Post on 22-Apr-2020
AVALIAÇÃO FINAL INTEGRADORA – 7ª FASE
QUESTÃO 1- Paciente masculino, 38 anos, relata presença de raias de sangue nas
fezes, em eventos esporádicos, há um mês. Percebe que, além do sangramento que
mancha a água do vaso sanitário, ocorre a exteriorização de mamilos hemorroidários
durante a defecação, que regridem espontaneamente após a cessação do esforço. Tem
realizado dieta adequada e atividade física regular, além de boa ingestão hídrica, mas
permanece com constipação intestinal.
A conduta correta que deverá ser adotada é:
A) solicitar videocolonoscopia e indicar escleroterapia.
B) indicar ligadura elástica dos mamilos hemorroidários.
C) indicar a remoção do tecido hemorroidário (hemorroidectomia).
D) recomendar aplicação retal de pomada de diltiazem a 2% de 8 em 8 horas por 8
semanas.
E) recomendar a introdução de formadores de bolo fecal e laxativos até correção
da constipação intestinal.
Resposta: E.
Comentários: As hemorroidas internas têm classificação que norteia o tratamento
clínico/cirúrgico e o seu correto reconhecimento é fundamental para a tomada de
decisão. A classificação é a seguinte: 1º Grau: sangramento anal sem prolapso; 2º Grau:
sangramento e/ou prolapso com redução espontânea; 3º Grau: sangramento e/ou
prolapso com redução manual; 4º Grau: sangramento e/ou prolapso irredutível. As
hemorroidas de 2º grau são tratadas preferencialmente por meio de medidas dietéticas
e comportamentais, incremento da ingestão hídrica e, caso não resolva, podem ser
indicados o uso de formadores de bolo fecal, como psyllium seguidos pelos laxativos
osmóticos (lactulose) até a correção da constipação intestinal. Os procedimentos
ambulatoriais (ligadura elástica, escleroterapia e fotocoagulação) devem ser indicados
em casos de falha terapêutica das primeiras opções.
Fonte:
GUSSO, G.; LOPES, J. M. C. Tratado de medicina e comunidade: princípios, formação
e prática. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. v. 2.
(Média)
QUESTÃO 2- Paciente feminina, 48 anos, queixando tontura há dois dias, com
sensação de que o consultório está rodando. Precisou ser conduzida pelo filho, pois não
conseguia deambular sozinha devido ao desequilíbrio que a fazia cair para direita.
Apresentou náusea e vômitos. Ao exame físico percebia-se nistagmo horizontal, com
redução após fixação do olhar. Demais sistemas sem alterações. Nega disacusia e uso
de medicamentos.
É esperado que também seja identificado, durante o exame físico dessa paciente:
A) teste de Fukuda negativo.
B) manobra de Romberg positiva.
C) presença de disdiadococinesia.
D) manobra de Dix-Hallpike positiva.
E) rolha de cerume impactada em conduto auditivo direito.
Resposta: B
Comentários: A paciente tem sintomas típicos de neuronite vestibular, que é
caracterizada por vertigem rotatória súbita, intensa e associada a sintomas
neurovegetativos, geralmente ser alterações auditivas. A manobra de Romberg
(equilíbrio estático) será positiva, ocorrendo tendência de queda do paciente para o lado
acometido (direita). O teste de Fukuda (equilíbrio dinâmico) também estará alterado,
evidenciando tendência de deslocamento da paciente para o lado acometido. A
manobra de Dix-Hallpike é específica para o diagnóstico de vertigem paroxística
posicional benigna. A elevação da pressão arterial, a obstrução dos condutos auditivos
por cerume e a presença de sinais e sintomas neurológicos (como disdiadococinesia)
não estão relacionados à ocorrência de neuronite vestibular. A presença de rolha de
cerume irá provocar, predominantemente, disacusia.
Fontes:
GUSSO, G.; LOPES, J. M. C. Tratado de medicina e comunidade: princípios, formação
e prática. 1. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. V. 2.
BERTOL, E. RODRIGUEZ, C.A. Da tontura à vertigem: uma proposta para o manejo
do paciente vertiginoso na atenção primária. Rev. APS, v. 11, n. 1, p. 62-73, jan./mar.
2008.
(Fácil)
QUESTÃO 3- Paciente de 25 anos, jateador em oficina de lataria e pintura, portador de
silicose, foi internado na UTI com insuficiência respiratória aguda. Entubado e colocado
sob ventilação assistida, apresentou agravamento do quadro com hipóxia severa,
seguida de parada cardíaca e óbito.
Na declaração de óbito deve constar como causa básica da morte:
A) silicose.
B) fibrose pulmonar.
C) ventilação assistida.
D) parada cardiorrespiratória.
E) insuficiência respiratória aguda.
Resposta: A
Comentários: o paciente morreu de hipóxia severa, causada pela insuficiência
respiratória aguda. Esta foi causada pela fibrose pulmonar, sendo a causa básica a silicose. Relembramos que, conforme a OMS, a parada respiratória, parada
cardiorrespiratória e insuficiência múltipla de órgãos são jeitos de morrer, e não causas da morte. A ventilação assistida não é causa de morte.
Fontes:
A declaração de óbito: documento necessário e importante, MS e CFM, 2009.
Manual de Instruções para o preenchimento da Declaração de Óbito. Ministério da Saúde, 2011. 54 p.: il. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
(Fácil)
QUESTÃO 4- Paciente feminina, 52 anos, sem comorbidades, retorna para apresentar
exames solicitados em consulta anterior: colesterol total 280 mg/dl, HDLc 40 mg/dl e
triglicerídeos 150 mg/dl.
O valor do colesterol LDL e a respectiva conduta são:
A) 190 mg/dl, solicitar CPK, prescrever estatina e reavaliar em 3 meses.
B) 190 mg/dl, solicitar TGO, prescrever estatina e reavaliar com 6 meses.
C) 210 mg/dl, solicitar TGO e TGP, prescrever estatina e reavaliar em 3 meses.
D) 90 mg/dl, orientações sobre mudança do estilo de vida, não prescrever estatina.
E) 210 mg/dl, solicitar TGO e Gama-GT, prescrever estatina e reavaliar em 6
meses.
Resposta: C
Comentários: Deve-se utilizar a equação de Friedwald para calcular o LDLc. CT=LDLc+VLDLc+HDLc, sendo o VLDLc a quinta parte do triglicerídeos. Dessa forma, obtém-se o LDLc = 210 mg/dl. Pacientes com níveis de LDLc maior que 190 mg/dl devem iniciar o uso de estatinas para redução do risco cardiovascular. Após iniciar o tratamento com estatina, deve-se reavaliar o paciente em 4 a 12 semanas com dosagens dos lipídios e verificar se há intolerância à estatina. As reavalições subsequentes poderão ser feitas a cada 3 a 12 meses. Usar a redução percentual do LDL-C (em vez de colesterol total) no acompanhamento dos pacientes é mais adequado para avaliar o resultado da medicação. Ao iniciar o tratamento com estatinas deve ser solicitado TGO e TGP e repetir caso o paciente venha a apresentar qualquer sinal ou sintoma de comprometimento hepático. A CPK não deve ser solicitada de rotina, mas apenas se o paciente apresentar sinais e sintomas de comprometimento muscular.
Fontes:
FALUDI, A. et al. ATUALIZAÇÃO DA DIRETRIZ BRASILEIRA DE DISLIPIDEMIAS E PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE - 2017. Arquivos Brasileiros de Cardiologia,
v. 109, n. 1, 2017.
GRUNDY, S. M. et al. 2018 AHA/ACC/AACVPR/AAPA/ABC/ACPM/ADA/AGS/APhA/ASPC/NLA/PCNA Guideline on the Management of Blood Cholesterol: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. Circulation, v. 139, n. 25, 18 jun. 2019.
(Média)
QUESTÃO 5- Paciente feminina, 64 anos, tabagista, sem comorbidades, retorna para
aconselhamento com o médico da família, pois sua vizinha apresentou infarto agudo do
miocárdio e ela está assustada e gostaria de prevenir essa complicação. Sua paciente
tem histórico de menopausa precoce e seu pai faleceu devido a um acidente vascular
isquêmico aos 50 anos de idade. Seu risco cardiovascular calculado para 10 anos foi de
12,1%.
Além da mudança de estilo de vida e da cessação do tabagismo, deverá ser
recomendado para a paciente:
A) Iniciar estatina de alta potência com meta de redução de LDLc menor que 70
mg/dl.
B) Iniciar estatina em doses de média ou alta potência com meta de redução de
LDLc em 30 a 49%.
C) Não introduzir estatina, pois a paciente tem risco cardiovascular baixo. Realizar
reavaliação com perfil lipídico em 3 a 6 meses.
D) Realização de escore de cálcio coronariano para que seja possível tomar a
decisão sobre a introdução de estatinas e AAS.
