Post on 17-Feb-2015
Curso: Especialização em Sistemas Construtivos de Edificações Disciplina: Tecnologia dos Sistemas Construtivos em Alvenaria, Vedação, Impermeabilização e Revestimento. Data: 22, 23 e 24/02/2013 Prof.: João Gualberto L. F. Filho Aluno: Kleber Marcelo Braz Carvalho
Atividades
1. Novas tendências para impermeabilização: Poliuretanos, Poliuréias e Mantas de PVC
No sistema construtivo nacional, as inovações tecnologias do setor de
impermeabilização como Poliuretanos, Poliuréias e Mantas de PVC, são oriundas de
tendências do mercado externo. Inovações que melhoram a produtividade da
aplicação e com maior segurança ao aplicador. Segue abaixo, características desses
materiais e suas perspectivas no mercado nacional.
Poliuréias
O uso da poliuréia na construção civil é datado de 1990 nos Estados Unidos,
chegando ao Brasil em 2000. Segundo João Alfredo C. Alvim, “A poliuréia, nos
segmentos de impermeabilização e revestimento protetivo, é uma das maiores
inovações tecnológicas desenvolvidas pelo ser humano. Somente através da
imaginação é que poderemos descobrir o seu limite de aplicação”. Alvim é diretor
técnico da Purpoxy, empresa especializada em impermeabilização e revestimentos
protetivos e anticorrosivos à base de poliuréia.
A afirmação de Alvim advém certamente das possibilidades desse produto
nos sistemas de impermeabilização. O material pode ser empregado para
impermeabilizar e proteger lajes, piscinas, bacias de contenção, tanques de água
potável, canais de irrigação, galerias fluviais. Sendo ideal em locais que necessitam
de liberação rápida da área, por exemplo, em reparos emergenciais, já que possui
velocidade de cura extremamente reativa.
Outra vantagem é a durabilidade da impermeabilização com poliuréia,
chegando a um período de 25 a 30 anos, sem a necessidade de manutenções
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periódicas, resistência à umidade, alto módulo de alongamento e compressão
(altamente resiliente). Características importantes para uso em tanque de petróleo,
estações de tratamento, reservatórios de água, coberturas; locais que não podem
ser esvaziados com frequência para realizar manutenções, estão submersos e
submetidos à altas temperaturas.
Foto 1 – Projeção com hot spray
A poliuréia é aplicada com equipamentos especiais do tipo hot spray (termo-
projeção), com pré-aquecimento dos componentes entre 70º C e 80º C. As
máquinas de aplicação são hidráulicas, hidropneumáticas ou elétricas e sua escolha
se deve ao de energia disponível, bem como das necessidades de pressão e vazão
exigidas pela aplicação.
Baseado nas vantagens do processo de aplicação e as características do
produto final que geram reduções de custo na mão de obra e manutenção é que a
indústria desse material prever o crescimento de seu uso no mercado nacional.
Poliuretanos
O poliuretano é resultante da reação química entre um isocianato e um
poliol.que forma após a cura, uma membrana monolítica, contínua, de grande
resistência química e mecânica, totalmente aderida ao substrato e impermeável a
penetração e percolação da água.
Os impermeabilizantes poliuretânicos já são consagrados no mercado
americano e europeu como alternativa para vias de tráfegos de pessoas ou veículos
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diretamente sobre a impermeabilização, dispensando proteções mecânicas e
revestimento com pisos cerâmicos. Porém o alto custo desse material, frente a
outros sistemas, principalmente de base asfáltica, é fator limitante para o
crescimento dos poliuretanos.
Porém há vantagens que devem ser consideradas na escolha desse sistema,
como serem isentos de solvente, com alta resistência aos raios ultra violetas e à
abrasão, mantendo alto alongamento, além dos sistemas em spray de alta
performance, de rápida aplicação, possibilidade de o uso de cores e pinturas
brancas para impermeabilização exposta em arquibancadas, abóbadas e lajes
inclinadas, assim como a aplicação com uso de equipamentos para áreas de maior
extensão.
Um termômetro na expectativa do crescimento desse material são os diversos
lançamentos de impermeabilizantes á base de poliuretanos por parte das indústrias
que atuam do mercado nacional. Na sua maioria, multi nacionais que trazem a sua
experiência com esse produto no mercado internacional. Esse otimismo é fruto na
inserção de empresas estrangeiras de construção civil que estão atuando no
mercado nacional na construção de estádios para a Copa do Mundo, que já
conhecem a tecnologia e aplicam nas obras no país, além do desempenho e
aplicação menos insalubre ao funcionário em relação a outros sistemas tradicionais.
