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70 Anos de A.A. no Brasil (1947-2017)
Grupo Sapiens Formado em São Paulo-SP, em 09 de Abril de 1965
O Canteiro da Estrutura
de Serviços Gerais de
A.A. no Brasil e da sua
Inclusão no
Serviço Mundial de A.A.
Este exemplar pertence a Abril/2017.
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Introdução Muito importante: os textos contidos nesta apostila não fazem parte da literatura de A.A. aprovada pela
Conferência de Serviços Gerais de A.A. no Brasil ou autorizada pela Junaab. Seu conjunto não tem nem
pretende caráter oficial. Trata-se de iniciativa informativa individual de um membro de A.A. dirigida a
membros e amigos de A.A. e sua divulgação não tem origem nem destino institucional (.org) - embora
isto, a apostila pode ser reproduzida e/ou repercutida por quem o deseje.
Em meados de março de 1965, um cidadão norte-americano residente na cidade de São Paulo – Donald
M., se internou no Hospital Samaritano para tratar de problemas decorrentes de seu alcoolismo. Durante os
cinco dias em que lá ficou, aceitou por empréstimo de um padre também norte-americano, Richard
Sullivam, o livro “Alcoólicos Anônimos” ( o Big Book) original, em inglês. Por lá também apareceu para
conversar com ele Dorothy N., uma AA do Rio de Janeiro, que se encontrava em visita de rotina na cidade
para tratar de seus negócios. Dorothy falou com Donald a respeito do programa de A.A. e, após este ter
lido o livro, manifestou seu interesse em abrir um Grupo na Cidade. Por volta de três semanas mais tarde,
Dorothy e Donald formavam o primeiro Grupo de A.A. em São Paulo, em uma sala cedida pela madre
Cristina diretora do Colégio Sede da Sabedoria, na Rua Caio Prado, 102, na região da Consolação. O grupo
recebeu o nome de Grupo Sapiens. Não havendo documento registrando a data de formação, por consenso
dos que depois vieram – com muito pouca variação, considera-se que foi no dia 9 de abril de 1965.
Dorothy voltou para o Rio, mas com Donald ficou como padrinho Harold W., outro A.A. do Rio
que estava fixando residência em São Paulo. Harold, havia trazido a mensagem de A.A. para São Paulo
exatos 15 anos atrás, em 1950, quando as pessoas que lhe haviam pedido ajuda, usaram os matérias de
divulgação de A. A. – o “Livro Branco”, que continha os Doze Passos que ele havia traduzido. Na sua
volta ao Rio naquela época, aquele material foi usado para dar início a outra sociedade – a Associação
Antialcoólica de São Paulo. Curiosamente, foram membros desta Associação que, junto com outros
alcoólicos alheios a essa associação, a partir de abril de1965, começaram a dar vida ao Grupo Sapiens.
Não existindo no Brasil o livro “Alcoólicos Anônimos” traduzido, Donald, se ofereceu ao
Escritório de Serviços Gerais de A.A. em Nova York para fazer a tradução. Um ano e meio mais tarde, em
outubro de 1966, Donald recebeu o aval do ESG-NY para fazer a tradução. Entretanto, entre as várias
condições colocadas para fazer a tradução e distribuir o livro no Brasil, constava que deveria ser feita a
unificação dos Grupos e serviços então existentes no Brasil, em torno de uma Estrutura de Serviços Gerais
assemelhada (mas não necessariamente igual) com a existente na Estrutura sênior – EUA/Canadá.
Tendo como seu grupo-base o Grupo Sapiens, Donald, sua esposa Sonia – não alcoólica, e vários
companheiros de São Paulo, do Rio e de outras cidades, começaram então um périplo pelas várias
estruturas já existentes nos mais diversos Estados e cidades onde a mensagem já tinha chegado, até surgir a
Estrutura de Serviços Gerais e Mundiais que atualmente conhecemos.
Se a história de A.A. no Brasil um dia for contada em dois capítulos, poderia ser considerado que o
Capítulo 1 foi a chegada de Herberth D. no Rio de Janeiro e a formação do Grupo de A.A. Rio de Janeiro
(ou, A.A. Rio Nucleus) em 1947, e o Capítulo 2 seria a formação do Grupo Sapiens em São Paulo,
cofundado por Donald M. e Dorothy N. em 1965, com a preservação da riquíssima herança pioneira
trazida pelos AAs do Rio de Janeiro e a inclusão da atual Estrutura de Serviços Gerais e Mundiais.
Tudo de graça veio e de graça-grata está indo. Se o conteúdo lhe for proveitoso, passe adiante nesse
espírito. Obrigado.
pepepan47@hotmail.com
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Índice Introdução .............................................................................................................................................. 2
A primeira semente de A.A. em São Paulo ........................................................................................... 4
Grupo Sapiens: O primeiro Grupo de A.A. em São Paulo .................................................................... 6
Ao Grupo Sapiens Seguiram os Grupos... ............................................................................................. 8
Capital, Litoral e Interior: .................................................................................................................. 9
Outros Estados: ................................................................................................................................ 10
Outro País:........................................................................................................................................ 12
... e também outras Irmandades de Doze Passos ................................................................................. 13
A literatura de A.A. que existia no Brasil: os “Folhetos Brancos” .................................................... 15
O início da implantação dos Serviços Gerais na estrutura de A.A. no Brasil ..................................... 17
A tradução do livro “Alcoólicos Anônimos” – o Livro Azul .............................................................. 17
A publicação do Livro Azul ................................................................................................................ 20
O fortalecimento da Estrutura de Serviços .......................................................................................... 21
Os Conclaves e as Convenções de A.A. no Brasil .............................................................................. 22
1965 - A Convenção Pioneira de A.A. no Brasil ................................................................................. 22
A Junta Nacional de Alcoólicos Anônimos do Brasil JUNAAB ........................................................ 28
A inclusão e participação na Reunião de Serviço Mundial ................................................................. 29
Reunião de Serviço Mundial Regional ................................................................................................ 30
REDELA (Reunião das Américas) .................................................................................................. 31
A Conferência de Serviços Gerais de A.A. no Brasil – CSG .............................................................. 32
A origem da Conferência nos EUA/Canadá: ................................................................................... 32
No Brasil .......................................................................................................................................... 32
Constituição atual da Conferência de Serviços Gerais de A.A. no Brasil ........................................... 33
Membros da Conferência ................................................................................................................. 33
Comissões da Conferência ............................................................................................................... 33
Locais, datas e temas das Conferências no Brasil ............................................................................... 35
Desmembramento CLAAB/ESG ......................................................................................................... 36
A Junta de Custódios ........................................................................................................................... 37
A Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil - JUNAAB ....................................... 37
A criação dos Comitês de Assessoramento da Junta ........................................................................... 37
Comitês de Assessoramento da Junaab (atual) .................................................................................... 38
A extinção do CLAAB ........................................................................................................................ 40
Adequação da Junta à Estrutura de Serviço Mundial .......................................................................... 40
Configuração das Áreas a partir da CSG/2010 .................................................................................... 41
Todos os endereços do CLAAB e do ESG .......................................................................................... 42
Apêndice .............................................................................................................................................. 43
Donald M. descreve em carta, a formação do Grupo Sapiens ............................................................. 43
Resenhas Biográficas dos cofundadores de A.A. em São Paulo ......................................................... 45
Transcrição das primeiras literaturas de A.A. no Brasil ...................................................................... 46
Texto do “Livro Branco” ................................................................................................................ 46
Texto de “A Tradição de A.A.” ....................................................................................................... 52
Texto de “Alcoolismo: A Doença que Todos Escondem” ............................................................... 67
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A primeira semente de A.A. em São Paulo Em 1945, durante uma visita aos EUA o cidadão paulistano Álvaro Pauperio tomou conhecimento
da existência de Alcoólicos Anônimos. Preocupado com o avanço do alcoolismo no Brasil, de volta a São
Paulo reuniu-se com outros cidadãos atuantes em diversas áreas profissionais – medicina, jornalismo,
política, educação, jurídica, etc., com o propósito de encontrar alguma solução para esse grave problema
social e sugeriu a experiência de A.A.
Alguns anos mais tarde, estas pessoas tomaram conhecimento da chegada de Alcoólicos Anônimos
à cidade do Rio de Janeiro e fizeram contato com seus responsáveis convidando algum membro para
apresentar a filosofia de A.A. em São Paulo. Assim, em dezembro de 1949 viajou do Rio de Janeiro para
São Paulo, Harold W., um cidadão anglo-brasileiro que havia ingressado na Irmandade em março de 1948.
Anteriormente, Herbert L., cidadão norte americano, alcoólico e fundador do primeiro Grupo de A.A.
no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, durante a
abordagem, havia pedido a Harold que, como primeiro
passo para iniciar sua recuperação, fizesse a tradução de
um folheto sobre A.A. produzido no início da década de
1940 que ele, Herbert, havia trazido dos EUA. O
livreto, que ficou conhecido no Brasil como “Livro
Branco”, contém, além da descrição do alcoolismo e de
Alcoólicos Anônimos, os Doze Passos “... que demos e
que são sugeridos como um PROGRAMA DE
REERGUIMENTO”; Após esta publicação, Harold
também traduziu “A Tradição de A.A.” - livreto este
que contem as Doze Tradições na forma longa além de
outros dados sobre a Irmandade tendo como original um
encarte especial publicado por Grapevine em 1947. Estes livretos junto com outros nas origens de A.A. no
Brasil receberam o nome genérico de “folhetos brancos” pelo fato de que as capas eram brancas por serem
mais baratas. Esse material foi a primeira literatura de A.A. no Brasil.
Harold apresentou àqueles cidadãos paulistanos esse material de A.A. e eles mostraram interesse
apenas no Livro Branco ignorando o folheto contendo as Tradições. Em um primeiro momento se deu a
entender aos paulistanos que Alcoólicos Anônimos e o seu programa de recuperação estava chegando à
Capital, com divulgação na imprensa paulistana através de personalidades influentes, como, por exemplo,
a página 3 do Suplemento do jornal “Folha da Manhã” do dia 15-1-1950, trazia um artigo chamado Os
“Alcoólatras Anônimos” assinado pela
escritora Cecília Meireles (1901-1964)
(http://acervo.folha.com.br/fdm/1950/01/15/1/).
(acima, à direita).
Mas, menos de três meses depois, em 01 de março de 1950, tendo como base o “Programa de
Reerguimento dos Doze Passos” de Alcoólicos Anônimos aquele grupo de pessoas que em sua maioria
não sofriam da doença alcoolismo, foi fundada a Associação Antialcoólica de São Paulo – AASP. Foram
fundadores da AASP e seus primeiros diretores: Álvaro Pauperio, Ajax Walter César Silveira, Benedito
Mendes dos Reis, Vitor Modesto Pedoti, Gumercindo Fleuri, James Ferraz Alvim, Flaminio Fávero
"Livro Branco", literatura de A.A. usada
pela Associação Antialcoólica
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(algumas destas pessoas emprestam seus nomes a ruas da cidade de São Paulo) e Santo Grasso – este
último, o único alcoólico.
Os Arquivos Históricos da Junaab abrigam uma cópia da Ata manuscrita relatando a reunião para a
aprovação dos Estatutos realizada em São Paulo e datada (conforme escrito) “Aos 20 (vinte) dias de
Dezembro de 1951, nesta cidade e Capital de São Paulo, à Rua Senador Feijó, 181 – 2º andar, reuniram-
se as pessoas abaixo, com o fim especial de darem personalidade jurídica à organização assistencial
denominada „Alcoólicos Anônimos‟ que por quase dois anos vinha desempenhando o meritório trabalho
de soerguimento do alcoólatra...”. Segue: “...Reaberta a sessão foram os estatutos novamente lidos, agora
por mim, secretário (N.T.: o advogado Ruy Mendes Rey), com as inovações e a indicação do novo nome
de „Alcoólicos Anônimos‟ para Associação Antialcoólica”. Segue: “Estatutos da Associação
Antialcoólica (A.A.)... Art. 1º - Sob a denominação de „Associação Antialcoólica‟, que se designará mais
comumente pela sigla „A.A.‟, fica constituída na Capital... Art. 2º - O objetivo da „A.A.‟ é, extrictamente,
filantrópico e assistencial, sem fim lucrativo: a) promover gratuitamente campanha preventiva contra o
uso de bebidas alcoólicas; b) promover tratamentos dos indivíduos, extremamente viciados no álcool, por
meio de assistência pessoal e reeducação mental e higiênica, readaptando-o e restituindo-o dignamente
para o seio da sociedade onde passará a ser útil a si próprio e aos seus concidadãos; c) manter
assistência gratuita a todos quantos a procurarem, para reeducação do alcoólico, digo alcoólatra; d)
manter contacto com ex-alcoólatras, reabilitados...”. Poderá ver estes estatutos a partir da página 24 em
=>http://www2.camara.sp.gov.br/projetos/1954/00/00/0A/FD/00000AFD9.PDF
Nos anos seguintes, numa relação obscura de compartilhamento, o nome Alcoólicos Anônimos, a
sigla A.A., e o Livro Branco que era literatura de A.A. do Rio de Janeiro, foram usados sem permissão pela
Associação - mesmo após ter criado seus estatutos - em seus cartões de divulgação e nas suas relações com
a imprensa e a comunidade. Conforme a conveniência, num momento chamava-se Alcoólicos Anônimos -
A.A., em outros Associação Antialcoólica – também A.A.
Estes acontecimentos e circunstâncias fizeram com que os membros de A.A. do Rio de Janeiro, ao
tomar conhecimento do uso indevido do nome e da literatura de A.A., decidissem registrar oficialmente o
nome da Irmandade e seu Estatuto no Brasil.
O Estatuto, redigido em quatro páginas foi registrado no dia 8 de Dezembro de 1952 no “Registro
Das Pessoas Jurídicas”, na “Avenida Franklin Roosevelt, 120-2º, Sala 2, no Rio de Janeiro”, continha
cinco Capítulos e terminava com: “A Tradição dos Alcoólicos Anônimos - Doze Pontos para assegurar
nosso futuro” – isto é, as Doze Tradições na forma longa.
O Capítulo I - “Da denominação, fins, sede e duração”, rezava:
Art. 1º - Sob a denominação de “Alcoólicos Anônimos”, fica constituída por tempo indeterminado,
uma entidade civil, de âmbito nacional, com sede à Av. 13 de Maio, 23, 2º and. Sala
332 e Caixa Postal 5218, representada por um Grupo Central e indeterminado número
de grupos distribuídos em todo território nacional que se regerá por este Estatuto e
Tradições.
Art. 2º - A finalidade é essencialmente de caráter filantrópico, altruísta e meritório, não podendo
haver contribuições materiais de nenhuma espécie. Os grupos “AA” destinam-se a
auxiliar e proteger os doentes do álcool, por meio de ensinamentos, fortificando-lhes o
espirito e a moral.
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Os outros Capítulos eram:
Capítulo II – Administração;
Capítulo III – Dos Grupos;
Capítulo IV – Dos Associados, deveres e direitos;
Capítulo V – Disposições Gerais.
No final da década de 1950, mais precisamente a 28 de julho de 1959, toda a diretoria da
Associação Antialcoólica passa a ser composta exclusivamente de alcoólatras recuperados (sua
denominação corrente). Vendo a necessidade de acompanhar o crescimento da metrópole e buscar o
alcoólico onde ele estivesse, assim como facilitar a vida dos companheiros recuperados que moravam
longe e tinham dificuldade de se locomover até o centro, a Associação começa a fundar núcleos em
diversas regiões da Capital e da Grande São Paulo e, indo até o Litoral e o Interior mudou seu nome para
Associação Antialcoólica do Estado de São Paulo – AAESP, como atualmente é conhecida e reconhecida
com gratidão até por muitos membros de A.A. que nela encontraram sua primeira ajuda (N.T.: este
escrevinhador é uma dessas pessoas agradecidas e deixa neste texto constância disso) e de onde alguns
saíram para juntar-se ao pioneiro Grupo Sapiens formado em abril de 1965 onde se transformaram em
“bandeirantes” que levaram A.A. para outros locais na Capital, outras cidades no Estado São Paulo e até
para outros Estados. Entretanto, até essa data, a semente de A.A. trazida por Harold W. no início do ano de
1950, ficou em estado de dormência.
Grupo Sapiens: O primeiro Grupo de A.A. em São
Paulo De acordo com o livro “As origens de A.A. no Brasil”, escrita por Luiz M. (1): “Em 1954, o Comp.
André L., de Catanduva - SP, inicia semanal correspondência comigo e, mais tarde, junto com a M.
Felícia, fundam um Grupo em Bauru – SP”.
“...Maria Felícia, junto com André L., inicia o trabalho do 12º Passo em Bauru (Casa de Saúde Dr.
Smith), Catanduva e Campinas. Lançaram uma boa semente, que deu seus frutos, em 26 de setembro de
1957, fundando o Grupo Catanduva”.
Importante: Procurando maiores esclarecimentos a respeito destes acontecimentos, este transcritor não
encontrou evidências que confirmem ou desmintam documentalmente esta história.
Entretanto, dada a credibilidade de Luiz M., já falecido, seria de bom proceder dar
continuidade às pesquisas, mesmo que seja para encontrar algum relato testemunhal – se
não for possível encontrar algum documento, que possa confirmar ou conduzir a alguma
pista sobre a veracidade desses fatos.
N.T. (1): Luiz M. (1929-1992), foi membro do Grupo Central do Brasil, no Rio de Janeiro,
onde ingressou em 4 de agosto de 1953. Este Grupo fica na Rua Prof.
Clementino Fraga Filho, nº 22, Igreja de Santana, Caixa Postal: 16.070 - CEP:
20.221 – Rio de Janeiro – RJ, e lá poderão ser obtidas maiores informações a
respeito desse valioso trabalho histórico.
A história que segue é a transcrição adaptada de uma carta escrita por Donald M. Lazo, aos
companheiros e seus amigos Ércio B., e Eloy T., datada em 22 de março de 1993 (1), na qual descreve os
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acontecimentos que culminaram na formação do Grupo Sapiens, e que esta, sim, na falta de outra
comprovação avaliada, é considerada por muitos como sendo a história do início de A.A. – em língua
portuguesa, no Estado de São Paulo.
N.T. (1): Veja a transcrição ipsis litteris desta carta no Apêndice, página 43.
“Na segunda semana de março de 1965 veio a São Paulo a empresária residente e estabelecida no
Rio de Janeiro e AA Dorothy (Dolly) N. (1914-1990), brasileira filha de ingleses, para visita de rotina à
filial de sua agência de empregos na capital paulista. À época tinha 51 anos e, grande divulgadora de
A.A., onde tinha ingressado em 1962, mantinha em sua agenda uma extensa lista de amigos religiosos,
médicos, e pessoas interessadas no problema do alcoolismo, a quem avisava de sua chegada, e serviam-
lhe de contato para levar a mensagem da Irmandade.
A pedido de um desses amigos, o padre Richard Sullivan, Dorothy foi visitar o publicitário
americano Donald M. (1928-2001), internado no Hospital Samaritano no dia 18 desse mês de março, em
consequência de mais uma série de bebedeiras e lá ficou por cinco dias. Nesse tempo começou a ler o „Big
Book‟ (original, em inglês), que o padre Sullivan tinha-lhe emprestado – nunca devolvido, e mais tarde
traduzido por ele próprio para o português.
Três dias após sair do hospital, assistiu à primeira reunião de divulgação de A.A., organizada por
Dorothy na capela dos Redentoristas, na Alameda Franca, 889.
Houve uma segunda reunião no bairro de Santa Cecília para a qual Dorothy convidou Harold,
então morando na Capital e que viria ser o padrinho de Donald. Após estas experiências e as conversas
com Dorothy, Donald aceitou a sugestão de abrirem um Grupo de A.A. na cidade. Ela apresentou-o à
madre Cristina, diretora do Instituto “Sedes Sapientiae” situado na Rua Caio Prado, 102, na Consolação,
que lhes cedeu uma sala dentro do prédio e nela deu inicio no dia 9 de abril de 1965, nos moldes de A.A.
do Rio, o Grupo Sapiens cofundado por Donald – então com 21 dias de abstinência contando os cinco de
hospitalização - e Dorothy (ver suas Resenhas Biográficas no Apêndice I), considerado oficialmente o
primeiro Grupo de A.A. em língua portuguesa no Estado de São Paulo.
Na última semana de sua visita à cidade, Dorothy levou Donald
às dependências do „Diário de S. Paulo‟, onde convenceu a redação a
elaborar um artigo sobre alcoolismo. A direção indicou um jornalista a
quem Dorothy contou sua história. No fim do artigo, publicado vários
dias depois, constava o fato de „estar-se realizando reuniões de
Alcoólicos Anônimos em São Paulo, à Rua Caio Prado, 102, todos os
domingos das 10:00 horas às 12:00 horas‟.
Nos próximos meses passaram poucas pessoas pela sala; uma
delas, Leila, veio a ser a segunda pessoa de São Paulo a afiliar-se à
Irmandade (a primeira foi Donald). Num dia do mês de julho, quatro
meses após a fundação do Grupo chegou à sala Melinho, membro da
Associação Antialcoólica desde janeiro de 1957. Fazia tempo que tinha
ouvido falar de A.A. e interessou-se por conhecer a Irmandade e fez uma
visita à sala da Rua Caio Prado. Convidado por Donald ingressou em
A.A. e, a partir daquele dia passou a fazer suas conhecidas abordagens,
não só para a Associação Antialcoólica - à qual ainda continuou afiliado
por aproximadamente mais dois anos - mas também para Alcoólicos
Anônimos, trazendo inclusive companheiros da Associação para a Irmandade”.
Frente e verso de um cartão
de ingresso no Grupo Sapiens
(a data é 22/05/1969)
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Sempre trabalhando, fazendo abordagens e trocando correspondências com os membros do Rio de
Janeiro, o Grupo foi aos poucos atraindo novos companheiros como Stevenson, o Cel. César, Fernando P.,
Vasco Dias, Nascimento, João de Deus, Lafaiete M., Orlando C., G. Brasil, Joaquim, Angelino P., Mário
N., Eloy T., Valdomiro, Barbosa, Cinira, Maria Espanhola, Jefferson, Renatinho, Antero, Miller, e vários
outros que a estes se juntaram posteriormente.
Devido à experiência com divulgação
desses novos membros – especialmente
daqueles provenientes da Associação
Antialcoólica, e do Ambulatório de
Recuperação de Alcoólatras – ARA (atualmente
atendendo unicamente funcionários da
Prefeitura de São Paulo na R. Frederico
Alvarenga, 259, 5º andar - São Paulo - SP), A.A.
começou a andar a passos largos em São Paulo,
embora sua estrutura fosse ainda muito precária
e a informação a respeito da Irmandade
dependesse de poucos folhetos mimeografados
conhecidos como “folhetos brancos” – entre
eles o “Livro Branco” e “A Tradição de A.A.”,
livretos traduzidos e impressos que vinham do
Rio de Janeiro.
O Grupo Sapiens ficou até 1970/71 neste
endereço – Rua Caio Prado, 102, quando a
direção do Colégio pediu sua desocupação para
a execução de obras no local (atualmente - 2017,
é um Campus da PUC). A própria madre
Cristina lhes ofereceu uma nova sala no subsolo
da Pontifícia Universidade Católica – PUC, no
Bairro de Perdizes, na Capital, acessível pela
Rua Ministro Godoi, 1487 (a pouco menos de 4 km a pé da Rua Caio Prado). Neste novo local houve
repetidos roubos e assaltos a mão armada dentro da própria sala e, assim, após a diminuição gradual de
seus membros por causa da insegurança, os remanescentes decidiram desativar o Grupo e entregar a chave
à própria madre Cristina.
Na falta de documentação disponível ou à qual este transcritor não teve acesso, há várias versões
orais (algumas bastante desencontradas) que contam que o Grupo Sapiens esteve em atividade por volta de
dez anos ao todo, somando-se o tempo que permaneceu em ambos os locais.
Ao Grupo Sapiens Seguiram os Grupos... Seus membros ou visitantes levaram a mensagem e direta ou indiretamente, acabaram formando outros
Grupos em outros bairros da Capital, na Região Metropolitana e em outras cidades do Interior e do Litoral
do Estado de São Paulo. Sua mensagem também alcançou outros Estados e até outro país – Lesoto, um
enclave na África do Sul.
Rascunho do diagrama da chegada e da saída da
mensagem de A.A. para várias cidades e Estados a
partir de São Paulo-SP (Do acervo pessoal de Sonia Mª -
autorizado)
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Capital, Litoral e Interior: 1. Em nove de abril de 1965 realizou-se a primeira reunião de A.A. – em língua portuguesa - no
Estado de São Paulo, no Gr. Sapiens, na Rua Caio Prado, 102, Capital, cofundado por Dorothy
Nowill e Donald M. Lazo.
2. Em 27 de maio de 1967, por iniciativa da Irmã Odília da Santa Casa de Misericórdia de São
José dos Campos, foi formado o Gr. São José dando início às atividades de A.A. no Vale do
Paraíba.
3. Em sete de junho de 1968, Lafaiete M. e Orlando C., AAs do Gr. Sapiens realizaram a
primeira reunião de A.A. na Baixada Santista na Sociedade Espírita “Anjo da Guarda” à Rua
Conselheiro Nébias, mudando depois para São Vicente com o nome de Gr. Conselheiro.
4. Em setembro de 1968, a assistente social do Centro de Obras Sociais de Piracicaba, pediu para
Donald e Mellinho realizar algumas palestras informativas, e no dia 26 de outubro desse ano
formou-se o Gr. Piracicaba.
5. Em 15 de novembro de 1969, Donald inicia o Grupo Jardim Paulistano em sua residência; no
começo de 1970 o Grupo se transfere para as dependências da igreja do Perpétuo Socorro à
Rua Sampaio Vidal em Pinheiros com o nome de Grupo Jardim.
6. Em 23 de novembro de 1969, iniciam-se as atividades do Gr. Garça, em Garça.
7. Em dezembro de 1969, por intermédio da irmã Carrijo - que lhes consegue uma sala na Rua
Cajurú - os AAs do Gr. Sapiens Carvalho e João Belém, fundaram o Gr. Belém – que durante
algum tempo chamou-se Gr. Carvalho, e a partir dele formaram-se muitos outros nas zonas
Leste e Sul da capital paulista: Vila Rica, Jerusalém, Gomes Cardim, São Paulo, Bibi (atual
Tabapuã), Vila Nova Conceição. O companheiro Jeferson saiu do Grupo Belém e abriu, na
Rua do Orfanato, o Grupo Vila Prudente de onde se originaram outros Grupos.
8. No dia quatro de janeiro de 1970, G. Brasil, que havia ingressado em 1968 no Gr. Sapiens
funda em Osasco, na Região Oeste da Grande São Paulo, um grupo que algum tempo mais
tarde se chamaria Gr. Cristo Operário. Até essa data G. Brasil reunia e ajudava alcoólicos em
sua casa; a esse agrupamento ele chamava informalmente de Grupo Permanente.
9. Ainda em 17 de maio de 1970, fundou-se o Gr. Hei de Vencer em Mogi das Cruzes.
10. Em 28 de maio de 1971, apresentados por Donald, André D. e Otávio abrem o Gr. Albatroz em
Campinas.
11. Dois médicos psiquiatras de Franca, Dr. Elesbão Barbosa de Paula e Dr. Jacinto Conrado,
interessaram-se por Alcoólicos Anônimos ao conhecer a Irmandade em Casa Branca, e
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incentivaram pacientes seus que se mantinham sóbrios a formar um Grupo de A.A. No dia 17
de outubro de 1975, fundou-se o Gr. Francano.
Outros Estados: 1. Goiás - Em 1967, um membro solitário de A.A. em Goiânia, Cerqueira, foi conversar com a
família de Souza, uma pessoa que tinha sérios problemas com a bebida, a quem falou de um
programa de recuperação que ele tinha conhecido e praticado com sucesso. Cerqueira teve
muitas dificuldades com a resistência de Souza que, depois de muitas conversas ainda fez
“algumas exigências” para aceitar a ajuda do companheiro. A principal delas foi a de que só
aceitaria conhecer Alcoólicos Anônimos em São Paulo e que também não arcaria com as
despesas: estava sem dinheiro. Cerqueira concordou e levou Souza para São Paulo onde,
ingressou no Grupo Sapiens, o primeiro Grupo a ser aberto naquele Estado. Voltando de São
Paulo, Souza formou o primeiro Grupo de A.A. em Goiás – o Grupo Anhanguera, na cidade
de Goiânia, em 09 de setembro de 1967.
2. Santa Catarina - Por volta do ano de 1965, uma senhora alcoólica de nome Charlotte que
residia em Blumenau, foi fazer um tratamento de saúde nos EUA, sendo que lá foi abordada
pelo seu médico psiquiatra assistente, dizendo-lhe que era ela portadora da doença chamada
alcoolismo. Foi orientada pelo médico a participar da terapia de Alcoólicos Anônimos, onde
conseguiu entrar em fase de recuperação. Na sua volta a Santa Catarina, passou a interessar-se
pela obra de A.A. e sempre que possível, participava das reuniões em São Paulo, no grupo
Sapiens, juntamente com os companheiros Horst e Ruth. Charlotte fez seu ingresso na
Irmandade de Alcoólicos Anônimos no dia 02 de outubro de 1965, nos EUA, Ruth em 19 de
agosto de 1967 e Horst em 23 de setembro de 1967. Estes três companheiros ingressaram no
grupo de A.A. Sapiens de São Paulo. Depois de seus ingressos os companheiros tiveram então
a ideia de formar um grupo de A.A. em Blumenau/ SC, porém tiveram muitas dificuldades,
pois tinham pouco conhecimento de A.A. e nenhuma literatura, mas nunca desistiram de seu
objetivo e no dia 30 de setembro de 1967, com o ingresso do companheiro Carlos G., foi
oficializada a fundação do Grupo Benvindo, na cidade de Blumenau.
