Post on 10-Dec-2015
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BÁSICO DE HIGIENEOCUPACIONAL
INSTRUTORES :
ANIS SALIBA FILHOCARMEN L.G. VASQUEZ
MÁRIO LUIS FANTAZZINI
HIGIENE DO TRABALHO
É a ciência e arte que se dedica ao reconhecimento ,avaliação e controle dos riscos ambientais ( químico ,físico e biológico ) que podem ocasionar alteração na saúde ,conforto ou eficiência do trabalhador.
Nesta definição destacam-se os seguintes aspectos :
As fases da higiene do Trabalho:Reconhecimento ,avaliação e controle.
A higiene atua sobre os fatores ambientais. O objetivo é a prevenção das doenças profissionais.
A prática da higiene industrial tem sido marcada por mudanças. Ao longo do tempo tem ocorrido mudanças nos produtos manufaturados, no desenvolvimento de processos , na sofisticação da instrumentação técnica e científica , na maneira pela qual o interesse público nas questões ambientais tem aumentado .A medida em que a profissão amadureceu , a palavra "antecipação" foi adicionada ao escopo tradicional da higiene industrial de reconhecimento, avaliação e controle.
( PATTY )
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O CONCEITO DE HI , SEGUNDO A OIT
A ciência e arte dedicada à antecipação , reconhecimento , avaliação e controle de riscos ambientais que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
ATUAÇÃO DA HIGIENE NO TRABALHO VISA :
Reconhecer os fatores ambientais que podem influir sobre a saúde dos trabalhadores , o que implica num conhecimento profundo dos produtos , métodos de trabalho ,processos de produção e instalações industriais ( avaliação qualitativa ) .
Avaliar quantitativamente os riscos a curto e longo prazo através de medições das concentrações dos contaminantes ou as intensidades dos agentes físicos e comparar estes valores com os limites de tolerância.Para isto será necessário aplicar técnicas de amostragem e análises das amostras em laboratórios competentes ou efetuar medições com aparelhos de leitura direta .
Controlar os riscos ,de acordo com os dados obtidos nas faces anteriores ,as medidas de controle serão efetuadas de acordo com a aplicação do método mais viável ,geralmente baseado em procedimentos de engenharia , respeitadas as limitações do processo e recursos econômicos.
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SOMENTE A INTEGRAÇÃO DISCIPLINAR
ENTRE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA E A
MEDICINA OCUPACIONAL , NO ÂMBITO DA
HIGIENE DO TRABALHO , PODEM
INTERROMPER O CÍRCULO VICIOSO
AMBIENTE -EXPOSIÇÃO -DANO
Os higienistas industriais devem ter em mente o valor da informação recíproca.
Avaliação da exposição dos empregados são úteis na diagnose das doenças ocupacionais , ou podem indicar áreas para supervisão médica.
Os achados médicos podem indicar áreas para estudos de higiene industrial.
Os dados de monitoramento biológico podem revelar tendências de exposição antes dos sintomas das enfermidades.
Embora o controle médico nunca deve ser utilizado como método primário ( principal ) de avaliação da exposição dos empregados , pode ser uma ferramenta suplementar para avaliar a efetividade de um programa de controle envolvendo engenharia ou outras técnicas de controle , e /ou controles de proteção pessoal.
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INTERFACE E INTEGRAÇÃO
ENGENHARIA E MEDICINA
HIGIENE DO TRABALHO
correlação exposição / dano
inferência e detecção de hipersuscetíveis
validação de medidas de controle
definição de áreas ambientais críticas ( HT )
definição de populações críticas ( MO)
detecção de sinergismos entre agentes
acompanhamento de aclimatação a riscos
aconselhamento de alocação admissional segundo perfis ambientais / pessoais
definição de restrições de exposição
complementaridade de ações de educação e treinamento
harmonização técnico - legal
AGENTES FÍSICOS
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- Ruído
- Vibrações
- "Temperaturas Extremas "
calor frio
- pressões anormais
- radiações
ionizantes raios X - neutrons raios raios raios não ionizantes R.Infravermelha Luz visível R.Ultravioleta Laser Microondas e RF
AGENTES QUÍMICOS
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- AERODISPERSÓIDES
-GASES
-VAPORES
AGENTES BIOLÓGICOS
-VÍRUS
-BACTÉRIAS
-PARASITAS
-FUNGOS
RECONHECIMENTO
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( Identificação dos possíveis riscos )
AVALIAÇÃO (Constatação da presença do agente , com qualidade)
COMPARAÇÃO L.T
CONTROLE (Níveis de ação em
função dosníveis encontrados)
RECONHECIMENTO
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-Levantamento Preliminar
Estudo detalhado do processo industrial
matérias primas aditivos a) produtos subprodutos contaminantes produto final
b) condições do processo temperatura / fontes térmicas pressão oper. Associadas / manutenção
-Estudo Bibliográfico
-Visita a Campo
-Identificação dos Possíveis Riscos
Ruído? Vibração? Agentes Químicos? Quais? Calor ?
