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Revista de Administração e Negócios da Amazônia, V.7, n.2, mai/ago. 2015 ISSN: 2176-8366 DOI: 10.18361/2176-8366/rara.v7n2p39-63
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ANÁLISE TÉCNICA E FUNDAMENTALISTA: ENSAIOS
SOBRE OS MÉTODOS DE ANÁLISE* Thiago de Sousa Barros
1 - tsousabarros@gmail.com
1Universidade Federal de Ouro Preto
Minas Gerais/ Brasil
* Submissão em: 05/03/2015 | Revisado em: 11/09/2015 | Aceito em: 12/09/2015
RESUMO
Este artigo analisa a complementaridade, as distinções e discrepâncias das Ferramentas
Fundamentalista e Técnica, utilizadas pelos acionistas em suas tomadas de decisões no mercado de
capitais, tema de calorosas discussões entre os agentes do mercado financeiro. Para tanto delimitou-se
uma amostra com os 7 ativos com maior volume financeiro transacionado na BM&F Bovespa, no ano
de 2012, e após empregar as metodologias de análise quantitativa dos demonstrativos e gráficos foram
observados os fatores de cada método e suas características mais importantes. Os resultados apontaram
que as duas técnicas podem ser utilizadas de forma complementar, sendo que uma – a análise técnica –
busca captar tendências de curto prazo e fazer previsões para esses períodos, enquanto a outra – a
análise fundamentalista – é primordial para o conhecimento da situação patrimonial, econômica e
financeira das firmas, auxiliando o analista principalmente nas decisões de longo prazo. Por fim,
enfatiza-se que para a amostra analisada a BM&F Bovespa apresentou melhores índices econômico-
financeiros, ao passo que a OGX Petróleo, no histórico de cotações, teve queda acentuada no valor de
seus ativos, com grandes prejuízos.
Palavras-chave: Análise Fundamentalista. Análise Técnica. Mercado de capitais.
TECHNICAL AND FUNDAMENTALIST ANALYSIS: ESSAYS ON THE METHODS OF
ANALYSIS
ABSTRACT
This article analyzes the complementarity, distinctions and discrepancies of the Fundamentalist and
Technique Tools, used by shareholders in their decision making in the capital market, subject of
heated discussions among financial market participants. To this end, delineated a sample with 7 assets
with the highest financial volume traded on the BM&F Bovespa, in 2012 , and after employing the
methodologies for quantitative analysis of statements and graphics factors of each method and its most
important features were observed. Actual results indicated that the two techniques can be used
complementarily wherein that a (technical analysis) search to capture short-term trends and make
forecasts for those periods, while fundamental analysis is essential for understanding the financial
situation, economic and financial firms, helping the analyst primarily in long-term decisions. Finally,
it is emphasized that for the sample analyzed BM&F Bovespa showed better financial ratios while the
OGX Petroleo, in the historical quotations, had sharp drop in the value of its assets, with large losses.
Keywords: Fundamentalist Analysis. Technical Analysis. Capitals Market.
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1 INTRODUÇÃO
Com o aperfeiçoamento do mercado financeiro, surgiram as ferramentas de Análise
Fundamentalista e Técnica para auxiliar os investidores na tomada de decisão relativamente
aos seus ativos financeiros. Esses métodos de análise foram originados há cerca de 30 e 100
anos, respectivamente (PINHEIRO, 2005). Durante vários anos, um dos maiores entraves
entre os traders que operam no mercado financeiro decorre da dúvida de quais são as
ferramentas mais eficazes utilizadas para a análise de ativos e deste debate derivam as
ferramentas de Análise Técnica e Fundamentalista. Esses instrumentos permitem que os
analistas calculem os valores inerentes dos ativos, utilizando como comparação o preço de
mercado para efetuar a compra e venda destes. Podem também capturar e julgar o
desempenho histórico de preço dos ativos e seus volumes transacionados, para avaliar a
tendência e a concentração destes no mercado (SCHROEDER, CLARK e CATHEY, 2005).
A Análise Fundamentalista, originou-se no meio acadêmico e a grande maioria dos
indivíduos que a utiliza são administradores de fundos e investidores a longo prazo (LOPES e
GALDI, 2006). Enquanto que a análise Técnica surgiu no meio profissional do mercado
financeiro e grande parte dos seus adeptos são indivíduos com ação especuladora no mercado
(WINGER e FRASCA, 1995). Essas diferenças entre as duas ferramentas é dada pelo
propósito de responder uma pergunta chave de cada método: “por que adquirir certo ativo?” e
“quando é o momento certo da compra/venda de determinado ativo?”.
Em traço geral, o método Fundamentalista busca avaliar se há um valor real ou
intrínseco que se relaciona diretamente com o desempenho da empresa, ou seja, tem como
objetivo determinar o real valor de uma ação (PENMAN, 2004; e BODIE, KANE e
MARCUS, 2001). Em contrapartida, a Análise Técnica dedica-se a formar projeções sobre o
comportamento das ações a partir de padrões observado no desempenho passado do mercado
e utiliza-se de cálculos matemáticos e estatísticos para efetivar sua análise, com o objetivo de
determinar a tendência de evoluções das cotações no curto prazo (CHAVES e ROCHA, 2004;
e ROTELLA, 1992).
Esta pesquisa tenciona analisar a correlação e a discrepância dos modelos de Análise
Fundamentalista e Técnica na tomada de decisão entre compra/venda de uma amostra de
ativos financeiros transacionados na BM&F Bovespa, através da aplicação metodológica das
duas ferramentas a sete ativos de cinco companhias de capital aberto, com maior volume
transacionado na BM&F Bovespa no exercício de 2012, a fim de confirmar as similaridades e
diferenças dos dois métodos supracitados.
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Este artigo procura contribuir para a difusão dos métodos de Análise Fundamentalista
e Técnica no cenário acadêmico e na produção do conhecimento, pois há uma lacuna em
relação aos estudos da área de análise de investimentos nestes meios, a partir da importância
de tais ferramentas para a melhoria das operações no mercado de capitais e no aumento da
probabilidade de sucesso na comercialização dos ativos.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Contexto Geral: O Mercado de Capitais
O mercado de capitais se define como um espaço (imaginário) em que um grupo de
instituição de capital aberto, despeja os seus valores imobiliários ou títulos na bolsa, que
podem ser por meio de ações, debêntures ou notas promissórias. Com objetivo de capitalizar
recursos de indivíduos poupadores (investidores) à agentes/instituições com déficits de
investimentos ou até mesmo para capital de giro. Consequentemente, o mercado de capitais é
um mecanismo de compartilhamento de valores mobiliários com intuito de viabilizar as
operações das empresas e possibilitar maior liquidez a seus títulos e ativos (FORTUNA,
2013; e PINHEIRO, 2005).
De acordo com Assaf Neto (2011, p. 74) “O mercado de capitais assume papel dos
mais relevantes no processo de desenvolvimento econômico. É o grande municiador de
recursos permanentes para a economia, em virtude da ligação que efetua entre os que têm
capacidade de poupança, ou seja, os investidores, e aqueles carentes de recursos de longo
prazo, ou seja, que apresentam déficit de investimento”.
O aparecimento do mercado de capitais se deu mediante as limitações do mercado de
crédito, que não conseguiu suprir todas as necessidades produtivas das empresas.
Necessidades estas que buscavam garantir uma quantidade apropriada de recursos financeiros
alocados na instituição, com intuito de cumprir com os prazos, gastos e exigibilidade que
eram responsabilidade das empresas. Deste modo, o mercado foi criado para atender as
seguintes finalidades: atuar para o desenvolvimento econômico, ser um mecanismo de
capitação de recursos para investimentos, estimular a consolidação da poupança privada e
proporcionar a distribuição de maneira mais igualitária da riqueza na nação (PINHEIRO,
2005; e COPELAND et al, 2002).