3. Paraná - O médico e psiquiatra Dr. Djalma Braga trabalhava como clínico no Centro de
Recuperação do Alcoólico de Curitiba, CRA, que internava os casos mais graves de alcoolismo
para desintoxicar no Hospital Adalto Botelho. Em 1967, viajou para o Rio de Janeiro, porque
ouviu dizer que lá funcionava a Irmandade de Alcoó1icos Anônimos, obtendo animadoras
recuperações. Disseram-lhe que, em não sendo ele um alcoólico e nem membro da Irmandade
não poderia fundar um Grupo de A.A. Após vários anúncios em jornais e revistas, um membro
de A.A., dono de uma banca de jornal em Blumenau S/C leu, (por acaso?) um desses anúncios.
No mesmo dia o levou para a companheira Charlotte, uma norte-americana radicada em
Blumenau que ingressou em A.A. em seu país de origem e, após passar pelo Grupo Sapiens em
São Paulo, formou o Grupo Benvindo em Blumenau a qual prontamente, contatou com Dr.
Djalma para os entendimentos iniciais. A companheira Charlotte viajou para Curitiba. O Dr.
Djalma colocou à disposição dela as dependências do CRA. Forneceu-lhe os endereços dos
alcoólicos sob seus cuidados. Providenciou anúncios nos diversos órgãos de comunicação para
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conhecimento da população e principalmente para os alcoólicos que abandonaram o
tratamento. Após todos esses contatos e divulgações, foi formado o primeiro Grupo de A.A. no
Paraná - o Grupo Independência, que se instalou na Rua Visconde do Rio Branco, 1172, em
Curitiba, no dia 05 de setembro de 1968.
4. Rio Grande do Sul - Tudo começou pela boa vontade de um A.A. solitário e alguns familiares
de alcoólicos, em atrair para Porto Alegre o interesse de companheiros de São Paulo e do Rio
de Janeiro. Conseguiu-se a vinda de Donald, cofundador do Grupo Sapiens – o primeiro Grupo
de A.A. em São Paulo, e Sonia, não alcoólica, sua esposa, que aqui realizaram palestras
públicas no Colégio Rosário, culminando com a presença de Wallace, do Rio de Janeiro, que a
18 de outubro de 1970 instalou-se no salão Paroquial da Igreja do Rosário com outros
companheiros: o Grupo Sulino de A.A. Foram pioneiros deste Grupo: Darwin, Ary, Sérgio,
Wallace, Irmã M. Isabela, Ivone, Juracy, João Severiano e João C.
5. Pará – Por volta de 1962, de acordo com informações prestadas por um senhor conhecido
como Zeca, teria existido na Av. Alcindo Cacela, esquina com a Travessa Pariquis, um
possível grupo de A.A., que funcionou por cerca de quatro a cinco anos e que teve seu início
pelo encontro do dono de um bar existente no local acima citado, com um americano que
trabalhava no bairro da Condor. Na época, passou também a fazer parte do grupo um padre
francês, que ajudava na tradução dos livros para o idioma português.
Lembra o informante serem as reuniões destinadas as pessoas que queriam parar de beber e
que, no decorrer delas eram consumidos muitos refrigerantes. Foram citados alguns nomes de
participantes daquelas reuniões, tais como Raimundo, Eládio, João, Armando, Elson e Nilson.
Em setembro de 1964 o paraense e membro do A.A. carioca J. Araguaia, residente no Rio de
Janeiro, em visita a Belém, transmite a mensagem de A.A. a um empregado de uma cervejaria
existente na Rua 1° de Março com a Rua Aristides Lobo, denominada "BRASIL", sem,
contudo ter prosperado.
Em fins de 1966, o padre francês e o americano, dizem ao Zeca que empreenderiam uma
viagem fora de Belém, não mais retornando. Este acontecimento contribuiu para o
enfraquecimento do grupo, iniciado em 1962, com a dispersão de seus membros.
Em outubro de 1968 Donald L., membro do Grupo Sapiens, em São Paulo,, acompanhado da
esposa Sonia, vindo de São Paulo, profere em Belém, no hospital psiquiátrico "Juliano
Moreira", com apoio dos médicos daquele hospital, uma palestra sobre Alcoólicos Anônimos.
Contribuíram para realização da palestra os médicos Dorvalino Frazão Braga, José Edmundo
Cutrim e Maiolino Miranda, alguns pacientes e a médica paulista Dra. Elita Seligman, que
havia estudado no colégio Sede da Sabedoria em cujas dependências se reunia o Grupo Sapiens
e se encontrava em Belém naquela ocasião. Em maio de 1971 regressa do Rio de Janeiro, onde
ingressara o companheiro Almir M. que espalha em alguns pontos de Belém o "slogan": “Se o
seu caso é beber, o problema é seu; se o seu caso é parar de beber, o problema é nosso!”.
Foram feitos em papéis datilografados e identificados com a sigla "A.A.".
Na alfaiataria do Sr. Padoval, na Rua 28 de Setembro, em Belém, o companheiro Rafael recebe
um desses papéis e vai então, procurar o companheiro responsável pela sua distribuição e
encontra Almir M., fato este que concorreu para a formação da primeira corrente de Alcoólicos
Anônimos no Pará.
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Almir M., Rafael e um não alcoólico chamado Rui, secretário da Sociedade São Vicente de
Paula, reuniam-se às sextas-feiras na Rua Diogo Maia, 455, sede da citada sociedade. Nas
terças-feiras, Almir M., Rafael e um novo membro de A.A. do Pará, de nome Eduardo I,
reuniam-se numa oficina de consertos de máquinas de escrever do companheiro Almir, na Rua
Aristides Lobo, 723. Esses grupos, até então, não tinham nomes. Depois, ambos vieram a
chamar-se Grupo Liberdade.
Em maio de 1971, numa manhã de domingo, na cidade de Castanhal/PA, os companheiros
Almir M. e Rafael promoveram uma reunião pública na Sociedade S. Vicente de Paulo. Não
houve ingresso mas, uma semana depois, noutra manhã de domingo, em plena via pública
daquela cidade, acontecida o ingresso do companheiro Sabazinho.
Chega a Belém, egresso de São Paulo, o nosso conterrâneo e membro de A.A. daquela cidade,
Tarcisio, que procurou o Hospital Juliano Moreira. Falou com seu diretor, Dr. Dorvalino
Frazão Braga, a quem expôs sua condição de alcoólico em recuperação, através do programa
de Alcoólicos Anônimos e lhe diz que pretende visitar os pacientes alcoólicos, conseguindo a
devida permissão.
Os pacientes internados com alcoolismo passaram a ser abordados pelo companheiro Tarcísio
que, realizou varias reuniões informais entre eles.
Com o sucesso destas reuniões, o companheiro Tarcísio prepara uma reunião para o dia 6 de
junho de 1971, no citado hospital. Para isso, dias antes, fez publicar no jornal "A Província do
Para" o nosso "slogan" e o nome da Irmandade. As pessoas interessadas em assisti-la, no ato
do comparecimento, deveriam mencionar a senha: Tarcísio.
Em junho, Tarcísio e o companheiro Gomes, do A.A. paulista, procedente do Nordeste
brasileiro, com quem se encontrou em Belém, vão ao Hospital Juliano Moreira, acertam tudo e
combinam com vinte alcoólicos, já selecionados pela casa de saúde, para participarem da
reunião que seria realizada no dia seguinte.
6. Mato Grosso - Em julho de 1973 chega a Cuiabá um membro de A.A., Eloy T. vindo de São
Paulo, onde havia ingressado no Grupo Sapiens, para trabalhar no departamento jurídico da
Secretaria de Justiça, onde conheceu o Dr. Miguel Biancardini. Participa de reunião no Rotary
Clube e conhece o Hospital Adauto Botelho, cujo diretor Dr. Waldemir Oliveira propõe que se
realizem reuniões aos sábados. Entra em contato com a assistência social da extinta LBA, Drª.
Maria José Costa, que coloca à sua disposição uma sala para a formação de um Grupo de A.A.
Em 12 de setembro de 1973 é realizada a primeira reunião nas dependências da LBA com a
presença de um funcionário da mesma. O grupo recebe o nome de Grupo Cuiabá. No dia
19/09/1973 a esposa do companheiro, Ana Maria, não alcoólica, recebe o primeiro visitante,
que retorna abstêmio uma semana depois. Ficando decidido então que essa data, 19 de
setembro de 1973 seria inscrita como a data de início de A.A. mato-grossense.
Outro País: 1. Lesoto – O Grupo Cristo Operário (1), de Osasco, na Grande São Paulo, formado em 4 de
janeiro de 1970 por G. Brasil, um dos primeiros membros do Grupo Sapiens, incorporou
plenamente o espirito bandeirante do grupo mãe. Além de apadrinhar outros Grupos em
diversos bairros de Osasco – S. Paulo da Cruz, Valor da Vida, Luz da Pira, Levar Adiante,
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Viver Sóbrio e outros que não tiveram continuidade, também lançou as sementes de A.A. em
municípios vizinhos como Carapicuíba, Barueri, Jandira, Itapevi, Cotia, Santana do Parnaíba;
outros mais distantes como Itu e Ribeirão Preto, etc. com resultados imediatos ou em médio
prazo. Chegou aos Estados de Minas Gerais - Gr. Araxá de A.A., em Araxá e ao Paraná – Gr.
Três Fronteiras (atualmente Gr. BPA de A.A.), em Foz do Iguaçu; atravessou o Atlântico
apadrinhando o primeiro Grupo de A.A. em Lesoto, país da África, levado pelo Pe. Luizinho
que se tornou mensageiro da Irmandade através do conhecimento adquirido no Gr. Cristo
Operário.
N.T. (1): Uma curiosidade a respeito do nome do Grupo Cristo Operário. Embora o nome
do Grupo sugira uma ligação religiosa, o uso dessas duas palavras salvou muitas
vidas à época da Revolução instalada em 1964 quando foi usado para uma das mais
nobres causas de solidariedade humana por um grupo de padres holandeses da
congregação dos agostinianos, conhecidos como “padres operários” - porque
realmente trabalhavam nas empresas da região; este grupo acolhia sindicalistas e
contrarrevolucionários que no país todo e em Osasco em particular - uma cidade
tipicamente industrial, operária por excelência e, em consequência altamente
politizada, defensora da liberdade e esclarecida - eram perseguidos pelo regime auto
instituído, e lhes fornecia salvo-condutos para sair do país ou protegê-los com
segurança daquela sanha irracional.
O santo-e-senha para ter acesso a essa ajuda era “Cristo Operário”. Esta senha não
levantava suspeita porque era o nome da escola fundada pelo Pe. Rafael (o pároco da
Igreja Nossa. Sra. da Imaculada Conceição, em Osasco, onde o Grupo se reunia) o
qual, anticomunista e conservador, tinha trânsito livre e acesso irrestrito ao 4º
Regimento de Infantaria localizado nas proximidades. Obviamente, os membros do
Grupo não sabiam desta ligação política, porque seu interesse imediato era outro,
mas depois que a turbulência se acalmou, este detalhe veio à tona.
... e também outras Irmandades de Doze Passos Após a formação do Grupo Sapiens, Donald M. conheceu Sonia Maria (ainda viva em 2017), não
alcoólica, combinaram, casaram, tiveram duas filhas e passaram a compartilhar a vida literalmente juntos –
suas atividades profissionais (juntos criaram uma das primeiras clínicas para o tratamento do alcoolismo no
Brasil, a Clinica REINDAL, em São Paulo) e a dedicação ao programa de recuperação de A.A. – ele como
membro, ela como amiga e colaboradora. Com os conhecimentos da prática do programa adquiridos
através da sua convivência com Donald e com os membros do Grupo Sapiens, Sonia Mª encontrou
inspiração para a introdução de outras Irmandades de Doze Passos no Brasil. Foram elas:
1. Al-Anon – Em 1965, no Rio de Janeiro, o Grupo Vigilante de A.A. em suas reuniões abertas
aos domingos abria espaço para palestras destinadas aos familiares que ali compareciam e
incentivando assim o começo dos Grupos Familiares Al-Anon naquele Estado, o que veio a dar-
se em 18 de dezembro de 1965, com a fundação do 1º Grupo Al-Anon no Brasil. Segundo
consta, o primeiro grupo foi formado com a presença de 11 familiares de alcoólicos, sendo suas
fundadoras Sandra P. e Bernadete A. Entretanto, em julho de 1966 deixava de funcionar.
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Em 17 de agosto de 1966, em São Paulo-SP, Sônia Mª e Lygia (esposa de Stevenson, um
companheiro do Grupo Sapiens. As duas costumavam aguardar seus companheiros em baixo da
escadaria que dava acesso à sala onde eles se reuniam, até que uma noite muito fria, a madre
Cristina lhes ofereceu o abrigo de uma sala ao lado do Grupo – dai surgiu a ideia das primeiras
reuniões) formaram o primeiro grupo de Al-Anon em São Paulo que também foi o primeiro
Grupo Al-Anon do Brasil a ser registrado no ESM - Escritório de Serviços Mundiais em 03 de
novembro de 1966, sendo, por este fato, considerado o pioneiro dos Grupos Familiares Al-Anon
no Brasil.
2. Neuróticos Anônimos N/A - A Irmandade foi introduzida por Sonia Mª. O primeiro Grupo de
N/A no Brasil foi fundado no presídio do Carandiru, em abril de 1969 onde Sonia contou com a
colaboração de Donald e Edita. Esse grupo funcionou durante quatro anos mais ou menos. Uns
seis meses após o seu início, e já não contando mais com a participação de Edita, Sonia e Donald
abriram outro grupo no colégio religioso Sedes Sapientiae, na Rua Caio Prado, 102, onde
funcionava o primeiro Grupo de A.A. e onde receberam apoio e colaboração da madre Cristina
(Célia Sodré Doria, pelo nome civil) da Congregação Cônegas de Santo Agostinho, há muitos
anos dedicada ao estudo de medicina e psicologia. Passados mais seis meses aproximadamente,
esse grupo se transferiu para a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Rua Sampaio
Vidal, 1055, no Jardim Paulistano (1), onde ainda continua realizando suas reuniões. Nesse novo
local, revelou-se valiosa a colaboração prestada pelo Padre João Clímaco Cabral, que não
somente cedeu a sala para as reuniões como também se interessou pelo Programa de recuperação
de N/A, passando a recomendá-lo às pessoas que o procuravam, com problemas mentais e
emocionais.
N.T. (1): Desde o ano 1970, quando o Grupo Jardim de A.A. cofundado por Donald M. se
instalou nas dependências desta casa paroquial, estabeleceu-se um elo de
acolhimento fantástico entre os seus responsáveis pela paróquia e os Grupos de
Anônimos. Atualmente, em 2017, aquela cassa acolhedora disponibiliza salas,
algumas delas exclusivas, para uma verdadeira república de anônimos, além do
Grupo Jardim de A.A.: Neuróticos Anônimos – N/A, Narcóticos Anônimos – NA, Al-
Anon, Alateen, Nar-Anon, Mulheres que Amam Demais – MADA, CoDependentes
Anônimos – Coda, Fumantes Anônimos – FA, Jogadores Anônimos – JÁ, Comedores
Compulsivos Anônimos – CCA, Devedores Anônimos – DA, Emocionais Anônimos –
EA, etc.
3. Toxicômanos Anônimos TA - Em janeiro de 1971, Sonia Mª, iniciou, junto com mais duas
pessoas um Grupo de Toxicômanos Anônimos (TA), que se reunia às terças-feiras numa sala
do primeiro andar da Igreja da Consolação, na Capital; logo se formaram mais grupos na cidade
e se estendeu a outras cidades. O primeiro Grupo com a denominação de Narcóticos Anônimos
(NA), no Brasil estabeleceu-se em 1985, no Rio de Janeiro. Existiam, porém, grupos com
diferentes nomes e o mesmo propósito baseados no programa dos Doze Passos de A.A.. Em
1990, estes grupos uniram-se à irmandade mundial de NA.
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A literatura de A.A. que existia no Brasil: os “Folhetos
Brancos” No início de 1948, Herberth L. o
cofundador do primeiro Grupo de A.A.
no Brasil - na cidade do Rio de Janeiro -
conseguiu publicar o primeiro de uma
serie de artigos sobre o alcoolismo,
primeiro no jornal “O Globo” e depois
no “Brazil Herald” em língua inglesa.
Como resultado dessa publicidade, um
morador de Ingá em Niterói, Kenneth W.
pediu ajuda para assistir seu irmão
arruinado pela bebida, o contabilista e
consultor de empresas Harold R. W.,
anglo-brasileiro, neto de ingleses,
nascido em Santa Teresa no Rio de
Janeiro; na manhã do dia 13 de março de 1948, Herb foi visitar Harold na casa de Kenneth, onde morava
de favor, e lá o esperava com a mão direita estendida muito tremula, enquanto a mão esquerda segurava
com força um copo de cachaça.
Deste encontro saiu um acordo segundo o qual Harold tentaria parar de beber substituindo os goles
de cachaça que fosse tomando por água da bica até que o copo conteve-se apenas água; conseguindo isso,
que traduzisse o panfleto de A.A., que Herb estava deixando, do inglês para o português. Então, na
próxima quarta feira à tarde, ir a novo encontro com Herb no salão de café na sede da Associação
Brasileira de Imprensa (ABI).
Na data marcada Harold bebeu de manhã o que seria seu último gole, e à tarde cumpriu o
prometido, embora não tivesse traduzido o livreto inteiro. Este livreto, produzido em 1940 nos EUA (ver
imagem abaixo) descreve o que é A.A., quem é alcoólico, como funciona A.A. e contendo os Doze Passos,
foi a primeira literatura de A.A. no Brasil e
seria conhecido como “Livro Branco” pela
cor da sua capa que continha a sigla “A.A.”,
o título “Alcoólicos Anônimos” e o
endereço “Caixa Postal 254 – Rio de
Janeiro, Brasil”. Foi a primeira literatura de
A.A. no Brasil e foi impressa, publicada e
distribuída gratuitamente a partir de outubro
de 1948. (Veja a transcrição do texto
deste livreto no Apêndice – página 46).
Harold também traduziu nessa
época “A.A. Tradições”, - as Doze
Tradições escritas na forma longa e que
ainda iriam ser homologadas na Primeira
Convenção Internacional de Cleveland, em julho de 1950 com esse nome, mas que ainda eram conhecidos
Livreto das Tradições publicado pela Grapevine e a
tradução feita no Brasil em 1948/49
1º livreto de A.A. (1940) e capa e contracapa do “Livro
Branco” – considerada a primeira literatura de A.A. produzida
no Brasil - com a assinatura de Harold W., datada em 1948.
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como “12 Pontos Para Assegurar o Nosso Futuro”. O formato deste livreto era exatamente igual ao
anterior, substituindo na capa, também branca, “Alcoólicos Anônimos” por “A.A. Tradições.”. O texto
original para essa tradução foi o livreto com a compilação das Tradições publicadas na Grapevine –
(acima). Este livreto foi publicado entre 1948 e 1949. (Veja a transcrição do texto deste livreto no
Apêndice – página 51).
Nessa mesma época foi traduzido o Capítulo 7 do Big Book que Herberth
L. havia trazido para o Brasil e deixado com uma dedicatória para Harold W.,
quando retornou para os EUA em 1949 – “Trabalhando com os Outros”. Este
livreto recebeu o titulo “Abordagem – Como Cooperar Com Uma Causa
Meritória” (à direita)
Mais tarde, já durante os anos de 1950 e 1960 logo após a formação dos
Grupos Central Do Brasil (Fev./1952), no Rio e Nova Friburgo, em Nova
Friburgo RJ (Ago./1952), e outros no Estado da Guanabara e outros Estados, foi
mantido um relacionamento mais estreito com o Escritório de Serviços Gerais em
Nova York – ESG-NY de onde enviavam folhetos e livretos em espanhol ou
inglês com autorização para serem traduzidos no Rio e, depois de reenviados para
revisão, eram publicados no Rio.
Embora este transcritor desconheça a existência de registros documentados daquela época, percebe-
se pelas amostras encontradas que houve uma boa variedade de títulos que não diferem muito dos
existentes na atualidade. Uma característica de todos esses exemplares são as capas – todas elas são de
baixa gramatura e BRANCAS – sugerindo que, dessa maneira, sua produção seria mais barata. Parece ser
que foi dessa característica que se deu o nome genérico de “Folhetos Brancos” ao se
referir a esses livretos e folhetos. Deve ser notado que, embora também fosse um
“folheto branco”, somente a primeira publicação recebeu o nome de “Livro
Branco”.
Pode-se observar também que quase todos eles seguem o modelo de capa de
livretos publicados na mesma época, e anteriores, nos EUA – por exemplo, o
primeiro folheto de A.A. publicado em 1940 (imagem anexa ao “Livro Branco”,
acima) e o livreto “44 Perguntas”, produzido em 1952 (à direita). Uma outra
característica, esta negativa, é que nenhum deles faz referência a datas de
impressão. Veja a seguir alguns exemplares:
Na ordem: “Apadrinhamento”, “As Doze Tradições de Alcoólicos Anônimos”, “Como Começa
A.A., Como Cresce”, “Os Doze Passos de Alcoólicos Anônimos”, Isto É A.A.” e “Informações Básicas
Sobre a Sociedade Alcoólicos Anônimos”.
Embora produzido nos anos de 1980, quando já existia no Brasil a estrutura formal de A.A., a
Central de Serviços de A.A. de São Paulo – CENSAA-SP publicou em conjunto com as Intergrupais
44 Perguntas...
(1952)
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(ISAAs) de Campinas, Santos e Sorocaba, um livreto de bolso – 12 cm x 8 cm, com
32 páginas, fora as capas (brancas), que muito ajudou os membros daquela época
(para este escrevinhador, seu conteúdo foi definitivo para o reconhecimento da
doença). O livreto, que poderia ser enquadrado na definição dos “Folhetos Brancos”
era a transcrição traduzida de um artigo - “How To Know An Alcoholic” (ou, algo
como: Como Saber Se É Alcoólico) publicado pelo National Council on Alcoholism
(Conselho Nacional de Alcoolismo), 2 Park Avenue, New York, NY, com a permissão
de Marty Mann. Aqui se chamou “Alcoolismo: A Doença que Todos Escondem”.
(Veja a transcrição do texto deste livreto no Apêndice – página 67).
O início da implantação dos Serviços Gerais na
estrutura de A.A. no Brasil
A tradução do livro “Alcoólicos Anônimos” – o Livro Azul Texto extraído na íntegra da Revista Vivência N° 46 – Especial 50 anos – março / abril de 1997.
Início da transcrição => Desde o início de A.A. no Rio de Janeiro, vários companheiros passaram a
traduzir a literatura original de A.A. Alguns destes livretos constam dos arquivos do ESG:
Apadrinhamento, Os Doze Passos, As Doze Tradições, Abordagem. Eram trechos extraídos do livro
Alcoólicos Anônimos.
A partir do início dos anos sessenta, Alcoólicos Anônimos, com aproximadamente vinte Grupos
espalhados por vários Estados do Brasil, inicia uma fase nova. Era o começo da estrutura de serviços.
Em 1964 os estatutos foram modificados, adequando-se às Tradições e criando um Conselho
Administrativo e logo em seguida encaminhado aos Grupos para aprovação por carta. A partir do ano
seguinte as atenções dos AAs brasileiros voltaram-se à tradução e publicação da literatura oficial no Brasil,
com o aval do G.S.O. (General Service Office), órgão que substituiu a Fundação do Alcoólico em 1954.
Mas isso ainda não foi possível. As traduções dos textos aprovados pela Conferência eram encaminhadas
ao ESG-NY para análise, impressão e retorno para uso nos Grupos. Foi o caso de Eis AA, Você Deve
Procurar AA?, 44 Perguntas e Respostas, A Opinião de um Médico, Carta a uma Mulher Alcoólica,
Conceitos Básicos Sobre AA e As Doze Tradições. Assim que a impressão ficava pronta, certa quantidade
era enviada para o Brasil. Nos anos seguintes, contávamos com várias traduções impressas, dentre elas
A.A. é Para Mim?, A Doença do Alcoolismo e Apadrinhamento.
Numa das cartas recebidas do ESG-NY na época, a então funcionária da Sede, Waneta New,
encarregada da correspondência com membros de língua espanhola, solicita aos companheiros o
orçamento para a impressão de mil unidades do Livro Grande em português, aqui no Brasil, informando
que talvez o Comitê Internacional poderia custeá-lo, o que não prosperou.
Quando se fala sobre o início das publicações de A.A. no Brasil, não poderíamos deixar de dar
atenção especial à publicação do livro Alcoólicos Anônimos em português.
Um companheiro de São Paulo chamado Donald L. que se dispôs a traduzir o livro Alcoólicos
Anônimos, comunicou-se com o GSO. O Comitê Internacional respondeu sua carta em outubro de 1966 (1)
sugerindo-lhe a tradução dos onze primeiros capítulos, após a formação de um comitê de tradução, e
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informando-lhe que a impressão deveria ser feita, após análise, em Nova Iorque. O GSO não permitiu a
impressão no Brasil.
Ao que parece a concessão só veio em fins de 1968, quando Gilberto, um AA brasileiro residente
nos Estados Unidos, voltou à São Paulo, conheceu Donald L. e conseguiu intermediar as relações entre ele
e A.A. World Services Inc., órgão responsável pela literatura oficial de A.A. (2). Tal concessão e o
financiamento de dois mil dólares só foram dados mediante o compromisso de atingir algumas metas
estabelecidas (3). Organizar um Centro de Distribuição de Literatura de A.A para o Brasil com um comitê
responsável por um modesto escritório; publicar a primeira metade do livro (os onze primeiros capítulos,
sem os depoimentos americanos) contendo uma clara advertência acerca da propriedade dos direitos
autorais; distribuí-lo ao preço equivalente a dois dólares e devolver o empréstimo concedido, sendo oitenta
e dois centavos de dólar por unidade, trimestralmente, destinando o restante do lucro para a publicação dos
outros itens da literatura foram algumas das condições estipuladas pelo A.A.W.S. Durante os cinco
próximos anos a concessão seria válida.
No início de 1971, o Centro de Distribuição de Literatura de A.A. para o Brasil (CLAAB) havia
vendido os dois mil exemplares da primeira edição e o lucro verificado, deduzidas as despesas da sede, foi
transformado nos folhetos A.A. em Sua Comunidade, Você Deve Procurar o AA? e 44 Perguntas e
Respostas, editados no ano anterior. Por essa razão, liquidado o primeiro empréstimo, um segundo (N.T.:
de três mil dólares), foi feito para possibilitar a segunda edição, agora sem quaisquer regras que regessem
o pagamento, cuja liquidação final se deu em 1979.
A publicação do livro Alcoólicos Anônimos abriu caminho para a comunicação oficial entre os
Grupos existentes na época. O verdadeiro cadastro de grupos iniciou-se com a anotação dos endereços dos
Grupos que solicitavam o livro. Aos poucos os Grupos foram se comunicando com o CLAAB, que anotava
os endereços, dias e horários das reuniões, fornecendo-os aos interessados.
A REB - Revista Eclesiástica Brasileira, órgão oficial de comunicação entre a prelazia brasileira e as
paróquias, publicou uma elogiosa crítica ao livro, recomendando-o como instrumento útil na recuperação
de alcoólicos. Nesta mesma época, graças a amigos de A.A. tivemos acesso ao saguão da PUC, Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, onde se realizava o IV Congresso Latino-Americano de Psiquiatria.
Foi montado um stand com a pouca literatura de que dispúnhamos e os companheiros falaram diretamente
com dois mil médicos, explicando-lhes o conteúdo do livro e oferecendo, gratuitamente, exemplares dos
folhetos disponíveis. Registrou-se um recorde: duzentos e vinte exemplares vendidos em quatro dias (até
aquela data nossa venda não havia passado os vinte exemplares por mês). <= Fim da transcrição.
N.T. (1): Esta carta, datada em 24 de outubro de 1966, tem o seguinte teor:
...
Prezado Don:
É um prazer aceitar o seu oportuno oferecimento para traduzir o Livro Grande ao
português, especialmente neste momento em que o sentimento deste Escritório é o da
necessidade deste livro no Brasil.
Sugerimos que comece pelos primeiros onze capítulos. O restante poderá ser feito mais
tarde. Também lhe sugerimos que envie copias desta tradução a Luiz M. e a Saulo S. no
Rio para que sejam revisadas, assim como também ao Escritório de Serviços Gerais
aqui, em Nova York. O citado livro será impresso e distribuído em Nova York por
enquanto.
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Estou-lhe anexando uma carta que foi enviada a Luiz para sua
informação. Jean Reed, que coordena o nosso Comitê de Traduções
irá contatá-lo com a finalidade de oferecer sugestões para a
formação de um Comitê de Traduções.
Novamente, muito obrigado pelo seu gentil oferecimento. Foi
grandemente apreciado.
