Apresentação do PowerPoint - ceap.br · apontaram para a necessidade de encontrar ... Sala de...

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Art Nouveau

Antonio Castelnou

Introdução

No final do século XIX, as críticas ao ECLETISMO e a experiência do Arts & Crafts

apontaram para a necessidade de encontrar um novo estilo que abandonasse essas

tentativas frustradas de reviver o passado.

As correntes historicistas tinham consciência que a MODERNIDADE industrial colocou em

crise a arte oitocentista, a qual vivia uma carência em temas e propostas originais.

Crescia cada vez mais a oposição entre aqueles que tiravam partido do ECLETISMO disponível e os que afirmavam a

necessidade de romper com o passado por meio de uma nova estética,

a qual refletisse as transformações e a velocidade das

mudanças emergentes.

Este período, que se estendeu de 1890 até o

início da Primeira Guerra Mundial (1914/18), ficou

conhecido como a

BELLE ÉPOQUE, por

ter sido uma fase de paz e prosperidade

econômica européia, devido à expansão do

comércio internacional e o aumento da confiança no progresso das classes

dominantes.

Parisian Café (1903) Gaetano de Las Heras (1859-1931)

Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) La danse au Moulin Rouge (1889/90)

Isto abriu campo a experiências de vanguarda

de grupos ou artistas isolados na busca de um

estilo original e totalmente livre de precedentes.

Desde 1870, as ferrovias interligavam quase toda a Europa, intensificando as

relações comerciais – feitas até então por via marítima ou fluvial – e fortalecendo

a sociedade industrial.

Gare Saint-Lazare (1877) Claude Monet (1840-1926)

Claude Monet (1840-1926) Le train dans la neige (1875)

Com o surgimento do primeiro gerador elétrico

de uso comercial, a ELETRICIDADE começou a ser difundida no nível de transporte público

(bondes elétricos), bombas d’água e

iluminação urbana, o que transformou rapidamente

a vida nas cidades.

O gênio consiste em 1 % de inspiração e 99 % de transpiração. Thomas Alva Edison (1847-1931)

Fonógrafo (1877)

Lâmpada elétrica (1879) Cinetógrafo (1888) Vitascópio (1896)

Muitas invenções surgiram na BELLE ÉPOQUE, entre as quais: telefone (1876), lâmpada elétrica

(1879), motor a explosão (1885), elevadores (Otis, 1887), ferrovia elétrica (1890), rádio

(1894), cinematógrafo (1895) e avião (1903).

Elisha Graves Otis (1811-61) Plataforma Ascessora (1853)

Art Nouveau

Com muitas raízes e precursores, denomina-se ART NOUVEAU (“Arte Nova”) o conjunto de movimentos artísticos europeus, iniciados por volta de 1890, que visavam a renovação das artes aplicadas (arquitetura e decoração).

Todos se caracterizavam por uma grande experiência recíproca de personalidades

singulares, as quais tinham em comum única e basicamente a novidade em estilos pessoais.

O ART NOUVEAU manifestou-se principalmente na

decoração e mobiliário, embora tenha influenciado

todas as esferas da arte, inclusive moda e adereços.

Foi enfim uma criação original, que tinha por

finalidade principal negar a herança artística do passado

e criar algo unitário e completamente novo.

Gustave Serrurier-Bovy (1858-1910)

Coiffeuse (c.1899)

Interior Eugène Vallin (1856-1922)

Era um estilo que expressava o tom festivo de uma moda, criado de improviso e transitório, muito mais próximo do

século XIX que o XX, pelas suas raízes histórias e

ideológicas.

Alguns consideram-no já nascido “morto”, por ainda estar preso à ornamentação

e ao individualismo, mas outros percebem sua

importância na ruptura de velhos conceitos.

Victor Horta (1861-1947) Maison du Peuple (1896/99, d.1965, Bruxelas, Bélgica)

Victorian London

O ART NOUVEAU desenvolveu-se, por um lado, sob a pressão

asfixiante do materialismo e do desenvolvimento tecnológico; e, por outro lado, influenciado pelo simbolismo e a atitude artística.

Isto foi um dos motivoa para o rápido desaparecimento do estilo, que já a partir de 1910 tornou-se raro: ele não conhecia soluções

para o problema de como relacionar a máquina com as

exigências da arte.

Gustave Serrurier-Bovy (1858-1910)

Seu elemento mais marcante foi a linha ondulada e assimétrica, terminada em um movimento cheio de energia como o da ponta de um chicote; e que era elegante e graciosa (Inglaterra e Escócia) ou

mais dinâmica e animada (França e Bélgica).

