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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS A DISTÂNCIA
Linda Mary Brito Ribeiro
As diferenças sociais e culturais entre o sertão e a cidade em Cante Lá Que
eu Canto Cá de Patativa do Assaré.
CAMAÇARI
NOVEMBRO 2013
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE LETRAS VIRTUAL
LINDA MARY BRITO RIBEIRO
As diferenças sociais e culturais entre o sertão e a cidade em Cante Lá Que eu Canto Cá de
Patativa do Assaré.
Artigo apresentado ao Curso de Letras a Distância da
Universidade Federal da Paraíba, como requisito para
a obtenção do grau de Licenciado em Letras.
Professora orientadora: Odjane da Silva Lima Melo
CAMAÇARI
NOVEMBRO 2013
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Linda Mary Brito Ribeiro
As diferenças sociais e culturais entre o sertão e a cidade em Cante Lá Que eu Canto Cá de
Patativa do Assaré.
Artigo apresentado ao Curso de Letras a Distância da Universidade Federal da Paraíba, como
requisito para a obtenção do grau de Licenciado em Letras.
Data de aprovação: ____/____/____
Banca examinadora
____________________________________________________________________________
Orientadora: Odjane da Silva Lima Melo
____________________________________________________________________________
Examinador: Jefferson Cardoso Oliveira
____________________________________________________________________________
Examinador: Eveline Alvarez dos Santos
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família, irmãos e amigos, pela força e pelas palavras de
incentivo sempre na hora certa e, em especial aos meus filhos Eder e Adler por muitas vezes
me fazer ausente, privando-nos dos momentos em família, sem contar nas diversas vezes que
me viram chorar e reclamar, mas ali estavam eles sempre do meu lado me apoiando e me
incentivando a prosseguir.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu bom Deus, por se fazer presente em todos os momentos da minha
vida, me dando discernimento para superar os desafios que se apresentaram nesta jornada. As
minhas queridas professoras, Ângela Tavares (tutora presencial) que esteve presente desde o
início do curso, com suas palavras de incentivo e encorajamento, emprestando-me seu tempo,
sua paciência e seu conhecimento e Odjane Melo (orientadora do TCC), pela confiança em
mim depositada e por sua valiosa orientação, tornou possível a realização deste sonho,
estando sempre disponível a esclarecer minhas dúvidas, me encorajando a seguir,
proporcionando a minha pessoa, força e garra para vencer, estando sempre disponível, até nos
seus dias de lazer, sábado, domingo, e feriados, com suas doces palavras e sabias colocações,
apresentando meus erros para que eu fizesse as correções, os quais eu tinha o maior prazer em
refazer. Um obrigado especial a vocês.
Tenho grande satisfação em agradecer a tutora Ana Cristina Moreira, que também se
fez presente nessa minha história, sendo tutora do primeiro semestre em que agradeço a sua
valiosa colaboração.
Aos professores e tutores da UFPB, que também contribuíram na formação dos meus
conhecimentos acadêmicos, ajudando-me a construir minha própria ponte.
Agradeço a minha chefe e amiga Teresinha, por sua compreensão por muitas vezes,
me ceder seu espaço, possibilitando o acesso ao laboratório de informática para as realizações
das minhas atividades. E a todos que direta ou indiretamente contribuíram para minha
formação acadêmica.
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RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo principal refletir a respeito da dicotomia campo x cidade,
abordada pelo poeta Patativa do Assaré em sua célebre obra “Cante Lá Que eu Canto Cá”,
analisando também, a figura do homem sertanejo do campo e a da cidade, apresentando
elementos que permitem ao poeta do campo cantar com propriedade o seu amado Sertão. Por
meio da revisão bibliográfica, buscamos embasar este trabalho em que, através de uma leitura
atenta e sistemática de livros, artigos, revistas entre outras fontes, nos proporcionou conhecer
as diferentes contribuições disponíveis, acerca da temática rural, urbana e cultural, termos
corriqueiros em nosso trabalho. Assim, para cantar o Sertão, como demonstra o eu-lírico do
cordel trabalhado, fazendo crítica ou, até mesmo falando da cultura local, não é suficiente
apenas conhecer o cenário, é preciso fazer parte dele.
Palavras-chave: Literatura de Cordel. Sertão. Campo. Cidade.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 8
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 10
2.1 A Oralidade e a Literatura popular: breve passeio histórico .......................................... 10
2.2 Cordel: uma literatura nordestina ................................................................................... 12
2.3 Patativa de Assaré: um representante da poesia sertaneja .............................................. 14
3. O CAMPO VERSUS A CIDADE: ANÁLISE DO CORPUS .............................................. 16
4 . CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 22
5. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 23
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1 INTRODUÇÃO
Produzir uma obra literária de cunho popular é uma forma de propagar a cultura e o
conhecimento, muitas vezes transformando em história o cotidiano e as vivências de um
determinado povo, em um determinado lugar e em um determinado tempo, seja este ato
intencional ou não.