Mantas de PVC
As membranas flexíveis de PVC são fabricadas a partir de um composto
virgem de PVC, aditivos especiais, plastificantes, estabilizadores, que conferem à
resina básica algumas propriedades particulares de flexibilidade, resistência aos
raios ultravioleta e ainda resistência química, podendo-se obter materiais especiais
para diferentes aplicações de impermeabilização. São geralmente fornecidas em
rolos, que são facilmente instaladas nas estruturas, por meio de soldagem térmica
(mediante a utilização de equipamentos especiais de ar quente) entre as faixas de
membranas sobrepostas. A longevidade do sistema é uma importante diferença em
relação aos sistemas tradicionais de impermeabilização onde a vida útil, em média,
não atinge sequer a metade da dos sistemas de mantas flexíveis de PVC de alto
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desempenho e as manutenções periódicas são bem mais frequentes para que esses
sistemas continuem mantendo sua funcionalidade.
Foto 02- Fixação automática da membrana de PVC
As maiores vantagens desse sistema são o amplo conhecimento que se tem
sobre o comportamento do PVC, bem como características físicas e mecânicas, a
possibilidade de aplicar mesmo em presença de água e a execução em camada
única. Outra vantagem é que essas mantas não são aderidas ao substrato e
suportam pequenas movimentações. Uma desvantagem é a quantidade de emendas
que torna o processo mais lento do que outros sistemas.
Perspectivas
. No mercado do Sul da Bahia, onde atuamos, ainda há um domínio dos
sistemas tradicionais de impermeabilização: rígidos (argamassas poliméricas) e
flexíveis (manta asfáltica). Apesar das vantagens, falta em nossa região o domínio
técnico, inserção dos equipamentos de aplicação e aceitação do mercado em
relação à confiabilidade e preço dos produtos para inserção das novas tendências.
Para tanto é preciso que a indústria fomente cursos e treinamentos para mudar essa
realidade.
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Foto 03 – Obra em Itabuna: impermeabilização flexível em área externa com
uso de manta asfáltica
Para o mercado nacional, as indústrias que atuam com esses produtos estõ
otimistas com o crescimento da aceitação desses sistemas, devido as suas
características físicas e químicas que determinam maior durabilidade, melhor
produtividade e seu uso crescente em obras de infraestrutura.
Referências Bibliográficas
OLIVEIRA, PAULO S.F.; TULA, LEONEL. Impermeabilização com Poliuréia.
Disponível em:
<http://www.tecnologiademateriais.com.br/consultas_tm/poliureia/imppoliureia.html>.
Acesso em: 09 mar.13
Impermeabilizantes Poliuretânicos. Revista Construchemical, São Paulo, Nº 02, p. 32-39 - Maio/Junho, 2012 LOTURCO, BRUNO. Poliuretanos, poliuréias e mantas adesivas. Disponível em: <http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/102/artigo31627-1.asp> Acesso em: 09 mar.13
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2. Vedação Industrializada (Texto baseado em artigo da Revista Construção e
Mercado no. 131)
A indústria da construção civil é um dos setores menos industrializados da
cadeia produtiva. Apesar desta letargia em mudar métodos arcaicos e
ultrapassados, empresas e fornecedores de materiais e equipamentos têm buscado
inovações que mudem essa realidade.
O uso de placas cimentícias está inserido neste contexto de industrialização
da construção civil. Essas placas são fabricas com cimento Portland e podem ser
adicionadas fibras que aumentam a sua resistência á tração. O produto pode ser
entregue no canteiro de acordo com o cronograma físico da obra, sem necessidade
de ser estocado antecipadamente. Instalado como uma linha de montagem
necessita de menos mão de obra, mas demanda por profissionais qualificados para
sua instalação.
Comumente utilizados em sistemas steel frame (método que utiliza uma base
estrutural de aço), as placas tem sido utilizadas também em fechamento externo e
interno em estruturas convencionais, fechamentos de shafts e molduras para janelas
e beirais.
Nas obras que atuamos, uma grande preocupação é a produtividade; mas
passamos despercebidos, em muitos casos, com o desperdício e a redução de
custos. Apesar de utilizar uma alvenaria racionalizada, com uso de bloco estrutural
de cimento e de cerâmica em vedação, ainda sim ocorrem desperdícios de material
que aparecem desde o levante a instalação. A industrialização dessa vedação com
placas de cimentos pode reduzir essa situação.
