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MACROECONOMIA PARA O BANCO CENTRAL TURMA 02 PROFESSOR: CSAR DE OLIVEIRA FRADE
Prof. Csar de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br
Ol pessoal!
Primeiramente, irei fazer uma breve apresentao. Meu nome Csar de
Oliveira Frade, sou funcionrio de carreira do Banco Central do Brasil
aprovado no concurso de 1997. Atualmente trabalho com anlises de risco de
mercado em um dos Departamentos da rea de Fiscalizao do Banco Central.
Antes disso, estive de licena interesse pelo prazo de um ano com o nico
objetivo de dar aula para concursos pblicos.
De 2005 a 2008 fui Coordenador-Geral de Mercado de Capitais na Secretaria
de Poltica Econmica do Ministrio da Fazenda, auxiliando em todas as
mudanas legais e infralegais, principalmente aquelas que tinham ligao
direta com o Conselho Monetrio Nacional CMN.
Sou professor de Finanas, Microeconomia, Macroeconomia, Sistema
Financeiro Nacional, Mercado de Valores Mobilirios, Estatstica e Econometria.
Leciono na rea de concursos pblicos desde 2001, tendo dado aula em mais
de uma dezena de cursinhos em vrias cidades do pas, desde presenciais at
via satlite.
No incio da carreira pblica, trabalhei com a emisso de ttulos da dvida
pblica externa no Banco Central do Brasil, assim que tomei posse.
Sou formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG. Possuo uma Ps-graduao em Finanas e Mercado de Capitais pelo
IBMEC, outra em Derivativos para Reguladores na Bolsa de Mercadorias e
Futuros BM&F e uma especializao em Derivativos Agrcolas pela Chicago
Board of Trade CBOT1. Sou Mestre em Economia2 com nfase em Finanas na
Universidade de Braslia e no Doutorado, pela mesma Universidade, est
faltando apenas a defesa da Tese3, sendo que os crditos j foram concludos.
Vamos ao que interessa! Como ser o curso? Acredito que o melhor
entendimento da matria se d no com a compreenso na ordem como a
1 A Chicago Board of Trade - CBOT a maior bolsa de derivativos agrcolas do mundo. 2A dissertao Contgio Cambial no Interbancrio Brasileiro: Uma Anlise Emprica defendida em 2003 foi publicada na Revista da BM&F, o paper aceito na Estudos Econmicos e em alguns dos mais importantes Congressos de Economia da Amrica Latina LAMES. Versava sobre o risco sistmico a ser propagado via mercado de cmbio e as contribuies da Cmara de Compensao de Cmbio da BM&F para a mitigao desse risco. 3 Tese de Doutorado um parto e a gestao j est durando alguns anos. Acho que pode ser que ela no saia.
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ementa apresentada no concurso. Mas sim, tentando mostrar em primeiro
lugar que aquilo que acreditamos ser muito complicado pode se tornar simples
desde que compreendamos os conceitos bsicos e consigamos trazer o assunto
complexo para exemplos do nosso dia-a-dia.
Tenho um estilo peculiar de dar aulas. Prefiro tanto em sala quanto em aulas
escritas que elas transcorram como conversas informais. Entretanto, quando
tenho que dar aulas de Teoria para futuros fiscais gosto de explicar no apenas
a matria mas tambm a forma como vocs devem raciocinar para acertar a
questo. Acredito que todos aqui esto muito mais interessados em passar no
concurso do que aprender Macroeconomia.
Em alguns assuntos eu gastaria em sala de aula duas ou trs horas para
explicar uma determinada passagem e chegar a uma concluso que cai em
prova. No entanto, com uma explicao de dez minutos consigo convenc-los
de algo que no exatamente da forma como estou falando mas que far com
que voc acerte todas as questes. Eu, particularmente, prefiro essa segunda
forma. Prefiro ser direto no assunto e ensinar vocs a resolver as questes das
provas ou invs de ficar divagando na teoria e ensinando todas as vrgulas e
contrapontos de raciocnio em macroeconomia. Se tiver que ensinar tudo como
, o curso deveria ter umas 20 aulas, pois pode ser um mundo.
Desta forma, estarei fazendo uma mescla entre um papo informal (papo que
ocorrer sempre que for possvel) e a teoria formal. Mas nunca deixarei de
ensinar qual o raciocnio que vocs devem utilizar para acertar as questes.
Acredito que a matria sendo exposta de forma informal torna a leitura mais
tranqila e isso pode auxiliar no aprendizado de uma forma geral. Exatamente
por isso, utilizo com freqncia o Portugus de uma forma coloquial.
Dessa forma, a Aula Demonstrativa mostrar para vocs um pouco do que
ser esse curso. Ser uma aula bem menor que as outras, mas apenas
para vocs sentirem o gostinho de que essa matria no to complicada
como a maioria pensa. No h a necessidade de nenhum conhecimento prvio
de Economia. Nesse curso estarei mostrando a Macroeconomia com um
enfoque diferente daquele que mostrado pelos Economistas.
Aps terminar esse curso voc ser capaz de fazer, pelo menos, 70% das
questes de macroeconomia do Banco Central.
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Sero pelo menos, 400 pginas dissecando todo o assunto de forma clara e
mostrando a vocs como devem raciocinar para conseguir xito na prova.
Alm disso, nestas aulas resolveremos mais de 120 questes acerca de
todos os assuntos.
As questes sero TODAS de provas anteriores e de vrias bancas, dando
preferncia para a ESAF e CESPE.
Contedo Programtico (uma a cada 15 dias - Quintas):
Aula 0 19/06/2011
Macroeconomia aberta. Noes sobre o balano de pagamentos. Estrutura do
balano de pagamentos Parte 1
Aula 1 08/09/2011
Macroeconomia aberta. Noes sobre o balano de pagamentos. Estrutura do
balano de pagamentos Parte 2
Aula 2 22/09/2011
As contas do sistema financeiro e o multiplicador bancrio. Parte 1
Aula 3 06/10/2011
As contas do sistema financeiro e o multiplicador bancrio. Parte 2
Aula 4 20/10/2011
Introduo Macroeconomia. Conceitos Macroeconmicos Bsicos. Identidades
Macroeconmicas fundamentais. Formas de mensurao do Produto e da
Renda Nacional. O produto nominal x o produto real. Nmeros ndices.
Aula 5 03/11/2011
O Sistema de contas nacionais. Contas nacionais no Brasil.
Aula 6 17/11/2011
Macroeconomia keynesiana. Hipteses bsicas da macroeconomia keynesiana.
As funes consumo e poupana. Determinao da renda de equilbrio. O
multiplicador keynesiano. Os determinantes do investimento.
Aula 7 01/12/2011
Determinao da renda de equilbrio. O multiplicador keynesiano. O modelo IS-
LM. O Equilbrio no Mercado de Bens. A demanda por Moeda e o Equilbrio no
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Mercado Monetrio. O equilbrio no modelo IS/LM. Polticas econmicas no
Modelo IS/LM. Expectativas no modelo IS/LM.
Aula 8 15/12/2011
O modelo IS-LM. O Equilbrio no Mercado de Bens. A demanda por Moeda e o
Equilbrio no Mercado Monetrio. O equilbrio no modelo IS/LM. Polticas
econmicas no Modelo IS/LM. Expectativas no modelo IS/LM.
Aula 9 29/12/2011
Regimes Cambiais. Crises Cambiais. O Modelo IS/LM numa economia aberta.
Poltica monetria e fiscal numa economia aberta. Poltica Cambial no Plano
Real.
Aula 10 12/01/2012
Modelo de oferta e demanda agregada, inflao e desemprego. A funo
demanda agregada. As funes de oferta agregada de curto e longo prazo.
Efeitos da poltica monetria e fiscal no curto e longo prazo. Choques de oferta.
Inflao e Emprego. Determinao do Nvel de Preos. Introduo s Teorias
da Inflao. A curva de Phillips. A Rigidez dos reajustes de preos e salrios. A
Teoria da Inflao Inercial e a anlise da Experincia Brasileira Recente no
combate inflao.
Aula 11 26/01/2012
Crescimento de longo prazo: O modelo de Solow. O papel da poupana, do
crescimento populacional e das inovaes tecnolgicas sobre o crescimento. "A
regra de ouro".
Aula 12 09/02/2012
A economia intertemporal. O consumo e o investimento num modelo de
escolha intertemporal. A restrio oramentria intertemporal das famlias. A
restrio oramentria intertemporal do governo e a equivalncia ricardiana. A
restrio oramentria intertemporal de uma nao e o endividamento
externo.
Aula 13 23/02/2012
Modelos de crescimento. Teoria dos ciclos econmicos (reais, com moeda).
Expectativas Racionais.
Aula 14 08/03/2012
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II PND. A crise da dvida externa na dcada de 1980. Planos heterodoxos de
estabilizao. O Plano Real e a economia brasileira ps estabilizao.
Transformaes do sistema financeiro brasileiro.
Espero que este curso seja bastante til a voc e que possa, efetivamente,
auxili-lo na preparao para o concurso de Analista do Banco Central ou
qualquer outro que voc venha a fazer que cobre Macroeconomia. Estou
fazendo esse curso para que seja definitivo no seu aprendizado. As dvidas
sero sanadas por meio do frum do curso, a que todos os matriculados tero
acesso. Caso tenha exerccios da matria e queira me enviar, farei todos os
esforos para que eles sejam, medida do possvel, includo no curso. Envie
para meu e-mail abaixo (e-mail do Ponto).
As crticas ou sugestes podero ser enviadas para:
cesar.frade@pontodosconcursos.com.br.
