Post on 29-Jun-2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Avaliação nutricional da silagem de capim-Zuri (Panicum
maximum cv. BRS Zuri) contendo diferentes aditivos
Kaio Augusto Ribeiro Santana Cavalini Soares
Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação
em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso,
Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências
para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia.
Área de concentração: Zootecnia.
Sinop, Mato Grosso
Maio de 2017
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KAIO AUGUSTO RIBEIRO SANTANA CAVALINI
SOARES
Avaliação nutricional da silagem de capim-Zuri (Panicum
maximum cv. BRS Zuri) contendo diferentes aditivos.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação
em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso,
Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências
para a obtenção do título de Mestre em Zootecnia.
Área de concentração: Zootecnia.
Orientador: Prof. Dr. Douglas dos Santos Pina
Sinop, Mato Grosso
Maio de 2017
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA Avenida Alexandre Ferronato, 1200 – Reserva 35 – Distrito Industrial – Cep: -
Sinop/MT Tel: - Email: ppgzootecnia@ufmt.br
FOLHA DE APROVAÇÃO
TITULO: “Avaliação nutricional da silagem de capim-Zuri (Panicum maximum cv.
BRS Zuri) contendo diferentes aditivos”
AUTOR: Mestranda Kaio Augusto Ribeiro Santana Cavalini Soares
Dissertação defendida e aprovada em 13/06/2017
Composição da banca examinadora:
Presidente Banca/Orientador Doutor(a) Douglas dos Santos Pina Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL D BAHIA
Coorientador Doutor(a) Dalton Henrique Pereira Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
Coorientador Doutor(a) Eduardo Henrique Bevitori Kling de Moraes
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
Examinador Interno Doutor(a) Erick Darlisson Batista Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
Examinador Externo Doutor(a) Gleidson Giordano Pinto de Carvalho Instituição: Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sinop, 19/05/2017
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por me dar saúde e força para sempre seguir em
frente mesmo nas horas mais difíceis.
Aos meus pais Petrônio e Shirlei, meu tio João Antônio, minha tia Helena e minha
namorada Ionara, através do seu amor e carinho, me apoiaram, orientaram e insentivaram a
nunca desistir e me empenhar cada dia mais
À Universidade Federal de Mato Grosso/Campus Sinop, pela oportunidade de
realização do curso de mestrado.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso, pela concessão da
bolsa de mestrado e pelo apoio financeiro para a realização desta pesquisa.
Ao orientador, Douglas dos Santos Pina, pela orientação, confiança, respeito,
ensinamentos e oportunidades que proporcionou. Sempre fazendo com que seus orientados
cresçam tanto no sentido profissional, quanto no pessoal. Muito obrigado Professor!
Ao professor Dalton Henrique, pelo auxílio sempre quando foi preciso e
dedicação em ensinar. Muito obrigado!
A Coordenação da Pós Graduação em Zootecnia e aos demais professores, em
especial ao professor Eduardo, pelo profissionalismo e dedicação com o ensino, os quais com
certeza colaboraram para minha formação.
Aos técnicos dos laboratórios e demais funcionários da faculdade, que sempre me
atenderam com muita atenção.
Aos colegas e amigos, Diego, Fagner, Ubiara, Thiago, Alvair, Henrique, Rayane,
Alisson, Ozane, Elismar, Thayse e nosso eterno Edeon (in memoriam), pelo companheirismo,
auxílio e prontidão. Muito obrigado.
Por fim, a todos que de certa forma contribuíram para eu terminasse meu
mestrado.
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BIOGRAFIA
KAIO AUGUSTO RIBEIRO SANTANA CAVALINI SOARES, nascido em 19 de agosto de
1988, na cidade de Barra do Bugres (MT), filho de Petrônio José Cavalini Soares e Shirlei
Ribeiro Santana, ingressou no curso de Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso,
campus de Sinop em março de 2011 e, em março de 2015, obteve o grau de zootecnista. No
mesmo ano e nesta mesma instituição, iniciou o curso de Pós-graduação em Zootecnia, Área
de Nutrição de Ruminantes. No dia 13 de março de 2017 apresentou sua dissertação como
norma do programa de pós-graduação para obter o título de Mestre em Zootecnia.
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RESUMO
SOARES, Kaio Augusto Ribeiro Santana Cavalini Soares. Dissertação de Mestrado
(Zootecnia), Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, maio de
2016, 76 f Avaliação nutricional da silagem de capim-Zuri (Panicum maximum cv. BRS
Zuri) contendo diferentes aditivos. Orientador: Prof. Dr. Douglas dos Santos Pina.
Coorientadores: Prof. Dr. Dalton Henrique Pereira e Prof. Dr. Bruno Carneiro e Pedreira.
Objetivou-se avaliar o valor nutricional de silagens de capim-Zuri (Panicum maximum cv.
BRS Zuri), contendo diferentes aditivos : controle, inoculante bacteriano, inoculante ênzimo-
bacteriano, milho grão moído, glicerina bruta e melaço de soja, bem como, a qualidade
nutricional destas silagens através de experimentos in vivo e in situ. Para avaliação do
consumo e da digestibilidade das silagens foram utilizados 12 ovinos machos, da Raça Santa
Inês, castrados, com peso vivo médio de 25 kg. Todos os animais foram pesados e tratados
contra endo e ectoparasitos, sendo estes confinados em gaiolas metabólicas. Os animais foram
distribuídos em seis quadrados latinos 2x2 simples agrupados (dois animais e duas relações
concentrado: volumoso), replicados uma vez no tempo, sendo que cada quadrado latino 2 x 2
representou um tipo de volumoso, num total de seis tipos, sem e com diferentes aditivos. Para
avaliação da digestibilidade e do teor de NDT dos seis tipos de silagens, foram utilizadas duas
dietas contendo diferentes relações de volumoso:concentrado, sendo (V:C, % da matéria seca,
MS) 65:35 e 80:20. As dietas experimentais foram balanceadas para conter 15% de PB (%
MS), A duração do experimento com animais foi de 48 dias, divididos como segue: dois
períodos de 12 dias cada, totalizando 24 dias, os quais foram replicados uma vez no tempo,
totalizando os 48 dias. Cada período foi composto por sete dias para adaptação dos animais às
dietas e cinco dias para coleta de dados e amostras referentes ao consumo e digestibilidade
dos nutrientes e balanço de compostos nitrogenados. Para a avaliação in situ foi utilizado um
bovino mestiço, canulado no rúmen, com peso médio de 450 kg e idade entre 44 a 48 meses.
O animal foi alimentado duas vezes ao dia (07:00 e 17:00 horas) sendo fornecido silagem de
capim zuri como volumoso exclusivo, milho e farelo de soja como concentrado mantendo
uma relação volumoso concentrado de 70:30 (com base MS da dieta). A alimentação foi
fornecida em quantidades suficiente para que se obtivesse aproximadamente 10% de sobras
no cocho. Amostra dos 6 tipos de volumosos foram alocadas em sacos de náilon (R1020 –
ANKOM). Os sacos foram preenchidos com 6 g de amostra, sendo que, cada tratamento foi
representado por três amostras. As amostras foram incubadas no rúmem, de forme sequencial,
com a finalidade de serem retiradas conjuntamente no final do período de incubação, sendo
ix
utilizado os tempos 0, 2, 4, 8, 16, 24, 36, 48, 72 e 96 horas, totalizando 180 amostras. As
avaliações dos resultados foram realizadas através da análise de variância, sendo as
comparações de médias de mínimos quadrados para as silagens realizados através do teste de
Tukey, utilizando-se 5% de probabilidade para o erro tipo 1. Dietas com 65% de volumoso
proporcionaram maiores (P>0,05) consumos e digestibilidade dos nutrientes, como também,
aumentou o balanço de nitrogênio. Silagens com inoculanate ênzimo-microbiano, glicerina
bruta, melaço de soja e milho grão moído proporcionaram maior (P>0,05) consumo de
matéria seca. Os aditivos absorventes tiveram maiores (P>0,05) coeficientes de
digestibilidade, destacando-se o milho grão moído que proporcionou elevado nível
digestibilidade entre todas as variáveis analisadas. Em relação ao balanço de nitrogênio a
silagem com milho grão moído proporcionou maior (P<0,05) retenção (6,12 g/kg) de
nitrogênio, sendo equivalente à silagem com melaço de soja (3,88 g/kg). Para os parâmetros
cinéticos de degradação não houve diferença significativa em nenhum dos tratamentos. Todos
os aditivos avaliados proporcionaram melhoras na composição química de silagens de capim-
Zuri, contudo, a digestibilidade foi influenciada pelo teor de energia da dieta, onde os aditivos
absorventes proporcionaram maior digestibilidade o que refletiu sob o balanço de nitrogênio
mas não a degradabilidade do alimento. Dietas a base de silagem de capim zuri, aditivas com
milho grão moído e melaço de soja proporção de 10% na matéria natural, em uma relação de
volmoso:concentrado de 65:35 proporciona melhor qualidade da ração e aproveitamento pelo
animal.
Palavras chave: absorvente de umidade, conservação de alimento, estimulador de
fermentação, nutrientes, ovinos , ruminantes, melaço de soja e glicerina bruta.
x
ABSTRACT
SOARES, Kaio Augusto Ribeiro Santana Cavalini Soares. Dissertação de Mestrado
(Zootecnia), Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, junho de
2016, 76 f. . Nutritional assessment of silage Zuri (Panicum maximum cv. BRS Zuri)
containing different additives. Adviser: Prof. Dr. Douglas dos Santos Pina. Co-adivisers:
Prof. Dr. Dalton Henrique Pereira e Prof. Dr. Bruno Carneiro e Pedreira.
.
The objective of this study was to evaluate the nutritional value of Zuri grass silages
(Panicum maximum cv. BRS Zuri) containing different additives: control, bacterial inoculant,
inoculant, corn grain, crude glycerin and soybean molasses, The nutritional quality of these
silages through in vivo and in situ experiments. Twelve male sheep, of the Santa Inês breed,
castrated, with an average live weight of 25 kg were used to evaluate the silage intake and
digestibility. All animals were weighed and treated against endo and ectoparasites, which
were confined in metabolic cages. The animals were distributed in six simple 2x2 Latin
squares grouped (two animals and two ratios concentrated: bulky), replicated once in time,
each Latin square 2 x 2 representing a type of bulky, in a total of six types, without e With
different additives. To evaluate the digestibility and the NDT content of the six types of
silages, two diets containing different ratios of roughage were used: concentrate (65:35 and
80:20) (V: C,% dry matter, DM). Experimental diets were equilibrated to contain 15% PB (%
MS). The duration of the animal experiment was 48 days, divided as follows: two periods of
12 days each, totaling 24 days, which were replicated once in time, Totaling 48 days. Each
period consisted of seven days for adaptation of the animals to the diets and five days for data
collection and samples referring to the consumption and digestibility of nutrients and balance
of nitrogen compounds. For the in situ evaluation, a mestizo bovine, cannulated in the rumen,
with an average weight of 450 kg and age between 44 and 48 months was used. The animal
was fed twice a day (7:00 a.m. and 5:00 p.m.) and zuri grass silage as exclusive roughage,
maize and soybean meal was supplied as concentrate maintaining a voluminous concentrate
ratio of 70:30 (based on diet MS ). The feed was supplied in sufficient quantities to obtain
approximately 10% leftovers in the trough. Samples of the 6 types of bulky were allocated in
nylon bags (R1020 - ANKOM). The bags were filled with 6 g of sample, and each treatment
was represented by three samples. The samples were incubated in the rumen sequentially for
the purpose of being collected together at the end of the incubation period, using times 0, 2, 4,
8, 16, 24, 36, 48, 72 and 96 hours, Totaling 180 samples The evaluations of the results were
performed through the analysis of variance, and the least squares means comparisons were
made for the silages performed using the Tukey test, using a 5% probability for the type 1
error. Diets with 65% of roughage provided higher (P> 0.05) intakes and digestibility of
nutrients, as well as increased nitrogen balance. Silages added with microbial inoculanate,
crude glycerin, soybean molasses and milled grain provided higher (P> 0.05) dry matter
intake. Absorbent additives had higher (P> 0.05) digestibility coefficients, especially corn
grain, which provided a high level of digestibility among all analyzed variables. In relation to
the nitrogen balance, the treatment with silage supplemented with milled grain corn provided
a greater (P <0.05) retention (6.12 g / kg) of nitrogen, being equivalent to the treatment
containing soybean molasses (3.88 g / Kg). For the kinetic parameters of degradation there
was no significant difference in any of the treatments. All the evaluated additives provided
improvements in the chemical composition of Zuri grass silages, however, the digestibility
was influenced by the energy content of the diet, where the absorbent additives provided
higher digestibility, which reflected under the nitrogen balance but not the degradability of the
xi
feed . Diets based on zuri grass silage, additive with milled grain corn and soy molasses ratio
of 10% in natural matter, in a ratio of volmoso: concentrate of 65:35 provides better quality of
the ration and use by the animal.
Key words: Moisture absorbent, food preservation, fermentation stimulator, nutrients, sheep,
ruminants, soya molasses and crude glycerin.
xii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................... 1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 2
2.1 Produção de forragem .................................................................................................. 2
2.2 A cultivar Zuri (Panicum maximum cv. BRS Zuri)..................................................... 4
2.3 Silagem de Gramíneas Tropicais ................................................................................. 6
2.4 Aditivos ..................................................................................................................... 11
2.4.1 Aditivos microbianos ......................................................................................... 12
2.4.2 Aditivos ênzimo-microbianos ............................................................................ 14
2.4.3 Absorventes ........................................................................................................ 15
2.4.3.1 Glicerina bruta ................................................................................... 16
2.4.3.2 Melaço de soja ................................................................................... 19
2.4.3.3 Milho grão moído .............................................................................. 21
2.5 Consumo de forragem conservada ............................................................................ 22
2.5.1 Mecanismos de regulação do consumo .............................................................. 25
2.5.1.1 Fatores físicos .................................................................................... 25
2.5.1.2 Fatores fisiológicos ............................................................................ 27
2.5.1.3 Fatores psicogênicos .......................................................................... 28
2.6 Digestibilidade ........................................................................................................... 29
2.7 Degradabilidade ......................................................................................................... 30
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 36
CAPÍTULO 1 ........................................................................................................................... 46
1 Introdução .............................................................................................................................. 46
2 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 48
3 Resultados e Discussão ......................................................................................................... 58
4 Cotenclusão .................................................................................................................. 70
5 Referências ................................................................................................................... 71
xiii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela - 1. Espécies de bactérias ácido láticas encontradas em silagem ................................... 9
Tabela - 2. Fermentação predominante em silagens e recuperação teórica de matéria seca
(MS) e energia .................................................................................................................... 9
Tabela - 3. Descrição das bactérias mais comuns e seu uso para alterar a fermentação da
silagem ..................................................................................................................................... 13
Tabela - 4. Composição química média (base da matéria natural) da glicerina bruta oriunda de
óleo de soja ............................................................................................................................... 19
Tabela - 5. Composição bromatológica média do milho e seus principais derivados utilizados
na nutrição animal .................................................................................................................... 21
Tabela - 6. Efeito das proporções (%) de silagem normal (N) e deteriorada (D) sobre ingestão
e digestibilidade de nutrientes de dietas a base de silagem de milho ....................................... 23
Tabela - 7. Recomendações para experimentos in situ ............................................................ 35
Tabela - 8. Composição das dietas experimentais, em % na matéria seca................................51
Tabela - 9. Composição bromatológica da silagem de capim zuri contendo diferentes aditivos
...................................................................................................................................................54
Tabela - 10. Consumos de nutrientes (g/dia) de dietas contendo diferentes níveis de volumoso
(V) e silagem de Capim-Zuri com diferentes aditivos (A), com os respectivos coeficientes de
variação (CV %) e níveis de significância (P) ......................................................................... 61
Tabela - 11. Digestibilidade de nutrientes (g/kg) de dietas contendo diferentes níveis de
volumoso (V) e silagem de Capim-Zuri com diferentes aditivos (A), com os respectivos
coeficientes de variação (CV %) e níveis de significância (P) ................................................ 64
Tabela - 12. Balanço de nitrogênio (g/kg) de dietas contendo diferentes níveis de volumoso
(V) e silagem de Capim-Zuri com diferentes aditivos (A), com os respectivos coeficientes de
variação (CV %) e níveis de significância (P) ......................................................................... 67
Tabela - 13. Parâmetros de degradabilidade in situ da matéria seca ........................................ 69
Tabela - 14. Parâmetros de degradabilidade in situ da proteína bruta ..................................... 70
xiv
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura - 1. Fases de fermentação durante o processo de ensilagem ........................................... 7
Figura - 2. Glicerina gerada na produção de biodiesel (B100) no Brasil e na região Centro-
Oeste de 2005 a 2014 em m3 ................................................................................................... 17
Figura - 3. Balanço de massa para a produção do melaço de soja ........................................... 21
Figura - 4. Cascata da saciedade .............................................................................................. 26
Figura - 5. Efeito de distensão no controle da ingestão ........................................................... 26
1
1 INTRODUÇÃO GERAL
Gramíneas forrageiras tropicais, principalmente do gênero Panicum apresentam
resultados animadores dentro da pecuária nacional devido a sua ampla divulgação e intenso
uso pelos pecuaristas brasileiros. Dessa forma, sob boas práticas de manejo é possível
aproveitar ao máximo o potencial de produção dessas espécies forrageiras e como
consequência aumentar a produção por área. Dentro do gênero Panicum o Panicum maximum
cv. BRS Zuri vem merecendo atenção devido sua alta produção, 21,8 t/ha/ano de matéria seca
foliar (Embrapa, 2014), e está sendo estudado e pesquisado para se obter informações
adequadas de uso sob a forma tanto de pastejo quanto de silagem. Esse cultivar foi lançado
pela Embrapa em 2014, como mais uma alternativa para a diversificação das pastagens no
Brasil. Porém, as informações sobre essa cultivar ainda são insuficientes, principalmente em
relação ao seu potencial de ensilabilidade.