E) Iniciar estatina de média potência para redução do LDLc em mais de 50% e AAS
100 mg ao dia.
Resposta: B
Comentários: Em adultos de 40 a 75 anos sem diabetes mellitus e risco cardiovascular
de 10 anos entre 7,5% a 19,9% (risco intermediário), fatores que acentuam o risco
indicam o início da terapia com estatina de média a alta potência com meta de redução
de LDLc em 30 a 49%. Os fatores que modificam o risco cardiovascular incluem história
familiar de DCV prematura (homens < 55 anos e mulheres < 65 anos); níveis de LDL-C
persistentemente elevados ≥160 mg/dL; síndrome metabólica; doença renal crônica;
história da pré-eclâmpsia ou menopausa prematura (idade < 40 anos). O AAS deve ser
utilizado apenas nos pacientes com alto risco cardiovascular (> 20%) e que não têm
risco de sangramento evidente.
Fontes:
ARNETT, D. K. et al. 2019 ACC/AHA Guideline on the Primary Prevention of Cardiovascular Disease. Journal of the American College of Cardiology, v. 74, n.
10, p. e177–e232, set. 2019.
GRUNDY, S. M. et al. 2018 AHA/ACC/AACVPR/AAPA/ABC/ACPM/ADA/AGS/APhA/ASPC/NLA/PCNA Guideline on the Management of Blood Cholesterol: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. Circulation, v. 139, n. 25, 18 jun. 2019.
Fonte: ARNETT et al., 2019.
Fonte: ARNETT et al., 2019.
(Difícil)
QUESTÃO 6- A hipercalemia ocorre principalmente pela saída de potássio do meio
intra-celular para o extra-celular. As principais causas são: acidose metabólica, lise
celular (queimaduras, hemólise, rabdomiólise, necrose tissular), hiperosmolaridade,
deficiência de insulina, paralisia periódica hipercalêmica e algumas drogas como a
succinilcolina, digital e beta-bloqueadores. A hipercalemia pode ser diagnosticada pelo
ECG e deve ser tratada rapidamente porque pode deflagrar arritmias cardíacas graves.
São alterações eletrocardiográficas encontradas na hipercalemia:
A) Aumento do espaço PR e onda T apiculada
B) Bloqueio atrioventricular do 2º grau e onda U.
C) Aumento do intervalo QT e onda T achatada
D) BAV de 3º grau e onda T em apiculada.
E) Alargamento do QRS e onda T achatada
Resposta : A.
Aumento do espaço PR e onda T apiculada. No caso citado, as demais alterações
eletrocardiográficas não são da hipercalemia. SABINSTON / TOWSEND, C. M. et al.
Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. 18. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2010. vol.1. páginas: 63 à 102.
QUESTÃO 7- Um paciente de 65 anos, masculino, com pesquisa positiva de sangue
oculto nas fezes fez colonoscopia que revelou três pólipos sésseis menores do que 1
cm, que foram retirados durante o procedimento, e cuja biópsia foi compatível com
adenoma viloso.
Assinale a opção que indica a melhor abordagem para o caso.
A) Expectante, já que este aspecto histopatológico tem características benignas.
B) Deverá ser mantido controle com pesquisa de sangue oculto nas fezes anual.
C) É uma lesão de baixo risco, não apresentando possiblidade de avanço.
D) Deverá repetir colonoscopia dentro de 3 anos.
E) Deverá realizar retossigmoidoscopia dentro de 5 anos.
A Resposta correta é a letra D
O adenoma viloso é o tipo histológico que apresenta a maior probabilidade de
malignização. É uma lesão benigna, porém considerada pré-cancerosa. A maioria dos
cânceres de intestino começa com um adenoma sendo o viloso o mais frequente.
Portanto as diretrizes recomendam nova colonoscopia 3 anos depois. SABINSTON
TOWSEND, C. M. et al. Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica
moderna. 18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Vol. 1. páginas: 1266 à 1374.
QUESTÃO 8- Uma mulher de 49 anos de idade, assintomática, compareceu a consulta
relatando que fez uma ultrassonografia abdominal de rotina que revelou cálculos móveis
de 5 mm de tamanho na vesícula biliar. Foi encaminhada pelo clinico geral para
orientação quanto à conduta.
Está correto recomendar:
A) Dissolução farmacológica dos cálculos.
B) Colecistectomia laparoscópica / laparotômica.
C) Nova ultrassonografia em seis meses.
D) Observação e cirurgia apenas se surgirem sintomas.
E) Colangioressonância nuclear magnética.
A Resposta correta é a letra B.
Colecistectomia/ laparoscópica / laparotômica. Referências: Tratado de cirurgia do CBC
– Roberto Saad Junior – Vesícula e vias biliares - Páginas 1103 a 1121 2ª edição.
Atheneu.
QUESTÃO 9- Um homem de 30 anos é diagnosticado com úlcera duodenal. Fica muito
preocupado e conversa com seu médico sobre as vantagens do tratamento cirúrgico
sobre o tratamento clínico.
Qual das condições clínicas associadas abaixo necessitaria de tratamento
cirúrgico?
A) Desenvolvimento de diabetes mellitus.
B) Infecção persistente por H. pylori.
C) Obstrução da saída gástrica.
D) Necessidade de tomar AINES.
E) Pesquisa de sangue oculto positivo nas fezes.
A Resposta correta é a letra C.
As complicações da úlcera péptica são: perfuração, hemorragia e estenose. A indicação
de cirurgia na questão acima é a obstrução da saída gástrica levando a estenose
pilórica, vômitos, emagrecimento e regurgitações. Referências: Tratado de cirurgia do
CBC – Roberto Saad Junior – lesões benignas gastro-duodenais- Páginas 905 a 960 2ª
edição. Atheneu.
QUESTÃO 10- A cicatrização das feridas consiste em perfeita e coordenada cascata de
eventos que culminam com a reconstituição tecidual. O processo é dividido
didaticamente em três fases e é comum a todas as feridas, independente do agente que
as causou.
A respeito da cicatrização de feridas, pode se afirmar:
A) Feridas cicatrizadas por segunda intenção são mais frágeis que por primeira
intenção.
B) A formação de queloide é mais prevalente em população de pele mais clara.
C) A cicatrização fetal difere da do adulto por ser mais lenta.
D) Fases da cicatrização nessa ordem: Fase inflamatória, de maturação e
proliferação.
E) Os glicocorticosteroides não alteram o processo cicatricial.
A Resposta correta é a letra A
Feridas cicatrizadas por segunda intenção são mais frágeis que por primeira intenção.
As demais respostas estão erradas. SABINSTON / TOWSEND, C. M. et al. Tratado de
cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. 18. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2010. vol.1. páginas: 134 à 178.
QUESTÃO 11- A hipertermia maligna, doença muscular de herança genética, é uma
causa rara de febre operatória caracterizada por uma resposta hipermetabólica a alguns
fármacos principalmente anestésicos halogenados e succinilcolina.
Em relação à hipertermia maligna, assinale a afirmativa correta.
A) É mais comum em crianças.
B) O quadro clínico mais comum é febre alta e hipotonia muscular
C) A suscetibilidade é herdada de acordo com um padrão recessivo autossômico.
D) O quadro clínico mais comum é febre alta e hipotonia muscular
E) Cursa com alcalose metabólica e hipercapnia
A Resposta correta é a letra A.
É mais comum em crianças.
A hipertermia maligna ocorre no adulto na proporção de 1 em casa 60 mil anestesias
geral e na criança chega a 1 em cada 10 mil anestesias geral. Referências: Tratado de
cirurgia do CBC – Roberto Saad Junior – Pré, per e pós-operatório - Páginas 35 a 67.
2ª edição. Atheneu.
QUESTÃO 12- O “Global Guidelines for the Prevention of Surgical Site
Infection”, elaborou uma lista com recomendações concretas para prevenir infecções
cirúrgicas baseadas em 26 revisões sistemáticas recentes. O objetivo é recomendar
cuidados para prevenção de infecções nos diversos sistemas de saúde.
Em relação às infecções do sítio cirúrgico pode se afirmar:
A) As infecções superficiais comprometem a pele, subcutâneo e a fáscia.
B) As infecções de feridas profundas comprometem apenas o músculo.
C) A maioria das infecções pós-operatórias cicatrizam por segunda intenção.
D) A profilaxia com antibióticos é mandatória, mesmo nas cirurgias limpas.
E) As infecções de feridas superficiais comprometem apenas a pele.
A Resposta correta é a letra C
A maioria das infecções pós-operatórias cicatrizam por segunda intenção. Referências:
Tratado de cirurgia do CBC – Roberto Saad Junior – Infecção em cirurgia- Páginas 151
a 168. 2ª edição. Atheneu.
QUESTÃO 13- Dona Maria faz acompanhamento psiquiátrico ambulatorial para um
primeiro episódio depressivo maior moderado, em remissão completa dos sintomas há
11 meses, em uso de vortioxetina, quando descobre estar grávida.