É imperioso registrar que o mercado de capitais divide-se em duas vertentes, o
primário e o secundário. O primeiro é o local onde as empresas (por meio de ações,
debêntures e notas promissórias) e governo (obrigações da dívida pública) ofertam novos
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títulos e ações aos poupadores (investidores), por meio de um contrato com a data,
precificação e rentabilidade do ativo estipulados, mediante ao acordo de ambas as partes,
realizado no mercado de Balcão. Enquanto que o segundo, o mercado secundário, caracteriza-
se por transferências sucessivas de titularidade das ações/títulos entre os investidores
(FORTUNA, 2013).
Ambos os mercados (primário e secundário) oferecem vantagem para com os agentes
e à sociedade. O mercado primário proporciona uma injeção de recursos no setor produtivo da
economia e contribui para o desenvolvimento da nação, por meio de geração de emprego,
melhora da infraestrutura e correção dos desiquilíbrio regionais (distribuição de
renda/rendimentos). Em relação ao mercado secundário, este evidencia o valor de mercado
das empresas e garante liquidez dos ativos negociados (FORTUNA, 2013; ASSAF NETO,
2011; e PINHEIRO, 2005).
Vis-à-vis ao desenvolvimento e respectivas inovações do mercado de capitais, diversas
melhorias são geradas e, além de afetar positivamente os setores produtivos da economia na
capitação de recursos, este benefício se expande para todos os agentes operadores do
mercado, instituições de capital aberto e sociedade como um todo. Deste modo, para auxiliar
na tomada de decisão dos investidores neste mercado cada vez mais competitivo e complexo,
deu-se origem as análises Fundamentalistas e Técnicas.
A Análise Fundamentalista adota a hipótese da existência de um valor intrínseco em
cada ação, com base nos resultados apurados pela empresa emitente, considerando uma gama
de variáveis internas e externas para avaliar a situação financeira da empresa. Enquanto que a
Análise Técnica/Gráfica dedica-se a formar projeções sobre o comportamento das ações a
partir de padrões observado no desempenho passado do mercado e utiliza-se de cálculos
matemáticos e estatísticos para efetivar sua análise. Nos próximos tópicos serão abordadas
estas ferramentas (Fundamentalista e Técnica) com maior propriedade e detalhamento.
2.2 Análise Fundamentalista
A Análise Fundamentalista é uma das ferramentas utilizadas para maximizar os
acertos dos investidores no mercado financeiro de ações com o intuito de avaliar qual seria o
valor inerente de um ativo. Com este mecanismo, os investidores comparam o preço vigente
no mercado e determinam a compra e venda do ativo, classificando com subvalorizado ou
sobrevalorizado, respectivamente (VILLASCHI et al, 2011). Além disso, o preço também
pode ser considerado como justo, ou seja, o preço encontrado pelo ativo assemelha-se ao
empregado no mercado. Por tanto, a análise Fundamentalista define qual o ativo deve ser
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comprado ou vendido, e avalia os grandes movimentos em um período amplo (médio e longo
prazo) (ARAÚJO E MAIA, 2011). Como bem define Penman (2004, p.3): “Underlying value
is sometimes referred to as fundamental value, and the analysis of information about
fundamental value is referred to as fundamental analysis”.
A ferramenta Fundamentalista resume-se em um estudo da situação financeira das
empresas e de suas expectativas futuras, buscando analisar o potencial de crescimento dos
lucros esperados, que podem se refletir na valorização da ação no decorrer dos períodos
vindouros. Esta análise tem como princípio avaliar o reflexo dos preços dos ativos em relação
ao valor real das empresas, no qual pode ser verificado por meio das projeções e expectativas
das empresas. Deste modo, esta ferramenta objetiva analisar e evitar preços incoerentes dos
ativos em relação ao valor intrínseco de mercado (PIOTROSKI apud GALDI, 2008;
BEIRUTH et al, 2007; e BODIE, KANE e MARCUS, 2001)
Assim sendo, o método Fundamentalista busca avaliar o valor intrínseco de uma
carteira de ações, com objetivo de encontrar o preço justo que pode ser compreendido como
valor real deste ativo no mercado. Esta ferramenta baseia-se na situação financeira das
empresas, em suas devidas expectativas de crescimento e rendimento, na análise de seus
riscos e em outros indicadores. Logo, esta técnica de tomada de decisão define qual será o
ativo a ser adquirido ou abandonado pelo investidor. O analista fundamentalista busca
centralizar os seus estudos no comportamento econômico e financeiro das empresas, como
também em comparar as empresas de um mesmo setor (segmento), observando a conjuntura
econômica e politica atual (LAGIOIA, 2007; BEIRUTH et al, 2007; e DAMODARAN,
2002).
Neste artigo foram calculados os indicadores de estrutura de capital (participação de
capital de terceiros, composição do endividamento, imobilização do patrimônio líquido e dos
recursos não correntes), de liquidez (liquidez geral, corrente, seca e imediata), indicadores de
rentabilidade (margem líquida e ROI – retorno sobre o investimento), além dos indicadores de
mercado (lucro por ação e rendimento de dividendos – “dividend yield”).
2.3 Análise Técnica
A Análise Técnica se baseia em três princípios que auxiliam no desenvolvimento das
demais técnicas. O primeiro diz que o preço desconta tudo e o mais importante nisto é saber
como será o movimento do preço para saber o “start” de compra/venda do ativo. Portanto, o
preço pode armazenar nos gráficos vários fatores como, por exemplo, econômicos e políticos,
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mas para o autor todos estes dados estarão contidos no valor/preço da ação. Já o segundo
princípio, relata que o preço age por tendência, isto é, o preço acompanha as decisões dos
acionistas, tanto positiva, quanto negativamente, ou vice-versa, originando as tendências
ascendentes e descendentes. O terceiro princípio abrange a parte emocional dos agentes que
são movidos por perdas e ganhos, sendo representados por padrões que vão se repetindo no
decorrer do tempo e quanto mais representados estes padrões, mais previsível é o mercado
(PINHEIRO, 2005; CHAVES e ROCHA, 2004; e NORONHA, 1995).
A Análise Gráfica é um seguimento de grande importância no estudo da Análise
Técnica, pois esta ferramenta proporciona uma análise sobre figuras e formas que implicam
na constituição de tendências e de período de reversões sob uma ação. Esta técnica possibilita
observar o momento exato para compra/venda de ações da empresa em análise. Existe uma
gama de gráficos a serem utilizados pelo analista com intuito de avaliar um ativo financeiro,
são estes: gráfico de volume, gráfico de linha, gráfico de barra, gráfico de candlesticks. Estes
gráficos orientam sobre a tendência, mostrando a direção em que o mercado se encontra,
sendo esta: de baixa, de alta e lateral (lateralizada). As tendências se dividem em dois
seguimentos: as de continuidade e de reversão. As formas de continuidade mantêm a
tendência no mesmo sentido que se encontrar, diferente das formas de reversão que se observa
uma mudança de direção da tendência. (VIDOTTO et al, 2009).
A Análise Técnica se difere da Gráfica, pois a primeira utiliza cálculos estatísticos e
matemáticos para realizar a sua análise e utiliza dos gráficos como complemento e
confirmação de seus estudos. Enquanto que o segundo método utiliza-se de linhas tendências,
não compactua com a utilização dos cálculos estatísticos e embasa suas analises na avaliação
dos gráficos de preços (ou cotações) (YANG e SATCHELL, 2003).
Em suma, a Análise técnica estuda o comportamento dos preços, usando em seu
arcabouço teórico a matemática e os preços históricos. Empregando em sua linha de pesquisa
os mecanismos de médias móveis, bandas de Bollinger, convergência e divergência (MACD),
índice de força relativa (IFR) e dentre outros. Já a Análise Grafista, busca compreender os
movimentos dos investidores e como estes se comportam (psicologia do mercado). E para isso
este estudo utiliza-se de diagnóstico de tendências, gráficos e figuras, volume financeiro, e
suporte/ resistência.