Afetuosamente
Hiles Peebles
Presidente do Comitê Internacional
N.T.: A aceitação final da tradução e as condições para
financiamento e distribuição do Big Book (Livro Azul) no Brasil,
constam em carta-contrato enviada no dia 10 de abril de 1969 por
Robert E. Hitchins, Presidente da Junta de A.A.W.S.
N.T. (2): Este episódio foi relatado por Eloy T., companheiro de A.A. e amigo pessoal de Donald
L.- citado na matéria, em um artigo de sua autoria, “O Livro Azul no Brasil”, da seguinte
maneira:
“... Gilberto, um brasileiro funcionário da ONU em Nova Iorque que vinha em férias
para o Rio, passou pelo ESG-NY para saber se havia algo para Grupos do Brasil, sendo
então solicitado a investigar as razões dos pedidos de diferentes Grupos com relação ao
texto base de A.A. (N.T.: estes Grupos eram o Grupo Central do Brasil e o Grupo
Senador Dantas, os dois do Rio de Janeiro - RJ.).
De volta a Nova Iorque, Gilberto, informou ao pessoal do ESG-NY que aqueles grupos
vinham, fazia tempo, guerreando por razões de somenos importância, informando mais,
que naquele momento não havia unidade no A.A. do Rio a recomendar tarefa de
tamanha importância.
Todavia, acrescentou Gilberto, a companheira Dorothy (4) lhe informara que, em São
Paulo, um norte-americano, chamado Donald já tinha parte do livro traduzido para uso
no seu Grupo e que o considerava em condições de empreender essa missão.
O Gerente do ESG-NY, então, escreveu a Donald perguntando-lhe se aceitava o encargo
de traduzir e publicar o livro. Se aceitasse, deveria formar um Comitê para gerir essa
atividade, um LDC (Literature Distribution Center). Donald respondeu que aceitava a
responsabilidade que lhe ofereciam, porém que os Grupos do Brasil não tinham recursos
financeiros para a publicação. O GSO resolveu financiar o empreendimento...”.
N.T. (3): A seguir algumas das condições impostas para a distribuição do livro no Brasil:
1. Que fosse instalado no Brasil um Centro de Distribuição de Literatura (operacional)
2. Que o livro fosse vendido no varejo ao preço unitário de U$ 2,00 (dois dólares
americanos), aos membros e U$1,75 aos Grupos.
3. Que quando fosse criado o Escritório de Serviços Gerais de A.A. no Brasil, o Centro
de Distribuição de Literatura passasse a se constituir parte integrante daquela
organização de serviços.
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4. Que, uma vez aprovada a proposta em questão, fosse a operação considerada “em
confiança”, assumindo todos os participantes da negociação total responsabilidade,
como sendo os representantes de todos os membros de A.A. no Brasil.
Aceitas estas condições, foi liberado o direito de edição e publicação, em português, de
2.000 (dois mil) exemplares do livro Alcoholics Anonymous, ao custo financiado de U$
2000,00 (dois mil dólares), após a assinatura pelas partes de carta-contrato enviada no dia
10 de abril de 1969 por Robert E. Hitchins, Presidente da Junta de A.A.W.S. Para esta
concessão, válida para os próximos cinco anos, o A.A.W.S., Inc., estabeleceu ainda as
condições:
a) Remessa ao A.A.W.S. de U$ 0,82 (oitenta e dois centavos de dólar), por cada livro
vendido ou distribuído.
b) Advertência expressa no livro de que os direitos autorais pertencem ao A.A.W.S. (A.A.
World Services, Inc. - Serviços Mundiais de A.A.), e proteção integral quanto ao citado
direito.
c) Notificar A.A.W.S. no caso de não serem vendidos os 2000 exemplares.
A publicação do Livro Azul O livro “Alcoólicos Anônimos” foi publicado no Brasil em novembro de 1969, encadernado em brochura
da mesma tonalidade da cor azul da capa da segunda edição (1955), do livro original em inglês que nos
EUA/Canadá é conhecido como “Big Book”, ou, “Livro Grande”. Pela característica da cor da capa,
passou a ser conhecido no Brasil como “Livro Azul”. Teve mais duas edições, sendo a segunda uma
tradução da terceira edição do “Big Book”, feita nos EUA em 1976 e a terceira acompanhou a quarta
edição do Big Book feita nos EUA em 2001.
Houve, ainda, uma edição extraordinária em 1996 comemorativa do Cinquentenário de A.A. no
Brasil que foi celebrado em 1997. Nesta edição – de luxo, foram inseridas doze histórias pessoais de
recuperação de membros brasileiros - homes e mulheres.
O acordo para a publicação do livro previa a tradução dos Prefácios à primeira e segunda edição,
“A opinião do Médico”, os onze capítulos do texto básico, “O pesadelo do Dr. Bob” e os Apêndices (1).
Este conteúdo equivale a aproximadamente 30% do livro original. Os outros 70% são histórias e relatos
das experiências vivenciadas pelos primeiros membros da Irmandade – algumas mantidas e outras
substituídas nas sucessivas edições. Uma coletânea destas histórias publicadas na quarta edição do livro,
em 2001, foi autorizada para ser reproduzida no Brasil e recolhida no livro “Das trevas para a luz” –
Junaab, código 122. A Conferência de Serviços Gerais de 2008 recomendou, e o Comitê de Literatura da
Junaab está realizando, a tradução do livro “Experiência, Força e Esperança” (Experience, Strength &
Hope), que contem 56 histórias pessoais das primeiras três edições do Big Book – 1939, 1955 e 1976 que
não foram reproduzidas na 4ª edição.
O cumprimento correto do acordo para a publicação do Livro Azul no Brasil por parte do órgão criado em
1969 especificamente para responsabilizar por isso, o Centro de Distribuição de Literatura de A.A. -
CLAAB possibilitou que outros acordos de licenças para tradução e publicação da literatura de A.A.
fossem feitos com A.A.W.S. – Serviços Mundiais de A.A. em Nova York.
N.T. (1): Muito importante: Note-se que a autorização não foi dada para o livro “Alcoólicos
Anônimos” integralmente. Como Bill W. faz notar no primeiro parágrafo da página 162
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do livro “A.A. Atinge a Maioridade”: “Ainda não tínhamos avançado muito no texto
do livro, quando ficou evidente que alguma coisa faltava. Deveria ser incluída uma
parte de depoimentos pessoais ou histórias. Teríamos que comprovar, por meio de
histórias verdadeiras, testemunhos escritos de membros da Irmandade. Sentiu-se
também que a parte do relato poderia nos identificar com o leitor distante, de tal
maneira que o texto por si mesmo não poderia...”. Assim, o livro é composto pelo texto
básico, as primeiras 164 páginas do Big Book e mais um número
variável de histórias pessoais (29 na 1ª edição, 38 na 2ª, 42 na
terceira e 43 na 4ª edição) No Brasil, embora tenha havido várias
propostas aprovadas por algumas Conferências recomendando a
coleta e inclusão de histórias de membros de A.A. no Brasil, isto
ainda não chegou a se concretizar como procedimento padrão –
assim, o Livro Azul continua incompleto – somente apresenta o
texto básico sem a comprovação da eficácia do programa no país.
Houve uma única edição especial, em 1996, comemorativa do
Cinquentenário de A.A. no Brasil (à direita) que incorporou doze
histórias pessoais de membros de A.A. – entre homens e mulheres, no Brasil, mas foi
uma exceção.
Em 2014, a Junaab homenageou o 75º aniversário da primeira
publicação, do livro “Alcoólicos Anônimos” produzindo uma
edição especial que reproduz em capa dura a sobrecapa da primeira
impressão em 1939 (à direita). Nesta edição especial, a primeira
parte do seu conteúdo é exatamente o mesmo encontrado na terceira
edição em português, no Brasil, e a segunda parte inclui as 43
histórias pessoais (incluindo a história do Dr. Bob) reproduzidas na
quarta edição do livro “Alcoólicos Anônimos” nos EUA/Canadá.
O fortalecimento da Estrutura de Serviços O atendimento às condições impostas para a concretização do empreendimento para a publicação do
“Livro Azul”, fez com que a Estrutura de Serviços no Brasil decola-se baseada em três itens:
1. Fundação em 29 de setembro de 1969, em São Paulo, do Centro de Distribuição de Literatura
de A.A. para o Brasil – CLAAB, Sociedade Civil de natureza literária, cuja primeira diretoria
foi formada por Donald, Nascimento, César, Vasco Dias, Melinho, Fernando P. e José Ferreira,
consultor jurídico e contábil. Em 1970, sai Fernando P. e entram Eloy T., Cecília (do Rio) e
Ana Maria – primeira servidora não alcoólica.
2. Fundação em 20 de junho de 1971, no Rio de Janeiro, do primeiro Escritório Nacional de Serviços
de A.A. – ENSAA, e sua Diretoria foi formada por Diretoria: Isis N.S., Argentino, Marinho, Wala,
Hélio, Coelho, Fernando, Ribamar, J. Cunha, Lewi e Naziazeno.
3. Realização do Primeiro Conclave Nacional em São Paulo, no carnaval, entre os dias 22 e 25 de
fevereiro de 1974, quando o CLAAB passou a exercer as funções de Escritório de Serviços Gerais,
após o ENSAA do Rio de Janeiro encerrar suas atividades. A diretoria do CLAAB passou a ser
constituída pelos Delegados das 9 Áreas (Estados) que compareceram – SC, SP, RJ, AL, PR, PE,
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PA, CE, e MT. Do Conselho Fiscal do CLAAB fizeram parte dois Conselheiros não alcoólicos: Dr.
José Ferraz Salles (SP) e Reverendo José Ribola (SP).
No início de 1971, o Centro de Distribuição de
Literatura de A.A. para o Brasil (CLAAB) havia
vendido os dois mil exemplares da primeira edição e o
lucro verificado, deduzidas as despesas da sede, foi
investido na produção dos folhetos AA em Sua
Comunidade, Você Deve Procurar o AA? e 44
Perguntas e Respostas, editados no ano anterior. Por
essa razão, liquidado o primeiro empréstimo, um
segundo empréstimo foi contratado para possibilitar a
segunda edição, agora sem quaisquer regras que
regessem o pagamento, cuja liquidação final se deu em
1979.
No Segundo Conclave Nacional, no carnaval de
1975, em São Paulo, elevou-se de 9 para 15 o número
de Delegados. Esses acontecimentos serviram de ponto
de partida para o extraordinário crescimento da
Irmandade; nesse ano existiam no Brasil mais de 500
Grupos.
Em 29 de fevereiro de 1976, durante o Terceiro Conclave Nacional, em São Paulo, reuniram-se os
membros do Conselho Diretor do CLAAB e 29 Delegados representando 16 estados, e criaram a Junta
Nacional de Alcoólicos Anônimos do Brasil – JUNAAB. O Estatuto dispunha que seriam Órgãos da
JUNAAB, uma Assembleia Geral, uma Diretoria e o CLAAB. Assim, A.A. no Brasil credenciava-se a
enviar dois Delegados para a 4ª Reunião Mundial de Serviços, em Nova York, em outubro desse ano;
foram eles, Donald M. (SP) e Joaquim Inácio (RS).
Os Conclaves e as Convenções de A.A. no Brasil 1965 - A Convenção Pioneira de A.A. no Brasil
Antes da formalização dos Serviços Gerais de A.A. no Brasil através da criação do
CLAAB em 1969, o historiador Luiz M. relata em seu livro “Alcoólicos Anônimos no
Brasil – Datas e fatos anotados”, que “Entre 30 de outubro e 2 de novembro de 1965,
foi realizada no Rio de Janeiro-RJ, a Primeira Convenção Nacional de A.A. com a
presença de companheiros de diversos Estados do norte, nordeste, centro-sul, sul e,
principalmente do Rio. Os eventos foram realizados na sede do Pen Club e no Colégio
Talmud Torah. Dito evento só pode ser realizado pelo apoio de diversos amigos de A.A.,
tais como: Dr. Francisco Laport, Embaixadores Paschoal Carlos Magno, e Dr. Oswald
de Moraes Andrade”.
Embora nessa época não existisse uma estrutura formal de A.A. no Brasil conforme os
procedimentos dos serviços mundiais da A.A., este evento faz parte da história de A.A.
no Brasil e assim o reconheceu a Conferência de Serviços Gerais de 1982, em Fortaleza-
CE, quando a sua plenária aprovou a Recomendação nº 8 apresentada pela Comissão de
Política e Admissões com o seguinte texto:
Anteprojeto do organograma da Estrutura de
Serviços Gerais de A.A. no Brasil e a ideia do
fluxograma da Conferência. (Do acervo
pessoal de Sonia Mª - autorizado)
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8.- Recomenda-se a inserção nos anais históricos da JUNAAB do evento ocorrido em
1965 no Rio de Janeiro, então Estado da Guanabara, que constitui a Convenção
Pioneira de Alcoólicos Anônimos no Brasil.
1974 - I Convenção (I Conclave Nacional), São Paulo, SP.
Realização do Primeiro Conclave Nacional em São Paulo, no carnaval, entre os dias 22
e 25 de fevereiro de 1974, quando o CLAAB passou a exercer as funções de Escritório
de Serviços Gerais, após o ENSAA do Rio de Janeiro encerrar suas atividades. A
diretoria do CLAAB passou a ser constituída pelos Delegados das 9 Áreas (Estados) que
compareceram:
1. Santa Catarina - Álvaro K.
2. São Paulo - Arlindo B.
3. Rio de Janeiro - Dolores M.
4. Alagoas - Geraldo L.
5. Paraná - Chico R. (Sigolf R.)
6. Pernambuco - Luiz A.
7. Pará – Magalhães
8. Ceará - Mário H.
9. Mato Grosso - Eloy T.
Do Conselho Fiscal do CLAAB fizeram parte dois Conselheiros não alcoólicos: Dr. José
Ferraz Salles (SP) e Reverendo José Ribola (SP).
Estavam presentes, além de diversos companheiros, Ana Maria T. e Sônia Lazo,
representantes de Al-Anon e o GSO de Nova York nos enviou, como assessora, Mary
Ellen Wesh.
NOTA: Os nove Delegados passaram a constituir o Conselho Nacional do CLAAB
(Centro de Distribuição de Literatura de AA Para o Brasil) ficando a
presidência desse Conselho com Chico R., de Curitiba-PR, tendo como
Secretário Álvaro K. de Florianópolis-SC. Esse Conselho, então elegeu a
Diretoria Executiva do CLAAB, tendo à frente Donald L. A grande novidade foi
a apresentação do primeiro padre membro de A.A. do Brasil, o saudoso Pe.
João. 28 companheiros assinaram a lista de presença, dos quais 21 já
faleceram (1). Dentre os 28 citados não se tem notícias de nenhuma recaída.
N.T. (1): o transcritor não pode precisar a data deste relato.
1975 - II Convenção (II Conclave Nacional), São Paulo-SP.
Eleva-se de 9 para 15 o número de Delegados . Esses eventos serviram de ponto de
partida para o extraordinário crescimento da Irmandade; nesse ano existiam no Brasil
mais de 500 Grupos. Paralelamente à Convenção havia uma reunião de Serviços, ou
seja, uma reunião preparatória às futuras Conferências.
1976 - III Convenção (III Conclave Nacional), São Paulo-SP.
Em 29 de fevereiro de 1976, durante o Terceiro Conclave Nacional, em São Paulo,
reuniram-se os membros do Conselho Diretor do CLAAB e 29 Delegados representando
16 estados, e criaram a Junta Nacional de Alcoólicos Anônimos do Brasil – JUNAAB.
O Estatuto dispunha que seriam Órgãos da JUNAAB, uma Assembleia Geral, uma
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Diretoria e o CLAAB. Assim, A.A. no Brasil credenciava-se a enviar dois Delegados
para a 4ª Reunião Mundial de Serviços, em Nova York, em outubro desse ano; foram
eles, Donald M. (SP) e Joaquim Inácio (RS).
Também foi decidido que a I Conferência de Serviços Gerais seria realizada em 1977, em
Recife-PE, juntamente com o IV Conclave de Carnaval.
1977 - IV Convenção (IV Conclave Nacional), Recife-PE.
Nos dias 5, 6 e 7 de abril de 1977, realizou-se em Recife (PE) a Primeira Conferência de
Serviços Gerais – CSG. Entre os dias 07 e 10 foi realizado na mesma Cidade o Quarto
Conclave Nacional de A.A.
Pela primeira vez foram apresentadas temáticas escritas com cópias distribuídas aos
companheiros. Foram palestrantes: Roy P. - Os Doze Passos, Eloy T. - As Doze
Tradições e Donald M. Lazo respondendo perguntas e tirando dúvidas. Durante a
Conferência, agora já com o seu corpo de Delegados em número de 40, representando 20
Áreas, ficou decidido que o V Conclave teria lugar em Belo Horizonte-MG, juntamente
com a II Conferência de Serviços Gerais e, em virtude do trânsito nas estradas na ocasião
do Carnaval, foi a data transferida para a Semana Santa. A reprodução dos trabalhos
apresentados foi feita por companheiros de Cuiabá-MT, sem ônus para a Convenção.
1978 - V Convenção (V Conclave), Belo Horizonte-MG.
Contamos com a presença de Dr. Jack Norris, então presidente da Junta de Serviços
Gerais dos EUA/Canadá e sua esposa (ambos falecidos). Mato Grosso, em vésperas de
ser dividido, levou um Delegado do Norte (Eloy T.) e outro do Sul (Mário), sob a mesma
bandeira do Mato Grosso uno. Durante a Segunda Conferência de Serviços Gerais, Eloy
T., Delegado do MT, foi eleito como substituto de Donald M. como Delegado à Reunião
de Serviço Mundial (RSM). Decidiu-se mudar o nome de Conclave para Convenção
Nacional de A.A., e que as Convenções seriam realizadas a cada dois anos, em anos
pares, sendo a próxima, a Sexta, em 1980 em Porto Alegre, e as Conferências seriam
anuais - nos anos impares seriam realizadas em São Paulo e nos anos pares na Cidade
escolhida para a Convenção.
1980 - VI Convenção (VI Conclave) Porto Alegre-RS.
Foi um ótimo encontro realizado no Plenário da Assembleia Legislativa do Rio Grande
do Sul. Foi escolhido o Roy P. para substituir o Joaquim Inácio à RSM – Reunião de
Serviço Mundial. Foi escolhida Fortaleza, Ceará como a sede da VII Convenção.
1982 - VII Convenção, Fortaleza-CE.
Destacamos nessa Convenção, em primeiro lugar a presença de David Puerta da
Colômbia e George Ifrán do Uruguai, ambos Delegados à RSM por seus países, como
convidados. Destacamos mais, a presença pessoal do Sr. Prefeito Municipal nas reuniões
de abertura e encerramento da Convenção. A Convenção, outrossim, editou dois livros a
saber:
a) Serviço, O Coração de A. A., um Relatório dos Delegados à 6ª RSM.
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b) Serviço - Responsabilidade de Todos, contendo todas as temáticas apresentadas na
Convenção.
Por outro lado, em face de grande divulgação e à colocação do evento na agenda do Sr.
Prefeito Municipal, a Convenção passou a ser, daí por diante a maior arma de atração da
Irmandade.
1984 - VIII Convenção, Blumenau-SC.
Grandes enchentes, com o extravasamento das águas do Rio Itajaí, ocorrido nas vésperas
do evento, impediu que a VIII Convenção tivesse o brilho esperado. Todavia o número
de companheiros presentes manteve-se em elevação.
1986 - IX Convenção, João Pessoa-PB.
A Convenção continua a atrair a presença de elevado número de companheiros e, pela
primeira vez tivemos Conferência, Convenção e temáticas todas concentradas na
monumental Praça da Cultura.
N.T.: O propósito de realizar as Convenções a cada dois anos preconizado na V
Convenção, em Belo Horizonte em 1978, foi respeitado até aqui. A adaptação a
outras circunstâncias foi ditando as datas seguintes. Já o calendário da
Conferência tem sido respeitado rigorosamente. No decorrer da Semana Santa
deste ano (2013), estará acontecendo em Serra Negra, SP, a 37ª Conferência de
Serviços Gerais de A.A. no Brasil.
1987 - Festa dos 40 Anos de A.A. no Brasil.
A descoberta de uma ata de um Grupo dos primeiros tempos que teve o nome de Rio de
Janeiro permitiu que se esclarecesse a data correta do início de AA no Brasil. Nela estava
registrado: “Nossa próxima Reunião (cinco de Setembro de 1950), coincidirá com o
terceiro Aniversário da chegada de AA ao Brasil”. Isto motivou a organização de uma
comemoração no intervalo das Convenções de João Pessoa (IX) e Curitiba (X). Foi
organizada no Rio de Janeiro em um dia com Reuniões diversas em Unidades da
Marinha de Guerra (com prestimosa ajuda do então Capitão de Mar e Guerra, Dr. Laís
Marques da Silva que veio a ser nosso Custódio não Alcoólico e 2º. Presidente de
JUNAAB). A coleta de fundos foi feita com a edição de um folheto: “Não me diga que
não sou alcoólico”, originário de Cleveland numa época em que se permitiam edição de
folhetos fora do CLAAB. Os fundos permitiram pagar a ocupação do Maracanãzinho
para a Reunião de Encerramento. Durante o evento foi lançada a 1ª. Edição do Manual de
Serviços.
1988 - X Convenção, Curitiba-PR.
A Convenção atinge o seu clímax. Local favorável na Universidade Federal do Paraná e a
presença destacada da classe médica. Um marco muito importante na divulgação de A.A.
1990 - XI Convenção, Belém-PA.
O Norte e o Nordeste brasileiros disseram presente à Convenção e diversas caravanas
partiram das regiões Sul e Sudeste, assegurando um sucesso de público, atraído também
pela curiosidade turística da região.
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1992 - XII Convenção, Brasília-DF.
Situada a cidade no coração do país, torna-se o ponto mais equidistante de todo o
território facilitando a locomoção, também em razão de ônibus de carreira ancorar
naquela cidade vindos de todos os recantos da pátria.
1994 - XIII Convenção, Terezina-PI.
Nenhuma novidade anotada, salvo o grande interesse despertado, trazendo um público de
3.000 companheiros, aproximadamente.
1997 - XIV Convenção, Rio de Janeiro-RJ (1).
Aproveitou-se para comemorar os 50 anos de AA no Brasil. Como sempre, a cidade
maravilhosa apresentou um trabalho de intensa divulgação, com apoio da média e com a
disponibilidade de espaços adequados ao evento – o Maracanãzinho e o Rio Centro.
Conta-se que 15.000 pessoas estiveram presentes.
N.T. (1): Por ocasião deste evento, a revista Veja, na sua edição
1497 de 28 de maio de 1997, dedicou sua capa ao
tema do alcoolismo com o título “Da cervejinha ao
alcoolismo” e subtítulo “Um mergulho no mundo da
dependência”. Nas paginas 62 a 76 uma brilhante
reportagem, “A crua realidade do alcoolismo” - da
excelente jornalista e documentarista nascida na
Croácia, Dorrit Harrazim - fala com muita
propriedade de Alcoólicos Anônimos, dos 50 anos da
Irmandade no Brasil e do evento comemorativo que
estava sendo celebrado no Rio de Janeiro, com tal
sensibilidade e conhecimento que não deixa absolutamente nada a dever ao
artigo que Jack Alexander escreveu a respeito de Alcoólicos Anônimos na
revista americana The Saturday Evening Post publicado nos EUA em 1º de
março de 1941.
Você pode acessar a revista, ler e imprimir o artigo de capa no sítio:
http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx
Veja: “O artigo de Jack Alexander sobre Alcoólicos Anônimos” – Junaab, código 228
Também poderá ler o artigo de Jack Alexander em:
http://www.alcoolicosanonimos.org.br/component/content/article/45-front-page/158-aa-por-jack-
alexander.html
2000 - XV Convenção, Salvador-BA.
5º. Centenário do Descobrimento do Brasil. A Bahia estava em festa e o AA aproveitou a
oportunidade para incorporar-se às comemorações obtendo um resultado enorme quer
quanto a público, quer pela excelência das apresentações no moderno Centro de
Convenções de Salvador.
2003 - XVI Convenção, São Paulo-SP.
Aconteceu na Assembleia Legislativa e no Ginásio do Ibirapuera. 4.500 inscrições foram
vendidas estimando-se uma presença de mais ou menos 5.000 companheiros.
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2007 - XVII Convenção, Manaus-AM.
Mesmo considerando a distância e a inexistência de transportes além do fluvial e do
aéreo (com alto custo). A Convenção foi realizada com sucesso com cerca de 4.000
presenças.
2012 - XVIII Convenção, Cuiabá-MT.
Foi realizada sob grande expectativa, pela curiosidade do Brasil sobre o decantado
progresso da região, líder absoluto na produção de soja e algodão, tendo os números da
produção agrícola do Estado ultrapassado o Estado de São Paulo. O espaço físico
invejável, com um Centro de Convenções moderno e acolhedor, a atração da culinária
local, faz da capital mato-grossense, um atrativo todo especial. A presença no evento
atingiu 6.000 participantes.
2016 - XIX Convenção, Maceió-AL.
Nos dias 21, 22 e 23 de abril de 2016, a Área 19 – Alagoas,
realizou em Maceió no Centro de Convenções, a XIX Convenção
Nacional de Alcoólicos Anônimos com participação dos Grupos
Familiares Al-Anon.
Foram quatro anos de intensa preparação, utilizando todos os
meios internos de comunicação da Irmandade, para levar a cada
Grupo, a cada companheiro, todas as informações sobre o evento,
estimulando a presença do maior número de pessoas.
Durante a semana da Convenção, equipes de recepção, tanto no aeroporto Zumbi dos
Palmares como no Terminal Rodoviário João Paulo II, acolhiam cerca de 6.500
companheiros e suas famílias. Enquanto isso, a divulgação da mensagem era propaganda
em todas as emissoras de rádio e TV locais.
2020 - XX Convenção, Belo Horizonte-MG
Está agendada para 2020, em Belo Horizonte/MG. Nesse evento,
encontraremos amigos de longa data e faremos novas amizades;
participaremos de reuniões que darão ênfase aos nossos
Princípios, fortalecendo assim os laços que nos unem. Após o
encontro, partiremos com a certeza de que nunca mais estaremos
sozinhos na busca diária da sobriedade.
Nós, os AAs de Minas Gerais, estamos trabalhando para que
você jamais esqueça os momentos que aqui serão vividos. Dedicação, carinho e amor não
faltarão no nosso trabalho. Lembramos que a Convenção é nacional; sem a sua
participação, nada faremos. O encontro é em 2020, porém os trabalhos já começaram.
Informe-se, faça a sua inscrição, convide mais um membro, seus familiares e os amigos
de A.A., organize sua caravana e venham participar. Estaremos aqui esperando pela sua
chegada e, juntos, veremos que na nossa caminhada sempre existirá um belo horizonte.
Fontes usadas pelo transcritor para as Convenções no Brasil:
http://www.alcoolicosanonimos.org.br/convencao2012/index.php?option=com_contentview
=article&id=109&Itemid=202
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As Origens de Alcóolicos Anônimos no Brasil de Luiz M., do Rio de Janeiro.
A Junta Nacional de Alcoólicos Anônimos do Brasil JUNAAB Em 29 de fevereiro de 1976, durante o Terceiro Conclave Nacional, em São Paulo, reuniram-se os
membros do Conselho Diretor do CLAAB e 29 Delegados representando 16 Estados, e criaram a Junta
Nacional de Alcoólicos Anônimos do Brasil – JUNAAB.
A JUNAAB, ou seja, Junta de Serviços Gerais de A.A. no Brasil, é uma Sociedade Civil sem fins
lucrativos, cujo propósito primordial é o de promover a unidade e a continuidade da Irmandade de
Alcoólicos Anônimos no Brasil, sendo apenas um órgão de Prestação de Serviços, tendo como principais
objetivos:
a) A prestação de serviços gerais de A.A. no plano nacional;
b) Ser a guardiã dos Doze Passos e das Doze Tradições de A.A.
c) Credenciar-se a enviar dois Delegados para a 4ª Reunião de Serviço Mundial, em Nova
York, em outubro desse ano (e nas RSMs seguintes). Nesse ano - 1976, os Delegados
escolhidos foram Donald M. (SP) e Joaquim Inácio (RS).
O Estatuto dispunha que seriam Órgãos da JUNAAB:
1.- Uma Assembleia Geral, composta pelos Delegados Estaduais, denominados “Membros da
Junta”, com mandato de dois anos, que se reúnem anualmente por ocasião da Conferência
de Serviços Gerais de A.A.
2.- Uma Diretoria escolhida pela Assembleia Geral dentre os Delegados Estaduais, que
exercerão os cargos de Presidente, Vice-Presidente, Primeiro e Segundo Secretário, cujo
mandato é de 1 (um) ano. Estes Diretores presidirão as Assembleias da JUNAAB e a
representarão nos intervalos das reuniões anuais.
