As contribuições da infografia para o jornalismo informativo

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Aula ministrada à turma do 2 semestre de jornalismo na UEPB, em 14 de junho de 2010.

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As contribuições da infografia para o jornalismo informativo e interpretativo

Adriana Alves Rodriguesadrianacontemporanea@gmail.com www.infografiambasededados.wordpress.com

O que é

INFOGRAFIA?

origem

Information graphic = informação gráfica

definições

Representação visual da informação que explora gráficos, mapas, tabelas, textos, imagens 3D, imagens em movimento para explicar determinado assunto.

É utilizada em diversos meios de comunicação: audiovisuais (televisão), impressos (jornais e revistas) e hipertextuais (www).

São úteis para explicar informações complexas de entender através do texto em si. Ex.: Projeto Genoma, Clonagem, Gripe Suína, etc.

Assemelha-se com uma reportagem: a

estrutura deve contemplar Título, texto, corpo fonte e crédito do infografista, além de responder as questões

clássicas do jornalismo (o que, quem, quando, como, onde e por que)

Função da infografia

Facilitar a compreensão das informações, realizar comparações, descrever processos complexos (bolsa de valores, crise econômica), infografar notícias hard news ou atemporais, que pode acompanhar ou substituir o texto

Nomenclaturas

Infoperiodismo (união de infografia + elementos jornalísticos)

Jornalismo iconográfico (mescla com os códigos visuais icônicos

‘mapas, gráficos, ilustrações, etc.) Infografismo, Infograma e gráfico explicativo:

expressões gráficas das informações.

Na web

Infografia interativaMultimídiaDigitalAnimadaJornalísitica digital animada

Características

Primar pela informação jornalística em detrimento da imagem;

Rigor na apuraçãoVeracidade dos fatosChecagem dos acontecimentosSe possível, visitar “in loco” o

acontecimentoUm infografista deve ser um jornalista que

pensa visualmente.

Estas características se agrupam e se dividem de acordo com dois aspectos essenciais: a utilidade e a visualidade.

(VALERO SANCHO, 2001)

Tipolologia

Imagem: http://alunosfazendohistoria.blogspot.com/2009/03/pinturas-rupestres.html

Rascunhos Leonardo da Vinci

Equívoco: a infografia não é produto da informática!

As infografias na imprensa

Primeiro infográfico publicado no The Times, em 1806

Considerado o primeiro infográfico publicado na imprensa. Daily Post, em 1740

Infografia publicada no Pennsylvania Gazzete, em 1754

Primeira infografia publicada num periódico português em 1723, no Gazzeta de Lisboa Ocidental

Infográficos incipientes publicados no Estadão no início do século XX

Consolidação da infografia

Guerra do Golfo,em 1991

“As infografias se estabeleceram na imprensa ocidental como uma ferramenta de trabalho mais, e já habitual desde

então, como um renascimento ou potencial gênero narrativo em pleno campo do jornalismo visual impresso,

tão pouco desenvolvido até então.”

(De Pablos, 1991)

Instituição do uso sistemático da infografia na imprensa mundial

USA Today: “Mostre, não conte!” Infografia como discurso jornalísticoA imagem gráfica como valor simbólico do

jornalismo modernoUso de cores, textos curtos e gráficos.Contexto: macintosh, da Apple,em 1984; Informatização das redações

“O dinamismo estava na imagem, não só nos novos padrões das páginas, mas, principalmente,

no uso da narrativa visual, o recurso que nos permite atingir a maior aproximação possível

da sensação de movimento num veículo impresso”

(MORAES, 1998)

Infografia na Web

Ascensão: atentados 11 de setembro, em 2001, EUA.

Infografia em Base de dados: O estado da arte

Infografia em base de dados publicada no The New York Times, em 2007.

Infografia em base de dados

PersonalizáveisMais interativasCruzamento de dadosAtualização contínua Imersão/manipuláveisEssencial para funções complexasBase de dados como elemento estruturante das

informações

Revolução dos dados?

Transição de uma web de documentos para uma web de dados (Berners-Lee, 2009)

Fluxo informacional em constante mutação, caótico, descentralizado.

