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AVENTURA SOCIAL E SAÚDE
Saúde e Estilos de Vida nos jovens portugueses
Relatório do estudo de 1996 da Rede Europeia HBSC/OMS
Margarida G. Matos, Celeste Simões, Lúcia Canha e Susana Fonseca
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Índice
Introdução 2 Revisão da Literatura 6 Metodologia 14 Apresentação e Análise dos Resultados
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Expectativas futuras 20 Consumo de Álcool 22 Consumo de Tabaco 26 Actividade Física e Lazer 29 Hábitos Alimentares 33 Percepção da imagem do corpo 38 Percepção da saúde e Bem-Estar Físico e Psicológico
42
Consumo de Medicamentos 48 Ajustamento Psicossocial - Família e Amigos
51
Vida Escolar 55 Violência e Acidentes em Meio Escolar 59
Conclusão 64
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Introdução
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VENTURA SOCIAL E RISCO foi o projecto inicial.
Tratava-se de um trabalho de elaboração,
implementação e avaliação de programas de
promoção de competências de relacionamento interpessoal,
em vários contextos, tanto em Instituições fechadas
(Estabelecimentos Tutelares de Menores), como em escolas
do Ensino Regular, como ainda na prevenção de base
comunitária (Juntas de Freguesia). Foi iniciado em 1987.
A promoção de competências de relacionamento pessoal e
social foi aqui encarada como uma estratégia preventiva do
desajustamento pessoal e social, com especial enfoque nos
problemas de comportamento na escola, e os programas
abrangiam conteúdos como a comunicação interpessoal, a
identificação e resolução de problemas e gestão de conflitos,
e o treino de competências sociais simples e complexas
(Matos, 1997a,b; Matos, 1995a,b; Matos, 1994; Matos, Silva,
Santinha, Alão, Alves, Sampaio & Carvallho, 1994). Estes
programas apresentam-se aos jovens com um
enquadramento lúdico, utilizando técnicas de dinâmica de
grupos, têm acção directa sobre grupos naturais (turmas) e
são acompanhados de uma sensibilização dos intervenientes
sociais relevantes na vida daqueles jovens (pais e
professores) e, em alguns casos incluem formação de
docentes, pessoal auxiliar de acção educativa e alunos (para
trabalho de entre-ajuda entre pares) (Matos, 1997b).
O Projecto AVENTURA SOCIAL E SAÚDE tem a ver com
uma extensão do AVENTURA SOCIAL a conceitos que
ultrapassam o “ajustamento social e pessoal” e que têm a ver
A A competência social tem um papel fundamental na Promoção e Educação para a Saúde no seu sentido mais lato, uma vez que muitos dos problemas de saúde, nomeadamente nos jovens, estão ligados aos comportamentos, a uma dificuldade em responder adequadamente às pressões e desafios do seu dia a dia, que, com a entrada na adolescência se desenvolve em interacção com contextos sociais cada vez mais latos e mais complexos. O jovem fica então com a sensação de que não consegue relacionar-se de modo construtivo com todos estes contextos, sentindo-se perdido e ultrapassado. Os programas de promoção de competências de relacionamento interpessoal aparecem-nos então relevantes na Promoção e Educação para a Saúde nas escolas. Para conceber e implementar estes programas foi necessário perceber os cenários e comportamentos mais problemáticos ligados à saúde dos adolescentes.
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com “Qualidade de vida” e “Saúde” enquanto conceitos positivos e ligados ao
desenvolvimento pessoal e social dos jovens.
O projecto Aventura Social e Saúde desenvolve na Faculdade
de Motricidade Humana desde 1995 um estudo sobre os
comportamentos ligados à Saúde em jovens Portugueses em
idade escolar. Trata-se de um estudo colaborativo da
Organização Mundial de Saúde, integrado na rede Europeia
Health Behaviours in School Aged Children (HBSC/OMS).
O estudo a que se refere o presente trabalho reporta-se ao
inquérito realizado em Portugal Continental em 1996. Neste
ano o estudo Nacional foi financiado pelo Programa de
Promoção e Educação para a Saúde (PPES) do Ministério da
Educação (Matos, Simões & Canha, 1997) com uma
colaboração do Gabinete de Prevenção da Toxicodependência
da Câmara Municipal de Lisboa.
O estudo europeu iniciou-se em 1982 com a Inglaterra, Finlândia e Noruega. Em 1998
abrange já 30 países da Europa, Estados Unidos, Austrália, Canadá e Israel.
Neste estudo os jovens respondem a um questionário sobre a sua vida diária nos
“cenários” habituais do seu quotidiano. O estudo inclui as idades de 11, 13 e 15 anos e
é repetido de 4 em 4 anos. Um conjunto de questões mantêm-se desde 1982 (“core”
questions). Cada quatro anos são seleccionadas áreas específicas de estudo (“focus”
questions). São ainda incluídas questões específicas em cada país.
Estes dados permitem-nos identificar necessidades na área da saúde dos jovens, e a
partir destas desenvolver programas de intervenção específicos e políticas de sector.
Pela sua periodicidade este dados permitir-nos-ão a médio prazo monitorizar a evolução
dos comportamentos dos jovens ligados à saúde, bem como avaliar programas de
intervenção.
É objectivo do estudo recolher dados sobre as rotinas de vida dos jovens, nos “cenários” habituais do seu quotidiano, no que diz respeito a comportamentos relacionados com a saúde, verificar as diferenças entre sexos, por idade e regiões do país, descrever padrões comportamentais e envolvimentais ligados ao “risco” e padrões comportamentais e envolvimentais “protectores”.
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No enquadramento teórico daremos uma visão global da
conceptualização dos comportamentos ligados à saúde e da
sua tradução na adolescência. Serão apresentados em
seguida os resultados, referentes ao estudo de 1996,
relativos às expectativas futuras, ao consumo de álcool e
tabaco, actividade física e lazer, hábitos alimentares,
percepção da imagem do corpo, percepção de saúde e bem
estar físico e psicológico, consumo de medicamentos,
ajustamento psicossocial - família e amigos, vida escolar,
violência na escola e acidentes.
ÁREAS DE ANÁLISE:
♦ Expectativas futuras
♦ Consumo de álcool e tabaco
♦ Actividade física e lazer
♦ Hábitos alimentares ♦ Percepção da
imagem do corpo ♦ Percepção de saúde
e bem estar ♦ Consumo de
medicamentos ♦ Ajustamento
psicossocial ♦ Vida escolar ♦ Violência na escola ♦ Acidentes
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Revisão da Literatura
♦ Comportamento e Estilo de Vida
♦ Estilos de Vida Saudáveis na Adolescência
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Os comportamentos relacionados com a saúde podem ser analisados em três níveis distintos (Goshman, 1988): (1) como factores determinantes do estado de saúde; (2) como consequências de diversos processos psicossociais; (3) e como alvos de intervenção no sentido de mudanças comportamentais.
SAÚDE - "...estado completo de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença” (OMS, 1993).
Comportamento e Estilo de Vida
egundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é definida como “o
estado completo de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência
de doença” (OMS, 1993, p. 5). Este conceito de saúde coloca em destaque o
equilíbrio do indivíduo em relação a si próprio, bem como em relação ao envolvimento
(Mota, 1992).
Entendendo o conceito de saúde como “o estado completo
de bem-estar ...”, é possível encontrar nos conceitos
anteriormente abordados, alguns indicadores de saúde,
nomeadamente indicadores sócio-culturais (nível sócio-
económico, educativo, cultural, etc.) e indicadores
psicossociais (concepções de saúde, expectativas a nível
da saúde, avaliação das expectativas, grau de satisfação
com a vida, etc.). Estes indicadores funcionam não apenas
como consequências objectivas ou subjectivas de um
estado de saúde, mas também como determinantes desse
mesmo estado de saúde. Incluídos nos determinantes da
saúde, encontramos também os comportamentos de
saúde (Goshman, 1988; Pickins & St. Leger, 1993).
Os comportamentos de saúde foram definidos por Kasl e
Cobb (1966, cit. in Conner & Norman, 1996), como acções
praticadas por indivíduos que se percepcionam como
saudáveis, com o objectivo de prevenir o surgimento de
mal-estar ou doença. Esta definição de comportamentos
de saúde engloba apenas acções com objectivos
S
9
O conceito de saúde positiva envolve a capacidade de lidar com situações produtoras de stress, a manutenção de um forte sistema de suporte social, integração na comunidade, moral elevada e satisfação de viver, bem-estar psicológico, e ainda bons níveis de saúde e aptidão física (Lamb & al., 1988, cit. in Bowling, 1991). Estas componentes estão também presentes em outros conceitos relacionados com a saúde positiva, tais como “bem-estar social” ou “saúde social”, e “qualidade de vida”.
preventivos. Os comportamentos de saúde surgem
também classificados como comportamentos de saúde
positivos e negativos (Ogden, 1996). Os comportamentos
de saúde positivos, envolvem acções do tipo usar cintos de
segurança, fazer “check-ups” regularmente, dormir o
número de horas adequadas, cuidados de higiene, etc.
(Ogden, 1996). Steptoe e Wardle (1996), referem que
estes comportamentos envolvem actividades que
contribuem para a promoção da saúde, protecção do risco
de acidentes e detecção da doença e deficiência num
estádio precoce.
Alonzo (1993, cit. in Steptoe & Wardle, 1996), sublinha ainda que este conceito deverá
também englobar acções comunitárias e sociais que têm como objectivo aumentar os
níveis de controlo do risco. Os comportamentos de saúde positivos surgem também
na literatura com a denominação de comportamentos de saúde de protecção
(Matarazzo, 1984, cit. in Ogden, 1996). Os comportamentos de saúde negativos,
envolvem acções do tipo fumar, consumo excessivo de álcool, dieta com alto teor de
gorduras, etc. (Ogden, 1996). Este tipo de comportamentos são apresentados por
Steptoe e Wardle (1996), como comportamentos de risco para a saúde, e traduzem-se
em qualquer actividade praticada por indivíduos, com frequência ou intensidade tal,
que conduza a um aumento de risco de doença ou acidente. Estas acções são
consideradas de risco, quer haja consciência ou não da relação entre o comportamento
e as possíveis consequências. Os comportamentos de saúde negativos surgem também
na literatura com a denominação de hábitos prejudiciais à saúde (Matarazzo, 1984, cit.
in Ogden, 1996).