3.- O CLAAB, ou seja, Centro de Distribuição de Literatura de A.A. para o Brasil é o
órgão executor dos serviços gerais de A.A. no plano nacional, funcionando como
Escritório de Serviços Gerais e como órgão executivo da JUNAAB no Brasil, da qual é
subordinado. O CLAAB tem a mais ampla autonomia administrativa, regendo-se por seus
Estatutos, sendo a sua subordinação a JUNAAB regulada pelos seus Estatutos, e pelos da
Junta. Ao CLAAB compete:
a) Publicar e distribuir em todo o território nacional, devidamente traduzida para o
português, a literatura aprovada pela Conferência de Serviços Gerais de A.A.,
conforme autorização de “Alcoholics Anonymous World Services, Inc. (AAWS)”,
proprietária dos direitos autorais;
b) Resguardar os direitos autorais de AAWS em todo o território nacional;
c) Promover quaisquer atividades que tenham por objetivo a unidade e a continuidade
da Irmandade de A.A. no Brasil;
d) Promover, enfim, a mais ampla divulgação do programa de A.A. para a recuperação
de alcoólicos, estabelecendo e mantendo sólidas atividades de relações públicas no
trato com a imprensa escrita, falada e televisada e outros meios de comunicação,
bem como com as autoridades constituídas e qualquer órgão interessado no
problema do alcoolismo, sem, todavia, se filiar a nenhum deles.
Os órgãos do CLAAB, na esfera administrativa são:
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1.- Diretoria - composta do Presidente, Vice-Presidente, 1º e 2º Secretários, 1º e 2º Tesoureiros
e um Diretor de Relações Públicas. O Presidente, 1º Secretário e 1º Tesoureiro são eleitos
pela Assembleia Geral Ordinária da Junta. Os Diretores podem ser membros de A.A. ou
não, sendo que os primeiros devem ter no mínimo dois anos de sobriedade. O mandato dos
Diretores é de 3 anos e eles participam das Assembleias Gerais da Junta, sem direito a voto,
mas podem tornar parte nos debates;
2.- Conselho Fiscal – composto de 5 membros efetivos e 3 suplentes, membros ou não de
A.A., nomeados pela Junta.
A inclusão e participação na Reunião de Serviço Mundial A Ata de Constituição da Conferência de Serviços Gerais, redigida no começo dos anos de 1950 por
Bill W. e por Bernard Smith – Custódio não alcoólico e Presidente da Junta de Serviços Gerais, adotada
em 1955, propunha que a Conferência dos EUA/Canadá deveria eventualmente ter “seções” em países
estrangeiros. Entretanto, cada país foi desenvolvendo sua própria estrutura autônoma de serviço. A
maioria, em maior ou menos grau, se remeteu ao modelo dos EUA/Canadá, mas todas elas independentes.
Foi sob esta influência que a meados de 1960, Bill W. começou a pensar numa reunião mundial de
serviços. Em outubro de 1967 enviou um memorando ao Escritório de Serviços Gerais – ESG, com o
seguinte teor: “Sugiro que o ESG realize uma pesquisa direcionada a todas as áreas de maior população
de A.A. no mundo todo, perguntando se gostariam de participar de uma reunião de serviço mundial, a
título experimental, a realizar-se em Nova York em 1969”.
A Junta autorizou o projeto e no dia 15 de novembro de 1967 foram enviadas cartas-convite aos
representantes de Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia, França, Bélgica, Alemanha, Finlândia, América
Central (Costa Rica, Honduras, Guatemala, El Salvador, Panamá, Nicarágua), América do Sul, México,
Noruega, África do Sul e Holanda.
O projeto foi aprovado pelos países interessados e pela Conferência de Serviços Gerais de 1968 dos
EUA/Canadá.
Assim, foi criada Reunião de Serviço Mundial – RSM e iniciada em 1969. Realiza-se a cada dois
anos alternando uma reunião em Nova York - cidade sede do Serviço Mundial – outra reunião em qualquer
outra cidade do mundo onde exista estrutura de serviços de A.A. escolhida por consenso dentre os países
participantes.
A RSM congrega Delegados de todos os países do mundo que tenham uma estrutura organizada de
Serviço capaz de legitimar a sua representação como oriunda da “consciência coletiva” dos Grupos de
cada nação.
A RSM tem por objetivo principal unir A.A de todo o mundo e levar a mensagem a todos os
recantos do planeta. O evento se processa através dos seguintes Comitês: Agenda, Comitê de
Política/Admissões/Finanças, Literatura e Publicações, Trabalhando com os Outros, Instituições
Correcionais, de Informação, de Instituições de Tratamento e de Assuntos Novos.
A primeira Reunião de Serviços Mundiais foi celebrada Em Nova York entre os dias 9 e 11 de outubro de
1969 com a participação de 27 Delegados de 16 países. A.A. no Brasil juntou-se a esta Reunião na 4ª
RSM, em 1976 tendo como Delegados, Donald M. e Joaquim Inácio – desde então tem participação ativa
até a atualidade.
Foram realizadas as seguintes Reuniões de Serviço Mundial:
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Reunião de Serviço Mundial
Nº Ano Cidade - País Nº Ano Cidade - Pais
1ª 1969 Nova York - EUA 14ª 1996 Nova York - EUA
2ª 1972 Nova York - EUA 15ª 1998 Auckland - Nova Zelândia
3ª 1974 Londres - Inglaterra 16ª 2000 Nova York - EUA
4ª 1976 Nova York - EUA 17ª 2002 Oviedo - Espanha
5ª 1978 Helsinki - Finlândia 18ª 2004 Nova York - EUA
6ª 1980 Nova York - EUA 19ª 2006 Dublin - Irlanda
7ª 1982 San Juan del Rio - México 20ª 2008 Nova York - EUA
8ª 1984 Nova York - EUA 21ª 2010 Ciudad de México - México
9ª 1986 Ciudad de Guatemala - Guatemala 22ª 2012 Nova York - EUA
10ª 1988 Nova York - EUA 23ª 2014 Varsóvia - Polônia
11ª 1990 Múnich - Alemanha 24ª 2016 Nova York - EUA
12ª 1992 Nova York - EUA 25ª 2018 Durban – África do Sul
13ª 1994 Cartagena - Colômbia
Você pode ver o relatório destas reuniões e seus comitês em:
http://redelaweb.org/rsm/historiarsm.html
Reunião de Serviço Mundial Regional A origem destas reuniões remonta ao ano 1978 quando o Comitê de Política, Admissões e Finanças
da 3ª Reunião de Serviço Mundial realizada em Londres, Inglaterra, recomendou “... que se começa-se a
explorar a possibilidade de reorganizar as Reuniões de Serviço Mundial, para procurar que fossem
efetuadas assembleias regionais de serviço; as regiões seriam formadas de acordo com suas
particularidades linguísticas ou, não sendo possível, por limites geográficos. Todos os países inseridos
nessas regiões participariam dessas assembleias para considerar assuntos de seus interesses e estimular a
evolução da consciência de grupo...”.
Estas reuniões seriam realizadas a cada dois anos, em anos ímpares, alternando com as Reuniões de
Serviço Mundial que se celebram nos anos pares.
Pela ordem cronológica, são as seguintes:
1) REDELA – Reunião das Américas => Celebrou sua primeira Reunião em 1979.
2) Reunião de Serviço Europeia (ESM - European Service Meeting)=> Celebrou sua primeira
Reunião em 1981.
3) Reunião de Serviço Ásia-Oceania (AOSM-Asia/Oceania Service Meeting) => Celebrou sua
primeira Reunião em 1997.
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4) Reunião de Serviço do Leste Europeu => A primeira Reunião celebrou-se em Varsóvia, Polónia,
em 2002.
5) Reunião de Serviço Subsaariana (SSASM- Sub-Saharian Africa Service Meeting) => A
primeira Reunião foi celebrada em Johannesburgo, África do Sul, em 2003.
6) Reunião de Serviço da África Central e Ocidental (WCASMRACO-West Central Africa Service
Meeting)=> A primeira Reunião foi em Paris, em 2007.
N.T.: Para saber mais a respeito destas seis Reuniões, veja em Material de Serviço em:
http://www.aa.org/lang/sp/sp_pdfs/smf-165_sp.pdf
REDELA (Reunião das Américas) Estas Reuniões iniciaram-se em 1979, sendo que a primeira aconteceu em Bogotá, Colômbia. Até a 9ª
Reunião no Uruguai, denominava-se Encontro Ibero-americano, porque, além dos países da América,
incluía também Portugal e España, mas após a reestruturação das diferentes regiões de serviço, estes países
juntaram-se à Reunião de Serviço Europeia. A partir da 10ª Reunião, passou a se denominar REDELA
(Reunión de las Américas).
A REDELA é integrada pelos seguintes países: Estados Unidos/Canadá, México, Cuba, Guatemala,
El Salvador, Nicarágua, Honduras, Costa Rica, Panamá, Venezuela, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia,
Chile, Brasil, República Dominicana, Paraguai, Uruguai y Argentina.
Foram realizadas as seguintes Reuniões de Serviço Mundial Regional (da Américas):
Reunião de Serviço Mundial Regional
Encontro Ibero-americano REDELA - Reunião das Américas
Nº Ano Cidade - Pais Nº Ano Cidade - Pais
1º 1979 Bogotá - Colômbia 10ª 1997 Guadalajara - México
2º 1981 Argentina 11ª 1999 San Salvador - El Salvador
3º 1983 Brasil 12ª 2001 Cartagena de Índias - Colômbia
4º 1985 Uruguai 13ª 2003 Maracaibo - Venezuela
5º 1987 El Salvador 14ª 2005 Puerto Plata – Rep. Dominicana
6º 1989 México 15ª 2007 Cidade de São Paulo - Brasil
7º 1991 Argentina 16ª 2009 Arequipa - Perú
8º 1993 Brasil 17ª 2011 San Salvador - El Salvador
9º 1995 Punta del Este - Uruguai 18ª 2013 Salinas - Ecuador
19ª 2015 Ciudad de México - México
20ª 2017 San José – Costa Rica
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Os países integrantes de cada região elegem um Escritório Central para Informação; o Escritório da
REDELA fica no Escritório de Serviços Gerais de A.A. no México: Central Mexicana de Servicios
Generales de Alcohólicos Anónimos, A.C.
Calle Huatabampo No. 18, Col Roma Sur, México, D.F. 06760; Apartado Postal 2970 Tels.: 5264-
2588, 5264-2406, 5264-2466 fax: 5264-2166.
Página electrónica: www.aamexico.org.mx
Correio eletrônico: editorialosg@aamexico.org.mx
Para saber mais sobre a história e o funcionamento da REDELA, veja:
http://redelaweb.org/historia/guia.html
A Conferência de Serviços Gerais de A.A. no Brasil – CSG
A origem da Conferência nos EUA/Canadá: Em 1945 começou a ficar evidente que a responsabilidade e autoridade final pelo serviço dos cofundadores
– Bill W. e o Dr. Bob, nunca deveriam ser entregues totalmente à Junta de Custódios de Fundação do
Alcoólico – embora tivesse que ser dada aos Custódios grande parte da responsabilidade ativa e imediata;
mas a responsabilidade final compartilhada pelo Dr. Bob e Bill W., simplesmente não poderia ser
transferida a uma Junta autonomeada e relativamente desconhecida pela totalidade de A.A. Então, onde se
poderia abrigar a responsabilidade final pelo serviço mundial? E, o que iria acontecer quando Bill W. e o
Dr. Bob morressem?
Entre 1947 e 1948, Bill W. começou a pensar sobre o futuro de A.A., e aproximou-se do Dr. Bob
através de uma carta, apresentando-lhe as seguintes sugestões: 1) que fosse concedido aos Grupos pleno
controle sobre seus assuntos e 2) que os Grupos fossem vinculados aos Custódios e ao escritório central,
através daquilo que ele chamou de Conferência de Serviços Gerais.
A Junta de Custódios aceitou a criação da Conferência de forma experimental pelos próximos
quatro anos. Aceitou também a dissolução da Fundação do Alcoólico – expressão que sugeria obras
beneficentes, paternalismo, talvez grandes capitais, criando uma Junta provisória que em 1954 iria se
transformar na Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos.
Assim, em 25 de abril 1951, aconteceu a Primeira Conferencia de Serviços Gerais de A.A.
Coordenada pelo presidente da Fundação do Alcoólico desde 1944, Bernard Smith - não alcoólico, único
Custódio a apoiar a criação dessa Conferência desde o surgimento da ideia, foi realizada no Hotel
Commodore de Nova York; foi a primeira vez que a consciência coletiva dos grupos contida na Segunda
Tradição pode ser demonstrada em sua verdadeira amplitude.
No Brasil A partir do Quarto Conclave Nacional de A.A., realizado em Recife-PE, no início de Abril de 1977, a
reunião da JUNAAB e do CLAAB junto com os Delegados Estaduais, recebeu o nome de Conferência de
Serviços Gerais de A.A. no Brasil, os quais se reúnem para resolverem diversos assuntos pertinentes a
A.A. do Brasil, surgidos durante o ano.
Com a experiência trazida pelos Delegados Nacionais que participaram da 4ª Reunião de Serviço
Mundial, realizada em Nova York, a Conferência de Serviços Gerais em Recife, distribuiu os Delegados
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Estaduais e os membros da Diretoria do CLAAB, separadamente, em quatro Comissões de Trabalho.
Foram elas e suas atribuições:
1) Comissão de Agenda:
Avaliação dos questionários para escolha da próxima sede do Conclave e da Conferência;
Problemas de Grupos;
Intergrupais ou Escritórios Centrais;
Conhecimento, preparação e distribuição de assuntos para debate na Conferência.
2) Comissão de Literatura e Publicações:
Programar novas publicações;
Boletim Informativo do Escritório de Serviços Gerais (CLAAB);
Revista Brasileira de A.A.;
Verificar problemas de direitos autorais de publicações e edições clandestinas.
3) Comissão de Finanças:
Apreciação das contas do CLAAB;
Vendas de literatura;
Campanhas financeiras.
4) Comissão de Política e Admissões:
Membros Custódios;
Membros não alcoólicos;
Problemas sobre reconhecimento e/ou participação;
Direitos e deveres dos RSGs e dos Delegados Estaduais;
Revisão estatutária.
Constituição atual da Conferência de Serviços Gerais de A.A.
no Brasil Baseado na edição 2014/2015 do Manual de Serviço – Junaab, código 108
Membros da Conferência
Participam da Conferência, com direito a voz e voto, um Delegado de cada Área, a Junta de
Custódios (em número de 14 membros, sendo 4 Custódios Classe A – não alcoólicos, e 10 Custódios
Classe B, alcoólicos) e a Diretoria Executiva da Junaab. O Gerente Administrativo do ESG e
Coordenadores dos Comitês de Assessoramento da Junta de Custódios participam das Comissões e nelas
têm direito a voz e voto. Podem, também, participar da Conferência, servidores de A.A. convidados de
outros países como observadores.
Comissões da Conferência
Atualmente, no Brasil, as Comissões da Conferência são seis e cada Comissão trata de assuntos
específicos e a maioria delas corresponde aos Comitês de Assessoramento da Junta de Custódios. São
elas:
1.- Comissão de Agenda e Sede: Para funcionar com eficiência, deve trabalhar com base nas
informações recebidas do Comitê de Assuntos da Conferência (CAC) da Junaab. Esta
comissão deverá também analisar as propostas das Áreas para sediar a Convenção Nacional,
levando em conta a infraestrutura oferecida.
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2.- Comissão de Literatura e Publicações: Tem por objetivo apresentar ao Plenário da
Conferência sugestões para recomendações de publicações de novos títulos e atualizações dos
editados, bem como cuidar do cumprimento, pelo Comitê correspondente da Junaab, das
recomendações da conferência anterior.
3.- Comissão de Finanças: É sua responsabilidade, em conjunto com o diretor financeiro e o
Comitê de Finanças da Junaab, prover meios para a manutenção da Irmandade. É dela também
a responsabilidade pelo exame das contas da Junaab e demais órgãos de serviço na reunião da
Conferência. Nesta Comissão, o dinheiro, oriundo da Sétima Tradição e da venda de literatura,
reveste-se em espiritualidade, medindo exatamente o desenvolvimento e crescimento de nós
mesmos e dos novos serviços, providenciando para que os órgãos da Sede tenham recursos
suficientes para se manterem estáveis a qualquer tempo. Os servidores desta Comissão
precisam ser firmes, práticos e com bastante experiência financeira, pois cabe a eles planejar e
calcular a renda e gastos de cada exercício. Além disso, a Comissão de Finanças apresenta
sugestões à conferência para administração das finanças de A. A. em todos os níveis.
4.- Comissão de Normas de Procedimentos: Preocupa-se sempre com os assuntos que estão
despertando interesse geral dentro da Irmandade, mas que não se enquadram claramente nas
atribuições de nenhuma outra Comissão. Todas as alterações no funcionamento de A.A. em
geral, bem como todos os procedimentos que afetem seu desenvolvimento, terão que passar
primeiramente pelo seu crivo, inclusive os assuntos relacionados ao Manual de Serviço de A.A.
Esta Comissão pode propor a ampliação do número de Comissões da Conferência.
5.- Comissão Trabalhando com os Outros: Trata dos assuntos diretamente ligados à Quinta
Tradição, engloba estudos, planificação e avaliação dos trabalhos do respectivo Comitê da
Junaab.
6.- Comissão de Nomeações: Encarrega-se de analisar e emitir parecer sobre os currículos dos
candidatos a Custódio e membros do Conselho Fiscal da Junaab. Após análise, os currículos
dos candidatos a Custódio são encaminhados para a Junta de Custódios, e dos candidatos a
membros do Conselho Fiscal para a Conferência. Analisa, também, a documentação exigida
para formação de novas Áreas, para ser encaminhada à plenária da Conferência.
7.- Manual de Serviço: Trata dos assuntos e análise das recomendações pertinentes ao Manual de
Serviço e Guias para Escritórios de Serviços Locais de A.A., para revisões e edições periódicas
dos mesmos.
Comissões Especiais: Eventualmente nomeadas pela Conferência, estas Comissões podem ser
compostas por Delegados ou não, para projetos ou execução de tarefas específicas, como por
exemplo, a revisão de Estatutos e para a organização da Convenção Nacional. Os
coordenadores ou relatores destas Comissões, não Delegados, têm assento na Conferência e
participam exclusivamente dos debates pertinentes. Terminadas as tarefas, estas Comissões
automaticamente se dissolvem.
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Locais, datas e temas das Conferências no Brasil
Nº Ano Data Local Tema
1ª 1977 5-6 Abr. Recife-PE
2ª 1978 20-21 Mar. Belo Horizonte-MG
3ª 1979 Abr. São Paulo-SP
4ª 1980 Mar. Porto Alegre-RS
5ª 1981 16-18 Abr. São Paulo-SP
6ª 1982 5-7 Abr. Fortaleza-CE
7ª 1983 30 Mar.
a 1º Abr. São Paulo-SP
8ª 1984 16-18 Abr. Blumenau-SC
9ª 1985 1-4 Abr. São Paulo-SP
10ª 1986 24-26 Mar. João Pessoa-PB
11ª 1987 16-18 Abr. São Paulo-SP
12ª 1988 27-28 Mar. Curitiba-PR
13ª 1989 22-24 Mar. Santos-SP Cooperação sem Afiliação
14ª 1990 8-12 Abr. Belém-PA A Mulher e o Terceiro Legado
15ª 1991 25-28 Mar. Santos-SP A Conferência Toma seu Inventário
16ª 1992 13-16 Abr. Brasília-DF O Grupo - Mudança na Matriz
17ª 1993 6-9 Abr. Santos-SP Vivenciando a Literatura e Reformando a
Matriz
18ª 1994 27-31 Mar. Teresina-PI Serviço, Privilégio de Cada Um
19ª 1995 12-16 Abr. Santos-SP A Literatura de A.A. e os Três Legados
20ª 1996 2-7 Abr. Santos-SP Autonomia de Grupo à Luz da Quarta Tradição
21ª 1997 23-26 Mar. Santos-SP O A.A. Brasileiro Faz seu Inventário
22ª 1998 8-11 Abr. Santos-SP Trabalhando Com os Outros, Dádiva de
Gratidão
23ª 1999 31 Mar.
a 3 Abr. São Paulo-SP Liderança à Luz da Segunda Tradição
24ª 2000 19-22 Abr. São Paulo-SP Na Unidade Planejamos o Futuro de A.A.
25ª 2001 10-14 Abr. São Paulo-SP Autossuficiência à Luz da Sétima Tradição
26ª 2002 26-30 Mar. São Paulo-SP Rumo ao Novo Milênio com Amor e Ação
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27ª 2003 13-17 Abr. São Paulo-SP Cooperação sem Afiliação à Luz da Sexta
Tradição
28ª 2004 6-10 Abr. São Paulo-SP Atração em vez da Promoção
29ª 2005 22-26 Mar. São Paulo-SP Sobriedade ao Alcance de Todos: Objetivo
Único de Nossos Serviços
30ª 2006 10-15 Abr. São Paulo-SP 30 Anos de recuperação, Unidade e Serviço
31ª 2007 2-7 Abr. São Paulo-SP Os Princípios Acima das Personalidades
32ª 2008 17-22 Abr. São Paulo-SP Rotatividade no Serviço, Chave para o Nosso
Futuro
33ª 2009 6-11 Abr. Serra Negra-SP Política Financeira de A.A.: Pobreza Coletiva
34ª 2010 29 Mar.
a 3 Abr. Serra Negra-SP
Comunicação: Base Fundamental de Um Bom
Serviço
35ª 2011 18-23 Abr. Serra Negra-SP Liderança em A.A., Sempre Uma Necessidade
Vital
36ª 2012 2-7 Abr. Serra Negra-SP A.A., Um Caminho sem Fronteiras, Uma
Mensagem Universal
37ª 2013 25-29 Abr. Serra Negra-SP Responsabilidade de Todos na Recuperação,
Unidade e Serviço
38ª 2014 14-19 Abr. Serra Negra-SP Apadrinhamento à Luz dos Três Legados
39ª 2015 30 Mar.
a 4 Abr. Serra Negra-SP Refletindo a Nova Estrutura de A.A. no Brasil
40ª 2016 14-18 Mar. São Paulo-SP Os Serviços em A.A. sob a Luz dos Doze
Conceitos
41ª 2017 23-28 Abr. Nazaré Paulista-SP O Bom Exemplo em A.A.: Uma Visão Para o
Futuro
Desmembramento CLAAB/ESG
A Comissão de Política e Admissões da IV Conferência de Serviços Gerais realizada em Porto
Alegre em 1980 recomendou o desmembramento Administrativo Financeiro e Físico do CLAAB/ESG,
ficando o CLAAB apenas como distribuidor de literatura de A.A. para o Brasil, enquanto o ESG assumiria
de fato os Serviços Gerais (Executivo) de A.A. em nível nacional, como segue: “Recomenda-se que a
Diretoria da JUNAAB assuma totalmente as suas funções de Órgão Executivo da Conferência e de toda
a estrutura de A.A. existente e, como tal, passe a responder pelo destino do ESG, traçando as normas
práticas para o seu funcionamento e desvinculação do CLAAB, prestando contas na próxima
Conferência do resultado de sua experiência”.
Em 07 de novembro de 1981 foi inaugurada a nova sede do ESG, que se desmembrou do CLAAB,
constituindo Estatuto próprio, com registro no Terceiro Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas de
São Paulo, sob nº 27.091, em 02/10/1981, com a denominação de "Os Estatutos de Alcoólicos Anônimos
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do Brasil Escritório de Serviços Gerais S/C. AABESG", que funcionou à Rua Itaipu, 31, Praça da Árvore,
Vila Mirandópolis, São Paulo - SP.
A Junta de Custódios
Durante a 6ª Conferência de Serviços Gerais, realizada em Fortaleza em 1982, foi aprovado o
Estatuto da JUNAAB e nele constou, pela primeira vez, legalmente instituída, a Junta de Custódios. No
ano seguinte, 1983, na 7ª Conferência, realizada em São Paulo, foram eleitos nossos primeiros Custódios,
em número de nove, sendo três não alcoólicos e seis membros da Irmandade, cuja posse se deu na 8ª
Conferência, em Blumenau – SC, em 1984.
A primeira composição da Junta de Custódios:
Dr. José Nicoliello Viotti, Presidente da Junta de Custódios, Custódio Classe A;
Dr. Jurandir Barcelos da Silva - 1º Vice-presidente, Custódio classe A (1);
General Olympio de Sá Tavares - 1º Vice-presidente, Custódio classe A (1);
Jefferson Baptista de Carvalho - 2º Vice-presidente, Custódio classe B;
Professor Joaquim Luglio - 1º Tesoureiro, Custódio Classe A;
Adauto de Almeida Machado - 2º Tesoureiro, Custódio Classe B;
Waldir Ferreira Gonçalves - Secretário Geral, Custódio Classe B;
José Washington Chaves 2º Secretário, Custódio Classe B;
Custódios Adjuntos - os companheiros Lúcio Antônio Pinto, Eduardo Guimarães, Custódios Classe
B.
N.T. (1): Na seleção para Custódio Classe A – não alcoólico, tinha sido escolhido o Dr. Jurandir
Barcelos da Silva para ocupar a vaga de 1º Vice-presidente, o qual veio a falecer antes da
sua posse. Para ocupar o seu lugar, foi escolhido e empossado na reunião da Junta
realizada em São Paulo-SP, no dia 8 de julho de 1984, o General Olympio de Sá Tavares.
A Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil -
JUNAAB Nesta 8ª Conferência de Serviços Gerais, em Blumenau, a que deu posse à Junta de Custódios, a
JUNAAB deixa de se denominar Junta Nacional de Alcoólicos Anônimos do Brasil, para se chamar Junta
de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil. Por ser difícil a pronúncia de JSGAAB, optou-se
por mudar o nome e manter a palavra Junaab, mais fácil de pronunciar e já conhecida de todos os
membros.
A criação dos Comitês de Assessoramento da Junta Estes Comitês foram idealizados na primeira reunião de serviços da Junta de Custódios ocorrida em
Baependi-MG entre os dias 17 e 19 de agosto de 1985 e formalizados e aprovados na Conferência de 1986
como parte integrante da estrutura de A.A. no Brasil.
Esses Comitês são:
1.- CAC – Comitê de Assuntos da Conferência
2.- COF – Comitê de Finanças
3.- CCP – Comitê de Cooperação com a Comunidade Profissional
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4.- COI – Comitê de Instituições
5.- CIP – Comitê de Informações e Relações Públicas
6.- COL – Comitê de Literatura
7.- COA – Comitê de Arquivos
Os seis primeiros trabalharão em conjunto e em harmonia com as Comissões da Conferência. O
último, de Arquivos, trabalhará mais diretamente com o ESG na preservação da memória de A.A., me-
diante a coleta e seleção de todo e qualquer material ou documento que possibilite o registro histórico da
Irmandade no Brasil.
Para efeito de centralização de suas atividades, a ideia inicial é que esses Comitês sejam
coordenados por um ou mais Custódios de cada área específica e que eles, juntamente com as Comissões
Permanentes da Conferência, estabeleçam orientação, e eventualmente meios e recursos aos Comitês
iguais ou correspondentes a nível estadual e local. Para isso pode ser editada literatura orientadora, tipo
Guias de A.A., adaptada às nossas necessidades.
Comitês de Assessoramento da Junaab (atual) Os Comitês de Assessoramento da Junta de Custódios devem ser constituídos de companheiros
com experiência em serviços em suas respectivas áreas de atuação. Frequentemente, a Junta tem que
tomar decisões, que abrangem a comunidade no seu todo, e precisa, nestes casos, ser assessorada por
companheiros com experiência no assunto ou no problema a ser resolvido.
Quase sempre esses problemas dizem respeito a:
a) Colaboração de A.A. com instituições públicas e particulares no atendimento à problemática do
alcoolismo e ao alcoólico em particular;
b) Forma e oportunidade da divulgação da irmandade de A.A.;
c) Problemas de finanças;
d) Problemas relacionados com a ética e os princípios de A.A.;
e) Problemas relacionados com órgãos de serviço e com eventos nacionais e regionais.
Para cobrir estas necessidades e solucionar eventuais problemas, é que são formados os seguintes
Comitês de Assessoramento:
1.- CTO - Comitê Trabalhando com os Outros: Encarregado de elaborar a política de relações
públicas para divulgação da Irmandade de Alcoólicos Anônimos, em nível nacional, visando à
Informação ao Público (CIP), Cooperação com a Comunidade Profissional (CCP) e trabalho
em Instituições Correcionais (CIC) e de Tratamento (CIT).
2.- CF - Comitê de Finanças: Encarregado da elaboração da política financeira da Junaab e de
seu acompanhamento.
3.- CL - Comitê de Literatura: Encarregado da tradução, adaptação e revisão de toda a literatura
aprovada pela Conferência e do aconselhamento sobre a edição de títulos novos.
4.- CAC - Comitê de Assuntos da Conferência: Funciona como secretaria da Conferência de
Serviços Gerais e está especialmente encarregado de fazer com que ela aconteça.
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5.- CPP - Comitê de Publicações Periódicas: É o Comitê editorial da revista Vivência e dos
boletins informativos Junaab Informa e BOB Mural.
6.- CAHist – Comitê de Arquivos Históricos: Sua missão é a de documentar de maneira
permanente o trabalho de Alcoólicos Anônimos, tornar a história da organização acessível aos
membros de A.A. e a outros pesquisadores interessados e oferecer um contexto propício para a
melhor compreensão e entendimento da evolução, dos princípios e das Tradições de A.A.
7.- CATI - Comitê de Assuntos da Tecnologia da Informação: Encarregado de todas as
informações pertinentes à Tecnologia da Informação (TI).
8.- CI - Comitê Internacional: Manter a comunicação entre Alcoólicos Anônimos do Brasil, o
GSO (Escritório de Serviços Gerais, em Nova York) e as demais estruturas ao redor do mundo,
com vistas a compartilhar experiências de serviços, exercer o apadrinhamento de estruturas que
necessitem e queiram ser apadrinhadas e promover e ajudar na manutenção da Unidade de A.