De acordo com Pereira & Santos (2006), o processo de ensilagem é complexo, devido
ao grande número de microrganismos envolvidos e pode ser considerado uma metabiose, ou
seja, ocorre o desenvolvimento simultâneo e sucessivo de microrganismos de diferentes
gêneros e espécies, que dependem principalmente do pH, do potencial de oxirredução e do
tipo e quantidade de substratos presentes no meio. Nesse sentido, a qualidade final do produto
produzido depende, principalmente, das características de ensilabilidade inerentes a cada
cultura como adequado teor de matéria seca no momento do corte, alta concentração de
carboidratos fermentescíveis e baixo poder tampão. De forma contrária a esta recomendação,
os capins apresentam baixo teor de matéria seca, alto poder tampão e baixo teor de
carboidratos solúveis nos estádios de crescimento em que apresentam bom valor nutritivo,
colocando em risco o processo de conservação por meio da ensilagem, devido às
possibilidades de surgirem fermentações secundárias, causando grandes perdas, pois
2
produzem CO2 e ácido butírico em vez de ácido lático, além de degradar a proteína
produzindo amônia.
Uma das formas de reduzir o crescimento de microrganismos indesejáveis e
minimizar perdas por fermentação secundária é a adição de aditivos no momento da
ensilagem, desde que produzam efeitos benéficos. Os aditivos têm dois propósitos principais
na silagem: favorecer a conservação e melhorar o valor nutritivo da massa ensilada
(BERGAMASCHINE et al., 2006; SANTOS et al., 2010). Objetiva-se com uso de aditivos
inibir o crescimento de microrganismos indesejáveis. No caso da ensilagem de gramíneas
tropicais os aditivos estimulantes de fermentação e absorventes são os mais utilizados
(NEUMANN et al., 2010). Busca-se ao introduzir bactérias homofermentativas,
heterofermentativas, ou a combinação destas, dominância na fermentação dentro do silo, e,
com isso, diminuir perdas e formar produtos finais que não inibam o consumo e a produção
do animal. Já no caso dos aditivos absorventes o objetivo é melhorar e recuperar a MS, como
também, fornecerem nutrientes ao material conservado.
Diante do exposto, objetivou-se avaliar o efeito da adição de inoculantes bacterianos e
ênzimo-bacterianos, aditivo sequestrante de umidade, glicerina bruta e melaço de soja sob a
composição química de silagem de Panicum maximum cv. BRS Zuri, bem como avaliar
qualidade nutricional destas silagens através de experimentos in vivo e in situ.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Produção de forragem
O Brasil possui enorme extensão territorial e apresenta climas e solos muito variados.
Em função dessas características, há uma evidente diversidade de biomas, sobretudo com
condições edafoclimáticas diferentes o que influenciam diretamente a produção de forragem.
3
Dentre as variáveis climáticas podemos destacar a pluviosidade como uma das principais
causas da sazonalidade na produção de forragem, uma vez que, na época das águas as
condições são mais favoráveis ao seu desenvolvimento (MOREIRA et al., 1996), assim,
apresentando alta produtividade.
Associado às variações edafoclimaticas entre as regiões e determinadas épocas do ano
o manejo das pastagens é de suma importância para eficiência produtiva e econômica de uma
propriedade. Um exemplo clássico do mau manejo são as altas taxas de lotação e a
desconsideração com a altura ideal de pré e pós pastejo, fazendo com que haja alterações na
produtividade e composição botânica do pasto ao logo do tempo, sem contar com a queda
substancialmente da fertilidade do solo e como consequência pastagens degradadas (COSTA
et al., 2010
Grande parte das restrições à produção animal em pastagens tropicais pode ser
resolvida com práticas de manejo que aumentem a eficiência de utilização ou colheita da
forragem produzida. Estratégias de manejo do pastejo que respeitem a fenologia e fisiologia
de cada espécie forrageira podem promover aumentos na produtividade e longevidade dos
pastos (FULKERSON & SLACK, 1994).
Dentro de um ecossistema pastoril a produção bruta de forragem é determinada pela
quantidade de luz interceptada pelo dossel, quando outros fatores de produção não são
limitantes, como, por exemplo, água e nutrientes, nesses casos, a produção “máxima” é
determinada pela energia recebida. (RODRIGUES et al., 2014). É importante destacar que a
interceptação luminosa e fotossíntese são duas variáveis dependentes do índice de área foliar
(IAF) estabelecido, que quanto maiores, a planta depende menos das reservas orgânicas
acumuladas para seu desenvolvimento, o que, por sua vez, acelera o processo de
restabelecimento do dossel forrageiro,
4
A dinâmica do acúmulo de forragem durante o período de rebrotação é caracterizado
pelo acúmulo quase que exclusivo de folhas, até que o dossel intercepte aproximadamente
95% da luz incidente e alcançe seu índice de área foliar crítico, ou seja, 3,7 (PEDREIRA et
al., 2009 & BARBOSA et al., 2007). A partir deste ponto, os componentes colmo e material
morto começam a acumular de maneira significativa. A quantificação da participação de
colmo na taxa de renovação de tecidos é importante, pois altera a relação folha:colmo da
planta, o valor nutritivo da forragem, o comportamento ingestivo do animal em pastejo, seu
consumo de forragem e, assim, interfere no desempenho animal e na eficiência de utilização
da forragem (Silva, 1994).
Sob essa ótica, Rodrigues et al., (2014) avaliando o acúmulo de forragem de
Brachiaria brizantha cv. Xaraés com 5 intencidade de corte em diferentes épocas do ano
constataram que quanto mais baixo o IAF provocado pelas intensidades de corte, maior o
número de dias de descanso para que a condição pré-corte preconizada fossem atingida
(95%), consequentemente menor produção.
Neste contexto, podemos afirmar que a produção de forragem depende da
compreensão dos mecanismos morfofisiológicos e de sua interação com o ambiente e
manejo. Embora o número de espécies forrageiras disponíveis no Brasil seja elevado, os
gêneros Brachiaria e Panicum apresentam maior importância, expressa pela maior área
cultivada e pelo grande valor agregado ao comércio de suas sementes (PEREIRA et al., 2001).
2.2 A cultivar Zuri (Panicum maximum cv. BRS Zuri)
A cultivar BRS Zuri (Panicum maximum cv. Zuri) foi lançada no ano de 2014, pela
EMBRAPA e resulta da parceria com a UNIPASTO. Foi obtida a partir da seleção em
populações derivadas de um Panicum maximum coletadas na Tanzânia, no leste da África. A
coleta foi realizada pelo ORSTOM (Institut Français de Recherche Scientifique pour le
5
Développment em Coopération), atual IRD (Institut de Recherche pour le Déloppment), em
1969. O nome Zuri significa “bom” e “bonito” em swahili, a língua falada no Quênia.
A BRS Zuri é uma planta cespitosa de porte ereto e alto, com folhas verde escuras,
longas, largas e arqueadas. Apresenta de 11 a 15% de proteína bruta foliar, e entre 7 e 12%
nos colmos. Avaliada em parcelas sob corte manual, atingiu produção de 21,8 t/ha/ano de
matéria seca foliar (Embrapa, 2014). A estacionalidade da produção é próxima ao da
Tanzania-1 e Mombaça, produz 85% do total anual no período chuvoso. Devido a essa alta
produção os sistemas de lotação rotacionada é o mais indicado para o estabelecimento do
manejo. Porém, uma das principais dificuldades da exploração intensiva de pastagens, por
meio de lotação riotacionada, na maior parte do território brasileiro, é a necessidade de ajuste
da lotação das pastagens em decorrência das variações climáticas que criam, durante o ano,
uma estação de alta e outra de baixa disponibilidade qualitativa e quantitativa de forragem.
Para reduzir as perdas de forragem e o acúmulo de resíduo pós-pastejo, que prejudicam a
qualidade da dieta do animal e da rebrota da planta, uma alternativa seria conservar parte e/ou
o excesso da forragem produzida no período de maior crescimento das forrageiras na forma
de silagem (VASCONCELOS et al., 2009).
Para se obter silagem de gramíneas forrageiras perenes tropicais de boa qualidade
nutricional, essas devem ser colhidas em idades mais jovens (60 a 70 dias ou menos).
Entretanto, geralmente nesse estádio de desenvolvimento, as forrageiras apresentam baixos
teores de MS, o que, associado aos baixos teores de carboidratos solúveis das gramíneas
tropicais, pode prejudicar o processo de fermentação, comprometendo a qualidade final da
silagem.Segundo Woolford (1984), os teores mínimos de carboidratos solúveis indicados para
uma boa fermentação deve estar na faixa de 8 a 10% na matéria seca. Os teores de
carboidratos solúveis das gramíneas são influenciados pela espécie, cultivar, níveis de
fertilização e estádio de crescimento, e plantas com maior idade fisiológica apresentam
6
aumento na proporção de haste e, com isso, redução no teor de carboidratos solúveis.
Juntamente com os fatores de ambiente (temperatura, luz, CO2 , água), o manejo é fator
determinante das características morfogênicas e estruturais da planta (LEMAIRE;
CHAPMAN, 1996).
Coan (2001) encontrou para o capim-tanzânia colhido aos 60 dias uma concentração
de 8,95% de carboidratos solúveis, já Bergamaschine et al. (1998) observaram para a mesma
gramínea colhida na mesma idade uma concentração de 3,07%, porém, mesmo estando esse
valor abaixo do recomendado (8 a 10%), os utores concluiram que a silagem apresentava bom
aspecto de conservação.
A exemplo das demais cultivares de Panicum maximum, a BRS Zuri tem grande
potencial de utilização em sistemas de pastejo intensivo, devido ao grande acúmulo de
matéria seca e acelerado processo de rebrota. Porém, devido ao lançamento recente, não há
disponível na literatura resultados que indiquem o manejo adequado desse cultivar, seja ele,
em sistemas de pastejo ou de conservação.
2.3 Silagem de Gramíneas Tropicais
Um dos processos mais tradicionais de conservação de forragem é a ensilagem. Assim,
o uso de silagens de gramíneas tropicais tem se tornado muito comum na produção de
ruminantes, como forma de utilização do excedente da produção de forragem no período
chuvoso para minimizar o problema de escassez de alimento no período seco (SOUZA et al.,
2012). A possibilidade de vários cortes no capim durante o ano e posterior aproveitamento via
pastejo pode compensar as dificuldades na confecção da silagem e torná-la alternativa
economicamente viável para garantir o estoque de forragem.
Denomina-se silagem o produto de fermentação anaeróbica controlada do alimento
armazenado em uma estrutura denominada silo, com o objetivo de conservar seus nutrientes
7
via acidificação da massa ensilada por microrganismos. Esse processo é o resultado de um
conjunto de operações que envolve o corte, picagem, carregamento, transporte e compactação
do material a ser ensilado (Pereira & Santos, 2006).
O processo de fermentação é muito complexo, a ponto de ser considerado uma
metabiose, pois ocorre o desenvolvimento simultâneo e sucessivo de diversos microrganismos
que dependem principalmente do pH, do potencial de oxirredução e do tipo e quantidade de
substratos presentes no meio (Pereira e Santos, 2006). Devido a estes fatores ao se ensilar
espécies forrageiras deve-se priorizar materiais que contenham teores de matéria seca (MS)
acima de 30 a 35% (Muck, 1987), teores de carboidratos solúveis (CS) satisfatórios (6 – 8%)
(McDonald et al., 1991) e baixa capacidade tamponante.
A fermentação é realizada por bactérias formadoras de ácido lático (BAL), as quais
promovem uma redução do pH, inibindo o crescimento de microrganismos indesejáveis por
um longo período de tempo, didaticamente, o processo é dividido em quatro fases (Figura 1):
fase aeróbia, fase de fermentação ativa, fase de estabilidade e fase de descarga (SANTOS &
ZANINE et al., 2006), como seguem:
Figura - 1. Fases de fermentação durante o processo de ensilagem
Fonte: (Pitt & Sniffen 1985).
A fase aeróbia ocorre durante o enchimento e se estende até o esgotamento do
oxigênio presente na massa ensilada. A presença de O2 favorece o crescimento de micro-
8
organismos aeróbicos, como fungos, leveduras e algumas bactérias aeróbias estritas e
facultativas. Esses componentes bióticos oxidam os carboidratos graças a presença de bolsões
de oxigênio e umidade na massa ensilada. A duração dessa fase varia com o tamanho de
partícula e pressão de compactação, mas geralmente fica entre quatro e seis horas. Além da
compactação, se a vedação do material não for bem feita haverá excesso de oxigênio, que
induzirá maior taxa de fermentação aeróbia (NEUMANN et al., 2007). Isso causará uma
temperatura inicial acima de 44º C, fato que irá reduzir as chances de uma fermentação
desejável. Como consequência, haverá uma redução no valor nutritivo da forragem, devido,
principalmente às perdas de digestibilidade de proteína resultantes da reação de Maillard.
Na fase de fermentação ativa há queda acentuada do pH da silagem devido à
formação de ácidos orgânicos, a partir de carboidratos solúveis. Após a fase aeróbia, o
ambiente livre de oxigênio torna-se favorável ao crescimento das bactérias anaeróbias
facultativas e estritas. Inicialmente, atuam enterobactérias e bactérias heterofermentativas, que
produzem quantidades razoáveis de ácidos orgânicos, com predominância do ácido acético.
Normalmente, os gêneros Lactococcus, Enterococcus, Pediococcus, Leuconostoc e
Lactobacilos são característicos da fase de fermentação ativa (Tabela 1). Posteriormente, com
a queda mais acentuada do pH tornam-se dominantes as homofermentativas, representadas
principalmente pelo gênero Lactobacilos principais representantes das bactérias ácido-láticas
(BAL) (PEREIRA et al., 2007; SANTOS et al., 2011). Esta fase se prolonga até que o pH caia
à valores abaixo de 5,0. A fermentação anaeróbia será interrompida quando o suprimento de
carboidratos solúveis for todo consumido e/ou quando os micro-organismos tiverem seu
crescimento inibido face à presença de ácidos que eles mesmos produzem. A duração do
processo fermentativo é critico para qualidade nutricional da silagem grandes períodos de
fermentação ativa exaurem os carboidratos solúveis e, dependendo das condições do
ecossistema, podem utilizar outros componentes da planta (MUCK, 2010).
