Post on 29-Sep-2018
Prof. : Elda Thainara
Av. Higienópolis, 769 – Sobre Loja – Centro – Londrina – PR. – CEP: 86.020-080 Fones: 43. 3354 – 2334 / 3039 – 2234
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As Paisagens
A Paisagem pode ser entendida como “conjunto de objetos e de relações que se
realizam sobre esses objetos” (SANTOS, 1988), e ainda “ tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc (SANTOS, 1988. p.61), sendo a paisagem, portanto, tudo o que a vista alcança, ela pode ser natural ou também cultural, ou seja, construída pelo homem, e pode ser além de vista, também sentida e escutada.
A paisagem, desta forma, é formada por diferentes elementos, tais como naturais,
humano, social, cultural ou econômico e que se articulam uns com os outros. A paisagem está
em constante processo de transformação, sendo adaptada conforme as necessidades e ações
humanas.
O entendimento das paisagens se dá a partir da relação entre a sociedade e a natureza,
pois é a partir dos processos sociais, ou seja, das ações humanas sobre o meio, que se tem os
diferentes tipos de paisagem, podendo ser elas:
Natural: que ainda não sofreu alteração a partir das ações humanas.
Imagem 1: Paisagem Natural. Fonte:
https://www.google.com.br/search?q=paisagem+natural&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwi_joOogOnTAhUBGJAKHSW6BmMQ_AUICigB&biw=877&bih=434#imgrc=E0QXrR9H65LxPM:
Modificada: Primeiro estágio de modificação da passagem natural, resultado da ação
dos coletores, caçadores, pescadores, que, ao exercer essas atividades durante seus
deslocamentos, causam alguma modificação na paisagem natural, como por exemplo a
utilização do fogo, a derrubada de arvores, a construção de abrigos. Desta forma, causam
algumas transformações, mesmo que mínimas, irreversíveis.
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Imagem 2: exemplo de paisagem modificada. Fonte http://guerreirossioux.blogspot.com.br/2012/08/palavras-dos-indios-
norte-americanos.html
Organizada: estágio mais complexo de modificação, resultado da ação consciente e
intencional, combinada e contínua ao meio natural, onde pode-se encontrar elementos
característicos de determinadas sociedades, como por exemplo, as cidades, os campos
agrícolas, construções, praças, entre outros.
Imagem 2: Paisagem organizada. Fonte:
https://www.google.com.br/search?biw=877&bih=434&tbm=isch&sa=1&q=paisagem+cultural&oq=paisagem+cultural&gs_l=img.
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Imagem 4: paisagem organizada-agrícola. Fonte: https://irrigacao.blogspot.com.br/2016/05/aula-seis-irrigando-com-
pivo-central.html
Neste sentido, então, entendemos que a paisagem pode se mostrar de várias formas,
desde em sua forma natural, até a que passou por constantes transformações a partir das
ações humanas, que no decorrer do tempo modifica a paisagem natural, transformando-a em
paisagem humanizada, e imprimindo nela sua história.
As Grandes Paisagens Naturais do Globo
Considerando-se a influência dos fatores que interferem nos climas, podemos admitir a
existência de quatro grandes grupos climáticos fundamentais: quentes, áridos, temperados e
frios, cada qual com suas variações e respectivas paisagens vegetais, lembrando que a
vegetação geralmente está subordinada ao clima, e não o contrário.
A seguir, detalharemos os mais importantes climas, assim como as suas respectivas
paisagens vegetais, partindo da zona térmica mais fria (polos) para a mais quente (equador).
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Climas do mundo
Vegetação pelo mundo
Zonas Polares
As áreas de clima frio polar são aquelas de altas latitudes (acima dos 66º 33` para o
norte ou para o sul da linha do Equador). Nestas latitudes no hemisfério Norte encontramos o
extremo norte dos continentes americano, europeu e asiático, além do Oceano Glacial Ártico;
ao Sul teremos o continente Antártico. Nestas áreas encontram-se elevadas pressões
atmosféricas que originam as massas de ar polares.
No clima frio polar há duas estações do ano principais: Inverno – com temperaturas
médias mensais de 30 a 50ºC negativos. Verão – com temperaturas mensais médias que
atingem no máximo 10ºC
O mapa abaixo simboliza as áreas do hemisfério norte onde é comum a ocorrência do
domínio da Tundra. Esta vegetação, rasteira que atinge no máximo 1 metro de altura, é
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composta por líquens e musgos que florescem apenas no período do desgelo (verão). O ciclo
vegetativo é efêmero, tendo em vista que no inverno esta vegetação permanece por longo
período (cerca de 8 meses) incubada pelo gelo. No hemisfério sul ela aparece nas bordas do
continente antártico e no extremo sul da América. Vale salientar que neste tipo de clima as
precipitações são na sua grande maioria sob a forma de neve, sendo rara a ocorrência de
chuvas.