Dessa forma, verifica-se que a Análise Fundamentalista adota a hipótese da existência
de um valor intrínseco em cada ação, com base nos resultados apurados pela empresa
emitente, considerando uma gama de variáveis internas e externas para avaliar a situação
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financeira da empresa. Já Análise Técnica/Gráfica dedica-se a formar projeções sobre o
comportamento das ações a partir de padrões observado no desempenho passado do mercado,
utilizando-se de cálculos matemáticos e estatísticos para efetivar sua análise.
3 METODOLOGIA
Realizou-se uma pesquisa quantitativa a partir de dados secundários, metodologia
estatística para a mensuração dos resultados, formação de uniformidades e testes. Conforme
Fachin (2003), o método quantitativo de análise tem como objetivos empíricos exibir e tratar
os dados, empregando conceitos numéricos com intuito de avaliar hipóteses, utilizando-se de
análises estatísticas, por meio do processo de amostragem.
Trata-se de uma pesquisa descritiva, pois busca apresentar particularidades de
determinada população ou acontecimento ou correlação/discrepância entre as variáveis (GIL,
1991). Foram utilizados dados secundários coletados nos demonstrativos financeiros das
empresas e nas cotações diárias, conforme o software da ADVFN e Economática; de
informações publicadas em livros, jornais, revistas e sites na internet, utilizando o software
Excel para tabulação dos dados e cálculo de indicadores fundamentalistas e estatísticos. As
empresas pesquisadas, por possuírem capital aberto em Bolsa de Valores e inúmeros
shareholders (acionistas), têm seus dados e informações disponibilizados ao mercado.
A seleção das empresas foi feita com base no volume financeiro negociado na
BM&F Bovespa no ano de 2012. A partir dessa amostra definida intencionalmente, segundo
as partes que a compõem, propôs-se analisar somente cinco sociedades anônimas com papéis
negociados no Brasil. Os ativos de análise utilizados foram as ações das companhias
conforme quadro1; as cotações diárias foram obtidas através da ADVFN, que disponibiliza os
dados e gráficos em tempo real.
Quadro 1 - Ações
Código Empresa
OGXP3 OGX Petroleo ON
PETR4 PETROBRAS PN
VALE5 VALE PN
VALE3 VALE ON
PETR3 PETROBRAS ON
BVMF3 BMF BOVESPA ON
PDGR3 PDG REALT ON
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
Para definição da amostra, trabalhou-se com as dez ações de maior volume
transacionado na BM&F Bovespa, sendo que três dessas ações foram eliminadas da amostra
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por serem de instituições financeiras, que possuem demonstrações financeiras específicas do
segmento bancário. Assim, foram analisadas apenas as 7 ações com maior volume
transacionado na BM&F Bovespa no ano de 2012 e utilizadas as cotações diárias no período
entre 1° de janeiro e 31 de dezembro, como série temporal.
As técnicas de análise utilizadas foram a Técnica e a Fundamentalista, sendo que esta
adota a hipótese da existência de um valor intrínseco em cada ação, com base nos resultados
apurados pela empresa emitente, considerando uma gama de variáveis internas e externas para
avaliar a situação financeira da empresa, conforme Quadro 2:
Quadro 2 – Índices Fundamentalistas
Ativo circulante
Passivo circulante
Ativo Circulante – Estoques
Passivo Circulante
Disponibilidades
Passivo Circulante
Passivo Circulante + Passivo Não Circulante
Patrimônio Líquido
Passivo circulante
Passivo Circulante + Passivo Não Circulante
Ativo Permanente*
Patrimônio Líquido
Disponibilidades
Passivo Circulante
Lucro Líquido
Vendas Líquidas
Lucro Líquido
Ativo Médio
Lucro Líquido
Número de Ações Emitidas
Dividendos pagos no Período
Número de Ações Beneficiadas
Quanto a empresa obtém de lucro líquido para
cada R$ 1,00 investimento total.
MERCADO
O ganho potencial (e não efetivo) de cada ação, já
que nem sempre todo lucro é distribuído.
Qual a proporção de recursos próprios (PL) a
empresa investiu em ativos permanentes.
Qual a proporção de recursos não correntes (PL +
PNC) a empresa investiu em ativos permanentes.
RENTABILIDADE
Quanto a empresa obtém de lucro líquido para
cada R$ 1,00 vendido.
Quanto à empresa possui de ativo circulante para
cada R$ 1,00 de passivo de curto prazo.
Quanto à empresa possui de ativo ativo líquido
para cada R$ 1,00 de passivo circulante.
Quanto à empresa possui de caixa e equivalentes
de caixa para cada R$ 1,00 de passivo circulante.
Liquidez Corrente (LC)
Liquidez Seca (LS)
Liquidez Imediata (LI)
ESTRUTURA
Quanto à empresa pegou de capital de terceiros
para cada R$ 1,00 de capital próprio.
Qual o percentual da dívida total (passivo) é de
curto prazo (circulante).
Rendimento de Dividendos
(Dividend Yield) (RDA)
Margem Líquida (ML)
ROI (Retorno sobre
Investimentos)
Lucro por Ação (LPA)
Participação Capital de
Terceiros (Part K 3)
Composição do
Endividamento (Comp. End)
Imbolização do Patrimônio
Líquido (IPL)
Imobilização de Recursos
Não Correntes (IRNC)
Avalia a relação entre o montante de dividendos
pagos e o número de ações beneficiadas.
* Nomenclatura utilizada para designar as seguintes contas do Ativo: Investimentos, Imobilizado e Intangíveis.
Já a Análise Técnica dedica-se a formar projeções sobre o comportamento das ações a
partir de padrões observados no desempenho passado do mercado, utilizando-se de cálculos
matemáticos e estatísticos para efetivar sua análise, de acordo com Quadro 3 a seguir:
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Quadro 3 - Indicadores de Análise Técnica
Imagem Ferramenta Informação
Figura Bandeira e Fâmula
As Bandeiras e Flâmulas são figuras que confirmam a
tendência já existente e compõe uma das formas mais
clássicas utilizadas pelos analistas gráficos. Estas são
consideradas correções de preços que se desenvolvem após
uma oscilação acentuada da cotação.
Figuras ombro-cabeça-ombro
A cabeça encontra-se em um nível mais elevado que os
ombros e este padrão também é encontrado na forma
invertida quando marcar a reversão de tendência de baixa
para a alta. O acréscimo no volume confirma o momento do
rompimento da linha de pescoço.
Linha de tendência (exemplo
de tendência de alta)
Tendência de alta: topos e fundos Ascendenetes;
Tendência de Baixa: topos e Fundos descendentes;
Tendência Neutra: topos e fundos lateralizados
irregularmente.
O volume Financeiro
Este indica a quantidade total das transações monetárias que
foram realizadas no dado período de análise, que na maioria
das vezes é representado por um gráfico de barras a partir do
gráfico de preços.
Suporte e Resistência
A regra principal de negociação com a ferramenta de suporte
e resistência é comprar no suporte e vender na resistência.
Para observar a força para a utilização da ferramenta, analisa-
se mediante a quantidade de vezes em que o mercado irá
“atacar” a linha de suporte/resistência e recuar.
Bandas de Bollinger
As Bandas de Bollinger se pauta na estatística em que 95%
dos preços oscilam no intervalo estabelecido pelo desvio
padrão e estas oscilações podem gerar ganhos aos investidos
em dois momentos distintos (MMS 20,Dp 2).
Médias Móveis Simples e
MACD
A média móvel simples (MMS) é obtida pela média
aritmética de n cotações em decorrência de n-períodos. As
médias móveis de curto e longo prazo e a alinha de sinal em
conjunto, geram um indicador de Convergência-Divergência
da média móvel (MACD) que sinalizam a compra/venda.
Índice de força relativa
O IFR é um oscilador que regula a aceleração nas mudanças
dos preços de um determinado ativo, prevendo possíveis
reversões, possibilita notar, ao acompanhá-lo, o
abrandamento da tendência e sua possível reversão.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2014.
