Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6, aula 51-52

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Recomendações e tepecê [Aos que fizeram o conto:] Sem grande demora, enviarem-me, se o não fizeram ainda:

(1) versão limpa, com pseudónimo no final; (2) imagem de cartão de cidadão.

 

• Ainda podem enviar-me a versão emendada os seguintes alunos: …

• Todos: guardarem o ficheiro, para, lá para maio-junho, ponderarem concorrer ao Concurso Literário José Gomes Ferreira.

[Aos que ainda não enviaram a gravação sobre livro lido:]

Enviarem-ma.Aceitá-la-ei sempre, até durante as férias. Para efeitos de avaliação neste período, só a terei em conta até uma dada altura (mas não consigo, nem quereria, comprometer-me com a exata data). Não esquecer que, quando recebo mails, agradeço sempre (se nada disser, é que nada me chegou).

Prazo finalíssimo para quem não entregou ainda gravação:

? de janeiro

 [A todos:]

Completar, ou melhorar, «definição telegráfica» com frases sobre «Sermão de Santo António aos Peixes» (cfr. folha começada em aula) e trazer-ma no recomeço.

 

[A todos:]

Ir tendo à mão Os Maias, de Eça de Queirós. Ensaiar começar a ler.

No CRE há alguns exemplares requisitáveis: a cota é 82P-3/QUE/MAI.

Só pus os comentários às gravações sobre livros lidos que me chegaram primeiro (aliás, para já, só mesmo o primeiro).

Irei fazendo a pouco e pouco o que resta.

Notas é que já pus de todos.

À medida que deixem de precisar dos livros que tenha emprestado, tragam-mos, por favor.

Resumo do programa

compreensão oral • Publicidade• Debate• Discurso político

expressão oral

• Textos de apreciação crítica• Debate• Publicidade• Exposição (com plano-guia)

expressão escrita

• Comunicado• Reclamação/Protesto• Resumo de textos expositivo-

argumentativos• Síntese de textos expositivo-

argumentativos• Textos de apreciação crítica• Textos argumentativos e expositivo-

argumentativos

leitura

• Textos informativos diversos (artigos científicos e técnicos, comunicado, reclamação, protesto)

• Textos dos media (artigos de apreciação crítica, editorial, publicidade)

• Textos argumentativos e expositivos– Padre António Vieira, Sermão de Santo António

• Textos de teatro– Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa

• Textos narrativos e descritivos– um romance de Eça de Queirós

• Textos líricos– Cesário Verde

• Textos para leitura em regime contratual

funcionamento da língua

• Processos fonológicos (inserção, supressão e alteração de segmentos)

• Significação lexical (polissemia); neologia; estruturas lexicais

• Valor dos adjectivos (restritivo e não restritivo); valor das orações relativas (restritivo e explicativo); valores referenciais (expressões definidas e indefinidas: específico, não específico, genérico)

• Tempo, aspeto e modalidade• Interação discursiva (tipologia dos atos

ilocutórios; atos ilocutórios directos e indiretos)

• Processos interpretativos inferenciais: pressuposição; implicitação conversacional; figuras (antítese, hipérbole, ironia, metonímia, sinédoque)

• Continuidade, progressão, coesão e coerência textuais

• Paratextos (título, índice, prefácio, posfácio, rodapé, bibliografia)

Revisões / Atualizações

• Classes de palavras• Funções sintáticas• Orações• Processos de formação de palavras• Recursos estilísticos• Narratologia• Acentuação• Pontuação

• Classes de palavras

nome, adjetivo, verbo, interjeição, advérbio, pronome, determinante, quantificador, conjunção, preposição

• Funções sintáticas

sujeito, predicado, modificador da frase, vocativo, complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, agente da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento direto, modificador do verbo, complemento do nome, modificador restritivo, modificador apositivo, complemento do adjetivo

Sequências do manual; Nosso calendário

1.º período0. O que sei eu? [revisões + onomástico]