9
Tabela - 1. Espécies de bactérias ácido láticas encontradas em silagem
Homofermentativas
obrigatórias
Heterofermentativas
facultativas
Heterofermentativas
obrigatórias
Pediococcus
damnosus
Lactobacillus
plantarum
Gênero Leuconostoc
Lactobacillus
pentosus
Lactobacillus brevis
Lactobacillus ruminis Pediococcus
acidilactici
Lactobacillus
buchneri
Pediococcus.pentos
aceus
Enterococcus faecium
Fonte: Adaptado de Oude Elferink (2002).
Na fase de estabilidade o baixo pH da massa ensilada e a condição de anaerobiose
conservam a silagem até o momento da abertura do silo. Nesta fase, apenas bactérias
resistentes à acidez (BAL) se encontram em atividade, porém muito reduzida, já espécies de
leveduras ácido-tolerantes sobrevivem em estádio inativo, juntamente com bacilos e
clostrídios que estão dormentes na forma de esporos (PEREIRA & SANTOS, 2006).
As bactérias do gênero Clostridium têm efeito pronunciado na qualidade da silagem se
o pH não for suficientemente baixo para inibir o seu desenvolvimento. Este grupo
estritamente anaeróbico fermenta açúcares, ácido lático e aminoácidos produz ácido butírico e
aminas. Este tipo de fermentação representa perda de matéria seca (Tabela 2), e seus
produztos reduzem a aceitabilidade das silagens.
Tabela - 2. Fermentação predominante em silagens e recuperação teórica de matéria seca
(MS) e energia
Tipo de fermentação Produto final Recuperação (%)
MS Energia
Homolática (glucose) ácido lático 100 99
Heterolática (glucose) ácido lático, etanol, CO2 76 98
Heterolática (frutose) ácido lático, acético, manitol,
CO2 95 99
Levedura (glucose) Etanol, CO2 51 99
Clostridium (glicose e
lactato) ácido butírico, CO2 49 82
10
Fonte: Kung et al. (2003).
A fase de descarga ocorre após a estabilização do material ensilado e o tempo de varia
de acordo com a cultura ensilada (ÍTAVO et al., 2006; MCDONALD et al., 1991). A partir
deste momento começa o fornecimento da silagem aos animais. Tão importante quanto o
processo de produção é o manejo da retirada da silagem. Deve-se evitar expor material ao
oxigênio, retirando a silagem por camadas ao longo do silo uniformemente, pois o oxigênio
ativa os esporos de fungos e bactérias aeróbias desencadeando uma cascata de reações que
oxidam a massa ensilada através do consumo de carboidratos residuais do processo de
conservação e produzem calor e dióxido de carbono (BERNARDES et al., 2009).
Ao ensilar gramíneas nos deparamos com algumas características intrínsecas da
forrageira, que influenciam o processo fermentativo. No momento ideal da colheita estas
possuem alto teor de umidade, o que associado ao alto poder tampão resulta em uma silagem
de baixa qualidade (ÁVILA et al., 2003).
Teores acima de 70% de umidade aumentam as perdas de nutrientes pela liberação de
efluentes (Tabela 5 e 6). Além de favorecer o desenvolvimento de bactérias do gênero
Clostridium, produtoras de ácido butírico (SANTOS & ZANINE, 2006). Bactérias do gênero
Clostridium são favorecidas em ambientes muito úmidos, com elevado pH e alta temperatura,
elevando as perdas por gases, pois produzem CO2 e ácido butírico, em vez de ácido lático
(ZANINE et al., 2006). Além disto, o elevado poder tampão das silagens de capim favorecem
o crescimento de enterobactérias, que são produtoras de gases, tais como CO2, além de etanol,
ácido acético e amônia (MCDONALD, 1981).
Como os efluentes são ricos em compostos solúveis (N solúvel, açúcares, produtos da
fermentação e minerais), sua perda pode resultar na diminuição de nutrientes digestíveis bem
como causar danos para o meio ambiente.
11
Devido à complexidade e interação de fatores na produção de silagem todos as
alternativas que possam proporcionar melhora na qualidade do produto devem ser exploradas.
Uma das formas de reduzir o crescimento de microrganismos indesejáveis e minimizar as
perdas por fermentação secundária é a adição de aditivos no momento da ensilagem, desde
que tragam efeitos benéficos à silagem. No caso da ensilagem de gramíneas tropicais os
aditivos estimulantes de fermentação e absorventes são os mais utilizados (NEUMANN et al.,
2010). Segundo Igarasi (2002), o ingrediente usado como aditivo nas silagens de capim deve
apresentar alto teor de matéria seca, alta capacidade de retenção de água, boa aceitabilidade,
além de fornecer carboidratos para fermentação. Deve ser também, de fácil manipulação,
baixo custo e fácil aquisição.
2.4 Aditivos
Aditivos são produtos adicionados intencionalmente à forrageira que não apresenta
condições ideais para ser ensilada (baixo teor de MS e/ou baixo teor de carboidratos solúveis),
com objetivo de melhorar a fermentação e reduzir as perdas. Os aditivos têm dois propósitos
principais na silagem: favorecer a conservação e melhorar o valor nutritivo da massa ensilada
(BERGAMASCHINE et al., 2006; SANTOS et al., 2010). Mas vale lembrar que em um
processo eficiente de conservação de forragens, a utilização de aditivos deve ser considerada
como ultima etapa da adoção de tecnologias. Deve-se primeiramente, adequar todas as
variáveis agronômicas e também o manejo da ensilagem antes de fazer uso dos aditivos.
Objetiva-se com uso de aditivos inibir o crescimento de microrganismos indesejáveis,
como enterobactérias, clostrídios, leveduras, bacilos, etc...; acrescentar microrganismos
benéficos para dominar a fermentação e, com isso, formar produtos finais que não inibam o
consumo e a produção do animal, além de contribuir para melhorar a recuperação de MS do
material conservado (Kung Jr et al. 2003). No que diz respeito à produção de silagem com
12
adição de inoculantes bacterianos, alguns trabalhos como o de Meeske et al. (1999) relatam
efeitos positivos de inoculantes, enquanto outros como os de Andrade e Melotti (2003) e Silva
(2006) não encontraram resposta positiva, havendo assim a necessidade de mais estudos.
McDonald et al. (1991) relataram que os aditivos para ensilagem podem ser
classificados em cinco tipos principais: I) Estimulantes – que tem como função o
fornecimento de açúcares e carboidratos solúveis, que vão estimular o crescimento de
bactérias lácticas; II) Inibidores – diminui o crescimento de microrganismos que são
indesejados no processo de fermentação; III) Inibidores de deterioração aeróbia - controlam a
deterioração pelo ar quando o silo é aberto; IV) Nutritivos – adicionados no ato da ensilagem
para favorecer a fermentação e/ou melhorar o valor nutritivo da silagem; V) Materiais
absorventes incluindo alguns subprodutos da colheita e palhada.
2.4.1 Aditivos microbianos
A análise dos trabalhos referentes ao uso de aditivos que estimulam a fermentação
evidencia a ocorrência de melhora no padrão de fermentação das silagens. Inoculantes
microbianos usados como aditivos incluem BAL homo e heterofermentativas, ou a
combinação destas com o intuito de auxiliar a fase de fermentação no processo de ensilagem.
Os microrganismo homofermentativos caracterizam-se pela taxa de fermentação mais rápida,
menor proteólise, maior concentração de ácido lático, menores teores de ácidos acético e
butírico, menor teor de etanol e maior recuperação de energia e matéria seca (SANTOS &
ZANINE, 2006). A maioria dos inoculantes são compostos de bactérias homofermentativas
que utilizam ácido lático e glicose como substrato para produção de ácido acético e
propiônico, os quais são efetivos no controle de fungos, sob baixo pH (ZOPOLLATTO et al,
2009). Muitas formulações de microrganismos estão disponíveis no mercado. Kung jr et al.
13
(2003) descrevem algumas bactérias encontradas em inoculantes e suas características (Tabela
3).
O sucesso no uso de aditivos microbiológicos em silagens depende da habilidade da
bactéria inoculada crescer rapidamente na massa de forragem ensilada, da presença de
substrato adequado e da população de bactérias inoculadas em relação à população epífita da
forragem (ZOPOLLATTO et al., 2009).
Penteado et al. (2007), em trabalho com silagens de capim Mombaça inoculada com
Lactobacillus plantarum proveniente da microbiota epifítica concluíram que sua utilização
melhora o perfil fermentativo. De acordo com os valores de pH, nitrogênio amoniacal (N-
NH3), ácido lático e ácido acético, houve favorecimento do desenvolvimento de bactérias
láticas e menores perdas de matéria seca.
Tabela - 3. Descrição das bactérias mais comuns e seu uso para alterar a fermentação da
silagem
Organismos Razões para adição Aspectos (+) e (-) do uso
L. plantarum,
acidophilus, brevis,
bulgaricus, cremoris,
curvatus, xylosus,
salivarus
Produção rápida e
predomina o ácido lático.
(+) aproveitamento de energia e
recuperação de MS; redução de
proteólise.
(-) baixos níveis de ácido acético
(menor estabilidade aeróbia); algumas
espécies sintetizam pouco ácido lático
com pH > de 5.
P. acidilactici,
cerevisiae, pentosacus
Produção rápida e
predomina o ácido lático.
(+) cresce rapidamente em pH alto (5-
6) podendo dominar o início da
fermentação.
(-) baixos níveis de ácido acético
(menor estabilidade).
E. faecium
Rápido crescimento e
predomina o ácido lático.
(+) crescem rapidamente em pH
elevado (5- 6,5) e quando há presença
oxigênio.
(-) baixos níveis de ácido acético
compromete a estabilidade; algumas
espécies podem ser proteolíticas.
L. lactis subespécie (+) crescem rapidamente em pH
14
cremoris,
diacetylactis
Produção rápida e
predomina o ácido lático.
elevado (5- 6,5).
(-) baixos níveis de ácido acético
(menor estabilidade)
P.
arabinosum, jensenii,
shermanii
Pode usar ácido lático e
glicose como fonte de
energia para síntese de ácido
acético e propiônico.
(+) ácidos acético e propiônico tem
ação fungicida em pH baixo.
(-) crescimento lento, relativamente
intolerante a acidez, anaeróbios.
L. buchneri
Metabolismo anaeróbico ác.
lático em acético.
Associação com
fermentações ricas em ácido
propiônico.
(+) sintetizam ácido acético e
propiônico que tem ação fungicida
em pH baixo.
(-) maiores perdas de MS durante a
ensilagem.
Fonte: Adaptado de Yung et al. (2003).
Restle et al. (2003) avaliaram o desempenho de bezerros confinados, recebendo
silagem de capim papuã (Brachiaria plantaginea), tratadas ou não com inoculantes
microbianos e silagem de milho e sorgo. Observaram que a silagem de milho e sorgo
promoveu maior consumo e melhor desempenho que os animais que receberam silagem de
capim, mas o uso de inoculantes não alterou o desempenho dos animais.
São apontadas algumas hipóteses para o insucesso da utilização de inoculantes em
silagens. Dentre estas destacam-se: a atividade competitiva de população epífita da planta
originada a partir de cepas selvagens, o baixo teor de açúcares da forragem, os efeitos do
antecedente histórico da cultura agrícola utilizada como fonte de forragem, excesso de
oxigênio, extremos de umidade na massa ensilada, problemas na aplicação do produto
(KUNG JR. et al, 2003; MUCK & KUNG JR., 1997).
2.4.2 Aditivos ênzimo-microbianos
Os inoculantes ênzimo-bacterianos apresentam a combinação de bactérias com
enzimas em um único complexo ou uma combinação de complexos, que auxiliam em algumas
15
reações bioquímicas na silagem. O princípio da adição de enzimas na ensilagem é o de
estimular a quebra de carboidratos mais complexos, como os presentes na parede celular e o
amido em açucares simples, que podem ser utilizados pelas bactérias lácticas. Os tipos de
enzima incluem celulases, hemicelulases, amilases, pectinases, etc. (CORRÊA & POTT
2001).
Em segundo plano, a digestão parcial da parede celular pode aumentar a taxa e a
extensão da digestibilidade da silagem produzida. Para que ocorram estas alterações, a
hidrólise da celulose deve coincidir com o crescimento inicial das BAL (SOUSA et al. 2011).
Bergamaschine et al. (2006), trabalhando com novilhos mestiços, avaliaram silagens
de capim-marandu produzidas com polpa cítrica peletizada (PC), aditivo ênzimo-bacteriano
(AEB) ou forragem emurchecida (E). Verificaram que o consumo de MS da silagem
produzida com capim emurchecido foi superior ao das silagens controle e AEB, mas não
diferiu do obtido para a silagem com PC, que também não diferiu das demais. Os aditivos não
afetaram a digestibilidade, cujas médias para MS, proteína bruta (PB), carboidratos totais
(CHOT), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) e ácido (FDA) e nutrientes digestíveis
totais (NDT) foram 67,0; 65,4; 68,8; 63,0; 62,5; e 65,6%, respectivamente. Concluíram que
esses aditivos não melhoraram o valor nutritivo da silagem de capim-marandu. Os resultados
obtidos com este tipo de produto vem sendo muitas vezes inconsistentes.
2.4.3 Absorventes
O uso de aditivos absorventes ou sequestrantes de umidade é uma das técnicas mais
indicadas para o controle da qualidade das silagens. Alguns aditivos absorventes, além de
favorecerem o aumento do teor de matéria seca fornecem carboidratos solúveis, os quais
estimulam a fermentação da silagem podendo ocasionar incremento do valor nutritivo
(ANDRADE et al., 2010). Nesse contexto, Ribeiro et al. (2009) avaliando a casca de soja e a
16
polpa cítrica como aditivos na silagem de Brachiaria úderam (nome científico) constar que a
adição desses subprodutos na ensilagem aumentaram o valor nutritivo e reduziram a
produção de efluente.
Ribeiro et al. (2008) ao ensilarem capim Tanzânia com níveis crescentes de inclusão
de farelo de trigo, obtiveram melhora linear na composição química da silagem, destacando os
teores de MS e carboidratos não fibrosos (CNF). Houve ainda melhora no perfil fermentativo,
com redução do pH e do N-NH3 variando em função da inclusão de farelo de trigo.
Em estudo de Ribeiro et al. (2009) avaliando aditivos absorventes de umidade,
químicos e microbianos em silagens de B. brizantha Cv. Marandú, concluíram que o
acréscimo de até 30% de polpa cítrica na ensilagem melhora as características fermentativas
da silagem, proporcionando maiores níveis de PB e ácido lático, menor produção de N-NH3 e
valor de pH.
2.4.3.1 Glicerina bruta
Alguns coprodutos da indústria do biodiesel possuem potencial de serem utilizados
como aditivos no processo de conservação de forragem e, por conseguinte, na alimentação
animal. Os principais coprodutos que podem ser usados são obtidos após a extração do óleo
de sementes de oleaginosas (torta e farelos) e, após o processo de conversão do óleo em
biodiesel por meio de transesterificação (glicerina bruta), os quais, em conjunto, representam
mais de 50% da massa inicial de sementes utilizada na cadeia agroindustrial do biodiesel
(OLIVEIRA et al., 2010).
A glicerina é um triol viscoso e higroscópico resultante do processo de transformação
de um triglicerídeo em biodiesel, a partir de uma reação de transesterificação, na presença de
um catalisador e de um álcool de cadeia curta (metanol ou etanol) (MOTA et al., 2009). Nesse
processo de transesterificação, segundo Oliveira et al. (2010), a glicerina denominada
17
glicerina bruta, contém normalmente entre 40 a 85% de glicerol, sendo o restante composto
por água, ácidos graxos, minerais oriundos dos catalisadores e álcool. Considerando-se a
escassez de pesquisas e informações acerca da utilização da glicerina na nutrição animal
aliada à grande importância da atividade de produção de biodiesel no Brasil, acredita-se que
este subproduto possa vir a ser utilizado com eficiência como fonte energética alternativa em
dietas devido à presença de glicerol em sua composição.