V. Horta

C. Mackintosh

Essa linha decorativa tinha fundo simbólico, onde se selecionavam

elementos naturais (rebento viçoso, broto vegetal e botão floral)

para expressar a alegria de viver e o nascimento de uma nova era; além de

tentar aliar o social ao estético (produção original, mas cara e

luxuosa).

Gustave Serrurier-Bovy

Gustav Klimt (1862-1918)

Émilè Gallé

Victor Horta

O Cumprimento (1905/09)

Danae (1907/08)

As três idades da mulher (c.1905)

Gustav Klimt (1862-1918)

De qualquer forma, o novo estilo foi uma forte

reação ao ECLETISMO, sendo expresso por uma

série de iniciativas que se baseavam, na sua

totalidade, na completa recusa da associação entre

o repertório estilístico tradicional (historicismo) e as técnicas modernas,

defendendo principalmente o uso do ferro e vidro.

Entrées du Metropolitan (1898-1901, Paris)

Hector Guimard (1867-1942)

Características

O ART NOUVEAU opunha-se à esterilidade artística da era industrial, tendo como principal objetivo combater as atitudes historicistas que

vigoravam desde a Renascença.

Denominava-se “arte nova” no sentido de romper com o método criativo de inspiração no

passado; e por tentar melhorar a qualidade artística da época. Propunha-se a dar novo rumo às artes aplicadas, integrando arte e indústria.

Nascido na BÉLGICA – país fora do contexto daqueles

que normalmente eram precursores de vanguardas; colônia espanhola do século XVI ao XVIII, tornando-se independente em 1830 –, foi um movimento muito abrangente, que atingiu

vários países e recebeu em cada um denominações

diferentes. Maison Horta (1898/1902,

Bruxelas, Bélgica)

Victor Horta (1861-1947)

Hôtel Tassel (1892/93, Bruxelas,

Bélgica)

O ART NOUVEAU pode ser considerado o último estilo ornamental do século XIX,

servindo como base moderna, através da sua funcionalidade e

senso estético unitário; e recebendo vários nomes:

Style Fin-de-Siecle , Métro ou Modern Style (França)

Jugendstil (Alemanha)

Stile Liberty ou Florale (Itália)

El Modernismo ou Estilo Joven (Espanha)

Estilo Dragão (Escandinávia)

Tiffany Style (EUA)

Victor Horta (1861-1947) Interior da Maison Horta

(1898/1901, Bruxelas Bélgica)

Havana Cigar Store (1899, Berlin, Alem.) Henry van de Velde (1863-1957)

Além disso, suas fronteiras temporais não

se apresentaram delimitadas com nitidez, o que fez com que fosse considerado por muitos críticos mais como um momento de transição para o MODERNISMO

do que um estilo unitário.

Hôtel Hannon (1902, Bruxelas Bélgica)

Jules Brunfaut (1852-1942)

Façade Jardin d’hiver

Suas principais características foram:

a) Acentuado interesse pelas artes aplicadas, por influência teórica de

Ruskin e Morris, além da prática do Arts & Crafts, resultando em uma decoração espaçosa e bem

planejada, restabelecendo o senso de unidade;

b) Motivos decorativos derivados da arte oriental (repertório vegetal e

mundo aquático), com tendência à estilização e à abstração linear;

H. Van de Velde

Tiffany

E. Gallé

c) Inspiração naturalista na flora (botões de flores, orquídeas, lírios, crisântemos, nenúfares e ninféias; superfícies com entrecruzamentos de caules, espinhos e ondulações) e na fauna (borboletas, libélulas, pássaros e rãs);

d) Inspiração na figura feminina, associando-se a mulher ao princípio elementar da vida, tanto pelo sexo como pelas formas curvilíneas (rosto, busto, quadril, cabelos, etc.);

Trappenhuis, Hôtel Hannon (1902, Bruxelas, Bélgica)

Jules Brunfaut (1852-1942)

e) Preferência pelos ritmos gráficos ou plásticos da linha curva e suas

variantes, como a espiral, a voluta e a linha em chicotada

(uso de arabescos, formas sinuosas e ovóides);

f) Recusa de proporção e equilíbrio clássicos, buscando-se dinamismo e ritmos musicais; e

enfatizando-se juventude, leveza e otimismo (cores em tons

pálidos e transparentes);

Mobiliário (1896) H. van de Velde

f) Tendência em resolver valores plásticos através de elementos lineares e cromáticos, acentuando a sensação de movimento e a estruturação da forma;

g) Individualismo artístico em contradição ao tentar uma aliança entre o social e o estético; entre o popular e o erudito: produção original, mas cara e luxuosa (“estilo de artistas”).