Qual é a MELHOR CONDUTA?
A) Trocar a vortioxetina por paroxetina, em dose terapêutica.
B) Suspender a vortioxetina e monitorar o humor da paciente.
C) Manter a vortioxetina, na mesma dose, e realizar pré-natal de rotina.
D) Reduzir a dose de vortioxetina pela metade durante o primeiro trimestre.
E) Suspender a vortioxetina e prescrever fluoxetina a partir do segundo trimestre,
independente da evolução da paciente.
Resposta correta: letra “B”
A paciente já completou 11 meses de tratamento em remissão dos sintomas, o que pode
ser suficiente, conforme a literatura científica. Além disso, ela está em uso de um
antidepressivo que é novo e que não apresenta segurança de uso estabelecido durante
a gestação. A melhor conduta é, portanto, suspender a vortioxetina e monitorar a
evolução da paciente. Sobre a letra “A”: o uso de paroxetina apresenta indícios de ser
teratogênico. Sobre a letra “E”: não há justificativa de prescrever fluoxetina a partir do
segundo trimestre caso a paciente não apresente recaída/recorrência de sintomas
depressivos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Cordioli, A.V. Psicofármacos: consulta rápida. 5a ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
- Rocha F.L. et al. Psicofarmacologia e Outras Terapias Biológicas. In Barbosa I.G.,
Fábregas B.C., Oliveira G.N.M., Teixeira, A.L. Psicossomática - Psiquiatria e suas
conexões. 1a ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2014. Capítulo 5; pag.53-69.
- Stahl, S.M. Psicofarmacologia - Bases neurocientíficas e aplicações práticas. 4a ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Nível de dificuldade: médio/difícil
QUESTÃO 14- João é casado, católico e pai de dois filhos. Aos 27 anos, apresentou
um episódio de rebaixamento importante do humor após o falecimento de um irmão em
um acidente de automóvel. Na ocasião, o seu clínico geral foi consultado e fez o
diagnóstico de depressão maior. João recebeu a prescrição de um antidepressivo, que
usou por cerca de um mês e meio, evoluindo com uma melhora importante do quadro
depressivo. Logo após sua melhora, ele parou de tomar a medicação, por conta própria.
Três anos se passaram. Atualmente (aos 30 anos de idade), João vem apresentando
um comportamento bastante estranho: começou espontaneamente a dormir poucas
horas por noite, aumentou a produção verbal falando incessantemente e com alto
volume de voz tanto no trabalho quanto em casa (chegando a acordar as crianças em
casa durante a madrugada), passou a se vestir com desleixo, iniciou discussões
calorosas no trabalho, chegando a usar palavras de baixo calão com sua chefia e com
alguns clientes, passou a alternar momentos de risos descontrolados e choro copioso.
Seu humor apresenta uma tonalidade desagradável, mal-humorada, acompanhada de
um forte componente de irritação. Seu quadro de alteração de humor e de
comportamento demandou, então, sua primeira internação em um hospital psiquiátrico.
Qual é o DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO ATUAL e TRATAMENTO MAIS
ADEQUADO para o referido paciente?
A) Transtorno bipolar tipo I – iniciar ácido valpróico
B) Transtorno bipolar tipo II – iniciar carbonato de lítio
C) Episódio depressivo maior – iniciar um antidepressivo dual
D) Espectro bipolar – iniciar um ISRS para reduzir a irritabilidade
E) Transtorno depressivo crônico recorrente – psicoterapia semanal
Resposta correta: letra “A”.
O paciente apresenta histórico de episódio depressivo no passado, tendo sido tratado
com antidepressivo por pouco tempo. Em seguida ele desenvolve sintomas compatíveis
com mania mista (DSM-IV) ou mania com especificador misto (DSM-V) que demandam
internação psiquiátrica. O diagnóstico é, portanto, TBH tipo I. O ácido valpróico é um
estabilizador de humor de primeira linha para o tratamento do episódio de mania.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais: DSM-V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
- Cordioli, A.V. Psicofármacos: consulta rápida. 5a ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
- Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2ª ed.
Porto Alegre: Artmed, 2008.
- Joska, John A; Stein, Dan J. Transtornos do humor. In: Hales, Robert E; Yudofsky,
Stuart C; Gabbard, Glen O. (Org.). Tratado de Psiquiatria Clínica. 5ª Ed. Porto Alegre:
Artmed, 2012. p.477-530.
- Rocha F.L. et al. Psicofarmacologia e Outras Terapias Biológicas. In Barbosa I.G.,
Fábregas B.C., Oliveira G.N.M., Teixeira, A.L. Psicossomática - Psiquiatria e suas
conexões. 1a ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2014. Capítulo 5; pag.53-69.
Nível de dificuldade: médio
QUESTÃO 15- Alfredo é um homem de 28 anos de idade. Foi trazido ao hospital
psiquiátrico por sua mãe e tios para a décima internação. O paciente veste um sobretudo
esfarrapado, pantufas e um boné. A higiene está precária. Sentia-se perseguido pela
mãe: “Ela me dá merda para comer... aquilo que sai do reto das pessoas”. Sua fala e
seus modos têm uma qualidade infantil, ele caminha com passos requebrados e
movimentos exagerados do quadril. Sua mãe relata que ele parou de tomar a medicação
há cerca de um mês, e desde então começou a ouvir vozes e a apresentar
comportamento e aparência cada vez mais bizarros. Sua fala espontânea geralmente é
incoerente e incompreensível. Sua primeira hospitalização ocorreu depois que
abandonou a escola, aos 14 anos, e desde aquela época não foi capaz de frequentar
cursos nem manter empregos. Foi tratado com a mesma classe de medicamentos
durante suas hospitalizações, mas não continua a tomar a medicação quando sai do
hospital e rapidamente se desorganiza outra vez. Mora com sua mãe idosa, mas às
vezes desaparece por vários meses e acaba sendo encontrado pela polícia vagando
pelas ruas. Não há história conhecida de abuso de drogas ou álcool.
O DIAGNÓSTICO e o TRATAMENTO MAIS INDICADO são:
A) Transtorno bipolar do humor tipo I – psicoeducação, carbonato de lítio e
quetiapina
B) Transtorno esquizoafetivo – psicoeducação e acompanhamento do serviço
social
C) Transtorno bipolar do humor tipo I – psicoeducação e ECT
D) Esquizofrenia – haloperidol decanoato
E) Esquizofrenia – clopromazina
Resposta correta: letra “D”
O paciente apresente início de sintomas na adolescência, o que fala a favor de psicose.
A descrição clínica também inclui comportamento desorganizado, delírios e
alucinações, o que indicam um quadro de esquizofrenia, do subtipo hebefrênico.
Considerando a baixa adesão do paciente ao tratamento farmacológico, um
antipsicótico de depósito (como o haloperidol decanoato) deve ser considerado. Não há
alteração importante do humor que sugira transtorno bipolar ou transtorno
esquizoafetivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais: DSM-V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
- Cordioli, A. V. Diretrizes e Algoritmos - Esquizofrenia. In: Psicofármacos: consulta
rápida. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. Seção 2.
- Dalgalarrondo, Paulo. Síndromes psicóticas. In: Psicopatologia e semiologia dos
transtornos mentais. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. Capítulo 30; pag. 327-333.
- Rocha F.L. et al. Psicofarmacologia e Outras Terapias Biológicas. In Barbosa I.G.,
Fábregas B.C., Oliveira G.N.M., Teixeira, A.L. Psicossomática - Psiquiatria e suas
conexões. 1a ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2014. Capítulo 5; pag.53-69.
- Minzenberg, Michael J.; Yoon, John H.; Carter, Cameron S. Esquizofrenia. In: Robert
E. Hales, Stuart C. Yudofsky, Glen O. Gabbard. Tratado de Psiquiatria Clínica. 5ª ed.
Porto Alegre: Artmed, 2012. Capítulo 10; pag.431-482.
Nível de dificuldade: difícil
QUESTÃO 16- A seguir encontram-se descritos cinco pacientes com diferentes fatores
de risco para comportamento suicida.
Assinale a opção que indica o paciente com MAIOR RISCO PARA SUICÍDIO
CONSUMADO.