Brunh (1988), afirma que os principais factores que podem
influenciar os comportamentos de saúde podem ser
agrupados em quatro categorias: factores envolvimentais,
culturais, grupais e pessoais.
Os factores envolvimentais estão relacionados na maioria
das situações com as políticas públicas e organizacionais.
No entanto, em alguns casos é possível que estes factores
estejam ligados a factores individuais, em relação aos
quais os indivíduos têm um controlo directo,
No conceito de qualidade de vida inclui-se o conjunto de respostas individuais que influenciam o grau de satisfação pessoal com os acontecimentos da vida (Bowling, 1991). Segundo Bowling, o conceito de qualidade de vida é um conceito abstracto e complexo. Abstracto, na medida em que envolve para além do bem-estar físico, percepções de bem-estar. Complexo porque abrange várias áreas que contribuem para a auto-estima e satisfação pessoal.
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nomeadamente, o lugar onde vivem e o lugar onde
trabalham. Os factores envolvimentais, em particular o
envolvimento físico, influenciam por um lado os
comportamentos, atitudes e valores dos indivíduos
relativos à saúde, e por outro, o tipo, a disponibilidade e
acessibilidade dos serviços sociais e de saúde.
Os factores culturais estão associados aos valores inerentes à sociedade ou a
determinados grupos sociais. Segundo Bruhn (1988), a saúde não é muito valorizada,
sendo considerada um “bem” que pode ser “comprado” quando necessário. Na medida
em que a saúde não está aliada a um alto valor, a mudança de comportamentos não
saudáveis torna-se muito difícil.
A nível dos factores grupais, Bruhn (1988), destaca a família e os grupos de pares
como as principais fontes de influência a nível das atitudes e comportamentos
relacionados com a saúde. A nível da família destaca-se entre outros aspectos, a
relação entre o nível de educação dos pais e a sua preocupação com a saúde, com a
aquisição de um estilo de vida saudável. Relativamente aos grupos de pares, é
destacada a pressão do grupo favorito na conformidade dos indivíduos relativamente
à prática de alguns comportamentos de saúde negativos.
Os factores pessoais englobam entre outros, as crenças relativas ao controlo pessoal
e o conceito de “Hardiness”. Este último conceito envolve três construtos, o empenho,
a tendência para avaliar solicitações como desafios e não como ameaças, e o sentido
de controlo sobre a sua própria vida (Kobasa, Maddi & Kahn, 1982, cit. in Bruhn,
1988).
De um modo geral os factores que acabaram de ser
apresentados como determinantes dos comportamentos
podem ser agrupados em duas categorias propostas por
Conner e Norman (1996): factores intrínsecos e
extrínsecos. Nos factores intrínsecos, encontram-se os
factores sócio-demográficos, personalidade, cognições e
suporte social. Nos factores extrínsecos encontram-se as
estruturas de incentivo (impostos, subsídios, sistemas de
provisionamento de bens e serviços), e restrições legais.
Os principais factores que podem influenciar os comportamentos de saúde podem ser agrupados em quatro categorias: factores envolvimentais, culturais, grupais e pessoais (Brunh, 1988).
Os estados de mal-estar ou doença são influenciados por um estilo de vida não saudável. Torna-se assim necessário adoptar comportamentos de saúde no estilo de vida de cada indivíduo, para aumentar as hipóteses de alcançar um bom estado de saúde (Alder, 1995).
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Numa revisão de estudos realizada por Odgen (1996) foi examinada a relação entre
os comportamentos de saúde e o estado de saúde. Foi possível verificar uma relação
entre a prática de alguns comportamentos de saúde e um baixo nível de mortalidade,
e consequente aumento de tempo de vida. Os comportamentos identificados incluíam
tomar o pequeno almoço todos os dias; comer raramente entre as refeições; ter ou
estar próximo do peso recomendado; não fumar; não consumir álcool ou consumir
moderadamente; e praticar actividade física regularmente.
Numa revisão de estudos realizada por Conner e Norman (1996), salienta-se o
consumo de tabaco, o consumo de álcool, o não praticar actividade física, e uma má
alimentação, como alguns dos percursores das doenças cardiovasculares e do cancro.
Estas doenças constituem a principal causa de morte nos países ocidentais. Destaca-
se assim a importância da promoção dos comportamentos de saúde como forma de
evitar estes problemas. Este aspecto constitui um dos principais objectivos da saúde
para o ano 2000 (U.S. Department of Health and Human Services, 1990, cit. in
McGinnis, 1991).
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Estilos de Vida Saudáveis na Adolescência
s adolescentes são muitas vezes considerados o
grupo mais saudável, a nível da população global
(Bruhn, 1988). Esta menor susceptibilidade para as
condições negativas aliadas à saúde, não implica que os
adolescentes não sejam também por vezes confrontados
com problemas de saúde. Muitos destes problemas estão
associados ao seu comportamento (OMS, 1993; Steptoe &
Wardle, 1996), à sua interacção com o envolvimento, e às
mudanças sociais radicais às quais estes são altamente
vulneráveis (OMS, 1993).
Segundo Irwin (1987) uma visão abrangente do
comportamento social e da saúde na adolescência, implica
uma análise da relação dos adolescentes com os principais
grupos de referência, e dos comportamentos exploratórios
que têm lugar nesta fase da vida dos indivíduos.
O desenvolvimento saudável do adolescente, é conseguido através de um sistema de
suporte prolongado, com uma progressiva autonomia em relação a este sistema
(Irwin, 1987). Este desenvolvimento é encorajado através de um compromisso mútuo
entre adolescentes, adultos e pares.
Ao longo da adolescência verifica-se um envolvimento activo no relacionamento com
os outros significativos, fundamental para o processo de construção da identidade e
autonomia. Estes processos envolvem a construção de novas experiências, o
enfrentar de acontecimentos até ao momento não vivenciados, o experimentar novos
papéis e aprender novos comportamentos (Soares & Campos, 1985).
Os grupos de pares têm um papel fundamental na construção da identidade e
autonomia (Coleman, 1985). As interacções promovidas nos grupos de pares, permitem
a formação de opiniões e atitudes acerca dos próprios indivíduos, dos outros relevantes
e do mundo social. Os grupos constituem ainda um espaço de diálogo acerca dos seus
problemas pessoais, escolares e profissionais. Claes (1985), sublinha a importância do
O Os comportamentos de saúde e estilos de vida na idade adulta são em larga escala o produto do desenvolvimento durante a adolescência (Jessor, 1982, cit. in Wold, 1993). O estudo de como os comportamentos de saúde se desenvolvem e modificam durante a adolescência, deve tomar em consideração as influências oriundas dos principais contextos onde decorre o desenvolvimento dos adolescentes, nomeadamente a família, e o grupo de pares (Wold, Aaro & Smith, 1993).
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grupo no desenvolvimento pessoal dos indivíduos ao referir que “o grupo de
companheiros oferece múltiplas ocasiões de desenvolver novas relações consigo próprio
e com outrem, na medida em que ajuda o indivíduo a adquirir uma representação de si,
um sentido do seu valor, oferecendo-lhe a ocasião de assumir riscos e de se confrontar
com realidades competitivas” (p.144).
Os grupos de pares funcionam como um dos principais
grupos de referência dos adolescentes, que alternam com
uma outra importante fonte de referência: a família (Claes,
1985; Coleman, 1985; Lutte, 1988; Palmonari, Pombeni, &
Kirchler, 1992; Schaffer, 1994). As referências parentais são
seguidas pelos jovens, relativamente a valores culturais
“estáveis” e em decisões que implicam consequências a
longo prazo, como por exemplo, valores sócio-económicos,
religião, adesão política, cuidados de saúde e hábitos de
consumo. As referências do grupo de pares, são tomadas
em consideração na realização de comportamentos
relacionados com valores culturais e sociais “mutáveis”, e
com consequências imediatas, como por exemplo,
preferências (música, moda), linguagem, modelos de
interacção individuais e sexuais (Claes, 1985; Lutte, 1988).
De uma forma geral a influência dos pais salienta-se nas
decisões que têm implicações a nível do futuro, e a
influência do grupo de pares nas decisões relativas a
necessidades, nomeadamente em termos de identidade e
status (Claes, 1985; Schaffer, 1994). Lutte, salienta ainda
que em muitos casos a influência dos pais e dos amigos
converge e reforça-se mutuamente: “as normas, os valores,
a estrutura dos grupos de jovens estão em grande parte
condicionadas pela cultura ou subcultura dos adultos, de
onde eles derivam” (p. 204).
A Organização Mundial de Saúde (1993), avança com a referência a algumas das mudanças aliadas aos problemas de saúde na adolescência. Entre estas encontramos: alterações a nível dos valores sociais e morais que aumentam os riscos de gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, onde actualmente se destaca a SIDA; acessibilidade em termos de oferta e aquisição de álcool, tabaco e drogas; condições a nível de industrias e vias rodoviárias que aumentam os riscos de acidente e consequentemente deficiência ou morte; hábitos alimentares; e competição a nível educacional e profissional.
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As grandes alterações quer a nível biológico, quer a nível psicossocial, não estão
necessariamente associadas a consequências negativas e instabilidade (enquadradas
na perspectiva “Storm and Stress”). Segundo Irwin, é necessário uma
reconceptualização em termos mais precisos do “risk taking”, para clarificar a
diferença entre comportamentos exploratórios construtivos, que fazem parte do
crescimento normal (OMS, 1986), e portanto com consequências positivas no
desenvolvimento psicossocial e na saúde do adolescente, e potenciais
comportamentos destrutivos.
Investigações recentes mostram que os adolescentes apresentam uma “pré-
disposição optimista”, sentindo-se menos vulneráveis que os adultos (Jacobs,
Quadrel, Fischhof & Davis, 1993, cit. in Schwarzer & Fuchs, 1995). Schwarzer & Fuchs
(1995) e Irwin (1987), referem que tem sido ainda possível verificar que grande parte
dos adolescentes têm consciência do risco e do perigo em que estão envolvidos ao
praticarem determinados comportamentos, mas preferem ignorá-los, devido ao facto
de darem mais valor a outras consequências psicossociais inerentes a esses
comportamentos. É necessário pois compreender e dar mais atenção ao crescimento
positivo, à aquisição de novas competências e promoção de comportamentos de
saúde, bem como à mudança natural das relações interpessoais.
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Metodologia
♦ Instrumentos
♦ Amostra
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Instrumentos
questionário utilizado neste estudo foi o adoptado no estudo europeu em 1994.