Distribuição da tundra pelo globo
Paisagem de Tundra no Polo Norte
CURIOSIDADE: A temperatura mais baixa da superfície terrestre foi registrada na estação
científica russa de Vladivostok, na Antártica: - 88,5ºC.
Zonas Temperadas
As regiões temperadas localizam-se nas médias latitudes, entre os trópicos e os círculos
polares. Devido à latitude e à continentalidade, existirão diferenças climáticas no interior das
regiões temperadas, influindo diretamente nas paisagens vegetais, sendo três as principais:
Floresta de Coníferas, Floresta Temperada e vegetação de campos (Pradarias).
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Na transição do clima polar para o frio, ou seja, nas extremidades da zona
temperada, aparecem as grandes florestas de Coníferas (Taiga), aproximadamente acima da
latitude de 50º, dominando grandes áreas do Canadá e Eurásia, sendo praticamente
inexistente no hemisfério Sul. O clima nestas áreas é extremamente influenciado pelas massas
de ar polares, com verões muito curtos e com precipitações de neve em até 6 meses do ano.
Neste ambiente hostil, a vegetação de Coníferas, também conhecida como floresta de Taiga,
acabou criando adaptações estruturais para suportar o inverno, apresentando as seguintes
características: vegetação homogênea – que apresenta baixa diversidade biológica (florestas
uniformes); plantas aciculifoliadas – com folhas pontiagudas; copas em forma de cone – facilita
o escoamento da neve acumulada na ponta da árvore para o chão.
Os países que apresentam este tipo de vegetação se destacam na produção de papel,
tendo em vista que as Coníferas são importantes fontes de madeira mole, além da facilidade
no seu reflorestamento. O Canadá, por exemplo, se destaca como um dos maiores produtores
de papel mundo, juntamente com a China e os EUA.
Distribuição da Taiga pelo globo
Paisagem de Taiga no Canadá
Também conhecidas como florestas de folhas caducas (espécies caducifólias ou
decíduas, que perdem suas folhas a partir do outono), as Florestas Temperadas,
primitivamente dominavam grandes áreas das zonas temperadas, principalmente nas regiões
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de clima temperado úmido (as quatro estações bem definidas), que apresenta chuvas bem
distribuídas durante o ano todo, com ocorrência de neve durante o inverno.
Estas florestas caracterizam-se por serem abertas, possibilitando a entrada do sol nos
patamares mais baixos, onde surge uma vegetação rasteira (bosque). Também de baixa
biodiversidade, as Florestas Temperadas foram muito alteradas pelas ações humanas,
restando pequenos remanescentes preservados na América do Norte, Europa e Ásia. A
principal causa do desmatamento foi a utilização de seus solos férteis para a agropecuária e,
na Europa, pela urbanização.
CURIOSIDADE: Na Ucrânia, república da ex-União Soviética, existe um solo de coloração
escura, conhecido como Tchernoziom, caracterizado por ser o mais fértil do mundo.
Infelizmente, devido ao acidente nuclear de Chernobyl em 1986, grande parte destes solos
foram impossibilitados para a utilização agrícola.
Distribuição das florestas temperadas pelo globo
Floresta Temperada
Conforme diminui os índices pluviométricos, em áreas onde ocorrem estações muito
secas ou frias, desenvolve-se uma vegetação rasteira de campos limpos, conhecida como
Pradarias. Como a lixiviação (lavagem do solo pelas águas da chuva) é menor, aparece um solo
com presença de grande quantidade de húmus, favorecendo as culturas de cereais devido a
sua grande fertilidade. Além da agricultura, esta vegetação, conhecida no Brasil como Pampas
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Gaúcho, torna-se um ambiente propício de pastagem natural para o gado. A escassez de
chuva, no entanto, leva muitas vezes à compactação do solo pelo gado, podendo ocorrer
intensa desertificação (processo de degradação dos solos, devido a sua utilização econômica
inadequada, levando a sua total improdutividade. A desertificação ameaça hoje ¼ de todos os
solos do mundo, tendo avançado perigosamente, ao ponto de já ter provocado o êxodo rural
de cerca de 135 milhões de pessoas no mundo).
Zona Tropical
As regiões tropicais do globo correspondem às áreas de baixas latitudes, entre a linha do
Equador e os trópicos de Câncer e Capricórnio, onde surgem dois tipos climáticos principais:
Clima Equatorial e Tropical. Nestes climas, as amplitudes térmicas, tanto diárias quanto
anuais, são baixas. Geralmente são dominadas pelas massas de ar Equatoriais e Tropicais,
sendo que, apenas no período curto do inverno pode haver a penetração de massas frias.
Nota-se nestas áreas duas estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco.