Patativa do Assaré, poeta que com maestria, produz obras que trazem em seu cerne as
diferenças culturais e sociais, apresenta-nos o cotidiano de um povo simples e ao mesmo
tempo forte, expondo através de sua poesia e linguagem simples e atrativa a vida do sertanejo,
propagando assim, a cultura.
A linguagem simples, aliada a literatura popular e à própria vivência do poeta com o
Sertão e suas adversidades, o tornam capaz de cantar em versos e com propriedade o lugar de
seu conhecimento. A partir do questionamento acerca das diferenças, principalmente cultural
e social, que muitas vezes separam os nordestinos, ditos do campo e da cidade, surgiu a
necessidade de entendermos como essa diferença é cantada em versos por um poeta tão
expressivo como Patativa do Assaré. Nesta perspectiva, a obra “Cante lá que eu canto cá”, do
referido poeta, trouxe-nos um material poético indispensável ao entendimento do problema.
Corroborando com isso Brito (2010) nos afirma que entrando em contato com a poesia
popular, o poeta percebe que pode explicar o mundo a partir de versos, levando em
consideração o que ouvisse e o que sentisse. Isso seria uma forma de extravasar sentimentos
muitas vezes oprimidos por uma falta de oportunidade de ser ouvido. A literatura de cordel,
além de tudo, viabiliza a chance de pessoas simples serem poetas que cantam seu povo, sua
história, sua peleja.
O método escolhido para esse trabalho foi a revisão bibliográfica, através da leitura
atenta e sistemática de livros, sites, artigos, entre outras fontes, que nos proporcionou
conhecer as diferentes contribuições disponíveis sobre o tema abordado, servindo de suporte
para o desenvolvimento do estudo.
Esta pesquisa de caráter qualitativo toma como corpus a obra, “Cante Lá Que Eu
Canto Cá” de Patativa do Assaré para realizar uma reflexão sobre um tema latente na obra, as
diferenças sociais e culturais entre o sertanejo e o homem urbano.
O texto ora mencionado, aborda as diferenças entre a vida sertaneja e a da cidade. A
primeira tida como sofrida e a segunda mais abastarda. Alguns fatores os diferenciam, o
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político,o social, o climático,o financeiro são alguns. A realidade urbana contrapõe-se a
realidade do homem sertanejo, pelo fato de ter acesso a alguns benefícios sociais, tais como:
educação, cultura, lazer, mas não teve o prazer de conhecer de fato o que vivencia o homem
nordestino do campo. Pois, enquanto o sertanejo come o que planta e ensina o que vivencia na
sua prática diária, o homem das grandes cidades, quer dizer, o poeta urbano, não tem o
mesmo prazer de associar a prática à sua realidade.
Este estudo tem o propósito de identificar os traços culturais e sociais presentes na
obra mostrando como essas diferenças influenciam na distinção entre o urbano e o rural, bem
como, apresentar a literatura popular com uma função bem definida: a de manter viva a
cultura e as tradições na memória do povo. Para tanto escolher o tema, determinar os
objetivos e escolher a metodologia foram importantes para o início da escrita desse trabalho
A leitura da obra de pesquisadores como Antônio Iraildo de Brito, Luis da Câmara
Cascudo, entre outros cordelistas tornou-se importante para a realização de um estudo sobre a
oralidade e a literatura popular, elos inseparáveis, para chegarmos ao Cordel, esta que é
considerada a “literatura Nordestina”. Assim, falar sobre Patativa do Assaré fez-se
fundamental no percurso de nosso estudo, não esquecendo sua extrema importância dentro do
cenário aqui abordado, para então, fazermos a análise da obra aqui supracitada.
Para entendermos esse processo, partimos de um estudo sobre a oralidade e a literatura
popular, elos inseparáveis, para chegarmos ao Cordel, esta que é considerada a “literatura
Nordestina”. Assim, falar sobre Patativa do Assaré fez-se fundamental no percurso de nosso
estudo, não esquecendo sua extrema importância dentro do cenário aqui abordado, para então,
fazermos a análise da obra aqui supracitada.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A Oralidade e a Literatura popular: breve passeio histórico
O surgimento da Literatura Popular está ligado à história da humanidade quando a
escrita ainda não existia, as histórias eram narradas oralmente, passando de geração para
geração, mantendo viva assim, a história cultural e a identidade da humanidade e traduzindo
seus valores e crença.