* Um risco só será avaliado e controlado se for reconhecido ou evidenciado (talvez) por uma doença.
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FATORES QUE DETERMINAM A OCORRÊNCIA DE DOENÇAS OCUPACIONAIS EM EXPOSIÇÕES RISCOS AMBIENTAIS
- Natureza do agente
- Tempo de exposição
- Concentração / intensidade do agente no ambiente de trabalho
- Susceptibilidade individual
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CARACTERIZAÇÃO DO RISCO
- Exposição é situação individual
Limites de Tolerância
Risco Potencial
Valores Ambientais situação de exposiçãoCaract . Operacionais
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MEDIDAS DE CONTROLE
1. Relativas ao Ambiente ( fonte / trajetória )
Substituição do produto nocivo
Mudança ou alteração do processo ou operação
Enclausuramento da operação / barreiras
Segregação da operação ou processo
Ventilação local exaustora
Manutenção dos processos
Projeto adequado
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2. Relativas ao Trabalhador ( individual )
Equipamentos de proteção individual
Exames Médicos /controle Médico
Limitação do tempo de exposição Educação e treinamento
Primeira provisória Última definitiva
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CRITÉRIOS LEGAIS E TÉCNICOS
Portaria 3214 / 78 N.R.
I.S.O. ( Internacional Standard Organization )
ACGIH ( American Conference of Governmental Industrial Hygienists)
NIOSH (National Institute for Ocupational Safety and Health )
CEE ( Comunidade Econômica Européia )
NHTs ( Normas de Higiene do Trabalho ) -FUNDACENTRO
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LIMITE DE TOLERÂNCIA ( L.T. )
" É a intensidade / concentração máxima , relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente físico / químico , que não causará dano à saúde da maioria dos trabalhadores expostos durante a sua vida laboral".
OBSERVAÇÕES SOBRE O CONCEITO DE L.T.
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- Jornada considerada
- Proteção " à maioria " dos expostos
- Refletem o atual conhecimento técnico - científico
- Situações nas quais não há dose -resposta
AO ESTUDAR UM L.T., ATENTAR PARA:
- Tipo : . Média ponderada / valor teto . Taxa de exposição / dose
- Qual a base de tempo sobre a qual é verificado ( minutos , hora , jornada etc. )
- Qual o efeito que o L.T. pressupõe evitar.
ACGIH
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O que os limites pretendem evitar ( exemplos )
CALOR -Temperatura do núcleo corporal não superior a 38º C ,para pessoas aclimatizadas , com roupas leves e devidamente supridas com água e sal.
RUÍDO -Inexistência de efeitos adversos à habilidade de ouvir e compreender conversação normal. Deslocamento médio de limiar induzido por ruído não maior que 2 dB após 40 anos , para as freqüências de 500 ,1000 ,2000 e 3000 Hz ( os limites anteriores asseguravam deslocamento médio não superior a 25 dB para a média das freqüências de 500 ,1000 e 2000 Hz ).
Os expostos não terão efeitos adversos em sua aptidão para ouvir e compreender conversação normal.Deslocamento de limiar menor que 25 dB para a média das freqüências de 500 ,1000 e 2000 Hz.
VIBRAÇÕES LOCALIZADAS - Os expostos não devem progredir além do estágio 1 da classificação de Estocalmo para dedos brancos induzidos por vibração ( VWF ) - ( ataques ocasionais afetando apenas a ponta de um ou mais dedos / adormecimento intermitente , com ou sem formigamento).
MICROONDAS E RÁDIO -FREQUÊNCIA - limitar a taxa de absorção específica para o corpo inteiro a 0,4 W/ Kg (aquecimento).
ACGIH
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Introdução à Seção de Agentes Físicos
1. Os limites representam níveis de agentes físicos e representam condições as quais acredita-se que praticamente todos os trabalhadores podem ser repetidamente expostos cotidianamente sem efeitos adversos.
2. Dadas as variações na susceptibilidade individual , pode haver na exposição a tais níveis ou mesmo abaixo deles ,situações nas quais o limite de tolerância não evitará perturbação , agravamento de condições pré-existentes ou danos fisiológicos.