Assim, com exceção das figuras gráficas, foram utilizadas diversas fórmulas
matemáticas e estatísticas para cálculos de ordem técnica. Para o Índice de Força Relativa
(IFR) – um oscilador que regula a aceleração nas mudanças dos preços de um determinado
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ativo, prevendo possíveis reversões, possibilitando notar, ao acompanhá-lo, o abrandamento
da tendência e sua possível reversão – utilizou-se a seguinte fórmula:
IFR = 100 – (100/ 1+ (z/w)) (1)
Sendo:
z = média dos dias de alta do período e w = média dos dias de baixa do período
Este índice varia entre 0 e 100%, as estimações acima de 80% são possíveis mercados
sobre-comprados, podendo ocorrer um risco de queda na tendência, ficando abaixo deste
valor. E quando o índice se encontra em um valor abaixo de 20%, é sugerível como mercado
sobre-vendido, em que haverá uma pressão de alta quando este índice superar a casa dos 20%.
Esse índice (IFR) é normalmente calculado nos períodos de 9,14 e 25, mas não há um padrão
certo a ser tomado, pois determinados períodos servem melhor para um dado mercado.
Portanto, deve-se testar o que melhor adaptará ao papel e índices que estão sendo utilizados
pelo investidor.
Em seguida, foi calculada as médias móveis – ferramenta simplistas para análise de
ativos, cuja finalidade consiste em amortecer os ruídos das oscilações dos preços no curto
prazo, buscando facilitar e identificar a análise da tendência – para 5 e 20 períodos das
empresas analisadas. Desse modo, para avaliar o sinal de compra/venda é preciso que o valor
destas médias se cruze. Quando os valores das médias se cruzarem e a média de 5 períodos
obtiver um valor maior que a média de 20 períodos, confirma-se o sinal de compra. Se, em
caso contrário, a média de 5 períodos obtiver um valor menor do que a média de 20 períodos,
consequentemente ocorrerá uma aprovação de venda.
A fórmula utilizada para o cálculo dessa ferramenta é a seguinte:
MMSn = ( V1 + V2 + ... + Vn ) / n (2)
Onde:
n = número de períodos e V = Valor
Após calcular as médias móveis foram determinados os seguintes indicadores de
estatística descritiva: o retorno médio das cotações – que compreende a média do somatório
dos retornos diários das ações (R = ln x/y, onde x representa a cotação no dia atual e y a ação
do dia anterior) e a variância (∑ (xi – Média)2 / (n – 1)) das mesmas. Ademais, para auxiliar
na análise, foram demarcadas as cotações mínimas e máximas de cada empresa.
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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS
No âmbito dos Índices Fundamentalistas foram observados os seguintes valores:
Quadro 4 – Indicadores de Estrutura de Capital
Indicadores de Estrutura de
Capital
OGX
PETROLEO
VALE PETROBRAS PDG
REALT
BMF
BOVESPA
Índice de Participação de
capital de terceiros
1,21 0,71 0,97 2,19 0,23
Índice de Composição de
Endividamento
0,13 0,23 0,21 0,41 0,31
Índice de Imobilização do
Patrimônio Liquido
1,56 1,32 1,49 0,19 1,03
Índice de Imobilização dos
Recursos Não Correntes
0,76 0,85 0,85 0,08 0,89
Fonte: Economática, elaborado pelo autor, 2014.
Em outra vertente analítica, encontram-se os Indicadores de Liquidez, responsáveis
por comprovar a capacidade da empresa em cumprir com os seus compromissos. Dessa feita,
quanto maior os indicadores apresentados, melhor para a firma. Seguem no Quadro 5 os
resultados alcançados com a aplicação das equações de liquidez:
Quadro 5 – Indicadores de Liquidez
Indicadores de Liquidez OGX
PETROLEO
VALE PETROBRAS PDG
REALTY
BMF
BOVESPA
Índice de Liquidez Geral 1,82 0,55 0,50 1,46 5,33
Índice de Liquidez
Corrente
2,99 1,78 1,70 2,33 2,40
Índice de Liquidez Seca 2,90 1,37 1,27 1,74 2,40
Índice de Liquidez
Imediata
2,78 0,49 0,40 0,39 0,03
Fonte: Economática, elaborado pelo autor, 2014
Os Indicadores de Rentabilidade buscam compreender a capacidade de geração de
resultados das empresas. Este grupo de indicadores informa a lucratividade da empresa e a
rentabilidade desta e de terceiros. Aplicados dois importantes índices à amostra de dados,
especificamente Margem Líquida e Retorno sobre Investimento (ROI), têm-se os resultados
apresentados no Quadro 6:
Quadro 6 – Indicadores de Rentabilidade
Indicadores de
Rentabilidade
OGX
PETROLEO
VALE PETROBRAS PDG
REALTY
BMF
BOVESPA
Margem Líquida -3,50 0,10 0,07 -0,50 2,43
ROI -0,82 0,62 0,54 3,57 4,37
Fonte: Economática, elaborado pelo autor, 2014.
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Na esfera dos Indicadores de Mercado, responsáveis por demonstrar o Lucro por
Ação, o percentual de participação dos acionistas neste lucro auferido e o retorno obtido pelos
sócios, por meio de distribuição de dividendos e juros por capital próprio, foi utilizada uma
abordagem dual: Lucro por Ação (LPA) e dividend yield, respectivamente, como bem
apresenta o Quadro 7 disposto abaixo:
Quadro 7 – Indicadores de Mercado
Indicadores de
Mercado
OGX
PETROLEO
VALE PETROBRAS PDG
REALTY
BMF
BOVESPA
Lucro por Ação -0,35 1,72 1,61 -1,63 0,54
Rendimento de
Dividendos 0,00 0,06 0,02 0,00 0,04
Fonte: Economática, elaborado pelo autor, 2014.
Visto os indicadores fundamentalistas, serão abordadas as ferramentas utilizadas pela
análise técnica/grafista e os resultados alcançados. No primeiro momento foram discutidos os
gráficos de cada ativo que compõe a amostra da pesquisa, com base nas cotações diárias do
período de janeiro a dezembro de 2012, conforme Gráfico 1:
Gráfico 1 – Flâmula
Fonte: Adaptado de ADVFN, 2013.
A formação da flâmula apresenta uma continuação da tendência de curto prazo,
ratificando o prolongamento do movimento. No gráfico, ao final do primeiro trimestre (julho),
encontra-se o mastro da flâmula. Logo em seguida, o volume financeiro contrai quando se
configura o corpo da flâmula e, no ponto de fuga no final da figura, o volume demonstra um
avanço significativo confirmando a formação da figura e a projeção dos preços. Tem-se que a
altura do mastro foi de $1,74, valor utilizado para a projeção do preço. Assim, após romper a
linha de resistência da flâmula quando valia $18,50, a ação chegou à cotação de $20,40,
confirmando a projeção do preço que reflete a altura da figura. Nesse cenário, os investidores
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devem comprar a ação assim que a projeção é confirmada pelo rompimento da linha de
resistência e também pelo volume.
No Gráfico 2 da Vale PNA (VALE5), apresentou-se uma figura de reversão de nome
Ombro-Cabeça-Ombro no período entre junho e julho de 2012:
Gráfico 2 – Ombro-Cabeça-Ombro (O.C.O)
Fonte: Adaptado de ADVFN, 2013.
Observa-se que a altura da linha de pescoço (suporte) até a cabeça foi de $2,16, ou
seja, a previsão é de que depois de romper a linha de suporte a ação atingisse este valor, o que
veio a ocorrer, confirmando a previsão de preço determinada. Dessa maneira, após romper a
linha de pescoço e a ocorrência de um gap, o valor da ação deveria chegar $35,12, valor da
ação na linha de suporte menos a altura do pescoço ($37,81 menos $2,16). A previsão foi
confirmada e assim que a linha de suporte foi rompida; o indicado aos investidores é vender
suas ações a fim de reduzir as perdas.
