Aspirador de pó com ciclone

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Aspirador de pó com cicloneJoão Carlos Teixeira - 2013

Já há muito tempo vinha colecionando figuras e fotografias de aspiradores de pó com ciclone para construir um, mas sempre esbarrava na dificuldade de construir um cone. Não por falta de domínio da geometria, mas pela escolha do material. Na Petrobras/SIX, onde trabalhei, usávamos ciclones de acrílico, mas o custo não combina com meu orçamento. Metal seria uma opção, mas não é meu forte. Madeira... muito trabalho.

Outro dia, xeretando na internet, fui parar no fórum Marceneiros & Bricoleiros, um fórum repleto de gente criativa e habilidosa, cheia de boas ideias. Lá encontrei uma daquelas que a gente comenta baixinho: “Como eu não pensei nisso antes?“ Cones de sinalização! Perfeitos e baratos.

Pronto, foi a gota d’água que faltava para desencadear o processo criativo... ou copiativo. Dizem que copiar de um é plágio, mas copiar de vários é pesquisa. Então, vamos ao projeto.

Minha ideia era fazer um aparelho compacto, simples, barato e, por que não, com um design elegante

A figura abaixo dá uma ideia da coisa. A parte superior (azul) desacopla da parte inferior (verde) dando acesso ao reservatório de serragem. Ah, eu esqueci de comentar que sou um marceneiro de final de semana, ou de garagem, como queiram. Daí a serragem.

O trambolho, então, é um aspirador de dois estágios. O primeiro faz tchã nas partículas mais pesadas do material aspirado e o segundo filtra o pó fino, expelindo ar limpo, para o padrão de uma marcenaria. Também pode funcionar como soprador, bastando acoplar a mangueira no bocal de saída. Nem todos os aspiradores comuns permitem isso.

Eu já tinha um soprador de aspirador novo e um filtro de ar usado, do Troller, esperando pelo sinal verde. Comprei mais uns pedaços de tubos de PVC, uma prancha de compensado, rodízios e, é claro, o cone.

A definição do tamanho da coisa foi baseada, principalmente, nas dimensões do cone: 280 mm, devidamente arredondados para 300 mm.

Como não disponho de uma serra de bancada, o negócio é apelar para os dispositivos e engenhocas que desencravamos das revistas e da internet. A régua de corte e meus calços de itaúba, sobras do varal que fiz para a patroa..

A parte mais complicada do projeto foi o topo do ciclone, a interseção do bocal de entrada com o cilindro.

Aqui visto por baixo com o furo de 75 mm, erro de execução corrigido logo em seguida.

No detalhe o efeito da cola de poliuretano Kleiberit PUR 501, que se expande vedando as possíveis frestas.

Aqui a parte inferior do duto de entrada.

Esta é a minha bancada e, sobre ela, um dispositivo que permite o uso de uma serra circular manual como serra de bancada.

É só encaixar...

... virar e voilà!   Este dispositivo é desprovido de alguns itens de segurança, portanto eu não aconselho aos iniciantes.

Uma guia para cortar tiras. Ainda falta um dispositivo anti-recuo e deve ser operado com extremo cuidado e por quem já tem experiência.

Um dispositivo deslizante, que os americanos chamam de "sled" ou trenó. Vejam que falta proteção para os dedos na saída da serra. Outro item a ser implementado.

Serve para cortes transversais.

Topo do ciclone sendo preparado para receber o cone.

Encaixe do cone antes de chanfrar o tubo.

Só conferindo.

Chanfrado no tubo para encaixar no cone. Lixadeira e paciência.

Adeus folga.

Marcação do flange do cone para guiar o filete de cola. Vejam ela ali atrás num frasco de Gatorade.

Cone aparafusado e vedado.

Checando as dimensões do bocal de entrada...

6,0 x 7,6 cm que dá uma área de 45,6 cm².

Ciclone pronto.

A área de passagem do tubo de saída, que tem 10 cm de diâmetro, é de 78,5 cm². Isto é cerca de 1,7 vezes maior que a área do bocal de entrada. Significa dizer que a velocidade na entrada é 1,7 vezes maior que no tubo de saída. Isso é importante para que seja reduzido o arraste para cima das partículas que entram e circulam pelas paredes do ciclone. Convém lembrar que a sujeira é arrastada pela velocidade do ar e não pelo vácuo em si. O vácuo, ou baixa pressão, é responsável pelo movimento do ar.

Abaixo mais um dispositivo caseiro para acertar o esquadro de junções. Um quadrado de MDF de 30 mm com um furo próximo a um dos cantos para prender com dois grampos. O canto é chanfrado para não grudar na cola que venha a escorrer da junção.

Não pode ser mais simples.

Para os furos dos parafusos eu uso, como gabarito, um suporte para quadros. Tem 15 mm de largura, a medida da espessura das chapas que eu uso, e garante o furo bem no meio da chapa.

Outra vantagem é manter uma distância padrão das bordas..

Bloco do ciclone concluído... ou quase.

A peça #1 veda a parte superior do filtro de ar.

A peça #2 é a base do soprador.

Soprador posicionado sobre a base.

Altura da câmara de pressão (saída do soprador).

Câmara de pressão.

Bloco do soprador sem a tampa superior. A peça #3 é a tampa da câmara de pressão.

Bloco do ciclone com o duto de ligação (à esquerda).

Eletroduto.

União dos dois blocos.

Blocos unidos, porta instalada, aguardando a lateral.

Detalhe da instalação elétrica do motor.

Parte inferior em construção. O filtro é do Troller 2.8 2002 e o balde é de cloro para piscina.

Conjunto em fase de pintura (fundo). Já testado e aprovado.

À esquerda o ciclone e o aspirador. À direita o reservatório de resíduos e o filtro.

Conjunto montado.

Pronto para uso.

Detalhe da tomada, interruptor e engate da mangueira.

Vista traseira. Saída de ar e ventilação do motor. Com a mangueira instalada na saída de ar o equipamento funciona como soprador.

Detalhe da saída de ar e ventilação do motor.

O espaço vazio serve para guardar a mangueira e o cabo elétrico, quando fora de uso.

Agora vêm os testes...

Desenhos com SketchUp 8 e fotos com SONY DSC-WX5 / CANON 1000D.