As crenças advêm da oralidade, que já marca sua presença há muitos anos atrás.
Contadas pelo povo e criadas pelos mesmos, passando de geração em geração, se espalhando
de um lugar para outro e assim se destacando. As crenças eram utilizadas para várias
situações no contexto popular, faziam uso dessas crenças aqueles que queriam descarregar os
fluidos negativos, para conseguir casamento, rezas para curar mal olhado entre outros. Como
as crenças, os contos, também foram ganhando seu espaço, pois esses eram narrados no
intuito de divertir fazendo menção de assuntos sobrenaturais que transmitiam mistérios, mas
também contados com fatos reais. Os provérbios, as advinhas, quadra popular, entre outros, se
deram a partir da oralidade do povo. Segundo Guerreiro (1983:7),
A obra literária oral começa por ter um autor letrado ou iletrado; depois de boca
cedo se torna anônima.(...) Mantém-se o tema fundamental, mas os acidentes
mudam e de tal sorte se pode afirmar que, a cada exibição, a peça se recria, o que
não significa que ganhe sempre em perfeição. Só neste sentido a temos por coletiva;
por outras palavras: uma sucessão de variantes em que muitos colaboram, cada um
por sua vez, sem lhes pôr assinatura. E assim se perpetuam, atualizando-se os temas
universais (GUERREIRO, 1983:7).
A expressão oral veio desde a pré-história e da idade antiga, mas teve destaque no
período medieval. Eram produzidos por pessoas iletradas, que tinham características artistas
por conta de suas produções serem gravadas na memória. As discussões acerca da cultura
popular e a oralidade contribuíram para se atingir uma maturidade e inserir a oralidade nas
perspectivas históricas atuais. Os debates reduziram preconceitos, criados pela classe letrada.
Na atualidade, é comum que as culturas orais sejam caracterizadas não como inferiores, mas
como diferentes e com uma lógica própria, com uma coerência interna que pode ser tão sólida
quanto a escrita.
Cascudo (2006. p. 27), afirma que “a literatura oral é poderosa e vasta, alcança os
lugares mais distantes e diferenciados do globo, entrelaçando a humanidade com histórias,
costumes, crenças e manifestações artísticas que não seriam possíveis de numerar”. Neste
sentido, mesmo com as inúmeras dificuldades de estudo sobre o assunto, as produções não
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possuem documentação, já que não se apresenta na forma escrita, sendo difícil para qualquer
pesquisador compreender onde e quando determinada cantiga ou anedota foi criada e, apesar
de possuir um público imenso, não possui o nome de um autor sequer, tornam-se cada vez
mais necessárias pesquisas que aprofundem a temática e insiram a literatura oral em debates
acadêmicos.
A escrita tem os seus primeiros registros encontrados em paredes de cavernas. Tais
registros demostravam os anseios, medos e vivência dos povos que os conceberam. Dando
ênfase a necessidade de transmissão da identidade e da história dos habitantes locais, ou seja,
os populares. A respeito da literatura oral e popular, Silva (2004) em seu livro Teoria da
Literatura discorre que:
a designação de literatura popular é equívoca, dada a polissemia do termo
"popular". Deste modo, numa perspectiva romântico-tradicionalista, literatura
popular significa "aquela literatura que exprime, de modo espontâneo e natural, na
sua profunda genuinidade, o espírito nacional de um povo, tal como aparece
modelado na particularidade das suas crenças, dos seus valores tradicionais e do
seu viver histórico” [...]. Assim conclui-se que a literatura oral deu ênfase a
literatura popular, embora a mesma não fosse apreciada pelos intelectuais da época
por conta disso ficou muito tempo sem valorização (SILVA, 2004. p.117)
A literatura popular tem várias modalidades como cantigas, poemas, cordel repentes
entre outros. Esse tipo de literatura vem da integração entre os indivíduos e se realiza em
momentos de lazer, trazendo situações do cotidiano, que envolvem sentimentos e emoções.
Existem controvérsias, na Literatura Popular, no que diz respeito às diferenças entre
literatura popular e a erudita, pois o popular vem do povo, pertencentes às pessoas que são
consideradas de pouca cultura e a erudita é o oposto da literatura popular, compreende-se que
é decorrente de muito estudo e muita leitura. Segundo Ferreira (2000, p. 277) “erudita é
definida como instrução vasta e variada decorrente de estudo e muita leitura” enquanto que o
popular é o oposto de erudito segundo sua etimologia, onde Ferreira (2000, p.545) nos diz
que “ popular é tudo que é rude ou rudimentar, pertencente às pessoas que são consideradas
de pouca cultura”.