Finalmente, gostaria de dizer a vocs que muito mais do que saber toda a
matria, importante que voc saiba fazer uma prova e esteja tranqilo neste
momento! Portanto, tente aprender a matria mas certifique-se que voc
entendeu como deve proceder para marcar o X no lugar certo. No interessa
saber a matria, interessa marcar o X no lugar certo e ver o nome na lista.
Prof. Csar Frade
Janeiro/2011
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1. INTRODUO AO BALANO DE PAGAMENTOS
Balano de Pagamentos o registro contbil das transaes existentes entre
os mais diversos pases. Qualquer transao, envolvendo ou no
pagamento financeiro, entre residentes e no-residentes ser registrada no
balano de pagamento dos dois pases envolvidos.
Segundo Simonsen & Cysne (Macroeconomia - 2 Edio Ed. Atlas) define-
se usualmente balano de pagamentos como sendo o registro sistemtico das
transaes entre residentes e no-residentes de um pas durante determinado
perodo de tempo.
Isso significa que as transaes, envolvendo ou no a transferncia de
recursos financeiros, existente entre residentes e no-residentes deve ser
contabilizada dentro de determinado perodo de tempo. Em geral, utilizamos o
ano civil como o perodo no qual registramos essas transaes. Observe que,
de tempos em tempos h a necessidade de zerar as contas e partir do zero o
Balano de Pagamentos. Todas essas transaes so contabilizadas usando o
princpio da partida dobrada. Lembre-se de uma coisa, apesar de o nome ser
Balano de Pagamentos, essa estrutura no se parece tanto com o Balano de
uma empresa, pois esta ltima d uma fotografia geral da empresa enquanto
que a primeira tira uma fotografia de um pedao da vida da empresa.
O Balano de Pagamento (BP) trabalha no regime de fluxo e no no regime
de estoque. Imagine, ser que as pessoas desejam saber as transaes que os
residentes no Brasil fizeram com os no-residentes desde o ano de 1.500 ou as
transaes que foram efetuadas naquele ano?
Concordam que no faz muito sentido somarmos todas as transaes que um
determinado pas j fez com o exterior desde seus tempos remotos. Alm disso
ser algo extremamente complexo no nos traria nenhum tipo de informao
agregadora aos negcios atuais. A nica serventia desse tipo de informao
seria o fato de levar tona o relacionamento comercial histrico entre aqueles
pases. No entanto, essa informao no iria nem incrementar nem reduzir os
prximos negcios.
Tal fato nunca nos dar uma idia se, naquele momento, as exportaes
superam as importaes, entre outras importantes informaes da atualidade
que podem ser retiradas do Balano de Pagamento. E o que nos interesse
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agora como esto nossas exportaes nesse ano, como esto comportando
as importaes, os investimentos brasileiros no exterior e os estrangeiros no
Brasil. Seria importante responder a uma pergunta sobre o que tem ocorrido
com os investimentos americanos e de pases europeus no Brasil aps a crise
de 2008. Isso s seria possvel de ser respondido se mantivermos um controle
peridico das transaes de tal forma que seus saldos sejam reduzidos a zero
de ano em ano. Portanto, o Balano de Pagamentos registra todas as
operaes em um perodo de tempo, em geral o ano-calendrio.
Alguns aspectos importantes devem ser ressaltados. Em primeiro lugar,
devemos esclarecer que, ao contrrio do que a maioria das pessoas pensa,
nem todas as operaes que so contabilizadas no Balano de Pagamentos
possuem transferncia de recursos financeiros.
Por exemplo, quando o Governo Brasileiro opta por doar medicamentos para
pases pobres da frica, h uma transao entre residentes e no-residentes e,
portanto, haver um impacto sobre o Balano de Pagamentos. claro que o
Governo Brasileiro um agente residente no Brasil e o Governo estrangeiro
um agente no-residente.
Imagine a situao em que uma instituio de caridade europia opte por doar
para o Brasil medicamentos, roupas e alimentos para moradores de uma
comunidade carente no Rio de Janeiro. Essa doao ensejar uma transao
entre residentes e no-residentes e, portanto, haver lanamento no Balano
de Pagamentos.
Imagine que o jogador de futebol Petkovic opte por fazer uma doao de
roupas para uma comunidade carente do Rio de Janeiro. Para quem no sabe,
o Petkovic nasceu na Srvia e vive no Brasil h alguns anos. Quem imagina
que est havendo uma transao entre residentes e no-residentes, se
enganou. Essa doao do Petkovic no impactar o Balano de Pagamentos.
Veremos mais a frente o motivo.
Existem vrios outros exemplos em que transaes entre residentes e no-
residentes, mesmo sem que exista transferncia de recursos financeiros, so
lanadas por partida dobrada no Balano de Pagamentos de um pas.
Em segundo lugar, importante compreender que, apesar da definio falar
que impactam o Balano de Pagamentos as transaes ocorridas entre
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residentes e no-residentes, existem algumas excees. Quando o Banco
Central adquire ouro de um cidado brasileiro, morador de Braslia por
exemplo, h uma transao entre residentes.
Ou seja, h transao entre uma pessoa que mora no Brasil e o prprio
Governo brasileiro, neste caso representado pelo Banco Central, logo, uma
operao entre dois residentes. No entanto, essa transao ocorrida
chamada de monetizao do ouro e impacta o Balano de Pagamentos.
Essas operaes de monetizao de ouro (aquisio de ouro pelo Banco
Central) e tambm de desmonetizao de ouro (venda de ouro efetuada pelo
Banco Central), mesmo que sejam feitas com pessoas residentes, devem ser
registradas no Balano de Pagamentos. Portanto, existem transaes entre
residentes que so registradas no Balano de Pagamentos, mas representam
excees. Sinceramente, nunca vi uma questo sobre esse assunto em prova.
Temos um terceiro tpico a ser ressaltado, que a definio de residentes e no
residentes. Na verdade, devemos fazer uma distino clara entre residentes e
no-residentes.
Entende-se como residentes em um pas aquelas pessoas que possuem seu
principal interesse naquele pas, seja ela pessoa fsica ou jurdica, nacional ou
estrangeira. Imagine um jogador de futebol de nacionalidade Argentina que
joga em um grande time do Brasil, Montillo4 por exemplo. Este jogador
considerado residente no Brasil, pois aqui que ele exerce a sua profisso
e, portanto, tem o seu grande interesse, seu centro de interesse.
Imagine uma empresa multinacional instalada em So Paulo. Apesar de sua
organizao societria conter capital externo, essa empresa possui uma fbrica
no Brasil, emprega pessoas residentes, e contribui com o pagamento de
impostos no Brasil. Portanto, essa empresa tem seu interesse econmico
situado no territrio brasileiro e, por isso, esse seria um outro exemplo de
pessoa residente no Brasil. Nesse caso, uma pessoa jurdica, mas que deve ser
considerada como residente assim como o jogador de futebol.
Alm disso, podemos citar as pessoas fsicas e jurdicas nacionais que possuem
seu interesse em nosso pas, como eu, voc e o Ponto dos Concursos que est
veiculando essas aulas.
4 O Montillo um jogador argentino que joga no Cruzeiro de Belo Horizonte.
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Alm dessas pessoas expostas acima, funcionrios em servio no exterior ou
residentes que se encontram temporariamente fora do pas so considerados
residentes.
Por exemplo, sou funcionrio do Banco Central e com freqncia tenho que
viajar para o exterior a trabalho. Nessas viagens a trabalho, a minha condio
de residente no alterada. Portanto, todas as transaes que fao quando
estou nessas viagens devero impactar a Balana de Pagamentos. Da mesma
forma, se essas viagens fossem realizadas a lazer, elas tambm impactariam a
Balana de Pagamentos do Brasil e do pas em que gastei os meus recursos.
Entende-se como no-residentes pessoas fsicas e jurdicas que possuem seu
interesse maior em outro Pas, como por exemplo, empresas brasileiras
sediadas no exterior, pessoas fsicas que trabalham no exterior, entre outras.
Se um jogador de futebol brasileiro joga em algum time da Europa ele
considerado no-residente no Brasil. Teoricamente, todas as vezes que esse
jogador vier de frias para o Brasil e fizer qualquer tipo de transao com
algum residente no Brasil, ocorrer um fato gerador de um lanamento no
Balano de Pagamentos.
Imagine que o Kak foi passar frias em So Paulo e resolveu sair para jantar
em um bom restaurante da cidade. Mesmo com o Kak sendo brasileiro, esse
jantar, em tese, dever gerar um lanamento no Balano de Pagamentos pois
o Kak considerado no-residente no Brasil e o restaurante uma pessoa
jurdica residente no Brasil, mesmo que seu proprietrio no seja brasileiro.
No momento em que a Gerdau ou a Vale adquirem uma empresa no exterior
para ampliar seus negcios ao redor do mundo, apesar de as duas serem
empresas residentes no Brasil, a pessoa jurdica adquirida ser considerada
no-residente no Brasil. No entendeu? Explico de novo.
A Gerdau Brasil foi at o Canad e comprou uma empresa de ao no Canad.
Essa empresa passou a se chamar Gerdau Canad. Enquanto a Gerdau Brasil
uma empresa nacional, de capital nacional, a Gerdau Canad uma empresa
canadense de capital brasileiro. Para o Balano de Pagamentos, a Gerdau
Brasil considerada residente e a Gerdau Canad considerada no-residente.
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Logo, quando houver uma remessa de lucros para o Brasil haver um impacto
na Balana de Pagamentos.