A. no mundo.
9.- CMS - Comitê do Manual de Serviço: É o responsável pela revisão da estrutura de serviço
contida no Manual de Serviço de A.A. e pela elaboração de Guias de A. A. para orientação da
Irmandade sobre os serviços locais.
10.- CN - Comitê de Nomeações: Encarrega-se de analisar e emitir parecer sobre os currículos dos
candidatos a custódio, membro do conselho fiscal da Junaab e da documentação exigida para
solicitação de formação de uma nova área. Após análise, os currículos dos candidatos e a
solicitação de formação de nova área serão encaminhados para a comissão de nomeações da
conferência de serviços gerais.
11.- CEC - Comitê Especial da Convenção: Encarregado das ações da parte pré-operacional e
operacional da Convenção. As atribuições deste Comitê estão descritas na norma de
procedimento para realização da Convenção Nacional.
12.- CE - Comitê Executivo: Este Comitê executa as deliberações da Junta no campo de política
geral administrativa. O Comitê Executivo é composto pelos membros da Diretoria Executiva,
Coordenadores dos Comitês e Gerente Administrativo.
13.- CR – Comitê de Regionalização (foi um Comitê transitório): A proposta para criação do CR
– Comitê de Regionalização foi apresentada pela Junta de Custódios na XXXIII Conferência
de Serviços Gerais - 2009 que decidiu pela sua aprovação após apreciá-la. Sua coordenação
esteve à cargo de um Custódio Nacional Delegado à Reunião de Serviços Mundiais e tinha
como principal atribuição efetuar um mapeamento dos Grupos existentes em nossa estrutura e
respectivo cadastramento para definição do novo conceito de Área, utilizando-se de tecnologia
e ferramentas de informática disponíveis na época e que propiciariam o início desse trabalho.
Durante algum tempo o Comitê Permanente de Revisão do Manual de Serviços e o Comitê de
Regionalização trabalharam ativamente no sentido de absorver todas as sugestões da estrutura
em nível nacional para consolidar as bases de um novo conceito de área e de um novo Manual
de Serviços. Nas reuniões da Junta de Custódios realizadas no período de 30/07/2010 à
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01/08/2010 houve a apreciação de proposta para extinção do CR conforme texto transcrito da
mesma:
Passada a palavra ao Custódio de Serviços Gerais, Diretor-Geral do ESG, companheiro
Wagner T., o mesmo apresentou o currículo do companheiro Cláudio M. para Coordenador
do CPMS. Esclareceu que o Comitê de Regionalização será extinto e suas funções passarão
para o âmbito do CPMS – Comitê Permanente do Manual de Serviços, que será coordenado
pelo companheiro Cláudio M., tendo como colaboradores os Custódios José A., Diretor
Financeiro e José E., Custódio da Região Sudeste. Colocada em votação, a proposta foi
aprovada por unanimidade.
Em se tratando de órgãos de assessoramento, cada Comitê deve ser formado, de preferência, por
companheiros com conhecimento profissional nas áreas de atuação respectiva.
A preferência por esses companheiros profissionais não exclui, todavia, a participação de outros
companheiros com reconhecida capacidade e disponibilidade para atuar de forma efetiva e proveitosa.
Os Coordenadores dos Comitês de Assessoramento são de livre escolha da Junta de Custódios, não
dependendo de consulta a outros órgãos, cabendo unicamente a ela estabelecer os critérios, o tempo de
mandato e a oportunidade dessa escolha.
A extinção do CLAAB Em 1995, a 19ª Conferência de Serviços Gerais, realizada em Santos-SP entre os dias 12 e 16 de
abril, aprovou a reestruturação da JUNAAB, a qual incluiu a extinção do CLAAB, sendo seus bens
incorporados à Junta. O Comitê de Literatura, que teve suas funções ampliadas, e o ESG, passaram a
cuidar da revisão e edição de nossos livros.
Adequação da Junta à Estrutura de Serviço Mundial A partir da Conferência de Serviços Gerais de 2007 a Junta de Serviços Gerais de A.A. no Brasil
resolveu se adequar à estrutura mundial de A.A. Nesse sentido resolveu que os nossos Delegados à
Reunião de Serviço Mundial seriam também Custódios Classe B, alcoólicos. Até então nossos DRSM –
denominados Delegados Nacionais, levavam as decisões da Junta de Custódios de A.A. do Brasil para a
RSM, mas não participavam dessa tomada de decisões.
Em 2008, ficou evidente que havia necessidade um adjunto de Tesoureiro Geral, um não alcoólico
que pudesse suprir as ausências do titular e assim foi criado o encargo de Custódio de Serviços Gerais não
alcoólico, Tesoureiro Geral II.
Portanto a nossa atual Junta de Custódios é composta por 14 Custódios, sendo 04 Classe A, não
alcoólicos (Dois Nacionais: Presidente e 1º Vice-Presidente e dois de Serviços Gerais: Tesoureiro Geral I
e Tesoureiro Geral II) e 10 Classe B, alcoólicos, membros da Irmandade (Dois de Serviços Gerais:
Secretário/a (Diretor/a Geral do ESG) e Diretor/a Financeiro/a do ESG; Seis Regionais: Custódios das
Regiões: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste, Norte-I e Norte-II (um 2º Vice-Presidente e cinco Diretores
da Junta); Dois Nacionais: Delegados à Reunião de Serviço Mundial e Diretores da Junta). Esta mudança
de condição destes últimos representantes se deu porque na RSM, os Delegados da estrutura do Brasil
eram os únicos entre todos os Delegados dos países participantes que não tinham a função de Custódio. Os
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primeiros Delegados com a nova denominação de Custódios foram Luiz M. de Alagoas e Cláudio M. de
Minas Gerais.
Configuração das Áreas a partir da CSG/2010 A Conferência de Serviços Gerais de 2010 redefiniu o conceito de Área para adequá-lo às
necessidades atuais da maneira que segue:
“Uma Área é o espaço geográfico onde se localiza um número adequado de Distritos -
adequado em termos de habilidade do membro do Comitê de manter-se em contato frequente com
eles, para conhecer os seus problemas e a forma de contribuir para o seu crescimento e bem-
estar.
Uma Área com grande número de Distritos e/ou grande
extensão territorial poderá desmembrar-se em espaços
geográficos menores, formando Setores.
A formação do quantitativo e abrangência geográfica dos
Setores será definida de acordo com a autonomia e
necessidade de cada Área. Após um período experimental, de no
mínimo um ano, obtendo-se um resultado positivo no
funcionamento, esses Setores poderão se transformar em novas
Áreas” (MS 2012).
Nesta readequação, a partir da Conferência de 2013 realizada em Serra Negra – SP, entre os
dias 25 e 29 de março, cada Área passou a ser representada por um Delegado eleito a cada dois
anos na Assembleia de Área correspondente para um mandato de dois anos. O início do exercício
dos Delegados é o dia 01 de Janeiro do ano seguinte à sua eleição. As Áreas identificadas com
número impar elegem seus Delegados em anos pares para iniciar seu exercício em ano ímpar; as
Áreas identificadas com número par elegem seus Delegados em anos ímpares para iniciar seu
exercício em ano par.
Ver: “Manual de Serviço de A.A.”, Capítulo III - Junaab, código 108.
Com essa nova definição, as Áreas passaram a ser identificadas por números e não mais pela sigla
do Estado que representavam. Com exceção da Área do Rio de Janeiro, que por consenso lhe foi atribuído
o número 1 (um), todas as outras foram numeradas através de sorteio, como segue:
Nº Área Nº Área
1 Rio de Janeiro 22 Amazonas
2 Minas Gerais 23 Rondônia
3 Paraíba 24 Tocantins
4 São Paulo 25 Acre
5 Mato Grosso 26 Bahia
6 Pernambuco 27 Ceará
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7 Rio Grande do Sul 28 Santarém / Pará (CSG-2012)
8 Roraima 29 Campinas / São Paulo (CSG-2012)
9 Goiás 30 Taubaté / São Paulo (CSG-2012)
10 Sergipe 31 Pirassununga / São Paulo (CSG-2012)
11 Amapá 32 Região Sul e Oeste da Capital e Grande São Paulo / São
Paulo (CSG-2013)
12 Mato Grosso do Sul 33 Juiz de Fora / Minas Gerais (CSG-2013)
13 Rio Grande do Norte 34 Ipatinga / Minas Gerais (CSG-2013)
14 Santa Catarina 35 Campina Grande / Paraíba (CSG-2013)
15 Piauí 36 Jaú / São Paulo (CSG-2014)
16 Maranhão 37 Curitiba / Paraná (CSG-2014)
17 Paraná 38 Sobral / Ceará (CSG-2014)
18 Distrito Federal 39 Volta Redonda / Rio de Janeiro (CSG-2015)
19 Alagoas 40 Santos / São Paulo (CSG-2016)
20 Pará 41 (esta publicação precede à CSG/2017)
21 Espirito Santo
Todos os endereços do CLAAB e do ESGDesde a criação dos Serviços Gerais de A.A. no Brasil em 1969, o CLAAB - Centro de Distribuição
de Literatura de A.A. no Brasil e o ESG – Escritório de Serviços Gerais de A.A. no Brasil, passaram
pelos seguintes endereços:
1.- Em setembro de 1969, Rua Sampaio Vidal, 481, Jardim Paulistano, São Paulo-SP.
2.- Em abril de 1970, Rua João Adolfo, 118, cj. 1214, Centro, São Paulo-SP.
3.- Em novembro de 1974, o CLAAB foi para a Rua Aurora, 291, 6º andar, Santa Ifigênia,
São Paulo-SP.
4.- O ESG foi para a Avenida Nove de Julho, 4º andar, Centro, São Paulo-SP.
5.- Em 1979, voltaram a se juntar na Rua Alagoas, 124, Higienópolis, São Paulo-SP.
6.- Em 1981, Rua Itaipu, 31, Praça da Árvore, Vila Mirandópolis, São Paulo-SP.
7.- Em 1987, Rua José Getúlio, 447, Liberdade, São Paulo-SP.
8.- Em 1991, Rua Capitão Salomão, 40, 3º andar, Centro, São Paulo-SP.
9.- Em 1993, Av. Senador Queiroz nº 101, 2º andar, Centro, São Paulo-SP.
10.- Em agosto de 2015, Rua Padre Antonio de Sá, 116, Tatuapé, São Paulo-SP.
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Apêndice
Donald M. descreve em carta, a formação do Grupo Sapiens (vem da página 7)
Transcrição integral ipsis litteris (tal como escrito) da carta escrita e enviada por
Donald L. a Ércio B. e Eloy T. descrevendo a formação do Grupo Sapiens - o primeiro
Grupo de A.A. em língua portuguesa (até onde o transcritor alcançou), documentado
no Estado de São Paulo.
Início da transcrição:
São Paulo, 22 de março de 1993.
Amigos Ércio e Eloy:
Já que foi escolhida uma data que não me permite participar da
comemoração da fundação de A.A. em São Paulo, quero pedir-lhes o favor
de, pelo menos, ler este breve relato do evento. O que me leva a fazer o
relato é o folheto que recebi ontem no Grupo Ipiranga, onde consta na
capa “VIII ENCONTRO DE A.A. DO EST. DE SÃO PAULO”. O folheto
contém umas distorções graves, a ver:
1. Dá a entender que os “ANTECEDENTES DO AA PAULISTA” se
encontram na Associação Antialcoólica da época que, na realidade,
absolutamente nada teve a ver com o início de AA nesta cidade.
2. Consta no folheto que “Nesta época, o Dr. João pede a Mellinho
que visite um paciente (no caso seria eu) internado no Hospital
Samaritano”, quando, na realidade eu vim conhecer o Mellinho 4
meses depois de sair do hospital.
3. Consta no folheto que “o 1º Grupo de AA de São Paulo tem sua
fundação oficial em abril de 1965, com os cofundadores Donald e
Mellinho”. Em vista do fato que Mello só veio a conhecer o AA
quase 4 meses após sua fundação, e só passou definitivamente da
Associação Antialcoólica para Alcoólicos Anônimos uns dois anos
depois, tenho certeza que Mellinho seria o primeiro a querer
corrigir tão lamentável distorção dos fatos, não somente porque ele
nada teve a ver com a fundação de AA em São Paulo mas porque
esta versão desonra a memória de Dorothy Nowill, hoje falecida,
que era a verdadeira cofundadora de AA em São Paulo.
Na realidade, os “antecedentes do AA paulista” não se encontram na Associação Antialcoólica de
São Paulo e sim no AA do Rio de Janeiro, frequentado pela Dorothy. Dorothy era dona de uma
Cópia da carta de
Donald a Eloy T. e a
Ércio B. (Do acervo
pessoal de Sonia Mª -
autorizado)
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agencia de empregos no Rio que mantinha um escritório e uma funcionária em São Paulo. Por esse
motivo, Dorothy visitava São Paulo todo ano por 2 semanas, e minha sorte foi que durante uma
dessas visitas eu me encontrava internado. Na visita de Dorothy iniciada na segunda semana de
março de 1965, ela chegou na nossa cidade e imediatamente avisou vários padres e médicos amigos
que se encontrava aqui, pronta para abordar qualquer alcoólatra que encontrassem nesse período.
Acontece que o Padre Richard Sullivan encontrou um (eu) que havia se internado no Hospital
Samaritano na manhã do dia 18 de março, bêbado e desesperado. Dorothy veio me ver no terceiro
dos cinco dias que fiquei internado e, aconselhando-me a tentar ajudar outros alcoólatras prometeu
mostrar-me como criar um grupo de AA.
Três dias após eu sair do Samaritano, Dorothy organizou a primeira reunião de AA de sua visita, na
capela da Igreja dos Redentoristas na Alameda Franca, 889. Além de Dorothy estavam eu e uma
outra senhora, Rose P., dona de uma boate na cidade que, por coincidência, eu havia frequentado
bastante.
Dorothy organizou uma segunda reunião no bairro Sta. Cecília na semana seguinte, à qual ela
convidou Harold W. para conhecer-me e servir como meu padrinho, já que Harold havia frequentado
o AA no Rio uns 17 anos antes e conhecia bem mais do que eu a respeito do AA. Duas outras
pessoas, encontradas por Dorothy, estavam presentes nessa segunda reunião mas não voltaram mais.
Dorothy também me levou a conhecer a maravilhosa Madre Cristina, diretora da Escola Sedes
Sapientiae, que imediatamente nos cedeu uma de suas salas na Rua Caio Prado, para realizar futuras
reuniões.
Durante sua última semana da visita a São Paulo, (uma palavra ilegível) Dorothy me levou às
dependências dos Diários de São Paulo para pedir à redação que fizessem um artigo sobre o
alcoolismo. Os Diários cederam um jornalista, a quem Dorothy contou sua história. No fim do artigo,
que saiu publicado vários dias depois, constava o fato de “estar se realizando reuniões de Alcoólicos
Anônimos em São Paulo, à Rua Caio Prado, 102, todos os domingos das 10:00 às 12:00 horas”.
Antes de voltar ao Rio, Dorothy também cedeu sua caixa postal local para que pudesse ser usada
para receber cartas dirigidas ao AA.
Nos próximos meses passaram poucas pessoas pela sala do AA, mas uma delas (Leila) veio ser a
segunda pessoa de São Paulo a filiar-se ao AA e alcançar a sobriedade.
Em julho, quase quatro meses após a fundação de AA em São Paulo, Mello entrou em contato
comigo por telefone dizendo que soube que (uma palavra ilegível) estava realizando reuniões de AA
em São Paulo e que queria conhecer as reuniões. Convidei-o a assistir uma, e foi assim que vim
conhecer o incansável companheiro Mello que, a partir desse momento, passou a fazer suas famosas
abordagens não só par a Associação Antialcoólica, à qual continuou afiliado por aproximadamente
dois anos mais, mas para Alcoólicos Anônimos também.
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Agradeço a oportunidade de esclarecer estes fatos e desejo a todos uma bela festa. Com um abração
(uma palavra ilegível) para vocês dois. <= Fim da transcrição.
Resenhas Biográficas dos cofundadores de A.A. em São
Paulo Donald Minshall Lazo nasceu em Nova Jersey, EUA, em 22 de julho de 1928, membro de
uma tradicional e rica família, formou-se em Sociologia pela universidade de Yale e em Engenharia
Industrial pelo Massachusetts Institute of Tecnology (MIT) em 1955. Duas vezes divorciado, viajou
por vários países das Américas até aportar no Brasil onde teve duas internações por alcoolismo.
Além de cofundar o primeiro Grupo de A.A. em São Paulo, foi um dos introdutores do modelo
Minessota para o tratamento do alcoolismo e a dependência química. Fundou a Clinica “Reindal”
Casado com Sonia Maria, com quem teve duas filhas, foi ela que deu continuidade ao
empreendimento depois de sua separação em 1999. Mudou o nome para “Bethany”; localiza-se em
Santo Amaro na zona Sul da cidade de São Paulo.
Sonia Mª foi a Introdutora dos Grupos Familiares de Al–Anon no Brasil, e representou-os na
Convenção Internacional de Denver, EUA, em 1975. Iniciou também os Grupos de Neuróticos
Anônimos (N/A), dos Toxicômanos Anônimos (TA) – hoje Narcóticos Anônimos (NA), Nar-Anon,
além de outras coirmandades.
De volta aos EUA, Donald morreu em Brighton, Michigan, em 22 de dezembro de 2001.
Cremados seus restos, metade das cinzas foi espalhada nas águas do lago Erle, que divide EUA e
Canadá, e a outra metade depositada no cemitério Parque dos Colibris, em São Paulo, SP.
Dorothy Elizabeth Nowill. O patriarca da família, Hubert Jessop Nowill e sua esposa Marie
Martha Nowill vieram para o Brasil em 1914 provenientes da Cidade de Sheffield, no condado de
South Yorkshire, norte da Inglaterra. Ele veio como vice-presidente da companhia canadense Light
and Power Company.
O casal teve três filhos: Alexander (falecido em 2013) - nasceu no Rio de Janeiro, Dorothy
Elizabeth – nasceu em Belém do Pará no dia 13 de julho de 1914, e Hubert, que nasceu em
Pernambuco. Todos estudaram em bons colégios. Em função do trabalho de Hubert, a família viajava
muito e costumava ir duas vezes por ano ao País de Gales. O patriarca Hubert morreu jovem.
Dorothy estudou no Colégio Sion, no Cosme Velho – Rio de Janeiro e precisou deixar o colégio após
a morte do pai. Formou-se em Administração e logo após sua formatura fundou uma Agencia de
Empregos nessa cidade, a ACES e, com o passar do tempo, instalou uma filial na cidade de São
Paulo. Casou-se e divorciou-se duas vezes: primeiro com um sueco e depois com um português;
posteriormente teve outros relacionamentos, mas não teve filhos.
Ela começou a beber na adolescência e logo se tornou dependente do álcool o que causava
muitas desavenças e dissabores entre ela e a mãe e os irmãos, principalmente com Alexander, a quem
era muito chegada, marido de Dorina de Gouvêia Nowill (1919-2010), criadora da Fundação
Dorina Nowill para Cegos; Dorina e Dorothy, além de cunhadas vieram se tornar grandes amigas e
em seu livro “... E Eu Venci Assim Mesmo” - Editora Totalidade, 1996, 290 páginas, dedica um
capítulo a Alcoólicos Anônimos onde trata a Irmandade com muito carinho e gratidão pelo que fez,
não somente por Dorothy, mas pelas pessoas envolvidas na malha do alcoolismo e que venham
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procurá-la e deixa uma mensagem de respeito pela Irmandade a seus netos e a todas as pessoas que
lerem seu livro.
Dorothy ingressou no Grupo IV Centenário de A.A., no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro,
em 27 de novembro de 1962. Fumante inveterada morreu naquela Cidade em 06/01/1990, em
decorrência de enfisema pulmonar.
Transcrição das primeiras literaturas de A.A. no Brasil
Muito importante: A literatura transcrita abaixo (o Livro Branco e A Tradição de A.A.)
não faz parte da “Literatura Aprovada pela Conferência de A.A. no Brasil”, até porque, à
época de sua publicação ainda não existia a Conferência nem na estrutura sênior (a
primeira Conferência experimental foi em 1951, em Nova York e a Constitucional efetiva em
1955, em Saint Louis, Missouri), nem na estrutura de A.A. do Brasil (a primeira Conferência
foi instalada em 1977). Entretanto, foram esses textos que apresentaram a filosofia, os
princípios e o programa de A.A. aos alcoólicos do Brasil entrando pelo Rio de Janeiro em
1947 e os mesmos que havia quando da formação do Grupo Sapiens em São Paulo, em abril
de 1965.
Quanto ao livreto “Alcoolismo – A Doença que todos escondem”, foi uma publicação da
CENSAA-SP e as ISAAs de Campinas, Santos e Sorocaba, durante os anos de 1980, sob a
prerrogativa da autonomia dos órgão de serviço para a criação de matérias de interesse de
seus associados (os Grupos de A.A. registrados nos seus Estatutos).
O registro desses materiais nesta apostila atende unicamente ao propósito de trazer ao
conhecimento dos membros de A.A., em 2015, os textos que, embora não sejam mais
publicados e os exemplares existentes sejam raríssimos, foram úteis a todos aqueles que
ajudaram a você e a mim a conhecer e aceder ao programa de recuperação de A.A. e ficar
na Irmandade.
Texto do “Livro Branco” (vem da página 15)
Transcrição integral ipsis litteris (tal como escrito – exceto a acentuação) do “Livro
Branco”, a primeira literatura de A.A. produzida no Brasil, datada em 1948.
(Início da transcrição)
QUE É ALCOÓLICOS ANÔNIMOS?
Em grupos e às vezes a sós, os “A.A.” almejam ajudar seus colegas ébrios inveterados a recobrar a
saúde. Não somos reformadores de almas ou de hábitos, e por isso só oferecemos nosso auxilio e
experiência àqueles que os queiram. Não há contribuições, “Alcoólicos Anônimos” é uma obra de
altruísmo. Cada “A.A.” salda a sua dívida de gratidão auxiliando outros alcoólicos a se refazerem.
Deste modo mantém ele sua própria sobriedade.
O primeiro agremiado se refez em 1934, e desde este ano até hoje a “A.A.” se tem
desenvolvido rapidamente, passando da América do Norte para a América do Sul e para a Europa.
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Acreditamos que, pelo menos, dois terços de nós, que não retrogradamos, a despeito de termos sido
dado como incuráveis, estabelecemos os alicerces para uma sobriedade permanente.
A nossa luta para tirar outros das garras do alcoolismo é baseada (a) em nossa própria
experiência como alcoólicos, (b) no que nos ensinaram a medicina e a psiquiatria, e (c) nos
princípios espirituais comuns a todos os credos. Arregimentando todos estes recursos, conseguimos
aumentar de muito o número de refeitos entre os alcoólicos que de fato querem parar de beber.
Consideramos o alcoolismo como uma doença esmagadora, física, mental e espiritual. É uma
obsessão mental conjugada a uma “alergia” física. Como se ver livre da obsessão que o compele a
beber contra sua própria vontade? – eis o problema de todo alcoólico. Há somente uma exigência
para o ingresso na agremiação “A.A.” – A VONTADE SINCERA DE PARAR DE BEBER!
Para nós da “A.A.”, o ponto de vista religioso, se existe, é assunto privado de cada qual. Se
bem que existem entre nós todos os padrões político-sociais, não nos colocamos englobadamente
com este ou aquele partido em questões e controvérsias. Não impomos nenhum ponto de vista a
quem quer que seja. Nosso único objetivo é MOSTRAR AO ALCOÓLICO ENFERMO, QUE QUER
REERGUER-SE, COMO PODE CONSEGUIR SEU “DESIDERATUM” (N.T.: Aquilo que é objeto
de desejo; aspiração ou desiderato) À LUZ DO NOSSO SUCESSO. Dezenas de milhares de
desesperados, tanto homens como mulheres, que foram apresentados a “A.A.”, podem agora viver
em paz consigo mesmo e com aqueles com quem estão em contato.
SOU ALCOÓLICO?
Esta é a pergunta tétrica, mas real que cada indivíduo com tendências para beber
descontroladamente faz a si mesmo. Que significa “beber descontroladamente”? Ora, suponhamos,
por exemplo, que tendes um encontro da máxima importância, antes do qual até um trago daria muito
má impressão. Resolveis não beber nada, mas por mais estranho que pareça, tomais somente
“unzinho”, porque achais, na última hora, que dele precisais! Segue-se o desastre! Mas isto não vos
serve de lição definitiva, e passado algum tempo, a “debacle” é repetida. Desta vez é muito pior. Em
vosso prejuízo e para consternação geral, ficais muito embriagado. Vamos presumir que continuais a
fazer a mesma coisa – tomando aquele primeiro “drink”, quando existem razões de sobra para não
toma-lo, ficando desastradamente bêbado quando tendes pleno conhecimento de que absolutamente
não deveis ficar. É evidente que estais bebendo a despeito de vossa própria vontade, em oposição
direta aos vossos melhores interesses. Algo aconteceu. Vós não podeis “TOMAR OU DEIXAR A
BEBIDA” – mesmo compreendendo muito bem que um traguinho é desastroso!
Agora vamos supor que vos embriagueis por estardes magoado, zangado ou preocupado. Ou
somente por estardes aborrecido. E que frequentemente ficais muito mais embriagado do que
planejáveis. “Nunca mais” – dizeis – no sentir os efeitos, no dia seguinte. Mas cedo esqueceis o
castigo e repetis o ato.
COMO AGE A “A.A.”?
São estes alguns dos sintomas do mau presságio, que separam o alcoólico dos seus colegas, os
bebedores controlados. As pessoas normais bebem por “farra” e podem parar ou moderar-se quando
seja necessário. Mas o alcoólico continua a beber, como que impelido por uma força interna estranha
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que o domina. Os agremiados de “Alcoólicos Anônimos” sabem que tal falta de controle e a
misteriosa falta de força de vontade neste particular, são o prelúdio de uma obsessão alcoólica fatal.
Quase todos nós lutamos desesperadamente, quando nos sentimos muito descontrolados, mas
não podemos parar de beber. Cheios de ilusão de que podíamos beber como faziam os nossos
amigos, procuramos reiteradamente “TOMAR OU DEIXAR”, mas não conseguimos nem uma nem
outra coisa! Sempre adveio a recaída para uma fase de embriaguez consecutiva e infeliz. Nossas
famílias, nossos amigos e nossos empregadores levantaram as mãos, impotentemente, magoados e
consternados!
Querendo, acima de tudo, parar de beber, fugir ao tirano que nos aniquilava – compreendendo
que toda razão dada para justificar a bebida era somente uma desculpa maluca – nós também
estávamos desnorteados. Alguns de nós nos submetemos a tratamentos especiais, outros foram
hospitalizados ou internados em sanatórios. Na maioria dos casos, porém, a cura foi somente
temporária. Estudamos as nossas personalidades alcoólicas, procurando as causas básicas de nossas
estranhas obsessões. Julgávamo-nos convencidos de que conhecíamos as razões que nos obrigavam a
beber e ainda assim não conseguíamos deixar de beber. Esta havia ultrapassado de muito a fase de
hábito ou de paliativo para os aborrecimentos, e nós tínhamos ingressado naquele estranho mundo
chamado “Alcoolismo”, onde durante séculos os homens se têm destruído contra sua própria
vontade. Estávamos desesperadamente doentes, física, emotiva e espiritualmente! Alguns
apreciadores de bebida dirão – “Eu não sou alcoólico, porque, se bem que beba em demasia, e esteja
um tanto trémulo na manhã seguinte, não tomo o „traguinho‟ matinal, não perdi minha esposa nem o
emprego. Nunca fui hospitalizado ou internado por causa de bebida”. Sem dúvida, podem estar
certos, e folgamos que assim seja, mas todos nós na “A.A.” podemos agora compreender claramente
que já estávamos descontrolados muitos meses, e mesmo anos, antes de o admitirmos para conosco
mesmo. Esperamos, pois, sinceramente que verificareis cuidadosa e serenamente o vosso controle
sobre o álcool. Sabemos que isto não é tão fácil como parece, pois, por experiência própria,
conhecemos a pouca vontade que um alcoólico potencial tem de enfrentar o fato de que talvez nunca
mais possa beber. No entanto, nós na “A.A.” nos sentimos muito felizes em notar que tantos
apreciadores da bebida estão bem cedo reconhecendo em si os primeiros sintomas que são, quase
sempre, o prelúdio do Alcoolismo. Entram para “A.A.” e compreendem que escaparam de passar
muitos anos de misérias incontáveis, tão bem conhecidas da maioria dos “A.A.”!
Tanto a religião como a psiquiatria contém princípios essenciais para a reabilitação do
alcoólico. Na maioria dos casos, porém, o alcoólico não permite nem à religião nem à medicina
construir aquela sólida ponte de compreensão e confiança mútua que um alcoólico, conversando com
outro, baseado na experiência comum aos dois, pode, muitas vezes, estabelecer. Esta ponte é o meio
eficiente para a transmissão dos princípios recomendados pela medicina e pela religião, os quais, do
ponto de vista da “A.A.”, parecem estar surpreendentemente de acordo. Na “A.A.” o homem
regenerado pode, se quiser, seguir tanto uma como outra. Nós damos valor aos do ponto de vista
espiritual simplesmente porque a nossa experiência na “A.A.”, em toda parte, é que não nos
conseguimos recuperar sem a ajuda de um poder mais forte do que o nosso. Este muito procurado
auxilio de uma força superior nos chega por meio da “Alcoólicos Anônimos”, onde cada homem
regenerado, não importa quão baixo haja descido, cedo pode trazer a esperança e a felicidade para
outros alcoólicos que já tenham desesperado de as encontrar.
