Atividade sobre pós-modernismo

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pós-modernidade na educação

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  • Atividade N2 Nome: Raedja Torres Guimares

    As transformaes educacionais vivenciadas entre a modernidade e a ps-modernidade

    ocorrem conjuntamente com as transformaes sociais que transpareceram na reinveno de

    seus valores. As implicaes nos mtodos educacionais se materializam de vrias maneiras;

    uma delas a no-busca de rigor e ordem no processo educacional - a repetio e a excelncia

    no so mais objetivos, mas a criticidade e a relatividade de toda gama terica recebida. Hoje

    fala-se na auto-orientao do educando em seu prprio processo formativo, quebrando com

    currculos fechados, procedimento este inimaginvel em tempos da educao moderna. O

    impacto disso nos orientandos estimul-los e doutrin-los na adoo de comportamentos

    individualistas e narcsicos. O eu enquanto autor de tudo que possa estar relacionado minha

    existncia. O sistema social e as ideologias que vagam institucionalmente se servem muitas

    vezes desse mascaramento da realidade, afinal: tudo que lhe ocorre consequncia de sua

    prpria autoria. Um exemplo oposto dessa realidade social e no menos excludos (outsiders)

    so grupos que vivem em regime de tribos e comunidades. Essas realidades paralelas costumam

    ser desejadas ou atrair indivduos no-adaptados ao que se convencionou chamar de ordem

    social vigente.

    Todo esse processo vivenciado na sociedade atual se reflete nas famlias e instituies e

    repassado s novas geraes. Assim, na escola, tanto os professores quanto os alunos

    vivenciam essa realidade produto da ps-modernidade. O lugar de autoridade do professor

    rediscutido teoricamente e socialmente, bem como o lugar da aprendizagem para as pessoas.

    Qual o objetivo da educao da escola? O que deve ser ensinado? De que forma? Como avaliar

    o processo de aprendizagem? Todo o processo educacional e seus autores so reinventados

    luz de um espectro multiterico que, se por um lado avana discusses, por outro confunde seus

    autores diretos e indiretos.

    Na academia, as renomadas e as novas teses pedaggicas so diariamente lanadas aos

    universitrios da licenciatura. Discursos que tentam dar conta dos processos educacionais e de

    orient-los. Algumas delas repassam protocolos a serem executados, outras levantam questes

    crticas, mas igualmente tentam nortear as aes educacionais. J os universitrios em questo

    so expostos a uma bagagem enorme de influncias e pensamentos de vrias correntes

    pedaggicas, muitas vezes no sabendo organizar seu prprio processo de apropriao terica e

    epistemolgica. comum a sensao de impotncia e de desorientao diante da miscelnea

    terica a que se exposto. Na atuao, os mesmos problemas avanam e so somados a um

    espectro de problemas sociais, que se antes se problematizava o processo de aprendizagem,

    agora a prpria convivncia entre os indivduos autores o primeiro dos problemas na escola.

    Na destituio de orientaes mais unas, seja em sociedade, seja na universidade ou na

    escola, de mestres ou teorias que orientem as atuaes, a sensao da instabilidade a nica

  • segurana do homem ps-moderno e suas instituies - e seu contrrio enquanto a ordem

    comum, a saber: ser exposto a infinitas referncias, que a cada dia se reinventam. Diante da falta

    de ligao entre os indivduos, entre os estudantes e um mestre, entre um sujeito e uma

    ideologia, mas antes sempre o exagero dessas ligaes marcando a brevidade dos momentos,

    veio luz a expresso bastante feliz de modernidade lquida, na qual Bauman conseguiu

    encontrar um signo que pudesse dar conta desses atuais fenmenos de fluidez e instabilidade

    social.

    Pensar em encontrar solues para outras pessoas no me parece um caminho possvel.

    Diante da minha trajetria entre experincias pessoais e de formao acadmica, concordo com

    Herclito acerca sobre no nos banharmos nas mesmas guas de outrora. A extenso dessa

    concordncia com este tema est em crer que na vivncia e convivncia com as manifestaes

    da modernidade lquida, cada indivduo ser marcado de uma forma e ter livre escolha de refletir

    ou no sobre isso. De se adaptar ou no. De se posicionar em concordncia ou no. E se

    incomodado, de buscar uma soluo baseada em sua experincia e/ou na de outrem. No deixa

    de ser uma opinio ps-moderna essa minha, mas consigo situar e compreender esse meu

    posicionamento. Uma vez que se passa pela experincia de um zeitgeist, que em alguma medida

    nos marca, no h como se pensar em opinio hbrida e isenta de influncias ou determinaes.

    Para mim, a pureza do pensamento e comportamento utpica. Mas ciente do que pode ter me

    determinado em alguma medida, acredito na busca daquilo que ainda possa me satisfazer mais

    numa experincia existencial e social, tentar vivenci-la a despeito de qualquer ordem externa e

    sempre reavaliar tais posicionamento e decises. Pois, se ainda existe alguma lei natural que

    ainda creio que seja possvel ser estendida para o social, : para toda escolha existe uma

    conseqncia. Saber escolher posicionamentos e saber lidar com o preo acarretado por eles

    bastante significativo.

    Assim, minhas inquietaes ainda so maiores que qualquer sugesto ou soluo para a

    educao. Talvez h que se pensar que para cada problema pontual, uma estrada a ser

    perseguida, com sucesso ou no da suposta soluo que acreditvamos ter que atingir, dada a

    falibilidade que a relao vertical de doutrinao entre pessoas, muito comum nas escolas. Mas

    antes aceitar a experincia da convivncia, por mais difcil que ela se apresente. Se pudesse

    resumir o que me alcanou o pensamento sobre os atuais dilemas contemporneos da sociedade

    em relao educao e direcionar o pensamento, seria explorar o problema da convivncia.

    Talvez aes nesse sentido gerassem mais apropriao dos sujeitos para a convivncia, acima

    de quaisquer solues e objetivos que se esperam para a educao. A convivncia um dos

    calcanhares de Aquiles da sociedade ps-moderna, como nos sintetizou Sartre sobre o inferno

    serem os outros. Talvez seja uma direo.