Incluímos questões demográficas e um conjunto de questões relacionadas com
expectativas para o futuro, consumo de álcool e tabaco, hábitos alimentares,
hábitos de lazer, prática de actividade física, percepção da imagem corporal, sintomas
físicos, percepção de saúde e bem-estar, consumo de medicamentos, relação com a
família, vida escolar, relação com os colegas, violência em meio escolar e acidentes.
Amostra
s questionários foram recolhidos em 25 escolas (Quadro 1), das 5 regiões do
país seleccionadas, totalizando 4230 alunos inquiridos. Foram seleccionados
alunos dos 6º, 8º e 10º anos de escolaridade, correspondendo cada um destes
anos a uma idade média de 11, 13 e 15 anos.
Quadro 1 - Número de sujeitos e de escolas que participaram no estudo, escalões etários e níveis de escolaridade dos sujeitos
N ESCOLAS IDADE NÍVEL ESCOLARIDADE 4230 25 11/13/15 6º/8º/10º
Estes jovens apresentam uma distribuição aproximadamente igual por sexo, nível de
escolaridade e região do país onde habitam (Gráficos 1, 2 e 3).
O
O
17
Sexo Feminino51%
Sexo Masculino49%
Gráfico 1 - Distribuição dos sujeitos por sexo
34% 33% 32%
0
50
100
%
6º ano 8º ano 10º ano
Gráfico 2 - Distribuição dos sujeitos por nível de escolaridade
15% 24% 25% 20% 17%
0
50
100
%
Portimão Beja Lisboa Guarda Porto
Gráfico 3 - Distribuição dos sujeitos por região
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Apresentação e Análise dos Resultados
♦ Estudo Comparativo
♦ Síntese das diferenças entre Sexos, Idade e Regiões
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ara efeitos de apresentação e análise de dados, as 5 regiões foram combinadas
em diferentes agrupamentos: Norte (Porto e Guarda) e Sul (Lisboa, Beja e
Portimão), Interior (Beja e Guarda) e Litoral (Porto, Lisboa e Portimão) e por fim
Lisboa e outras regiões (Porto, Guarda, Beja, Portimão). Na análise dos resultados por
idade foram apenas considerados os escalões extremos 11 e 15 anos.
Os quadros seguintes (Quadros 2 a 26) apresentam os resultados obtidos para cada
uma das questões do questionário. Em cada quadro referimos a questão em análise e
respectivas modalidades (três níveis de frequência ou de intensidade). Nas primeiras
duas linhas de cada quadro apresentamos os resultados por modalidade na amostra
total (N=4230). Em linhas seguintes apresentam-se os resultados para cada questão,
por modalidade em função do sexo, da idade (apenas 11 e 15 anos, N=2824) e
finalmente da região do país, nos três tipos de agrupamentos considerados: Litoral
(Lit.)/Interior (Int.), Norte (Nor.)/Sul e Lisboa (Lis.)/Outras regiões (Out.).
Estudo Comparativo
ompararam-se as respostas dos rapazes com as das raparigas, as respostas dos
alunos mais novos (11 anos) com as dos mais velhos (15 anos) e as respostas
dos jovens em função das regiões onde habitam.
Utilizou-se o teste de Qui-quadrado e residuais ajustados para localizar células onde se
registam diferenças significativas. Registaremos em texto apenas as diferenças
significativas, aceitando uma probabilidade de erro inferior a .05.
Nos Quadros 2 a 26, as percentagem indicadas a itálico e a negrito referem-se a
diferenças estatisticamente significativas entre as modalidades Masculino/Feminino, 11
anos/15 anos, Litoral/Interior, Norte/Sul e Lisboa/Outras regiões. Para facilitar a clareza
P
C
20
da apresentação dos resultados, serão omitidos, nas percentagens por região, as linhas
correspondentes a resultados relativos a comparações não significativas.
Nas questões que se referem a variáveis contínuas (número de cigarros, número de
saídas nocturnas com amigos e número de acidentes) utilizámos o teste T de Student.
Registaremos também em texto apenas as diferenças significativas, aceitando uma
probabilidade de erro inferior a .05 (Quadros 7, 21 e 26).
21
Expectativas futuras
22
Expectativas futuras
onsideraremos para começar as questões relacionadas com as expectativas dos
jovens no que diz respeito ao seu futuro.
Quadro 2 - Expectativas futuras
Prosseguir estudos
Estudos orientados p/a
vida activa
Arranjar emprego
Estágio profissional
Ficar sem emprego
Não sei
60,4% 10,1% 5,1% 4,6% 0,2% 19,7% M F M F M F M F M F M F
52,1% 68,4% 12,0% 8,3% 7,2% 3,0% 6,0% 3,2% 0,4% 0,0% 22,3% 17,1% 11 15 11 15 11 15 11 15 11 15 11 15
54,2% 69,4% 8,0% 12,4% 5,0% 4,3% 4,5% 3,4% 0,2% 0,2% 28,1% 10,3%
Assim verificamos (Quadro 2) que a maior parte dos alunos quer prosseguir estudos.
Temos que os rapazes mais frequentemente pensam seguir estudos orientados para a
vida activa, para fazer um estágio profissional ou arranjar emprego, ou por outro lado
pensam mais frequentemente que vão ficar desempregados ou ainda referem não
saber o que lhes vai acontecer. As raparigas por seu lado pensam mais frequentemente
prosseguir os estudos. Os alunos mais novos apresentam mais dúvidas face ao seu
futuro, enquanto que os mais velhos pensam prosseguir estudos ou prosseguir estudos
orientados para a vida activa.
O local onde habitam não aparece como relevante nestas expectativas.
EXPECTATIVAS FUTURAS Prosseguir estudos Raparigas / Mais velhos Não sei Rapazes / Mais novos
C
23
Consumo de Álcool
24
Consumo de álcool
s questões relacionadas com o consumo e padrão de consumo do álcool são
apresentadas nos Quadros 3 a 5. Como podemos verificar da análise destes
quadros, a maioria dos jovens inquiridos já experimentou bebidas alcoólicas mas
não é consumidor habitual e nunca consumiu até ficar embriagado.
Quadro 3 - Consumo de álcool: Experimentar álcool
Sim Não Não sei 75,1% 22,6% 2,3%
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 76,8% 73,5% 21,1% 24,1% 2,1% 2,4%
11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 52,9% 89,7% 43,3% 9,3% 3,8% 1,0% Norte Sul Norte Sul Norte Sul 72,6% 76,6% 25,2% 21,2% 2,2% 2,2% Lisboa Outras Reg. Lisboa Outras Reg. Lisboa Outras Reg.
79,2% 73,8% 18,6% 24,0% 2,1% 2,3%
EXPERIMENTAR ÁLCOOL Sim Mais velhos / Sul / Lisboa
A cerveja parece ser a bebida mais popular em ambos os sexos, idades e regiões.
Os rapazes bebem bebidas alcoólicas mais frequentemente e mais frequentemente
referem ter ficado embriagados. Os jovens mais velhos são maiores consumidores de
álcool. É ainda neste grupo que se encontra um maior número dos que já
experimentaram.
A
25
Quadro 4 - Consumo actual de álcool: Cerveja, bebidas espirituosas e vinho
CERVEJA Todos os dias Todas as semanas/meses Raramente ou nunca
1,4% 16,9% 81,7% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
2,3% 0,5% 21,9% 12,1% 75,8% 87,4% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 0,3% 2,5% 4,0% 28,9% 95,7% 68,5% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 0,7% 2,3% 13,0% 21,9% 86,3% 75,7% Norte Sul Norte Sul Norte Sul 1,3% 1,4% 14,8% 18,2% 83,9% 80,4% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 0,6% 1,6% 15,0% 17,6% 84,3% 80,8%
BEBIDAS ESPIRITUOSAS Todos os dias Todas as semanas/meses Raramente ou nunca
0,6% 8,8% 90,6% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
1,1% 0,2% 11,0% 6,9% 87,9% 93,0% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 0,2% 1,0% 1,5% 16,1% 98,3% 82,9% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 0,4% 0,8% 8,0% 10,0% 91,6% 89,2% Norte Sul Norte Sul Norte Sul 0,7% 0,5% 6,2% 10,3% 93,1% 89,2% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 0,1% 0,7% 10,2% 8,4% 89,7% 90,9%
VINHO Todos os dias Todas as semanas/meses Raramente ou nunca
0,3% 4,5% 95,2% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
0,5% 0,1% 6,9% 2,2% 92,5% 97,7% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 0,0% 0,5% 1,6% 7,1% 98,4% 92,4% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 0,2% 0,4% 3,3% 6,1% 96,5% 93,6%
CONSUMO ACTUAL Cerveja - Maiores consumos Rapazes / Mais velhos / Interior/ Sul /Fora de Lisboa Espir. - Maiores consumos Rapazes / Mais velhos / Interior/ Sul /Fora de Lisboa Vinho - Maiores consumos Rapazes / Mais velhos / Interior
Os jovens do Interior e do Sul consomem mais frequentemente bebidas alcoólicas.
Os jovens de Lisboa, se por um lado referem mais vezes ter experimentado bebidas
alcoólicas por outro lado referem menos frequentemente hábitos de consumo de álcool.
26
Quadro 5 - Consumo de álcool: Embriaguez
Nunca 1 a 3 vezes 4 vezes ou mais 75,0% 19,8% 5,1%
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 70,5% 79,5% 21,9% 17,8% 7,6% 2,7%
11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 92,2% 59,6% 7,4% 30,3% 0,5% 10,2% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior
78,7% 70,3% 17,9% 22,4% 3,4% 7,4% Norte Sul Norte Sul Norte Sul
77,9% 73,4% 18,8% 20,4% 3,3% 6,2% Lisboa Outras Reg. Lisboa Outras Reg. Lisboa Outras Reg.
77,7% 74,2% 19,0% 20,1% 3,3% 5,7%
EMBRIAGUEZ Maior frequência Rapazes / Mais velhos / Interior / Sul / Fora de Lisboa
Segundo a OMS (1993), nos últimos 40 anos, o consumo de álcool tem aumentado quer em quantidade quer em frequência, diminuindo a idade de iniciação ao consumo (OMS, 1993). Carvalho (1990), sublinha que a maioria dos estudos realizados no âmbito da adolescência, na área dos consumos, referem que o álcool é a substância mais utilizada pelos adolescentes. Dados provenientes dos estudos realizados pela OMS (King, Wold, Tudor-Smith & Harel, 1996), sobre comportamentos de saúde em jovens em idade escolar, revelam que cerca de 52% dos indivíduos do sexo masculino e 45% dos indivíduos do sexo feminino, com idade de 15 anos, consomem bebidas alcoólicas, regularmente numa base semanal, uma percentagem mais elevada que a encontrada no nosso país.