Observe a seguinte curiosidade: um jogador comeou a jogar no Brasil e em
algum momento se transferiu para o exterior. Dessa forma, podemos ver que
uma pessoa pode alterar o seu status entre residente e no-residente,
podendo gerar inclusive, em princpio, um lanamento no Balano de
Pagamentos. Veja. Em tese, o jogador embarcou no Brasil como residente em
nosso pas e desembarcou no exterior como no-residente no Brasil.
importante frisar que todos os lanamentos no Balano de Pagamentos
utilizam a metodologia da partida dobrada, e, dessa forma, para todo dbito
deveremos gerar um crdito correspondente. Sendo assim, qualquer operao
entre residentes e no-residentes impactar um lanamento duplo no Balano
de Pagamentos do Brasil, ou seja, essa transao ir gerar um lanamento a
dbito e outro a crdito no BP.
Entretanto duas ressalvas devem ser feitas sobre esse assunto, principalmente
para aquelas pessoas que j dominam a contabilidade.
Em primeiro lugar, necessrio esclarecer que enquanto na contabilidade
esses lanamentos acontecem em uma forma horizontal, onde de um lado
esto as contas ativas e de outro as contas passivas e o patrimnio lquido, no
Balano de Pagamentos esse lanamento na vertical. Ou seja, todas as
contas a serem impactadas com a operao esto na mesma direo (umas
embaixo das outras) e isso faz com que tudo que seja somado tenha uma
subtrao equivalente que o anule, sendo no final o saldo igual a zero. Essa
uma grande diferena da contabilidade mas no , ainda, a principal.
Em segundo lugar, uma parcela das contas aumenta seu saldo a dbito e outra
parte aumenta seu saldo a crdito. Forma essa, similar contabilidade. No
entanto, cabe ressaltar que SEMPRE um lanamento a dbito ter sinal
negativo enquanto que um lanamento a crdito ter sinal positivo,
independentemente em que parte do Balano de Pagamentos esteja a conta
impactada.
Portanto gravem:
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Lanamentos a Crdito SINAL POSITIVO
Lanamentos a Dbito SINAL NEGATIVO
Tendo em vista o fato de que boa parcela dos leitores deste curso possui um
conhecimento prvio de contabilidade5, por mais rudimentar que seja, e com o
objetivo de no trazer confuso alguma nos lanamentos, todas as vezes que
houver um lanamento ser efetuado um raciocnio similar com a Conta Caixa
da contabilidade, mesmo que no haja transferncia de recursos.
Compreenderam o que irei fazer. Estarei sempre, mesmo que no seja
verdico, tentando fazer um lanamento de Caixa contra alguma coisa. Como
sei que a conta CAIXA da contabilidade sensibilizada a dbito a todo instante
que recebe recursos, fica muito mais simples de definir como ser o
lanamento em questo.
2. ESTRUTURA DO BALANO DE PAGAMENTOS
Antes de comearmos a falar sobre a estrutura do Balano de Pagamento de
um Pas e mais especificamente do Brasil, devemos frisar que em 1993 houve
uma alterao no Manual de Balano de Pagamentos do Fundo Monetrio
Internacional FMI com a publicao da quinta edio.
Neste documento, visando modernizar e padronizar o Balano de Pagamentos
de todos os pases, vrias mudanas foram propostas, adequando desde
nomenclaturas at criando itens de lanamentos que vinham se tornando
importantes.
Entretanto, tal medida no foi impositiva e os pases no eram e no so
obrigados a implement-la, o documento apenas uma recomendao.
Dessa forma, o Brasil veio a implementar essas mudanas apenas no ano de
5 Para compreender o que irei explicar, o raciocnio que irei utilizar, necessrio apenas que se saiba fazer o lanamento da conta Caixa de contabilidade. Como alguns leitores podem no ter familiaridade, darei uma breve explicao deste raciocnio a ser adotado na utilizao desse mtodo. Uma empresa quando recebe um recurso, quando uma grana entra na conta caixa da empresa, dever ter um lanamento a dbito daquele valor. Para voc compreender isso, imagine que ao receber os recursos, a empresa passa a ter um dbito para com os seus donos, logo, haver um lanamento a dbito na conta Caixa da empresa. Ou seja, a empresa passa a dever a seus proprietrios o valor que acabou de receber. Caso a empresa efetue um pagamento, o valor correspondente ser lanado a crdito. Quando a empresa efetua um pagamento, como se ela estivesse pagando algo que era devido por seus proprietrios. Dessa forma, ela passa a ter um crdito para com os donos da empresa.
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2001 e podemos citar que as mais importantes alteraes introduzidas pelo
Banco Central do Brasil na nova apresentao do balano de pagamentos
foram:
a) introduo, na conta corrente, de clara distino entre bens, servios, renda
e transferncias correntes, com nfase no maior detalhamento na classificao
dos servios;
b) introduo da conta capital, que registra as transaes relativas s
transferncias unilaterais de patrimnio de migrantes e a aquisio/alienao
de bens no financeiros no produzidos (cesso de marcas e patentes);
c) introduo da conta financeira, em substituio antiga conta de capitais,
para registrar as transaes relativas formao de ativos e passivos
externos, como investimento direto, investimento em carteira, derivativos e
outros investimentos. A conta financeira foi, portanto, estruturada de forma a
evidenciar as transaes ativas e passivas, as classes dos instrumentos
financeiros de mercado e os prazos das transaes;
d) incluso, no item investimentos diretos, dos emprstimos intercompanhia
(emprstimos praticados entre empresas integrantes de mesmo grupo
econmico), de qualquer prazo, nas modalidades de emprstimos diretos e
colocao de ttulos;
e) reclassificao de todos os instrumentos de portfolio, inclusive bnus, notes
e commercial papers, para a conta de investimentos em carteira;
f) introduo de grupo especfico para registro das operaes com derivativos
financeiros, anteriormente alocados na conta servios e nos capitais a curto
prazo; e
g) estruturao da conta de rendas de forma a evidenciar as receitas e
despesas geradas por cada uma das modalidades de ativos e passivos externos
contidas na conta financeira.
Isso foi muito importante, e os examinadores de concursos pblicos, aps essa
mudana (veja que ela ocorreu em 2001) passaram a utilizar exerccios tanto
com a metodologia antiga quanto com a metodologia nova do Balano de
Pagamentos.
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Observe que o fato de as mudanas no terem sido impositivas, fez com que
vrios pases continuassem a utilizar a metodologia antiga e com o passar do
tempo algumas naes foram migrando para a nova. Tanto verdade que a
migrao no caso brasileiro ocorreu apenas 8 anos depois da confeco do
Manual. Portanto, caso seja mencionada que a questo fala sobre a
metodologia atualmente utilizada no Brasil, os examinadores estariam se
referindo nova. Mas caso a base da questo seja um pas hipottico ou se
nada for mencionado, a questo poder tratar tanto da metodologia nova
quanto da antiga.
Sendo assim, ser necessrio aprendermos o Balano de Pagamentos duas
vezes, ou seja, a metodologia antiga e as mudanas que ocorreram para que
possamos determinar a metodologia nova. E vai ser dessa forma que vamos
trabalhar nesse captulo.
Vocs vero que com o passar dos anos, as questes vem cobrando cada vez
mais a metodologia nova, mas ainda podemos encontrar questes recentes
sobre o assunto que solicitam que sejam explicitadas as mudanas ocorridas
ou que se utilize metodologia antiga.
Vamos estrutura? Ento vamos comear a pegar mais pesado.
O Balano de Pagamentos subdividido em oito grandes sub-grupos e dentro
de cada um desses existe uma infinidade de contas. Os oito sub-grupos6 so:
Balana Comercial, Balana de Servios e Rendas, Transferncias Unilaterais
Correntes, Saldo em Transaes Correntes7, Conta Capital e Financeira, Erros
e Omisses, Saldo Total do Balano de Pagamentos e Reservas.
Iremos comear dando uma breve explicao a respeito da ltima conta, ou
seja, a conta Reservas.
Em primeiro lugar devemos lembrar que, normalmente, quando h uma
transao que impacte o Balano de Pagamentos, na maioria das vezes,
haver envolvimento financeiro e, portanto, transferncia de recursos.
6 As nomenclaturas listadas tomam como base a nova metodologia do Balano de Pagamentos. 7 Tambm denominado Saldo em Conta-Corrente.
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Dessa forma, precisamos definir quais so as possibilidades existentes em se
efetuar um pagamento de uma transao. A primeira e principal delas a
transferncia de Reservas que consiste, principalmente, em recursos
pertencentes ao Pas e que esto aplicados no exterior, podendo ser sacados a
qualquer momento.
A nomenclatura na metodologia antiga da conta Reservas era Haveres
de Curto Prazo no Exterior. No entanto, a conta Haveres era apenas uma
das rubricas existentes para se efetuar o pagamento das transaes efetuadas.
Quer saber como voc deve raciocinar para no cometer erros? Imagine que
essa conta Reservas um fundo de investimento ou uma poupana mantida no
exterior, uma vez que est em dlares, euros, libras etc., e que ser utilizada
para efetuar o pagamento das despesas efetuadas dentro de um pas.
Essa talvez seja a conta mais importante de ser compreendida dentro desse
estudo e funciona nos mesmos moldes da Conta Caixa em contabilidade.
Ou seja, se houver um ingresso de recursos para o Pas essa conta dever ser
debitada e, apesar do sinal do dbito ser negativo, ela ter seu saldo
majorado. Caso haja uma sada de recursos/pagamento essa conta dever
ser lanada a crdito, ocorrendo uma reduo em seu saldo. Podemos concluir
que ela funciona de forma idntica conta caixa, e dessa forma que voc
deve pensar.
Se voc entendeu o que acabei de passar a voc, parabns, pois acertar
todas as questes sobre Balano de Pagamentos na Prova. TODAS.
Passemos agora, a estudar o Balano de Pagamentos na sua ordem normal de
exposio e sempre que formos efetuar os lanamentos tomaremos a conta
Reservas como base para descobrir se debitamos ou creditamos cada uma das
contas envolvidas, mesmo que no haja envolvimento financeiro na transao.
