Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 74-75

Post on 07-Feb-2017

92 views 2 download

Transcript of Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 74-75

TPC (da aula 69-70) — Resolve o ponto 1, de Escrita, no cimo da p. 105. (Nota que o assunto desta dissertação, embora seja sugerido por citação de Ricardo Reis, não é, no essencial, literário. Trata-se de um tema ao estilo de grupo III de exames nacionais.)

• Não esquecer de citar Reis • Não adotar o formato de análise (era

dissertação: grupo III)

• Citação é de Ricardo Reis (não é de Pessoa)

• Reis não diz que a vida deva ser «vivida ao máximo» (como se fosse o último dia)

• Não esquecer exemplos (e argumentos)

• Fazer, pelo menos, três parágrafos

• Pessoalmente, acho que …• Na minha opinião, penso que …• outrora• ou seja• etc.

Mensagem

Ortónimo• eu fragmentado

• fingimento poético• dor de pensar• nostalgia da infância

Heterónimos

«Autopsicografia»

1.«O poeta é um fingidor» é a tese

apresentada no poema. Significa que o poeta finge uma dor que não coincide com a dor sentida na realidade. A dor escrita é uma invenção, uma trans-figuração, criada pela imaginação.

2.Os leitores sentem uma dor que

não é a que o poeta sentiu, nem a que ele escreveu / fingiu, mas que é a sua não-dor.

3.A última estrofe apresenta,

metafori-camente, a relação entre a razão e o coração. O coração é um comboio de corda, regulado pelas calhas em que gira. A razão é uma realidade à parte, mas estimulada (entretida) pelo coração.

4.Tendo em conta o significado de

cada um dos elementos que compõem o título, «autopsicografia» remete para a reflexão do sujeito sobre a própria escrita / o autorretrato espiritual escrito.

O | poe|ta é| um | fin|gi|dor1 2 3 4 5 6 7 Fin|ge | tão | com|ple|ta|men te 1 2 3 4 5 6 7

5.O poema é constituído por três

quadras, de versos heptassilábicos (também designados «versos de redondilha maior»), com o esquema rimático a-b-a-b (portanto, em rima cruzada).

redondilha menor = pentassílabo

redondilha maior = heptassílabo

6.De acordo com o poema, a criação

poética assenta no fingimento, na medida em que um poema não diz o que o poeta sente, mas aquilo que imagina a partir do que anteriormente sentiu. O poeta é um fingidor, porque escreve uma emoção fingida, fruto da razão e da imaginação, e não a emoção sentida pelo coração, que apenas chega ao poema transfigurada,

na tal emoção trabalhada / elaborada poeticamente, imaginada. Quanto ao leitor, apenas sente a emoção que o poema lhe suscita, que será diferente da do próprio poema. A poesia, a arte, é a intelectualização da emoção.

2.1 A frase que constitui o primeiro verso do poema («O poeta é um fingidor») apresenta um valor aspetual (c) genérico.

2.2 (d) adverbial consecutiva («Finge tão completamente / Que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente»)

Que chega a fingir / que a dor [que deveras sente] é dor

2.3 (d) intensidade

A, 3, b A metáfora presente na terceira estrofe destaca a simplicidade do fingimento através da sua aproximação a uma atividade lúdica.

Tal como o comboio de corda é conti nuamente guiado pelas calhas, assim o coração (fonte dos sentimentos e das emoções) deve ser, segundo a teoria enunciada nas estrofes anteriores, orien tado pelo pensamento, que condiciona a sua expressão verbal. O coração sente e o pensamento intelectualiza o que é sen tido, racionalizando-o.

O movimento circular dos carris, que obriga à contínua rotação do comboio e à adoção de um rumo obrigatório, sugere a constante inter-relação e a íntima depen dência entre ambos, tal como acontece com a razão e a emoção humanas.

B, 1, a O poliptoto [cfr. p. 351] presente na primeira estrofe reforça a ideia de fingimento introduzida nessa quadra.

O poeta é um fingidorFinge tão completamenteQue chega a fingir que é dorA dor que deveras sente

C, 2, c A perífrase presente na segunda estrofe aproxima as duas entidades envolvidas no processo de comunicação poética.

enleio = enleamento, acto ou efeito de enlear; entrelaçamento || fig. situação confusa; embevecimento, encantamento; hesitação, dúvida

«Isto»

1. Ao escrever, o poeta usa a

imaginação (e não o coração).

2.As emoções são semelhantes a um

terraço que dá para uma outra realidade mais bela, a realidade imaginada, a arte.

3.«Essa coisa é que é linda».

4.O poeta escreve distanciado

daquilo que sentiu anteriormente («escrevo em meio / do que não está ao pé»), sem emoção («livre do meu enleio»).

5.O último verso é irónico, com o

sujeito poético a desafiar o leitor a que sinta qualquer coisa de diferente de si.

Di|zem | que | fin|jo ou | min to1 2 3 4 5 6

Tu|do | que es|cre|vo. | Não1 2 3 4 5 6

6.O poema apresenta grande

regularidade formal: são três estrofes de cinco versos (isto é, três quintilhas), de seis sílabas métricas, com o esquema rimático a-b-a-b-b (portanto, de rima cruzada e emparelhada).

7 Os poemas «Autopsicografia» e

«Isto» têm como tema comum o fingimento poético. Neles, o poeta expõe o seu conceito de poesia enquanto intelectualização da emoção.

6. a = falsa

Dizem / que finjo ou minto tudo que escrevosubordinante subordinada substantiva completiva

b = verdadeira

c = verdadeira

1. inteligência; 2. sentir;3. fingir; 4. verdadeiramente; 5. Sporting;

6. confessor; 7. aprendizagem; 8. racional; 9. afetivo; 10. construção;

11. sentida; 12. abstração; 13. sensibilidade; 14. completa; 15. truques; 16. Sporting.

Resolve o ponto 1.1 da p. 38, mas talvez em mais palavras do que as aí pedidas (sugiro de 100 a 150 palavras).

Conde Fersen

TPC — [Na próxima aula «grande», testaremos já boa parte da leitura de Memorial.]