3. Os limites se referem à prática de higiene industrial e deveriam ser interpretados e aplicados apenas por pessoas treinadas nessa disciplina.
4. Não são destinados , diretamente ou modificados ,para:
Avaliação e controle de agentes físicos na comunidade. Como prova de evidência ou não evidência de uma incapacidade física existente.
Para adoção por outros países nos quais as condições de trabalho diferem das dos EUA.
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CALOR
Instrutor:
Mário Luis Fantazzini
MECANISMOS DE TROCAS TÉRMICAS - HI
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Condução
Condução - convecção
Radiação
Evaporação
M + C + R - E = ?
M = calor gerado pelo metabolismo ( ganho)
C = calor trocado ( ganho ou perda ) por convecção e condução
R = troca líquida ( ganho ou perda ) por radiação infravermelha ( calor radiante)
E = calor perdido por evaporação do suor REAÇÕES DO ORGANISMO AO CALOR
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M = + C + R + E
Vasodilatação periférica
Sudorese
REAÇÕES DO ORGANISMO
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Vasodilatação Periférica :o fluxo de sangue no organismo humano transporta calor do núcleo do corpo para sua superfície , ocorrendo as trocas térmicas.
Sudorese :o número de glândulas sudoríparas ativadas é diretamente proporcional ao desequilíbrio térmico existente.
DOENÇAS
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Exaustão do calorUma baixa pressão arterial é o evento crítico resultante,devido , em parte,a uma inadequada saída de sangue do coração e, em parte, a uma vasodilatação que abrange um extensa área do corpo.
DesidrataçãoEm seu estágio inicial , a desidratação atua , principalmente, reduzindo o volume de sangue e promovendo a exaustão do calor. Mas , em casos extremos , produz distúrbios na função celular , provocando até a deterioração do organismo. Ineficiência muscular, redução da secreção (especialmente das glândulas salivares), perda de apetite , dificuldade de engolir , acúmulo de ácido nos tecidos irão ocorrer com elevada intensidade. Uremia temporária , febre e morte ainda podem ocorrer. Câimbras de calorOcorrem espasmos musculares , seguindo-se uma redução do cloreto de sódio no sangue, de modo a atingir concentrações inferiores a um certo nível crítico. A alta perda de cloreto é facilitada pela intensa sudorese e falta de aclimatização. Choque TérmicoOcorre quando a temperatura do núcleo do corpo é tal, que põe em risco algum tecido vital que permanece em contínuo funcionamento. É devido a um distúrbio no mecanismo termo-regulador, que fica impossibilitado de manter um adequado equilíbrio térmico entre o indivíduo e o meio.
NR 15 - ANEXO Nº 3
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LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR
1. A EXPOSIÇÃO AO CALOR DEVE SER AVALIADA ATRAVÉS DO " ÍNDICE DE - BUBO ÚMIDO - TEMÔMETRO DE GLOBO " ( IBUTG ) DEFINIDO PELAS EQUAÇÕES QUE SEGUEM :
AMBIENTES INTERNOS OU EXTERNOS SEM CARGA SOLAR:
IBTG = 0,7 TBN + 0,3 TG
AMBIENTES EXTERNOS COM CARGA SOLAR:
IBTG = 0,7 TBN + 0,1 TBS + 0,2 TG
ONDE:
TGN = TEMPERATURA DE BULBO ÚMIDO NATURAL
TG = TEMPERATURA DE GLOBO
TBS = TEMPERATURA DE BULBO SECO
NR - 15 ANEXO Nº 03
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A sobrecarga térmica está relacionada com o ambiente ( exposição ) e com a atividade física do trabalhador ( metabolismo).
O trabalhador pode alternar trabalhos em ambientes termicamente severos com locais termicamente mais amenos, ou com descanso (sentados em repouso) no mesmo local.
Obs1: os períodos de descanso são considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais.
Obs2: a alternância de condições térmicas deve ocorrer em ciclos de no máximo 60 minutos.
ÍNDICE DE BULBO ÚMIDO -TERMÔMETRO DE GLOBO
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( IBUTG )
Limites de tolerância para exposição ao calor para regime de trabalho -descanso ,com descanso no próprio local de trabalho ( valores de IBUTG dados em ºC )
TABELA 1Regime de trabalho com descanso no próprio local de trabalho ( p/ hora )
TIPO DE ATIVIDADE
LEVE MODERADA PESADATrabalho contínuo
ATÉ 30,0 ATÉ 26,7 ATÉ 25,045 minutos de trabalho15 minutos de descanso 30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,930 minutos de trabalho30 minutos de descanso 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,915 minutos de trabalho45 minutos de descanso 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0Não é permitido o trabalho , sem a adoção de medidas adequadas de controle
Acima de 32,2 Acima de 31,1 Acima de 30,0
Nota : A determinação do metabolismo é feita consultando-se a tabela III -Taxas de metabolismo por tipo de atividade.