Acredito que a melhor forma seja explicando cada uma das contas
individualmente.
O primeiro grande grupo do Balano de Pagamentos a Balana Comercial.
Ela possui duas contas bsicas: Exportao e Importao.
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Importao
Exportao ComercialBalana
Enquanto em toda a estrutura do Balano todas as contas podem ser lanadas
tanto a dbito quanto a crdito, na Balana Comercial isso no ocorre, ou
seja, cada uma das contas ser impactada apenas a dbito ou a crdito.
Imagine uma empresa brasileira, portanto, residente, esteja efetuando uma
exportao para uma empresa no-residente no valor de US$ 10 milhes.
Dado que houve uma transao entre residentes e no-residentes, a
negociao em questo ir impactar o Balano de Pagamentos. Toda vez que
h uma exportao, o residente dever receber recursos como pagamento do
produto enviado para o exterior. Dessa forma, esses recursos impactaro a
conta Reservas a dbito8 e, portanto, haver um lanamento de igual valor a
crdito na conta Exportaes. Sendo assim, dever ser efetuado o seguinte
lanamento no Balano de Pagamentos:
10Milhes US$ExportaoCReservasD
De forma anloga, imaginemos uma empresa brasileira que utiliza um insumo
importado em seu processo produtivo. Ela dever, com freqncia, fazer
importaes e em todo momento que isso ocorrer produzir efeitos no Balano
de Pagamentos.
Imagine que esta empresa efetuou uma importao no valor de US$ 1 Milho.
Como ela fez uma importao dever fazer um pagamento em moeda
estrangeira. Ao fazer esse pagamento, sairo recursos do Pas e, portanto,
haver uma reduo na conta Reservas. Dessa forma, dado que haver sada
de recursos, a conta Reservas ser impactada a crdito e a contrapartida
ocorrer a dbito na conta Importaes. Sendo assim, dever ser efetuado o
seguinte lanamento no Balano de Pagamentos:
8 Lembre-se que uma entrada de recursos na conta Caixa provoca um lanamento contbil a dbito na conta.
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1Milho US$ReservasC
sImportaeD
Com a explicao acima e sabendo que toda vez que houver uma Exportao
haver um ingresso de recursos financeiros e que quando existir uma
Importao dever haver uma sada de recursos, conclumos que sempre a
rubrica Exportao ser lanada a crdito e a Importao a dbito. O
somatrio das duas contas (Exportao e Importao) resultar no saldo da
Balana Comercial. Como em qualquer conta um lanamento a crdito ter
sinal positivo e um lanamento a dbito ter sinal negativo, falamos que a
Balana Comercial ser superavitria (ou positiva) quando o montante
exportado superar o importado. Por outro lado, ela ser deficitria quando o
montante importado superar o exportado.
Questo 1
(ESAF BACEN 2002) A partir de 2001, o Banco Central do Brasil
introduziu algumas importantes alteraes no balano de pagamentos. Entre
estas alteraes, destaca-se:
a) a excluso da conta reinvestimentos dos movimentos de capitais
autnomos;
b) a incluso do item amortizaes na conta de servios fatores;
c) a retirada do item investimentos diretos dos emprstimos intercopanhias;
d) a incluso das transferncias unilaterais na conta de investimentos diretos;
e) a introduo da conta financeira, em substituio antiga conta de
capitais, para registrar as transaes relativas formao de ativos e passivos
externos.
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QUESTES RESOLVIDAS
Questo 1
(ESAF BACEN 2002) A partir de 2001, o Banco Central do Brasil
introduziu algumas importantes alteraes no balano de pagamentos. Entre
estas alteraes, destaca-se:
a) a excluso da conta reinvestimentos dos movimentos de capitais
autnomos;
b) a incluso do item amortizaes na conta de servios fatores;
c) a retirada do item investimentos diretos dos emprstimos intercopanhias;
d) a incluso das transferncias unilaterais na conta de investimentos diretos;
e) a introduo da conta financeira, em substituio antiga conta de
capitais, para registrar as transaes relativas formao de ativos e passivos
externos.
Resoluo:
Em geral, esse tipo de pergunta retirado de um documento do Banco Central
do Brasil que resume as mudanas nos seguintes itens (que, inclusive foram
colocados ao longo da aula terica):
a) introduo, na conta corrente, de clara distino entre bens, servios, renda
e transferncias correntes, com nfase no maior detalhamento na classificao
dos servios;
b) introduo da conta capital, que registra as transaes relativas s
transferncias unilaterais de patrimnio de migrantes e a aquisio/alienao
de bens no financeiros no produzidos (cesso de marcas e patentes);
c) introduo da conta financeira, em substituio antiga conta de
capitais, para registrar as transaes relativas formao de ativos e
passivos externos, como investimento direto, investimento em carteira,
derivativos e outros investimentos. A conta financeira foi, portanto,
estruturada de forma a evidenciar as transaes ativas e passivas, as classes
dos instrumentos financeiros de mercado e os prazos das transaes; - grifo
meu
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d) incluso, no item investimentos diretos, dos emprstimos intercompanhia
(emprstimos praticados entre empresas integrantes de mesmo grupo
econmico), de qualquer prazo, nas modalidades de emprstimos diretos e
colocao de ttulos;
e) reclassificao de todos os instrumentos de portfolio, inclusive bnus, notes
e commercial papers, para a conta de investimentos em carteira;
f) introduo de grupo especfico para registro das operaes com derivativos
financeiros, anteriormente alocados na conta servios e nos capitais a curto
prazo; e
g) estruturao da conta de rendas de forma a evidenciar as receitas e
despesas geradas por cada uma das modalidades de ativos e passivos externos
contidas na conta financeira.
Observe que foi extrado dos itens acima, um fragmento do texto que foi
colocado na questo correta. Portanto, uma dica: DECOREM essas mudanas.
E DECOREM mesmo para que no haja nenhuma pegadinha que possa te
derrubar. Essas questes so fceis mas so as mais provveis de equvoco
nessa matria.
Sendo assim, o gabarito a letra E.
Gabarito: E
Galera,
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Terminamos aqui a nossa Aula Demonstrativa. Tentei passar para vocs
nesta aula um pouco de como vai ser o curso, lembrando sempre que irei
mant-lo com uma linguagem simples e direta com o intuito de facilitar a
compreenso. Pois o que estamos interessados no em aprender Economia,
mas sim em acertar as questes da prova, no mesmo?
Abraos,
Csar Frade
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Ol pessoal!
Vamos comear nossas aulas de Macroeconomia?
A tentativa nessas aulas fazer com que vocs compreendam a matria de
uma forma simples, sem aqueles jarges normais das aulas de Economia e
sem tambm aquele formalismo exagerado que, na minha opinio, s
complicam.
Nessa aula, vocs vero que a questo 5 parece que est com problemas. Fiz e
refiz algumas vezes, pensei at em tirar da aula, mas achei melhor coment-la
e tentar mostrar o raciocnio deixando claro que o examinador tambm erra.
Vamos aula, ento?
Lembro que as crticas ou sugestes, assim como questes que vocs
gostariam que fossem resolvidas, podero ser enviadas para:
cesar.frade@pontodosconcursos.com.br.
Prof. Csar Frade
SETEMBRO/2011
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Vamos dar continuidade s explicaes das contas do Balano de Pagamentos.
O segundo grande grupo do Balano de Pagamentos , atualmente, a Balana
de Servios e Rendas. At a mudana efetuada em 2001 pelo Banco Central do
Brasil, esse grupo tinha o nome de Balana de Servios. Esse grupo por sua
vez, sub-dividido em dois grandes grupos: a Balana de Servios e a Balana
de Rendas.
A Balana de Servios composta dos servios prestados propriamente ditos,
ou seja, das transaes que envolvem prestao de servios, como fretes,
seguros, viagens internacionais, etc. At a mudana efetuada em 2001, essa
parte da Balana se chamava Balana de Servios no-Fatores.
A Balana de Rendas composta de contas que seriam a remunerao de
fatores de produo. Quando uma pessoa possui um recurso financeiro e o
empresta a um no-residente, a remunerao desse fator de produo
denominado capital monetrio o juros. Quando se investe em algo do setor
real, espera-se que a empresa consiga pagar todos os seus custos e gere
lucro. O lucro a remunerao do fator de produo risco. At a mudana
efetuada em 2001, o que hoje chamamos de Balana de Rendas era a
denominada Balana de Servios Fatores.
(BSF)Fator ServiosdeBalana
osReinvestid
Dividendose Lucros
Rendas
e
(BSNF)Fator noServiosdeBalana
taisGovernamenServiosFretesSeguros
naisInternacioViagens
sServiodeBalana
RENDAS E SERVIOSDE BALANA
LucrosRoyaltiesJuros
Inicialmente, vamos tratar da atual Balana de Servios. importante
ressaltar que, diferentemente do que ocorre na Balana Comercial, todas as
rubricas deste grupo do Balano de Pagamentos podem ter lanamentos tanto
a dbito como a crdito, conforme mostraremos abaixo.
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Suponha que um residente no Brasil viaja de frias para a Hungria. Resolve
almoar prximo ao palcio de Buda e deixa alguns Florins1 na capital
hngara. Houve uma transao entre residentes e no-residentes, pois o
cidado residente no Brasil efetuou um gasto em viagem que ser recebido por
um cidado no-residente no Brasil. Suponha que a conta do restaurante
totalizou US$ 50,00. Sendo isso verdade, haver uma sada de recursos da
conta Reservas da Balana de Pagamentos do Brasil, portanto, essa rubrica
dever ser creditada (pois houve uma sada de recursos da conta Caixa). Em
contra-partida dever haver um dbito na conta Viagens Internacionais que
consta da Balana de Servios.
