Post on 17-Nov-2015
CURSO PARA AGENTE DE ENDEMIAS
ZOONOSEZoonose um termo da medicina que designa asdoenaseinfecestransmitidas para o homematravs dos animais. uma palavra de origem grega formada por zoo, que significa "animal" e noso, que significa "doena".As zoonoses so transmitidas pelos animais atravs de vrus, bactrias, fungos, protozorios e outros microorganismos diversos. A peste, carbnculo, psitacose, triquinose e ornitose so exemplos de algumas zoonoses.
As zoonoses mais comuns so:Toxoplasmose (transmitida principalmente pelos felinos que so hospedeiros definitivos do protozorio da doena);Leptospirose (muito comum em poca de chuvas porque transmitida atravs do contato com a pele ou pela ingesto de alimentos contaminados com a bactria);Raiva (doena provocada por vrus e transmitida atravs da mordida de um animal contaminado);Dengue (transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti);Histoplasmose (os fungos presentes em fezes secas de passarinhos, pombos ou morcegos so causadores dessa doena).
HistriaA partir do momento em que homem dominou aagriculturae o pecuarismo, deixando de viver como nmade e se estabelecendo prximo a fontes de gua e alterando esses ambientes, ele desencadeou as primeiras zoonozes.Nos tempos atuais, a abertura de estradas atravs daflorestae a construo de novas cidades no interior leva o homem a invadir o ambiente natural de numerosas zoonoses, como aleishmaniosee afebre amarelasilvestre. A intromisso tem como conseqncia a incluso do homem no ciclo de desenvolvimento da doena.
Imunizao
Imunidade a capacidade do organismo de reconhecer substncias, consider-las estranhas e promover uma resposta contra elas, tentando elimin-las.
ImunizaoAimunizao definida como a aquisio de proteo imunolgica contra uma doena infecciosa. Prtica que tem como objetivo aumentar a resistncia de um indivduo contra infeces. administrada por meio devacina,imunoglobulina ou porsoro de anticorpos.
Imunizao
VacinasConhecidas desde o sculo VII, atravs dos hindus (ingesto de veneno de cobra);
Consideradas uma das maiores conquistas no campo da medicina preventiva;
Constitui um tipo de imunizao ativa.
Vacinas
Imunoglobulinas
Isotipos de anticorpos dos mamferosNomeDescrioComplexosIgAEncontradomucosas, como osintestinos,trato respiratrioetrato urogenital, prevenindo sua colonizao por patgenos. IgDFunciona principalmente como uma receptor de antgeno nas clulas B nave.3Suas funes so menos definidas do que as dos outros isotrmicos.IgE(Reao de hipersensibilidade Inata)=alergia. Tambmprotegecontra parasitas helmintos.IgGinflamao e fagocitose; IgMExpressa na superfcie das clulas B nave. Elimina patgenos nos estgios iniciais da imunidade mediada pelas clulas B antes que haja IgG suficiente - ativao do sistema de complemento.
Calendrio VacinalBrasil
IDADE VACINAS AO NASCER BCG E HEPATITE B 1 MS HEPATITE B 2 MESES TETRA (DPT + VACINA CONTRA H. influenzae) + VACINA ORAL CONTRA PLIO + VACINA ORAL DE ROTAVRUS HUMANO + PNEUMO 10 VALENTE 3 MESES MENINGOCCICA C 4 MESES TETRA + PLIO + ROTAVRUS + PNEUMO 10 VALENTE 5 MESES MENINGOCCICA C 6 MESES TETRA + PLIO + HEPATITE B + PNEUMO 10 VALENTE 9 MESES FEBRE AMARELA (ALGUNS ESTADOS) 12 MESES (1 ano)PNEUMO 10 VALENTE + TRPLICE VIRAL (SARAMPO, CAXUMBA E RUBOLA SCR ou MMR) 15 MESES (1 ano e 3meses)DPT + PLIO + MENINGOCCICA C 4 A 6 ANOS DPT + PLIO + TRPLICE VIRAL 14 ANOS DUPLA TIPO ADULTO (dT)
Calendrio de Vacinao do Adulto e do Idoso
IDADEVACINASDOSESDOENAS EVITADASA partir de 20 anosdT (Dupla tipo adulto)(1) +20 anos sem comprovao1 doseContra Difteria e TtanoFebre amarela(2)
dose inicialContra Febre AmarelaSCR (Trplice viral)(3) mulheres de 12 a 49 anos que no tiverem comprovao de vacinao anterior e em homens at 39 (trinta e nove) anos.dose nicaContra Sarampo, Caxumba e Rubola2 meses aps a 1 dose contra Difteria e TtanodT (Dupla tipo adulto)2 doseContra Difteria e Ttano4 meses aps a 1 dose contra Difteria e TtanodT (Dupla tipo adulto)3 doseContra Difteria e Ttanoa cada 10 anos, por toda a vidadT (Dupla tipo adulto)(4) grvida 5 anos e antes 20 diareforoContra Difteria e TtanoFebre amarelareforoContra Febre Amarela60 anos ou maisInfluenza(5)dose anualContra Influenza ou GripePneumococo(6)dose nicaContra Pneumonia causada pelo pneumococo
Sade PblicaA arte e a cincia de prevenir a doena, prolongar a vida, promover a sade e a eficincia fsica e mental mediante o esforo organizado da comunidade. Abrangendo o saneamento do meio, o controle das infeces, a educao dos indivduos nos princpios de higiene pessoal, a organizao de servios mdicos e de enfermagem para o diagnstico precoce e pronto tratamento das doenas e o desenvolvimento de uma estrutura social que assegure a cada indivduo na sociedade um padro de vida adequado manuteno da sade.