27
Consumo de Tabaco
28
Consumo de tabaco
onsiderando as questões relacionadas com o consumo e padrão de consumo do
tabaco (Quadros 6 e 7), verificamos que a maioria dos jovens nunca
experimentou tabaco e uma larga maioria não consome presentemente. Os mais
velhos e os jovens do interior constituem os grupos onde se encontra o maior número
de indivíduos que já experimentaram tabaco.
Quadro 6 - Consumo de tabaco: Experimentar tabaco
Sim Não 31,2% 68,8%
Masculino Feminino Masculino Feminino 31,3% 31,1% 68,8% 68,9%
11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 4,3% 54,2% 95,7% 45,8% Litoral Interior Litoral Interior 26,9% 36,7% 73,1% 63,3%
EXPERIMENTAR TABACO Sim Mais velhos / Interior
Os rapazes fumam mais cigarros do que as raparigas. Os jovens mais velhos são maiores consumidores de tabaco. Os jovens do Interior e do Sul consomem mais frequentemente tabaco.
Os jovens de Lisboa referem menos frequentemente hábitos de consumo de tabaco.
C
29
Quadro 7 - Consumo actual de tabaco
Todos os dias 1 vez p/ semana ou menos
Não fuma Média de cigarros por semana*
6,9% 6,3% 86,8% 37,10 M F M F M F M F
7,5% 6,4% 6,4% 6,3% 86,1% 87,4% 46,84 26,62 11 15 11 15 11 15 11 15
0,1% 14,8% 1,3% 10,4% 98,6% 74,8% 7,11 40,44 Lit. Int. Lit. Int. Lit. Int. Lit. Int.
4,4% 10,1% 5,0% 8,0% 90,5% 81,9% 33,93 39,02 Nor. Sul Nor. Sul Nor. Sul Nor. Sul 4,6% 8,3% 6,6% 6,2% 88,8% 85,6% 24,95 42,10 Lis. Out. Lis. Out. Lis. Out. Lis. Out.
5,0% 7,6% 5,3% 6,7% 89,7% 85,8% 42,34 35,98 * t-test, apenas foram incluídos na análise os sujeitos que fumam
CONSUMO ACTUAL Maior frequência Mais velhos / Interior / Sul / Fora de Lisboa Mais cigarros Rapazes / Mais velhos / Sul
Verifica-se que existe um alto consumo de tabaco a nível da população adolescente (Ministerio de Educacíon y
Ciencia, 1991; King & al., 1996; Ogden, 1996).
Para além das consequências negativas a nível da saúde, nomeadamente as doenças mais directamente
relacionadas com o consumo do tabaco, é importante referir que se encontram outro tipo de consequências
associadas ao consumo de aditivos, sendo muitas vezes percebidas como positivas pelos adolescentes (OMS,
1993). Neste âmbito encontramos a crença que o consumo de tabaco tem como consequência a prevenção do
aumento de peso (Waldron, 1988; Smith, Nutbeam, Moore, Roberts & Catford, 1994), o que poderá constituir
uma motivação para o aumento do consumo de tabaco, especialmente no sexo feminino.
30
31
Actividade Física e Lazer
32
Actividade física e lazer
o que diz respeito às questões relacionadas com a prática e padrão de prática
de actividade física (Quadro 8), verificamos que um terço dos jovens pratica
uma actividade física meia-hora ou menos por semana fora da escola. Por
outro lado cerca de um terço dos jovens afirma ver televisão 4 horas ou mais por
semana (Quadro 9).
Quadro 8 - Actividade física fora da escola: Tempo e frequência
QUANTAS HORAS ½ hora ou menos 1 a 3 horas 4 horas ou mais
33,3% 46,6% 20,1% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
24,0% 42,4% 47,2% 46,1% 28,8% 11,5% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 31,9% 35,3% 46,4% 44,3% 21,7% 20,4% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 31,7% 35,4% 47,1% 46,0% 21,1% 18,6%
QUANTAS VEZES 1 vez por mês ou menos 1 a 3 dias 4 a 7 dias
15,6% 41,3% 43,2% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
6,5% 24,5% 35,1% 47,3% 58,5% 28,3% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 10,7% 20,0% 34,0% 45,1% 55,3% 34,9% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 14,3% 17,2% 41,3% 41,3% 44,4% 41,5%
TEMPO Mais tempo Rapazes / Litoral FREQUÊNCIA Maior frequência Rapazes / Mais novos
N
33
Os rapazes praticam actividade física mais frequentemente e durante mais tempo do
que as raparigas. Nos seus tempos livres os rapazes vêem mais televisão, vídeos e
jogam mais jogos de computador.
Os jovens mais velhos praticam menos frequentemente uma actividade física, vêem
mais televisão e vídeo, enquanto que os mais novos praticam uma actividade física com
maior frequência e nos seus tempos livres jogam mais jogos de computador.
Quadro 9 - Actividades de lazer: Ver TV, ver vídeo, jogar computador
VER TV Menos de ½ hora ½ hora a 3 horas 4 horas ou mais
12,6% 55,3% 32,1% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
11,4% 13,8% 52,6% 58,0% 36,0% 28,2% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 16,2% 12,3% 53,8% 59,5% 30,0% 28,2% Norte Sul Norte Sul Norte Sul
14,2% 11,7% 57,3% 54,2% 28,6% 34,0% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 10,5% 13,3% 54,0% 55,8% 35,5% 30,9%
VER VÍDEO Menos de 1 hora 1 a 6 horas 7 horas ou mais
46,2% 47,3% 6,5% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
37,4% 54,9% 52,9% 41,8% 9,7% 3,3% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 49,1% 44,8% 44,6% 49,6% 6,3% 5,6% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 45,1% 47,7% 47,4% 47,1% 7,5% 5,1% Norte Sul Norte Sul Norte Sul
51,9% 43,0% 42,0% 50,2% 6,1% 6,7% JOGAR COMPUTADOR
Menos de 1 hora 1 a 6 horas 7 horas ou mais 66,1% 26,9% 7,0%
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 52,0% 79,8% 35,8% 18,2% 12,2% 2,0%
11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 64,5% 69,5% 29,3% 23,3% 6,2% 7,2% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 64,0% 68,8% 28,6% 24,7% 7,4% 6,6% Norte Sul Norte Sul Norte Sul
69,2% 64,4% 23,9% 28,5% 6,9% 7,1%
Os jovens do Litoral praticam mais tempo uma actividade física e os jovens do interior
praticam menos frequentemente uma actividade física. Nos tempos livres os jovens do
litoral mais frequentemente vêem vídeos e jogam jogos de computador.
34
Nos seus tempos livres os jovens do Sul vêem mais frequentemente televisão, vídeos e
jogam jogos de computador. Nos tempos livres os jovens de Lisboa vêem mais
frequentemente televisão.
VER TV Mais tempo Rapazes / Mais velhos / Sul / Lisboa VER VÍDEO Mais tempo Rapazes / Mais velhos / Litoral / Sul JOGAR COMPUTADOR Mais tempo Rapazes / Mais novos / Litoral / Sul
A actividade física constitui uma importante medida no âmbito da promoção da saúde (Wold & Kannas, 1993).
Os benefícios da actividade física ao nível do bem-estar físico, mental e social, e da qualidade de vida são
apontados por vários autores (Leal, 1991; Kaplan, Sallis & Patterson, 1993; Wold, 1993; Wold & Kannas,
1993; King & al., 1996; Ogden, 1996).
No caso concreto dos adolescentes, Wold (1993) refere que o exercício está relacionado com a facilidade de
fazer novos amigos, receber um bom suporte social e com a satisfação na escola. Verifica-se assim que, para
além dos benefícios que o exercício tem ao nível da própria saúde, este é ainda importante no processo de
socialização dos adolescentes.
35
Hábitos Alimentares
36
Hábitos alimentares
onsiderando agora o consumo e padrão de consumo de alimentos (Quadros 10 a
12), salientaríamos que cerca de um quinto dos jovens bebe café diariamente,
mais de metade destes jovens bebe coca-cola e consome doces diariamente e
não chega a metade o número de alunos que consome vegetais diariamente.
Quadro 10 - Hábitos alimentares: Bebidas
CAFÉ 1 vez p/ dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca
18,1% 12,5% 69,4% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
18,8% 17,4% 13,2% 11,9% 68,1% 70,6% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 8,6% 25,8% 6,2% 16,4% 85,3% 57,8% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 15,9% 20,9% 11,1% 14,4% 73,0% 64,7%
COCA-COLA 1 vez p/ dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca
61,0% 18,7% 20,3% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 67,8% 54,3% 17,2% 20,1% 14,9% 25,6% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 54,9% 62,4% 16,3% 20,7% 28,8% 16,9% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 57,3% 65,9% 20,7% 16,1% 22,0% 18,1% Norte Sul Norte Sul Norte Sul 56,3% 63,7% 22,6% 16,4% 21,1% 19,9%
LEITE 1 vez p/ dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca
27,7% 52,7% 19,6% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 33,2% 22,3% 51,6% 53,8% 15,2% 24,0% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 30,9% 25,3% 50,8% 54,1% 18,3% 20,6% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 23,0% 33,7% 55,4% 49,2% 21,6% 17,1% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 24,1% 28,8% 54,0% 52,3% 21,9% 18,9%
CAFÉ
C
37
Maiores Consumos Mais velhos / Interior COCA-COLA Maiores Consumos Rapazes / Mais velhos / Interior / Sul LEITE Maiores Consumos Rapazes / Mais novos / Interior / Fora de Lisboa
Os jovens mais velhos consomem mais frequentemente doces, café e coca-cola
enquanto que os mais novos são maiores consumidores de leite e de batata frita. No
que diz respeito ao consumo de hamburguers e de cachorros quentes, os mais velhos
tendem a consumir mais frequentemente com moderação (uma vez por semana),
enquanto que os mais novos se dividem entre os que raramente comem estes
alimentos e os que os comem todos os dias. Os jovens do Litoral e os do Sul, são
maiores consumidores de hamburguers e cachorros quentes. Os jovens do interior são
maiores consumidores de doces, coca-cola, pão integral e batata frita.