Na realidade, quando se tenta chegar a uma definição de literatura popular, não se
consegue chegar a um consenso. Percebe-se que esse tipo de manifestação já percorre séculos
e transforma uma pessoa não letrada ou que não possua um grande conhecimento literário em
alguém competente a desenvolver um trabalho cultural dentro de uma sociedade.
A produção oral sempre foi caracterizada como um texto de muitas vozes, de muitos
autores, pela tradição da transmissão oral. Segundo Da Matta, (1997. P.143)
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o mundo é abertamente brincado e cantado por todos, porque todos contam suas
próprias histórias e descobrem que estão inseridos numa mesma sociedade e
mundo, porque é através da voz, da música e das brincadeiras que a história é
cantada e brincada.
A literatura oral representa o conhecimento de um povo, seja ele letrado ou não. Este
conhecimento tem foco na experiência de vida, religiosidade, memória, costumes, entre outros
aspectos. Assim seria impossível falar de literatura oral e popular sem lembrarmos a forma
mais “popular” da literatura popular: o cordel.
2.2 Cordel: uma literatura nordestina
A literatura de cordel, conhecida como uma das mais representativas expressões da
cultura popular, tem sua origem na Europa e aqui chegou, via Portugal, com os colonizadores.
As primeiras histórias impressas, vindas de Portugal, faziam parte de um conjunto de
requisições manuscritas que compunham o “Catálogo para exame dos livros para saírem do
Reino com destino ao Brasil” e destinavam-se à Real Mesa Censória1 a quem competia
deliberar sobre a autorização, uma vez que toda matéria impressa, para atravessar o Atlântico
rumo à Colônia, estava sujeita ao parecer de um censor, que conferia ou não a licença.
Segundo a Revista Educare iseib (2005) quando esses títulos chegavam ao Brasil sofriam
adaptações, aproximando-os das narrativas orais, já que se destinavam a um público composto
por analfabetos, na sua maioria. A originalidade criadora do cordelista transformavam as
matrizes dos cordéis portugueses, adequando-os ao cotidiano do povo brasileiro. Formas fixas
preservavam uma regularidade, criando uma propensão ao conservadorismo. A questão
formal tornou-se de vital importância para reconhecimento da
O cordel, antes de qualquer outra coisa, é fruto da oralidade. Foi através das narrativas orais,
contos e cantorias que surgiram os primeiros folhetos, tendo a métrica, o ritmo e a rima como
seus elementos formais, extremamente marcantes nessa literatura.
O cordel é uma modalidade impressa de poesia, que já foi muito estigmatizada, mas
atualmente é bem aceita e respeitada, tendo, inclusive, um órgão destinado à seus estudos a
Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Devido ao linguajar despreocupado,
1 1 Criada a 5 de Abril de 1768, a Real Mesa Censória tinha, como principal objetivo, examinar as obras que
circulassem pelo Reino e proceder a uma escolha daquelas que, em Portugal, poderiam ser lidas sem ameaça de
prejuízo para a política do Marquês de Pombal.
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regionalizado e informal utilizado para a composição dos textos essa modalidade de literatura
nem sempre foi respeitada, e já houve até quem declarasse que essa literatura chegaria ao fim.
literatura de cordel: a versificação, a sonoridade, a seleção vocabular determinavam a arte e
técnica da produção popular.
Sobre o assunto, Santos (1995) escreve:
Pode parecer difícil distinguir o imenso conjunto das narrativas de tradição oral
(contos tradicionais) daquelas oriundas da tradição escrita – livros populares
tradicionais, contos, lendas e outros relatos de diversos países, transmitidos pela
literatura infanto-juvenil, ou ainda pelos romances e novelas do século XIX e início
do século XX, que foram publicados em folhetins ou em livros, ou recriadas pela
novela de televisão. Descobertos por um poeta popular que os “traduz” em folheto,
versejando e recriando na língua e na poética popular (p.36).
Na época que o cordel se origina, as pessoas, por não existir outro tipo de diversão, se
reunião formando uma grande quantidade de pessoas com destino a feira, lugar onde os
artistas apresentavam seus cordéis, uma das apresentações que chamava a atenção era a dos
poetas que declamavam suas histórias, para facilitar na memorização, contavam por partes os
seus versos, era um momento de lazer, já que os livros custavam caros, além de poucos, por
conta de ser produzidos manualmente, sendo escrito um por um, dificultando o acesso para
muitos.