Em 2013, a capacidade nominal para produção de biodiesel (B100) no Brasil era de 8
milhões de m3, entretanto, a produção nacional foi de apenas 2,9 milhões de m3. A região
Centro-Oeste destacou-se como a maior produtora de biodiesel, com volume de 1,2 milhão de
m3, equivalente a 40,6% da produção nacional. Em 2014 foram gerados 311,8 mil m3 de
glicerina (Figura 2). A maior geração de glicerina se deu na região Centro-Oeste com 43,3%
do total (ANP 2014).
Figura - 2. Glicerina gerada na produção de biodiesel (B100) no Brasil e na região Centro-
Oeste de 2005 a 2014 em m3
Fonte: ANP/SPD, conforme Resolução ANP nº 17/2004.
68,79
36739,51
171829
273353,443311826,524
661
68732
117440,14
135121,393
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
350000
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
PRODUÇÃO NACIONAL PRODUÇÃO REGIÃO CENTRO-OESTE
18
A produção de glicerina resultante pode variar em função do processo de produção e
das matérias-primas utilizadas. Refere-se à produção de glicerina bruta.
O termo glicerina refere-se aos produtos comerciais que contem predominantemente
glicerol em sua composição. Aplica-se o termo glicerol ao componente químico puro 1,2,3-
propanotriol (MOTA et al., 2009). Devido à presença de glicerol, a glicerina tem potencial de
uso na alimentação animal como fonte energética, especialmente em substituição a cereais
amiláceos. Comercialmente a glicerina possui variações, recebendo denominações de acordo
com sua composição. Na nutrição animal a glicerina “loira” concentra o maior número de
estudos desenvolvidos. É obtida a partir da glicerina bruta após tratamento ácido e remoção de
ácidos graxos e sabões (OLIVEIRA et al., 2011).
O óleo de soja é a principal matéria prima para a produção de biodiesel (B100),
equivalente a 76,4% do total. A segunda matéria-prima no ranking de produção das usinas foi
a gordura animal (19,8% do total), seguida pelo óleo de algodão (2,2% do total) e outros
materiais graxos (1,6%) (ANP, 2014).
A glicerina obtida de gordura animal não é autorizada na alimentação de ruminantes
em razão do risco de transmissão de doenças priônicas. O uso da glicerina oriunda do óleo de
mamona e de pinhão-manso também não foram autorizadas pelo MAPA devido ao potencial
risco da presença de toxinas (OLIVEIRA et al. 2011).
O glicerol é um componente do metabolismo dos animais, é encontrado na circulação
e nas células. Ele é derivado de (1) lipólise no tecido adiposo, (2) hidrólise dos triglicerídeos
das lipoproteínas do sangue e (3) gordura dietética (LIN, 1977). Na natureza, está presente
nos triglicerídeos e em todos os óleos graxos animais e vegetais. Pode ser isolado através da
saponificação destes óleos com hidróxido de sódio ou potássio (MOTA et al., 2009).
Em ruminantes adaptados, grande parte do glicerol ingerido (39 a 69%) pode ser
fermentado até ácidos graxos voláteis (RÉMOND et al., 1993). Parte do glicerol ingerido que
19
escapa da fermentação ruminal é absorvido no trato gastrintestinal e metabolizado no fígado a
gliceraldeído 3-fosfato, que poderá ser degradado via glicólise ou direcionado para síntese de
glicose, dependendo do estado fisiológico do animal (KREHBIEL, 2008). Quando a demanda
de glicose é alta, como o caso de animais em crescimento muscular, o glicerol é usado
preferencialmente para produção de glicose.
A natureza higroscópica da glicerina denota elevada capacidade de retenção de água
(ELAM et al., 2008). A composição química (Tabela 4), é caracterizada pelo elevado teor de
matéria seca, o que promove expectativas sobre o potencial aditivo na ensilagem, de modo a
contribuir com o processo fermentativo, produzir alimentos de qualidade com menores
perdas.
Tabela -4. Composição química média (base da matéria natural) da glicerina bruta
oriunda de óleo de soja
Item Média Mínimo Máximo
Glicerol, % 84,49 80,00 90,70
Agua, % 7,5 5 10,40
Metanol, mg/kg 13.000 120 86.400
Extrato etéreo % 1,26 0,00 6,90
Mineral, % 7,19 5,5 10,00
Na, % 2,26 1,30 3,50
Fonte: Oliveira et al. (2011).
2.4.3.2 Melaço de soja
O melaço de soja (MLS) é um coproduto obtido após a extração do óleo da soja,
através da lavagem do farelo da soja com uma solução com proporção de 40% água e 60%
álcool etílico. Após esse procedimento é formado uma mistura contendo proteínas e fibras
insolubilizadas numa fase sólida e na fração líquida, etanol e água contendo principalmente os
20
carboidratos da soja. Após a recuperação do etanol por evaporação ou destilação, ocorre a
geração do melaço de soja (GUEDES, 2015).
Por se tratar de um coproduto agroindustrial com elevado volume de produção, o
melaço de soja é um material de baixo custo comercial que impõem problemas de descarte
ambiental. Segundo Siqueira (2007), para cada tonelada de soja processada obtém-se
aproximadamente 156 kg de melaço de soja (Figura 3).
O MLS tem se tornado uma reserva alimentar energética atraente e de baixo custo
(BRAUNEGG, et al., 2004). Sua principal aplicação tem sido na indústria de alimentação
animal, como um ingrediente calórico de baixo preço (SILVA , 2010)
O melaço de soja é um liquido viscoso de coloração marrom e sabor agridoce constituído
principalmente por carboidratos, entre eles frutose, dextrose, glicose, sacarose, pinitol,
rafinose, estaquiose e verbascose, além de lipídios, flavonóides, proteínas e minerais
(CHAJUSS, 2004; QURESHI, 2001). Esses carboidratos podem ser usados como substrato
fermentativo pelas BAL durante a fermentação.
Soja = 1000 kg
Lecitina = 10 kg Óleo = 195 kg Farelo = 716 kg Casca = 50 kg
Etanol 60% Extrato Concentrado Proteico
Água 40% 195 kg
Coluna para recuperação Evaporado
do etanol
Melaço de soja = 156 kg
21
Figura - 3. Balanço de massa para a produção do melaço de soja
Fonte: Adaptado de Siqueira (2007).
Sob o aspecto nutricional, açúcares solúveis e amido são intensamente fermentados no
rúmen em relação a celulose e hemicelulose. O efeito benéfico dos açucares para os animais
está relacionado ao rápido crescimento microbiano propiciado pela energia prontamente
disponível, maior eficiência de uso do nitrogênio não proteico (BERCHIELLI, 2011).
2.4.3.3 Milho grão moído
O milho é amplamente utilizado na alimentação animal devido a seu conteúdo
energético, proveniente do seu teor de carboidratos, sobretudo o amido (Tabela 5). Na
ensilagem o amido não é aproveitado de maneira eficiente pelas bactérias lácticas, porém, o
milho moído favorece indiretamente a fermentação, pela redução no teor da umidade da
forragem ensilada (Vilela, 1998),.
Tabela -5. Composição bromatológica média do milho e seus principais derivados utilizados
na nutrição animal
Nutriente Media n
MS 88,71
6
MO 98,4
1
MM 1,51
6
PB 9,02
7
EE 4
6
CHOT 85,63
1
FDNcp 17,67
1
CNF 64,9
1
FDA 4,99
6
NDT OBS 83,2 2
Fonte: CQBAL (2016).
22
Devido a disponibilidade de milho, utiliza-lo na ensilagem pode se tornar uma
estratégia economicamente viável e ainda, proporcionar melhoria nos parâmetros
fermentativos e nutricionais.
Um ponto fundamental, quando se utiliza um aditivo, é conhecer o quanto esse pode
melhorar o padrão de fermentação, o consumo, a digestibilidade e a produção animal, e se é
economicamente viável. Infelizmente, são poucos os trabalhos na literatura que abordam
todos estes parâmetros; normalmente, os estudos se detêm apenas aos aspectos de composição
química das silagens resultantes e dessa forma, não permitem ainda uma posição segura
quanto à sua utilização ou não em larga escala.
2.5 Consumo de forragem conservada
Em qualquer sistema de criação de animais ruminantes, em pastejo ou em
confinamento, o consumo de alimentos é importante, pois determina o aporte de nutrientes
para o atendimento das exigências de mantença e o desempenho animal (Detmann et al.,
2003). Através deste determinamos a qualidade da forragem, a qual é definida como o
resultado do produto do valor nutritivo e consumo voluntário potencial (REIS et al., 2006,
REIS & DA SILVA, 2006). Representa de 60 a 90% da variação observada na ingestão de
energia digestível entre animais, enquanto as dietas, somente 10 a 40% (CRAMPTON et al.,
1960; REID, 1961).
De maneira geral, o consumo da silagem é menor do que o da forragem original que
não sofreu processo de fermentação (CHARMLEY, 2001). Segundo Van Soest (1994),
existem três hipóteses associadas ao baixo consumo de silagens: 1- Presença de substancias
tóxicas, como aminas produzidas durante o processo de fermentação, 2- Alto conteúdo de
ácidos nas silagens extensivamente fermentadas, causando redução na aceitabilidade, e 3-
Redução na concentração de carboidratos solúveis e, conseqüentemente, na disponibilidade de
23
energia para o crescimento de microrganismos do rúmen. Além disto, tem-se o aumento na
fração de N solúvel, notadamente de amônia, interferindo nas relações N disponível e matéria
orgânica digestível para otimizar a síntese de proteína microbiana (POPPI et al., 1995, 1997).
Segundo Weiss et al. (2003), numerosas relações estatísticas têm sido estabelecidas
entre o consumo das silagens e suas características químicas, como a concentração de um
produto ou de vários produtos finais da fermentação. Dentre os fatores que têm sido
estudados, destaca-se o conteúdo de umidade, pH da silagem, concentração de ácidos
orgânicos, concentração de etanol e de compostos nitrogenados. A ingestão potencial de MS
da silagem é determinada pelo tipo de forragem, composição química e digestibilidade no
momento da colheita, mas a extensão na qual este potencial é alcançado depende, na prática,
das modificações das frações de carboidratos e de compostos nitrogenados durante a
fermentação, bem como da deterioração durante a fase de exposição ao oxigênio (NUSSIO et
al. 2003). Sob essa ótica, Bolsen et al. (2002) ao avaliarem os efeitos da inclusão de silagem
de milho deteriorada nas dietas contendo silagem de qualidade adequada, observaram redução
no consumo de MS e na digestibilidade da matéria orgânica, proteína bruta e da fração FDN
(Tabela 6). Nesse estudo, as silagens deterioradas apresentaram maiores valores de pH, de
fração fibrosa e menores de matéria seca, matéria orgânica e amido quando comparadas às de
alta qualidade.
Tabela -6. Efeito das proporções (%) de silagem normal (N) e deteriorada (D) sobre ingestão
e digestibilidade de nutrientes de dietas a base de silagem de milho
item Dieta
100 N 75N25D 50N50D 25N75D
Ingestão (kg MS/dia) 7,95a 7,35b 6,95bc 6,66c
---------------------Digestibilidade (%)----------------------
Matéria orgânica 75,6a 70,6b 69,0b 67,8b
Proteina Bruta 74,6a 70,5b 68,0bc 62,8c
FDN 63,0a 56,0b 53,5b 52,3b
a, b, c Médias na mesma linha com letras distintas diferem entre si (P < 0,05).
Fonte: Bolsen et al. (2002).
24
O consumo de alimento pelo animal é regulado pelo seu requerimento energético, o
qual é determinado pelo seu potencial genético para crescimento ou produção de leite, e a
restrição, ou o controle da ingestão de forragem é determinado, principalmente pela taxa de
degradação do alimento no rúmen. Além da taxa de degradação no rúmen, o consumo de
alimento é também é influenciado pelo tempo de permanência do alimento no rúmen e a taxa
de passagem da digesta através do trato digestivo (MERTENS, 1992, 1994). A despeito da
importância da taxa de degradação no consumo de forragem, a ingestão de alimento pelos
ruminantes é complexa e envolve inúmeros fatores como aqueles relativos ao animal (estágio
da gestação, produção de leite, plano nutricional prévio, condição corporal, idade, raça e
sexo), e também ao alimento (degradabilidade, digestibilidade, taxa de passagem, forma física
e composição química). A totalidade de efeitos negativos e positivos e as suas interações
determinam o nível geral de consumo atingido pelo animal.
Por muito tempo foi considerado que o consumo de alimento pelos animais ruminantes
era limitado pelo enchimento do rúmen. Essa hipótese é corroborada pelo fato de que um
aumento na ingestão de alimentos é geralmente observado quando a digestibilidade dos
volumosos é aumentada ou quando o tamanho das partículas do alimento é reduzido
(FAVERDIN & BAREILLE, 1999). No entanto, essa limitação física não tem sido capaz de
explicar todas as variações relacionadas a ingestão voluntária de alimentos. Muitas outras
teorias têm sido estudadas durante os últimos vinte e cinco anos visando explicar a duração e
a freqüência das refeições. Cada teoria pode ser aplicável em algumas condições, mas o
controle do consumo envolve a integração de vários estímulos.
25
2.5.1 Mecanismos de regulação do consumo
O supriemento de nutrientes para os tecidos é regulado por uma “ cascata ’’ de
retroalimentação gerada pela visão e cheiro do alimento, seu gosto, seus efeitos gástrico e
intestinal, receptores hepáticos , sinais ligados ao sangue e deposições teciduais inadequadas
(Figura 4)(BERTIELE, 2006 ) Esses “feedbacks” podem ser usados para gerar associações de
comandos e continuidade da alimentação que são usados na seleção de alimentos a serem
ingeridos e no controle da ingestão voluntária de alimento (COELHO DA SILVA, 2006)
2.5.1.1 Fatores físicos
As limitações físicas estão relacionadas com a degradação do alimento e com o fluxo
da digesta pelo rúmen e outras partes do aparelho gastrintestinal (NRC, 1987), havendo
estreita associação, principalmente, com a digestão da fibra, uma vez que esta limita a taxa de
desaparecimento de material do trato digestório. Evidências indicam que a distensão, causada
por volume e peso da digesta, é detectada por receptores de tensão localizados na parede
ruminal que transmitem sinais para o sistema nervoso central, assim, a ingestão de matéria
seca é limitada pelo enchimento do rúmen (BERTIELE, 2006) (figura 5).
26
Figura - 4. Cascata da saciedade
Fonte: Adaptado de Forbes e Provenza (2000).
Figura - 5. Efeito de distensão no controle da ingestão
Fonte: Adaptado de Fisher (2002).
27
A FDN compreende à fração do alimento insolúvel em meio neutro e potencialmente
degradável, a qual responde pela porção que ocupa espaço no trato digestivo dos ruminantes
(OLIVEIRA et al., 2011). Sua composição química interfere diretamente no efeito de
enchimento ruminal, principalmente quando se relaciona ao grau de lignificação. De maneira
geral, com o avançar da idade das plantas ocorre o aumento da lignificação e diminuição na
relação folha: colmo (Van Soest, 1994), aumentando assim, a interferência da fibra sobre o
consumo de matéria seca (CMS). Dessa forma, aumento na digestinilidade da FDN está
correlacionado com aumento na ingestão de matéria seca e o consumo será menos limitado
pela distenção no trato gastrointestinal.
