatite e ressecamento da pele.
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4.3.2. E (C25)
Lquido incolor na temperatura e presso ambiente e inflamvel. Odor
caracterstico de lcool. Solvel em gua e em solventes orgnicos. Tambm conhecido
como lcool etlico ou lcool anidro / hidratado.
Estvel em condies normais de uso;
Incompatvel com cido ntrico, perxido de hidrognio, oxidantes em geral,
dentre outros;
A Tabela 13 apresenta as propriedades fsico-qumicas relevantes para a anlisedo risco.
Tabela 13: Propriedades Fsico-Qumicas do Etanol (Fonte: FISPQ Pb0005_P da Petrobras (2004))
Propriedades Valor
Ponto de Fuso -118C
Ponto de Ebulio 77C @ 760 mmHg
Ponto de Fulgor 15C
Temperatura de Auto-iginio >400C
Inflamabilidade Produto inflamvelLimite Superior de Inflamabilidade 19,0% v/v
Limite Inferior de Inflamabilidade 3,3% v/v
Peso Molecular 46,06