Uma característica marcante na literatura de cordel é o estilo poético, impressa em
folhetos ilustrados com xilogravuras, essa modalidade de poesia recebeu esse nome pelo
modo que são apresentados aos públicos em feiras livres e mercados populares pendurados
em cordões. Inicialmente eles eram apresentados em malas e tabuleiros desmontáveis e
vendidos pelos portugueses. Esse tipo de literatura ainda é muito divulgado principalmente
nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceara e Alagoas, seus exemplares geralmente são
vendidos pelos próprios autores que narram em seus poemas fatos do cotidiano como, por
exemplo, política, enchentes, secas, milagres entre outros diversos temas. O cordel é muito
confundido com o repente que é outra forma de literatura popular, embora um seja semelhante
ao outro, um cordel pode se transforma no repente ou vice versa.
Cordel e cantoria podem ser considerados duas expressões artísticas gêmeas, pois uma
e outro tem a mesma fonte: são essencialmente de cunho oral. Apesar da literatura de cordel
se apresentar na forma escrita, as duas são declamadas.
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O cordel veio para o Brasil trazido pelos colonizadores portugueses e que apesar de
estar presente em todo país é no Nordeste brasileiro que encontramos sua raiz. O fato é que a
literatura popular sempre foi vista como algo prosaico, ou melhor, algo que não merecia
destaque em relação a obras de grandes artistas renomados. É obvio que cada artista tem a sua
importância, pois a arte não tem barreiras, porém sabemos que a literatura popular não recebe o
mesmo valor que as obras canônicas. Pode-se observa esse fato no seguinte trecho.
A denominação “poesia popular” foi muitas vezes associada a um número certo de
representações negativas que a situam ao lado da literatura menor, em oposição à
Literatura. As conotações mais recorrentes que lhe são conferidas são aquelas da
simplicidade dos temas abordados e das ideias tratadas, facilidade de versificação e
banalidade das rimas, ingenuidade dos sentimentos expressos, falta de originalidade
e criatividade, pobreza de vocabulário, riqueza estilística limitada simbólica
indigente.(GRIGNON; PASSERON apud ASSARÉ, 2007, p.17).
O cordel nasce na região mais castigada do Brasil, mas muitos representantes
desconhecidos conseguem transformar em arte o que antes era apenas sofrimento. É um
popular que representa a vida de um povo que, antes desconhecido, se faz conhecer pela voz
de poetas que se fizeram conhecer e respeitar, não só no Nordeste, mas em todos Brasil. Hoje,
pode-se afirmar que esse gênero literário já saiu das feiras e ruas e conquistou os espaços
acadêmicos, principalmente o das escolas. Muitos professores utilizam o cordel para o
desenvolvimento de oficinas de escritas. Proporcionando a interação de crianças e jovens com
a literatura de cordel, favorecendo assim a valorização da cultura da região, berço da nação
brasileira: o Nordeste.
2.3 Patativa de Assaré: um representante da poesia sertaneja
Não resta dúvida que a poesia de Patativa do Assaré é de cunho popular. Isso é
percebido pela linguagem empregada, as referências sofridas, o contexto de produção, que a
caracteriza como um gênero da literatura popular.
A obra do poeta cearense Patativa do Assaré, tem como uma de suas principais
características a interpretação do espaço no qual viveu durante toda sua vida. As temáticas e
conflitos encontrados em sua poesia estão intimamente associados ao ambiente ao qual
pertenceu e à sua vivência cotidiana. De seus 93 anos de existência, interrompidos em 08 de
julho de 2002, quase 60 foram dedicados à tarefa de agricultor, trabalhando o pedaço de terra
herdado de seu pai no sertão elevado da Serra de Santana, a 18 quilômetros da sede
municipal, Assaré, localizada na região do Cariri cearense.
15
Como bem observou Carvalho (1997, p. 8), Patativa foi o “camponês de mão grossa,
e fina sensibilidade, encontrava na comunhão com a terra a força que seu verso emanava.” A
poesia popular de Patativa é impregnada de força intensa, revelada ora pela permanência de
sua força oral, ora pela distinção em que os poemas são grafados, conservando as
características principais de sua fala.
Na literatura popular brasileira, existem diversos gêneros que refletem bem a vivência
dos nossos poetas populares, especialmente, do nordeste sertanejo, envolvidos em divulgar os
problemas, bem como a beleza e luta do povo nordestino. Um dos mais famosos poetas do
gênero popular que cantou os problemas nordestinos é, sem dúvida, Patativa de Assaré.