00,50$Reservas-C
naisInternacioViagensUS
D
Imagine um turista alemo passando o Carnaval em Salvador. Quando ele for
pagar a conta de seu Hotel no valor de US$ 200,00, ter ocorrido uma
transao entre residente e no-residente, impactando a Balana de
Pagamentos. Como o hotel, pessoa jurdica residente no Brasil, recebeu o
pagamento das estadias, haver um lanamento a dbito na conta Caixa pois
houve entrada de recursos no Pais e a contra-partida ser um lanamento a
crdito na conta Viagens Internacionais do Balano de Pagamentos do Brasil.
00,200$naisInternacioViagens-C
ReservasUS
D
Em uma situao em que uma empresa brasileira importa um produto e efetua
o pagamento vista, devemos ter impacto tanto na balana comercial quanto
na balana de servios. Imagine a importao de uma mquina que custou
US$ 1 milho, e ainda houve uma despesa de US$ 100.000 com frete e US$
50.000 com seguro. importante destacar que essa transao impactar o
Balano de Pagamentos em sua totalidade apenas se tanto a transportadora
quanto a seguradora forem no-residentes. Caso alguma delas seja residente
no Brasil, a parcela do pagamento destinada a esse agente no impactar o
Balano, pois se configurar uma transao entre residentes. Sendo uma
transao entre residente e no-residentes, haver uma sada de US$ 1,15
milho do Brasil, impactando a conta Reservas a crdito. Dessa forma, a conta
importao ser debitada no valor de US$ 1 milho, a conta Seguros da 1 Florim a moeda Hngara. E para quem no sabe, a atual capital da Hungria, Budapeste, eram duas cidades no passado separadas pelo Rio Danbio. De um lado a bela cidade de Buda e na outra margem do rio a badalada Peste. Por isso, o nome Budapeste para a capital magiar.
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balana de servios ser debitada em US$ 50.000 e a conta frete debitada em
US$ 100.000.
Milho1,15 US$Reservas-C50.000 US$Frete-D
100.000 US$Seguros-DMilho1 US$Importao-
D
Por outro lado, devemos ressaltar que se uma empresa brasileira fizer o frete
de um produto para uma empresa no-residente, assim como o seguro de um
bem, haver um ingresso de recursos no pas e, portanto, a conta Reservas
dever ser debitada e a conta correspondente na balana de servios lanada a
crdito. Ou seja, se uma empresa brasileira efetuar uma exportao no valor
de US$ 1 Milho, e empresas residentes prestarem tanto o servio de
transporte quanto o de seguro cobrando por isso, respectivamente, US$
50.000 e US$ 100.000 de uma empresa estrangeira, teremos o seguinte
lanamento no Balano de Pagamentos:
50.000 US$Frete-C100.000 US$Seguros-C
Milho1 US$Importao-Milho1,15 US$Reservas-D
C
A outra parte da Balana de Servios e Rendas era antigamente, antes da
mudana de 2001, chamada de Balana de Servios Fatores. Atualmente,
recebe o nome de Balana de Rendas e tem como contas principais a conta de
Juros, a de Lucros e Dividendos e a conta Lucros Reinvestidos. Ela tem como
caracterstica receber os lanamentos das remuneraes dos fatores de
produo, tambm denominados de Renda.
Tendo em vista o fato de que muitos lanamentos que so obtidos na Balana
de Rendas s ocorrem quando j houver sido feito algum lanamento na Conta
Capital e Financeira, uma vez que a Balana de Rendas representa a
transferncia de recursos com o objetivo de remunerar fatores de produo,
que por sua vez, em sua grande maioria impactam a Conta Financeira. Dessa
forma, interessante tentarmos aprender de forma conjunta essas duas
parcelas do Balano de Pagamentos. As contas mais importantes e comuns da
Conta Financeira so as Amortizaes, os Emprstimos e Financiamentos, os
Investimentos Diretos e os Capitais de Curto Prazo. Por outro lado, a Conta
Capital composta pelas Transferncias Unilaterais de Capital.
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{
PrazoCurtodeCapitaisentoReinvestimesAmortiza
DiretotoInvestimenntosFinanciamee sEmprstimo
FinanceiraConta
Capitaldeis UnilateraciasTransfernCapitalContaFINANCEIRA E CAPITALCONTA
Imagine a situao de uma empresa residente que contrai um emprstimo de
US$ 1 milho de um no-residente. O principal do emprstimo contrado ser
retornado no prazo de 3 anos e, anualmente, dever ser remetida uma parcela
de juros taxa de 10% ao ano. Vamos tentar entender os lanamentos dessa
operao.
Quando a empresa residente recebe o emprstimo, h uma entrada de
recursos no pas, logo, dever haver um lanamento na conta Reserva. Tendo
em vista o fato de a conta Reserva funcionar da mesma forma que a conta
CAIXA, como houve um ingresso de recursos, essa conta dever ser debitada.
A contra-partida do lanamento a dbito na conta Reserva ser um lanamento
de igual valor, a crdito, na conta Emprstimos e Financiamentos que faz parte
da Balana Financeira. Esse lanamento dever ocorrer no momento da
obteno do emprstimo. Sendo assim, no ano zero haver o seguinte
lanamento no Balano de Pagamentos:
MilhoUSC
servasD1$
ntosFinanciamee sEmprstimoRe
Entretanto, nos dois anos seguintes dever haver uma remessa do residente
para o no-residente dos juros que incidiram sobre o principal do emprstimo.
Tendo em vista o fato de o juro ser de 10% ao ano com pagamentos anuais,
dever haver uma remessa de US$ 100.000,00 tanto no ano 1 quanto no ano
2.
Dessa forma, como h uma sada de recursos do pas, a conta Reserva dever
ser creditada e a contra-partida dever ser um lanamento a dbito na conta
juros que faz parte do Balano de Rendas. Ocorrero dois lanamentos desse
tipo, o primeiro ao final do primeiro ano do emprstimo e o segundo no ano
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seguinte, ou seja, a cada pagamento de juros dever ocorrer um lanamento
como o que segue abaixo:
00,000.100$Re
USservasC
JurosD
No ltimo ano, dever haver uma liquidao do emprstimo com o pagamento
da ltima parcela de juros e tambm o retorno do principal. Dessa forma,
dever ser enviado para o no-residente US$ 1,1 milho sendo US$
100.000,00 para o pagamento da ltima parcela dos juros (impactando a
Balana de Rendas) e o restante para a amortizao do principal (impactando
a Conta Financeira).
Sendo assim, devero ocorrer dois lanamentos. O primeiro ser um crdito na
conta Reserva e um dbito na conta Juros no valor de US$ 100.000,00. Esse
lanamento idntico ao ocorrido nos anos 1 e 2 para o pagamento dos juros
daquele perodo.
00,000.100$Re
USservasC
JurosD
O segundo lanamento ser um crdito na conta Reserva e um dbito na conta
Amortizao, que tambm faz parte da Conta Financeira, no valor de US$ 1
Milho. Devemos esclarecer que quando se contrai um emprstimo o
lanamento ocorre na conta Emprstimos e Financiamento e quando ocorre o
pagamento a conta a ser impactada a de Amortizaes.
Milho1$Re
USservasC
esAmortizaD
Imaginemos agora a situao de um capitalista no-residente que opta por
fazer um Investimento no Brasil, seja pela aquisio de uma empresa nacional
seja pela implantao de uma nova fbrica em nosso pas. Quando esse
capitalista efetuar a compra da empresa nacional, por exemplo, haver uma
transferncia de recursos de um no-residente para um residente e,
conseqentemente, um impacto no Balano de Pagamentos.
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Nesse caso especfico da aquisio de uma empresa brasileira, estar
ocorrendo um ingresso de capital externo no Brasil. Portanto, a conta Reserva
ser majorada e como toda conta CAIXA, ela dever ser debitada. Sendo
assim, a aquisio desta empresa provoca um dbito na conta Reserva e um
crdito na conta Investimento Direto. Para exemplificar, suponhamos que o
valor da alienao foi de US$ 5 Milhes. Logo, o lanamento ser o seguinte:
Milhes5$DiretotoInvestimen
ReUS
CservasD
Neste momento, o investidor estrangeiro passou a ter a propriedade de uma
empresa residente em nosso pas. Essa empresa produzir seus produtos e
gerar lucro. Esse lucro dever ser remetido para o seu proprietrio e, como a
empresa, apesar de ter sido constituda com capital estrangeiro, tem como
centro de interesse o Brasil, ela considerada residente no Brasil.
Dessa forma, uma remessa de recursos pela empresa para o seu proprietrio,
dado que este ltimo no-residente, ser fato gerador de lanamento no
Balano de Pagamentos. Imaginemos que o valor distribudo de US$
200.000,00 ao final de 1 ano. Como haver uma sada de recursos do pas, a
conta Reserva dever ser creditada e a conta Lucros e Dividendos creditada
conforme lanamento abaixo:
200.000,00$Reservas-C
Dividendose LucrosUS
D
Sempre pensamos, ao longo dos anos e neste exemplo acima fiz da mesma
forma, que h uma invaso de multinacionais no Brasil e, portanto, uma
remessa de lucros para o exterior. No entanto, nos ltimos tempos, vrias
empresas brasileiras esto efetuando aquisies em outras partes do mundo e
o nosso pas tem recebido recursos advindos de lucros, como o caso da
Companhia Vale do Rio Doce e Gerdau.
Voltemos agora ao caso da multinacional que adquiriu uma fbrica no Brasil,
adquirindo uma empresa brasileira e recebe, com freqncia, dividendos no
exterior. Em um determinado ano, seu proprietrio optou por ao receber esses
dividendos investi-lo no Brasil. Nestas situaes podemos apresentar duas
solues cabveis.