Quadro 11 - Hábitos alimentares: Doces, hamburgers e batatas fritas
DOCES 1 vez p/ dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca
62,7% 20,7% 16,6% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
64,3% 61,2% 20,1% 21,3% 15,6% 17,5% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 58,2% 62,3% 20,8% 22,9% 20,9% 14,8% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 58,9% 67,7% 23,3% 17,3% 17,8% 15,0% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 59,6% 63,8% 24,6% 19,4 15,9% 16,8%
HAMBURGERS, CACHORROS QUENTES 1 vez p/ dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca
12,0% 29,7% 58,3% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 14,8% 9,3% 32,3% 27,3% 53,0% 63,4% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 12,8% 10,0% 25,0% 32,7% 62,1% 57,3% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 12,4% 11,5% 31,8% 27,0% 55,7% 61,6% Norte Sul Norte Sul Norte Sul 8,6% 13,9% 27,7% 30,9% 63,8% 55,2%
BATATAS FRITAS 1 vez p/ dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca
26,2% 38,7% 35,0% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 29,3% 23,2% 38,9% 38,6% 31,8% 38,2% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 29,2% 22,1% 39,1% 38,4% 31,7% 39,5% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 24,1% 29,0% 39,5% 37,8% 36,4% 33,2% Norte Sul Norte Sul Norte Sul 22,2% 28,5% 38,8% 38,7% 39,0% 32,8%
38
DOCES Maiores Consumos Mais velhos / Interior / Fora de Lisboa HAMBURGERS Maiores Consumos Rapazes / Litoral / Sul BATATA FRITA Maiores Consumos Rapazes / Mais novos / Interior / Sul
Quadro 12 - Hábitos alimentares: Fruta, pão e vegetais
FRUTA 1 vez p/ dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca
93,1% 3,3% 3,6% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
91,9% 94,4% 4,3% 2,3% 3,8% 3,3% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 93,8% 92,6% 2,9% 3,8% 3,3% 3,7% Norte Sul Norte Sul Norte Sul
95,0% 92,1% 2,3% 3,9% 2,7% 4,0% PÃO INTEGRAL / TRIGO
1 vez p/ dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca 37,9% 8,7% 53,3%
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 41,9% 34,1% 9,4% 8,1% 48,7% 57,9% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 40,0% 37,9% 7,9% 9,8% 52,1% 52,2% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 35,1% 41,6% 9,3% 8,0% 55,5% 50,4% Norte Sul Norte Sul Norte Sul
46,9% 32,9% 9,8% 8,1% 43,3% 59,0% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 34,3% 39,2% 8,8% 8,7% 56,9% 52,1%
VEGETAIS 1 vez p/ dia ou mais 1 vez por semana Raramente ou nunca
40,0% 19,1% 40,9% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
38,2% 41,7% 18,8% 19,4% 43,0% 38,9% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 40,8% 40,6% 13,2% 22,9% 46,0% 36,5%
FRUTA Maiores Consumos Raparigas / Norte PÃO INTEGRAL Maiores Consumos Rapazes / Interior / Norte / Fora de Lisboa VEGETAIS Maiores Consumos Raparigas / Mais velhos
39
Os rapazes referem comer mais tipos de alimentos com excepção de fruta e vegetais
onde as raparigas são maiores consumidoras. Os hábitos alimentares adquiridos durante a adolescência têm importantes repercussões no estado de saúde
dos indivíduos, quer a curto quer a longo prazo, nomeadamente a nível do bem-estar físico e emocional (OMS,
1993; King & al., 1996). Segundo a OMS (1993), um dos problemas alimentares mais graves na população
jovem, traduz-se no consumo excessivo de certo tipo de alimentos. Os adolescentes preferem alimentos
processados com alto teor de gordura e açucares, o que resulta num déficit de consumo a nível de alimentos
mais completos e saudáveis. Também o estilo de vida moderno está aliado ao consumo excessivo de comida
do tipo “fast-food”, que tem como consequência uma dieta excessivamente rica em gorduras (OMS, 1993;
King & al., 1996).
40
Percepção da imagem do corpo
41
Percepção da imagem do corpo
onsideraremos agora as questões relacionadas com a percepção e a satisfação
com a imagem do corpo ou a vontade de mudança (Quadros 13 e 14).
Quadro 13 - Imagem corporal CORPO
Magro Ideal Gordo Não penso nisso 17,8% 34,9% 29,0% 18,3%
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 19,3% 16,4% 40,8% 29,2% 20,7% 37,0% 19,3% 17,4% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 15,4% 19,4% 41,7% 30,1% 24,0% 32,5% 18,9% 18,0% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 16,3% 19,8% 33,1% 37,2% 32,4% 24,7% 18,3% 18,4% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 15,1% 18,7% 30,6% 36,3% 36,2% 26,7% 18,1% 18,4%
APARÊNCIA Boa Média Má Não penso nisso
30,4% 53,5% 4,3% 11,7% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 32,5% 28,4 49,4% 57,5% 4,7% 4,0% 13,4% 10,2% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 39,7% 24,2% 41,6% 61,8% 3,4% 4,6% 15,3% 9,3% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior
31,8% 28,6% 53,6% 53,4% 4,0% 4,7% 10,6% 13,2% Norte Sul Norte Sul Norte Sul Norte Sul
32,7% 29,2% 50,0% 55,5% 4,5% 4,2% 12,8% 11,1%
CORPO Ideal Rapazes / Mais novos / Interior / Fora de Lisboa APARÊNCIA Boa Rapazes / Mais novos/ Litoral / Norte
C
42
Quase metade dos jovens acha o seu corpo demasiado gordo ou demasiado magro e
gostaria de alterar algo no seu corpo. Cerca de um terço destes jovens acha que
precisa de uma dieta para perder peso.
Quadro 14 - Imagem corporal: Mudança
MUDAR O CORPO Sim Não
41,8% 58,2% Masculino Feminino Masculino Feminino
31,3% 52,0% 68,7% 48,0% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 30,1% 49,8% 69,9% 50,2% Litoral Interior Litoral Interior
43,6% 39,6% 56,4% 60,4% Lisboa Outras Regiões Lisboa Outras Regiões
46,3% 40,4% 53,7% 59,6% DIETA
Não, o peso está bom Não, mas preciso Sim 70,3% 23,4% 6,3%
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 78,5% 62,3% 16,9% 29,8% 4,7% 7,9% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 73,8% 67,6% 19,7% 26,2% 6,5% 6,2% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 67,2% 74,2% 25,0% 21,5% 7,8% 4,3% Lisboa Outras Reg. Lisboa Outras Reg. Lisboa Outras Reg. 65,3% 71,9% 25,8% 22,7% 8,9% 5,4%
MUDAR CORPO Sim Raparigas / Mais velhos / Litoral / Lisboa DIETA Sim Raparigas / Litoral / Lisboa
43
Os rapazes parecem estar mais satisfeitos com o seu corpo, as raparigas mais
frequentemente referem querer mudar algo no seu corpo e estar a precisar de perder
peso.
Os mais velhos parecem mais preocupados com o corpo, referindo querer alterar algo e
precisar de perder peso.
Os jovens do Litoral apresentam mais preocupações em relação à sua aparência e mais
frequentemente referem precisar de perder peso.
Os jovens de Lisboa querem mais frequentemente alterar algo no seu corpo, e referem
mais frequentemente que precisam de perder peso.
Verifica-se, especialmente no sexo feminino uma necessidade de fazer dieta ou perder peso (King & al., 1996),
determinada por factores culturais aliados às concepções de beleza e elegância (Sallis & Nader, 1988). A
antecipação das consequências que um determinado tipo de alimentação tem ao nível da imagem, que
durante a adolescência têm grande importância, pode condicionar o tipo de alimentação. Esta diferença de
alimentação no sexo feminino pode ser verificada no nosso estudo.
44
Percepção da Saúde e Bem-Estar Físico e
Psicológico
45
Percepção de saúde e bem-estar físico e psicológico
ontinuamos referindo as questões relacionadas com a percepção de bem estar
físico e psicológico (Quadros 15 a 18).
Embora a maioria dos jovens não apresente sintomas físicos ou psicológicos,
nem consuma regularmente medicação, é de salientar a pequena mas preocupante
minoria que refere ter regularmente sintomas de mal-estar físico ou psicológico e
consumir regularmente medicação, nomeadamente do tipo tranquilizante.
Quadro 15 - Frequência de sintomas físicos e psicológicos: Dor de cabeça, dor de costas e dor de estômago
DOR DE CABEÇA Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca
6,8% 19,1% 74,1% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
3,6% 9,9% 13,2% 24,8% 83,2% 65,3% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 5,7% 7,7% 14,4% 22,6% 79,9% 69,7%
DOR DE COSTAS Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca
7,2% 15,3% 77,4% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
6,0% 8,4% 12,7% 17,9% 81,3% 73,7% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 6,8% 7,6% 12,5% 17,5% 80,7% 74,9% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 7,1% 7,3% 14,1% 17,0% 78,8% 75,6% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 7,6% 7,1% 12,8% 16,2% 79,7% 76,7%
DOR DE ESTÔMAGO Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca
3,1% 9,3% 87,6% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
1,9% 4,3% 7,6% 11,0% 90,5% 84,7% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 4,9% 2,7% 8,6% 10,4% 86,5% 86,9% Norte Sul Norte Sul Norte Sul 3,5% 2,9% 7,6% 10,3% 88,9% 86,8%
C
46
SINTOMAS FÍSICOS E PSICOLÓGICOS Dor de Cabeça Raparigas / Mais velhos Dor de Costas Raparigas / Mais velhos / Interior / Fora de Lisboa Dor de Estômago Raparigas / Mais novos /Sul
As raparigas apresentam mais frequentemente sintomas de mal estar físico e
psicológico (dores de cabeça, de estômago e de costas, irritabilidade, nervosismo,
depressão, dificuldade em adormecer e tonturas). Os mais velhos apresentam mais
frequentemente sintomas de mal estar físico e psicológico (dores de cabeça e de
costas, irritabilidade, nervosismo, depressão, dificuldade em adormecer e tonturas). Os
mais novos apresentam com mais frequência dores de estômago.