Um exemplo é o fechamento de shafts, como apresenta a foto 04. Nesse
serviço, os custos são referentes a mão de obra de pedreiro e ajudante, logística,
necessidade de rasgos em paredes para instalações elétricas e hidráulicas
(ocasionando geração de entulho) e argamassa de assentamento e revestimento. O
uso de placa cimentícia além de reduzir esses itens que interferem no custo do
serviço é uma alternativa limpa e com acabamento final de qualidade superior ao
realizado pela profissional na obra.
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Foto 04 – Prumada de água e esgoto em cozinha
A mão de obra qualificada e os custos do material são fatores que dificultam a
sua inserção nos projetos da construtora que atuamos. Além disso, falta por parte
fabricantes, como a Eternit, focar esse mercado local com a divulgação e visita às
construtoras de Itabuna e região desse produto.
Uma alternativa é que estamos propondo à empresa é placa cimentícia com
EPS, painel do tipo sanduíche, composto de uma placa central de EPS e
externamente revestida com camada cimentícia. principalmente para uso em
prumadas de instalações (água,elétrica e telefone) conforme foto abaixo.
Foto 05 – Prumadas com placa cimentícia com EPS
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3. Produtividade na fachada (Texto baseado em artigo da Revista Construção e
Mercado no. 139)
A especialização dos serviços de revestimento de fachada é uma
consequência das exigências da indústria da construção civil quanto a rapidez de
execução e racionalização desses serviços. À busca por melhores resultados passa
pela limpeza do substrato, escolha do tipo de argamassa, execução de juntas de
dilatação, forma de aplicação: manual ou mecânica e tipo de equipamento para
movimentação na fachada. Informações que podem constar em projeto de
revestimento de fachadas.
A argamassa pode ser industrializada e a executada no canteiro. A vantagem
da industrializada em relação à argamassa produzida na obra está no controle da
mistura, uniformidade do material e menor espaço para estoque. Essa situação é
evidenciada nas dificuldades encontradas no canteiro para controlar o traço da
argamassa, a umidade dos insumos, a adição de água e o tempo da mistura. Por
sua vez, a industrializada possui desvantagens como o risco de intermitência na
distribuição do produto, armazenagem incorreta e em obras distantes dos centros de
distribuição, o preço da argamassa pode não ser viável perante o custo da obra.
Na execução do revestimento, há cuidados comuns aos tipos de argamassa
escolhida que devem ser seguidos para uma melhor qualidade do serviço: limpeza
do substrato, cuidado com a cura em locais com tempo seco e planejamento de
serviço quanto à locomoção dos funcionários na fachada. Esta movimentação pode
ser através de balancins ou andaimes fachadeiros.
Em relação a aplicação do revestimento de fachada, este pode ser
manualmente, com uso de colher de pedreiro ou desempenadeira, ou
mecanicamente por meio da projeção. Esses equipamentos podem utilizar a
argamassa industrializada ou através de misturadores, executar o traço da
argamassa com os insumos no canteiro.
Em Itabuna, na maioria das obras são utilizadas argamassas produzidas na
obra. Nas construtoras de maior porte, a argamassa é fornecida por concreteiras.
Ficando as argamassas industrializadas com um mercado restringido ao varejo e
com uma pequena demanda de usuários. Isso se deve ao preço e falta de mão de
obra treinada para utilizar esse material.
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Na obra que gerencio, um empreiteiro fez a aquisição de uma máquina de
projeção com misturador. Para escolha do tipo de argamassa, partimos com a coleta
de fornecimento de argamassa industrializada. Chegamos a um preço final maior do
que utilizando os insumos na obra. Assim decidimos formar uma equipe que utilizava
a projeção com argamassa produzida na obra..
Foto 06 – Projeção de argamassa em obra – Itabuna/BA
As demais equipes de revestimento de fachadas utilizaram a argamassa
fornecida por concreteira. Neste caso, a movimentação da fachada foi realizada por
balancins. Enquanto na projeção, utilizamos andaime fachadeiro.
Foto 07 – Revestimento de fachada com uso balancin – Itabuna/BA
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Foto 08 – Andaimes Fachadeiros utilizados na projeção – Itabuna/BA
Apesar de não utilizar a argamassa industrializada, acreditamos que com a
racionalização dos serviços, no futuro a empresa deve considerar o seu o uso.
Levando em consideração, não apenas a comparação imediata de custo de cada
sistema, mas sim a avaliação dos ciclos de logística e redução de mão de obra que
a argamassa em saco pode fornecer. O outro fator é a mecanização que não foi
realizada em maior escala devido a falta de conhecimento do empreiteiro e os custos
de manutenção elevados do equipamento.
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