A) Paciente A, 76 anos, gênero feminino, viúva, católica, funcionária pública
aposentada, mora com o único filho, relata ideação suicida um ano atrás antes
de tratamento para depressão
B) Paciente B, 28 anos, gênero feminino, casada, evangélica, dona de casa, mora
com marido e dois filhos, HP de tentativa de suicídio por intoxicação exógena
aos 19 anos
C) Paciente C, 23 anos, gênero masculino, noivo, 2º grau incompleto, trabalha na
construção civil, tabagista, uso abusivo de álcool, mora com os pais, católico
D) Paciente D, 41 anos, gênero masculino, casado, um filho de dois anos,
diagnóstico de TAG com boa adesão ao tratamento, ex-tabagista, etilista social
E) Paciente E, 45 anos, gênero masculino, divorciado, mora só, em tratamento para
depressão, HP de tentativa de suicídio por enforcamento aos 40 anos
Resposta correta: “letra E”. O principal fator de risco para suicídio consumado é tentativa
prévia, especialmente se o meio for de alta letalidade, como enforcamento. Vale também
ressaltar que homens apresentam maior taxa de suicídio consumado e mulheres
apresentam maior taxa de tentativa de suicídio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais: DSM-V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
- Rocha F.L. et al. Psicofarmacologia e Outras Terapias Biológicas. In Barbosa I.G.,
Fábregas B.C., Oliveira G.N.M., Teixeira, A.L. Psicossomática - Psiquiatria e suas
conexões. 1a ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2014. Capítulo 5; pag.53-69.
- Simon, Robert I. Suicídio. In: Robert E. Hales, Stuart C. Yudofsky, Glen O. Gabbard.
Tratado de Psiquiatria Clínica. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. Capítulo 43; pag.1687-
1705.
Nível de dificuldade: médio
- World Health Organization. Preventing Suicide: A global imperative. WHO Library
Cataloguing in Publication Data, 2014.
QUESTÃO 17- A senhora Maria, de 56 anos, é viúva e dona de casa. Ela é obesa e
hipertensa (PA 120/80 mmHg 70 bpm). Apresenta também artrite reumatoide, com baixa
resposta ao tratamento sintomático. Ela evolui com dor crônica e critérios para
depressão maior.
A MELHOR OPÇÃO terapêutica é:
A) Duloxetina – eficaz para tratar depressão maior e para auxiliar na redução da
dor crônica
B) Vortioxetina – efeito anti-inflamatório de primeira linha para doenças autoimunes
C) Fluvoxamina – meia vida curta é mais indicada para pacientes com mais idade
D) Amitriptilina – bom para depressão bipolar, e com efeito hipotensor, desejado
E) Escitalopram – mecanismo dual é mais eficaz para o controle dos sintomas
Resposta correta: letra “A”.
A duloxetina é primeira linha no tratamento de pacientes com depressão maior e dor
crônica. A amitriptilina não é tão bem tolerada, podendo causar aumento de apetite e de
peso corporal. Os outros psicofármacos não apresentam as propriedades terapêuticas
desejadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Cordioli, A.V. Psicofármacos: consulta rápida. 5a ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
- Rocha F.L. et al. Psicofarmacologia e Outras Terapias Biológicas. In Barbosa I.G.,
Fábregas B.C., Oliveira G.N.M., Teixeira, A.L. Psicossomática - Psiquiatria e suas
conexões. 1a ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2014. Capítulo 5; pag.53-69.
- Stahl, S.M. Psicofarmacologia - Bases neurocientíficas e aplicações práticas. 4a ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
Nível de dificuldade: médio
QUESTÃO 18- José é um jovem mecânico de automóveis, solteiro, de 24 anos. Ele
queixa ansiedade e preocupação excessiva com seu trabalho, com sua família e com
seus amigos. Queixa também tensão muscular, incapacidade de relaxar, fadiga e
insônia inicial. Ele decide procurar o médico do posto de saúde e durante a entrevista
ele diz que seus sintomas ocorrem há nove meses e que têm causado sofrimento
importante e atrapalhado seu desempenho no trabalho e em casa.
O PROVÁVEL DIAGNÓSTICO e UM TRATAMENTO EFICAZ são, respectivamente:
A) Transtorno de ansiedade generalizada – psicoterapia e sertralina
B) Transtorno de pânico sem agorafobia – benzodiazepínico
C) Depressão maior – psicoterapia e imipramina
D) Ansiedade normal – aconselhamento
E) Distimia – venlafaxina
Resposta correta: letra “A”.
O quadro clínico descrito é, conforme critérios DSM-V, de Transtorno de Ansiedade
Generalizada (TAG). A terapia cognitivo-comportamental e os ISRS são primeira linha
no tratamento de pacientes com TAG. Não há relatos de sintomas depressivos
significativos. A ansiedade não é normal pois tem atrapalhado seu desempenho e
causado sofrimento significativo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais: DSM-V. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
- Botega, N.J. Prática psiquiátrica no hospital geral - Interconsulta e emergência. 3a ed.
Porto Alegre: Artmed, 2011. Capítulo “Ansiedade e insônia”
- Hollander E. et Simeon D. Transtornos de ansiedade. In: Robert E. Hales, Stuart C.
Yudofsky, Glen O. Gabbard. Tratado de Psiquiatria Clínica. 5a Ed. Porto Alegre: Artmed,
2012. Capítulo 12; pag.531-617.
Nível de dificuldade: fácil
QUESTÃO 19- Um paciente de meia idade com dependência grave de álcool (ingestão
de um litro de destilado por dia) se nega a interromper o uso de álcool até que é
internado emergencialmente em um hospital geral devido a sangramento
gastrointestinal importante.
A estratégia inicial da equipe médica quanto à condução do quadro de
dependência química deve ser:
A) Intervenção da psicologia com entrevista motivacional e redução de danos.
B) Desintoxicação e tratamento de provável síndrome de abstinência.
C) Prescrição de dissulfiram no primeiro dia de internação.
D) Aconselhamento nos moldes do AA.
E) Prevenção de recaída.
Resposta correta: “letra B”.
De acordo com a descrição do caso o quadro de dependência química é grave e
apresenta grande chance de evoluir com síndrome de abstinência alcoólica. As outras
alternativas não se aplicam a esse primeiro momento do tratamento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Huguet, R.B. Neuropsiquiatria das Dependências Químicas. In: Barbosa I.G., Fábregas
B.C., Oliveira G.N.M., Teixeira, A.L. Psicossomática - Psiquiatria e suas conexões. 1a
ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2014. Capítulo 15; pag 155-163.
- Leamon, Martin H.; Wright, Tara M.; Myrick, Hugh. Transtornos relacionados a
substâncias. In: Robert E. Hales, Stuart C. Yudofsky, Glen O. Gabbard. Tratado de
Psiquiatria Clínica. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. Capítulo 9; pag.388-430.
Nível de dificuldade: médio
QUESTÃO 20- Um paciente de 60 anos compareceu à consulta médica queixando-se
de mal-estar e cansaço. Relata ser hipertenso, mas confessa não fazer uso
regularmente da medicação prescrita. Ao exame físico, observa-se PA = 170/100
mmHg, estando o paciente hipocorado. Os exames laboratoriais colhidos na última
semana apresentaram os seguintes resultados: Hb = 8,0 g/dl, colesterol total = 320
mg/dL, HDL < 30 mg/dL; triglicerídeos = 220 mg/dL; creatinina sérica = 2,2 mg%; taxa
de filtração glomerular = 42 ml/min/1,73 m2; paratormônio (PTH) = 320 pg/mL (VR: 35
– 70 pg/mL), fósforo sérico = 5,6 mg/dL (VR = 4,0 – 5,0 mg/dL).
Com base nesse caso clínico, é correto afirmar que:
A) Os resultados de PTH e fósforo estão dentro do esperado para o estágio da
doença deste paciente, não sendo necessário o uso de quelantes de fósforo.
B) Cabe ao médico recomendar ao paciente a diminuição da ingesta de sódio (<
2,0 g/dia) e contraindicar o uso de inibidor da enzima conversora de
angiotensina ou bloqueador de receptores da angiotensina.
C) O diagnóstico do quadro clínico em questão é doença renal crônica estágio 3b.
D) Dentre os fatores que modificam a progressão da doença renal deste paciente
estão hipertensão não controlada, dislipidemia, tabagismo e albuminúria.
E) A anemia que o paciente apresenta provavelmente á hipocrômica e microcítica.
Resposta correta: letra C
Comentário: questão Medicel 178 (UFPA 2018). Trata-se de um paciente hipertenso
sem controle adequado, com anemia, dislipidemia e IRC. Com a TFG de 42 ml/min,
classificamos o paciente em estágio 3b. Portanto, a alternativa “c” está correta.
Abaixo está a tabela discutida em aula teórica:
Analisando as alternativas incorretas:
a) Os valores de PTH e fósforo para este paciente estão acima do esperado, sendo
necessário o uso de quelantes de fósforo para prevenir calcificações
metastáticas.
b) Sabe-se que o controle da hipertensão arterial reduz a velocidade de progressão
da IRC. Para o tratamento da HAS nesta população, incluindo indivíduos com
doença em estágio avançado, devem-se utilizar os IECA ou BRA. A restrição de
sódio deve ser recomendada a todos os hipertensos, e não somente aos renais
crônicos.
c) Resposta correta
d) A terapia para retardar a taxa de progressão da IRC, independentemente da
doença subjacente, é centrada no alcance da meta de pressão arterial (PA <
130/80 mmHg) e de controle da albuminúria (30 – 300 mg/g ou o menor valor
possível)
e) A anemia da IRC é do tipo normocítica e normocrômica
(referência bibliográfica):
Cecil – medicina 24ª ed. Cap.132.