Quadro 16 - Frequência de sintomas físicos e psicológicos: Irritabilidade, nervosismo e tonturas
IRRITABILIDADE Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca
6,4% 19,8% 73,8% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
5,7% 7,1% 18,0% 21,6% 76,3% 71,3% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 6,1% 7,1% 9,5% 25,8% 84,4% 67,1% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 5,6% 7,5% 18,1% 22,1% 76,3% 70,4%
NERVOSISMO Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca
14,1% 23,6% 62,3% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
10,2% 17,9% 21,6% 25,6% 68,3% 56,6% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 12,1% 15,7% 14,9% 27,2% 72,9% 57,1% Norte Sul Norte Sul Norte Sul
17,6% 12,1% 24,0% 23,3% 58,3% 64,6% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 11,3% 15,0% 26,4% 22,7% 62,4% 62,3%
TONTURAS Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca
3,6% 7,6% 88,8% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
2,9% 4,4% 6,1% 9,0% 91,0% 86,7% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 3,5% 4,0% 5,8% 8,9% 90,8% 87,1% Norte Sul Norte Sul Norte Sul 3,5% 3,7% 6,0% 8,5% 90,6% 87,8%
SINTOMAS FÍSICOS E PSICOLÓGICOS Irritabilidade Raparigas / Mais velhos /Interior Nervosismo Raparigas / Mais velhos /Norte / Fora de Lisboa Tonturas Raparigas / Mais velhos /Sul
47
Quadro 17 - Frequência de sintomas físicos e psicológicos: Depressão, dificuldade em adormecer e cansaço matinal antes das aulas
DEPRIMIDO Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca
5,5% 15,0% 79,5% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
3,7% 7,3% 9,9% 19,9% 86,4% 72,8% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 3,8% 6,8% 10,8% 18,1% 85,5% 75,1% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 4,7% 6,6% 14,6% 15,6% 80,7% 77,8%
DIFICULDADE EM ADORMECER Todos os dias 1 vez por semana ou mais Raramente ou nunca
11,1% 16,1% 72,8% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
10,3% 11,9% 14,7% 17,4% 74,9% 70,7% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 10,4% 11,6% 13,3% 17,5% 76,3% 70,9%
CANSAÇO MATINAL 4 vezes ou mais 1 a 3 vezes Raramente ou nunca
11,9% 15,6% 72,5% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 15,5% 8,4% 15,5% 15,7% 69,0% 76,0% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 9,4% 13,3% 11,0% 17,9% 79,6% 68,8% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 11,1% 12,9% 14,5% 17,0% 74,4% 70,1% Norte Sul Norte Sul Norte Sul 10,2% 12,9% 15,9% 15,4% 73,9% 71,7% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 10,5% 12,4% 12,9% 16,5% 76,6% 71,1%
SINTOMAS FÍSICOS E PSICOLÓGICOS Deprimido Raparigas / Mais velhos /Interior Dificuldade Adormecer Raparigas / Mais velhos Cansaço Matinal Rapazes / Mais velhos / Interior /Sul /Fora de Lisboa
48
Os rapazes, os mais velhos e os jovens do Sul referem com mais frequência estarem
cansados pela manhã tal como os jovens do Interior que referem também mais
frequentemente manifestações de mal psicológico (irritabilidade e depressão) e físico
(dores de costas). Os jovens do Sul referem ainda mais frequentemente terem dores de
estômago e tonturas.
Os jovens do Norte referem mais frequentemente manifestações de nervosismo, tal
como os jovens de fora de Lisboa.
No que diz respeito à percepção de saúde e bem estar, a maioria dos jovens descreve-
se como saudável, feliz mas sentindo-se por vezes só.
Quadro 18 - Percepção de saúde e bem-estar
SAÚDE Bastante saudável Saudável Pouco saudável
39,2% 57,7% 3,1% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 47,1% 31,4% 50,0% 65,2% 2,9% 3,4% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 45,9% 35,9% 51,5% 60,5% 2,6% 3,7% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior
40,7% 37,2% 56,6% 59,1% 2,8% 3,6% Norte Sul Norte Sul Norte Sul
42,5% 37,3% 54,3% 59,6% 3,2% 3,1% SOLIDÃO
Sim Não 77,5% 22,5%
Masculino Feminino Masculino Feminino 72,0% 82,8% 28,0% 17,2%
11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 66,7% 84,2% 33,3% 15,8% Norte Sul Norte Sul
80,2% 75,9% 19,8% 24,1% FELICIDADE
Muito Feliz/Feliz Pouco Feliz/Infeliz 88,2% 11,8%
Masculino Feminino Masculino Feminino 90,6% 85,8% 9,4% 14,2% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 93,3% 83,1% 6,7% 16,9% Litoral Interior Litoral Interior
90,0% 85,9% 10,0% 14,1%
49
Os rapazes descrevem-se mais frequentemente como saudáveis e felizes, as raparigas
referem mais frequentemente sentirem-se sós.
Os mais novos acham-se mais saudáveis e felizes enquanto que os mais velhos mais
frequentemente referem sentir-se sós.
Os jovens do Litoral consideram-se mais frequentemente saudáveis e felizes.
Os alunos do Norte consideram-se mais frequentemente saudáveis, e referem mais
frequentemente sentirem-se sós.
SAÚDE Bastante Saudável Rapazes / Mais novos / Litoral / Norte SOLIDÃO Sim Raparigas / Mais velhos / Norte FELICIDADE Muito Feliz / Feliz Rapazes / Mais novos / Litoral
50
Consumo de Medicamentos
51
Consumo de medicamentos
assamos agora às questões relacionadas com o consumo e padrão de consumo
de medicamentos (Quadro 19).
Aqui também se por um lado a maioria não é consumidora de medicamentos,
uma minoria consome com regularidade.
As raparigas são as maiores consumidoras (dor de cabeça, de estômago e
constipação).
Os mais novos referem com mais frequência dores de estômago e consumo de
remédios para a tosse. Os mais velhos consomem com mais frequência medicamentos
para a dor de cabeça e estômago. No Sul do País e na zona de Lisboa, consomem-se
mais medicamentos para a constipação. No interior consome-se mais medicamentos
para tosse.
P
52
Quadro 19 - Consumo de medicamentos
DOR DE CABEÇA Sim Não
28,5% 71,5% Masculino Feminino Masculino Feminino
20,8% 36,1% 79,2% 63,9% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 25,0% 31,4% 75,0% 68,6%
DOR DE ESTÔMAGO Sim Não
10,7% 89,3% Masculino Feminino Masculino Feminino
7,8% 13,6 92,2% 86,4% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos
8,4 12,2% 91,6% 87,8% CONSTIPAÇÃO
Sim Não 35,5% 64,5%
Masculino Feminino Masculino Feminino 31,9% 39,0% 68,1% 61,0%
11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 36,0% 34,6% 64,0% 65,4% Norte Sul Norte Sul 33,1% 36,8% 66,9% 63,2% Lisboa Outras Lisboa Outras
38,2% 34,6% 61,8% 65,4% TOSSE
Sim Não 20,4% 79,6%
Masculino Feminino Masculino Feminino 19,9% 20,8% 80,1% 79,2%
11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 26,7% 16,4% 73,3% 83,6% Litoral Interior Litoral Interior 18,9% 22,3% 81,1% 77,7%
NERVOSISMO Sim Não
9,7% 90,3% Masculino Feminino Masculino Feminino
8,7% 10,5% 91,3% 89,5% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 10,7% 9,6% 89,3% 90,4%
DIFICULDADE EM ADORMECER Sim Não
6,0% 94,0% Masculino Feminino Masculino Feminino
6,5% 5,5% 93,5% 94,5% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 6,2% 5,5% 93,8% 94,5%
MEDICAMENTOS Dor de cabeça /Estômago Raparigas / Mais velhos Constipação Raparigas / Sul / Lisboa Tosse Mais novos / Interior
53
Ajustamento Psicossocial Família e Amigos
54
Ajustamento psicossocial - família e amigos
onsideraremos para começar as questões relacionadas com as redes sociais de
apoio - relação com a família e relação com os pares (Quadros 20 e 21).
Quadro 20 - Relação com a família
FALAR COM A MÃE Fácil Difícil Não falo / Não tenho
85,7% 12,7% 1,6% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 87,6% 84,0% 10,5% 14,7% 1,9% 1,3% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 90,9% 82,0% 7,3% 16,3% 1,8% 1,7% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 83,3% 86,6% 14,4% 12,1% 2,3% 1,4%
FALAR COM O PAI Fácil Difícil Não falo / Não tenho
67,8% 26,6% 5,6% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 77,0% 58,9% 17,8% 35,0% 5,1% 6,1% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 79,4% 59,8% 15,5% 33,7% 5,2% 6,5% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 65,8% 70,4% 28,0% 24,7% 6,2% 4,9% Norte Sul Norte Sul Norte Sul
71,3% 65,9% 23,6% 28,2% 5,2% 5,9% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 64,5% 68,9% 28,0% 26,1% 7,5% 5,0%
FALAR COM A MÃE Fácil Rapazes / Mais novos / Fora de Lisboa FALAR COM O PAI Fácil Rapazes / Mais novos / Interior / Norte / Fora de Lisboa
C
55
Embora a grande maioria dos alunos ache fácil falar com os pais, em especial com a
mãe, um número menor mas preocupante refere dificuldades a este nível, sobretudo no
diálogo com o pai.
Os rapazes acham mais fácil falar com os pais, tanto com o pai como com a mãe. Os mais novos acham também mais fácil falar com os pais, quer com o pai quer com a
mãe.
Os alunos do Interior referem mais facilidade em falar com o pai do que os colegas do
Litoral. Os jovens do Norte referem mais facilidade em falar com o pai do que os
colegas do Sul. Os alunos de fora de Lisboa consideram mais frequentemente ter
facilidade em falar com os pais, quer com o pai quer com a mãe, do que os colegas de
Lisboa. Os jovens de Lisboa referem mais frequentemente não falar com o pai ou não
ter pai.
Quadro 21 - Relação com os amigos
AMIGOS INTÍMOS Não tenho 1 2 ou mais
8,9% 22,9% 68,1% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 12,8% 5,2% 17,4% 28,2% 69,8% 66,5% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 7,8% 9,5% 23,2% 22,5% 69,0% 68,0% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 9,3% 8,5% 24,9% 20,4% 65,8% 71,1%
FICAR COM OS AMIGOS DEPOIS DAS AULAS / SAIR COM OS AMIGOS 2 a 5 vezes por semana 1 vez p/semana ou
menos Não tenho amigos Média - sair à noite*
73,3% 25,5% 1,2% 1,52 Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc. Fem.