Como nos diz Debs (2010. p.24 ) “Patativa do Assaré abordou com propriedade, paixão e
sensibilidade a vida nordestina, a qual é transformada na síntese e no vínculo entre a dura
realidade sertaneja e o mundo exterior”. Daí a constatação: o que faz a força e o sabor da
poesia de Patativa do Assaré é, sem dúvida, esse vínculo indestrutível entre o poeta, o sertão e
o público.
A obra de Patativa aconteceu entre o início e o fim do século XX, período
significativas transformações na região Nordeste. Mudanças ocorridas das novas relações que
se estabeleciam na sociedade brasileira foram retratadas na obra literária. Sua poesia de
caráter oral passou a ser divulgada via rádio, logo após, foi impressa e gravada por ícones
musicais.
Aconteceu através do rádio não só a passagem da palavra do oral à escrita, mas o que
concretizou-se que um material eletrônico amplificasse o que antes era ouvido apenas por
poucos sertanejos. Dali em diante, Patativa e sua obra tornam-se um produto midiático.
Segundo Feitosa:
Patativa do Assaré é mídia porque é também a soma dos produtos poéticos que
criou, estando essas marcas significativas de sua vida pontuadas nas narrativas que
fazem sua poética. (…) Ele é mídia porque está atento às coisas do mundo, porque
se coloca como tradutor e mediador desse mesmo mundo e porque se expõe, fazendo
publicidade de si, de sua obra e de sua “missão” como poeta. (FEITOSA, 2005, p.
250).
Segundo Leonardeli (2009. p. 41), muitos poetas nordestinos, principalmente nas
cantorias e pelejas, utilizavam a oralidade como fonte de transmissão das produções literárias.
A adoção da escrita, que se inicia por volta do século XVIII, abre uma nova perspectiva a
esses poetas. Esses textos impressos receberam o nome de cordel. O gênero poético impresso
foi usado como uma forma de registro das performances artísticas a fim de aumentar a renda
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dos repentistas com a venda de folhetos, feita em praça pública ou feira livre. Essas poesias
foram adaptadas nos aspectos literários e formais e se adequaram à escrita.
Patativa de Assaré não deixa escapar a relação profunda que possui com a memória
coletiva e com a oralidade. A poesia popular encontra-se naturalmente ligada aos trabalhos
cotidianos, articulando-se, dessa forma, à vida social. Patativa se fez poeta dentro desse
universo. A oralidade em Patativa está presente nas fontes, na transmissão e na memória dos
seus versos, apesar de sua obra ter ganhado o suporte da escrita.
De acordo com Brito (2009. p. 49) o que se constata na poesia de Patativa de Assaré é
que há um eu-poético o qual se permite o próprio sertanejo falar. Falar do seu jeito: na língua
“matuta”. De modo que ele não imita a linguagem popular para fazer dela um mero artefato
estilístico. Bebendo das duas fontes, o poeta não fez dessa forma de expressão motivo de
zombaria ou estranheza, mas a fez instrumento legítimo de expressão.
3 O CAMPO VERSUS A CIDADE: ANÁLISE DO CORPUS
Debruçando-nos sobre o poema Cante lá que eu canto cá, é perceptível que o autor ao
produzi-lo teve como objetivo mostrar as diferenças sociais e culturais do povo nordestino em
relação às pessoas dos grandes centros. Já a partir do título da obra, o poeta começa a
preparar o leitor para um desafio, onde vamos perceber diferenças entre os poetas urbano e
sertanejo.
Cante lá que canto cá.
Fazendo uso de uma figura de linguagem que expressa oposição, a antítese,
representada através dos termos lá/cá, sabiamente o poeta nos convida a entrar em um jogo de
palavras demonstrando seguidos argumentos que sintetizam algumas diferenças entre as
pessoas dos grandes centros e as ditas do interior.
Medeiros (2009 p.7) afirma que a outra face da profunda identificação do eu lírico
com o espaço, o sertão, e tudo que lhe diz respeito é certa desconfiança quanto aos forasteiros,
quer dizer, os de lá, a quem, segundo a autora, falta qualificação para cantar o sertão. Esta
afirmação fica clara no seguinte trecho:
Poeta, cantô da rua,
Que na cidade nasceu,
Cante a cidade que é sua,
Que eu canto o sertão que é meu.
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O poema retrata ainda, as dificuldades encontradas pelo sertanejo em ser reconhecido
pelo que faz e vivencia o seu dia a dia. Desta forma, o eu-lírico descreve os benefícios em
manusear com sabedoria tudo que Deus o ensinou, ou seja, enquanto o homem nas grandes
cidades tem acesso a muitas ciências, o sertanejo vive das experiências em manusear a terra e
provar de tudo que ela possa lhe dá.
Se aí você teve estudo,
Aqui, Deus me ensinou tudo,
Sem de livro precisa
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá, que eu canto cá.
