“O PRONTO SOCORRO É UMA ORGANIZAÇÃO”.€¦ · •Paciente, 34 anos, masculino, alcoólatra,...

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“O PRONTO SOCORRO É UMA

ORGANIZAÇÃO DESORGANIZADA QUE DESORGANIZA QUALQUER

ORGANIZAÇÃO”.

• Sangue Total;

• Aférese;

• Triagem sorológica: HIV, HCV, HBV, HTLV, Chagas, Sífilis, Malária – área endêmica;

• Exames imuno-hematológicos: Tipagem ABO, Rh, PAI.

CASO CLÍNICO #1

• Paciente, 34 anos, masculino, alcoólatra, com quadro de hematêmese de moderada quantidade. No momento, encontra-se calmo, com Glasgow 15, FC = 112, PA = 110x80mmHg, FR = 21. AR e ACV sem alterações.

• Há indicação de transfusão

• A indicação de Tx CH baseia-se em um conjunto de critérios, sendo a clínica soberana;

• O nível de Hemoglobina nunca deve ser o parâmetro isolado a definir a Tx; sendo ela, apenas, um dado a mais;

• Levar em consideração: Idade, quadro clínico, diagnóstico, reserva funcional;

• A indicação de CP e PFC baseia-se em parâmetros laboratoriais.

• Se indicado, sempre hemácias ABO e Rh compatíveis, se não houver risco imediato de vida;

• Identificação correta do paciente!!!

• Transfusão monitorada por profissional de saúde;

• Interromper a qualquer sinal de reação!!!

Hemoglobina: 9,5

Leucometria: 8.900

Segmentado: 64%

Linfócitos : 30%

Plaquetas: 230.000

TTPA R: 1,09

INR: 0,99

RESULTADO DE EXAME

TEM INDICAÇÃO DE TRANSFUSÃO

NÃO TEM INDICAÇÃO DE TRANSFUSÃO

CASO CLÍNICO #2

• Paciente, 22 anos, feminino, vítima de ferimento por arma de fogo em abdômen. Chega ao PS com rebaixamento de nível de consciência, FC = 134, PA = 70x50mmHg, FR = 35, AR e ACV normais. ABD = rigidez, orifício de entrada, sem orifício de saída, DB+.

• Há indicação de transfusão

• Em casos de iminente risco de vida, pode-se realizar Tx CH O Rh-, enquanto se esperar as provas pré-transfusionais;

• Após o resultado das provas

pré-transfusionais, deve-se

SEMPRE optar por CH ABO

e Rh compatíveis.

• Idealmente, toda agência transfusional deve ter um estoque de CH O - prontos para liberação imediata, sem necessidade de provas pré-transfusionais;

• Tx SEMPRE deve ser acompanhada por profissional de saúde;

• Nunca correr hemocomponenete em mesmo acesso venoso que outras medicações.

Hemoglobina: 6,5

Leucometria: 4.780

Segmentado: 72%

Linfócitos : 25%

Plaquetas: 256.000

TTPA R: 1,01

INR: 2,56

RESULTADO DE EXAME

TEM INDICAÇÃO DE TRANSFUSÃO

NÃO TEM INDICAÇÃO DE TRANSFUSÃO

INDICAÇÃO DE TX DE CH E PFC

• Em média, 01 unidade de CH eleva 1g/dl na Hemoglobina Total;

• A dose é individualizada, devendo ser direcionada pela clínica e não pela dosagem de Hb;

• Se houver indicação cirúrgica, sempre reservar hemocomponentes para bloco cirúrgico.

• Em urgências, deve-se indicar PFC em todos os casos de sangramento importante com alteração de coagulograma, ou em usuários de anticoagulantes orais. NUNCA deve ser usado em hemofílicos;

• A dose é de 10 a 20ml/Kg, respeitando tolerância a sobrecarga de volume;

• NUNCA usar PFC como expansor volêmico;

• Buscar sempre a causa da coagulopatia.

CASO CLÍNICO #3

• Paciente, 54 anos, procura PS com queixa de astenia, palpitações e dispnéia aos esforços moderados há 4 meses.

EF: descorada ++/4+, eupnéica, AR e ACV normais, FC = 89, PA = 110x70mmHg.

• Há indicação de transfusão

Hemoglobina: 7,8

VCM: 65

Reticulócitos: 1,2%

Leucometria: 6.780

Segmentado: 65%

Linfócitos : 32%

Plaquetas: 234.000

RESULTADO DE EXAME

• Em casos de anemia, a indicação de Tx CH deve avaliar múltiplos fatores;

• Sintomas x instabilidade clínica (ICC, angina, hipotensão, EAP, síncope);

• Aguda x crônica;

• Diagnóstico x terapia alternativa;

• O nível de hemoglobina pode orientar, mas nunca deve ser o determinante.

• “A melhor transfusão é aquela que pode ser evitada”.

• Queixas crônicas;

• Estabilidade clínica;

• Diagnóstico não dado;

• Terapia alternativa.

TEM INDICAÇÃO DE TRANSFUSÃO

NÃO TEM INDICAÇÃO DE TRANSFUSÃO

CASO CLÍNICO #4

• Paciente, 26 anos, feminino, com quadro de palidez, dispnéia e síncope há 24h. Encontra-se sonolenta, desorientada. Descorada +++/4+, ictérica ++/4+, AR e ACV sem anormalidades, FC = 135, PA = 80x50mmHg, Glasgow 13. Diurese colúrica.