Victor Horta (1861-1947) Hôtel Savoy

(18995/1900. Bruxelas)

Bélgica

Incorporada aos Países Baixos em 1815, no

decorrer do século XIX, transformou-se em um centro de indústrias de luxo e pólo de atração, desde a instalação de seu primeiro regente,

Leopoldo I (1790-1865), da casa dos Saxe-

Coburgos, em 1831. Brasão

Retrato de Leopoldo I Franz Xaver Winterhalter (1805-73)

Como um país independente, católico e neutro, de regime monárquico constitucional e parlamento democrático, a Bélgica transformou-se em

pólo cultural a partir de 1865, durante o reinado de Leopoldo II (1835-1909).

Destacaram-se os arquitetos: Jules Brunfaut (1852-1942),

Gustave Serrurier-Bovy (1858-1910), Paul Hankar (1859-1901), Victor Horta

(1861-1947) e Henry van de Velde (1863-1957).

Hôtel van Eetvelde (1895/97, Bruxelas)

Victor Horta (1861-1947)

Leopoldo II (1835-1909)

Victor Horta (1861-1947)

Hôtel Tassel (1892/93, Bruxelas, Bélgica)

1 2 3 4 5 6 7 8 9

10

Vestíbulo Guarda-roupa Estúdio Saletas Sala de estar Mezanino Antecâmara Dormitório Salas de serviços Sala de trabalho

Hôtel Tassel (1892/93, Bruxelas Bélgica)

Hôtel Tassel (1892/93, Bruxelas, Bélgica)

Victor Horta (1861-1947)

Villa Esche (c.1900, Chemnitz,

Alemanha) Henry Van de Velde

(1863-1957)

Cadeira s e Poltrona Bloemenwerf

Henry Van de Velde (1863-1957)

Maison Bloemenwerf (1895/96, Uccle, Bélgica)

Teoria da Einfüelung

Nietzsche Archive (1900, Weimar, Alemanha)

Nostiz Armchair (1904/05) Armchair

(1896)

Paul Hankar (1859-1901)

Hôtel Ciamberlani

(1897, Bruxelas, Bélgica)

Maison Hankar (1893, Bruxelas, Bélgica)

Paul Hankar (1897) Adolphe Crespin

(1859-1944)

No trabalho dos belgas, tornou-se evidente a

influência dos elementos do SIMBOLISMO, que

encontrou grande repercussão no país, através das obras do

dramaturgo e ensaísta belga Maurice Maeterlinck

(1862-1949), um dos maiores inspiradores de

Horta e Van de Velde.

Gustave Klimt (1862-1918) O beijo (1907/08)

Maurice Maeterlinck

(1862-1949)

Basicamente, o SIMBOLISMO ou Decadentismo foi uma corrente literária e artística que surgiu na França no final do século XIX como oposição ao Realismo e que teve Charles Baudelaire (1821-

67) como seu principal precursor.

Charles Baudelaire (1821-67)

Odilon Redon (1840-1916) Budha (1904)

Ophelia (1905)

De temática alegórica e geralmente espiritual,

os simbolistas buscavam expressar sentimentos

pessoais e ocultos, além de enfatizar a musicalidade.

Influenciados pelo misticismo e filosofias orientais, seus maiores

expoentes foram: Stéphane Mallarmé (1842-98), Paul

Verlaine (1844-96) e Arthur Rimbaud (1854-91).

Arthur Rimbaud (1854-91)

Paul Verlaine (1844-96)

Stéphane Mallarmé (1842-98)

Saint-George (1890)

Gustave Moureau (1826-98)

Johan Thorn-Prikker (1868-1932) A noiva de Cristo (1894)

Jan Toorop (1858-1928) Nova Geração (1892)

Egon Schiele (1890-1918)

A mãe morta (1910)

Henri Rousseau (1844-1910)

O Sonho (1910)

Aristide Maillol (1861-1944)

A Mediterrânea (1902)

Vênus com uma maçã (1899)

Gustav Klimt (1862-1918)

Judith (1901)

O Grito (1893)

Edvard Munch (1863-1944)

Salomé ou Judith II (1909)

Retrato de Adele Bloch Bauer

(1907)

Gustav Klimt (1862-1918)

104 milhões de dólares (2006)

Leitura Complementar

APOSTILA – Capítulo 04.

BENEVOLO, L. História da arquitetura moderna. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.

SEMBACH, K. J. Arte nova : a utopia da reconciliação. Köln: Benedikt Taschen, 2007.

CHAMPIGNEULLE, B. A arte nova. Lisboa: Verbo, 1984.

MADSEN, T. Art Nouveau. Porto: Inova, 1967.