2.5.1.2 Fatores fisiológicos
O sinal de saciedade é a resposta do excesso de um ou mais metabólitos presentes na
corrente sanguínea em uma taxa maior que esses podem ser removidos (BERCHIELLI,
2006). O metabolismo animal é regulado pelo balanço energético ou nutricional, e para que
isso ocorra, a existência de quimiorreceptores na parede intestinal sinalizam o SNC a
existência de certas condições, tais como: pH , osmolaridade e alguns metabólitos, os quais,
são variáveis fundamentais na regulação do consumo de ruminantes.
A principal fonte de energia para esses animais é a produção de ácidos graxos voláteis
(ácido acético, propiônico e butírico) a partir de substratos fermentados no rúmen que
acontece antes da digesta atingir a fase gástrica da digestão. Em ruminantes, acetato e o
propionato parecem exercer uma função importante no controle da ingestão de alimentos, uma
vez que, experimentos em ovinos, bovinos e caprinos demonstraram redução na ingestão de
alimento devido a infusão intra-ruminal desses metabólicos (NRC, 1987). Tem sido
demonstrado a existência de quimiorreceptores na paredo do rúmen, que são mais sensíveis a
mudanças de pH, mas não especialmente para acetato. Quando foram feita infusões na veia
28
ruminal, propionato era muito mais efetivo na redução de consumo, sugerindo que receptores
de propionato estão presentes fígado (BERCHIELLI, 2006)
Grovum (1995) propôs explicações para entender o por quê são encontrados maiores
efeitos de infusão de propionato em comparação com infusão de acetato, e efeitos dessas
infusões na veia porta comparada com infusões na veia jugular. Este autor sugere que a
redução do consumo de MS é devido ao aumento na secreção de insulina, pois o propionato
aumenta a insulina no plasma (não o acetato); estudos em ovinos mostram que redução da
IMS está associada ao aumento daconcentração de insulina provavelmente há maior estimulo
para a secreção de insulina quando infundido o propionato é infundido na veia porta em
relação a jugular.
Os mesmos mecanismos que controlam o metabolismo estão envolvidos na regulação da
ingestão de alimento. Consequentemente é bastante provável que o sistema nervoso controle
a ingestão de alimento e os gastos energéticos corporais, resultando em um peso corporal
estável durante períodos prolongados (STTEFENS & BENTHEM, 1999).
2.5.1.3 Fatores psicogênicos
Animais de muitas espécies aprendem a identificar os alimentos a partir da visão, do
odor, além de outras características de forma que possam rejeitá-los por causa das
experiências anteriores ou de suas preferências (BERCHIELLI, 2006). Mertens (1985),
postula que estes mesmos fatores, ou similares a estes, afetam o consumo em ruminantes e
sugere que devam ser agregados em uma classe de moduladores ou modificadores
psicogênicos do consumo.
A regulação psicogênica envolve o comportamento animal em resposta a fatores
externos, por exemplo: manejo alimentar, frequência de fornecimento e características da
dieta que não são relacionados ao valor energético ou efeito depletivo do alimento sob o
consumo.
29
2.6 Digestibilidade
Após os processos fermentativos que ocorrem no rúmem, os nutrientes não
degradados, como carboidratos, proteínas e gorduras, além da proteína microbiana, seguem
para o abomaso e intestino delgado (BERCHIELLI, 2006), onde serão submetidos ao
processo de digestão gástrica, desencadeando o processo de conversão de macromoléculas do
alimento em compostos simples que podem ser absorvidos a partir do trato gastrintestinal
(ARAÚJO et al., 1998).
O termo digestibilidade aparente se refere à proporção do alimento ingerido que não
foi excretada nas fezes, desconsiderando a matéria metabólica fecal, representada pelas
secreções endógenas, contaminação por microrganismos e células de descamação do epitélio.
Esta matéria metabólica fecal está relacionada ao consumo, variando de 0,098 a 0,129 g/g de
matéria seca ingerida (Minson, 1990). Quando se desconta a perda metabólica fecal, obtém-se
a digestibilidade verdadeira do alimento, valor esse sempre superior à digestibilidade
aparente. No entanto, no caso da porção fibrosa do alimento, os valores de digestibilidade
aparente e verdadeira são iguais, uma vez que não há produção endógena desse composto no
organismo (Berchielli et al., 2006), entretanto, perdas energéticas e proteicas estão associadas
a este processo (RUSSELL et al., 1992).
A digestibilidade é mais avaliada que a eficiência ou o consumo em experimentos,
porém, essas duas variáveis são preditores mais acurados da resposta animal.. A
digestibilidade dos alimentos consumidos está relacionada à cinética da digestão com
passagem pelo rúmen (NRC, 1987), e sua determinação in vivo é mais realística que a obtida
por métodos laboratoriais (Barbi et al., 1995). Segundo Minson (1990) o coeficiente de
digestibilidade é um dos principais parâmetros para se avaliar alimentos volumosos, pois
fornece uma noção do aproveitamento das diversas frações do alimento. O coeficiente de
30
digestibilidade pode sofrer influência da composição e do preparo dos alimentos, da dieta, de
fatores dependentes dos animais, bem como do nível nutricional, particularmente a densidade
energética da ração (Alves et al., 1999), portanto, é uma variável de grande importância no
sistema de avaliação nutricional de dietas. Sanches (1985) cita que fatores como a qualidade
da dieta, nível de consumo, tempo de retenção da digesta, ciclo de ruminação e taxa de
fermentação ruminal interferem na digestibilidade, estando todos estes fatores associados.
As plantas possuem várias substâncias que causam resistência à degradação pelos
microrganismos ruminais. Dentre estas substâncias podem ser citados a lignina, cutina,
taninos e polifenóis. Devido as estas características, a baixa digestão das gramíneas tropicais
é um fato, raramente ultrapassam valores de 70% de digestibilidade e declinam para 40% ou
menos quando atingem a maturidade (VAN SOEST, 1994). Ligado a isso, a relação
volumoso-concentrado também terá influência sobre a digestibilidade da fração
potencialmente digestível da FDN, uma vez que altas quantidades de concentrados na dieta
aumentam as proporções dos carboidratos prontamente fermentáveis, fazendo com que ocorra
redução do pH ruminal, podendo reduzir sensivelmente a atividade das bactérias fibrolíticas.
Outro fator importante que causa interferência na digestibilidade é o conteúdo de
extrato etéreo (EE) na dieta, que quando superior a 7% da matéria seca, a fermentação
ruminal pode ser inibida (Kozloski, 2011). Esse mesmo autor associa esse efeito a duas
teorias: uma é de que a adsorção dos ácidos graxos insaturados em excesso formaria uma
cobertura hidrofóbica sob a célula microbiana impedindo a adesão na partícula. Outra
explicação seria o efeito toxico direto aos microrganismos.
2.7 Degradabilidade
Os ruminantes são reconhecidos por sua capacidade de transformação de alimentos
grosseiros, em produtos de alto valor nutritivo, tais como a carne e o leite, através de
31
fermentação microbiana no rúmen. Contudo, de todos nutrientes necessários às exigências
nutricionais para mantença, crescimento e, ou produção de bovinos, a energia oriunda da
degradação ruminal de celulose e hemicelulose constitui a principal contribuição dos
alimentos volumosos (ÍTAVO et al., 2002). A digestão dos ruminantes envolve constante
atividade simbiótica dos microrganismos ruminais com o hospedeiro, que são altamente
sensíveis às alterações do meio, afetando não só a extensão da degradação dos componentes
dos alimentos, mas também as quantidades e proporções dos produtos resultantes da ação
destes. A associação entre composição química e o potencial de degradação dos alimentos
determina o maior ou menor crescimento microbiano e produção de ácidos graxos voláteis no
rúmen, que são as principais fontes de proteína e energia para bovinos (Church, 1990).
Em virtude da variação na composição química e à diversificação de métodos de
análises das frações dos alimentos para a determinação de alguns parâmetros ruminais, torna-
se necessária uma avaliação mais precisa do valor nutritivo dos alimentos volumosos e
concentrados. O conhecimento das taxas de degradação e passagem desses alimentos auxiliam
os nutricionistas fornecendo dados para o balanceamento de rações mais eficientes.
Em estudos avaliando a digestibilidade e o valor nutritivo dos alimentos os resultados
obtidos com os métodos in vivo sempre foram mais realísticos do que os métodos disponíveis
em laboratório, onde se tenta reproduzir os processos naturais do rúmen (Orskov, 1982;
Sampaio, 1994). No entanto, os estudos in vivo são limitados pela necessidade de um número
representativo de animais homogêneos, além da necessidade de uma grande quantidade de
alimentos para utilização durante o período experimental. Portanto, técnicas alternativas, tais
como avaliações in situ e in vitro têm sido desenvolvidas visando sobrepor as dificuldades
encontradas nos experimentos in vivo.
As técnicas de incubação in vitro com a utilização de inóculos ruminais têm sido
descritas e usadas como alternativa as técnicas in vivo e in situ para determinar o padrão de
32
digestão de alimentos (Goering & Van Soest, 1970; Tilley & Terry, 1963) principalmente
devido a sua facilidade de uso, custo e estão mais relacionados com a digestibilidade
verdadeira na medida em que não estimam a matéria endógena fecal. As técnicas in vitro para
mensuração da produção de gases têm obtido grande reconhecimento como importante
ferramenta a ser utilizada na avaliação nutricional de alimentos, na investigação dos
mecanismos de fermentação microbiana, no estudo dos modos de ação dos fatores anti-
nutricionais (López et al. 2007), além de fornecer parâmetros para a estimação da taxa de
degradação de frações específicas dos alimentos, como por exemplo a fibra insolúvel em
detergente neutro e carboidratos não fibrosos (Huhtanen et al. 2008).
A técnica in situ de avaliação de alimentos é uma ferramenta que pode ser utilizada
para avaliar a qualidade dos alimentos e prover informações sobre a cinética do processo de
degradação que ocorre no rúmen. O uso da técnica in situ possui a vantagem de permitir uma
rápida estimativa da taxa e extensão da degradação ruminal dos alimentos sem a necessidade
de procedimentos sofisticados ou complicados (Ørskov et al., 1980). A técnica para estimar a
fermentação ruminal através da incubação de pequenas amostras de alimentos dentro do
rúmen foi primeiramente usada por Quin e colaboradores em 1938, contudo, foi depois da
introdução de ferramentas matemáticas capazes de transformar os dados de taxas de
desaparecimento ruminal em valores denominados de degradabilidade efetiva (Ørskov &
McDonald, 1979), que o método passou a ser difundido (Hvelplund & Weisbjerg, 2000). O
método in situ é amplamente utilizado em pesquisas para determinação de estimativas da
degradabilidade ruminal dos alimentos, sendo adotado em vários países (Schwab et al. 2003),
como também pelo NRC (2001).
O método de degradação in situ, apresenta como vantagem o fato deste processo
ocorrer em condições reais do rúmen. Esta técnica é também denominada como técnica do
saco de náilon, pois permite uma estimativa simples e rápida da degradação dos nutrientes no
33
rúmen, além de permitir o acompanhamento da degradação ao longo do tempo. A
determinação do tempo de incubação ou número de horários dependerá do tipo de alimento
avaliado ( Berchielli et al., 2011).
De acordo com Lana (2007) a técnica in situ possui algumas limitações por não haver
evidencia de que haja reabsorção dos produtos de fermentação, não haver segurança de que o
material removido do saco seja absorvido no trato digestivo, e a necessidade do uso de
animais fistulados.
O procedimento in situ consistem em colocar amostras de um alimento dentro de
sacos de náilon, com tamanho de poros definidos (40 – 60 nanômetros) e imersão no rúmen
de animais canulados (bovinos, ovinos ou caprinos). Os poros devem ser pequenos o bastante
para impedir a perda de partículas e grande o bastante para permitir o acesso dos
microorganismos ao material. Devido a pequena quantidade de amostra incubada, estas não
interferem na fermentação ruminal, e admite-se que as condições no interior dos sacos são
semelhantes às ruminais. A amostras são removidas em intervalos de tempos variados e a
proteína bruta é quantificada no material não degradado (Broderick & Cochran 2000).
Pelo menos três frações (A, B e C) da proteína bruta podem ser determinadas.
Assume-se que a fração A é completamente degradada no rúmen e consiste da fração que
passa pelo poros durante o processo de lavagem com água (± 39º C). Incluídos nessa fração,
estão os compostos nitrogenados não proteicos (NNP), a proteína rapidamente solubilizada e a
proteína contida nas pequenas partículas do alimento. A fração B é a proteína insolúvel
potencialmente degradável associada com as partículas de maior tamanho. Ou seja, a
porcentagem da proteína bruta inicial que desaparece da amostra durante o tempo de
exposição ruminal. Por último, assume-se que a fração C não é degradada no rúmen,
independentemente do tempo de exposição da amostra ao ambiente ruminal (Vanzant et al.,
1998).
34
O desaparecimento da proteína bruta é uma função das taxas de digestão e passagem,
as quais, devem ser medidas ou estimada através de equações. O NRC (2001) propõe três
equações para estimar a taxa de passagem, sendo, para volumosos úmidos Kpvu =3,054 +
0,614X1(1); para volumosos secos Kpvs = 3,362 + 0,479X1 – 0,007X2 – 0,017X3 (2) e para
concentrados Kpc = 2,904 + 1,37X1 – 0,020X2 (3), em que, X1 = consumo de matéria seca
(% do peso vivo); X2 = % de concentrado na dieta (base da matéria seca) e X3 = % de FDN
do alimento (em matéria seca).
Torna-se claro, a partir dessas equações, que a ingestão de matéria seca e de
componentes específicos das dietas, como concentrados e forragens são importantes fatores
que afetam a taxa de passagem e, consequentemente, o conteúdo de PDR e PNDR dos
alimentos
Segundo Broderick e Cochran (2000), apesar da grande amplitude de utilização do
método in situ para determinação da degradabilidade ruminal da proteína bruta, existe ainda
uma grande variação nos resultados obtidos em diferentes laboratórios, onde, as principais
fontes de variações são: dieta basal, tipo de amostra e animal, replicação, condições de
incubação, técnica de lavagem e correção para a contaminação microbiana. Dessa forma, a
padronização da técnica é de suma importância para permitir uma avaliação adequada dos
alimentos e uma comparação dos resultados obtidos. Por isso, algumas condições para a
avaliação da degradabilidade ruminal da proteína bruta são sugeridas para padronizar o
processo (Tabela 15).
Dentre os principais problemas encontrados na utilização do método in situ para a
avaliação da degradação da proteína em forragens, ressalta-se a elevada proporção de materal
solúvel em água contido nas forragens, o que a técnica erroneamente considera degradável.
35
Tabela -7. Recomendações para experimentos in situ
itens recomendações
Dieta basal Relação volumoso/concentrado 60:40
Nível de alimentação Mantença ou voluntário
Material dos sacos Poliéster ou náilon
Tamanho dos poros 40 - 60 µm
Relação amostra /área de superfície 10 - 15 mg/cm²
Peso da amostra (sacos medindo 10 x 15 cm) 4,5 g
Moagem (concentrado, volumoso) 2 mm
Espécie animal Bovino, ovino, etc.
Número de animais 2
Número de dias 2 - 3
Número de sacos 2 - 3
Posição dos sacos no rúmen Saco ventral com movimento livre
Ordem de entrada /remoção Entrada sequencial e remoção conjunta
Tempos de incubação 0, 2, 4, 8, 16, 24 e 48 horas (72 p/ forragem)
Correção para contaminação microbiana Sim, para volumosos com baixo teor proteico
Adaptado de Broderick e Cochran (2000) e Vanzant et al., (1988).