A educação, outro fator relevante dentro do poema, é por vezes retratada por Patativa
do Assaré. Enquanto que os que vivem da Ciência não podem afirmar que não há
conhecimento de mundo, nem sabedoria no povo sertanejo, por não possuírem uma educação
formal, o poeta reflete o seguinte:
“Você teve inducação,
Aprendeu munta ciença,
Mas das coisa do sertão
Não tem boa esperiença.
Nunca fez uma paioça,
Nunca trabaiou na roça,
Não pode conhecê bem,
Pois nesta penosa vida,
Só quem provou da comida
Sabe o gosto que ela tem.
É visível como a obra retrata o conflito social e cultural, tão vivo na realidade
nordestina. Colocando que a essência da produção poética sobre o sertão tem que partir da
realidade vivida e sentida e não da imaginação do que se pensa ser a vida do homem
sertanejo.
Pra gente cantá o sertão,
Precisa nele mora,
Te armoço de fejão
E a janta de mucunzá,
Vive pobre, sem dinhêro,
Trabaiando o dia intero,
Socado dentro do mato,
De apragata currelepe,
Pisando inriba do estrepe,
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Brocando a unha-de-gato.
Patativa de Assaré traz na sua lira autenticamente rústica e com uma dose de
agressividade o retrato da vida dura que leva o povo nordestino, contrastando com as
oportunidades oferecidas pela vida urbana.
Ao poeta sertanejo resta apenas a linguagem rude, sem uso das normas ortográfica e
gramatical, mas que mesmo sem o domínio da língua culta consegue fazer poesia, fazendo das
dificuldades enfrentadas inspiração para realizar sua produção poética, como é percebido no
verso abaixo.
Você é muito ditoso,
Sabe lê, sabe escrevê,
Pois vá cantando o seu gozo,
Que eu canto meu padecê.
Inquanto a felicidade
Você canta na cidade,
Cá no sertão eu infrento
A fome, a dô e a misera.
Pra sê poeta divera,
Precisa tê sofrimento.
Estabelecendo uma dicotomia entre cidade e campo, Patativa fazia diferença entre os
espaços urbano e rural, dos quais optou por este último para torná-lo próprio. Assim,
proclamando através de sua poesia, as desigualdades entre a vida no campo e a vida na
cidade, seriam fatores de acesso diferenciado a formas de auto-realização e de acesso ao
poder.
O desconhecimento da vida sertaneja, na questão de uma vivência prática, impede que
a poesia produzida por um poeta urbano, retrate com propriedade o sertão e sua gente.
Sua rima, inda que seja
Bordada de prata e de ôro,
Para a gente sertaneja
É perdido este tesôro.
Com o seu verso bem feito,
Não canta o sertão dereito,
Porque você não conhece
Nossa vida aperreada.
E a dô só é bem cantada,
Cantada por quem padece.”
Repare que a minha vida
É deferente da sua
A sua rima pulida
19
Nasceu no salão da rua.
Já eu sou bem deferente,
Meu verso é como a simente
Que nasce inriba do chão;
Não tenho estudo nem arte,
A minha rima faz parte
Das obra da criação
Com uma linguagem poética e determinada, o poeta não se restringe a qualquer espaço
geográfico. Ele apresenta o Sertão como próprio, único, que apenas pode ser cantado em
versos por quem o vive e jamais recriado em outro contexto. Medeiros (2009, p. 9 ) afirma
ainda, que “é nesse aspecto que Patativa do Assaré impõe-se como criador literário, autor de
uma obra que não se limita a fornecer o retrato pitoresco do sertão”. Com essas palavras,
Medeiros nos diz que Patativa alimenta em seu poema um sertão expressivo e peculiar,
apresentado e trabalhado como um espaço real e imaginário, unicamente pelos seus.
No fragmento a seguir, mostra que, enquanto o poeta urbano escreve sobre um mundo
fantasioso, místico e distante do mundo real. O poeta rural escreve sobre o seu universo, sobre
o seu espaço vivido. O sertão é a fonte de composição de suas rimas.
Tem tanta coisa incantada,
Tanta deusa, tanta fada,
Tanto mistéro e condão
E ôtros negoço impossive.
Eu canto as coisa visive
Do meu querido sertão.
Canto as fulô e os abróio
Com toda coisas daqui:
Pra toda parte que eu óio
Vejo um verso se buli.
Se as vez andando no vale
Atrás de cura meus males
Quero repará pra serra,
Assim que eu óio pra cima,
Vejo um diluve de rima
Caindo inriba da terra.