No Gráfico 3 visualiza-se o desempenho da OGX Petróleo (OGXP3), realizando uma
tendência de baixa no período de março a julho de 2012.
Gráfico 3 – Tendência de baixa
Fonte: Adaptado de ADVFN, 2013.
Verifica-se uma tendência de baixa, pois os topos e fundos apresentam uma trajetória
descendente. O valor no início da queda foi de $18,08, atingindo ao final da tendência o preço
de $8,60, portanto, houve uma perda de $9,58.
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O Gráfico 4 apresenta-se uma figura de suporte e resistência:
Gráfico 4 – Suporte e Resistência
Fonte: Adaptado de ADVFN, 2013.
No gráfico acima, no mês de julho, o mercado testa a linha de resistência duas vezes
até rompê-la, e nesse momento será a ocasião para que o acionista compre o seu lote de ações.
Posteriormente o mercado testa apenas uma vez a nova resistência e ocorre uma queda na
cotação do ativo. Portanto essa ferramenta poderia ser complementada com outro método de
análise para atingir um maior êxito na operação.
No Gráfico 5, relativo à BM&FBovespa (BVMF3), contém as Bandas de Bollinger no
período de maio a outubro de 2012.
Gráfico 5 – Bandas de Bollinger
Fonte: Adaptado de ADVFN, 2013.
Observa-se que, no mês de maio, o mercado estava rompendo a banda inferior e,
portanto, houve uma força realizada pelos compradores para que a cotação retoma-se ao
equilibro próximo da média. Já nos meses de junho a agosto ocorreu o contrário: o mercado
estava rompendo para cima a margem superior originando-se uma força vendedora neste
período, oscilando entre a média e a margem superior das bandas. Somente no final de agosto
e início de setembro ocorreu outro rompimento da banda inferior, que logo no meio do mês de
setembro voltou à média. Já no último trimestre (setembro) até o final de outubro ocorreram
dois rompimentos da banda superior, oscilando entre a média do período. Em suma, quando o
preço da ação rompe a banda inferior, são geradas forças compradoras e por isso será o
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melhor momento de compra deste ativo. De forma inversa, quando se rompe a banda superior,
é o melhor momento de venda, pois serão geradas forças de venda e o ativo irá desvalorizar-se
até chegar à média do período.
No Gráfico 6, referente à Petrobras PN (PETR4), é analisado o IFR no período de
junho a dezembro do ano de 2012.
Gráfico 6 – Índice de Força Relativa (IFR)
Fonte: Adaptado de ADVFN, 2013.
Verifica-se que o IFR oscila entre 0% e 100% e quando a linha verde ultrapassa a
margem de 70% o mercado está sobre-comprado e possivelmente haverá uma queda de
tendência e cotação do ativo. Foi no início do segundo bimestre (setembro). E no final do
mês de novembro ocorreu o inverso, quando o índice toca a margem inferior com valor de
20% (sobre-vendido), ocorrendo uma alta na tendência e nos preços.
Nos quadros 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14, o enfoque recai sobre as médias móveis de 5 e
20 períodos das empresas analisadas, que apresentaram os seguintes resultados:
Quadro 8 – Médias Móveis da OGX Petróleo ON
Data Abertura Máx Mín Fechamento Volume MM5 MM20 Sinal Resultado
1/10/2012 6,2 6,28 5,99 5,99 28636600 6,40 6,41 Venda 4,17%
3/8/2012 5,75 5,91 5,71 5,75 22835200 5,71 5,64 Compra 0%
5/3/2012 17,35 17,39 17,07 17,26 10224300 17,29 17,43 Venda 27,38%
6/1/2012 13,65 13,92 13,45 13,55 15031300 13,77 13,72 Compra 0%
32%
OGX Petroleo ON
Total Fonte: Economática, elaborado pelo autor, 2014.
As médias móveis calculadas indicam as situações de compra nos dias 06/01 e 03/08,
enquanto sinalizam a venda nos dias 05/03 e 01/10 para a OGX. Em suma, as médias móveis
de curto e longo prazo e a linha de sinal em conjunto geram um indicador de Convergência-
Divergência da média móvel (MACD) que sinalizam a compra/venda. Os sinais se dão
respectivamente, quando as curvas de curto e longo prazo cotam a curva de sinal no sentido
ascendente indica sinal de compra, e quando as curvas de curto prazo e de longo prazo
ultrapassam a linha de sinal no sentido descendente, teremos um sinal de venda deste ativo
neste momento, o mesmo acontece para os demais ativos financeiros (vide quadros a seguir):
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Quadro 9 – Médias Móveis da Petrobras PN
Data Abertura Máx Mín Fechamento Volume MM5 MM20 Sinal Resultado
6/1/2012 22,47 22,58 22,25 22,33 13941000 22,10 22,09 Compra 0%
16/2/2012 22,95 23,93 22,83 23,88 36725000 24,15 24,55 Venda 6,94%
2/3/2012 24,94 25,3 24,86 25,3 20122000 24,47 24,40 Compra 0%
12/3/2012 23,55 23,76 23,36 23,43 13888100 24,02 24,21 Venda -7,39%
20/3/2012 24,01 24,31 23,97 24,27 17585500 24,25 24,24 Compra 0%
23/3/2012 23,93 24,1 23,67 23,7 16054200 24,15 24,26 Venda -2,35%
21/6/2012 20,01 20,07 19,27 19,27 27366300 19,03 18,91 Compra 0%
28/6/2012 17,6 18 17,42 17,7 21382900 18,45 18,77 Venda -8,15%
6/7/2012 19,35 19,5 19,1 19,2 21172600 18,83 18,71 Compra 0%
4/9/2012 20,63 20,74 20,38 20,43 14057800 21,00 21,05 Venda 6,40%
13/9/2012 21,94 23,06 21,81 22,9 40030600 21,31 21,17 Compra 0%
5/10/2012 22,68 22,68 22,2 22,25 14597000 22,46 22,52 Venda -2,84%
19/10/2012 22,53 22,6 22,22 22,25 19987600 22,64 22,57 Compra 0%
23/10/2012 21,94 21,97 21,5 21,67 25921300 22,44 22,50 Venda -2,61%
12/12/2012 19,93 20,05 19,68 19,85 34706800 19,26 19,16 Compra 0%
-10%
Petrobras PN
Total Fonte: Economática, elaborado pelo autor, 2014.
Nota-se, através das médias móveis representadas no Quadro 9 acima, sinalizações de
compra e venda ao longo de todo o ano para as ações da Petrobrás PN. Vale destacar que nos
meses de Agosto e Novembro não foi possível determinar sinais de compra ou venda, através
deste instrumento de análise.
Quadro 10 – Médias Móveis da Vale PN
Data Abertura Máx Mín Fechamento Volume MM5 MM20 Sinal Resultado
4/1/2012 40,03 40,92 39,85 40,79 15518200 38,56 38,49 Compra 0%
20/2/2012 41,99 41,99 41,99 41,99 0 42,61 42,64 Venda 2,94%
2/4/2012 41,7 42,86 41,41 42,55 22896200 41,09 40,97 Compra 0%
10/4/2012 40,6 40,67 39,86 40,32 16837000 41,19 41,30 Venda -5,24%
16/4/2012 42,14 42,28 41,02 41,24 20908500 41,42 41,32 Compra 0%
4/5/2012 41,08 41,08 39,98 40,44 23400100 41,55 41,59 Venda -1,94%
8/6/2012 36,93 37,47 36,9 37,33 16845500 36,42 36,41 Compra 0%
16/7/2012 39,32 39,32 39,32 39,32 0 39,11 39,20 Venda 5,30%
13/8/2012 37,71 38,05 37,48 37,66 10031000 37,26 37,05 Compra 0%
20/8/2012 34,91 34,91 34,91 34,91 0 36,05 36,41 Venda -7,30%
13/9/2012 36 37,64 35,7 37,29 34913200 35,12 34,13 Compra 0%
2/10/2012 35,55 35,89 34,86 35,15 12733100 35,63 35,94 Venda -5,74%
16/10/2012 36,43 37,46 36,35 36,95 26721400 36,15 36,10 Compra 0%
24/10/2012 34,62 34,79 34,07 34,29 13386000 35,59 35,69 Venda -7,20%
31/10/2012 36,5 36,55 35,88 36,35 14306000 35,78 35,76 Compra 0%
15/11/2012 35,63 35,63 35,63 35,63 0 36,07 36,13 Venda -1,98%
3/12/2012 36,92 36,92 36,1 36,68 21735900 36,00 35,92 Compra 0%
-21%
Vale PNA
Total Fonte: Economática, elaborado pelo autor, 2014.