76,3% 70,4% 22,8% 28,1% 0,9% 1,5% 1,91 1,14 11 15 11 15 11 15 11 15
70,5% 76,7% 28,4% 22,0% 1,1% 1,3% 0,93 1,92 Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 71,4% 75,8% 27,4% 23,1% 1,2% 1,2% 1,37 1,71 Norte Sul Norte Sul Norte Sul Norte Sul 70,2% 75,0% 28,1% 24,0% 1,7% 0,9% 1,29 1,65
* t-test - quantos dias por semana saem à noite
AMIGOS Mais Amigos Rapazes / Interior FICAR COM OS AMIGOS Maior frequência Rapazes / Mais velhos / Interior / Sul SAIR À NOITE COM OS AMIGOS
56
Mais saídas Rapazes / Mais velhos / Interior / Sul
No que diz respeito aos amigos, os rapazes referem mais frequentemente quer não ter
amigos quer ter dois ou mais amigos, enquanto que as raparigas referem
preferencialmente um(a) amigo(a) íntimo (a). Os rapazes ficam mais frequentemente
com os amigos depois das aulas e saem mais frequentemente com eles à noite.
Os mais velhos referem mais frequentemente ficar com os amigos depois das aulas e
sair à noite com os amigos.
Os alunos do Sul ficam mais frequentemente com os amigos depois das aulas e saem
mais frequentemente com eles à noite. Os jovens do Interior têm também mais
amigos, ficam com eles mais vezes depois das aulas e saem mais frequentemente com
eles à noite.
57
Vida Escolar
58
Vida Escolar
ontinuaremos com as questões relacionadas com a vida escolar (Quadro 22 a
24).
A grande maioria dos alunos refere gostar da escola.
As raparigas referem mais frequentemente gostar da escola, e mais frequentemente
referem não ter opinião sobre situações relacionadas com a vida escolar.
Os alunos mais novos referem mais frequentemente gostar da escola e manifestam
com mais frequência uma atitude favorável em relação à escola. Os alunos mais velhos
dividem-se entre os que manifestam uma atitude mais negativa e os que referem não
ter opinião.
Os alunos do Sul e os alunos de Lisboa evidenciam uma relação mais negativa em
relação à escola ou declaram não ter opinião.
Quadro 22 - Vida escolar: Sentimento pela escola
Gosto Não gosto 88,6% 11,4%
Masculino Feminino Masculino Feminino 85,1% 92,0% 14,9% 8,0%
11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 94,6% 85,3% 5,4% 14,7% Norte Sul Norte Sul
91,7% 86,8% 8,3% 13,2% Lisboa Outras Regiões Lisboa Outras Regiões 85,8% 89,5% 14,2% 10,5%
SENTIMENTO PELA ESCOLA Gosto Raparigas / Mais novos / Norte / Fora de Lisboa
C
59
Quadro 23 - Vida escolar: Regras Na escola: Os alunos tomam parte na decisão de regras
Concordo Não sei Discordo 34,5% 38,8% 26,7%
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 36,1% 32,9% 36,6% 40,9% 27,2% 26,1% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 44,3% 28,6% 34,2% 43,0% 21,5% 28,3% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 31,9% 37,9% 40,8% 36,2% 27,3% 25,9% Norte Sul Norte Sul Norte Sul
37,4% 32,9% 35,7% 40,5% 26,9% 26,6% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 27,8% 36,8% 43,2% 37,4% 29,1% 25,9%
Na escola: Os estudantes são tratados c/ severidade Concordo Não sei Discordo 27,2% 32,7% 40,2%
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 32,9% 21,5% 33,1% 32,3% 34,0% 46,2% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 31,1% 23,8% 27,9% 33,9% 41,0% 42,3% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 25,8% 28,9% 34,3% 30,6% 39,9% 40,5% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 26,0% 27,5% 36,0% 31,6% 38,0% 40,9%
Na escola: As regras são justas Concordo Não sei Discordo 52,7% 30,2% 17,2%
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 54,5% 50,8% 26,3% 34,0% 19,2% 15,2% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 73,3% 43,8% 17,8% 37,6% 8,9% 18,6% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 50,5% 55,5% 31,6% 28,4% 18,0% 16,1% Norte Sul Norte Sul Norte Sul
56,4% 50,6% 28,8% 30,9% 14,8% 18,5% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 46,7% 54,6% 33,4% 29,1% 19,9% 16,3
DECISÃO DAS REGRAS Concordo Rapazes / Mais novos / Interior / Norte / Fora de Lisboa SEVERIDADE Concordo Rapazes / Mais novos / Interior REGRAS JUSTAS Concordo Rapazes / Mais novos / Interior / Norte / Fora de Lisboa
60
Quadro 24 - Vida escolar: Ambiente, colegas e professores A escola: É um bom lugar para se estar
Concordo Não sei Discordo 61,5% 24,6% 13,9%
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 61,0% 62,0% 22,0% 27,1% 16,9% 10,9%
11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 72,0% 59,4% 18,6% 26,4% 9,4% 14,2% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 56,4% 68,1% 27,4% 20,9% 16,2% 10,9% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 54,0% 64,0% 26,8% 23,9% 19,1% 12,1%
A escola: Sinto que pertenço à escola Concordo Não sei Discordo 66,3% 20,5% 13,2%
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 65,7% 66,9% 20,2% 20,7% 14,0% 12,4%
11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 80,3% 58,5% 12,5% 25,0% 7,2% 16,5% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior 64,5% 68,6% 20,7% 20,1% 14,7% 11,2% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 60,9% 68,1% 22,4% 19,8% 16,7% 12,1%
Na escola: Os professores interessam-se por mim Concordo Não sei Discordo 57,0% 33,4% 9,6%
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 58,2% 55,7% 30,3% 36,5% 11,5% 7,8%
11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 76,2% 44,6% 17,4% 43,2% 6,4% 12,2% Norte Sul Norte Sul Norte Sul
63,2% 53,5% 28,5% 36,2% 8,3% 10,3% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras 50,5% 59,1% 38,5% 31,8% 11,0% 9,1%
Na escola: Os alunos da minha turma gostam de estar juntos Muitas vezes Às vezes Raramente ou nunca
60,5% 31,3% 8,2% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino 64,8% 56,3% 28,6% 33,9% 6,6% 9,9% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 66,2% 55,1% 26,8% 35,4% 7,1% 9,5% Litoral Interior Litoral Interior Litoral Interior
63,6% 56,5% 28,9% 34,4% 7,5% 9,2%
ESCOLA BOM LUGAR PARA ESTAR Concordo Mais novos / Interior / Fora de Lisboa PERTENÇO À ESCOLA Concordo Mais novos / Interior / Fora de Lisboa PROFESSORES INTERESSAM-SE Concordo Mais novos / Norte / Fora de Lisboa ALUNOS GOSTAM DE ESTAR JUNTOS Muitas vezes Rapazes / Mais novos / Litoral
61
Violência e Acidentes em Meio Escolar
62
Violência na escola e acidentes em meio escolar
assamos às questões relacionadas com a violência na escola e acidentes em
meio escolar. A maior parte dos jovens já se envolveu pelo menos uma vez em
provocações, quer como “provocador”, quer como “provocado”. Os rapazes
envolvem-se mais frequentemente em provocações quer como “provocador”
quer como “provocado”. Os jovens mais novos são mais frequentemente alvo de
provocações na escola, tal como os jovens de fora de Lisboa.
Quadro 25 - Violência
PROVOCAR 1 vez ou menos Algumas vezes 1 vez p/ semana ou mais
90,9% 6,3% 2,8% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
88,1% 93,6% 7,9% 4,7% 4,0% 1,6% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 90,8% 92,7% 6,3% 4,9% 2,9% 2,3%
SER PROVOCADO 1 vez ou menos Algumas vezes 1 vez p/ semana ou mais
84,6% 10,7% 4,7% Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
81,9% 87,3% 12,0% 9,5% 6,2% 3,2% 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 76,7% 91,1% 15,4% 6,1% 7,8% 2,8% Lisboa Outras Lisboa Outras Lisboa Outras
87,0% 83,8% 10,1% 10,9% 3,0% 5,2%
PROVOCAR Maior frequência Rapazes SER PROVOCADO Maior frequência Rapazes / Mais novos / Fora de Lisboa
P
63
Mais de metade dos jovens tiveram acidentes graves no último ano.
Os rapazes têm ainda mais frequentemente acidentes. Os acidentes graves são mais
frequentes nos mais velhos. Os alunos do Litoral referem mais vezes serem vítimas de
acidentes. Os alunos do Sul e os alunos de Lisboa referem mais vezes serem vítimas de
acidentes graves.
Quadro 26 - Média de acidentes nos últimos 12 meses e percentagem de casos em que houve necessidade de tratamento
Média de Acidentes * Com necessidade de tratamento 0,44 52,0%
Masculino Feminino Masculino Feminino 0,61 0,27 54,1% 48,5%
11 Anos 15 Anos 11 Anos 15 Anos 0,42 0,44 39,9% 61,5%
Litoral Interior Litoral Interior 0,47 0,39 54,4% 48,6% Norte Sul Norte Sul 0,38 0,47 47,1% 54,8%
Lisboa Outras Lisboa Outras 0,45 0,43 60,2% 49,7%
* t-test
ACIDENTES Rapazes / Litoral / Sul ACIDENTES GRAVES Mais velhos / Sul / Lisboa
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Síntese das diferenças entre sexos, idade e região onde habita
Nos quadros 27 e 28 apresentamos a síntese das diferenças entre sexos, idades e
região, com indicação do sentido dessa diferença, maior escolha (+), menor escolha
(-), maior frequência de “não sei” (?), maior frequência de valores médios (♦) e maior
frequência de valores extremos (λ).