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A primeira seria um caso em que a empresa residente remete para o exterior
os recursos referentes ao pagamento dos dividendos. Isso geraria um
lanamento a crdito na conta Reserva e um dbito na conta Lucros e
Dividendos, suponhamos de US$ 200.000,00. No entanto, quando o capitalista
recebe os recursos remete-os de volta ao Brasil a ttulo de Investimento, ou
seja, aumentado o capital investido em sua empresa residente no Brasil. Essa
remessa geraria um segundo lanamento, desta vez gerando um dbito na
conta Reserva e um crdito na conta Investimento Direto no valor de US$
200.000,00. Segue abaixo os lanamentos expostos:
200.000,00$Reservas-C
Dividendose LucrosUS
D
200.000,00$DiretotoInvestimen
ReUS
CservasD
Esses lanamentos ocorreram desta forma no Brasil at o ano de 1979.
Posteriormente, adotou-se uma outra metodologia, pois tendo em vista que os
recursos eram remetidos para o exterior e, posteriormente, regressavam, no
havia sendo sequer envi-los. Logo, mantm-se a necessidade de se fazer dois
contratos de cmbio, um de sada e outro de entrada dos recursos, mas no
h, atualmente, em um caso como esse remessa de dinheiro. Sendo assim, a
conta Reserva que era impactada tanto a dbito quanto a crdito no mais
precisa ter lanamento e, portanto, teramos o seguinte:
200.000,00$Reservas-C
Dividendose LucrosUS
D
200.000,00$DiretotoInvestimen
ReUS
CservasD
200.000,00 US$DiretotoInvestimen-C
Dividendose LucrosD
No entanto, convencionou-se que quando ocorrer uma situao como essa, os
fatos geradores no seriam lanados como est acima, mas seriam criadas
duas contas que substituiriam as rubricas acima expostas neste caso. No
Balano de Rendas a rubrica Lucros Reinvestidos substituiria Lucros e
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Dividendos e na Conta Financeira aparecia a rubrica Reinvestimento para
substituir o Investimento Direto. Dessa forma, o lanamento correto para o
caso exposto seria:
200.000,00 US$entoReinvestimC
osReinvestidLucrosD
Por fim, a ltima conta que necessita ser explicada na Conta Financeira so os
Capitais de Curto Prazo. Essa rubrica abarca, dentre outros, todos os recursos
que so encaminhados ao mercado de capitais, notadamente, a Bolsa de
Valores. Por exemplo, no dia 26 de outubro de 2007, a BOVESPA Bolsa de
Valores de So Paulo aps um processo de desmutualizao efetuou uma
IPO2 de sua Holding na prpria Bolsa de Valores de So Paulo.
Trocando em midos, a Bolsa vendeu suas prprias aes nela mesma e as
pessoas que adquiriram as aes passaram a ser proprietrias da Bolsa mais
importante do Brasil. Nessa emisso, uma boa parte das aes vendidas foram
adquiridas por estrangeiros, ou melhor, no-residentes no Brasil. Com isso,
houve um ingresso enorme de recursos no dia do IPO, impactando fortemente
a cotao da moeda norte-americana e tambm o Balano de Pagamentos. O
lanamento adequado para esse ingresso foi um dbito na conta Reserva e um
crdito de igual valor na conta Capitais de Curto Prazo.
Tendo em vista o fato de j termos apresentado praticamente todas as contas
mais importantes que fazem parte do Balano de Pagamentos, julgo necessrio
mostrar um BP consolidado. Na verdade, no apenas um, mas dois, ou seja,
como era o Balano de Pagamentos antes da alterao efetuada em 2001 e o
que est vigorando atualmente.
At 2001, a estrutura do Balano de Pagamento era a seguinte:
I Balana Comercial
Exportao
Importao
II Balana de Servios
2 IPO a Oferta Pblica Inicial e se constitui no fato de uma empresa vender parte de suas aes na Bolsa, diluindo o capital entre vrios acionistas.
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II.1 Balana de Servios No-fatores
Viagens Internacionais
Seguros
Fretes
Servios Governamentais
II.2 Balana de Servios Fatores
Juros
Lucros e Dividendos
Lucros Reinvestidos
III Transferncias Unilaterais
IV Saldo em Transaes Correntes ou Saldo em Conta-Corrente (IV = I + II + III)
V Capitais Autnomos
Emprstimos e Financiamentos
Investimento Direto
Amortizaes
Reinvestimento
Capitais de Curto Prazo
VI Erros e Omisses
VII Saldo Total do Balano de Pagamentos (VII = IV + V + VI)
VIII Capitais Compensatrios
(a) Haveres de Curto Prazo no Exterior (b) Ouro Monetrio (c) DES (d) Posio de Reserva no FMI
Atrasados
Emprstimos de Regularizao
Duas mudanas importantes e das quais ainda no falamos foram a diviso
das transferncias unilaterais em duas contas, sendo que uma originou a
Conta Capital e a sada da conta atrasados dos capitais compensatrios para
ser uma conta retificadora das rubricas existentes na Conta Financeira. Dessa
forma, a estrutura atual do Balano de Pagamentos passou a ter a seguinte
configurao:
I Balana Comercial
Exportao
Importao
II Balana de Servios e Rendas
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II.1 Balana de Servios
Viagens Internacionais
Seguros
Fretes
Servios Governamentais
II.2 Balana de Rendas
Juros
Lucros e Dividendos
Lucros Reinvestidos
III Transferncias Unilaterais Correntes
IV Saldo em Transaes Correntes ou Saldo em Conta-Corrente (IV = I + II + III)
V Conta Capital e Financeira
V.1 Conta Capital
Transferncias Unilaterais de Capital
V.2 Conta Financeira
Emprstimos e Financiamentos
(Atrasados)
Investimento Direto
Amortizaes
(Atrasados)
Reinvestimento
Capitais de Curto Prazo
(Atrasados)
VI Erros e Omisses
VII Saldo Total do Balano de Pagamentos (VII = IV + V + VI)
VIII Reservas
As transferncias unilaterais recebem, em sua grande maioria, lanamentos de
doaes. Quando se faz uma doao, em geral, no h uma contra-partida
financeira e, portanto, haver um impacto em apenas uma das contas do
Balano de Pagamentos. Por este motivo, definiu-se que a contra-partida seria
a rubrica de transferncias unilaterais. Imagine que o Governo Brasileiro
efetuou a doao de medicamentos para pases pobres da frica. Como os
medicamentos foram enviados para o exterior, houve uma exportao de
medicamentos e deveria haver um pagamento por parte dos pases africanos
quando do recebimento dos produtos. Se houvesse tido o pagamento, haveria
um ingresso de recursos no Brasil e, portanto, um lanamento a dbito na
conta Reservas e a crdito na rubrica exportaes. No entanto, como no
houve a remessa de recursos financeiros, no haver impacto na conta
Reservas e o lanamento a dbito passar a ser em transferncias unilaterais.
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Mais um esclarecimento importante de ser feito. Nem sempre haver na
transao efetuada o envio ou recebimento de recursos financeiros.
Entretanto, para que no haja o risco de errarmos o lanamento, iremos
sempre supor que houve a remessa e, posteriormente, substituir a conta
Reserva pela conta que est faltando.
Por exemplo, suponha que uma multinacional optou por fazer um investimento
em sua filial brasileira no valor de US$ 1 Milho. O lanamento no Balano de
Pagamentos em decorrncia do envio desse recurso deveria ser um dbito na
conta Reservas e um crdito em Investimento Direto, ambos no valor de US$ 1
Milho. Entretanto, a empresa brasileira, imediatamente aps receber o
recurso destinou-o aquisio de um equipamento de um no-residente.
Dessa forma, houve um segundo lanamento, em seguida, de igual valor,
provocando um crdito na conta Reservas e um dbito na conta Importao.
No h problema algum nos lanamentos efetuados acima, mas a
multinacional em questo que efetuou o investimento de US$ 1 Milho no
Brasil poderia ter optado por, ao invs de mandar os recursos, enviar a prpria
mquina que posteriormente seria adquirida pela empresa nacional. O fato de
a empresa no-residente optar por no enviar os recursos e sim uma mquina
poderia ser informado pelo simples fato de se comunicar que o investimento foi
feito sem cobertura cambial, ou seja, sem a remessa de recursos financeiros.
Logo, se a multinacional efetuar o investimento com a aquisio e posterior
envio da mquina que a empresa residente necessita, o lanamento no
Balano de Pagamentos ser um dbito na conta Importao e um crdito na
conta Investimento Direto.
Acredito que todas as dvidas acerca dos possveis lanamentos j devam
estar sanadas, faltando agora apenas concluir os itens do Balano de
Pagamentos que ainda no foram mencionados.
O saldo da Balana Comercial ser a soma entre exportao e importao. O
mesmo podemos falar da Balana de Servios e Rendas que ter como saldo a
soma dos valores constantes em cada uma de suas contas. Entretanto, aps
determinarmos o saldo das transferncias unilaterais, vemos que o saldo em
transaes correntes o somatrio dos saldos da Balana Comercial com a
Balana de Servios e Rendas mais as Transferncias Unilaterais Correntes.
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Por fim, vemos que h uma grande dificuldade em controlar as transferncias
fsicas na prtica e o mesmo fato no ocorre com as transferncias financeiras.
Portanto, se no houver, na prtica, uma igualdade nos lanamentos a rubrica
Erros e Omisses serve para fechar o Balano de Pagamentos e omitir os
possveis erros existentes. Entretanto, h um valor mximo em termos
percentuais do Balano que pode ser colocado nessa rubrica.