As indicações de compra e venda, para as ações da Vale PN, foram apresentadas
anteriormente no Quadro 10. Vale apregoar que o mês de Outubro foi aquele com maior
número de sinalizações (4 no total), sendo duas de compra e duas de venda. As sinalizações
acima dispostas demonstram que o investidor deveria comprar no dia 04/01/2012 e fazer
várias transações ao longo do ano, objetivando maior retorno em conformidade com o
mecanismo das Médias Móveis, sendo a primeira venda dia 20/02/2012.
Revista de Administração e Negócios da Amazônia, V.7, n.2, mai/ago. 2015 ISSN: 2176-8366 DOI: 10.18361/2176-8366/rara.v7n2p39-63
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Os Quadros 11 e 12 apresentados a seguir, representam as sinalizações de média
móvel para as ações ordinárias das empresas Vale e Petrobrás, havendo maior número de
sinais para operações, na Vale ON, no mês de Outubro, e na Petrobrás em Junho, ambos os
meses com 4 sinalizações:
Quadro 11 – Médias Móveis da Vale ON
Data Abertura Máx Mín Fechamento Volume MM5 MM20 Sinal Resultado
5/1/2012 42,51 42,76 41,63 41,86 2954200,00 41,11 40,44 Compra 0%
17/2/2012 43,8 43,95 42,51 42,93 5705400,00 44,23 44,30 Venda 2,56%
22/3/2012 41,95 42,06 41,24 41,57 4018600,00 42,74 42,72 Compra 0%
23/3/2012 41,53 41,88 41,38 41,55 2429700,00 42,51 42,61 Venda -0,48%
2/4/2012 42,99 44,43 42,84 44,01 5340200,00 42,24 42,05 Compra 0%
10/4/2012 41,41 41,54 40,63 41,24 3599400,00 42,19 42,40 Venda -6,29%
17/4/2012 42,45 43,33 42,17 43,06 5456000,00 42,46 42,33 Compra 0%
7/5/2012 41,02 41,63 41,00 41,50 2809000,00 42,54 42,65 Venda -3,62%
11/6/2012 38,61 38,97 37,75 37,86 3991800,00 37,61 37,36 Compra 0%
13/7/2012 39,72 40,42 39,61 40,23 3391600,00 40,03 40,13 Venda 6,26%
13/8/2012 38,65 38,96 38,31 38,61 2988300,00 38,03 37,79 Compra 0%
20/8/2012 35,65 35,65 35,65 35,65 0,00 36,88 37,17 Venda 7,67%
12/9/2012 36,99 37,55 36,33 37,28 7138400,00 34,93 34,69 Compra 0%
2/10/2012 36,7 37,02 35,94 36,19 3520500,00 36,69 36,85 Venda -2,92%
16/10/2012 37,6 39,08 37,60 38,11 12119400,00 37,28 37,20 Compra 0%
24/10/2012 35,75 35,95 35,01 35,32 3446400,00 36,75 36,80 Venda -7,32%
31/10/2012 37,4 37,73 37,00 37,45 6709800,00 36,88 36,87 Compra 0%
15/11/2012 36,59 36,59 36,59 36,59 0,00 37,03 37,20 Venda -2,30%
4/12/2012 37,65 37,65 36,48 36,70 5039500,00 36,96 36,81 Compra 0%
-6%
Vale ON
Total Fonte: Economática, elaborado pelo autor, 2014.
Quadro 12 – Médias Móveis da Petrobras ON
Data Abertura Máx Mín Fechamento Volume MM5 MM20 Sinal Resultado
6/1/2012 24,10 24,35 23,91 24,00 3454500,00 23,68 23,58 Compra 0%
14/2/2012 26,10 26,10 24,70 24,89 8522000,00 26,67 26,85 Venda 3,70%
5/3/2012 26,36 26,50 25,64 25,82 6098200,00 25,94 25,90 Compra 0%
12/3/2012 24,64 25,01 24,63 24,68 7193400,00 25,13 25,42 Venda -4,42%
4/5/2012 22,26 22,36 21,06 21,40 9448500,00 22,46 22,44 Compra 0%
7/5/2012 21,45 21,65 20,90 21,50 7382700,00 22,32 22,35 Venda 0,47%
7/6/2012 20,00 20,00 20,00 20,00 0,00 19,81 19,79 Compra 0%
13/6/2012 19,34 19,67 19,12 19,63 9026800,00 19,63 19,68 Venda -1,85%
21/6/2012 20,85 20,90 19,97 19,97 5676600,00 19,66 19,62 Compra 0%
27/6/2012 18,60 18,78 18,23 18,24 5556800,00 19,57 19,58 Venda -8,66%
6/7/2012 20,00 20,14 19,72 19,88 4260100,00 19,50 19,36 Compra 0%
27/7/2012 20,01 20,80 19,87 20,80 5393000,00 19,56 19,63 Venda 4,63%
30/7/2012 20,67 21,00 20,34 21,00 4635200,00 19,77 19,72 Compra 0%
3/9/2012 21,42 21,62 21,10 21,40 2860800,00 21,84 21,95 Venda 1,90%
13/9/2012 22,73 23,93 22,67 23,90 11702100,00 22,21 22,01 Compra 0%
5/10/2012 23,45 23,50 23,00 23,10 3997500,00 23,32 23,36 Venda -3,35%
18/10/2012 23,44 23,53 23,13 23,50 7146100,00 23,50 23,40 Compra 0%
23/10/2012 22,80 22,83 22,21 22,50 5528200,00 23,32 23,34 Venda -4,25%
12/12/2012 20,16 20,28 19,88 20,06 9425200,00 19,59 19,55 Compra 0%
-12%
Petrobras ON
Total Fonte: Economática, elaborado pelo autor, 2014.
O Quadro 13 delineado adiante, é uma representação das médias móveis obtidas para
as ações ordinárias da empresa BM&FBovespa. As operações de compra e venda seriam
realizadas ao longo do ano, baseadas nas médias móveis para 5 e 20 dias, iniciando no dia
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09/01/2012 com compra e já em 27/02/2012 se realizaria uma ordem de venda, maximizando
assim a rentabilidade obtida.
Quadro 13 – Médias Móveis da BMF Bovespa ON
Data Abertura Máx Mín Fechamento Volume MM5 MM20 Sinal Resultado
9/1/2012 10,15 10,31 10,1 10,3 9344700 9,98 9,97 Compra 0%
27/2/2012 11,64 11,73 11,5 11,65 14608300 11,74 11,75 Venda 13,11%
8/3/2012 12,22 12,39 12,21 12,29 14700900 11,90 11,84 Compra 0%
23/3/2012 11,87 12,02 11,76 11,84 10924000 12,02 12,05 Venda -3,66%
7/6/2012 10 10 10 10 0 9,61 9,59 Compra 0%
26/6/2012 9,85 10,03 9,63 9,95 11093600 9,96 10,03 Venda -0,50%
4/7/2012 11 11,3 10,93 11,22 7235900 10,36 10,25 Compra 0%
26/7/2012 10,93 11,33 10,9 11,3 12141800 10,87 10,94 Venda 0,71%
31/7/2012 11,75 11,88 11,4 11,5 8815200 11,31 11,15 Compra 0%
29/8/2012 11,56 11,61 11 11,13 20492600 11,72 11,78 Venda -3,22%
12/9/2012 11,69 11,7 11,55 11,6 9976700 11,59 11,57 Compra 0%
4/10/2012 12,3 12,44 12,18 12,31 16516700 12,33 12,34 Venda 6,12%
15/10/2012 12,9 13,05 12,75 12,92 9874800 12,67 12,60 Compra 0%
15/11/2012 12,81 12,81 12,81 12,81 0 13,12 13,26 Venda -0,85%
5/12/2012 13,1 13,1 12,74 12,75 12635700 12,90 12,88 Compra 0%
12%
BMF Bovespa ON
Total Fonte: Economática, elaborado pelo autor, 2014.