Current: Medical diagnosis and treatment – 2019. Chapter 22.
Apostila Medicel Nefrologia (páginas 353 e 430)
Nível da Questão: Difícil
QUESTÃO 21- Paciente, do sexo masculino, 19 anos, morador de Ipatinga, é atendido
na UPA, relatando febre de início há 5 dias, associada à dor retro orbitária, astenia e
mialgia. Familiares relatam que há 24 horas, evoluiu com irritabilidade e posterior
letargia. Ao exame físico apresentava-se em regular estado geral, extremidades frias,
FC 110bpm, hipotensão postural, abdome difusamente doloroso e sem lesões cutâneas
aparentes. O hemograma mostrou Hb 12; Ht 44%; leucócitos totais 3.100; e plaquetas
23.000.
Pensando em um caso suspeito de dengue, assinale a alternativa que
corresponde à conduta mais apropriada:
A) Orientar o paciente sobre os sinais de alarme, prescrever soro de reposição
oral, evitar uso de AINES e AAS, solicitar sorologia e agendar retorno para
reavaliação em 48 horas.
B) Internar o paciente em leito de enfermaria, iniciar reposição volêmica vigorosa
com solução salina, prescrever sintomáticos, e solicitar sorologia para
direcionar a conduta.
C) Internar o paciente em leito de UTI, iniciar reposição volêmica vigorosa com
solução salina, realizar exames complementares e manter reavaliação clínica
a cada 15-30 minutos.
D) Solicitar exames complementares (albumina, função renal e transaminases),
prescrever sintomáticos e soro de reposição oral, e manter sob observação até
resultados de exames.
E) Internar o paciente em leito de UTI, iniciar reposição volêmica vigorosa com
expansores plasmáticos, transfundir concentrado de plaquetas e solicitar
exames complementares.
Resposta correta: letra C
Comentário: O paciente do caso apresenta alguns sinais de alarme:
irritabilidade/letargia, hipotensão postural, dor abdominal e aumento do hematócrito.
E também apresenta sinais de choque: extremidades frias e taquicardia. Portanto,
de acordo com a Classificação de Risco proposta pelo Ministério da Saúde, deve
ser classificado como grupo de risco “D”. Para este grupo, a conduto mais apropriada
seria internação em leito de UTI, reposição volêmica vigorosa com solução salina
(expansão rápida 20ml/kg em 20 minutos), realizar exames complementares
(hemograma completo, albumina sérica e transaminases, além de exames
específicos para confirmação diagnóstica), e manter reavaliação clínica a cada 15-
30 minutos.
(Dengue: diagnóstico e manejo clínico, 5ª edição, 2016 – Ministério da Saúde)
Nível da Questão: Fácil
QUESTÃO 22- Um paciente, de 50 anos, profissão caminhoneiro, trabalha
transportando madeira de Rondônia para Belo Horizonte. Procurou atendimento médico
com queixa de febre diária, com calafrios e tremores. O hemograma mostrou anemia
com trombocitopenia, e o exame de gota espessa mostrou elevada carga parasitária
para Plasmodium vivax. Foi tratado com Cloroquina por via oral por 3 dias e teve
completa remissão dos sintomas. Desde então, parou de viajar a trabalho. Há 4 dias,
voltou a apresentar episódios de febre, repetiu a gota espessa que voltou a ser positiva
para Plasmodium vivax (1 parasita/campo).
Assinale a alternativa que indica a situação e medicação mais indicada para o
caso acima:
A) Trata-se de um caso de recrudescência e deve ser tratado com artesunato via
parenteral.
B) O paciente apresenta quadro clínico de recaída da malária e deve ser tratado
com primaquina.
C) Trata-se de um caso de recrudescência e deve ser tratado com artemeter via
parenteral.
D) O paciente apresenta quadro clínico de recaída da malária e deve ser tratado
com cloroquina.
E) O Plasmodium vivax é resistente a cloroquina e por isso o tratamento deve ser
feito com mefloquina.
Resposta correta: letra B
Comentário: O Plasmodium vivax apresenta forma latente do protozoário no fígado,
chamada hipnozoíta. Essa forma é responsável pelos episódios de recaída da
malária. O tratamento da malária causada por essa espécie deve ser feito com
Cloroquina por via oral por 3 dias (que é responsável por combater a esquizogonia
do parasita, mas não tem ação contra os hipnozoítas) e Primaquina por via oral por
7 dias (que tem ação contra os hipnozoítas e combate as formas latentes, impedindo
as recaídas). Como o paciente da questão só recebeu Cloroquina, os hipnozoítas
mais tarde se multiplicaram iniciando nova parasitemia, gerando quadro de recaída,
portanto a droga indicada é a Primaquina.
(Guia de Tratamento da Malária no Brasil – Ministério da Saúde, 2010)
Nível da Questão: Médio
QUESTÃO 23- Paciente, sexo masculino, 50 anos, caminhoneiro, morador do estado
de Alagoas, durante viagem a trabalho é atendido na Unidade de Pronto Atendimento
de Ipatinga, relatando febre baixa (38°C) diária há 3 meses, associado a hiporexia e
perda ponderal de 15kg. Ao exame físico apresentava palidez cutaneomucosa e
hepatoesplenomegalia volumosa. Diante do quadro clínico-epidemiológico, o médico
que o atendeu suspeitou de leishmaniose visceral.
A respeito do diagnóstico desta doença assinale a alternativa correta:
A) Não há transmissão de pessoa a pessoa, e a principal fonte de transmissão
ocorre pela picada da fêmea do mosquito Anopheles.
B) Um exame muito útil para diagnóstico da doença seria a intradermorreação de
Montenegro, que quase sempre é positiva no período de estado.
C) As provas sorológicas são de grande utilidade no acompanhamento do
paciente após o tratamento, porque se negativam rapidamente.
D) O aspirado de medula óssea e baço, geralmente permitem a identificação direta
de formas amastigotas do parasito.
E) Nos exames inespecíficos, podemos encontrar anemia, plaquetopenia,
leucopenia com neutropenia e eosinofilia.
Resposta correta: letra D
Comentário: Letra A está incorreta pois a transmissão acontece pela picada dos
flebotomíneos (Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi). Letra B está incorreta pois
a intradermorreação de Montenegro é sempre negativa durante o período de estado
(Calazar clássico) e não é utilizada para diangóstico. Letra C está incorreta pois
durante o seguimento do paciente após tratamento, os critérios de cura são
essencialmente clínicos e não há indicação de acompanhar com sorologia. Letra D
está correta, pois o padrão-ouro do diagnóstico é o aspirado esplênico com
identificação direta da forma amastigota do parasita; porém, como há maiores
índices de complicações com o aspirado esplênico, opta-se pelo aspirado de medula
óssea. Letra E está incorreta, pois o esperado no Calazar é pancitopenia: anemia,
plaquetopenia, leucopenia com neutropenia e ausência de eosinófilos (eosinopenia).
(Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral, 1ª edição, 2014 -
Ministério da Saúde)
Nível da Questão: Médio
QUESTÃO 24- Paciente 42 anos, trabalhador de mina, casado, 2 filhos, vem
apresentando tosse, expectoração, emagrecimento nos últimos 2 meses. Tabagista há
mais de 25 anos, 1 maço/dia. Acreditava que a tosse era devido ao cigarro, mas como
vem apresentando piora procurou atendimento no posto, sendo solicitado duas
amostras de BAAR no escarro com uma negativa e outra positiva (+), e também uma
radiografia de tórax mostrou lesão cavitária de parede espessa em lobo superior D.
Em relação ao caso descrito acima, marque a alternativa CORRETA.
A) Paciente precisa repetir a amostra de escarro, pois para diagnóstico é
necessário obter duas amostras de BAAR positivas colhidas em dias diferentes.
B) Diante do resultado da radiografia que apresentou lesão patognomônica de
Tuberculose, o diagnóstico já fica definido, não sendo necessário verificar os
outros exames solicitados.
C) Diante de uma amostra positiva de escarro e radiografia suspeita o diagnóstico
de Tuberculose pode ser realizado e a notificação e o início do tratamento
devem ocorrer de imediato.
D) Para se confirmar o diagnóstico de tuberculose e iniciar o tratamento para esse
paciente é necessário solicitar e aguardar outros exames, como o teste rápido
molecular.
E) Somente a cultura de escarro é capaz de identificar o Mycobacterium
tuberculosis devendo ser necessária sua realização para diagnóstico,
notificação e tratamento do paciente.
Resposta correta: letra C
Comentário: No Brasil, o diagnóstico de Tuberculose pode ser dado a partir de duas
amostras de escarro positivas, colhidas em dias diferentes, ou uma amostra positiva e
radiografia sugestiva, ou teste rápido molecular ou cultura identificando o
Mycobacterium tuberculosis. O achado de lesão cavitária é bastante sugestivo de
Tuberculose, porém não é patognomônico da doença.