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Por isso todo alcoólico deverá ser francamente informado quão pequena possibilidade tem de
se recuperar sozinho. A ilusão de que poderá algum dia vir a beber normalmente, deverá ser
terminantemente destruída. Como aquele que sofre de câncer, ele terá que se apoiar somente naquilo
que lhe trará salvação. ASSIM EXISTEM HOJE NO MUNDO MAIS DE 58.000 EX-BÊBADOS
INVETERADOS, QUE FORAM RECONDUZIDOS À SAÚDE E À FELICIDADE, POR MEIO DE
DOZE PASSOS QUE CONSTITUEM O PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO SUGERIDOS PELA
“ALCOÓLICOS ANÔNIMOS”.
“OS DOZE PASSOS”
São estes os passos que demos e que são sugeridos como um PROGRAMA DE REERGUIMENTO:
1) Reconhecemos sermos impotentes contra o Álcool – e que não podíamos mais conduzir
nossas vidas.
2) Chegamos á conclusão de que um poder mais forte do que nós poderia restaurar nossa
sanidade metal.
3) Tomamos a decisão de entregar nossa vontade e a nossa vida aos cuidados de DEUS,
como cada um de nós o concebia.
4) Fizemos um inventário moral minucioso e desassombrado de nós mesmos.
5) Reconhecemos perante DEUS, perante nós e perante uma terceira pessoa a natureza
exata de nossos erros.
6) Estávamos inteiramente prontos a permitir que DEUS removesse estes defeitos de caráter.
7) Rogamos humildemente a DEUS para remover nossas falhas.
8) Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem causamos mal, e nos prontificamos a
fazer tudo para retificarmos o mal feito a todos.
9) Retificamos imediatamente o mal feito a tais pessoas, quando isto era possível,
excetuando somente os casos em que isto causaria transtornos a nós mesmos ou a
terceiros.
10) Mantivemos o regime de tomada de um inventário pessoal, e quando verificávamos estar
errados reconhecíamos imediatamente a nossa culpa.
11) Procuramos por intermédio de orações e de meditação melhorar o contato com DEUS,
como cada um o concebia, rogando somente conhecimento de SUA vontade para
conosco, e de força bastante para cumprir esta vontade.
12) Tendo passado por uma experiência espiritual em resultado do cumprimento destes
PASSOS, procuramos transmitir estes preceitos a outros alcoólicos, e praticá-los em
todos nossos atos.
Após a leitura dos DOZE PASSOS acima, muitos de nós dissemos – “Quanta coisa! Nunca
poderei cumprir tantas clausulas!”. Não desespera! Nenhum de nós aderiu estritamente a estes
princípios. Não somos Santos! O importante é querermos progredir espiritualmente. O programa dos
Doze Passos é uma diretriz para o progresso.
Procuramos difundir a ideia do Progresso Espiritual em vez da Perfeição Espiritual! Alguns
leitores têm a impressão de que a mudança de personalidade, ou experiência espiritual (ou que outro
nome se lhe dê) toma a forma de uma revolução repentina e espetacular. Devemos dizer, no entanto,
que maioria de nós, esta experiência espiritual foi o que o psicólogo William James chama de
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natureza “educativa”, devido a se ter desenvolvido lentamente durante um período variável de
tempo. O homem regenerado gradativamente compreende que se operou uma profunda alteração na
sua compreensão da vida e que é pouco provável tal alteração pudesse ser conseguida por ele
sozinho.
Com muito poucas exceções, nossos agremiados descobrem que encontraram um recurso
interno cuja existência ignoravam, o qual em tempo, identificam com a sua própria concepção de um
PODER muito mais forte do que eles próprios. Desejamos asseverar categoricamente que todo
alcoólico capaz de honestamente enfrentar os seus problemas à luz de nossa experiência, poderá
recuperar-se, uma vez que não negue guarida em sua mente às concepções espirituais. Somente será
derrotado se assumir uma postura de intolerância ou de negação.
Temos sempre constatado que a parte espiritual do programa rarissimamente apresenta
dificuldade para quem quer que seja. A BOA VONTADE, A HONESTIDADE E UMA
MENTALIDADE SEM PREVENÇÕES, são essenciais para a recuperação. E são os únicos predicados
indispensáveis. Estes e, DESDE O INÍCIO, A VONTADE HONESTA DO ALCOÓLICO QUERER
PARAR DE BEBER.
AOS AMIGOS DOS ALCOÓLICOS
O alcoólico traz, invariavelmente, sofrimento para muitas outra pessoas que o cercam. A seus Pais, a
sua Esposa (ou a seu Esposo, porque tudo que dizemos se aplica a um como a outro sexo), a sua
Família, a seus Empregadores ou Empregados, e a seus Amigos.
Ora, nós em “A.A.” nos certificamos plenamente, em resultado de nossa própria experiência,
assim como da experiência dos 58.000 alcoólicos recuperados que atualmente constituem a família
“A.A.” que o alcoolismo é uma doença esmagadora, física, mental e emocional. Uma vez que este
ponto muito importante nos foi esclarecido, compreendemos a razão porque a nossa vontade própria,
quase sempre forte quando enfrentamos outras situações que reclamam decisões e atitudes firmes de
nossa parte, torna-se completamente ineficaz perante o alcoolismo. Não conhecemos caso algum de
um canceroso, um tuberculoso ou um diabético se curar somente com a repetição para si, ou ouvir da
boca daqueles que o cercam, frases como: “Onde esta sua força de vontade?” – “Seja forte e você se
curará!” – “Não vê que sofrimento a sua fraqueza está causando em torno de si?” – “Lute contra
esta maldita praga, para seu próprio bem e para a paz de espirito daqueles que lhe são caros” –
“Você que é tão prendado, tem oportunidades excelentes e um futuro brilhante vai desprezar tudo
isso por falta de vontade de lutar contra este mal?”. E assim as demais frases e “clichés” que o
alcoólico sabe de cor!
Ninguém mais do que o alcoólico compreende como a sua atitude vacilante e fraca é
desprezível, egoísta e auto aniquilante. As tremendas lutas que são travadas em seu íntimo são tão
exaustivas quanto ineficazes para livrá-lo da doença do alcoolismo! Tendo plena consciência do mal
que está fazendo a si próprio como a infelicidade que está causando a todos que lhe são mais caros e
mais íntimos, ainda assim nada consegue fazer de positivo para seguir o caminho e os conselhos
teoricamente acertados que lhe são apontados.
A constante consciência de sua fraqueza, e da situação de inferioridade em que a mesma o
coloca perante a Sociedade, dia adia mais o desmoraliza, tornando-o mais e mais introspectivo,
ressentido e irritável. E, por cúmulo da ironia, estes sentimentos explodem justamente contra aqueles
que mais o procuram ajudar, quando estes, nunca tendo sentido o terrível flagelo que é o alcoolismo,
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mas só tendo em mente a salvação do ente amigo ou querido que se desgraça perante os seus olhos,
usam das frases e atitudes que acima chamamos de “clichés”!
Assim sendo, sugerimos aos Pais, à Esposa (ou Esposo), à Família, aos Empregadores ou
Empregados e aos Amigos, que têm entre si uma pessoa que mostra indicio de ser um alcoólico
inveterado, a leitura deste panfleto, pois baseados em nossa própria experiência, estamos certos de
que dentro de suas páginas se encontra o verdadeiro caminho para a regeneração da infeliz pessoa
atacada pelo terrível flagelo conhecido por ALCOOLISMO!
E, aos Pais, à Esposa (ou Esposo), à Família, aos Empregadores ou Empregados e aos
Amigos, aconselhamos muita paciência e muita fé. Procurem não criticar nem diminuir, e sim por
meio de conversas construtivas e cheias de otimismo honesto e amizade real, levantar o moral do
paciente. Mostre-lhe por todos os meios ao seu alcance, que não está falando a ele de cima de um
pedestal de probidade. Dê-lhe todo o apoio moral, espiritual e material possível. Sua recompensa,
quando o alcoólico se regenerar, transcenderá todos os esforços e sacrifícios feitos durante o período
de regeneração.
QUE DEUS NOS CONCEDA A SERENIDADE
NECESSÁRIA PARA ACEITAR AS COISAS
QUE NÃO PODEMOS MODIFICAR,
CORAGEM PARA MODIFICAR AQUELAS
QUE PUDERMOS E SABEDORIA BASTANTE
PARA DISTINGUIR ENTRE AQUELA E ESTAS.
SOU UM ALCOÓLICO?
Ninguém na „A.A.‟ tentará dizer-lhe se você é ou não alcoólico. Aqui está parte de um teste sobre
alcoolismo usado pelo hospital Johns Hopkins. A título de verificação responda a estas perguntas e
seja seu próprio juiz:
1) Falta ao serviço devido à bebida ou seus efeitos?
2) Necessita de um „trago‟ na manhã seguinte?
3) Sua vida no lar está se tornando infeliz devido à bebida?
4) Sua reputação está sendo afetada pela bebida?
5) Sua iniciativa e sua ambição têm diminuído em consequência da bebida?
6) Procura companheiros de ambiente inferior ao seu para beber?
7) Sua saúde está sendo abalada pela bebida?
8) A bebida está afetando sua paz de espírito?
9) Está a bebida atrapalhando seu trabalho ou seus negócios?
10) Suas finanças estão embaraçadas por causa da bebida?
11) Procura a bebida para esquecer seus aborrecimentos e desgostos?
12) Tem um desejo imperioso de beber em determinadas horas do dia?
13) Tem lhe acontecido perder completamente a memória do que se passou durante a
embriaguez?
14) Sente remorsos após uma „bebedeira‟?
15) Já sentiu alguma vez a necessidade de discutir estas questões com um médico, um padre
ou outra pessoa amiga?
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Na contracapa lê-se: A finalidade deste panfleto é mostrar como milhares de nós, que
éramos alcoólicos sem esperança, saramos desta doença. Encontramos
um modo de viver que não nos obriga mais a beber. A “Alcoólicos
Anônimos” é a grande realidade que destruiu a nossa obsessão.
(Fim da Transcrição)
Texto de “A Tradição de A.A.” (vem da página 15)
Transcrição ipsis litteris (tal como escrito - exceto a acentuação) do livreto “A
Tradição de A.A.”, a segunda literatura de A.A.
produzida no Brasil, entre 1948-1949
(Início da transcrição)
Verso da capa:
A "Alcoólicos Anônimos" não tem opinião sobre assunto controverso, nem está contra quem quer que
seja. A "Alcoólicos Anônimos" só tem uma finalidade: Ajudar o doente de alcoolismo a sarar, se ele
quiser.
Página 2:
A finalidade deste panfleto é mostrar como milhares de nós, que éramos alcoólicos, sem esperança,
saramos dessa doença. Encontramos um meio de viver que não nos obriga mais a beber. A
"Alcoólicos Anônimos" é a grande realidade que destruiu nossa obsessão.
PREFÁCIO Qual a melhor maneira de nós, os Alcoólicos
Anônimos, preservarmos nossa unidade? Este é o
objetivo destas tradições.
A unidade é tão vital para nós os A.A., que
não podemos nos expor a atitudes e atos que
,algumas vezes, corromperam outras formas de
sociedades humana. Nós, ao contrário, temos sido
bem sucedidos, porque temos sido diferentes. Oxalá
continuemos assim.
Contudo, a unidade dos A.A. não pode
preservar-se a si própria. Com a recuperação
pessoal, teremos, sempre, que trabalhar para mantê-
la. Aqui, também, necessitamos de honestidade, humildade, franqueza, desinteresse e, acima de tudo
- vigilância. Gostaríamos que cada A.A. se certificasse das suas tendências, que poderiam vir a nos
comprometer como um todo, caso ele tenha ciência dos defeitos pessoais que ameaçam sua
sobrevivência e sua paz de espírito. Naturalmente, não pretendemos que cada A.A. torne-se um
"examinador alarmado para o bem do movimento", ou que nos lancemos à obtenção de uma
confissão dos pecados do nosso irmão A.A.
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Porém, cada um de nós pode sondar sua consciência, para ver se ele está fazendo algo que
possa prejudicar nossa solidariedade essencial. Se cada um de nós procedermos honestamente, a
consciência coletiva do nosso movimento será verdadeira.
Os "12 Pontos da Tradição dos A.A", aqui reproduzidos, são a nossa primeira tentativa para
firmar os princípios são da conduta do grupo e das relações públicas.
Muitos dos A.A. já sentem que estas “12 tradições são o suficiente para se tornarem o guia
básico e a proteção para os A.A.; que devemos aplica-las tão seriamente à nossa vida em comum,
como o fazemos a nós, individualmente, com as 12 Etapas de Recuperação”.
Enquanto isto será aconselhável que cada A.A., como um subsídio ao seu próprio
pensamento, leia estes fragmentos, dando especial atenção aos trechos sobre anonimato (revisados
recentemente), conduta pessoal, o uso do dinheiro entre os A.A. e nossas relações denominadas
“empreendimentos exteriores”, porque, no momento, os problemas do nosso grupo se concentram,
na maior parte, nessas edições vitais.
TRADIÇÃO DOS “ALCOÓLICOS ANÔNIMOS”
DOZE PONTOS PARA ASSEGURAR NOSSO FUTURO Ninguém inventou os A.A. Desenvolveram-se espontaneamente. Sofrimentos e erros geraram uma
vasta experiência. Pouco a pouco, fomos adotando as lições dessa experiência: a princípio como
norma, depois como tradição. Este processo continua e esperamos que nunca pare.
Poderíamos enganar-nos com regras insignificantes e proibições; poderíamos pensar ter dito a
última palavra. Poderíamos, mesmo, exigir a aceitação, pelos alcoólicos, das nossas ideias severas
ou, então, que permanecessem afastados de nós. Que jamais retardemos o processo desta maneira!
Até aqui as lições de nossa experiência são de grande valia. Tivemos anos de grande contato
com o problema de viver e trabalhar em conjunto. Se conseguirmos ser bem sucedidos nessa
aventura – e assim nos conservarmos – então, e só então, nosso futuro estará garantido.
Desde que a calamidade pessoal não mais nos prende à escravidão, nosso objetivo principal é
o futuro dos A.A.
Sabemos que os A.A. devem continuar a viver. Senão, salvo algumas exceções, nós e nosso
irmão alcoólico, através do mundo, recomeçaremos a jornada, sem esperança, para o esquecimento.
Terrivelmente relevante é o problema de nossa estrutura básica e nossa atitude para com
aqueles que sempre levantam questões sobre direção, fundos e autoridade. O futuro pode muito bem
depender de como encaramos e agimos em face dos pontos de vista opostos, e de como
considerarmos nossas relações públicas.
Agora surge o ponto crucial de nossa discussão. Ei-lo: Será que já adquirimos experiência
suficiente para estabelecer normas firmes sobre estes, que são os nossos interesses principais?
Podemos, agora, firmar os princípios gerais que se tornarão tradições vitais, tradições estas
arraigadas no coração de cada A.A., por profunda convicção própria e pela aquiescência comum dos
seus companheiros?
Em face da persistência de velhos amigos dos A.A. e certos de que um acordo e uma
aquiescência, entre os nossos membros, tornou-se agora possível, tentarei expressar, com palavras,
estas sugestões para uma “Tradição de Relações dos Alcoólicos Anônimos” - Doze Pontos para
Assegurar nosso Futuro.
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Nossa experiência nos ensinou que:
1) Cada membro dos A.A. é apenas uma partícula de um grande todo. Os A.A. devem
continuar a existir ou, então, a maior parte de nós perecerá. Por isso, nosso bem-estar
vem em primeiro lugar e o bem-estar individual, em seguida.
2) Para a finalidade do nosso grupo há somente uma autoridade fundamental – um Deus
benigno como a Ele nos referimos no nosso Grupo.
3) Nossa sociedade deve abranger todas as vitimas do alcoolismo. Assim, não podemos
recusar ninguém que queira recuperar-se.
Não deve a sociedade, jamais, depender de dinheiro para sua harmonia. Dois ou três
alcoólicos reunidos visando à recuperação denominam-se um grupo de A.A.,
conquanto que, como um grupo, não tem eles nenhuma outra relação.
4) Com relação aos seus próprios negócios, cada grupo A.A. subordina-se à sua
consciência. Porém, quando os planos do grupo afetam o bem-estar de grupos
vizinhos, esses devem ser consultados. E nenhum grupo, comitê regional ou
individual deve, jamais, tomar qualquer iniciativa que possa afetar, em grande parte os
A.A., sem conferenciar com os Conselhos Fiscais da Fundação Alcoólica. Em tais
decisões o nosso bem-estar comum é preponderante.
5) Cada grupo de A.A. deve ser uma entidade espiritual, tendo apenas uma finalidade – a
de levar a sua mensagem ao alcoólico que ainda sofre.
6) Problemas de dinheiro, propriedade e autoridade podem, facilmente, desviar-nos do
nosso objetivo espiritual fundamental. Pensamos, portanto, que qualquer propriedade
de uso genuíno dos A.A. deve ser incorporada e dirigida livremente separando, deste
modo, o material do espiritual. Um grupo A.A., como tal, não deve, nunca, imiscuir-
se em negócios. Auxílios secundários para os A.A., assim como clubes ou hospitais,
que exigem propriedade ou administração devem ser incorporados e postos à parte, a
fim de possam ser, livremente rejeitados pelos grupos. Assim, tais facilidades não
devem utilizar o nome dos A.A. sua administração deve caber unicamente às pessoas
que os mantém financeiramente. Para Clubes, prefere-se aqueles que dirigem os A.A.
Porém, hospitais, como também outros lugares destinados à recuperação, devem estar
fora do alcance dos A.A. e sob supervisão médica. Conquanto um grupo dos A;.A.
possa cooperar com quem quer que seja, tal cooperação nunca deve ir ao ponto de
incorporação ou endosso, atual ou futuro. Um grupo de A.A. não deve ligar-se a
ninguém.
7) Os Grupos A.A. devem ser mantidos, inteiramente, pelas contribuições de seus
próprios membros. Achamos que cada grupo deve atingir, com a maior rapidez, este
ideal: que qualquer pedido de fundos públicos, usando o nome dos A.A., é altamente
perigoso, quer seja pelos Grupos, Clubes, Hospitais ou outras Agências externas; que
a aceitação de grandes donativos de qualquer origem ou de contribuições que
envolvam qualquer obrigação, não é aconselhável. Também, observamos com grande
interesse o erário dos A.A. que existe em caixa, além das reservas para acumular
fundos, para finalidades não declaradas. A experiência, muitas vezes, nos tornou
patente que nada pode destruir, tão facilmente, a nossa herança espiritual, como as
disputas sobre dinheiro, propriedade e autoridade.
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8) Os A.A. devem permanecer, para sempre, não profissionais. Definimos
profissionalismo como a ocupação de aconselhar os alcoólicos por dinheiro. Porém,
podemos empregar alcoólicos que possam executar os serviços, para os quais
geralmente, teríamos que empregar não alcoólicos. Tais serviços especiais podem ser
bem recompensados. Entretanto, o trabalho da “12ª Etapa” não deve, jamais ser pago.
9) Cada Grupo A.A. necessita um mínimo de organização possível. A mudança
constante da administração é aconselhável. O pequeno grupo pode escolher seu
Secretário, o grande grupo, seu Comitê de Revezamento e os grupos de uma grande
metrópole seu Comitê Central. Eles são os guardas da nossa Tradição A.A. e os
recebedores das contribuições voluntárias dos A.A., por meio das quais mantemos o
Escritório Central dos A.A. em New York. Eles são autorizados, pelos grupos, a
dirigir as nossas relações públicas e garantem a integridade do nosso principal jornal
“The A.A. Grapevine”. Todos estes representantes devem ser orientados no espírito
do serviço, porque os verdadeiros líderes dos A.A. são servidores experimentados e de
confiança. Dos seus títulos não emana autoridade real; eles não governam. O respeito
universal é a chave do seu sucesso.
10) Nenhum grupo ou membro A.A. deverá jamais (para não comprometer os A.A.)
expressar qualquer opinião, em discussões externas, particularmente sobre política,
reforma alcoólica ou religião. Os grupos dos A.A. não se opõem a ninguém. Sobre tais
assuntos eles não podem expressar quaisquer pontos de vista.
11) Nossas relações com o público em geral devem ser caracterizadas pelo anonimato.
Achamos que os A.A. devem evitar propaganda sensacionalista. Nossos nomes e
retratos, como membros dos A.A. não devem ser irradiados, filmados ou impressos
publicamente. Nossas relações públicas devem ser dirigidas de preferência pelo
princípio de atração e não de promoção. Não é necessário, jamais, glorificar-nos.
Preferimos que nossos amigos nos recomendem.
12) E, finalmente, nós, os A.A., acreditamos que o princípio do Anonimato tem uma
grande significação espiritual. Ele nos lembra que devemos colocar os princípios
acima das personalidades; que devemos, de fato, praticar uma verdadeira humildade.
Isto para que nossos grandes benefícios não nos desvirtuem jamais; que nós vivamos,
para sempre, uma contemplação agradecida a Ele que guia a todos nós.
Conquanto estes princípios tenham sido expostos numa linguagem positiva, eles são apenas
sugestões para o nosso futuro. Nós, os A.A., nunca respondemos entusiasticamente a qualquer
suposição de autoridade pessoal. Talvez seja bom, para os A.A., que isto seja real. Assim, ofereço
estes princípios, não como uma máxima, nem tampouco como uma crenças de qualquer espécie, mas
como uma primeira tentativa de ilustrar o Ideal deste grupo, para o qual fomos levados por uma
Força Superior, e onde permanecemos durante este quinze anos.
BILL
QUEM É UM MEMBRO DOS A.A.?
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A primeira edição do livro “Alcoólicos Anônimos” faz esta pequena asserção sobre o membro: “A
única exigência feita a um membro é um desejo honesto de parar de beber. Nós não somos aliados a
qualquer crença ou seita, como também a nenhuma nos opomos. Unicamente queremos ajudar
àqueles que estão aflitos”. Isto expressava nosso sentir em 1939, ano em que o primeiro livro foi
publicado.
Desde aquele dia todas as espécies de experimentos foram tentadas com os membros. O
número de regras para orientar os sócios, feito por diversos grupos (a maioria das quais quebradas) é
inumerável.
Uma pequena reflexão sobre estas regras conduziu-nos a uma conclusão surpreendente. Se
todas estas citações tivessem entrado em vigor, em toda a parte, simultaneamente, teria sido
praticamente impossível, a qualquer alcoólico, juntar-se aos A.A. Cerca de nove d´cimos de nossos
mais antigos e melhores membros, nunca poderiam ter-se juntado a nós.
Em alguns casos teríamos desistido em face das exigências feitas.
Uma vez ou outra, a maioria dos grupos A.A. continuam a ditar regras. Naturalmente, quando
um grupo começa a desenvolver-se rapidamente, principia a enfrentar problemas difíceis.
Neste ponto o grupo penetra na fase das regras e regulamentos.
A maioria das tentativas “de imposição” geram tais dissenções e intolerâncias no grupo que
isto, é, sabe-se hoje, ser pior para a existência do grupo do que qualquer outra coisa.
Assim, alguns de nós, ainda têm receio do que qualquer novo membro venha a fazer, e
prejudicar a reputação dos A.A. Os que caem em falta, os que pedem auxílios, os que fazem
escândalos, os que se rebelam contra o programa, os que negociam com a reputação dos A.A., todas
essas pessoas, raramente, podem prejudicar um grupo de A.A. por muito tempo. Alguns destes
tornaram-se nossos mais respeitados e queridos amigos. Alguns permaneceram abusando de nossa
paciência, sem nos causar dano. Outros nos abandonaram. Não os encaramos como ameaças, mas
como ensinamentos. Eles nos obrigam a cultivar a paciência, a tolerância e a humildade. Finalmente,
vemos que estas criaturas são apenas mais doentes do que o resto de nós, e nós que os condenamos
somos os fariseus, cuja falsa justiça impõe ao nosso grupo o mais profundo dano espiritual.
Que aconteceria se os A.A. não os tivessem escolhido? Onde estariam eles agora?
Isto é porque todos nós julgamos nossos membros menos e menos. Se o álcool for um
problema incontrolável para ele, e se ele desejar fazer algo contra, isto nos basta. Não nos interessa
se o caso dele é grave ou não, se sua moral é boa ou má, se ele tem outras complicações ou não.
Nossa porta está sempre aberta e se ele a atravessar e começar a fazer algo contra suas preocupações,
será considerado um membro de A.A. Ele nada assina, com nada concorda, nada promete. Ele só se
une a nós se quiser. Hoje em dia, na maior parte dos grupos, ele nem sequer precisa admitir ser
alcoólico. Ele pode juntar-se aos A.A., baseado na suspeita de que pode ser um, de que já pode
revelar os sintomas fatais de nosso mal.
Se um membro insistir em assistir às reuniões bêbado, ele pode ser conduzido para fora,
levado por alguém. Porém, na maior parte dos grupos, ele pode voltar no dia seguinte, caso esteja
bom. Mesmo que ele possa ser expulso de um clube, ninguém pensará em expulsá-lo de A.A. Ele
será membro dos A.A., enquanto ele disser que o é.
Não desejamos privar ninguém do ensejo de abandonar o álcool. Desejamos ser tão Justos
quanto possível.
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N. T. - No rodapé desta página lê-se: Há somente uma exigência para o ingresso na
associação “A.A.” – A VONTADE SINCERA DE PARAR DE BEBER.
ANONIMATO – PRIMEIRA PARTE Nos anos futuros, o anonimato será, sem dúvida, uma parte da nossa tradição vital. Começamos a
perceber que a palavra “anônimo” tem, para nós, uma grande significação espiritual. De maneira
sutil, mas vigorosamente, lembramo-nos de que devemos colocar os princípios antes das
personalidades; que renunciamos à glorificação pessoal em público; que nosso movimento não
apenas prega, porém, pratica uma verdadeira humildade.
O anonimato é o alicerce de nossas relações públicas. Como esta ideia primitivamente originou-se e
subsequentemente se apoderou de nós, é uma etapa interessante da história dos A.A. Nos anos
anteriores à publicação do livro “Alcoólicos Anônimos” não tínhamos nome. Sem nome, sem forma,
nossos princípios essenciais de recuperação ainda sob discussão e provas, éramos, apenas, um grupo
de bêbados procurando o caminho que, esperávamos, ser o da Liberdade. Logo que nos certificamos
de estar no caminho certo decidimos publicar um livro em que poderíamos transmitir aos outros
alcoólicos as boas notícias. À proporção que o livro tomava forma, escrevíamos nele a essência da
nossa experiência. Era o produto de milhares de horas de discussões. Representava ele, de fato, a voz
coletiva, o coração e a consciência daqueles que abriram o caminho durante os quatro primeiros anos
de A.A.
O estudo e a votação, em reuniões, para os títulos, tornaram-se uma das nossas principais
atividades. Discussões e argumentos calorosos nos conduziram, por fim, à escolha de dois títulos.
Devemos chamar nosso novo livro “A Saída” ou “Alcoólicos Anônimos”? Esta era a questão final.
A última votação foi realizada pelos Grupos de New York e Akron. Por pequena maioria, o veredito
foi favorável ao título “A Saída”. Pouco antes da impressão alguém lembrou que poderiam existir
outros livros com esse nome. Um dos nossos mais antigos membros, (o prezado Fritz M., que
naquela época morava em Washington) percorreu a Biblioteca do Congresso, a fim de levar a cabo
uma investigação. Ele achou exatamente 12 livros com o mesmo nome “A Saída”. Quando esta
informação circulou, tivemos receio de ser a 13ª Saída. Assim, o nome “Alcoólicos Anônimos”
tornou-se o preferido. Deste modo achamos no nome para o livro que encerrava nossa experiência,
um nome para o nosso movimento, e, como veremos posteriormente, uma tradição da maior
importância espiritual. Os milagres realizam-se misteriosamente!
Desde a publicação do livro “Alcoólicos Anônimos”, em 1939, fundaram-se centenas de
grupos de A.A. Cada um deles fazia estas perguntas:
Até que ponto devemos ser anônimos?
Afinal, qual a vantagem do anonimato?
Ainda que não mais temamos o estigma do alcoolismo, encontramos pessoas que são
extremamente sensíveis quanto a suas relações conosco. Alguns entram com pseudônimos. Outros
nos pedem segredo profundo. Temos, também, indivíduos que proclamam o anonimato uma
infantilidade. Eles acham que sua obrigação é apontar os membros dos A.A. Eles frisam que os A.A.
possuem pessoas de renome, algumas de importância nacional. “Porque, perguntam-nos, não
devemos tirar proveito de seu prestígio pessoal, como o fazem outras organizações”?