Quadro 27 - Síntese das diferenças entre sexo, idade e regiões nas dimensões apresentadas, χ2, p<.05
Sexo Idade Litoral/ Interior
Norte/ Sul
Lisboa/ Outras
M F 11 15 L I N S L O Expectativas futuras: Prosseguir os estudos + + Estudos para a vida activa + + Arranjar emprego + Estágio profissional + Ficar desempregado + Não sabem + + Consumo de álcool: Experimentar + + + Cerveja + + + + + Vinho + + + Bebidas espirituosas + + + + + Ficar embriagado + + + + + Consumo de tabaco: Experimentar + + Frequência + + + + N.º de cigarros/semana* + - - + - + Prática de exercício físico: Frequência + + - Tempo + + Ver TV/Vídeo/Jogar computador: Ver TV + + + + Ver Vídeo + + + + Jogar computador + + + + Hábitos alimentares: Batata frita + + + + Hamburgers / Cachorros + • 6 + + Doces + + + Coca-Cola + + + + Café + + Leite + + + + Pão integral / trigo + + + + Fruta + + Vegetais + +
* t-test, p<.05
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Quadro 28 - Síntese das diferenças entre sexo, idade e regiões nas dimensões apresentadas, χ2, p<.05
Sexo Idade Litoral/ Interior
Norte/ Sul
Lisboa/ Outras
M F 11 15 L I N S L O Imagem corporal: Querer alterar corpo + + + + Aparência + 6 + 6 + + 6 Corpo está bem + - + - - + - + Dieta - + - + + - + - Somatização: Dor de cabeça + + Dor de costas + + + + Dor de estômago + + + Irritabilidade + + + + Nervosismo + + + + Deprimido + + + Dificuldade em adormecer + + Tontura + + + Cansados de manhã + + + + + Percepção bem-estar: Saudável + + + + Feliz + + + Só + + + Medicamentos: Dor de cabeça + + Dor de estômago + + Constipação + + + Tosse + + Escola: Gostar da escola + + + + Alunos participam decisão regras + ? + -? ? + + ? ? + Estudantes tratados com severidade + - + ? ? + ? Regras da escola são justas • ? + -? ? + + - -? + A escola é um bom lugar para estar - ? + -? -? + - + Sinto que pertenço à escola + -? - + - + Professores interessam-se por mim - ? + -? + -? ? + Alunos turma gostam estar juntos + + + Pais: Fácil falar com a mãe + + + Fácil falar com o pai + + + + + Amigos: Amigos íntimos • 6 + + Ficar c/ os amigos depois das aulas + + + Sair com os amigos à noite* + - - + - + - + Violência: Provocar + Ser alvo de provocações + + + Acidentes: Acidentes graves + + + N.º de Acidentes* + - + - - +
* t-test, p<.05
66
Conclusão
67
Conclusão
pesar do presente estudo ser um estudo descritivo onde se pretende que os
comportamentos dos jovens sejam descritos e não explicados, podemos
descrever alguns perfis que sugerem padrões de risco ou situações protectoras.
Sexo, idade e região nos comportamentos de saúde e estilo de vida
Assim aparece-nos claro um perfil com os rapazes “mais virados para o mundo” e as
raparigas “mais viradas para elas próprias”. Em relação ao futuro os rapazes parecem
mais interessados na sua subsistência e as raparigas no desenvolvimento pessoal. Nas
vivências do quotidiano as raparigas aparecem mais centradas nelas (na imagem do
corpo) e num mundo reduzido (um bom amigo) com mais tendência a sintomas de mal
estar físico e psicológico, a consumir mais frequentemente medicamentos, e com um
maior sentimento de solidão. Os rapazes “circulam” mais no grande grupo social, têm
mais tendência a consumir álcool e tabaco, a praticar actividades físicas, a entrar em
conflitos abertos com colegas e com a escola e a mais acidentes. Verifica-se ainda uma
maior tendência para acordarem mais cansados de manhã, e a sentiram-se mais
frequentemente felizes.
O risco parece ainda agravar-se com a idade, aparecendo-nos um afastamento no
investimento escolar, uma maior percepção de mal-estar físico e psicológico, uma maior
ligação ao grupo de pares e uma maior tendência para acidentes. A idade aparece-nos
ainda claramente aliada a um aumento de consumos de álcool e tabaco e um
afastamento da prática de actividades físicas.
A
68
Estes resultados são confirmados em outros estudos similares a nível europeu,
nomeadamente o estudo de 1994 da rede europeia do HBSC (King & al. 1996).
Quanto à região onde habitam, os jovens do Interior parecem constituir um grupo de
risco face aos consumos e ainda com mais sintomas de mal estar físico e psicológico.
Saem mais frequentemente depois das aulas e à noite com os colegas. Parecem achar
os pais mais acessíveis para o diálogo. Os jovens do Litoral praticam mais actividades
físicas e preocupam-se mais com a sua aparência e "linha". Os jovens do Litoral têm
menos interesse ou mesmo uma atitude mais negativa em relação à escola.
O perfil “Litoral” tem algumas semelhanças com o perfil “Sul”, com excepção dos
consumos. É ainda no Sul que há maior número de acidentes, uma maior proximidade
ao grupo de pares, e um maior afastamento da família e da escola e uma maior
referência ao “cansaço pela manhã”.
Como já foi referido, os jovens de Lisboa têm um perfil “Litoral”/“Sul”. Reforça-se aqui
o afastamento da vida escolar, o afastamento da família e a tendência a acidentes. No
entanto verifica-se uma excepção no padrão dos consumos: mais jovens experimentam
o álcool e o tabaco, mas menos se tornam consumidores.
Descrição de perfis protectores e perfis ligados ao risco
Na nossa amostra quem quer seguir os estudos são as raparigas e os mais velhos. Os
rapazes e os mais novos “não sabem” e os rapazes e os mais velhos querem seguir
estudos orientados para o trabalho.
Os jovens de 15 anos, e os jovens de Lisboa, são quem mais experimentou bebidas
alcoólicas, mas quem mais bebe são os rapazes, de 15 anos, da zona de Beja (Interior,
Sul e fora de Lisboa). Quem menos se embriaga são as raparigas, os jovens de 11
anos, e os jovens de Lisboa.
Fumam mais os jovens do Sul, e os mais velhos. Os jovens do Interior, do Sul e de fora
de Lisboa fumam mais frequentemente “todos os dias”.
69
Os rapazes mais novos e os do Litoral são mais activos fisicamente. Os rapazes, e os
jovens do Sul ficam mais tempo em actividades de lazer como ver televisão, vídeos e
jogar jogos de computador, sobretudo os do Litoral e os de Lisboa.
Os rapazes e os mais novos comem mais tipos de alimentos, com excepção do café e
coca-cola onde os mais velhos são maiores consumidores. As raparigas são mais
apreciadoras de fruta e vegetais. Este facto poderá estar ligado à preocupação com a
“linha”.
Os rapazes, os mais novos e os jovens de fora de Lisboa parecem os mais satisfeitos
com a sua aparência. As raparigas, os mais velhos e os jovens de Lisboa acham-se
mais gordos, e os rapazes, os mais velhos e os de fora de Lisboa acham-se magros
demais.
É ainda no grupo de Lisboa, das raparigas e dos mais velhos que se encontram mais
frequentemente jovens a fazer dieta para perder peso.
As raparigas, os mais velhos, e os do Interior do país referem em geral mais sintomas
físicos e psicológicos de mal estar e mais tendência a consumir medicamentos.
Os rapazes, os mais novos, os jovens do Litoral e os do Norte têm em geral uma maior
percepção de saúde pessoal e bem-estar, sendo as raparigas, os mais velhos, e os do
Norte as que mais frequentemente se sentem sós.
Os rapazes, os mais novos e os jovens de fora de Lisboa parece terem maior
capacidade de diálogo com qualquer um dos pais. Lisboa parece ser a zona que mais
dificulta este diálogo.
Quem mais gosta da escola são as raparigas, os mais novos e os jovens de fora de
Lisboa. As raparigas, os mais velhos e os jovens do Litoral são quem mais demonstra
mais dificuldade em se posicionar face à vida escolar. Os mais novos e os jovens de
fora de Lisboa parecem apresentar uma atitude mais positiva face à vida escolar.
Os rapazes e os jovens do Interior têm mais tendência a ter um grupo de amigos
íntimos, com quem ficam depois das aulas e saem à noite, sobretudo os mais velhos,
70
os do Interior e os do Sul. Os rapazes, os mais velhos e os jovens do Sul são quem
mais dificuldades refere em acordar de manhã.
Os rapazes e os mais novos são mais frequentemente vítimas de provocação. São
contudo os jovens de Lisboa, os do Sul e os mais velhos que mais frequentemente têm
acidentes graves.
Analisámos pois os comportamentos de jovens em idade escolar de 5 regiões de
Portugal, comportamentos estes relacionados com a saúde: expectativas face ao
futuro, consumo de bebidas alcoólicas, consumo de tabaco, prática de actividade física,
alimentação, sintomas físicos e psicológicos, percepção de saúde e bem estar, relação
com os pais, pares e escola, violência e acidentes.
A idade foi, no nosso estudo, um factor agravante na adopção de comportamentos
ligados a um estilo de vida pouco saudável. As diferenças encontradas entre rapazes e
raparigas e nas várias regiões do país fazem-nos ponderar na necessidade de adoptar
estratégias diferenciadas em programas de promoção e educação para a saúde em
meio escolar, onde as características e vulnerabilidades dos dois sexos sejam
contempladas, bem como a diversidade de vulnerabilidades resultantes das
características da região onde os jovens habitam.
Comparando estes resultados com alguns dados do estudo europeu similar de 1994 (King & al. 1996), ressalta
que apresentamos a menor percentagem de jovens que já experimentaram tabaco com a idade de 11 anos,
contra uma das maiores percentagens aos 15 anos. Os nosso jovens estão, por outro lado, entre os maiores
consumidores de televisão.
Os jovens portugueses estão ainda entre os maiores consumidores de fruta e de hamburgers, e entre os
menores consumidores de pão integral.
Estão entre os que mais satisfeitos se declaram em relação ao seu corpo e entre os que mais referem sentir-
se sós.
A prática de comportamentos "não saudáveis" ou comportamentos de saúde "negativos", está na base de
doenças graves e consequente diminuição da longevidade. Daqui se destaca a importância dos
comportamentos saudáveis ou comportamentos de saúde positivos, para alcançar o bem-estar físico, mental e
social. Na medida em que muitos dos comportamentos relacionados com a saúde são adquiridos na
adolescência, torna-se especialmente importante a implementação de acções de promoção da saúde e
prevenção de comportamentos de risco, nesta fase da vida dos indivíduos.
71
Os comportamentos de saúde são determinados por inúmeros factores. Alguns autores referem que a família
tem maior influência sobre a prática de comportamentos relacionados com a saúde, outros referem que são os
grupos de pares. Outros autores sugerem que a influência da família e dos grupos de pares converge e
reforça-se mutuamente. Estes resultados sugerem um padrão de diminuição do impacto da família como fonte
de apoio psicossocial e um aumento da influência dos pares com a idade. Apontam ainda um perfil diferente
nas relações afectivas na família e com os pares, em rapazes e raparigas, e ainda um padrão diversificado nas
diferentes regiões do país.
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