CURIOSIDADE: Os climas mundiais refletem diretamente na cobertura vegetal, definindo
a altura das plantas, a forma das folhas, a espessura dos caules, a fisionomia geral da
vegetação e servem de base para a seguinte classificação: Perenes são plantas que
apresentam folhas durante todo o ano; Caducifólias são plantas que perdem as folhas em
épocas muito frias ou secas do ano; Aciculifoliadas possuem folhas em forma de agulhas,
como pinheiros (quanto menos a superfície das folhas, menos intensa é a transpiração e maior
é a retenção de água pela planta;); Latifoliadas são plantas de folhas largas que permitem
intensa transpiração e geralmente são nativas de regiões úmidas;
Desenvolvem-se nestas áreas duas formas principais de vegetação: As Florestas
Tropicais e Equatoriais e as Savanas.
Florestas equatoriais
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Florestas tropicais
As florestas se desenvolvem nos climas quentes com chuvas abundantes. São também
conhecidas como florestas pluviais devido à grande quantidade de chuvas que ocorrem o ano
todo. Estas florestas apresentam uma grande riqueza vegetal com elevado número de
espécies, apresentando inúmeras árvores de grande porte latifoliadas. Ao contrário das
florestas caducifólias temperadas, estas florestas são perenifólias. Devido à elevada
diversidade vegetal, existem inúmeras madeiras nobres, de alto valor econômico, fato este
que tem contribuído para destruição acelerada destes biomas. As florestas pluviais se dividem
em três: Florestas Equatoriais, Tropicais e Subtropicais.
No domínio das Savanas, as condições térmicas se assemelham às das áreas cobertas
por florestas tropicais, exceto pela amplitude térmica anual, que é maior, e pela pluviosidade,
que no período do inverno chega a atingir apenas cerca de 60mm. Esparsamente ocorrem
arbustos e árvores de folhas pequenas, algumas vezes na forma de espinho, com cascas
grossas e galhos retorcidos, indícios estes de xeromorfismo – as plantas xerófitas são
estruturalmente adaptadas à ambientes secos, como é o caso da Caatinga do sertão
nordestino no Brasil. Cerrado é o nome dado às savanas brasileiras.
Floresta Equatorial
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Vegetação Tropical do tipo Savana.
Climas e Vegetações “Extra-Zonais”
Alguns climas e vegetações possuem características próprias que independem das
zonas térmicas que estão estabelecidas. Exemplo disso são as áreas desérticas, que ocorrem
tanto na zona Tropical quanto Temperada, e ainda os climas frios de montanha, que variam
conforme a altitude.
Clima Mediterrâneo: O clima mediterrânico é um tipo de clima temperado. Ocorre na
Europa meridional, no sudoeste da Austrália, na Califórnia, no sudoeste da África do Sul e no
centro do Chile. O verão nessas regiões é quente e seco, e o inverno é instável e úmido.
Clima desértico: normalmente situado no interior dos continentes, as áreas desérticas
predominam na zona tropical, estendendo-se em grande parte para a zona temperada, como é
o caso do deserto do Saara (norte da África), da Arábia (Oriente Médio), do Atacama (Oeste da
América do Sul), do Kalahari (Sudoeste da África), etc. O fato mais marcante destas regiões é o
baixo índice pluviométrico (menos de 500 mm/anuais) e a sua irregular distribuição. Devido às
elevadas pressões atmosféricas, os ventos são constantes, modificando rapidamente as
paisagens arenosas. A amplitude térmica diária é elevada, de dia o calor é muito forte, sendo
que na noite cai abaixo de 0º. Com exceção dos oásis (verdadeiras ilhas verdes no meio do
deserto), a vegetação desértica apresenta-se muito pobre e escassa, com enormes raízes,
casca grossa e lenhosa e folhas atrofiadas, como é o caso das cactáceas.
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Desertos pelo Globo
Clima de montanha: as altas montanhas constituem um tipo de relevo jovem
(dobramentos modernos) e de elevadas altitudes, normalmente superiores a 4.000 metros,
como é o caso das grandes cadeias montanhosas do Himalaia (Ásia), dos Alpes (Europa), dos
Andes (América) e outras. Nestas regiões, a temperatura do ar diminui com o aumento da
altitude, tendo em vista que este vai se tornando cada vez mais rarefeito. É muito comum a
existência das neves eternas nas porções mais elevadas, pois a queda de neve é superior ao
degelo. A vegetação, nesta situação, divide-se por andares. Nas porções mais baixas (0 –
300m) a vegetação vai depender do bioma ao seu entorno; de 300 – 1000 m. surgem às
florestas de folhas caducas; de 1000 – 1400 m, aparecem os campos; acima de 3000 m há
apenas a ocorrência de rochas nuas e neves eternas.
Ocorrência de vegetação e clima de montanha pelo Globo
Vegetação de Montanha (em estratos)