1. Eu e os outros [reclamação, comuni-cado, artigo científico e técnico]

2. Eu com o mundo [texto publicitário, artigo de apreciação crítica, editorial]

3. (Con)Venço eu [discurso político; Pa-dre António Vieira, Sermão de Santo António]

2.º + 3.º período3. (Con)Venço eu

[discurso político; Sermão de Santo António]

4. (M)eu drama [Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa]

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

5. ‘Eça’ história e eu [romance(s) de Eça de Queirós]

6. (M)eu sentimento de ocidental [poesia de Cesário Verde]

Peroração — Última parte do discurso, competindo-lhe suscitar a impressão decisiva no auditório, que se pretende convencer e persuadir. Tem dois desenvolvimentos típicos: recapitulação dos argumentos e mobilização dos afectos ou paixões.

1

despido

despeço

O Padre Vieira usa a forma verbal mais antiga da 1.ª pessoa do Presente do Indicativo de «despedir», mas a forma que usamos atualmente resulta de analogia com as de outros verbos (cfr. «posso», «meço», «peço»).

Despido > Despeço Peço PossoDespedes Pedes PodesDespede Pede PodesDespedimos Pedimos Podemos

Despedis Pedis PodeisDespedem Pedem Podem

*SaboSabesSabeSabemosSabeisSabem

2

vades

vades

É esta a forma da 2.ª pessoa do plural do Presente do Conjuntivo de «ir»; no entanto, se tivermos em conta que se usaria agora a 3.ª pessoa do plural (porque o tratamento seria «vocês» e não «vós»), a forma comum seria «vão».

Presente do Conjuntivo de IR

(que eu) vávásvávamosvadesvão

Presente do Indicativo de IR

(eu) vouvaisvaivamosidesvão

2

outro

outro sermão

Lembremos que o Padre Vieira ia partir para Portugal (aliás, em parte, para defesa dos índios), pelo que aquele seria, durante tempo, o último sermão que lhe ouviriam os colonos.

13 de junho de 1654

3

mui

muito

O advérbio «mui» resulta de uma apócope (supressão do som final — cfr. p. 325) de «muito» (como «São» resulta de apócope de «Santo»).

3

ficastes

ficastes

É esta a 2.ª pessoa do plural do Pretérito Perfeito, embora, como quase já não usemos esta pessoa, a forma nos pareça incorreta (se tivéssemos em conta que usaríamos hoje a 3.ª pessoa do plural — «vocês, peixes» —, teríamos a forma «ficaram»).

Pretérito Perfeito de FICAR

eu fiqueificasteficouficámosficastesficaram

8

habitadores

habitantes

Os peixes são os habitantes do elemento que é matéria do primeiro sacramento (cfr. infra), a água.

•aqueles que habitam o elemento que é matéria do primeiro sacramento

= ‘os peixes’

[Perífrase]

9

primeiro sacramento

batismo

Os sete sacramentos são Batismo, Confirmação, Comunhão, Penitência, Extrema unção, Ordem, Matrimónio (a matéria do Batismo é a água).

13

pregara

pregasse

Até tarde o Pretérito Mais-que-perfeito serviu em casos em que hoje temos de usar o Imperfeito do Conjuntivo.

Mais-que-perfeito Imperfeito do Conjuntivodo Indicativo

se eu pregara* se eu pregasse

13

Oh

Oh,

É a interjeição (não é a expressão que se apõe a um vocativo), mas, hoje, usaríamos a seguir uma vírgula ou um ponto de exclamação.

22

alvedrio

arbítrio

Hoje, preferiríamos a outra palavra do par de divergentes resultantes do lat. ARBITRIUM (a palavra que hoje mais usamos é a que nos chegou por via erudita; a palavra usada por Vieira é a da chamada «via popular»).

divergentes (descrição diacrónica)

alvedrio (< lat. arbitrium) [via pop.]

arbítrio (< lat. arbitrium) [via erudita]

Primeiras abonações escritas:

alvedrio — século XIII arbítrio — 1596

convergentes (descrição diacrónica)

ouhomónimas (descrição sincrónica)

canto (< lat. canthu), ‘ângulo’canto (< lat. cantu), ‘emissão de sons…’canto (< lat. canto), ‘eu emito sons…’

31-32

de um homem que tinha as mesmas obrigações

de Judas

Este apóstolo tinha as mesmas obrigações de Vieira e traiu-as (por isso Vieira diz correr também esse risco).