( Ministério da Saúde, Manual de Recomendações para o controle da tuberculose no Brasil, 2ª edição, 2019)
Nível da Questão: Médio
QUESTÃO 25 - Nos pacientes com insuficiencia cardiaca cronica de etiologia
hipertensiva, quais sao os fatores precipitantes de descompensacao cardiaca mais
frequentes?
A) Pericardite e intensificacao da inflamacao sistemica cronica.
B) Anemia e infarto agudo do miocardio, com complicacao mecanica.
C) Miocardite aguda e piora da isquemia de grande massa miocardica.
D) Infeccao e descontinuacao no tratamento com vasodilatadores e diureticos.
E) Progressao da cardiopatia para as camaras direitas e infarto do ventriculo
direito.
Resposta: D
JUSTIFICATIVA: Segundo a Diretriz Brasileira de IC Crônica, a descontinuidade do
tratamento é um dos maiores fatores precipitantes de descompensação de IC.
ROHDE, L. E. P. et al. Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2018.
QUESTÃO 26 - A prevenção de fenômenos tromboembólicos nos pacientes de alto
risco em fibrilação atrial persistente deve seguir a orientação:
A) 325 mg de AAS VO uma vez ao dia.
B) 325 mg de AAS VO mais 75 mg de clopidogrel VO uma vez ao dia.
C) heparina de baixo peso molecular 1 mg/kg SC 2 X d por tempo indeterminado.
D) varfarina VO, buscando um INR de 2,0-3,0, sem necessidade de associação
com AAS.
E) varfarina VO, buscando um INR de 2,0-3,0, com associação de 8 1 mg AAS
VO uma vez ao dia.
Resposta: D
JUSTIFICATIVA: A varfarina vem demonstrando resultados consistentes na prevenção
de fenômenos tromboembólicos em pacientes com fibrilação atrial de alto risco. A
redução de fenômenos tromboembólicos varia entre 65 e 80% em relação ao placebo.
Posteriormente, a varfarina demonstrou-se superior quando comparada ao AAS e mais
recentemente no estudo ACTIVE W, que comparou varfarina X AAS + clopidogrel. A
associação de AAS com varfarina foi testada no estudo SP AF, demonstrando aumento
do risco de eventos hemorrágicos sem uma diminuição importante dos eventos
isquêmicos. O uso de heparina de baixo peso molecular deve ser restrito aos pacientes
internados por períodos curtos de duração, por causa de suas propriedades
farmacológicas que dificultam seu uso em casa a longo prazo. Dessa forma, a resposta
correta é a varfarina VO buscando o INR entre 2,0 e 3,0.
QUESTÃO 27 - Você atende em seu consultório pais preocupados com os primeiros
sinais de puberdade em Joana, de 9 anos de idade. Segundo eles, ela está crescendo
os seios e apresenta corrimento vaginal esbranquiçado sem cheiro, eventual e sem
prurido. Joana é hígida, sem histórico de internações ou doenças anteriores. Tem bom
rendimento escolar e bom relacionamento com os colegas. Após realizar exame físico
completo, você nota que Joana está no estágio M2P1 de Tanner, classificada no
percentil 50 de peso e estatura. IMC (índice de massa corporal) 21. Os pais estão
preocupados e acreditam que Joana necessitará de tratamento farmacológico, pois está
muito jovem para virar adolescente.
Em relação às orientações a serem realizadas a esses pais durante a consulta é
CORRETO afirmar que:
A) A menarca de Joana ocorrerá somente no estágio M3P4.
B) Joana deverá ser investigada, pois apresenta evolução anormal de puberdade.
C) Os primeiros ciclos menstruais de Joana possivelmente serão irregulares e
anovulatórios.
D) Joana e seus pais devem ser orientados a procurar nutricionista para orientação
em relação à uma alimentação correta, não sendo esse o objetivo da consulta
pediátrica.
E) Joana realmente necessitará de tratamento farmacológico por tratar-se de caso
claro de puberdade precoce.
Resposta correta: letra C
Comentário: Joana está no estágio M2P1 de Tanner, estando no estágio inicial da
puberdade. Na menina a puberdade se inicia pela telarca, sendo posteriormente seguida
pela pubarca, sendo o desenvolvimento de Joana considerado normal. A menarca
ocorre habitualmente entre o estágio puberal M2P2 e M3P3. Os primeiros ciclos
menstruais de uma adolescente são, na maioria das vezes, anovolulatórios, e, por isso,
irregulares. Faz parte da consulta da adolescente a orientação em relação à importância
da prática de atividade física de baixo impacto e de uma alimentação saudável.
Referência Bibliográfica: Adolescência Prevenção e Risco – Maria Inez Saito
QUESTÃO 28 – Você está de plantão na sala de parto de um hospital e atende a um
recém-nascido a termo em apneia e hipotônico. O líquido amniótico é meconial fluido. É
realizado clampeamento imediato de cordão umbilical. Após posicioná-lo sob fonte de
calor, você procede a desobstrução das vias aéreas, seca o recém-nascido e o
reposiciona. Ao avaliar a frequência cardíaca com estetoscópio você conta 5 batimentos
em 6 segundos. O recém-nascido mantem-se em apneia.
Segundo as últimas diretrizes do Programa de Reanimação Neonatal da
Sociedade Brasileira de Pediatria, a primeira conduta a ser tomada para a correta
reanimação deste recém-nascido é:
A) iniciar a ventilação com balão e máscara.
B) indicar a intubação traqueal o mais rápido possível.
C) administrar adrenalina 1:10000 por tubo endotraqueal.
D) iniciar massagem cardíaca externa.
E) iniciar a ventilação com balão e cânula traqueal.
Resposta correta: letra A
Comentário: Segundo o protocolo de reanimação neonatal da Sociedade Brasileira de
Pediatria publicado em 2016 trata-se de recém-nascido a termo nascido não vigoroso,
sendo nesse caso indicado clampeamento imediato de cordão umbilical e colocação do
recém-nascido sob fonte de calor radiante. Após realização dos passos iniciais
(aquecimento, aspiração de vias aéreas se necessário, secagem do recém-nascido e
reposicionamento) devem ser avaliados 2 fatores: frequência cardíaca e padrão
respiratório. Caso o recém-nascido esteja em apneia ou com frequência cardíaca abaixo
de 100 está indicado o início de ventilação com pressão positiva com balão e máscara.
A entubação traqueal só deve ser indicada se não houver melhora após ventilação com
balão e máscara. A massagem cardíaca somente está indicada se a frequência cardíaca
se mantiver abaixo de 60 após a entubação traqueal ou após pelo menos 60 segundos
de ventilação com balão e máscara. Somente deve ser realizada com o recém-nascido
já entubado. A adrenalina somente estaria indicada se após de realizados todos os
passos relatados anteriormente e 60 segundos de massagem cardíaca a frequência
cardíaca se mantiver abaixo de 60 batimentos por minuto.
Referência Bibliográfica: Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto:
Diretrizes 2016 da Sociedade Brasileira de Pediatria (26 de janeiro de 2016) Texto
disponível em www.sbp.com.br/reanimacao
QUESTÃO 29 - Joaquim comparece à consulta na unidade de saúde preocupado com
Mariano, seu filho adolescente de 16 anos de idade. Segundo ele Mariano era um
menino muito bom, porém ultimamente tem se tornado muito arredio e só quer ficar na
rua. Mariano tem amigos, é alegre, mas em alguns momentos quer ficar só no quarto
mexendo em suas redes sociais. Seu quarto é extremamente desorganizado, mas ele
não deixa ninguém organizar. Quando a mãe faz alguma tentativa de organizar seu
espaço “é briga na certa”. Joaquim refere uma ansiedade muito grande e preocupa-se
que o filho esteja usando drogas e bebendo. Quando questionado, Mariano apresenta-
se sem queixas, responde com educação aos questionamentos e mostra-se orgulhoso
de ser bom aluno, inclusive manifestando o desejo de estudar medicina.
Em relação a esse caso é CORRETO afirmar que:
A) Mariano deve ser obrigado a arrumar seu quarto, pois essa desorganização é
prejudicial ao seu desenvolvimento.
B) Mariano é um adolescente normal e deve-se tranquilizar o pai, pois essa fase
faz parte do desenvolvimento psíquico do adolescente.
C) Mariano deve ser encaminhado para avaliação psicológica urgente, pois está
depressivo.
D) Joaquim deve ser encorajado a manter o diálogo com Mariano, porém deve
vigiar escondido o quarto do adolescente para presença de drogas.
E) Há fortes indícios de que Mariano está mesmo fazendo uso de drogas lícitas ou
ilícitas, e deve ser indicada internação compulsória do mesmo em centro de
recuperação.