• Há indicação de transfusão

Hemoglobina: 4,5

VCM: 89

Leucometria: 11.000

Segmentado: 67%

Linfócitos : 28%

Plaquetas: 456.000

RESULTADO DE EXAME

• Em casos de anemia aguda, com instabilidade clínica, deve ser indicada Tx CH;

• Dose deve ser avaliada individualmente, sendo o objetivo a melhora clínica, e não a correção da hemoglobina;

• O diagnóstico sempre deve ser aventado e, se possível, todos os exames coletados antes de Tx;

• Hemácias ABO e Rh compatíveis.

TEM INDICAÇÃO DE TRANSFUSÃO

NÃO TEM INDICAÇÃO DE TRANSFUSÃO

INDICAÇÃO DE TX DE CH

• Após soliciitada 02u de CH, o banco de sangue te informa: “Doutor, testamos todas as unidades de CH e não achamos sangue compatível. Todas as provas cruzadas são positivas”.

• O que fazer

• Distinguir se há presença de aloanticorpo ou autoanticorpo;

• Se história negativa de gestação ou transfusão prévia, a chance de aloanticorpo é mínima. Provável auto-anticorpo. Pode-se realizar Tx, sob monitorização cuidadosa, e de preferência das unidades “menos incompatíveis”;

• Se passado de gestação ou transfusão, EXCLUIR aloantiorpo antes de Tx ou aguardar CH compatível.

CASO CLÍNICO #5

• Paciente, 26 anos, masculino, vítima de queda de 12 andares. Fratura de quadril em livro aberto, com lesão de empalamento em caixa torácica evoluindo com hemotórax E. Já recebeu 24 CH nas últimas 16h, evoluindo com piora do sangramento e hipotermia.

• E agora José

FRATURA DE QUADRIL EM LIVRO ABERTO

FRATURA DE QUADRIL EM LIVRO ABERTO

EMPALAMENTO TORÁCICO COM HEMOTÓRAX

• TM é definida como a troca de uma volemia em 24h ou de 20 CH;

• A monitorização das complicações da TM devem ser periódicas, visto que podem deteriorar o quadro clínico;

• Coagulopatia, acidose e hipotermia são as principais complicações – Tríade da Morte.

• Após a Tx de 04 unidades de CH, na vigência da necessidade de novas Tx, deve-se monitorar TP, TTPA, fibrinogênio e plaquetopenia 2/2h, bem como temperatura corporal;

• Aquecer as unidades de CH, afim de evitar hipotermia, em equipamentos próprios para este fim;

• Aquecer o paciente.

• A coagulopatia é evento marcante na TM e tem como principal causa a hemodiluição, com contribuição da CIVD. Sua instalação é de prognóstico reservado;

• Deve-se Tx Crioprecipitado 01u/10Kg

de peso quando fibrinogênio

< 100mg/dl.

• PFC, 10ml/Kg, está indicado nas

TM, após a troca de 1,5 volemia

ou quando houver alargamento

de TP/TTPA;

• Tx CP, 01u/10Kg, deve-se ser indicada nas TM, quando plaquetometria

estiver abaixo de 50.000/mm3

ou após 2 volemias.

• Acidose;

• Hipercalemia;

• Hipocalcemia;

• Hipotermia.

CASO CLÍNICO #6

• Paciente, 67 anos, é trazida ao pronto atendimento vítima de acidente doméstico após queda de própria altura. A mesma encontra-se diaforética, taquipneica, agitada, com quadro de dor intensa em região de fêmur D e quadril. É portadora de diabetes mellitus controlado com dieta.

• Ao exame físico admissional encontrava-se descorada ++/4+, desidratada ++/4+, agitada, acianótica e anictérica;

• AR: MV+ AHT sem RA – FR = 34;

• ACV: BCNF sem sopros – PA = 60x30mmHg e FC = 163;

• ABD: Flácido, discreta dor à palpação superficial, sem visceromegalias palpáveis. MID e pelve com hematoma local.

• O médico pronto socorrista solicitou exames de urgência, que evidenciaram fratura em cólo de fêmur D e em quadril nas radiografias e Hb = 10,1, Hto = 25%, Leuc = 6700/mm3 com diferencial normal e Plaq = 245.000/mm3;

• De posse destes resultados, o médico solicitou 02 Unidades de Concentrado de Hemácias em caráter emergencial. Pergunta-se:

A. Está correta a indicação transfusional no caso? Justifique.

B. Após solicitada a transfusão, a agência transfusional informa que demorará em torno de 30 a 45 minutos para realização de provas pré-transfusionais devido a questões técnicas. Que tipo de concentrado de hemácias deve ser utilizado nestes casos?

C. Durante os primeiros atendimentos, a paciente evoluiu com perda da consciência e necessidade de entubação orotraqueal (A mesma já havia recebido sonda vesical de demora, cristalóides e demais medidas iniciais). Durante os procedimentos médicos, chega o técnico da agência transfusional e pergunta se foi dali que solicitaram sangue. Após ouvir resposta positiva, entrega o concentrado de hemácias a auxiliar, que o instala o mais rápido possível no acesso venoso usado para infundir relaxante muscular para fins de procedimento de entubação.

C. Em poucos minutos, a paciente evoluiu com parada cardiorrespiratória do tipo fibrilação ventricular e a equipe iniciou medidas de reanimação cardiopulmonar. Neste momento, a paciente já apresentava nítido escurecimento da urina pela SVD (Urina cor de vinho do porto), e a equipe continuou as manobras de RCP por 20 minutos, e encerrado após médico responsável declarar óbito. Cite 3 falhas cruciais, do ponto de vista hemoterápico, neste caso.

• BOM SENSO;

• BOM SENSO;

• BOM SENSO;

• Clínica prevalece sobre nível de hemoglobina nas Tx CH;

• A melhor transfusão é aquela evitada.