O princípio do método in situ é que os microorganismos devem entrar nos sacos que
contém as amostras e degradá-las de maneira similar ao processo que ocorre no exterior dos
sacos. Desse modo, as amostras serão colonizadas pelos microorganismos. O procedimento de
lavagem após a incubação remove o material degradado e parte dos microorganismos, mas
alguns permanecem aderidos à amostra, não sendo removidos durante o processo. A
contamição microbiana influencia pouco o valor de degradabilidade da matéria seca, mas,
devido elevado teor de nitrogênio nos microorganismos, a degradabilidade da proteína bruta
pode ser subestimada, principalmente para as forragens. Dessa forma, correções devem ser
feitas nos valores de degradabilidade obtidos, através de um ΔDE, sendo que, tais correções
são baseadas no teor de PB e ou FDN das amostras. Assim, ΔDE = 20,2 – 0,674 * PB (% MS)
ou ΔDE = 6,4 – 0,353 * PB (% MS) + 0,170 * FDN (% MS), (Michalet-Doureaue Ould-Bah,
36
1992). Contudo, apesar da correção sugerida ser facilmente aplicável, pois são baseadas em
equações lineares e nos conteúdos de PB e FDN da amostra, as mesmas podem ser eficientes
para todos os tipos de alimentos analisados (Vanzant et el.,1988).
O presente trabalho foi formatado seguindo as normas da Revista Small Ruminant
Research.
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46
CAPÍTULO 1 1 2
3
Avaliação nutricional da silagem de capim-Zuri (Panicum 4
maximum cv. BRS Zuri) contendo diferentes aditivos 5
6
7
1 INTRODUÇÃO 8
O uso de silagem de gramíneas forrageiras tem se tornado muito comum 9
na produção de ruminantes. A possibilidade de vários cortes do capim durante o 10
ano e posterior aproveitamento via pastejo pode compensar as dificuldades na 11
confecção da silagem, tornando-se uma alternativa economicamente viável. 12
Assim, é garantido um estoque de forragem, e tem-se um maior aproveitamento 13
do potencial produtivo da espécie forrageira, fazendo com que haja intensificação 14
do sistema. 15
Em 2014 a EMBRAPA lançou a cultivar Panicum maximum cv. BRS 16
Zuria, a qual, vem merecendo atenção dentro do cenário pecuário nacional devido 17
sua produtividade. Apresenta de 11 a 15% de proteína bruta nas folhas com 18
aproximadamente 7 a 12% nos colmos, e quando avaliada em parcelas sob corte 19
manual, atingiu produção de 21,8 t/ha/ano de matéria seca foliar (Embrapa, 2014). 20
Atualmente está sendo estudada e pesquisada para se obter informações 21
adequadas de uso sob a forma tanto de pastejo quanto de silagem. Esse cultivar foi 22
lançado em 2014, como mais uma alternativa para a diversificação das pastagens 23
no Brasil. Porém, as informações sobre essa cultivar ainda são insuficientes, 24
principalmente em relação ao seu potencial de ensilabilidade. 25
47
De modo geral, ao ensilarmos gramíneas nos deparamos com algumas 26
características intrínsecas da forrageira que influenciam o processo fermentativo. 27
No momento ideal da colheita elas possuem alto teor de umidade, o que associado 28
ao alto poder tampão resulta em uma silagem de baixa qualidade (ÁVILA et al., 29
2003). Devido à essa complexidade e interação de fatores na produção de silagem 30
de gramíneas todas as alternativas que possam proporcionar melhora na qualidade 31
do produto devem ser exploradas. Uma das formas de reduzir o crescimento de 32
microrganismos indesejáveis e minimizar as perdas por fermentação secundária é 33
a adição de aditivos no momento da ensilagem. No caso da ensilagem de 34
gramíneas tropicais os aditivos estimulantes de fermentação e absorventes 35
umidade são os mais utilizados (NEUMANN et al., 2010). Busca-se com o uso 36
bactérias homofermentativas, heterofermentativas, ou a combinação destas, 37
dominância na fermentação dentro do silo, e, com isso, diminuir perdas e formar 38
produtos finais que não inibam o consumo e a produção do animal. Já no caso dos 39
aditivos absorventes o objetivo é melhorar e recuperar a MS, como também, 40
fornecerem nutrientes ao material conservado. 41
Sob essa ótica, o uso de aditivos visa potencializar o processo 42
fermentativo e conservação da silagem e, por consequência, produzir alimento de 43
qualidade com menores perdas, tais como, inoculantes comerciais, alimentos 44
padrão ou até mesmo coprodutos possuem potencial de serem utilizados 45
como aditivos no processo de conservação de forragem e, por 46
conseguinte, na alimentação animal.. Os principais coprodutos que podem 47
ser usados são obtidos após a extração do óleo de sementes de 48
oleaginosas (torta e farelos), tais como a glicerina bruta e o melaço de 49
48
soja. De acordo com Vieira et al. (2010) vários são os trabalhos nos quais são 50
utilizados diferentes proporções de concentrado na dieta, contudo poucos foram 51
aqueles que utilizaram as silagens de capins como fonte de volumoso. 52
Dessa forma, objetivou-se avaliar o efeito dos aditivos inoculante 53
bacteriano, inoculante ênzimo-bacteriano, milho grão moido, glicerina bruta e 54
melaço de soja na produção da silagem de capim Zuri sobre o consumo, 55
digestibilidade e balanço de nitrogênio em cordeiros confinados, bem como a 56
degradabilidade in situ das silagens. 57
58
2 MATERIAL E MÉTODOS 59
O experimento foi realizado na Universidade Federal do Mato Grosso, 60
Campus de Sinop, e as análises químico-bromatólogicas das silagens de capim-61
Zuri (Panicum maximum cv. BRS Zuri) foram realizadas no Laboratório de 62
Nutrição Animal e Forragicultura do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais. 63
Os tratamentos foram: controle (sem adição de aditivo), capim zuri mais 64
inoculante microbiano (Sila-Prime - inoculado 10 g/ton na matéria natural), capim 65
zuri mais inoculante ênzimo-microbiano (Sil All 4x4 WS – inoculado 10 g/ton na 66
matéria natural), capim zuri mais milho grão moído (Inclusão de 10% da matéria 67
natural), capim zuri mais glicerina bruta (Inclusão de 10% da matéria natural) e 68
capim zuri mais melaço de soja (Inclusão de 10% da matéria natural). Na 69
confecção das silagens experimentais, utilizou-se capim Zuri estabelecido na área 70
experimental da EMBRAPA Agrosilvipastoril. O capim foi colhido, desintegrado 71
(ensiladeira JF- 90) aproximadamente a 5 centímetros e ensilado com os aditivos 72
descritos acima. 73
49
Os inoculantes, microbiano e ênzimo-microbiano, foram diluídos em 74
água e aplicados com pulverizador manual de 2 litros de modo que se obtivesse a 75
recomendação do fabricante (10 g/ton). O MGM e GB foram adicionados 76
diretamente na forragem desintegrada, já o MEL/S, devido suas características 77
físicas, foi diluído em água e utilizado uma bomba costal para aplicação visando 78
garantir uma mistura mais homogênea. Todos os aditivos foram misturados 79
manualmente ao capim e ensilados em tambores plásticos com capacidade de 200 80
L cada (três por tratamento), com tampa provida de válvula do tipo “Bunsen” para 81
impedir a entrada de ar e permitir o livre escape dos gases da fermentação, sendo 82
colocado no fundo de cada tambor um saco de pano contendo serragem para 83
absorver o efluente produzido. A compactação foi realizada de forma homogênea 84
entre eles, visando manter a densidade pré-determinada de 650 kg de matéria 85
natural/m3. Após estas operações, estes tambores foram vedados, mantidos em 86
área coberta e sob temperatura ambiente, e foram abertos 62 dias após a 87
confecção. 88
Para avaliação do consumo e da digestibilidade das silagens foram 89
utilizados 12 ovinos machos, da Raça Santa Inês, castrados, com peso vivo médio 90
de 24,30 ± 3,32 Kg. No início do experimento, os animais foram pesados e tratados 91
contra endo e ectoparasitos, sendo estes confinados em gaiolas de metabolismo, 92
com cocho e bebedouro individuais alocados no Setor de Metabolismo Animal do 93
Programa de Pós-graduação em Zootecnia da UFMT - Sinop. 94
Os animais foram distribuídos em seis quadrados latinos 2 x 2 simples 95
agrupados (dois animais e duas relações concentrado: volumoso), replicados uma 96
vez no tempo, sendo que cada quadrado latino 2x2 representou um tipo de 97
50
volumoso, num total de seis tipos, com diferentes aditivos como segue: silagem de 98
capim sem aditivo (controle), silagem de capim com inoculante microbiano Sila-99
Prime, silagem de capim com inoculante ênzimo-microbiano Sil All 4x4 WS, 100
silagem de capim com milho grão moído (10% da MN), silagem de capim com 101
glicerina bruta (10% na MN) e silagem de capim com melaço de soja (10% na 102
MN). Para avaliação da digestibilidade e do teor de NDT dos seis tipos de 103
silagens, foram utilizadas duas dietas contendo diferentes relações de volumoso: 104
concentrado, sendo (V:C, % da MS) 65:35 e 80:20. As dietas experimentais foram 105
balanceadas para conter 15% de PB (% MS), segundo recomendações para 106
mantença com um consumo de 3% do peso vivo, em função das diferentes 107
relações de volumoso e concentrado (Tabela 8), isso, pelo fato dos animais 108
apresentarem pesos variados, assim, sendo uma forma de padronizar a avaliação. 109
A duração do experimento com animais foi de 48 dias, divididos como 110
segue: dois períodos de 12 dias cada, totalizando 24 dias, os quais foram 111
replicados uma vez no tempo, totalizando os 48 dias. Cada período foi composto 112
por sete dias para adaptação dos animais às dietas e cinco dias para coleta de 113
dados e amostras referentes ao consumo e digestibilidade dos nutrientes e balanço 114
de compostos nitrogenados. 115
116
117
118
119
120
121
51
Tabela - 8. Composição química das dietas experimentais, em % na matéria seca 122
Variáveis Aditivos na silagem de capim zuri
C IM IEM MLS GB MGM
Relação V:C (%) = 65:35
MS 498 503 492 528 538 547
MO 916 918 919 915 520 932
PB 74 76 77 97 79 86
EE 30 27 28 31 26 24
FDN 483 451 487 392 397 357
FDA 245 240 246 220 211 180
CNF 287 320 283 350 380 414
NDT 498 504 514 566 537 532
Relação V:C (%) = 80:20
MS 390 395 387 426 439 449
MO 907 909 910 908 912 927
PB 132 135 136 161 138 147
EE 25 22 23 28 21 19
FDN 569 529 547 456 463 414
FDA 295 288 245 262 261 214
CNF 134 176 129 214 300 294
NDT 490 498 510 574 538 532
123 1Uréia e sulfato de amônio na proporção de 9:1; 124 2 Misturado na proporção de 10% na matéria natural de forragem; 125 3 Melaço de Soja com 79,62% de matéria seca e 10,69 de PB (FIAGRIL); 126 4 Mistura mineral fornecida pela Nutron (ovinos); 127 5 Utilizado conforme recomendação do fabricante. 128 6 Fornecido (g de MS dia) 129 C: Controle; IM: inomculante microbiano; IEM: inoculante ênzimo-microbiano; GB: 130 Glicerina Bruta; MEL/S: Melaço de soja; MGM: Milho grão moído. 131
132
A alimentação foi fornecida diariamente às 7:30 e 15:30 h, na proporção 133
de 3% do peso vivo, em kg de MS/dia. Durante o fornecimento os alimentos 134
foram misturados manualmente nos comedouros. Diariamente, pela manhã, 135
antecedendo ao fornecimento das dietas, foram coletadas as sobras de alimento de 136
cada animal, sendo estas pesadas e anotado os dados em planilhas apropriadas 137
para o controle de alimentos fornecidos. Após as pesagens e consecutivas 138
anotações, foram realizadas amostragens dessas sobras, cujas amostras foram 139
acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificadas e armazenadas em 140
52
freezer (-10oC). Os alimentos fornecidos também foram amostrados diariamente 141
durante todo o período de coleta e acondicionados em sacos plásticos devidamente 142
identificados e armazenados em freezer (-10oC). Ao final de cada período de 12 143
dias, as amostras de alimentos fornecidos, bem como as amostras de sobras de 144
cada animal, foram retiradas do freezer, descongeladas em temperatura ambiente e 145
homogeneizadas manualmente, de forma a produzir uma amostra composta por 146
animal em cada período experimental. Da mesma forma, procedeu-se a confecção 147
de uma amostra composta por animal e período experimental. 148
A coleta total de fezes foi realizada utilizando bolsas coletoras adaptadas 149
aos animais do 8º ao 12º dia de cada período experimental. Após a coleta e 150
pesagem das fezes, realizadas sempre às 08:00 e 17:00 horas, foram retiradas 151
amostras equivalentes a 10% do peso total excretado, a qual, foram adicionadas 152
em sacos plásticos devidamente identificados e armazenadas em freezer (-10oC) 153
para posteriormente secagem e análise química. 154
As amostras de silagens, de concentrado, de sobras e de fezes foram 155
secas em estufa com ventilação forçada (55ºC) e processadas em moinho de facas 156
(Marconi, modelo MA 680/e) utilizando-se peneira de 1 mm. Após a secagem 157
parcial das amostras diárias de fezes, de cada animal, foram feitas amostras 158
compostas baseadas na excreção diária de matéria seca fecal, para posterior 159
análise química. 160
As determinações do conteúdo de matéria seca (MS), matéria orgânica 161
(MO), proteína bruta (PB; N x 6,25) e extrato etéreo (EE) foram realizadas 162
conforme AOAC (1990). As análises de fibra em detergente ácido (FDA) e 163
Lignina (ácido sulfúrico) foram realizadas de acordo com Van Soest e Robertson 164
53
(1985). Para as análises de FDN foi efetuado tratamento com alfa-amilase termo-165
estável, sem o uso de sulfito de sódio, sendo estas corrigidas para cinzas residuais 166
(MERTENS, 2002). A correção da FDN e FDA para os compostos nitrogenados e 167
a estimação dos conteúdos de compostos nitrogenados insolúveis em detergente 168
neutro (NIDN) e ácido (NIDA) foram realizadas conforme Licitra et al., (1996). 169
As análises de FDN e FDA foram realizadas em sistema Ankon, utilizando 170
sacos de TNT, com dimensões de 5cm x 5cm, mantendo-se relações média de 20 171
mg de MS /cm2 de tecido e 100 mL de detergente neutro/g de amostra seca ao ar. 172
Os carboidratos totais (CHOT) das amostras foram calculados segundo 173
metodologia descrita por Sniffen et al. (1992), em que CHOT(%) = 100 - (%PB + 174
%EE + %Cinzas). Os teores de carboidratos não-fibrosos corrigidos para cinzas e 175
proteína (CNFcp) forão calculados conforme proposto por Detmann & Valadares 176
Filho (2010), sendo: CNFcp = 100 - [(%PB - %PB derivada da uréia + %uréia) 177