30

do seu divino acatamento

de Deus

«Acatamento» é a presença ou vista de pessoa divina a quem se deve reverência.

38

tanto

tão grande

«Tão» deve ser a forma reduzida (apocopada) de «tanto». Antes de adjetivos é essa a forma do advérbio (não se confunda o advérbio «tão/tanto» com o quantificador «tanto(s)», «tanta(s)»).

41

um elemento tão largo e tão puro

a água

O elemento onde vivem os peixes.

42

aqueles que convosco e de vós viviam

os apóstolos Tiago, João, Simão e André

Estes apóstolos eram pescadores e, por isso, mais especialmente se relacionavam com peixes.

A. A primeira frase refere-se ainda à advertência com que terminou o capítulo V e introduz a conclusão do sermão.

B. Para consolo dos peixes, o pregador refere que ficaram afastados dos sacrifícios a Deus pelo facto de não poderem chegar vivos ao altar, não tendo sido excluídos por qualquer outro motivo.

C.

Associando esta ideia aos homens, considera que o mesmo deveria acontecer com eles, para as suas almas não chegarem ao altar em pecado mortal.

D.

O pregador considera-se inferior aos peixes, como todos os homens são, por ser racional.

E.

Na sua "bruteza" (l. 21), os peixes ofendem a Deus com palavras, com a memória, com o entendimento e com a vontade. Os peixes não ofendem a Deus.

F.

Os humanos não cumprem as suas obrigações perante Deus, pelo que o facto de os peixes cumprirem os fins para que foram criados deverá ser para eles motivo de contentamento.

G.

As exortações finais ao louvor a Deus, numa estrutura paralelística, reforçam aspetos negativos dos peixes. Reforçam os aspetos positivos dos peixes

H.

Após a bênção, termina o sermão numa estrutura em quiasmo, aludindo à incapacidade de "graça" e "glória" (ll. 46-47) dos peixes e, por analogia, do seu auditório real.

Quiasmo

nem de glória nem de graçaem graça e glória

Que vistes, meus olhos?Meus olhos, que vistes

Nem Champions, nem Taça, nem cérebro, nem liderança, nem poupança.

As mentiras já doyen.

Anáfora

Polissíndeto

Alegoria

motor do automóvel não pega~

homem sofre de impotência

orador prega a peixes~

orador fala dos homens (particularmente dos colonos portugueses)

passagem de rio / barca~morte e julgamento para passagem a outra vida

ceifeira da morte~morte

Ilha dos amores (Lusíadas)~Reconhecimento do mérito dos navegantes

Paraíso~…

Grupo IApresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. No «Sermão de Santo António aos

Peixes», à imitação de Santo António, o Padre António Vieira resolve pregar aos peixes para dar lições aos homens.

Identifique a principal figura de retórica a que o orador recorre para o fazer, explicitando a sua eficácia argumentativa.

1. No «Sermão de Santo António aos

Peixes», à imitação de Santo António, o Padre António Vieira resolve pregar aos peixes para dar lições aos homens.

Identifique a principal figura de retórica a que o orador recorre para o fazer, explicitando a sua eficácia argumentativa.

Para dar lições aos homens, Vieira recorre à alegoria — dirigindo-se aos peixes, dá lições aos homens, através do reconhecimento das virtudes e dos vícios dos primeiros. Desta forma, o orador concretiza as características humanas, simplificando a sua argumentação e sendo mais facilmente compreendido pelo auditório.

TPC — Relanceia programas de televisão sobre o «Sermão de Santo António» e o Padre António Vieira que pus no blogue.