Resposta correta: letra B
Comentário: O quadro apresentado representa um adolescente passando por uma fase
normal da adolescência denominada síndrome da adolescência normal. Nessa fase o
grupo torna-se mais importante do que a família. O adolescente passa por fase mais
introspectiva, na qual em vários momentos quer ficar sozinho e longe de todos. O quarto
bagunçado representa a desorganização interior do adolescente, e por isso o espaço
deve ser respeitado. Não existem nesse caso indícios de uso de drogas, pois José é
bom aluna, tem amigos e relaciona-se bem com o examinador, mostrando-se orgulhoso
de pontos positivos.
Referência Bibliográfica: Adolescência Prevenção e Risco – Maria Inez Saito
QUESTÃO 30 - Os pais de Caroline, adolescente de 17 anos, comparecem à consulta
médica preocupados com sua estatura. Referem que a adolescente é a mais baixa da
turma e difere dos irmãos mais velhos, que são bastante altos. O pai mede 1,80 metro
e a mãe 1,70 metro. Referem preocupação pois ela também está gordinha. Caroline
ainda não apresentou menarca. Negam qualquer patologia atual ou pregressa. Caroline
está no percentil 10 para estatura e 90 para peso e seu IMC foi 28. Ao exame físico,
apresenta impressão de broto mamário pequeno e não apresenta pelos pubianos.
Em relação ao caso é CORRETO afirmar que:
A) Caroline não apresenta atraso puberal, estando seu desenvolvimento dentro da
normalidade, devendo ser acompanhada clinicamente.
B) Caroline apresenta baixa estatura constitucional, podendo os pais serem
tranquilizados.
C) Caroline encontra-se no estágio puberal, segundo Tanner, M2P2, não sendo
preocupante o fato de não ter apresentado menarca.
D) Caroline deverá ter sua menarca nos próximos meses e a probabilidade de
apresentar aumento importante na estatura é pequena.
E) A Síndrome de Turner deve se um dos diagnósticos diferenciais desta
adolescente.
Resposta correta: letra E
Comentário: Trata-se de caso de atraso puberal, sendo este caracterizado por ausência
de caracteres secundários em meninas após os 14 anos de idade ou ausência de
menarca após os 16 anos. Entre os diagnósticos diferenciais neste caso deve entrar a
Síndrome de Turner, caracterizada por cariótipo XO, baixa estatura e atraso puberal.
Caroline está, pelo exame físico, no estágio M2P1 de Tanner. A menarca normalmente
ocorre entre os estágios M2P2 e M3P3, sendo que o estirão ocorre em M2P2.
Referência Bibliográfica: Adolescência Prevenção e Risco – Maria Inez Saito
QUESTÃO 31 – Você está prestando assistência a um recém-nascido a termo,
atualmente com 24 horas de vida. A mãe traz o cartão de pré-natal no qual consta um
VDRL positivo 1:64. Refere não ter feito tratamento por ter medo de injeções. O parceiro
também não foi tratado. O recém-nascido nasceu de parto vaginal, sem intercorrências,
apgar 8/9, peso 3540 gramas. Está em aleitamento materno exclusivo, em bom estado
geral e assintomático. Restante das sorologias anotadas sem alterações.
Em relação às condutas com esse recém-nascido é CORRETO afirmar que:
A) Não será necessário realizar nenhuma investigação, uma vez que o recém-
nascido está assintomático.
B) Independente da sorologia para sífilis dessa mãe, no dia do parto, está indicado
tratamento para esse recém-nascido, pois ela é considerada não tratada.
C) O tratamento deste recém-nascido poderá ser realizado com penicilina
benzatina, devido ao fato de estar assintomático.
D) O aleitamento materno deve ser suspenso imediatamente pelo risco de
transmissão para esse bebê.
E) Esse recém-nascido obrigatoriamente apresentará sintomas após alguns dias, o
que guiará o tratamento.
Resposta correta: letra B
Comentário: Essa gestante é considerada não tratada, pois não recebeu penicilina
benzatina na gestação. Isso indica a necessidade de propedêutica e tratamento para
esse bebê, independente dos títulos de VDRL da mãe no momento do parto. A definição
de como será o tratamento (penicilina procaína ou cristalina) dependerá do resultado da
investigação a ser realizada no bebê (resultado de VDRL e líquor). O aleitamento
materno não deve ser contraindicado, a menos que a mãe apresente lesões em
mamilos. A sífilis congênita na maioria das vezes é assintomática ao nascimento, e esse
bebê só apresentará sintomas se for infectado e não for tratado adequadamente.
Referência Bibliográfica: SILVA, L. R.; CAMPOS JÚNIOR, D.; BORGES, W. G. Tratado
de Pediatria. 4. ed. São Paulo: Manole, 2017.
QUESTÃO 32 – Recém-nascido prematuro (36 semanas de idade gestacional), nascido
de parto cesáreo devido à pré-eclâmpsia materna, peso de nascimento 2840 gramas,
apgar 8/9. Pré-natal sem intercorrências, sem contexto infeccioso materno. Permaneceu
com a mãe em alojamento conjunto. Apresenta, ao primeiro exame com 18 horas de
vida, sopro sistólico classificado como grau II/VI. O teste do coraçãozinho realizado com
24 horas de vida evidencia uma diferença de 8% na saturação entre membro superior
direito e membro inferior direito. É mantido internado aguardando propedêutica, porém
com 76 horas de vida evoluiu com má perfusão, pulsos fracos e sinais de choque. É
imediatamente levado à UTI neonatal para tratamento.
Em relação ao tratamento e propedêutica desse recém-nascido é CORRETO
afirmar que:
A) Você deve aguardar a presença do cardiologista infantil para iniciar o tratamento
dessa criança.
B) Trata-se de quadro claro de sepse neonatal precoce, devendo ser iniciada
antibioticoterapia de largo espectro imediatamente.
C) Trata-se de quadro de doença de membrana hialina, devendo essa criança ser
entubada e receber surfactante de imediato.
D) Trata-se de quadro provável de comunicação interatrial, devendo o tratamento
cirúrgico ser indicado de imediato.
E) A droga de escolha para o tratamento dessa criança é a prostaglandina E1,
devendo esta ser iniciada o mais rapidamente possível.
Resposta correta: letra E
Comentário: Trata-se de quadro clássico de cardiopatia congênita cianogênica já
sugerida pelo teste do coraçãozinho devido à diferença de saturação entre membros
significativa. O tratamento deve ser imediato, pois o risco de óbito é grande, devendo
este ser iniciado com o uso de prostaglandina E1 até melhor definição e propedêutica
pelo cardiologista infantil. A comunicação interatrial é cardiopatia congênita
acianogênica, não se enquadrando como hipótese nesse caso. A sepse precoce, apesar
de se enquadar dentro dos critérios para diagnóstico diferencial não é uma alternativa
nesse caso, uma vez que não há contexto infeccioso aparente. Com 36 semanas de
idade gestacional é improvável que essa criança apresente doença da membrana
hialina. Além disso, essa patologia se manifestaria precocemente, evoluindo com
melhora com 72 horas de vida.
Referência Bibliográfica: LEÃO, E.; CORRÊA, E. J.; MOTA, J. A. C. Pediatria
ambulatorial. 5. ed. Belo Horizonte: Coopmed, 2013.
QUESTÃO 33 - João é um adolescente de 17 anos. Iniciou prática de musculação cinco
vezes por semana após ter perdido a namorada para um colega que, segundo ele,
comentou com amigos ser mais bonito e forte. Recentemente tem se tornado mais
arredio e violento, tendo inclusive chegado a agredir fisicamente um colega de classe.
Essa mudança de comportamento veio associada a um súbito ganho de massa
muscular pelo adolescente, que diz que está muito mais feliz, pois está mais bonito e
forte e pode reconquistar a ex-namorada.
Em relação a esse caso é CORRETO afirmar que:
A) João está apresentando comportamento compatível com um adolescente que
quer reconquistar a namorada.
B) João deve ser encorajado a manter sua atividade física, pois seu comportamento
é esperado para a idade.
C) João deve ser internado imediatamente para tratamento, pois está com certeza
fazendo uso de drogas lícitas e ilícitas.
D) João pode estar apresentando aumento do desejo sexual associado a esse
quadro.
E) João apresenta comportamento típico de um adolescente normal e deve ser
liberado do seguimento pediátrico devido à idade.
Resposta: letra D
Comentário: João está apresentando alterações clínicas sugestivas de uso de
anabolizantes, possivelmente encorajado pelo fato de querer ficar mais bonito para
reconquistar a namorada. Deve ser avaliado e iniciado tratamento multidisciplinar o mais
rapidamente possível. Deve ser encorajado a manter a atividade física, porém sem
exageros ou cobranças. O uso de esteroides anabolizantes aumenta o desejo sexual e
a agressividade por aumentar os níveis de testosterona.