SanitarismoSanitarismo se preocupa com o melhoramento das condies de vida e de trabalho da populao .Sanitarismo a consevao da Sade Pblica.Sanitarismo Campanhista: As campanhas sanitrias era sua principal estratgia (incio do sculo XX at 1945
Sistemas de SadeA teoria de sistemas feita por Ludwig von Bertalanffy, estuda, de modo interdisciplinar, a organizao abstrata de fenmenos, independente de sua formao e configurao presente. Investiga todos os princpios comuns a todas as entidades complexas, e modelos que podem ser utilizados para a sua descrio. E sua difuso e aceitao se generalizam no final da Segunda Guerra Mundial.
SADE PUBLICA BRASILEIRASculo XVI: vinda da famlia Real para o Brasil (carncia de profissionais e medo da populao). Proliferao de curandeiros e boticrios.1892: criao dos primeiros laboratrios bacteriolgicos.Gesto do Presidente Rodrigues Alves: nomeao do Diretor de Sade Pblica Oswaldo Cruz que implementou desinfeco sanitria e obrigao da vacinao anti-varola (Revolta da Vacina).
1920: criao de rgos especializados no combate a doenas.1923: criao da Lei Eli Chaves que instituiu as Caixas de Aposentadorias e Penses.1934: Governo de Getlio Vargas implementa programas de assistncia mdica aos trabalhadores para garantir o processo de industrializao.1943: criao da CLT agregando benefcios como indenizao a acidentados e tratamento mdico aos doentes portadores de carteira assinada.1953: criao do Ministrio da Sade; e 1956: criao do DNERU para a populao rural.
1960: criao da Lei Orgnica da Previdncia Social unificando os servios de sade aos trabalhadores do regime CLT.1966: criao do INPS.1974: criao do Ministrio da Previdncia e Assistncia Social. INPS transforma-se em INAMPS.Fim da dcada de 70 surge o movimento pela Reforma Sanitarista.Dcada de 80 so criados programas de assistncia bsica de sade.
Constituio de 1988 estabelece a sade como relevncia pblica e direito bsico de todos os cidados. Criao do SUS.Nova formulao poltica e organizacional para o reordenamento dos servios e aes de sade
O SUS o novo sistema de sade
Art. 196
A sade direito de todos e dever do Estado
Conceito - SUSFoi criado pela Lei Orgnica da Sade n. 8080/90 com a finalidade de alterar a situao de desigualdade na assistncia Sade da populao, tornando obrigatrio o atendimento pblico a qualquer cidado, sendo proibido cobrana de dinheiro sob qualquer pretexto.
Se prope a promover a sade, priorizando as aes preventivas, democratizando as informaes relevantes para que a populao conhea seus direitos e os riscos sua sade.
SUS Sistema nico de SadeSistema: Formado por vrias instituies dos trs nveis de governo
nico: Tem a mesma doutrina, a mesma filosofia de atuao, organizado de acordo com a mesma sistemtica.
Sade: responsabilidade de todos, Governo e sociedade, assegurado pelo conjunto das instituies e polticas pblicas da sociedade
Por que sistema nico?Segue a mesma doutrina e os mesmos princpios em TODO o territrio nacional
No um servio ou instituio o conjunto de unidades, servios e aes que interagem para um fim comum:
Governo FederalGoverno EstadualGoverno MunicipalPROMOO - PROTEO - RECUPERAO
Doutrinas do SUS
UniversalidadeGarantia de ateno sade por parte do sistema, a todo e qualquer cidado.
O indivduo tem direito de acesso a todos os servios pblicos de sade, assim como queles contratados pelo poder pblico.
EquidadeAssegurar aes e servios de todos os nveis de acordo com a complexidade que cada caso requeira, more o cidado onde morar, sem privilgios e sem barreiras.
Todo cidado igual perante o SUS e ser atendido conforme suas necessidades at o limite do que o sistema puder oferecer para todos.
IntegralidadeAs unidades prestadoras de servio, formam tambm um todo indivisvel configurando um sistema capaz de prestar assistncia integral.
O homem um ser integral, bio-psico-social, e dever ser atendido com esta viso integral por um sistema de sade tambm integral, voltado a promover, proteger e recuperar sua sade.