+ %FDNcp + %EE + %Cinzas]. Os totais de nutrientes digestíveis (NDT) foram 178
calculados com adaptações ao descrito por Weiss (1999), pela seguinte equação: 179
NDT (%) = PBD + FDNcpD + CNFcpD + 2,25EED, em que: PBD = proteína 180
bruta digestível; FDNcpD = fibra em detergente neutro digestível; CNFcpD = 181
carboidratos não-fibrosos digestíveis; e EED = extrato etéreo digestível (Tabela ). 182
183
184
185
186
187
188
54
189
190
Tabela -9. Composição bromatológica da silagem de capim zuri contendo 191 diferentes aditivos 192
Item Volumoso (g/Kg) g/Kg
65 80
C IM IEM GB MEL/S MGM
MS1 970,3 963,4 246,0 251,9 242,7 307,1 290,6 320,4
PB1 267,3 366,2 74,0 77,9 79,2 71,3 110,0 92,4
EE1 39,6 33 24,0 19,8 20,5 19,1 26,6 15,7
MO1 936 911,6 905,5 908,4 909,0 910,7 905,6 930,4
MM1 64 88,3 94,5 91,6 91,0 89,3 94,4 70,1
CHOT1 629,1 512,4 807,6 810,7 809,4 820,3 769,0 822,3
CNF1 527,3 408 157,3 210,3 152,0 302,0 255,5 355,5
FDN1 121 128,6 679,5 629,3 685,3 546,3 536,9 485,1
FDA1 38 41,6 357,5 350,5 368,5 304,4 317,9 256,6
LIG1 8,49 7,54 80,2 75,6 72,6 53,5 52,1 42,3
PIDN1 131,9 154,4 22,3 24,8 23,3 35,5 27,4 19,3
PIDA1 21,9 22,5 13,7 11,4 11,2 16,8 13,5 14,7
NDT1 806,2 754,9 496,6 518,1 570,1 572,4 583,6 621,8
CHOT S1 - - 58,0 63,0 61,0 75,0 72,0 95,0
N-NH31 - - 173,0 172,0 175,0 218,0 93,0 100,0
PH1 - - 4,2 4,6 4,9 4,0 3,6 3,9 1 g/Kg da MS. 193 C: Silagem de Capim-Zuri sem aditivo (Controle); IM: Silagem de Capim-Zuri com inoculante 194 microbiano; IEM: Silagem de Capim-Zuri com inoculante enzimo-microbiano; GB: Silagem de 195 Capim-Zuri com glicerina bruta; MEL.S: Silagem de Capim-Zuri com melaço de soja; M.G.M: 196 Silagem de Capim-Zuri com milho grão moido; MS: Matéria seca; PB: Proteína bruta; EE: Extrato 197 etério; MO: Matéria orgânica; MM: Mistura mineral; CHOT: Carboidratos totais; CNF: 198 Carboidrato não fibroso; FDN: Fibra insolúvel em detergente neutro; FDA: Fibra insolúvel em 199 detergente ácido; LIG: Lignina; PIDN: Proteína insolúvel em detergente neutro; PIDA: Proteína 200 insolúvel em detergente ácido; NDT: Nutrientes digestíveis totais; CHOT S: Carboidratos 201 solúveis; NH3: Nitrogênio amoniacal. PH: Potencial hidrogênico. 202
203
As amostras de urina foram obtidas de todos os animais a partir de coleta 204
total de urina em recipientes (baldes) no piso, contendo 20 mL de solução de 205
ácido sulfúrico a 20% v/v, do 8o ao 12o dia de cada período foram coletadas cinco 206
repetições para cada tratamento. Após o período de 24 horas, foi determinado o 207
volume total excretado, as amostras foram homogeneizadas e, em seguida, 208
55
retiradas alíquotas de 10 mL de urina, as quais foram adicionadas com 40 mL de 209
ácido sulfúrico 0,072N, congeladas à -10oC para posterior análise de nitrogênio 210
total e uréia. 211
O balanço de nitrogênio (N-retido, g/dia) foi calculado com: N-retido = 212
N ingerido (g) – N nas fezes (g) – N na urina (g). As análises de uréia nas 213
amostras de urina foram realizadas por meio de sistema enzimático-colorimétrico 214
pelo método urease, utilizando-se kits comerciais (Labtest Diagnóstica S.A.). O 215
N-uréico foi obtido multiplicando-se o teor de ureia por 0,466. 216
Para a avaliação in situ foi utilizado um bovino mestiço, canulado no 217
rúmen, com peso médio de 450 kg e idade entre 44 a 48 meses. O animal foi 218
alimentado duas vezes ao dia (07:00 e 17:00 horas) sendo fornecido silagem de 219
capim Zuri como volumoso exclusivo, milho e farelo de soja como concentrado 220
mantendo uma relação volumoso concentrado de 70:30 (com base na matéria seca 221
da dieta). A alimentação foi fornecida em quantidades suficiente para que se 222
obtivesse aproximadamente 10% de sobras no cocho. 223
Amostras dos 6 tratamentos (controle, silagem com inoculante 224
microbiano, silagem com inoculante ênzimo-microbiano, silagem com milho grão 225
moído, silagem com melaço de soja, silagem com glicerina bruta) foram alocadas 226
em sacos de náilon (R1020 – ANKOM) com porosidade de 50 micras com 227
tamanho de 10 x 20 cm e relação média de 20 mg de amostra por cm² de área 228
superficial dos sacos. Inicialmente, os sacos de náilon foram aquecidos a 65º C 229
por 24 horas, alocados em dessecador e depois pesados. Posteriormente, os sacos 230
foram preenchidos com 5 g de ASA proveniente das seis silagens, sendo que, cada 231
uma foi repetida três vezes. As amostras foram incubadas no rúmen, de forma 232
56
sequencial, com a finalidade de serem retiradas conjuntamente no final do período 233
de incubação, sendo utilizado os tempos de 0, 2, 4, 8, 16, 24, 36, 48, 72 e 96 234
horas, originando um total de 180 amostras. 235
Imediatamente após serem retirados do rúmen, os sacos foram imersos 236
em água fria (± 0º C), e posteriormente lavados, manualmente, em água corrente 237
em temperatura ambiente, até que a mesma estivesse limpa. Após a lavagem, os 238
sacos foram levados `a estufa de ventilação forçada (temperatura de 55 ºC) por 72 239
horas. Em seguida, resfriados em dessecador por 30 minutos e pesados para 240
determinar o resíduo de matéria seca (Passini et al., 2004). 241
Nos resíduos de incubação foram determinados os teores de matéria seca 242
e proteína bruta, como descrito anteriormente, de forma a estimar proporção de 243
desaparecimento destas frações nos respectivos tempo de incubação. As frações 244
solúveis (tempo zero de incubação) foram determinadas por meio dos mesmos 245
procedimentos, porém sem incubação ruminal, sendo somente lavadas em água 246
corrente. 247
A análise de variância foi realizada de acordo com o modelo estatístico 248
abaixo: 249
Yijkl = µ + Ai + QL(A)ij + Ani(QL)kj + P(QL)lj + RVCm + Ai x RVCm + εijklm 250
onde: 251
yijklm: Observação referente ao efeito da aplicação da relação 252
concentrado: volumoso m, no animal k, no período l, no quadrado latino j, no 253
bloco i; 254
μ: Média geral; 255
Ai: Aditivo i; 256
57
QL(A)ij efeito do quadrado latino j dentro do aditivo i; 257
Ani(QL)kj: efeito do animal k dentro do quadrado latino j;
258
P(QL)lj: efeito do período l dentro do quadrado latino j; 259
RVCm: efeito da relação concentrado: volumoso da dieta m; 260
Ai x RVCm: efeito de interação entre o aditivo i e a relação concentrado: 261
volumoso da dieta m;
262
εijklm: Erro aleatório associado à cada observação ijklm. 263
264
As avaliações dos efeitos dos aditivos na ensilagem de capim-Zuri, sob 265
as variáveis analisadas, foram realizadas através da análise de variância por 266
intermédio do PROC Mixed, segundo o modelo acima descrito, sendo as 267
comparações de médias de mínimos quadrados para as silagens realizados através 268
do teste de Tukey, utilizando-se 5% de probabilidade para o erro tipo 1. As 269
estimativas dos parâmetros da cinética de degradação in situ da MS e PB foram 270
ajustados modelos de regressão não-linear pelo método iterativo de Gauss-271
Newton, inserido no procedimento PROC NLIN, segundo o modelo proposto por 272
Ørskov et al., (1980): 273
Ŷ = A + B*(1-exp-kd*t), onde: 274
Ŷ = fração solúvel (g/kg), 275
A = fração solúvel (g/kg), 276
B= fração insolúvel potencialmente degradada (g/kg), 277
kd = taxa fracional de degradação (h-1), 278
t = tempo de incubação (h), 279
58
Para todos os procedimentos de análise estatística foi usado o programa 280
SAS (SAS Institute, 2005). 281
282
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 283
Não houve interação (P>0,05) entre os aditivos das silagens de capim-284
Zuri e os níveis de concentrado sob todas as variáveis analisadas. Contudo, houve 285
diferença (P<0,05) no consumo, digestibilidade e balanço de nitrogênio em função 286
dos níveis de concentrado e aditivos utilizados. Dietas com 650 g/kg de volumoso 287
proporcionaram maiores (P<0,05) consumo de MS, MO, PB, CNF e NDT e não 288
diferiram o consumo de FDN (Tabela 10). A variação do consumo de nutrientes, 289
em função dos níveis de concentrado na dieta, pode ser explicado por uma 290
possível limitação química ou metabólica, provocada pela alta concentração 291
energética destas dietas. De acordo com VAN SOEST (1994), dietas muito 292
concentradas proporcionam uma elevada produção de ácidos graxos voláteis, bem 293
como provocam uma modificação na relação acetato:propionato, alterando as 294
condições do ambiente ruminal, influenciando o consumo de matéria seca. 295
Maiores consumo de MS foram observados silagens com MGM e IEM 296
sendo equivalente a silagens com GB e MLS, as quais, não diferiram das demais 297
(Tabela 2). Segundo Owens e Goetsch (1993), aumentos da participação de grãos 298
na dieta elevam o consumo, devido à maior densidade física do alimento, à 299
diminuição do tamanho de partícula e a reflexos na velocidade de passagem. 300
Contudo, a resposta ao consumo em dietas à base de silagem e concentrado é 301
muito variável devido, principalmente, ao padrão de fermentação da forragem 302
ensilada, o que pode explicar o maior consumo da silagem contendo IEM. 303
59
A inclusão de MGM, IEM, MLS e GB proporcionaram maiores consumo 304
de matéria orgânica, porém, silagem com GB não teve diferença entre a silagem 305
controle e silagem com inoculante microbiano, as quais apresentaram menores 306
consumos. (Tabela 10). Tanto nas silagens com MGM , MLS quanto naquela 307
com glicerina bruta esse maior consumo está atribuído ao incremento desse 308
nutriente pelos aditivos, já o maior consumo derivado da silagem com inoculante 309
enzimo-microbiano está relacionado com maior consumo de matéria seca. 310
O consumo de proteína bruta foi maior (P<0,05) nas silagens com 311
MGM, MLS e IEM, onde, silagens com MLS e IEM não diferiram da silagem 312
com GB , a qual, foi igual às silagens com IM e C, uma vez que apresentaram 313
menores consumos. (Tabela 10). Os aditivos MGM e MLS elevaram os valores de 314
PB da silagem, destacando-se o MLS, fato esse, ocorrido possivelmente pelo 315
baixo teor de N-NH3 produzido no processo de ensilagem. Sob essa mesma ótica, 316
a silagem com glicerina bruta apresentou elevada concentração de N-NH3 e baixo 317
teor de PB, onde seu consumo intermediário pode ser explicado pelo maior 318
(P<0,05) consumo de MS. 319
Para o consumo de CNF silagens com milho grão moído e sem aditivo 320
(Controle) tiveram maior e pior consumo, respectivamente. Resultado já esperado, 321
uma vez que o milho é caracterizado pelo alto conteúdo de carboidratos não 322
fibrosos como o amido no milho, frutose, dextrose, glicose, entre outras pentoses. 323
Fato este, que também contribuiu para o maior consumo de NDT da silagem 324
contendo MGM, justificado pela correlação entre o consumo de NDT e CNF 325
(Tabela 10). 326
60
A silagem controle resultou numasilagem com consumo de FDN mais 327
(P<0,05) elevado (Tabela 10). A FDN é a fração de carboidratos estruturais dos 328
alimentos e está relacionada à regulação do consumo, da taxa de passagem e da 329
atividade mastigatória dos ruminantes (Cardoso et al., 2006). Assim, elevados 330
teores de FDN na dieta limitam o consumo de MS, mas induzem maior consumo 331
de FDN (Dantas Filho et al., 2007). 332
Dietas com 650 g/Kg de volumoso promoveram maiores (P<0,05) 333
coeficientes de digestibilidade de praticamente todas variáveis analisadas não 334
diferindo apenas a digestibilidade do NDT entre dietas com 800 g/Kg de 335
volumoso (Tabela 11). Pode estar associado à maior concentração de carboidratos 336
não fibrosos das rações com maior teor de concentrado, uma vez que estes são 337
mais digestíveis que os carboidratos fibrosos presentes nas forragens (Araújo et al. 338
1998). Segundo Valadares, et al. (1987), carboidratos não estruturais possuem 339
coeficiente de digestibilidade aparente total acima de 90% e carboidratos 340
estruturais próximos de 50%, o que reflete na menor digestão em dietas com 341
maiores teores de carboidratos estruturais. 342
Entre os aditivos estudados, o MGM, MLS e GB proporcionaram silagens 343
com maiores coeficientes de digestibilidade da matéria seca, as quais, seguiram o 344
mesmo comportamento para digestibilidade da matéria orgânica (Tabela 11). 345
Rocha Jr. et al. (2002) verificaram alta correlação entre digestibilidade da matéria 346
seca e digestibilidade da matéria orgânica quando analisaram o valor energético 347
de vários alimentos para ruminantes. Dessa forma, a digestibilidade da matéria 348
orgânica traduz-se numa maneira eficiente de avaliação energética dos alimentos. 349
350
61
Tabela -10. Consumos de componentes nutricionais (% do peso vivo) de dietas contendo duas proporções de volumoso (V) a base de silagem de 351 Capim-Zuri com diferentes aditivos (A), com os respectivos coeficientes de variação (CV %) e níveis de significância (P) 352
Item Volumoso (V) Aditivos (A)
CV (%) P Valor
650 800 C IM IEM GB MLS MGM V A CxA
MS1 28,29a 26,28b
25,96b 25,45b 28,92a 27,1ab 26,99ab 29,76a
6,73 0,0056 0,0005 0,73
MO1 24,81a 21,56b
20,63c 18,99c 25,61ab 23,86abc 22,48bc 27,52a
13,71 0,0015 <0,0001 0,6
PB1 4,79a 3,64b
3,70c 3,52c 4,48ab 4,03bc 4,64ab 4,93a
10,4 <0,0001 <0,0001 0,59
CNF1 9,40a 6,47b
5,91d 6,60d 6,90cd 9,38b 8,18bc 11,47a
11,68 <0,0001 <0,0001 0,58
FDN1 11,88 11,33
12,05ab 9,85b 10,02b 11,06b 10,27b 11,38b
18,05 0,36 0,0006 0,76
NDT1 15,87a 14,63b
13,71b 13,36b 15,42b 15,62b 14,94b 18,44a
10,36 0,0116 <0,0001 0,86 1Gramas por quilo de peso corporal; 353 Médias na mesma linha seguidas por letras minúsculas iguais não diferem entre si, segundo teste de Tukey com 5% de probabilidade para o erro tipo I. 354 C: Controle; IM: Inoculante microbiano; IEM: Inoculante ênzimo-microbiano; GB: Glicerina bruta; MLS: Melaço de soja; MGM: 355 Milho grão moído; MS: Matéria Seca; MO: Matéria orgânica; PB: Proteína buta; CNF: Carboidratos não fibrosos; FDN: Fibra em 356 detergente neutro; NDT: Nutrientes digestíveis totais. 357
62
Ocorreu diferença no coeficiente de digestibilidade da FDN (P>0,05) 358
apenas na silagem comglicerina bruta (Tabela 11). A digestibilidade da FDN é 359
negativamente correlacionada ao nível de inclusão de concentrado na dieta, 360