Finalmente, vemos que a saldo total do Balano de Pagamentos o somatrio
do Saldo em Transaes Correntes com a Conta Capital e Financeira e os Erros
e Omisses.
Uma dvida muito comum acharmos que o Saldo Total do Balano ser zero
dado que para todo crdito haver um dbito de mesmo valor e como os
dbitos so sempre negativos e os crditos sempre positivos. No entanto, isso
no est correto pois o Saldo Total do Balano de Pagamentos no a ltima
rubrica existente, ainda teremos a conta Reservas. Sendo assim, podemos
afirmar, com base no Balano de Pagamentos apresentado aps 2001 que a
soma do Saldo Total do Balano de Pagamentos com a conta Reservas
necessariamente igual a zero. Se considerarmos o Balano anterior a 2001
temos que a soma do Saldo Total do Balano de Pagamentos com os Capitais
Compensatrios que equivalem zero.
2.3. Renda Enviada ou Recebida do Exterior
Com bastante freqncia aparecem os termos Renda Lquida Enviada ao
Exterior (RLEE), Renda Lquida Recebida do Exterior (RLRE), Renda Enviada ao
Exterior (REE) e Renda Recebida do Exterior (RRE).
Quando tratamos da Balana Comercial estamos nos referindo importao e
exportao de bens. No entanto, quando tratamos da Balana de Servios3
estamos tambm nos referindo a importaes e exportaes, mas apenas de
servios. Dessa forma, quando tratarmos de exportao de bens e servios
estamos falando do somatrio de todos os bens que foram exportados e esto
lanados a crdito na balana comercial e de todos os servios exportados e
3 Neste caso, estamos nos referindo nova classificao do Balano de Pagamentos, que era, anteriormente, chamado de Balana de Servios no-Fatores.
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lanados a crdito na balana de servios. Quando nos referirmos a
importaes de bens e servios estamos falando dos lanamentos a dbito
tanto na balana comercial (bens) quanto na balana de servios.
Com isso, para podermos determinar o saldo em transaes correntes ou o
saldo em conta-corrente falta a determinao dos lanamentos tanto na
Balana de Rendas quanto nas Transferncias Unilaterais Correntes. O
somatrio desses dois itens dar origem RLEE ou RLRE conforme o caso.
Se a soma da Balana de Rendas com as Transferncias Unilaterais teve como
resultado um saldo a dbito, significa que houve uma contra-partida a crdito.
Para compreendermos exatamente o que isto representa, vamos supor que
todas as contas do Balano de Pagamentos esto zeradas e o primeiro
lanamento que ir ocorrer ser uma remessa de juros para o exterior, logo,
uma sada de recursos. Ao lanarmos uma sada de recursos do Pas (pela
conta de juros), teremos um lanamento a dbito na conta juros e um
lanamento a crdito de mesmo valor na conta Reservas. Dessa forma, se a
soma do Balano de Rendas e das Transferncias Unilaterais tiver um saldo
negativo, significa que os lanamentos a dbito superaram os lanamentos a
crdito e, portanto, na conta Reservas ocorreu o inverso. Logo, houve uma
sada de recursos do Pas.
Com isso, podemos determinar que o somatrio dos lanamentos a crdito na
Balana de Rendas e Transferncias Unilaterais gerou, em tese, um
lanamento a dbito na conta Reservas e chamaremos esse somatrio de
Renda Recebida do Exterior (RRE). Por outro lado, os lanamentos a dbito na
Balana de Rendas e Transferncias Unilaterais gerou, em tese, um
lanamento a crdito na conta Reservas (significando que houve sada de
recursos) e chamaremos esse somatrio de Renda Enviada ao Exterior (REE).
A Renda Lquida Enviada ao Exterior ir ocorrer se o total de Renda Enviada ao
Exterior superar a Renda Recebida do Exterior4. Caso contrrio, ou seja, se a
Renda Recebida do Exterior superar a Renda Enviada ao Exterior teremos a
Renda Lquida Recebida do Exterior.
4 Normalmente, no Brasil, a Renda Enviada ao Exterior superior Renda Recebida do Exterior e uma explicao plausvel, apesar de mudanas estruturais estarem ocorrendo, que temos muito mais empresas multinacionais estrangeiras no Brasil enviando lucros e juros para o exterior do que empresas brasileiras no exterior remetendo lucros para o Brasil.
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crditoa lanadoSaldo00Sedbitoa lanadoSaldo00Se
>>>>
RLREREERRERLEERREREE
2.4. Tabela de Usos e Fontes
A Tabela de Usos e Fontes a seguinte:
Usos Fontes
Transaes Correntes Conta Capital
Balana Comercial (importaes e exportaes)
Investimentos estrangeiros diretos
Servios e Rendas (juros, receitas e despesas)
Investimentos em papis domsticos de longo prazo
Lucros e Dividendos Desembolsos de mdio e longo prazos
Viagens internacionais - Bnus, Notes e Commercial Papers
Transferncias Unilaterais Correntes - Crdito de fornecedores
Amortizaes de mdio e longo prazos - Emprstimos
- Bnus, Notes e Commercial Papers Ativos de Brasileiros no Exterior
- Crdito de fornecedores Emprstimos ao Banco Central
- Emprstimos Curto prazo e demais
Ativos de Reservas
Devemos observar que nessa Tabela de Usos e Fontes, todos os itens que
fazem parte dos Usos, ao serem classificados no Balano de Pagamentos
devero estar inseridos no Saldo em Transaes Correntes com exceo das
amortizaes de mdio e longo prazos. Ou seja, o saldo em transaes
correntes a soma da Balana Comercial com a Balana de Servios e Rendas
e as Transferncias Unilaterais Correntes. Observe que todos esses itens
citados acima fazem parte dos Usos e somado a esses temos: Lucros e
Dividendos que integram a Balana de Rendas, Viagens Internacionais que
integram a Balana de Servios e a prpria conta de Transaes Correntes.
Portanto, a nica exceo seria o termo amortizaes.
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QUESTES PROPOSTAS
Questo 2
(FGV BADESC 2010) Analise os lanamentos no Balano de Pagamentos
de um pas durante um ano.
Exportao de bens ................................................... 152.994
Importao de bens ................................................. 127.647
Transferncias Unilaterais Correntes ............................. 2.314
Viagens internacionais ................................................. 5.593
Investimento brasileiro direto ....................................... 10.084
Investimento estrangeiro direto .................................... 25.948
Royalties e licenas ...................................................... 2.078
Lucros e dividendos ................................................... 17.765
O saldo em transaes correntes desse pas :
a) 2.225.
b) 5.106.
c) 2.792.
d) 1.535.
e) 8.414
Questo 3
(FGV Porto de Santos 2010) Dados:
Em US$
Exportaes (FOB) 900,00
Importaes (FOB) 700,00
Viagens Internacionais -100,00
Lucros enviados 400,00
Lucros Recebidos 500,00
Pagamento de Juros 50,00
Recebimento de Juros 0,00
Saldo em Transaes Correntes 300,00
O valor referente s transferncias unilaterais
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a) 50,00
b) 150,00
c) 250,00
d) 350,00
e) 450,00
Questo 4:
(FGV Porto de Santos 2010) Considere as seguintes informaes:
Exportaes: $500. Importaes: $300. Saldo na balana de servios: $ -300. Saldo em Transaes correntes: $ -150. Saldo do Movimento de Capitais Autnomos: $250. Erros e omisses de zero.
Com base nas informaes acima, o saldo das transferncias unilaterais e do
BP so, respectivamente,
a) 50 e 200
b) 50 e 100
c) -50 e 200
d) -50 e 100
e) 100 e -50
Questo 5
(FGV Porto de Santos 2010) Considere as seguintes informaes:
Exportaes: $200. Importaes: $150. Saldo balana de servios: $ -100. Emprstimos novos: $50. Investimento direto (na forma de mquinas e equipamentos) de: $100. Erros e omisses: $0. Transferncias unilaterais: $0.
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Com base nos dados, avalie as afirmativas abaixo:
I. O saldo em transaes correntes foi de $50.
II. O saldo do Balano de Pagamentos foi de $-100.
III. O saldo da conta de capital autnomo foi de $50.
Assinale:
a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se todas as afirmativas estiverem corretas.
e) se nenhuma afirmativa estiver correta.
Questo 6
(CESGRANRIO BNDES Economia 2008) Na conta de transaes
correntes do balano de pagamentos do pas, entre outros itens, registram-se
as(os)
a) exportaes e os investimentos estrangeiros que trazem divisas para o pas.
b) exportaes e as importaes de mercadorias feitas pelos residentes no
pas.
c) variaes das reservas internacionais no Banco Central.
d) emprstimos e os financiamentos de longo prazo.
e) pagamentos de juros e de amortizaes de capital recebidos do exterior.
Questo 7
(ESAF APO 2003) Considere os seguintes lanamentos realizados entre
residentes e no residentes de um pas, num determinado perodo de tempo,
em unidades monetrias:
o pas exporta mercadorias no valor de 100, recebendo vista; o pas importa mercadorias no valor de 50, pagando vista; o pas realiza pagamentos a vista referente a juros, lucros e aluguis, no
valor de 50;
ingressam no pas investimentos diretos, no valor de 20, sob a forma de mquinas e equipamentos;
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o pas paga 50 referente a despesas com transportes; o pas recebe emprstimos no valor de 100.
Com base nessas informaes, o pas apresentou :
a) saldo total nulo no balano de pagamentos;
b) dficit no balano de pagamentos de 100;
c) supervit em transaes correntes de 70;
d) supervit na balana comercial de 50;
e) supervit no balano de pagamentos de 50.
