Post on 07-Feb-2018
Anatomia da folha, caule e raiz de Tropaeolum majus L., cultivada em Dourados-MS. Cassiano Cremon1; Rosimeire Pereira Gassi1; Maria do Carmo Vieira2; Maria Carmo dos Santos Universidade Federal da Grande Dourados-FCA, C. Postal 533, 79804-970 - Dourados-MS. E-mail: rpgassi@yahoo.com.br; 1Estudantes de doutorado UFGD; 2Professora UFGD, Bolsista de Produtividade em Pesquisa CNPq.
RESUMO O objetivo do trabalho foi estudar a anatomia da folha, caule e raiz de Tropaeolum
majus L, cultivada em Dourados-MS. A planta foi coletada no Horto de Plantas
Medicinais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Foram feitos cortes
transversais em micrótomo rotativo. As folhas da capuchinha têm células
epidérmicas com cutícula espessa e tricomas glandulares multicelulares. O caule
tem epiderme unisseriada, formações epicuticulares e grande medula com células
pontuadas. Na raiz em início de crescimento secundário, observou-se periderme
em início de formação, córtex e quatro pólos de xilema. O xilema apresentou
elementos de vasos com vários diâmetros acompanhados de fibras e de células
parenquimáticas.
Palavras-chave: Capuchinha, planta medicinal, anatomia.
ABSTRACT - Anatomy of leaf, stem and root of Tropaeolum majus L. cultivated in Dourados-MS. The aim of this work was to study the anatomy of leaf, stem and root of
Tropaeolum majus L. Which were cultivated in Dourados-MS. Plant was gathering
in Medicinal Plant Garden of Fereral University of South Mato Grosso. Transversal
cuts were done in rotative microtome. Nasturtium leaves had epidermal cell with
thick cuticle and multicell glandular trichomes. Stem had uniseriate epidermis,
epicuticles formations and big medulla with pointed cells. In root in the beggining of
secundary growth, it was observed the periderm in the beggining of its formation,
cortex and four poles of xylem. Xylem showed elements of bundles with various
diameters which were accompanied fibers and parenchyma cells.
Keywords: Nasturtium, medicinal plant, anatomy.
INTRODUÇÃO A grande variedade dos produtos naturais tem origem no metabolismo secundário
de plantas, substâncias que diferem em sua complexidade química e atividade
biológica, se prestando, por exemplo, como protótipos na busca de novos
fármacos e medicamentos. Atualmente a indústria farmacêutica aumenta
sistematicamente a produção de fitoterápicos e o investimento em produtos
naturais, devido a maior aceitação e conseqüente valorização dos
mesmos.(Zaneti, 2001). A Tropaeolum majus L., conhecida popularmente como
capuchinha, é amplamente utilizada como planta medicinal, consorciada ou não
com outras culturas, corante natural, hortaliça não-convencional, ornamental e
usada na apicultura comercial (Ortiz de Boada e Cogua, 1989). Apesar da vasta
aplicação medicinal e de ser considerada hortaliça nutritiva, rica em sais minerais
e vitamina C (Zurlo e Brandão, 1989), poucas são as informações agronômicas
que viabilizem seu cultivo em grande escala. Popularmente conhecida no Brasil,
como antiescorbútica, tônica, expectorante e os frutos secos como purgante (Font
Quer, 1993), a capuchinha pode ser alternativa para os produtores de hortaliças,
que buscam sempre diversificar a produção e também para os pequenos
proprietários que querem iniciar o cultivo de plantas medicinais e de flores
comestíveis.
A anatomia vegetal constitui um capítulo da Botânica de grande importância para
a compreensão da vida das plantas. Conhecer e analisar a estrutura interna dos
vegetais torna-se fundamental para o entendimento de processos vitais do
desenvolvimento das diferentes partes da planta. Diante do exposto, este trabalho
teve por objetivo descrever anatomicamente as estruturas de caule, folha e raiz de
Tropaeolum majus L., cultivada em Dourados-MS.
MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Botânica, da Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul - UFMS. Foram colhidos fragmentos de folhas, caules e
raízes das plantas adultas, cultivadas no Horto de Plantas Medicinais, da UFMS,
em Dourados-MS. Fizeram-se cortes transversais, em micrótomo rotativo; depois,
coloração quádrupla triarca dos tecidos e a montagem de lâminas permanentes.
As imagens foram feitas em microscópio de luz, através do software de análise de
imagens Axion Vision.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas folhas da capuchinha, a epiderme tem contorno sinuoso. Sobre as células
epidérmicas há cutícula espessa, tanto na face abaxial quanto na adaxial. Possui
tricomas glandulares multicelulares (Figura 1a). São anfiestomáticas, com
estômatos anomocíticos. O mesofilo é composto por parênquima clorofiliano
indiferenciado. Nas nervuras centrais (Figura 1b), há feixes vasculares colaterais e
colênquima. O caule possui epiderme unisseriada, com formações epicuticulares e
grande medula com células pontuadas (Figura 2a). Apresenta colênquima, feixe
vascular colateral e bainha amilífera. Na região vascular, ocorre organização tipo
sifonostelo. O câmbio interfascicular apresenta células pequenas e achatadas,
separando os feixes vasculares de disposição colateral fechado. O xilema possui
células parenquimáticas enquanto que o floema é compacto. Na raiz em início de
crescimento secundário (Figura 2b), observou-se a periderme em início de
formação, córtex e quatro pólos de xilema (raiz tetrarca). O xilema contém
elementos de vasos de vários diâmetros, acompanhados de fibras e de células
parenquimáticas.
AGRADECIMENTOS
À CAPES, pela bolsa concedida e apoio financeiro e ao CNPq, pela bolsa.
LITERATURA CITADA
FONT QUER, P. Plantas medicinales el dioscórides renovado. Barcelona:
Editorial Labor S.A. 1993. v. 2. 637 p. il.
ORTIZ DE BOADA, D.; COGUA, J. Reconocimiento de granos de polen de
algunas plantas melíferas en la sabana de Bogotá. Agronomia Colombiana, v. 6,
p. 52-63, 1989.
ZANETI, G. D. Tropaeoulum majus L.: morfo-histologia,fitoquímica, ação
antimicrobiana e toxicidade. Santa Maria, 2001, 93 f. Dissertação. (Mestrado
em Ciência e Tecnologia Farmacêutica). Centro de Ciências da Saúde Santa
Maria.
ZURLO, C.; BRANDÃO, M. As ervas comestíveis. Rio de Janeiro: Globo, 1989.
169 p.
a b
Figura 1. Folha de capuchinha (a) com tricoma simples multicelular, parênquimas paliçádico e lacunoso, câmara subestomática. Nervura central (b) com feixes vasculares colaterais.
a b
Figura 2. Caule da capuchinha (a) destacando epiderme, colênquima, parênquima, bainha amilífera e feixes vasculares colaterais. Raiz em crescimento secundário (b), evidenciando periderme, parênquima de reserva com grãos de amido em abundância, raios medulares e xilema central abundante.