possivelmente pela inibição ou redução da atividade de microrganismos 361
fibrolíticos, assim, a boa homogeneização da dieta pode ter evitado a seleção de 362
concentrado pelos ovinos, mantendo a relação ingerida próximo a da fornecida. 363
Os maiores coeficientes de digestibilidade da FDN nas demais dietas pode ter 364
ocorrido devido ao incremento de nutrientes oriundos dos aditivos, ou mesmo, 365
disponibilidade de concentrado na dieta. Visto que, a digestão da celulose no 366
rúmen do alimento volumoso depende da atividade dos microrganismos e se 367
adicionado nutrientes benéficos aos microrganismos, isso resulta na melhoria da 368
digestibilidade aparente da celulose (Gonçalves et al., 2009). 369
A silagem com milho grão moído teve destaque sob o coeficiente de 370
digestibilidade, mantendo valores elevados para todas variáveis analisadas. 371
Podendo ser explicado devido ao fato do amido e os açúcares solúveis, de maiores 372
concentrações no milho, serem mais digeridos por enzimas, tanto endógenas 373
quanto exógenas (Berchielli 2011). Este efeito é amplamente evidenciado na 374
literatura (Tibo et al, 2000; Ítavo et al, 2002; Bürger et al, 2000; Signoretti et al, 375
1999). 376
377
63
Tabela - 11. Digestibilidade dos componentes nutricionais (g/kg) de dietas contendo diferentes duas proporções volumoso (V) a base de 378 silagens de Capim-Zuri com diferentes aditivos (A), com os respectivos coeficientes de variação (CV %) e níveis de 379 significância (P) 380
Item Volumoso ( V) Aditivos (A)
CV (%) P Valor
650 800 C IM IEM GB MLS MGM V A CxA
MS1 591,46a 552,74b
528.13c 550,53bc 551,69bc 580,33abc 592,29ab 629,64a 7,2 0,0031 0,0006 0,1774
PB1 660,83a 580,67b
575,17b 609,6ab 644,84ab 577,87b 647,12ab 669,88 a 8,4 <0,0001 0,0041 0,7467
MO1 618,58a 585,27b
565,37b 590,86b 578,75b 603,09ab 621,81ab 651,85a 6,7 0,0071 0,0024 0,2818
CHOT1 546,37a 511,17b
507,47bc 451,11c 513,34bc 539,70b 534,34b 626,64a 10,1 0,0318 <0,0001 0,9133
CNF1 610,4a 561,23b
561,29c 539,86c 582,89bc 595,40b 579,02bc 686,28a 6,09 <0,0001 <0,0001 0,0671
FDN1 546,13a 523,30b
540,65ab 484,54b 578,34a 518,87ab 514,42ab 571,47a 9,7 0,1393 0,0096 0,4606
NDT1 679,35 668,32 671,14a 672,61a 747,88a 590,61b 758,74a 702,01a 10,84 0,6054 <0,0001 0,4141 1 Gramas por quilo; 381 Médias na mesma linha seguidas por letras minúsculas iguais não diferem entre si, segundo teste de Tukey com 5% de probabilidade para o erro tipo I. 382 C: Controle; IM: Inoculante microbiano; IEM: Inoculante ênzimo-microbiano; GB: Glicerina bruta; MLS: Melaço de soja; MGM: 383 Milho grão moído; MS: Matéria Seca; PB: Proteína buta; MO: Matéria orgânica; CHOT: Carboidratos totais; CNF: Carboidratos não 384 fibrosos; FDN: Fibra em detergente neutro; NDT: Nutrientes digestíveis totais. 385 386
64
A proporção de volumoso nas dietas influenciaram o balanço de 387
nitrogênio. Dietas com 650 g/Kg de volumoso tiveram uma maior (P<0,05) 388
ingestão (g/dia e g/kg0,75/dia), excreção nas fezes (g/dia e g/kg0,75/dia) dos 389
compostos nitrogenados e a retenção de nitrogênio (g/dia e g/kg0,75/dia) (Tabela 390
12). Resultado já esperado, uma vez que, o balanço de nitrogênio é altamente 391
influenciado pelo teor de concentrado na dieta, o que reflete diretamente no 392
consumo e retenção de nitrogênio (Moreno et al., 2010). O aumento do nível de 393
concentrado, independentemente do tipo de volumoso, refletiu em maior absorção 394
e retenção de nitrogênio, pois, o balanço de nitrogênio é altamente influenciado 395
pelo teor de concentrado. Assim, o balanço de nitrogênio constitui importante 396
ferramenta para determinar a eficiência de utilização do nitrogênio pelos 397
ruminantes e suas perdas para o ambiente (Gentil et al., 2007). 398
Para o consumo de nitrogênio em g/dia e g/Kg de PV0,75/dia, os maiores 399
(P<0,05) valores foram observados para animais consumindo silagens contendo 400
MLS, MGM e IEM,. Refletindo assim, o maior consumo de matéria seca na 401
silagem com inoculante enzimo-microbiano e o incremento de PB proporcionado 402
pelos melaço e milho grão moído (Tabela 12) 403
A excreção de nitrogênio fecal, quando expressa em g/dia, foi maior 404
(P<0,05) nos animais alimentados com silagem com melaço, no entanto, quando 405
expresso em g/kg de PV0,75, a excreção só foi menor (P<0,05) para os animais 406
consumindo silagem com inoculante microbiano (Tabela 12). Segundo Kozloski 407
(2002), a quantidade de nitrogênio excretada pelas fezes aumenta com a atividade 408
fermentativa no intestino grosso, devido ao maior aporte de nitrogênio de origem 409
65
microbiana nas fezes, o que ocorre particularmente quando as dietas são ricas em 410
energia. 411
O nitrogênio retido, quando expresso em g/dia, teve uma maior (P<0,05) 412
retenção na silagem com milho grão moído, sendo equivalente àquela com melaço 413
e diferindo dos demais (Tabela 12). Para Silva & Leão (1979), o maior balanço de 414
nitrogênio é consequência da melhor relação entre as fermentações proteicas e 415
energéticas da dieta, o que deve ter ocorrido nessas dietas, uma vez que ocorreu 416
incremento de CNF e PB. 417
Em estudo realizado por Mouro et al. (2007), os autores avaliaram a 418
influência de duas fontes de carboidratos (casca de soja e milho grão) e dois níveis 419
de volumoso (40 e 70%) em dietas para ovinos e, diferente deste trabalho, não 420
observaram efeito das dietas sobre a retenção de nitrogênio cujo valor médio foi 421
de 5,72 g/dia, mais próximo do valor 3,31 g/dia verificado nas dietas com 65% de 422
concentrado 423
Quanto aos parâmetros cinéticos da degradação in situ da matéria seca, 424
nota-se através do intervalo de confiança que a fração solúvel em água no tempo 425
zero (a) foi mais representativa para a silagem com milho grão moído, seguida 426
pela glicerina bruta e melaço. Já os tratamentos com inoculante e inoculante 427
enzimo-microbiano foram iguais ao controle (Tabela 13). Segundo Tonani et al. 428
(2001), o desaparecimento da fração “a” caracteriza a solubilização dos açúcares e 429
compostos nitrogenados solúveis remanescentes da fermentação no silo. Visto que 430
a fração “a” da matéria seca representa a porção do alimento que está prontamente 431
disponível para os microrganismos ruminais, observa-se que os aditivos 432
absorventes contribuíram para o acréscimo desta fração nas silagens. 433
66
Tabela - 12. Balanço de nitrogênio em g/dia e g/kg0,75 de dietas contendo duas proporções de volumoso (V) a base de silagem de 434 Capim-Zuri com diferentes aditivos (A), com os respectivos coeficientes de variação (CV %) e níveis de significância (P) 435
Item Volumoso (V) Aditivos (A) CV (%)
P Valor
650 800 C IM IEM GB MLS MGM
V A CxA
Nitrogênio ingerido
g/dia 19,21a 15,06b
15,2d 15,34cd 19,05ab 11,68e 22,45a 18,92bc
13,34 <0,0001 <0,0001 0,4603
g/kg0,75/dia 1,71ª 1,31b 1,33b 1,29b 1,73a 1,33b 1,74a 1,75a 10,57 <0,0001 <0,0001 0,5219
Nitrogênio nas fezes
g/dia 6,53 6,2
6,59b 6,08b 6,44b 5,02c 7,23a 6,33b
9,40 0,0706 <0,0001 0,0905
g/kg0,75/dia 0,58a 0,54b 0,58ab 0,51b 0,54ab 0,57ab 0,60a 0,58ab 10,30 0,0248 0,0507 0,1299
Nitrogênio na uirna
g/dia 9,37 8,37
8,41ab 9,36ab 11,58a 6,04b 11,34a 6,47b
30,44 0,0210 0,0007 0,6609
g/kg0,75/dia 0,805 0,7398 0,73ab 0,78ab 0,98a 0,68ab 0,87ab 0,59ab 28,80 0,2956 0,0237 0,6820
Nitrogênio retido
g/dia 3,31a 0,49b 0,20b -0,10b 1,03b 0,62b 3,88ab 6,12a 140,80 <0,0001 0,0032 0,5454
Médias na mesma linha seguidas por letras minúsculas iguais não diferem entre si, segundo teste de Tukey com 5% de probabilidade para o erro tipo I C: 436 Controle; IM: Inoculante microbiano; IEM: Inoculante ênzimo-microbiano; GB: Glicerina bruta; MLS: Melaço de soja; MGM: Milho 437 grão moído 438
439
67
Quanto o somatório das frações a e b, ou seja, degradação potencial, a 440
matéria seca do tratamento controle, IEM e IM apresentaram reduzida 441
degradabilidade ruminal da matéria seca (60,07%; 61,61% e 63,73%) quando 442
comparado aos demais tratamentos (Tabela 13). 443
Fatores como teor de matéria seca da silagem, tipo de fermentação e 444
conteúdo de carboidratos solúveis também podem contribuir para diferentes taxas 445
de degradação ruminal, o que pode explicar a maior degradabilidade do 446
tratamento com GB, possivelmente pelo sincronismo entre energia e proteína, 447
podendo ser atribuídos ao aumento da disponibilidade de energia para o 448
crescimento microbiano, uma vez que a GB apresenta, em média, 3,2Mcal 449
de EM/kg de MS (Donkin, 2008), porém, segundo o intervalo de confiança não 450
difere das demais silagens. 451
Tabela - 13. Parâmetros cinéticos da degradabilidade in situ da matéria seca 452
Silagens Parâmetro A Parâmetro B Parâmetro kd
P3 valor Valor IC1 EP2 Valor IC1 EP2 Valor IC1 EP2
C 19,85 ±2,17 1,05 40,22 ±3,26 1,57 0,0434 ±0,0096 0,0047 <.0001
IM 21,17 ±3,55 1,72 41,96 ±5,49 2,67 0,0353 ±0,0128 0,0062 <.0001
IEM 19,32 ±1,21 0,59 42,29 ±1,80 0,87 0,0405 ±0,0052 0,0025 <.0001
GB 36,55 ±1,64 0,8 33,33 ±2,10 1,02 0,0523 ±0,0095 0,0046 <.0001
MEL/S 33,32 ±3,14 1,52 37,93 ±5,78 2,79 0,0321 ±0,0143 0,0068 <.0001
MGM 40,77 ±1,15 0,56 32,15 ±1,67 0,81 0,0412 ±0,0060 0,0029 <.0001 1 Intervalo de confiança a 95%; 453 2 EP: Erro padrão; 454 2 Probabilidade para o modelo. 455 Controle; IM: Inoculante microbiano; IEM: Inoculante ênzimo-microbiano; GB: Glicerina 456 bruta; MEL/S: Melaço de soja; MGM: Milho grão moído. 457 458
A silagrm com milho grão moído apresentou maior concentração proteína 459
na forma solúvel em água (fração a), o que pode ser favorável aos 460
microorganismos do rúmen, uma vez que , fração “a” nas silagens são 461
representadas por compostos nitrogenados não-protéicos, os quais, podem ser 462
68
convertidos em proteína mocrobiana (Sniffen et al., 1992; Pires etal., 2010). Outro 463
fator a se considerar é o aumento de matéria seca com adição de milho, a qual 464
apresenta seu NNP constituído, principalmente, por aminoácidos e peptídeos (Van 465
Soest 1994), onde sua degradabilidade irá depender da ação dos microorganismos 466
e disponibilidade de energia. Por outro lado, considerando-se a elevada taxa de 467
digestão da proteína do milho no rúmen, a utilização desse alimento deve ser 468
concomitante ao fornecimento de carboidratos de rápida fermentação. Essa prática 469
pode contribuir para minimizar as possíveis perdas de compostos nitrogenados do 470
rúmen, decorrentes da falta de sincronização entre a disponibilidade de nitrogênio 471
e energia, quando os alimentos volumosos são a única fonte de energia no rúmen 472
(Russell et al., 1992). 473
O tratamento com silagem contendo IEM apresentou baixo valor da fração 474
“a “, entretanto , a fração “ b “ deste tratamento foi equivalente aos demais 475
tratamentos o que lhe proporcionou uma degradabilidade, equivalente aos demais 476
tratamentos. 477
478
Tabela - 14. Parâmetros cinéticos da degradabilidade in situ da proteína bruta 479
Tratamentos Parâmetro A Parâmetro B Parâmetro kd P3 valor
Valor IC1 EP2 Valor IC1 EP2 Valor IC1 EP2
C 43,97 ±4,43 2,09 25,41 ±4,9 2,31 0,1002 ±0,0536 0,0253 <.0001
IM2 43,44 ±3,2 1,52 26,79 ±4,43 2,09 0,0443 ±0,0212 0,0101 <.0001
IEM1 32,96 ±5,29 2,49 29,1 ±6,23 2,94 0,0637 ±0,0419 0,0197 <.0001
GB 37,38 ±5,33 2,53 27,66 ±6,33 3 0,0634 ±0,0418 0,0198 <.0001
MLS 39,84 ±5,21 2,45 39,52 ±11,57 5,48 0,0271 ±0,0207 0,0098 <.0001
MGM 66,82 ±1,96 0,93 19 ±6,35 3,01 0,0212 ±0,0163 0,0077 <.0001 1 Intervalo de confiança a 95%; 480 2 EP: Erro padrão; 481 3 Probabilidade para o modelo.. 482 Controle; IM: Inoculante microbiano; IEM: Inoculante ênzimo-microbiano; GB: Glicerina 483 bruta; MLS: Melaço de soja; MGM: Milho grão moído. 484 485
69
Mesmo as silagens com glicerina bruta apresentando valores de 486
degradabilidade equivalentes aos demais tratamentos esse aditivos não favoreceu 487
o processo de fermentação, o que influenciou o consumo de PB e como 488
consequência baixa digestibilidade da PB e NDT. 489
A variação na digestibilidade entre as dietas pode estar relacionada ao o 490
tempo de retenção de partículas no rúmen e o acréscimo de nutrientes 491
proporcionado pela adição de aditivos absorventes, principalmente pelo MGM e 492
MLS. Esse resultado pode ser atribuído ao elevado teor de carboidratos não 493
fibrosos que esses aditivos proporcionaram a silagem, uma vez que estes 494
carboidratos apresentam presentam rápida e elevada digestão no trato 495
gastrintestinal dos ruminantes (CABRAL et al., 2006). Ainda, o aumento na 496
digestibilidade de matéria seca da glicerina bruta pode ser justificado pela 497
utilização do glicerol. 498
Inversamente, os carboidratos fibrosos que compõem a fibra em 499
detergente neutro, presentes em maior concentração nos tratamentos controle, 500
inoculante microbiano e inoculante ênzimo microbiano, apresentam 501
digestibilidade lenta e incompleta e, portanto, consistem na principal fonte de 502
variação na digestibilidade de forrageiras (Van Soest, 1967; Mertens, 1994). 503
504
70
4 CONCLUSÃO 505
A relação volumoso:concentrado de 65:35 proporciona maiores consmos de 506
componentes nutricionais em ovinos confinados. Todos os aditivos avaliados 507
proporcionaram melhoras na composição química de silagens de capim-Zuri. As 508
silagens de capim zuri com os aditivos melaço de soja e milho grão moído na proporção 509
de 10% na matéria natural proporcionam maior valor nutricional. Os aditivos inoculante 510
ênzimo microbiano, glicerina bruta, melaço de soja e milho grão moido elevaram o 511
consumo de matéria, tendo como destaque o milho grão moído, que teve um maior 512
consumo energético. A digestibilidade foi influenciada pelo teor de energia da dieta, 513
onde os aditivos absorventes proporcionaram maior digestibilidade da matéria seca e 514
matéria orgânica o que refletiu sob o balanço de nitrogênio mas não a degradabilidade 515
do alimento. Dietas a base de silagem de capim zuri, aditivas com milho grão moído e 516
melaço de soja proporção de 10% na matéria natural, em uma relação de 517
volmoso:concentrado de 65:35 proporciona melhor qualidade da ração e aproveitamento 518
pelo animal. 519
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