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Entre estes extremos há um sem número de opiniões. Alguns grupos, especialmente os mais
novos, conduzem-se como sociedades secretas. Eles não desejam que suas atividades sejam
conhecidas, nem mesmo pelos amigos. Eles não admitem, nem mesmo a presença de pregadores,
médicos ou suas esposas às reuniões. Quanto a convites a jornalistas – nem se cogita! Outros grupos
são de opinião que suas comunidades devem saber tudo sobre os A.A. Ainda que não divulguem
nomes, aproveitam toda oportunidade para propalar as atividades de seu grupo. De quando em
quando, organizam reuniões públicas ou semi-públicas, onde os A.A. aparecem, à medida que são
chamados pelo nome. Médicos, sacerdotes e funcionários públicos são, com frequência, convidados
para falar nestas reuniões. De quando em quando, alguns A.A. abandonam por completo, o
anonimato. Seus nomes, retratos e atividades pessoais aparecem nos jornais. Como membros dos
A.A., muitas vezes, muitas vezes, apõem suas assinaturas em artigos que versam sobre sua
organização.
Assim, sendo quase evidente que a nossa maior parte acredita no anonimato, a prática dos
nossos princípios varia muito. E, de fato, devemos compreender que a segurança e a efetividade
futura dos A.A. pode depender de sua preservação.
A questão vital é: “Onde devemos estabelecer o ponto em que a personalidade termina e o
anonimato começa?”.
Aliás, alguns de nós são anônimos até o ponto onde vão os nossos contatos diários. Nessa
altura, abandonamos o anonimato porque pensamos que os nossos amigos e associados devem saber
algo sobre os A.A. e o que os mesmos fizeram por nós. Desejamos, também, perder o desejo de
admitir que somos alcoólicos. Ainda que solicitemos, com insistência, aos jornalistas, a não
divulgação das nossas identidades, falamos, frequentemente, diante de aglomerações semi-públicas,
usando nosso verdadeiro nome. Desejamos convencer os ouvintes de que o alcoolismo é um mal que
não devemos recear, discutir diante de quem seja. Se, contudo, formos além deste limite,
perderemos, prontamente, o princípio do anonimato para sempre. Se cada A.A. tivesse a liberdade de
publicar o seu próprio nome, retrato e história, seríamos, muito em breve, lançados numa vasta orgia
de publicidade pessoal. Não é aqui onde, pelo bem da tradição, devemos estabelecer o limite?
ANONIMATO – SEGUNDA PARTE O anonimato tem para nós, os A.A., uma vasta significação espiritual. Que o princípio seja
preservado como parte da nossa tradição vital.
Necessitamos, por isso, de uma perfeita tradição que seja reverenciada por todos os A.A.
1) Deve ser privilégio de cada A.A. cercar-se de anonimato até o ponto que ele deseja.
2) Mutuamente os A.A. devem respeitar o sentimento do grupo local acerca do
anonimato. Se seu grupo desejar ser menos conspícuo (N.T.: menos visível, menos
perceptível), na sua localidade, do que ele desejar, ele deve concordar com o grupo, a
menos que este mude de opinião.
3) Deve ser norma universal que nenhum A.A. de publicar em combinação com qualquer
atividade de A.A., seu nome e retrato em meio de circulação pública. Isto,
naturalmente, não restringirá o uso de seu nome em outras atividades públicas,
conquanto, naturalmente, que ele não publique sua qualidade de membro dos A.A.
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A maior parte dos A.A. concorda em que a ideia do anonimato é sã, porque a mesma encoraja
os alcoólicos e suas famílias a se aproximarem de nós em busca de ajuda. Ainda com receio de serem
estigmatizados, eles consideram o anonimato como uma segurança de que seus problemas serão
mantidos em segredo.
O anonimato é uma proteção para a nossa causa. Ele evita que nossos fundadores ou líderes
tornem-se nomes familiares que possam, em qualquer época, embebedar-se o que viria resultar em
detrimento para os A.A. Ninguém pode afirmar que isto não poderia acontecer entre nós. Poderia?
Quase todos os jornalistas que de nós se ocupam queixam-se, de início, da dificuldade de
escrever sua história sem nomes; porém, rapidamente, eles esquecem esta dificuldade quando
constatam que aqui há um grupo de pessoas que não se prende a benefícios pessoais. Possivelmente,
é a primeira vez na vida que eles escrevem sobre uma organização que não aspira a nenhuma
publicidade pessoal. Esta sinceridade, instantaneamente transforma-os em amigos dos A.A. portanto,
seus escritos são escritos de amigos, nunca de rotina. É um escrito entusiástico, porque o próprio
jornalista se entusiasma. Muitas vezes perguntam como os A.A. são capazes de manter uma
publicidade tão grande. A resposta parece ser que quase todos que escrevem sobre nós transformam-
se em A.A. não será a política de anonimato a principal responsável por este fenômeno?
Porque o público, de modo geral, nos olha com simpatia? Será simplesmente porque estamos
levando a recuperação a tantos alcoólicos? Não, isto não é certo. Contudo, ele pode estar
impressionado com as nossas recuperações, Zé Ferreira está muito mais interessado no nosso modo
de vida. Cansado da agitação constante em que vive, ele se sente bem na nossa quietude, modéstia e
anonimato. É bem possível que ele sinta que uma grande força espiritual está sendo gerada – a algo
novo surgiu na sua vida. Sob o sentido espiritual, o anonimato une-se à renuncia do prestígio pessoal
como um instrumento de política geral.
Agora, que há com relação à sua aplicação? Já que falamos do anonimato a cada novo
membro, devemos, naturalmente, preservar o anonimato do novo membro enquanto ele assim o
desejar. Ainda que a maioria dos novos membros não ligue para o fato de que alguém saiba algo
sobre o seu alcoolismo, outros, ao contrário, dão muita importância a este pormenor. Protejamo-los
até que eles não mais se sintam deste modo. Devemos aconselhá-los a encarar tudo com calma; que
em primeiro lugar meditem antes de falar sobre os A.A. a quem quer que seja; que não pensem em
publicar algo sobre os A.A. sem estar seguros da aprovação do seu próprio grupo.
Em seguida, o problema do anonimato do grupo. Como acontece com o indivíduo, é provável
que o grupo deva seguir seu caminho cuidadosamente até que obtenha força e experiência. Não deve
haver muito empenho em introduzir estranhos ou realizar reuniões públicas. Porém este
conservantismo primitivo pode ser exagerado. Alguns grupos continuam, ano após ano, evitando
toda publicidade e quaisquer reuniões, exceto aquelas destinadas unicamente aos alcoólicos. Estes
grupos desenvolver-se-ão vagarosamente. Eles se tornam antiquados porque não recebem sangue
novo. Desejando manter segredo, esquecem-se de suas obrigações para com os outros alcoólicos em
suas comunidades, que nunca souberam da existência dos A.A. na cidade. Porém, este cuidado
desarrazoado, eventualmente, desaparece. Pouco a pouco, realizam-se algumas reuniões para as
famílias e os amigos íntimos. Sacerdotes e médicos podem, de vez em quando, ser convidados.
Finalmente, um grupo atrai o jornal local.
Na maioria dos lugares, é costume dos A.A. usar seus próprios nomes, quando falam a
agremiações públicas ou semi-públicas.
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Na prática, então, o princípio do anonimato nos conduz ao seguinte: com uma exceção muito
importante, a questão de como até onde cada indivíduo ou grupo abandonará o anonimato, fica a
critério do indivíduo ou do grupo interessado. A exceção é: que todos os grupos ou indivíduos
quando falam ou escrevem para publicação, como membros dos A.A., nunca se sintam inclinados a
revelarem seus verdadeiros nomes. É ai que devemos fixar o anonimato. Não devemos nos mostrar
ao público em geral por meio da imprensa, do cinema ou do rádio.
Modéstia e humildade são necessárias a todo o A.A. para sua própria recuperação. Se estas
virtudes são necessidades tão vitais para os indivíduos, assim devem ser para os A.A. como um todo.
O princípio do anonimato, em face do público em geral, pode, se nós o tomarmos a sério, garantir o
movimento dos A.A. para sempre. Nossa política de relações públicas deve, principalmente, basear-
se no princípio da atração e, raras vezes, se necessário, na promoção.
O DINHEIRO – PRIMEIRA PARTE Onde o uso de dinheiro acaba – e seu abuso começa – é o ponto, no campo espiritual, que nós todos
procuramos.
Sabendo que discussões sobre coisas materiais esmagaram o espirito de muito boas
organizações, concluímos que dinheiro, em demasia, pode ser-nos prejudicial.
Pouco adianta aspirar ao impossível. O dinheiro penetrou no nosso meio e nós estamos
definitivamente resolvidos a gastá-lo comedidamente. Nenhum de nós pensaria, seriamente, em
abolir nossos locais de reuniões e clubes com o fim de evitar dinheiro. A experiência nos mostrou
que temos grande necessidade dessas facilidades, de modo que devemos aceitá-las mesmo que nelas
haja algum risco.
Porém, como devemos reduzir ao mínimo estes riscos? Como devemos limitar o uso do
dinheiro, para que ele nunca destrua a base espiritual de que depende a vida de cada A.A.? este é o
nosso problema real hoje em dia.
Suponhamos que começamos com contribuições voluntárias. Cada A.A. ajuda a pagar o
aluguel do local de reunião, de um clube, ou a manutenção de sua sede. Mesmo que muitos de nós
não acreditem em clubes e conquanto alguns A.A. não vejam a necessidade de termos qualquer
escritório local ou nacional, podemos dizer francamente que a maioria dos A,.A. acredita que estes
serviços são necessidades básicas, É evidente, naturalmente, que tais contribuições não são, de modo
algum, obrigações dos A.A.
Todavia alguma empresa permanece, a maior parte surgindo em combinação com os nossos
clubes, escritórios central e locais.
Nota-se que às vezes ficamos presos a um “controle burocrático” ou, pior ainda, uma
profissionalização categórica de A.A. Mesmo assim deve-se dizer que estas dúvidas nem sempre são
desarrazoadas, porque já tivemos bastante experiência para eliminá-las em grande parte.
Para começar é certo que não necessitamos ser subjugados pelos nossos clubes, escritórios
locais ou central de New York. Estes são locais de serviço, eles não podem realmente controlar ou
governar os A.A.
Já que os A.A. não dependem de honorários ou obrigações, podemos sempre “lançar mão de
nossas facilidades especiais ou deixá-las aparte”.
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Já que ninguém está sujeito a manter os serviços, eles nunca podem ditar, nem se afastar das
tradições de A.A.
Paralelamente com o principio “lançar mão de nossas facilidades especiais ou deixá-las
aparte”, há uma tendência encorajadora para incorporar todas estas funções especiais separadas se
elas envolverem grandes somas de dinheiro, propriedade ou direção. Mais e mais, os grupos A.A.
verificam que são entidades espirituais e não organizações comerciais.
À proporção que o progresso se patenteia, é aconselhável incorporar e separar o clube dos
grupos vizinhos. A manutenção do clube torna-se, então, antes um assunto individual do que do
grupo.
Nossa evolução, nos grandes centros dos A.A., está começando a mostrar, claramente, que
enquanto ela for uma função apropriada dos grupos ou do seu Comitê Central, para manter um
secretário remunerado, destinado à sua área, não é função de um grupo ou comitê central manter os
clubes financeiramente.
A maioria não deve tentar submeter a minoria na manutenção dos clubes que ela supões
desnecessários.
De modo geral, a diretoria de um clube cuida da direção financeira e da vida social local.
Porém, os assuntos estritamente dos A.A. permanecem sendo função dos grupos. Esta divisão das
atividades não é regra geral: é apresentada apenas como uma sugestão, guardando as características
da tendência atual.
Um grande clube ou escritório central significa um ou mais funcionários remunerados. Que
há com eles – estão profissionalizando A.A.?
Para cada um de nós, o ideal dos A.A., é uma coisa bela e perfeita. É uma força superior que
nos tirou da areia movediça e nos pôs a salvo na terra. O mais leve pensamento no sentido de
desfigurar o nosso ideal, e muito menos, de permutar o ideal por ouro é, para a maioria, inadmissível.
Porém, existe um princípio sobre o qual, creio, podemos resolver, honestamente, o nosso
dilema. Ei-lo: um servente pode varrer um assoalho, um cozinheiro pode fritar um bife, uma
secretária pode dirigir um escritório, um tipógrafo pode editar um jornal – todos, estou certo, sem
profissionalizar os A.A. Se não fizéssemos este serviços, teríamos que contratar não alcoólicos para
executá-los. Não pediríamos a nenhum não alcoólico para executar estas funções, sempre, sem
pagamento.
Assim, porque os que, entre nós, percebem bons salários no mundo externo, esperam que
outros A.A. sejam administradores, cozinheiros ou secretários? Porque devem estes A.A. trabalhar
gratuitamente em tarefas que outra parte de nós não tentaria ou poderia desempenhar? Ou porque
devem estes ganhar menos do que os outros que executam trabalhos idênticos no mundo externo? E,
que diferença faria se, no curso de suas obrigações, eles fizessem algum trabalho além da “12ª
Etapa”? o princípio parece ser que podemos pagar bem por serviços especiais, porém, nunca por
serviços da“12ª Etapa”.
Como, então, poderiam os A.A. profissionalizarem-se? Bem simples. Posso, por exemplo,
alugar um escritório e, na porta, pendurar a seguinte tabuleta: “João A., Terapeuta do A.A. Preço
Cr$ 100,00 por hora”. Isso seria tratamento face a face do alcoolismo, por dinheiro. Eu estaria,
seguramente, negociando com o nome dos A.A., uma organização puramente amadora, para alargar
minha prática profissional. Isso seria a profissionalização dos A.A. – e como! Seria legal, porém,
sem ética.
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Então, significa isto que devemos criticar os terapeutas como uma classe mesmo dos A.A.
que escolhessem este campo? Absolutamente. “A questão é que ninguém deve identificar-se como
um terapeuta dos A.A.”.
Conquanto eu duvide que muitos A.A. penetrem no campo de terapia alcoólica, ninguém
de3ve sentir-se excluído, especialmente se eles estiverem empenhados em serviços sociais,
psicológicos ou psiquiátricos. Porém, certamente, eles nunca deverão usar suas relações como A.A.,
publicamente ou de modo perceba que os A.A. possuem uma classe especial dentro de suas fileiras.
É aqui que devemos fixar todos os limites.
O DINHEIRO – SEGUNDA PARTE
Resumo a) O uso do dinheiro nos A.A. é um assunto de grade importância – onde seu uso acaba e
seu abuso começa, é o ponto que devemos vigiar atentamente.
b) Aos A.A. já está confiado o uso qualificado do dinheiro, porque nós não pensaríamos
em acabar com nossos escritórios, lugares de encontro e clubes, simplesmente para
evitar as finanças em geral.
c) Nosso verdadeiro problema, hoje em dia, consiste em fixar limites inteligentes e
tradicionais, sobre o uso de dinheiro, limitando, assim, ao mínimo, sua tendência
destrutiva.
d) As contribuições voluntárias, ou donativos, devem ser nossa principal e,
eventualmente, única ajuda; essa espécie de automanutenção evitaria que nossos
clubes e escritórios passassem para outras mãos, porque seus fundos poderiam ser
prontamente cortados, quando eles não nos servissem bem.
e) Achamos aconselhável incorporar separadamente essas facilidades especiais que
exigem muito dinheiro ou administração; um grupo de A.A. é uma entidade espiritual,
não uma casa de negócios.
f) Devemos, a todo custo, evitar a profissionalização dos A.A.; o serviço da 12ª etapa
jamais deve ser pago; os A.A. que entram na terapêutica alcoólica nunca devem
negociar com suas ligações com os A.A.; não há e jamais poderá haver um terapeuta
A.A.
g) Os membros dos A.A. podem, contudo, ser por nós empregados como funcionários
efetivos, conquanto que eles tenham obrigações legitimas, além e aquém da 12ª etapa.
Podemos, por exemplo, admitir secretários, garçons e cozinheiros, sem torna-los A.A.
profissionais.
Continuamos agora a discussão do profissionalismo: os A.A. constantemente consultam os
comitês locais ou a Fundação Alcoólica, dizendo que lhes foram oferecidas posições em campos
conexos. Podemos nós, agindo como indivíduos, aceitar tais ofertas? Muitos de nós não vemos a
razão porque não podemos aceita-las.
Seguramente nenhum A.A. deve ser impedido de ocupar tal emprego, pelo fato de ser um
A.A. Ele necessita apenas evitar a “Terapia A.A.” e qualquer ação ou palavra que comprometa A.A.
Há anos pensávamos que os A.A. deviam ter seus próprios hospitais, sanatórios e fazendas.
Hoje em dia, estamos convencidos de que não devemos ter nada disso. Mesmo os nossos clubes
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dentro dos A.A., são um pouco afastados. E, na opinião de quase todos, os lugares de hospitalização
devem estar bem fora dos A.A. e sob supervisão médica.
Em toda parte, cooperamos com os hospitais. Muitos nos oferecem privilégios e concessões.
Alguns nos consultam. Outros empregam enfermeiras A.A. ou subalternos. Relações como estas, em
geral, dão bons resultados. Porém, nenhuma destas instituições é conhecida como “Hospitais A.A.”.
Também tivemos algumas experiências com fazendas e lugares de descanso que, mesmo fora
do alcance dos A.A. e de supervisão médica, foram, no entanto, administradas e financiada por
membros de A.A. Algumas dessa experiências ofereceram bons resultados, outras não. Com uma ou
outra exceção, as piores organizações possíveis foram aquelas em que os grupos A.A., com dinheiro
e administração do grupo começaram a fazer uma exploração comercial. A despeito das exceções,
tais hospitais A.A. são os que menos prometem. O grupo que admite um novo projeto usualmente
acha que contraiu um responsabilidade desnecessária. Sendo um projeto do grupo não pode ser
abandonado. Ou este projeto será abandonado ou representará uma infecção na politica do corpo.
Estas experiências demonstram que o grupo A.A. terá que ser uma entidade espiritual e não um
centro de negócios.
Que diremos, agora, sobre donativos ou pagamentos aos A.A., vindos de fontes externas?
Naturalmente, pode ser tida como uma exceção ao principio de automanutenção, se um amigo
não alcoólico comparecer a uma reunião e contribuir com Cr$ 200,00. Também temos dúvidas sobre
se devemos recusa Cr$ 100,00 enviados por um parente, em reconhecimento pela recuperação de um
intimo. Talvez, parecêssemos mal agradecidos recusando-os.
Porém, não são estes pequenos donativos que nos interessam. São as grandes contribuições,
especialmente aquelas que nos acarretam obrigações futuras, que nos fariam vacilar. Também há o
fato de pessoas ricas reservarem somas para os A.A., em seus testamentos pensando que nós
poderíamos usar uma grande soma de dinheiro se o tivéssemos. Não deveríamos desencorajá-los? E
já foram feitas algumas tentativas alarmantes, em solicitações públicas, de dinheiro, em nome dos
A.A. Poucos A.A. imaginarão aonde tal conduta nos levaria. De vez em quando recebemos ofertas de
dinheiro de fontes “a favor ou contra o uso do álcool”. Isto é, evidentemente, perigoso. Devemos
nos afastar desta controvérsia desastrosa. De vez em quando, os pais de um alcoólico, cheios de
gratidão, querem fazer um grande donativo. Será isto bom para ele e para nós? Não nos sentiríamos
em, débito com ele, e não pensaria ele, especialmente se fosse um novato, que havia comprado um
bilhete para um destino feliz, a sobriedade?
Não seriamos, de modo algum, capazes de por em dúvida a generosidade desses doadores.
Porém, é aconselhável aceitar as suas doações? Ainda que haja poucas exceções, compartilho da
opinião dos A.A. mais antigos que a aceitação de grandes donativos, venham de onde vierem, é
muito discutível e quase sempre é uma politica perigosa. De fato, o clube que luta pela existência
pode necessitar, permanentemente, um donativo ou um empréstimo. Mesmo assim, é melhor que o
paguemos, conforme possamos. Nunca devemos deixar que qualquer vantagem imediata, mesmo
atrativa, não nos faça ver que estamos criando um desastroso precedente para o futuro. A disputa de
dinheiro e propriedade arruinou, muitas vezes, melhores sociedades do que a nossa de alcoólicos
temperamentais.
É com a mais profunda gratidão e satisfação que eu vos relato agora uma recente resolução
que passou pelo nosso comitê de serviços gerais, o Conselho da Fundação Alcoólica, que é o guarda
dos fundos dos A.A. Como norma, eles resolveram rejeitar todos os presentes que impliquem na
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mínima obrigação. E, ainda, que a Fundação Alcoólica não aceitará nenhum tributo de origem
comercial. Como a maior parte dos leitores sabe, fomos procurados por várias companhias
cinematográficas, acerca da possibilidade de fazer um filme sobre os A.A. Naturalmente, falou-se em
dinheiro. Porém, nosso Conselho foi da opinião de que os A.A. nada têm para vender; que todos nós
desejamos evitar o comercio, e que, em qualquer caso, os A.A., de modo geral, se mantêm.
A meu ver, isto é uma decisão de grande importância para o nosso futuro – um grande passo
no caminho certo. Quando tal atitude, com relação ao dinheiro, tornar-se universal, teremos
finalmente nos afastado da rocha de ouro traiçoeira, chamada materialismo.
Nos anos futuros, os A.A. farão frente a uma grande prova – sua prosperidade e sucesso. Eu
acho que isto se evidenciará como a maior de todas as experiências. Podemos afirmar que o tempo e
as circunstancias podem bater sobre nós em vão. Nosso destino estará seguro!
N. T. - No rodapé desta página lê-se: A BOA VONTADE, A HONESTIDADE E
UMA MENTALIDADE SEM PREVENÇÕES, são essenciais para a recuperação.
HOSPITALIZAÇÃO ADEQUADA: UMA GRANDE NECESSIDADE
Apesar da eficácia geral do programa dos A.A., muitas vezes necessitamos da ajuda de agencias
amistosas fora dos A.A.
Conquanto mais de um alcoólico tenha vencido seu vicio sem auxilio medico, e que alguns de
nós sejam de opinião que o método “cortar de uma vez” é melhor, a maioria dos A.A. é de opinião
que o novo membro, cujo caso é bastante serio, tem muito mais oportunidade de alcançar o grau se
for bem hospitalizado no principio.
A finalidade primaria da hospitalização não é privar o alcoólico do trabalho de tornar-se são;
sua finalidade verdadeira é coloca-lo em estado de maior receptividade ao nosso programa A.A.
É um reconhecimento de que ele necessita de ajuda, de que seu vicio é incontrolável; de que
ele não pode completar a tarefa sozinho. A hospitalização, muitas vezes, é o acontecimento que
ilumina o caminho à aceitação de toda essa importante 1ª Etapa.
“Admitimos que não tínhamos força sobre o álcool – que nossas vidas tinham-se tornado
descontroladas”.
Em cada ano que passa, verificamos, cada vez mais, a imensa importância de apresentar
adequadamente o programa a cada novo alcoólico, que está disposto a nos escutar. Muitos de nós
acham que isto é a nossa maior obrigação para com ele e o não fazê-lo, a nossa maior falta. A
diferença entre uma boa e uma má aproximação pode significar vida ou morte, para aqueles que
procuram nosso auxilio.
Cada vez mais, os grupos A.A. estão adotando a ideia do “Padrinho”. Cada novo membro é
encaminhado a um membro A.A. moderado, sob cuja proteção ele fica durante seu curto período de
adaptação ao nosso modo de vida. O “Padrinho” ajuda a fazer os preparativos no hospital, leva o
doente para lá,. Visita-o frequentemente e providencia para que ele seja visitado por outros A.A.,
cujas experiências podem ser de grande utilidade.
Assim, tiramos as seguintes conclusões desta vasta experiência: Esta hospitalização é, em
muitos casos, imperativa e porque o hospital proporciona uma base tão firme para um bom
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“Padrinho” que é mesmo desejável nos casos menos sérios. Eles definitivamente terão melhores
oportunidades se forem hospitalizados.
Enquanto abordamos este tema devemos notar que todos os esquemas do grupo, para
financiar as despesas do hospital para os companheiros, fracassaram. Não só muitos dos empréstimos
deixam de ser pagos, mas sempre há, no grupo, a questão de quais são os que merecem o primeiro
lugar.
Em outros casos os grupos A.A., forçados pela necessidade de auxílio médico, iniciaram
campanhas públicas de levantamento de dinheiro para construir “hospitais dos A.A.” em suas
comunidades. Quase invariavelmente, estes esforços são infrutíferos. Estes grupos não pretendem
apenas entrar no ramo de hospital, mas também de financiar suas aventuras, pedindo ao público em
nome de A.A. Instantaneamente todas as espécies de dúvidas são geradas; os projetos submergem.
Os A.A. conservadores verificam que as aventuras comerciais ou solicitações que levam sua sanção,
são, de fato, perigosas para os A.A. Se isto se tornasse prática geral tudo estaria perdido.
Outras perspectivas promissoras para boa hospitalização e de preço razoável estão em vista.
Estes são os diversos hospitais gerais que continuam a abrir suas portas para nós. Muito cedo na
história dos A.A., hospitais católicos, em algumas cidades do interior, viram a nossa necessidade e
acolheram-nos, indiferentes à denominação. Seus exemplos levaram outras instituições religiosas a
procederem de modo idêntico, pelo que somos profundamente reconhecidos. Recentemente, outros
hospitais particulares ou semi-particulares começaram a demonstrar grande interesse. Às vezes eles
chegam ao ponto de dividir enfermarias para uso dos A.A., só admitindo alcoólicos sob nossa
recomendação, dando-nos privilégios de visitas e preços muito razoáveis. Acordos desta espécie, já
em funcionamento, foram tão satisfatórios, para os hospitais e para os A.A., que muitas destas
instituições tornar-se-ão ativas brevemente. Nestas situações, não participamos da direção do
hospital. Oferecem-nos privilégios especiais em troca de nossa cooperação. Enquanto que os A.A.
tradicionalmente não exerçam nenhuma pressão politica ou “promocional”, podemos como
indivíduos, mostrar nossa grande necessidade de hospitalização suficiente a todos que se interessem,
frisando, naturalmente, que se bem que acreditemos ser a hospitalização, primariamente, um
problema médico, a ser resolvido pelas comunidades e pelos médicos, nós, os A.A., gostaríamos de
cooperar com eles de qualquer maneira possível.
PERIGOS EM UNIR OS A.A. A OUTROS PROJETOS
Nossas experiências A.A. levantaram a seguinte série de importantes, porém não resolvidas questões.
Primeiramente: devem os A.A., como um todo, lançar-se no campo externo da hospitalização,
pesquisa e educação não contenciosa (N.T.: incerta, duvidosa.) do álcool? Segundo: está um A.A.
agindo estritamente como um individuo, justificando, ao levar sua experiência e conhecimento a tais
empresas? Terceiro: se um membro dos A.A. aceita estas faces do problema do álcool, sob quais
condições deve ele trabalhar?
Podemos dizer que tanto aos A,A,, em conjunto, como a qualquer dos seus grupos, é livre,
exercer outra atividade que não seja as dos A.A. Como grupos, não podemos endossar, financiar ou
formar uma aliança com qualquer outra causa, mesmo sendo boa; não podemos unir o nome dos
A.A. a quaisquer outras empresas no campo alcoólico, ao ponto que o público tenha a impressão de
que abandonamos nossa única aspiração. Devemos sim, desencorajar nossos membros e nossos
amigos nesses campos de ressaltar o nome de A.A. em publicidade ou em apelos financeiros. Agir de
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outro modo será pôr em perigo nossa unidade, quando, manter essa unidade, é, precisamente, nossa
maior obrigação para com os nossos irmãos alcoólicos e para com o público em geral. Achamos que
a experiência já tornou estes fatos evidentes.
Já que penetramos num campo mais discutível, devemos perguntar a nós próprios, como
indivíduos, se devemos levar nossa experiência especial para outras fases do problema alcoólico.
Não devemos tudo isto à sociedade, e pode isto ser feito sem envolver os A.A. em geral?
Parece-nos que alguns de nós devem atender chamadas de outros campos. E aqueles que
necessitam unicamente lembrar, do princípio ao fim, que são A.A.? Que nas suas novas atividades
são unicamente individuais? Isto significa que eles respeitarão o princípio do anonimato na
imprensa? Que se eles aparecerem perante o público em geral não se dirão A.A.? que eles não
pedirão dinheiro nem buscarão publicidade, usando sua qualidade de membro dos A.A.?
Estes simples princípios de conduta, se aplicados conscientemente, podem, em breve, dissipar
todo receio razoável ou não, que muitos A.A., no momento, nutrem. Em tal base, os A.A. em
conjunto podem permanecer ainda desconfiando de qualquer coisa não contenciosa, procurando
escrever uma página mais brilhante, nas crónicas obscuras do alcoolismo.
Em resumo, estamos certos de que a nossa politica, em relação a projetos externos, será a
seguinte: os A.A. não esboçam projetos em outros campos. Porém, se estes projetos forem
construtivos e não contenciosos, os membros dos A.A. podem empenhar-se com eles, se agirem
apenas como indivíduos. Talvez seja isto. Devemos tentá-lo?
TERÃO OS A.A. SEMPRE UM GOVERNO PESSOAL?
A resposta para esta pergunta é quase, invariavelmente, “não”. Este é o veredicto claro de nossa
experiência.
Para começar, cada A.A. tem sido um individuo que, devido ao seu alcoolismo, poucas vezes
pode governar-se a si próprio. Nem poderia qualquer outro ser humano, governar a obsessão para
beber, seu desejo de ter as coisas ao seu modo. Há muito que famílias, amigos, empregadores,
médicos, sacerdotes e juízes tentam disciplinar os alcoólicos. Quase sem exceção, o fracasso em
conseguir qualquer coisa pela pressão, tem sido completo. Mesmo assim, nós, os alcoólicos,
podemos ser dos A.A., e com prazer, nos submetemos à vontade de Deus. Por isso, não se deve
estranhar que uma única autoridade real, entre os A.A. é a do Principio Espiritual. Não é nunca uma
autoridade pessoal.