Princpios do SUSRegionalizao e Hierarquizao
Resolubilidade
Descentralizao
Participao dos Cidados
Complementariedade do setor privado
Regionalizao e Hierarquizaoservios organizados em nveis de complexidade crescentesservios dispostos em rea geogrfica delimitada e com a definio da populao a ser atendida
oferecer a uma determinada populao todas as modalidades de assistncia
timo grau de resolubilidade
Regionalizao e HierarquizaoAcesso ateno primriaReferncia Contra-fernciaConhecimento da situao de sade da populaoAes da vigilncia epidemiolgica e sanitriaEducao em sadeAes de ateno ambulatorial e hospitalar em todos os nveis de complexidade.
Resolubilidade
a exigncia de que os servios estejam capacitados para enfrentar e resolver os problemas de sade at o nvel da sua competncia.
DescentralizaoRedistribuio das responsabilidades quanto s aes e servios de sade
Quanto mais perto do fato a deciso for tomada, mais chance haver de acerto
Participao dos CidadosA populao, atravs de suas entidades representativas, participar do processo de formulao das polticas de sade e do controle da sua execuo, em todos os nveis, desde o federal at o local.
LEPTOSPIROSEDoena infecciosa febril de incio abrupto, que pode variar desde um processo inaparente at formas graves com alta letalidade.
(MS, 2010)
AGENTE CAUSADOR causada por bactria do gnero Leptospira que possui cerca de 14 espcies patognicas, sendo a mais importante a L. interrogans. Essa bactria tem como reservatrios essenciais animais domsticos sinantrpicos e selvagens tais como: ratos, caninos, sunos, bovinos, equinos, ovinos e caprinos sendo o rato o reservatrio mais comum.
GOMES, 2011
O gnero Leptospira pertence famlia Leptospiraceae, distribudas em 3 diferentes gneros: Leptospira, Leptonema e Turneriella. So bactrias com 0,1 a 0,2 mm de dimetro e 6-12 mm de comprimento; forma fina e espiralada; apresentam extremidades com ganchos; mveis graas a dois flagelos
GOMES, 2011
MODO DE TRANSMISSOA infeco humana resulta da exposio direta ou indireta urina de animais infectados. O microrganismo penetra na pele com leses, em pele ntegra imersa por tempo elevado em gua contaminada ou atravs das mucosas. A transmisso entre humanos rara.
PERODO DE INCUBAO: de 01 a 30 dias(em mdia, de 05 a 14 dias);
PERODO DE TRANSMISSIBILIDADE: os animais infectados podem eliminar a leptospira atravs da urina durante meses, anos ou por toda a vida;
A doena bifsica com apresentaes clnicas distintas. Est dividida em:
FASE PRECOCE (ou septicmica);FASE TARDIA (ou imune).
FASE PRECOCEDurao de 3 a 7 dias, incio sbito de febre, cefalia, mialgias (dor muscular), anorexia, nuseas e vmitos, podendo apresentar ainda dor torcica, diarreia, tosse seca.
FASE TARDIAInicia aps a primeira semana da doena;A manifestao clssica a sndrome de Weil, caracterizada pela trade: ictercia rubnica, insuficincia renal aguda IRA e hemorragias, mais comumente pulmonar;Pode ocorrer ainda cefalia intensa, sinais de irritao menngea, miocardite, arritmias, distrbios neurolgicos, petquias.
DIAGNSTICOA suspeita clnica deve ser confirmada atravs de exames laboratoriais especficosNa primeira semana (fase precoce) as leptospiras podem ser encontradas no sangue;Na fase tardia as leptospiras podem ser encontradas na urina.Os testes mais utilizados so o ELISA-IgM e a microaglutinao (MAT).
TRATAMEMTO feito a base de antibiticos independente da fase;Na fase precoce deve-se usar a Amoxacilina 500mg em adultos e 50mg/kg/dia em crianas durante 5 a 7 dias, ou ainda a Doxicilina 100mg.Na fase tardia utiliza-se Penicilina G Cristalina1,5 milhes de UI, Anpicilina 1g ou Cefotaxina 1g.
TRATAMENTOReposio hdrica;Assistncia cardiorrespiratria;Nutrio enteral ou parenteral;Transfuso de sangue;Proteo gstrica.
ASPCTOS EPDEMIOLGICOSNo Brasil uma doena endmica podendo ser epidmica em pocas de chuvas devido a ocorrncia de enchentes associadas a condies inadequadas de saneamento bsico e alta infestao de roedores infectados
PREVENO E CONTROLEControle dos roedores;Descarte e acondicionamento adequado do lixo;Tratamento adequado da gua;Eliminao de objetos ou materiais em geral em desuso que possam servir de abrigo para roedores;Imunizao de animais domsticos (ces, bovinos e sunos) com vacinas de uso veterinrio.Vigilncia sanitria de alimentos de consumo humano.Evitar exposio a gua de enchentes por tempo prolongado principalmente na presena de leses na pele.
A leptospirose um problema de sade pblica.
Toda a populao deve fazer sua parte eliminando os focos de roedores a partir do descarte adequado do lixo. O Governo por sua vez deve dar suporte a populao melhorando as condies de saneamento bsico, tratamento da gua e coleta adequada do lixo.
OBRIGADO!!!