A visualização se propõe a reeorganizar as informações

Dados como fonte de informação.Os dados são notícia!

“ Este tipo de infografia em base de dados funciona,

entre outras características, como um instrumento de análise da informação, distinto do que a literatura sobre infografia apregoava: de ser uma leitura rápida e simples de ser compreendida”

(RODRIGUES, 2009)

Infografia é um gênero jornalístico?

A infografia no jornalismo informativo e interpretativo

Visibilidade na década de 1980 (jornalismo impresso)

Em 2001 para o jornalismo on lineQuais funções?Descortinar temas complexos de ser escrito

com o textoA infografia é, antes de tudo, um produto

INFORMATIVO

ContextoNo jornalismo informativo: como descrever

assuntos complexos como o projeto genoma, por exemplo?

Como os meios de comunicação se RECONFIGURARAM para atender esta demanda?

Informatização das redações: melhor qualidade no tratamento das IMAGENS

Investimento na imagem gráfica

Projeto Genoma

Clonagem

Imagem: http://www.dombosco.com.br/curso/estudemais/atualidades/atualidades_celula-tronco.php

“O jornalismo interpretativo veio a calhar com o

principal objetivo de trazer informações didáticas, INTERPRETAR TEMAS COM PROFUNDA COMPLEXIDADE, informações novas que emergiam e mostrá-lo a toda

sociedade (MANUAL DE REDAÇÃO, 2001).

A infografia no jornalismo interpretativo surge com esta principal característica: fazer o leitor COMPREENDER visualmente a informação, conceitos complexos de interpretar.

Classificação dos gêneros Informativo : nota, notícia, reportagem, entrevista;

Opinativo: editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura (charge), carta;

Interpretativo: dossiê, perfil, enquete, cronologia

Utilitário: Indicador (informações sobre órgãos governamentais, empresas, instituições, países, etc); Cotação:dados sobre a variação de mercados: monetários, industriais, agrícolas. Roteiro: dicas de espetáculos, shows, programação de rádio, tv ou cinema; serviço(trata de proteger os interesses dos usuários dos serviços públicos, bem como dos consumidores de produtos industriais ou de serviços privados.

Diversional: História de interesse humano (jornalismo literário) e História colorida (de natureza pictórica; trata-se de leitura impressionista que penetra no âmago do acontecimento)

Classificação Marques de Melo (2010)

Cibergêneros

A infografia, principalmente a multimídia, remete, dentro deste âmbito, a uma reflexão sobre a capacidade de poder

ser vista cada vez mais como uma linguagem informativa jornalística independente, um gênero jornalístico que mais explora os recursos da web.

“[...]gênero é uma força aglutinadora e estabilizadora dentro de uma determinada linguagem, um certo modo de organizar idéias, meios e recursos expressivos, suficientemente  estratificado numa cultura, de modo a garantir a comunicabilidade dos produtos e a continuidade dessa forma junto às

comunidades futuras”

(BAKHTIN, 1997)

“Gênero é poder”1) um gênero deve ter uma unidade textual,

unidade composicional;2) esta unidade se revela na rotina produtiva

e na estrutura redacional;3) para um formato se tornar um gênero,

precisa se estabilizar4)institucionalmente em dada formação

discursiva.•

• (Lia Seixas, 2004).

Valero Sancho (2003) que a classifica como

“gênero informativo visual”, pois, apresentam uma unidade de informação única que carrega variações próprias e responde aos modelos narrativos e descritivos de forma diversa

Grosso modo, temos: (1) gênero interpretativo, (2) gênero opinativo, (3) gênero informativo e (4) gênero dialógico

(SALAVERRÍA; CORES, 2003).

informativos, opinativos, utilitários ou prestadores de serviços (roteiro, obituário, indicadores, campanhas, “ombudsman”, educacional (testes e apostilas);

ilustrativos ou visuais ( engloba gráficos, tabelas, quadros demonstrativos , ilustrações,  caricatura e fotografia);

Propaganda (Comercial, institucional e legal); Entretenimento ( passatempos, jogos, história em

quadrinhos, folhetins, palavras cruzadas, contos, poesia, charadas, horóscopo, dama, xadrez e novelas). 

(BOMFIM MEDINA, 2001)