O Quadro 14 disposto abaixo amalgamou os resultados obtidos para o papel da PDG
Realt ON, sendo os meses de julho e outubro aqueles com maior número de sinalizações. Em
julho há sinais de 2 compras e uma venda, enquanto em outubro o movimento foi inverso (2
vendas e uma compra).
Quadro 14 – Médias Móveis da PDG Realt ON
Data Abertura Máx Mín Fechamento Volume MM5 MM20 Sinal Resultado
5/1/2012 6,3 6,41 6,15 6,29 17675700 6,16 6,10 Compra 0%
28/2/2012 7,25 7,53 7,22 7,49 15778900 7,66 7,69 Venda 19,08%
9/5/2012 4,93 5,17 4,88 5,02 31686900 5,00 4,88 Compra 0%
15/5/2012 3,95 4,04 3,64 3,67 67981300 4,70 4,76 Venda -26,89%
14/6/2012 3,5 3,59 3,38 3,39 36464400 3,36 3,33 Compra 0%
29/6/2012 3,52 3,58 3,48 3,51 17614800 3,39 3,43 Venda 3,54%
6/7/2012 3,51 3,56 3,34 3,38 23555100 3,51 3,48 Compra 0%
10/7/2012 3,4 3,41 3,04 3,04 56223200 3,46 3,49 Venda -10,06%
31/7/2012 3,67 3,71 3,41 3,41 21632200 3,42 3,35 Compra 0%
2/10/2012 3,87 3,89 3,62 3,7 27830700 3,95 3,99 Venda 8,50%
24/10/2012 3,62 3,64 3,49 3,53 24898800 3,65 3,64 Compra 0%
29/10/2012 3,41 3,44 3,31 3,41 8590800 3,57 3,58 Venda -3,40%
6/12/2012 3,05 3,2 3,03 3,17 42974400 3,06 3,04 Compra 0%
-9%Total
PDG Realt ON
Fonte: Economática, elaborado pelo autor, 2014.
Depois de calcular as médias móveis foram determinados os indicadores de estatística
descritiva, conforme Quadro 15, destacando-se o retorno médio das cotações, sua variância e
as cotações mínimas e máximas de cada empresa.
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Quadro 15 – Retornos das ações
OGXP3 PETR4 VALE5 VALE3 PETR3 BVMF3 PDGR3
Retorno Médio -0,44% -0,05% 0,02% 0,01% -0,07% 0,14% -0,24%
Variância 0,16% 0,04% 0,03% 0,03% 0,04% 0,04% 0,12%
Mínimo 4,25 17,64 32,12 32,45 18,24 9,1 2,81
Máximo 18,21 25,6 43,97 45,87 27,75 14,3 8,09
Fonte: Economática, elaborado pelo autor, 2014.
Feita a análise dos dados das ferramentas Fundamentalista e Técnica, foi possível
asseverar que cada método apresenta sua importância e o período no qual cada técnica atua é
bem delimitado, embora cada ferramenta, em alguns momentos, tenha apresentado resultados
distintos. Desse modo a Análise Fundamentalista avalia as empresas em função do longo
prazo, devido ao Demonstrativo Financeiro da firma ser apresentado em poucos períodos no
ano, diante dos gastos operacionais para sua execução e do tempo para reunir os dados. Já a
ferramentas Técnica contribui para as análises de curto prazo, uma vez que estas buscam
antecipar os movimentos do mercado e auxiliam na identificação de tendências referentes aos
ativos estudados.
Ressalte-se que os índices Fundamentalistas obtiveram resultados expressivos, os
quais são interpretados abaixo, com intuito de obter um divisor comum a esta análise,
respondendo, dentre as empresas estudadas, quais as que alcançaram os melhores/piores
valores e destas, qual será a melhor escolha mediante a ferramenta Fundamentalista:
BM&FBovespa: Esta companhia apresenta melhor índice de participação de capital de
terceiros, ou seja, tem menor dependência de recursos obtidos através de dívidas de
curto ou longo prazo. Isso demonstra que a empresa detém quase 80% do capital
utilizado para os seus investimentos e continuidade das atividades de origem própria,
por meio de capital dos sócios (Patrimônio Liquido). Também possui um alto índice
de liquidez geral, tendo em conta a expressiva quantidade de ativos de curto e longo
prazo para fazer face as suas obrigações, sejam elas de curto ou longo prazo (o valor
dos ativos totais supera mais de cinco vezes o valor dos passivos circulante e não
circulante – -5,33). É possível ainda inferir que a empresa mantém os melhores índices
de rentabilidade. Sua Margem Liquida traduz quanto a empresa consegue gerar de
lucro a cada $1 de vendas realizadas ou serviços prestados, valor que é superior ao das
demais empresas da amostra, demonstrando eficiência operacional e capacidade em
gerar lucros. A BM&FBovespa também apresenta um índice de retorno do
investimento superior às demais, o que evidencia maior capacidade de gerar lucro
líquido tendo em conta os investimentos realizados pela empresa no período (Ativo
Médio).
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PDG Realt: Apresenta melhores resultados no que diz respeito aos indicadores ligados
à imobilização, seja de capital próprio, seja quando observada a soma dos recursos não
correntes. A empresa aplica uma parcela pequena de seu capital e também do capital
de terceiros de longo prazo em ativos permanentes (investimentos, imobilizado e
intangíveis). Esses índices não são relevantes se analisados isoladamente, pois o índice
de imobilização de uma firma para outra varia de acordo com o ramo de atividade a
que cada uma pertence. Nesse caso, a PDG Realt, por ser do segmento de construção
civil, não tem necessidade de imobilizar um grande percentual de seu capital,
diferentemente das empresas Vale e Petrobrás.
Petrobrás: Apresentou indicadores médios, não obtendo destaque em qualquer índice.
Alguns dos quocientes calculados com resultados menos expressivos referem-se
àqueles do âmbito da rentabilidade, pois esta sociedade anônima foi capaz de gerar
valores de margem líquida e retorno sobre os investimentos ínfimos. No entanto,
gerou Lucro por Ação e Rendimento de Dividendos consideráveis, diferentemente das
firmas PDG Realt e OGX Petróleo. A Petrobrás tem uma boa composição do
endividamento, ou seja, apenas 21% da dívida total contraída é de curto prazo
(vencimento em até um ano).
Vale: Apresenta os melhores indicadores de mercado, isto é, o maior lucro por ação
($1,72) e 6,27% de rendimento de dividendos, o que demonstra imensa capacidade da
empresa em gerar lucros e rendimentos aos acionistas. Além disso, a Vale tem um
baixo endividamento de curto prazo (23% da dívida total) e baixa dependência de
capital de terceiros (para cada $1 de capital próprio, tem $0,71 de dívidas totais), ou
seja, utiliza para investimentos grande parcela do capital próprio (dos acionistas) e os
remunera muito bem, seja via dividendos ou lucro por ação.