Mesmo agora, sóbrios, possuímos vestígios da forte ressaca destas características pessoais, as
quais nos fizeram resistir à autoridade. Nisto provavelmente há uma sugestão para nossa carência de
governo pessoal nos A.A.: sem honorários, sem obrigações, sem normas e regulamentos, não se
exige que os alcoólicos se conformem com os princípios de A.A. Ninguém é posto em autoridade
pessoal, acima de outro. Mesmo sem ser puros, nossa aversão à obediência garante-nos a liberdade
do domínio pessoal de qualquer espécie.
Nós nos conformamos porque queremos.
A maior parte dos grupos A.A. resolveram seguir “12 Pontos para Assegurar Nosso Futuro”.
Os grupos estão dispostos a evitar controvérsias sobre assuntos externos como: politica, reforma ou
religião; eles se prendem ao seu único objetivo, que é ajudar a recuperação dos alcoólicos; eles cada
vez mais, confiam na automanutenção, do que na caridade externa. Mais e mais eles persistem na
modéstia e anonimato, em suas relações publicas. Os grupos dos A.A. seguem nestes princípios, pela
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mesma razão que um individuo dos A.A. segue as “12 Etapas para a Recuperação”. Os grupos, em
breve, verão que a fidelidade à nossa tradição e experiência, é o fundamento para uma vida de grupos
mais feliz e mais efetiva e eles sentem que se desintegrariam se não a seguissem.
Em parte alguma dos A.A. pode ser vista qualquer autoridade humana que possa obrigar um
grupo A.A. a fazer algo. Alguns grupos A.A., por exemplo, escolhem os seus orientadores. Porém,
mesmo com tal mandato, cada orientador logo conclui que enquanto ele puder guiar pelo exemplo e
persuasão, nunca deve impor senão, no momento das eleições ele será posto de lado.
A maioria dos grupos A.A. nem sequer escolhe os seus chefes. Eles preferem comitês de
rodizio para cuidar dos seus assuntos simples. Estes comitês são invariavelmente julgados como
empregados – eles têm apenas a autorização de servir, nunca de mandar. Cada comitê realiza o que
ele pensa ser o desejo do grupo. Isto é tudo. Mesmo assim, os comitês tentavam disciplinar os
membros indisciplinados, ainda que, eles, algumas vezes, tivessem elaborado normas
pormenorizadas e regulamentos e, de vez em quando, se colocado mesmo como juízes da moral dos
outros; não nos recordamos de caso algum em que tais empenhos tenham proporcionado efeito
durável, exceto a eleição de um comitê completamente novo.
O poder pessoal sempre falhou. Posso ver um sorriso dos meus amigos A.A. mais velhos.
Eles estão lembrando os tempos em que também sentiam o chamado poder para “salvar o
movimento A.A.” de uma ou outra coisa. Porém, seus dias de bancarem os Fariseus, passaram. Assim,
as pequenas máximas: “Devagar se vae ao longe – e deixe o barco correr”, tornaram-se
significativas para eles e para mim. Assim, todos aprendemos que nos A.A. cada um de nós só pode
ser um empregado.
(Fim da Transcrição)
Texto de “Alcoolismo: A Doença que Todos Escondem” (vem da página 17)
Transcrição integral ipsis litteris (tal como escrito, exceto a palavra alcoólatra que foi
substituída por alcoólico, tal como no original) do livreto
“Alcoolismo: A Doença que Todos Escondem”,
traduzido e publicado pela CENSAA-SP na década de 1980
(Início da transcrição)
Subtítulo: “Esqueça tudo que você pensa saber sobre os que bebem exageradamente e
comece a aprender de novo, agora!”.
UMA EMERGÊNCIA
NACIONAL
Suponhamos que uma nova doença subitamente se alastrasse aqui no Brasil – uma doença
cuja causa fosse desconhecida, porém que tivesse um tal efeito sobre o sistema nervoso que 10
milhões de pessoas se tornassem loucas por períodos variáveis de algumas horas até semanas e
meses, períodos estes que se repetissem, cada vez com maior frequência, durante 15 a 30 anos.
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Suponhamos, ainda, que durante esses períodos de loucura, se
cometessem atos tão autodestrutivos que as vidas, material e
espiritual, de 50.000.000 de brasileiros fossem cruelmente afetadas, e
o trabalho, no mundo dos negócios, da indústria, das profissões e das
fábricas, fosse sabotado ou deixasse de ser realizado a um custo
incalculável para a Nação. Finalmente, suponhamos que esta doença
tivesse a capacidade peculiar de poder alterar o juízo de suas vítimas
de tal maneira que se tornassem incapazes de se reconhecerem
doentes, chegando a querer, a todo transe, tornarem-se cada vez mais
doentes.
Uma tal emergência seria classificada como uma catástrofe das
mais sérias, e bilhões de cruzados seriam gastos para que milhares de
cientistas pudessem procurar as causas do mal, tratar de suas vítimas e
evitar que a doença se propagasse.
A terrível emergência, figurada acima, já está conosco. Tal doença é o alcoolismo. Ataca uma
em cada 13 pessoas que bebem. Não é por ser nova que se tem feito tão pouco para combater esta
doença no Brasil. Permanece sem solução porque não queremos encará-la.
Esperamos que este folheto ajude a desencadear, no nosso país, um interesse crescente por
esta doença, a qual a Organização Mundial de Saúde classifica como a TERCEIRA doença que mais
seres humanos mata, no mundo.
TODOS TEMOS UM CONHECIDO
OU PARENTE ALCOÓLICO
Estima-se que há mais de 1.000.000 de alcoólatras somente na cidade de São Paulo. Isto
significa que 5.000.000 de pessoas, que convivem ou trabalham com eles (ou elas), são afetadas pelo
comportamento dos mesmos. A maioria sofre desesperadamente, pois pouco ou nada conhece da
doença do alcoolismo. No entanto, poderia fazer muita coisa se tivesse os conhecimentos
necessários. E esses conhecimentos existem. Falta unicamente serem divulgados... e postos em
prática.
Foi dado um passo na direção certa com a publicação, pela primeira vez em português, do
livro ALCOÓLICOS ANÔNIMOS (Copyright – 1965 – A.A. World Services, Inc.). Este livro,
escrito por alcoólicos recuperados, é dirigido não somente às pessoas que estão encontrando
dificuldades em abandonar a bebida, mas também a seus parentes e amigos não alcoólicos. Ele
explica como através do programa de vida dos 12 Passos sugeridos por Alcoólicos Anônimos – mais
de 2.000.000 de sofredores no mundo todo conseguiram sair das trevas desta doença. O livro se
consegue através do C.L.A.A.B. (Centro de Distribuição de Literatura de A.A. para o Brasil), Caixa
Postal 3180, São Paulo, Capital.
Nas páginas seguintes do folheto que você tem em mãos se oferece, por outro lado, uma
explicação compreensiva de vários aspectos da doença, com a finalidade de orientar os que queiram
ajudar um alcoólico, os que se suspeitam ou se saibam alcoólicos, e os que gostariam de conhecer
mais sobre o assunto.
QUE É O ALCOOLISMO?
A capa do livreto
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O alcoolismo é uma doença que se manifesta principalmente na maneira incontrolada de
beber da vítima, a quem se dá o nome de alcoólatra. É uma doença progressiva que, se não for
tratada, torna-se com o passar do tempo mais violenta, afastando suas vítimas do mundo normal e
deixando-as cada vez mais baixo num abismo que só tem duas saídas: a loucura ou a morte
prematura. Além do mais, é uma doença incurável. Uma vez que uma pessoa se torne alcoólico,
sempre o será. Nem mesmo depois de muitos anos de abstenção poderá voltar a beber normalmente.
Logo estará bebendo mais do que nunca.
No entanto, igual a várias outras doenças incuráveis, o alcoolismo pode ser detido em sua
marcha.
Requer abstenção total do alcoólico, e para que não volte a beber, parece também requerer
uma mudança na personalidade do doente.
Cabe dizer que não há necessidade de ter medo da bebida em si. A ciência médica já eliminou
a bebida como a “causa” do alcoolismo. O mundo sabe, porque pode ver com seus próprios olhos,
que os que bebem moderadamente não desequilibram as suas vidas. Já a bebida exagerada não deve
ser tratada com a mesma indiferença. Mas, de qualquer maneira, a doença do alcoolismo não está na
garrafa. Está no homem.
QUEM É ALCOÓLICO?
Qualquer um poderá ser alcoólatra. Todo tipo de pessoa pode cair vitima desta doença que
ataca, indistintamente, uma em cada 13 pessoas que bebem: ricos e pobres, analfabetos e intelectuais,
brancos e negros, descrentes e religiosos, jovens e velhos, gente “boa” e gente “ruim”.
Este fato parece sempre surpreender a muita gente. Constantemente se ouvem frases como
estas: “Ele não pode ser alcoólatra. Veja só quanto dinheiro ganha!”. Ou então: “Ela simplesmente
não se enquadra. Não lhe faltava nada em criança. Casou-se bem. Tem três filhos. Não é possível”.
Ou, ao outro extremo: “Ele bebe por sem-vergonhice. Não parou várias vezes já? Bebe porque não
tem força de vontade e não quer parar”.
Todas estas frases vêm de suposições erradas e hoje desmentidas, embora sejam mantidas,
consciente ou inconscientemente, pela grande maioria da população. Baseiam-se na ideia totalmente
falsa de que o alcoólico é aquele que está caído na sarjeta e que ali não estaria se tivesse “força de
vontade”. Estas ficções morrem devagar. As pessoas encontram dificuldades em aceitar que podem
ser alcoólatras: a esposa do presidente do banco, o padre da paróquia, um famoso político ou o
próprio psiquiatra que tratou de seu amigo. O fato é que a doença ataca seres humanos, e não a certos
grupos ou classes da sociedade.
O alcoólico é notavelmente sensível. Mas, para ele, esta sensibilidade não é uma
característica saudável e construtiva. Em vez de ampliar seus horizontes e aumentar sua capacidade
criativa, como a sensibilidade faz em pessoas saudáveis, ela limita os horizontes do alcoólico,
virando-o para dentro, onde escapa do mundo que não o compreende.
Como poderá este mundo ajuda-lo? Em primeiro lugar, reconhecendo que é portador de uma
doença que se define simplesmente:
O ALCOÓLICO É UMA PESSOA CUJA MANEIRA DE BEBER CAUSA UM
CONTÍNUO E CRESCENTE CONFLITO EM QUALQUER ASPECTO DA SUA VIDA.
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A lógica por detrás desta definição é tão simples como a própria definição. Se o beber levasse
a problemas na vida de uma pessoa normal, ou ela procuraria beber menos, ou desistiria totalmente
da bebida. Para o bebedor normal, isso não apresentaria dificuldade alguma.
Porém, se o bebedor for alcoólico, poderá reconhecer essa solução óbvia e, inclusive, estar
convencido de que irá diminuir ou desistir. Porém, jamais o fará por muito tempo, porque não o
poderá fazer. A própria doença lhe tira a capacidade de controlar-se. Desistirá totalmente da bebida
com frequência, e pensará que isso prova que não é alcoólico. Mas, acabará sempre voltando a beber,
provando justamente o contrário. O problema para o alcoólico não é parar de beber... é não voltar a
beber.
Ameaçar um alcoólico, apelar para o seu bom senso, implorar-lhe a usar sua “força de
vontade” é ridículo, como seria ridículo dizer a um epiléptico que deva usar sua força de vontade
para evitar futuros ataques.
COMO SABER SE VOCÊ É
OU NÃO É ALCOÓLICO
Como alerta, este folheto deverá ser útil. Porém, sugere-se muita cautela e paciência. Pois é
extremamente difícil diagnosticar o alcoolismo. Diz-se que é a única doença em que somente o
paciente pode estar certo do diagnóstico. Os próprios membros de Alcoólicos Anônimos sempre
aguardam que o alcoólatra se defina. Especialmente porque não adianta tentar convencer um
alcoólatra a largar a bebida até que ele mesmo reconheça a sua incapacidade perante o álcool.
Se desconfiar que você mesmo possa ser um alcoólico, existe uma maneira quase infalível de
se testar. Não tente parar de beber por certa temporada, pois isto não provará nada. Como já foi
mencionado, até os alcoólicos mais avançados conseguem se abster da bebida, às vezes por períodos
consideráveis.
O teste é o seguinte: Durante pelo menos os próximos três meses, tente beber diariamente um
número fixo de bebidas alcoólicas que não varie de um dia para outro e que não seja mais de três. É
preciso beber o mesmo número de bebidas todos os dias durante todo o período do teste – digamos
duas bebidas por dia. Não deverá exceder esta quantidade em hipótese alguma, e isto inclui
casamentos, funerais, heranças inesperadas, mortes súbitas na família, promoções no emprego,
encontros com velhos amigos, etc. Se se permitir uma só exceção, falhou o teste.
O teste é tão fácil para o não alcoólico como seria para o alcoólico fazê-lo com guaraná.
Porém, serão pouquíssimos os alcoólicos que conseguirão fazer, ainda que a bebida escolhida fosse
cerveja.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS
DO ALCOOLISMO?
FASE INICIAL
(Que dura aproximadamente 10 a 15 anos)
Começa bebendo socialmente. Mais tarde bebe habitualmente, e faz muitas promessas aos
outros e a si mesmo: “Da próxima vez me controlarei”. Engana-se constantemente com as palavras:
“Bebo quando quero e paro quando quero”. Começa a mentir, minimizando o número de tragos que
ingeriu. Bebe antes de ir para uma festa na qual sabe que haverá bebida. Começa a sentir necessidade
de beber em horários determinados: antes das refeições, após o trabalho, durante um evento
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qualquer, seja um jogo de futebol, uma boda ou um velório. Bebe para aliviar o cansaço: “Foi um
dia de morte no escritório”. Bebe para superar seu nervosismo: “Preciso tomar um pouco de
coragem”. Bebe para acabar com sua depressão: “Vamos levantar o espirito”. São muitas as
desculpas. Experimenta os primeiros “apagamentos”, momentos de amnésia em que não lembra das
coisas que fez a noite anterior.
FASE INTERMEDIÁRIA
(Que dura aproximadamente 5 anos)
Continuam, em forma agravada, os sintomas iniciais. Mente a toda hora: para esconder o fato
de que sua maneira de beber é exagerada, para evitar as críticas, para tentar convencer-se que domina
o álcool, para salvar seu valor em seu emprego. Precisa beber onde não o conhecem para que
ninguém o fiscalize. Perde a fome e come irregularmente. Costuma chegar em casa “alto”, ou tarde,
ou ambos.... Bebe por qualquer motivo: num dia de chuva, para esquentar; num dia de calor, para
refrescar; por perder um grande negócio; por ganhar um grande negócio; para esquecer, ou para
celebrar. Anda sempre nervoso, agitado ou deprimido, e sempre culpando os outros pelo seu estado.
Bebe justamente quando não devia como, por exemplo, antes de uma entrevista importante. E
começam as paradas, desistindo completamente da bebida por períodos de semanas, meses e até
anos. Porém, ao melhorar a situação, acaba sempre voltando à bebida. E, em breve, está bebendo
mais do que nunca.
FASE FINAL
(Que termina na loucura, na morte,
ou no desejo sincero de se recuperar)
Sua vida se tornou intolerável com a bebida, e impossível sem ela. Bebe para viver e vive
para beber. Geralmente não se lembra do que aconteceu na noite anterior. As bebedeiras aumentam
em frequência, intensidade e duração. Começam as internações em hospitais e sanatórios “para
tratar dos nervos”. Ao sair desintoxicado, entra no primeiro botequim para tomar uma só, e na
mesma noite chega em casa totalmente bêbado. Perde o emprego e não consegue outro. Passa a
depender totalmente da família que, por ignorância, tenta encobrir o caso, evitando que o alcoólatra
sofra as consequências das suas bebedeiras. Com o resultado de que, não tendo motivos para parar,
ele segue bebendo. Os amigos o abandonam. Torna-se rebelde e agressivo, sobretudo com as pessoas
das quais mais depende. Perde totalmente o sentido de responsabilidade. Em casa, chora facilmente.
Mas, no botequim, sob o efeito do álcool, torna-se um verdadeiro professor de todas as disciplinas, e
amigo íntimo das maiores autoridades da cidade, do país e do mundo.
AS FASES PROGRESSIVAS
DA DOENÇA
POR QUE O
ALCOÓLICO BEBE?
Primeira Fase
Durante os primeiros anos, a maioria dos alcoólicos (toda regra tem suas exceções) mostra
uma capacidade crescente de beber. Apesar das quantidades que ingere, não gagueja, não perde o
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equilíbrio, não fica tonto e não tem ressacas. Porém, os “apagamentos” podem começar nessa fase.
Os outros não notam, pois o comportamento do alcoólatra é normal. Contudo, no dia seguinte ele
reconhece que certos acontecimentos da noite anterior desapareceram inteiramente da sua
consciência, a partir de alguma hora.
Depende do álcool para fazer por ele o que as pessoas normais fazem por si mesmas. Existe
uma tendência para beber em vez de enfrentar a situação. O alcoólico frequentemente reconhece que
não deve beber numa hora ou num lugar determinado. Porém, não consegue superar a compulsão de
tomar “uma só”. E, depois dessa, não tem mais controle. A bebedeira que segue lhe traz sentimentos
de incapacidade, de inferioridade, de “não prestar”.
Segunda Fase
Bebe mais rápido e em maiores quantidades que os outros, muitas vezes escondido. Começa a
sofrer ressacas dolorosas que se distinguem das ressacas dos não alcoólicos por serem acompanhadas
do remorso mental, o nojo de si mesmo, e fortes ataque de tremedeiras. Os “apagamentos” agora são
frequentes. Agora acorda de manhã tremendo, e precisa de álcool (ou qualquer outra sedativo) para
acalmá-lo. Se tomar calmantes enquanto seguir bebendo, colocará sua vida em perigo, pois esta
combinação é, frequentemente, fatal.
O alcoólico acha que não funciona bem sem uns golezinhos. A vergonha que sente faz com
que não queira, contudo, que ninguém toque no assunto das bebidas dele. Quanto mais inferior se
sentir, mais se utiliza das armas da arrogância, grandiosidade e agressividade. Sentindo-se isolado,
procura o convívio de pessoas que bebem com ele. Pensa que são as únicas pessoas que o
compreendem, e não está longe da verdade. Aliás, esta é uma das chaves do êxito de Alcoólicos
Anônimos.
Terceira Fase
Agora existe a necessidade imperiosa de conseguir e manter certa quantidade de álcool no
corpo o tempo todo. As ressacas, que ocorrem cada vez que o alcoólico acorda, são sempre apagadas
por mais bebida. O doente começa a ver coisas e ouvir sons inexistentes. O colapso físico está se
aproximando. Suas tremedeiras são violentas, não lhe permitindo levantar o primeiro copo do dia à
boca com uma mão só. Quase não se alimenta mais, nem se banha. Uma mudança brusca na
quantidade de álcool pode causar o delirium tremens – um estado físico muito perigoso que requer
a atenção médica imediata.
Convencido de que ele não tem mais condições de controlar-se, se entrega à bebida como
coisa inevitável. São extremos seus sentimentos de vergonha, degradação, isolamento e auto piedade.
Pensa constantemente no suicídio, mas gostaria de morrer bêbado ou inconsciente, sem passar por
dor. É difícil convencê-lo de que poderá voltar a uma vida feliz, pois há muito tempo que não sentiu
a felicidade nos seus períodos de sobriedade.
COMO AJUDAR
UM ALCOÓLICO
Se você for parente ou amigo
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O “Tratamento do Lar” é o nome dado com ironia por estudiosos do alcoolismo aos métodos
geralmente usados por familiares desesperados. Quase tudo que a família faz para fazer o alcoólico
parar, só serve como motivo para que siga bebendo. Os conselhos, os apelos e as ameaças são
contraproducentes. O alcoólico interpreta tudo aquilo como interferência dos outros num assunto que
não compreendem, o que o leva a beber mais ainda.
Um alerta especial: NUNCA se devem pôr remédios (como Abstenil, Antabuse e Antietanol)
na sopa ou comida de um alcoólico sem ele saber, sobretudo se ele sofre do coração! Esses remédios
ajudam unicamente quando o próprio alcoólatra os tome conscientemente, para fortalecer sua decisão
de parar de beber.
Se puder, entre em contato com um dos Grupos Familiares Al-Anon. Estes grupos são
compostos de esposas, maridos, pais, filhos e amigos de alcoólicos – pessoas com experiências
iguais às suas. Eles se reúnem com duas finalidades: para trocar experiências e conhecimentos a
respeito do alcoolismo, e (praticando o mesmo programa de vida espiritual que recupera os AAs)
para tornarem-se pessoas serenas e equilibradas. Reconhecem que o alcoólico torna neuróticas todas
as pessoas que convivem com ele durante muitos anos. E pessoas neuróticas, ou pessoas que sejam
apenas nervosas, simplesmente não reúnem as condições mínimas para ajudar um doente alcoólatra.
O alcoolismo pode ser considerado uma doença da família toda. São todos afetados, e se não se
recuperarem todos, é possível que não se recupere o alcoólatra.
As experiências dos Grupos Familiares Al-Anon sugerem o seguinte: jamais se deve tratar
mal um alcoólico. É preciso reconhecer que é uma pessoa doente, e que seu comportamento, por
irracional que seja, é parte da doença. Por outro lado, DEVEM PERMITIR QUE ELE SE TRATE
MAL. Assim, não devem tirá-lo dos seus apertos. Não devem, por exemplo, cobrir seus cheques sem
fundo. Sua esposa não deve telefonar ao seu chefe para dizer que o marido “está gripado”. Não deve
nem evitar que ele perca seu emprego por causa de suas bebedeiras. Não deve evitar que seja preso.
Deve começar imediatamente aprender a viver sem os ganhos dele, porque amanhã, fatalmente, ele
não estará ganhando mais. E não devem permitir que ele viva à custa dos outros. Se não seguirem
estes conselhos, estarão adiando o dia em que ele procurará solucionar seu caso. Tudo isto porque ele
só vai querer parar de beber quando ele sentir na alma as consequências de suas bebedeiras.
Em São Paulo, os Grupos Familiares Al-Anon mantém um Serviço de Informação (1) na:
Rua Capitão Salomão, 40 – 8º andar, Sala 803.
Fone: 228-7425; Cx. Postal 2304
CEP 01051 – São Paulo-SP
Se você for o empregador
Tão logo note os sinais do alcoolismo (ausências frequentes nas segundas feiras: o
nervosismo e a irritabilidade; o cheiro de álcool quando estiver por perto; as “fugidinhas” do
escritório “para sair a comprar cigarros”, a toda hora, etc.), tome logo uma medida. Trate-o como
trataria qualquer outro empregado doente, julgando-o pelo seu trabalho e não pelo aspecto “moral”
do problema. Conte-lhe o que aprendeu a respeito da doença, ou entregue-lhe um exemplar deste
folheto. Mande-o fazer um exame médico e encaminhe-o a um grupo de Alcoólicos Anônimos. Se
notar que se está esforçando sinceramente para deixar a bebida (nem que recaia nela uma ou duas
vezes) siga incentivando-o. Porém, se se mostrar desinteressado em procurar a ajuda dos outros, e se
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seguir, por consequência, negando suas responsabilidades no emprego, demita-o. A crise que passará
poderá salvar sua vida.
Se você for o alcoólico
Fatalmente chegará, se seguir bebendo, ao ponto de precisar de um tratamento físico para a
desintoxicação do seu organismo. Na maioria dos casos, o tratamento médico reconstitui o corpo do
alcoólatra em menos de uma semana, embora os casos mais graves possam requer uma internação
mais prolongada num sanatório.
Estes tratamentos, de forma alguma, poderão ser considerados “curas”. Porém, podem ser de
grande valor na preparação física e mental do alcoólico, para que ele compreenda e dote um
programa de recuperação como o de Alcoólicos Anônimos.
Tratamento da aversão
Este tratamento geralmente consiste em dar ao paciente uma droga que produz uma náusea
violenta em conjunto com qualquer bebida alcoólica. Pode produzir uma aversão forte ao cheiro, ao
sabor e até à vista da bebida, especialmente aquela usada no tratamento. Sendo perigoso, o
tratamento só deve ser feito sob os cuidados de um médico.
Infelizmente, porém, a aversão não perdura e, eventualmente, esvanece por completo. Varia
de pessoa para pessoa, e – a não ser que ela já tenha procurado, neste interim, uma solução definitiva
– acabará voltando à bebida.
Tratamento psiquiátrico
O diagnóstico psiquiátrico é valioso em qualquer caso suspeito de alcoolismo. Muitas vezes o
psiquiatra pode distinguir entre o alcoolismo e alguma outra desordem emocional que requeira um
tratamento diferente. No caso de ser diagnosticado o alcoolismo, o tratamento psiquiátrico poderá
ajudar o paciente a reconhecer a necessidade de solucionar o problema, e a decidir qual o caminho de
recuperação mais adequado.
ALCOÓLICOS ANÔNIMOS
No Congresso Internacional de Alcoolismo, realizado em setembro de 1968 em Washington,
D.C. (EUA), e assistido por médicos do mundo inteiro, o Presidente da Associação Médica
Americana, Dr. Dwight L. Wilbur, que presidiu a conferência, se dirigiu aos colegas de sua profissão
com estas palavras:
“De todas as organizações, profissionais e não profissionais, que lidam com a
doença do alcoolismo, nenhuma tem mostrado o êxito de Alcoólicos Anônimos”.
Pessoas de todas as idades, desde 17 até 50 anos, dos mais pobres aos mais aristocratas, de
todas as profissões e ocupações e de ambos os sexos, se recuperaram do alcoolismo e voltaram a uma
vida feliz e produtiva com a ajuda desta Irmandade mundialmente conhecida.
Alcoólicos Anônimos tem um só propósito do qual não se desvia e ao qual são dirigidos
todos os esforços dos membros. É uma Irmandade de alcoólicos, e somente de alcoólicos, unidos
voluntariamente a fim de se ajudarem mutuamente, e de ajudar a outros a conseguir e manter uma
sobriedade serena.
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O único requisito para pertencer a A.A. é ter o sincero desejo de parar de beber. Não cobram
nada, pois consideram seus esforços em benefício dos outros, necessários para conseguir suas
próprias recuperações. Os membros não pagam mensalidades, e A.A. não aceita a ajuda financeira de
fora. A Irmandade sem mantém com as contribuições voluntárias dos próprios membros.
Nas reuniões informais de A.A., os participantes contam experiências próprias às vezes
dramáticas, às vezes tristes e humilhantes e às vezes engraçadíssimas. Não existe Diretoria em
Alcoólicos Anônimos. Ninguém manda nesses grupos, pois reconhecem que o alcoólico, no início de
sua recuperação, não tem a maturidade para aceitar imposições.
Alcoólicos Anônimos não está ligada a religião, partido político ou organização alguma. Não
deseja apoiar e nem combater qualquer causa. Nem mesmo combate o álcool, reconhecendo que para
a maioria das pessoas, ele não faz mal. Não é uma associação antialcoólica.
Os membros de A.A. se dispõem a responder a qualquer convite da parte de médicos,
religiosos, assistentes sociais, diretores de pessoal da indústria, ou pessoas de outras entidades, para
discutir individualmente, ou proferir palestras em reuniões, sobre suas vidas como alcoólicos ativos,
e a solução que encontraram e que possa servir de auxilio aos que precisem. Visitam – a qualquer
hora e em qualquer lugar – a qualquer alcoólico que deseja a ajuda deles, sempre que o próprio
alcoólico solicite tal ajuda.
Para entrar em contato com Alcoólicos Anônimos em São Paulo (2), basta escrever para
Alcoólicos Anônimos, Caixa Postal 9008, São Paulo Capital. Ou, então, telefonar para 227-5601 ou
228-3804. (Fim da Transcrição)
N.T. (1): O endereço atual (2017) é:
Rua Antônio de Godoi, 20 – 5º andar,
Caixa Postal 658, CEP 01031-970
Fone: (11) 3331 8799
São Paulo-SP
N.T. (2): Em 2017, a maneira mais rápida e imediata para obter informação, é ligando para
(0xx11) 3315 9333, uma Linha de Ajuda (Plantão Telefônico) com atendimento
24 horas por dia, todos os dias do ano. É um serviço criado pelo Setor “A” da Área
4 – SP, realizado por membros de A.A. voluntários.
Endereços de Grupos e seus horários de reunião em todo o Brasil podem ser
acessados em => http://www.alcoolicosanonimos.org.br/localizar-grupos/localizar-
por-estado-cidade
Também pode acessar http://www.alcoolicosanonimos.org.br/ e entrar e “Fale
Conosco” http://www.alcoolicosanonimos.org.br/index.php/fale-conosco/assuntos-
diversos um serviço do Escritório de Serviços Gerais de Alcoólicos anônimos do
Brasil - ESG, cujo endereço é:
Alcoólicos Anônimos do Brasil
Rua Padre Antônio de Sá, 116, Tatuapé,
São Paulo - SP - CEP 03066-010
Caixa Postal 580 - CEP 01031-970
Tel.: 55 11 3229 3611/3313/3395