No trecho a seguir, o poeta continua a descrever o contraste existente entre o universo
do poeta do sertão e do poeta urbano. E para isso, o eu lírico compara as “facilidades” na vida
do poeta urbano com as “dificuldades” vivenciadas por ele. Entretanto ao ler o trecho nota-se
que o autor fala do sua realidade com afeto e emoção, valorizando seu ambiente natural como
fonte inspiradora de sua poesia, mas não deixando de denunciar as dificuldades e
desigualdades sociais que existem entre essas duas realidades.
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E da poêra do caminho,
Quando a ventania vem,
Pois você já tá ciente:
Nossa vida é deferente
E nosso verso também.
Repare que deferença
Iziste na vida nossa:
Inquanto eu tô na sentença,
Trabaiando em minha roça
Você lá no seu descanso,
Fuma o seu cigarro manso,
Bem perfumado e sadio;
Já eu, aqui tive a sorte
De fumá cigarro forte
Feito de paia de mio.
Você, vaidoso e facêro,
Toda vez que qué fumá,
Tira do bôrso um isquêro
Do mais bonito meta.
Eu que não posso com isso,
Puxo por meu artifiço
Arranjado por aqui,
Feito de chifre de gado,
Cheio de argodão queimado,
Boa pedra e bom fuzí.
O poeta do sertão conhece de perto a realidade do sertão, portanto tem autoridade de
falar sua realidade, ele pode tanto enumerar os problemas sofridos pelo povo sertanejo quanto
exaltar as belezas naturais e as asperezas que estão ao seu redor. Já o poeta urbano não
conhece de perto a realidade do sertão e por viver em uma realidade diferente, ele não pode
falar, segundo o eu lírico, daquilo que desconhece. Para o eu lírico, cada um deve falar
daquilo que vivencia, daquilo que realmente conhece. Isso está em evidencia nos versos a
seguir:
Aqui findo esta verdade.
Toda cheia de razão:
Fique na sua cidade
Que eu fico no meu sertão.
Já lhe mostrei um ispeio,
Já lhe dei grande conseio
Que você deve toma.
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá que eu canto cá.
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Segundo Brito , nesse sentido, o que se constata na poética de Patativa é que há um eu
poético que permite ao próprio sertanejo falar. Falar do seu jeito, na língua “matuta” de
modo que ele não imita a linguagem popular para fazer dela um mero artefato estilístico.
Bebendo das duas fontes, o poeta não fez dessa forma de expressão motivo de
zombaria ou estranheza, mas a fez instrumento legítimo de expressão, como uma voz que
exige respeito e valorização às expressões que nascem da experiência do povo. Mas para
tanto o poeta teve que trabalhar muito, afinar a melodia de seu canto exercita a linguagem e
fortalecer as “asas” para alçar voos seguro nos campos da poesia. Isso principalmente desde
aquele dia em que recebeu o nome de pássaro.(Brito, 2010, p.70).
O poeta finaliza o poema com bastante autonomia, firmeza essa, de quem fala com
propriedade sobre aquilo que vive e faz, e fica o conselho, para ser bom poeta é preciso
vivenciar e como diz o poema “Cante Lá Que Eu Canto Cá”
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4 CONCLUSÃO
A poesia de Patativa do Assaré, este considerado doutor honoris causa por várias
universidades, mesmo sem possuir uma educação formal, é escrita a partir da vivência do
poeta com sua gente e sua cultura, É um grande cenário que nos revela a identidade de um
povo castigado por adversidades e mazelas que afetam diretamente o homem do campo.
Calejados de sofrimento, os homens do campo que muitas vezes não tiveram a
oportunidade de uma educação formal, tem a sabedoria que os homens urbanos, mesmo com
toda sua educação, não a têm. Pois, a sabedoria aqui referida, só a possui quem passa pelas
experiências locais e culturais do dia a dia.
Patativa do Assaré com seu vocabulário sertanejo carregado com um sotaque bem
definido por cantar a vivência nordestina, faz uma crítica social fundamentado em suas
experiências e mostrando, a diversidade cultural nordestina em oposição à zona urbana,
levantando a “bandeira” do povo local.
Ainda através da análise da obra, percebemos que nem tudo no sertão é sofrimento,
apesar da seca e do trabalho duro. O poeta consegue extrair em meio a tamanha desigualdade,
felicidade e sabedoria, mostrando que mesmo com grandes diferenças existentes no social e
cultural entre o homem do campo e o homem da cidade, o poeta rural é abençoado. Este faz
parte de um cenário natural, onde apenas ao olhar ao redor, a poesia “salta-lhe aos olhos e à
mente”.
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5. REFERÊNCIAS
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