Referência Bibliográfica: Adolescência Prevenção e Risco – Maria Inez Saito
QUESTÃO 34 - A incidência dos defeitos do tubo neural (DTN) é de 0,9 por 1.000
nascimentos, e elas são superadas apenas pelas malformações cardíacas como
anomalia fetal estrutural mais comum.
Assinale a alternativa que apresenta a medida de prevenção primária para
diminuição de nascimento de recém-nascidos com defeitos do tubo neural:
A) prescrição de ácido fólico, por via oral, diariamente, antes da concepção e
durante o primeiro trimestre da gestação.
B) orientação para inclusão na dieta de seis porções de cereais integrais,
diariamente.
C) realização de exame de ultrassom obstétrico morfológico por volta da 22ª
semana de gestação.
D) prescrição de sulfato ferroso, por via oral, a partir da 16ª semana de gestação
até 3 meses após o parto.
E) realização de exame de ultrassom obstétrico com medida da transluscência
nucal entre a 11ª e 13ª semanas de gestação.
Resposta correta: letra A
O estudo realizado pelo Medical Research Council Vitamin Study Research Group
(1991) demonstrou que a reposição pré-concepcional de ácido fólico reduziu de modo
significativo (72%) o risco de ter DTN recorrente. O mais importante é que, como mais
de 90% dos fetos com DTNs nascem de gestantes de baixo risco, Czeizel e Dudas
(1992) demonstraram que a suplementação reduziu o risco primário de ter uma
anomalia desse tipo na primeira gestação. Por essa razão, hoje se recomenda que todas
as mulheres que pretendem engravidar usem 400 a 800 μg de ácido fólico oral por dia
antes de conceber e durante o primeiro trimestre da gestação (U.S Preventive Services
Task Force, 2009).
Referência: Obstetrícia de Williams/ F. Gary Cunningham et al.– 24. ed. – Porto Alegre:
AMGH, 2016. Página 159.
QUESTÃO 35 - O acompanhamento do pré-natal tem como objetivo assegurar o
desenvolvimento da gestação saudável através de práticas seguras, permitindo o parto
de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive
abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas. Com esse
intuito o Ministério da Saúde lançou os “Dez Passos para o Pré-Natal de Qualidade na
Atenção Básica”.
Em relação a esses dez passos, assinale a alternativa INCORRETA.
A) Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 16ª semana de gestação
(captação precoce).
B) Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento prénatal,
quando necessário.
C) Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde
no qual irá dar à luz (vinculação).
D) É direito do (a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter
acesso a informações) antes, durante e depois da gestação(“pré-natal do(a)
parceiro(a)”).
E) Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a
elaboração do "Plano de Parto".
Resposta correta: letra A
10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na Atenção Básica
1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de
gestação (captação precoce)
2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à
atenção pré-natal.
3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em
termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal.
4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas) acompanhantes,
considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um
cuidado biológico: "rodas de gestantes".
5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-
natal, quando necessário.
6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e
ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: "pré-natal do(a)
parceiro(a)".
7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja
necessário.
8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a
elaboração do "Plano de Parto".
9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de
saúde no qual irá dar à luz (vinculação).
10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no
período gravídico-puerperal.
Referência: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico] / 1. ed. rev.
– Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n° 32)
QUESTÃO 36 - Uma paciente consultou com você na unidade básica de saúde para
sua primeira consulta de pré-natal. A mesma estava assintomática e trouxe o exame de
BHCG positivo. Para uma assistência pré-natal efetiva, além de realizar o
preenchimento do prontuário e do cartão de pré-natal é necessário que seja feito o
cadastro da gestante.
Assinale a alternativa que apresenta o nome desse sistema de cadastramento.
A) SIS Cegonha.
B) SIS Gestante.
C) SIS Pré-natal.
D) SIS Gravidez.
E) SIS Mulher.
Resposta Correta: letra C
Após a confirmação da gravidez, em consulta médica ou de enfermagem, dá-se início
ao acompanhamento da gestante, com seu cadastramento no SisPreNatal. Os
procedimentos e as condutas que se seguem devem ser realizados sistematicamente e
avaliados em toda consulta de pré-natal. As condutas e os achados diagnósticos sempre
devem ser anotados na Ficha de Pré-Natal e no Cartão da Gestante.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico] / 1. ed. rev. – Brasília :
Editora do Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n° 32)
QUESTÃO 37 - Uma gestante de 41 anos, assintomática, procurou atendimento na
unidade básica de saúde para sua primeira consulta de pré-natal. Relata que trabalha
como faxineira diarista, por isso apresenta uma carga horária extensa de trabalho e
relata esforço físico. É solteira e mantém um relacionamento conturbado com o pai da
bebê, por isso não aceita a gravidez. Estudou até o 4º ano do Ensino Fundamental. Está
com 18 semanas de gestação e esta é a sua terceira gravidez, sendo que as anteriores
foram todas de parto cesáreo.
Diante dos fatores de risco apresentados, assinale a alternativa correta.
A) Os fatores de risco apresentados indicam que a assistência pré-natal desta
paciente pode ser feita somente pelo médico da unidade de saúde.
B) Os fatores de risco apresentados indicam que a assistência pré-natal desta
paciente pode ser feita pelo médico e pela enfermeira da unidade de atenção
básica.
C) Os fatores de risco apresentados indicam encaminhamento ao pré-natal de alto
risco.
D) Os fatores de risco apresentados indicam encaminhamento ao serviço de
urgência/emergência obstétrica.
E) Os fatores de risco apresentados indicam que a assistência pré-natal desta
paciente pode ser feita somente pelo médico obstetra.
Resposta correta: letra B
Idade maior do que 35 anos; esforço físico excessivo, carga horária extensa, situação
familiar insegura e não aceitação da gravidez e baixa escolaridade são fatores de risco
que permitem a realização do pré-natal pela equipe de atenção básica, portanto com
acompanhamento intercalado entre médico e enfermeiro.
Referência: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico] / 1. ed. rev.
– Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n° 32)
QUESTÃO 38 - Com o propósito de se garantir uma assistência pré-natal de qualidade
toda gestante deve ter assegurada a solicitação, realização e avaliação do resultado
dos exames preconizados no atendimento pré-natal em tempo oportuno.
Assinale a alternativa que apresenta um exame que não faz parte da rotina para
as gestantes de baixo risco.
A) VDRL.
B) Eletroforese de hemoglobina
C) Ultrassonografia com doppler.
D) Hemograma.
E) Fator Rh.
Resposta correta: letra C
Está preconizada pelo Ministério da Saúde a realização de 1 (uma) ultrassonografia
obstétrica por gestante (Portaria MS/SAS nº 650, de 5 de outubro de 2011), e não a
ultrassonografia com Doppler.
Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica : Saúde das Mulheres /
Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília : Ministério
da Saúde, 2016.
QUESTÃO 39 - A mastite aguda puerperal tem incidência variada, podendo acometer
ao redor de 2% a 10% das lactantes. Trata-se de processo inicialmente inflamatório,
que resulta da estase láctea, distensão alveolar e obstrução ao fluxo do leite, ou seja,
ingurgitamento mamário. Posteriormente ocorre proliferação bacteriana, especialmente
na presença de traumas mamilares, e o processo se torna infeccioso, podendo evoluir
inclusive para quadros mais graves, com abscessos mamários e sepse.
Assinale a alternativa que apresenta o principal agente etiológico da mastite
puerperal.
A) Staphylococcus epidermidis;
B) Streptococcus viridans;
C) Staphylococcus aureus;
D) Streptococcus beta-hemolitico;
E) Streptococcus agalactiae;
Resposta correta: letra C
O Staphylococcus aureus, em especial a cepa resistente à meticilina, é o microrganismo
mais comumente isolado.
Referência: Obstetrícia de Williams/ F. Gary Cunningham et al.– 24. ed. – Porto Alegre:
AMGH, 2016. Página 691.
QUESTÃO 40 - Uma gestante na 34ª semana de gestação comparece assintomática à
consulta de pré-natal na unidade básica de saúde. Ela apresenta um VDRL realizado
há 2 semanas com resultado de 1/16. No cartão de pré-natal consta teste rápido de
sífilis realizado pela enfermeira da equipe no primeiro trimestre com resultado negativo.
Assinale a alternativa que apresenta a conduta correta.
A) Repetir o VDRL para confirmar a doença antes de iniciar o tratamento
B) Solicitar FTA-ABS, para confirmar a doença antes de iniciar o tratamento.
C) Prescrever penicilina benzatina 2.400.000 UI em dose única.
D) Prescrever penicilina benzatina 2.400.000 UI por 3 semanas.
E) Solicitar amniocentese para avaliar infecção fetal.
Resposta correta: letra C
Como a paciente apresenta exame negativo há menos de um ano a sífilis é classificada
como precoce.
Referência: Obstetrícia de Williams/ F. Gary Cunningham et al.– 24. ed. – Porto Alegre:
AMGH, 2016.