Questo 8
(ESAF Auditor Fiscal da Previdncia Social 2002) Considere as seguintes
informaes: saldo da balana comercial: dficit de 100; saldo da balana de
servios: dficit de 200; saldo em transaes correntes: dficit de 250; saldo
total do balano de pagamentos: supervit de 50. Com base nessas
informaes5, o saldo das transferncias unilaterais e do movimento de
capitais autnomos foram, respectivamente,
a) + 50 e + 300
b) 50 e 300
c) + 30 e 330
d) 30 e +330
e) 30 e 300
Questo 9
(ESAF APO 2003) Considere os seguintes dados para uma economia
hipottica: exportaes de bens e servios no-fatores = 100; importaes de
bens e servios no-fatores = 50; dficit no balano de pagamentos em
transaes correntes = 10. Com base nas identidades macroeconmicas
bsicas para uma economia aberta e com o governo, podemos afirmar que
essa economia apresentou:
5 Observe que apesar de a questo ser de 2002, ou seja, aps as mudanas estruturais efetuadas pelo Banco Central do Brasil no balano de pagamentos, ele se refere s contas com as nomenclaturas antigas.
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a) renda lquida enviada ao exterior igual a 60;
b) renda lquida recebida do exterior igual a 60;
c) renda lquida enviada ao exterior igual a 40;
d) renda lquida recebida do exterior igual a 40;
e) renda lquida enviada ao exterior igual a 50.
Questo 10
(ESAF Analista de Planejamento e Oramento do Ministrio do Planejamento,
Oramento e Gesto 2002) Com base no balano de pagamentos, correto
afirmar que
a) o saldo do movimento de capitais autnomos tem que ser necessariamente
igual ao saldo do balano de pagamentos em transaes correntes;
b) as transferncias unilaterais tm como nica contrapartida de lanamento a
balana comercial;
c) o saldo total do balano de pagamentos necessariamente igual a zero;
d) os lucros reinvestidos so lanados com sinal positivo nos movimentos de
capitais e com sinal negativo no balano de servios;
e) as amortizaes fazem parte do balano de servios.
Questo 11
(ESAF Analista de Planejamento e Oramento do Ministrio do Planejamento,
Oramento e Gesto 2002) Considere os seguintes dados para uma
economia hipottica, em unidades monetrias e num determinado perodo de
tempo: dficit comercial = 100; transferncias unilaterais recebidas = 10;
saldo lquido positivo do movimento de capitais autnomos = 100.
Considerando que o saldo total do balano de pagamentos foi nulo e supondo a
ausncia de erros e omisses, correto afirmar que
a) o balano de servios apresentou saldo negativo de 110 e o saldo em
transaes correntes foi deficitrio de em 90;
b) o saldo do balano de servios foi nulo e o saldo em transaes correntes foi
deficitrio em 90;
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c) o balano de servios apresentou saldo negativo de 10 e o saldo em
transaes correntes foi deficitrio em 100;
d) o saldo do balano de servios foi nulo e o saldo em transaes correntes foi
deficitrio em 110;
e) o saldo do balano de servios foi igual ao saldo em transaes correntes.
Questo 12
(ESAF BACEN 2002) Considere as seguintes operaes entre residentes e
no residentes de um pas, num determinado perodo de tempo, em milhes
de dlares: o pas exporta mercadorias no valor de 500, recebendo vista; o
pas importa mercadorias no valor de 400, pagando vista; o pas paga 100
vista, referente a juros, lucros e aluguis; o pas amortiza emprstimo no valor
de 100; ingressam no pas mquinas e equipamentos no valor de 100 sob a
forma de investimentos diretos; ingressam no pas 50 sob a forma de capitais
de curto prazo; o pas realiza doao de medicamentos no valor de 30. Com
base nestas informaes, pode-se afirmar que as reservas do pas, no perodo,
a) tiveram uma reduo de 50 milhes de dlares;
b) tiveram uma elevao de 50 milhes de dlares;
c) tiveram uma reduo de 100 milhes de dlares;
d) tiveram uma elevao de 100 milhes de dlares;
e) no sofreram alteraes
Questo 13
(APO ESAF 2003) Com base no balano de pagamentos, incorreto
afirmar que
a) os investimentos diretos fazem parte dos denominados movimentos de
capitais autnomos;
b) o saldo total do balano de pagamentos sempre igual a zero;
c) os emprstimos do Fundo Monetrio Internacional fazem parte das
denominadas transaes compensatrias;
d) os chamados capitais de curto prazo fazem parte dos denominados
movimentos de capitais autnomos;
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e) despesas com turismo fazem parte da balana de servios no fatores.
Questo 14
(ESAF AFRF 2 2002) Com relao ao balano de pagamentos, incorreto
afirmar que:
a) as exportaes de empresas multinacionais instaladas no Brasil so
computadas na balana comercial do pas.
b) os investimentos diretos fazem parte dos chamados movimentos de capitais
autnomos.
c) o saldo da conta transferncias unilaterais faz parte do saldo do balano
de pagamentos em transaes correntes.
d) o saldo total do balano de pagamentos no necessariamente nulo.
e) as chamadas rendas de capital fazem parte do denominado balano de
servios no fatores.
Questo 15
(ESAF AFRF 2002) Considere as seguintes informaes:
A = saldo da balana comercial
B = saldo da balana de servios
C = saldo das operaes de transferncias unilaterais
D = saldo em transaes correntes
E = movimento de capitais autnomos
F = movimento de capitais compensatrios
G = saldo total do balano de pagamentos
Com base nestas informaes, pode-se afirmar com certeza que
a) A + B + C = D + E + F + G
b) A + B + C + D + E + F + G = 0
c) A + B + C + E + F = 0
d) G = 0
e) A + B + C = D = G = 0
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QUESTES RESOLVIDAS
Questo 2
(FGV BADESC 2010) Analise os lanamentos no Balano de Pagamentos
de um pas durante um ano.
Exportao de bens ................................................... 152.994
Importao de bens ................................................. 127.647
Transferncias Unilaterais Correntes ............................. 2.314
Viagens internacionais ................................................. 5.593
Investimento brasileiro direto ....................................... 10.084
Investimento estrangeiro direto .................................... 25.948
Royalties e licenas ...................................................... 2.078
Lucros e dividendos ................................................... 17.765
O saldo em transaes correntes desse pas :
a) 2.225.
b) 5.106.
c) 2.792.
d) 1.535.
e) 8.414
Resoluo:
Observe que o examinador j forneceu o saldo de algumas contas. Isso nos
livra de pensar em como deveramos fazer os lanamentos, mas devemos
saber em que ponto do balano de pagamentos se situa cada uma das contas
relacionadas. Voc deve estar se perguntando qual estrutura usar, no
mesmo? Temos que procurar uma dica na questo, mas quando o examinador
coloca transferncias unilaterais correntes, ele nos indica que est usando a
nova estrutura. Lembre-se que a estrutura atual a seguinte:
127.647:portaoIm152.994 : Exportao
ComercialBalanaI
O saldo da Balana Comercial positivo e de $25.347.
Passemos agora para a Balana de Servios.
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-2.078:LicenaseRoyalties-5.593:naisInternacioViagens
ServiosdeBalana1.II
O saldo da Balana de Servios negativo, deficitrio, e de $7.671.
A nica conta da Balana de Renda a Lucros e Dividendos.
Como o saldo em Transaes Correntes o somatrio do saldo das Balanas
Comerciais, Servios e Rendas alm do valor das Transferncias Unilaterais
Correntes, temos:
I- Balana Comercial + $25.347
II.1- Balana de Servios - $7.671
II.2 - Balana de Rendas - $17.765
III - Transferncias Unilaterais Correntes $ 2.314
IV- Saldo em Transaes Correntes + $2.225
Sendo assim, o gabarito a letra A.
Gabarito: A
Questo 3
(FGV Porto de Santos 2010) Dados:
Em US$
Exportaes (FOB) 900,00
Importaes (FOB) 700,00
Viagens Internacionais -100,00
Lucros enviados 400,00
Lucros Recebidos 500,00
Pagamento de Juros 50,00
Recebimento de Juros 0,00
Saldo em Transaes Correntes 300,00
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O valor referente s transferncias unilaterais
a) 50,00
b) 150,00
c) 250,00
d) 350,00
e) 450,00
Resoluo:
Para resolver essa questo, devemos, em primeiro lugar, montar o balano de
pagamentos e verificar se uma conta quando recebe juros deve ser debitada
ou creditada e o mesmo com a conta lucro. Vamos s duas, primeiro.
Uma operao de envio de lucro para o exterior. Teremos como contrapartida
a conta reservas. Se o recurso foi enviado para o exterior, saiu recursos do
caixa e, portanto, a conta reservas dever ser creditada. Logo, teremos:
Reservas-CEnviadoLucroD
De maneira anloga, tratamos o pagamento de juros:
Reservas-CJurosdeagamentoPD
Dessa forma, teremos o seguinte:
I Balana Comercial +900 700 = +200
II.1 Balana de Servios -100
II.2 Balana de Renda -400+500-50+0 = +50
III Transferncias Unilaterais X
IV Saldo em Transaes Correntes 300
Sabemos que I + II.1 + II.2 + III = IV.
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Dessa forma, temos:
150X300X150
300X50100200
=+=++
=+++
Sendo assim, o gabarito a letra B.
Gabarito: B
Questo 4:
(FGV Porto de Santos 2010) Considere as seguintes informaes:
Exportaes: $500. Importaes: $300. Saldo na balana de servios: $ -300. Saldo em Transaes correntes: $ -150. Saldo do Movimento de Capitais Autnomos: $250. Erros e omisses de zero.
Com base nas informaes acima, o saldo das transferncias unilaterais e do
BP so, respectivamente,
a) 50 e 200
b) 50 e 100
c) -50 e 20