OGX Petróleo: Apesar de ter forte dependência de capital de terceiros (para cada $1 de
capital próprio apresenta $1,21 de dívidas), tem o melhor índice de composição de
endividamento, pois apenas 13% dessa dívida total é de curto prazo. É esse uso de
recursos de longo prazo que lhe proporciona bons indicadores de liquidez,
relativamente a questões de capacidade de pagamento de longo prazo (liquidez
corrente, seca e imediata). Todavia a liquidez geral da firma, determinada pela razão
de ativos totais e passivos totais, demonstra que no curto prazo a empresa pode até
apresentar bons indicadores de liquidez, mas em uma perspectiva de longo prazo essa
sua capacidade fica reduzida, devido aos indicadores de margem líquida, retorno sobre
o investimento e lucro por ação estarem negativados, além de não proporcionar
rendimento de dividendos.
Foram calculadas também as médias móveis, retratadas nas tabelas anteriores, o que
possibilitou demonstrar o tempo de compra/venda dos ativos analisados, visualizando,
mediante as suas sinalizações, o momento ideal para efetuar as operações de cada ação
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observada. Portanto, as médias móveis auxiliam o investidor na tomada de decisão no
mercado de capitais referente ao curto prazo.
As ferramentas utilizadas pela Análise Técnica ajudaram na análise de curto prazo das
tendências que irão prevalecer no mercado, como, por exemplo, o método de suporte e
resistência, que mede a força da tendência em romper com resistências impostas pelo mercado
mantendo a sua trajetória.
As outras ferramentas, como Bandas de Bollinger e Índice de Força Relativa,
possibilitaram analisar as oscilações do mercado mediante as escolhas dos agentes e rastrear o
quanto o ativo estava sobre-comprado ou não para efetuar a tomada de decisão. Esses
instrumentos, juntamente com todo o arcabouço técnico utilizado neste trabalho, ajudam os
acionistas ao tomar suas decisões de curto prazo com maior assertividade e menores riscos.
Foi utilizada ainda estatística descritiva para analisar os retornos médios e a variância
(volatilidade) que as ações analisadas apresentaram no ano analisado. A BM&FBovespa
exibiu um valor de 0,14% de retorno médio aos acionistas e obteve uma variância considerada
baixa em relação às demais empresas, com uma porcentagem de 0,04%, compreendendo que
esta firma oscilou pouco, sendo segura para investir capital, destacando-se mediante aos
indicadores estatísticos e outros indicadores fundamentalistas, o que a torna a melhor empresa
para investimento (na série temporal analisada), assegurando maior rentabilidade em
comparação às demais firmas da amostra.
Observa-se que as duas ferramentas utilizadas para a análise de ativos na tomada de
decisão no mercado de capitais podem ser complementares, pois cada uma tem sua
especificidade temporal, mas ambas atuam com intuito de diminuir os riscos e maximizar os
acertos nas operações realizadas pelos acionistas. Desse modo a análise Fundamentalista é
empregada no longo prazo, em que os dados são colhidos e os indicadores são gerados, por
isso sua função é a de avaliar qual a melhor empresa para se investir e qual o grau de
consolidação de suas atividades, tendo em vista seus fundamentos.
Na análise Técnica, avaliam-se as tendências das cotações dos ativos no curto prazo,
pois suas ferramentas preveem as oscilações e tendências do mercado em um curto espaço de
tempo. Há grande importância em fundir os dois métodos para atingir maiores êxitos no
mercado de capitais, pois estas ferramentas, sendo operadas em conjunto no âmbito da análise
econômico-financeiro e contábil, são capazes de diminuir a probabilidade do investidor de
correr riscos e, por conseguinte, prejuízos no mercado.
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Vale considerar também que os indicadores contábeis e financeiros procuram
demonstrar a capacidade da empresa em honrar seus compromissos e pagar suas dívidas, além
de expressar qual a participação de capital de terceiros empregados na firma e sua
composição, a lucratividade sobre as atividades operacionais e o rendimento dos acionistas,
entre tantas outras análises que podem ser obtidas através dos indicadores Fundamentalistas.
Já os outros indicadores, frutos da análise Técnica, permitem visualizar os sinais de
confirmação das operações de compra/venda observadas no mercado e a tendência das
cotações de tal ativo. Salienta-se que estas ferramentas podem influenciar uma a outra, por
exemplo, caso ocorra algo de negativo no Demonstrativo Financeiro das empresas, isso pode
ser refletido no mercado e, consequentemente, na cotação dos ativos, conforme a hipótese de
mercados eficientes, que se constitui no espaço imaginário onde os preços acompanham as
informações disponíveis e nenhum agente consegue auferir lucros superiores ao do preço de
mercado, pois o valor das cotações reflete a estimação dos títulos no presente.
Verifica-se que a BM&FBovespa obteve o resultado mais satisfatório, tanto nos
indicadores Fundamentalistas e quanto nas análises Técnicas, pois utiliza capital próprio para
investir em suas atividades, possuindo um alto índice de liquidez geral e entre as demais
firmas possui o melhor índice de rentabilidade e retorno do investimento. Na análise Técnica,
a BM&FBovespa não obteve períodos longos de tendências de baixa e auferiu o maior retorno
médio entre os ativos estudados. Por outro lado, a OGX Petróleo teve a menor consolidação
nas suas atividades operacionais e apresentou uma forte linha de tendência de baixa por um
período considerável no exercício, além de resultados não satisfatórios no que se refere à
rentabilidade proporcionada aos acionistas, o lucro gerado no exercício e as variações nas
cotações das ações no período analisado.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mercado de capitais tem grande importância no cenário econômico mundial, pois
permite um fluxo de capitais dos poupadores aos agentes deficitários, buscando auxiliar no
desenvolvimento econômico de uma nação e estimulando o investimento e a formação de
poupança. Com a ampliação desse mercado, por meio de expansão econômica, proliferação de
sociedades anônimas, inserção de inovações financeiras e aumento expressivo no volume de
capitais das sociedades existentes, faz-se de grande valia que os agentes se especializem cada
vez mais para diminuírem os riscos e aumentarem os acertos em suas operações financeiras.
Desse modo, os estudos das ferramentas Fundamentalista e Técnica auxiliam na tomada de
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decisão dos acionistas referente à avaliação da solidez econômico-financeira das firmas e o
momento ideal para comprar ou vender os ativos que detêm.
Analisados à luz das análises Fundamentalista e Técnica, a empresa BM&FBovespa
apresentou os melhores índices, tornando-se a melhor escolha entre as organizações
estudadas, enquanto que a OGX Petróleo foi a firma com os piores indicadores, pois não
demonstrou consistência nos índices de estrutura de capital, liquidez geral e rentabilidade e
encontrou-se em seu histórico de cotações uma grande tendência de baixa referente à análise
Técnica. Diante da probabilidade elevada de recorrer em prejuízo por ser a pior empresa, não
é indicada para o acionista investir os seus recursos financeiros.
Vale destacar que esta pesquisa compreendeu a análise dos ativos financeiros
transacionados na BM&FBovespa, através das Ferramentas Fundamentalista e Técnica,
mostrando-se capaz de apresentar a complementaridade e discrepância destes dois modelos,
ao auxiliar na tomada de decisão dos acionistas minimizando os riscos e aumentando a
rentabilidade. Dessa feita, a análise Fundamentalista demonstrou ser uma ferramenta eficaz na
tomada de decisões no longo prazo, pois para ser realizada depende dos demonstrativos
financeiros das empresas e demanda tempo para recolher os dados, tabulá-los e realizar
análises. Já a análise Técnica contribui no curto prazo, porque é capaz de evidenciar, por meio
de gráficos, figuras, tendências, osciladores e rastreados, a importância da análise como
método de previsão do mercado e de suas tendências.
Por fim, propõe-se, como sugestões de trabalhos futuros, a realização de um portfólio
de ações, pois através do uso da teoria de Markowitz (1952) é possível compreender a
covariância existente entre vários ativos que compõe uma carteira, otimizando-a com o intuito
de formar um portfólio de variância mínima. Assim, tendo em conta a fronteira de eficiência,
é possível combinar as ações distintas para cumprir com o propósito fundamental da análise
econômica e financeira: proporcionar maior retorno e menor risco.
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