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Limites de tolerância para exposição ao calor para regime de trabalho - descanso , com descanso em outro local (descanso térmico )
Tabela II
M ( KAL / H ) MÁXIMO IBUTG ( ºC )
175200250300350400450500
30,530,028,527,526,526,025,525,0
__Onde : M = M 1 x t 1 + M2 x t2 + ..... + M n x t n
60
______IBUTG = IBUTG1 x t1 + IBUTG2 x t2 + …. + IBUTG n x t n
60
Sendo : M1 , M2 , ...... M n - metabolismo nos locais de trabalho
IBUTG1 , IBUTG2 , ...... IBUTG n - valor de IBUTG nos locais de trabalho
t1 , t2 , ...... t n - tempos , em minutos ,que se permanece nos locais de trabalho
Nota : A determinação do metabolismo é feita consultando-se a tabela III taxas de metabolismo por tipo de atividade.
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TABELA III - TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE
Tipo de Atividade Kcal/h
Sentados em Repouso 100
Trabalho leve
Sentado, movimentos medrados com braços e tronco ( ex. datilografia ).
Sentado , movimento moderados com braços e pernas ( ex. dirigir ).
De pé , trabalho leve , em máquina ou bancada , principalmente com os braços.
125
150
150
Trabalho moderado
Sentado , movimentos vigorosos com braços e pernas.
De pé ,trabalho leve em máquina ou bancada ,com alguma movimentação.
De pé ,trabalho moderado em máquina ou bancada , com alguma movimentação.
Em movimento , trabalho moderado de levantar ou empurrar.
180
175
220
300
Trabalho pesado
Trabalho intermitente de levantar ,empurrar ou arrastar pesos ( ex. remoção com pá ).
Trabalho fatigante.
440
550
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RUÍDO
Instrutor :
Anis Saliba Filho
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RUÍDO :
Aspectos gerais de avaliação , conseqüências no indivíduo e medidas genéricas de controle.
Engo. Anis Saliba Filho (*)
-Som
Por definição ,o som é uma variação da pressão atmosférica capaz de sensibilizar nossos ouvidos.
Esta variação de pressão pode ser representada sob a forma de ondas senoidais, com as seguintes grandezas associadas :
P
At
(*) Assistente Técnico do ITSEMAP do Brasil.
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NÍVEL DE PRESSÃO SONORA -DECIBEL:
O som mais fraco que um ouvido humano pode detectar é 20 milionésimos de um pascal ( ou 20 uPa ). Esta variação de pressão é a que causa a mínima deflexão na membrana do ouvido. Desta forma , o limiar de audibilidade ou a pressão sonora de referência ( P o ) é 20 nPa ( 20 x 10-6 Pa ). O ouvido pode tolerar pressões até um milhão de vezes mais alta , chegando até 200 Pa , valor o qual estaria associado o limiar de dor.
Como o ouvido humano pode detectar uma gama muito grande de pressão sonora , que vai de 20 até 200 Pa ( Pa = Pascal ) , seria totalmente inviável a construção de instrumentos para a medição da pressão sonora.
Para contornar este problema , utiliza-se uma escala logarítmica de relação de grandezas , o Decibel ( dB ) .
L = 20 log P PO
Sendo:
L =nível de pressão sonora ( dB) P = pressão sonora de referência , por convenção , 20 uPaP = pressão sonora encontrada no ambiente ( Pa)
Na página a seguir é apresentada uma ilustração comparativa entre situações práticas de ruído e os níveis.
Amplitude (A) - É o valor máximo ,considerado a partir de um ponto de equilíbrio , atingido pela pressão sonora .A intensidade da pressão sonora é a determinante do "volume" que se ouve.
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Comprimento de Onda () - É a distância percorrida para que a oscilação repita a situação imediatamente anterior em amplitude e fase , ou seja, repita o ciclo.
Período ( T ) -É o tempo gasto para se completar um ciclo de oscilação. Invertendo-se este parâmetro (1/T), se obtém a freqüência ( f ).
Freqüência ( f ) - É o número de vezes que a oscilação é repetida numa umidade de tempo. É dada em Herts (Hz) ou ciclos por segundos (CPS). As freqüências baixas são representadas por sons graves , enquanto que as freqüências altas são representadas por sons agudos.
Tom Puro : É o som que possui apenas uma freqüência . Por exemplo: Diapasão, gerador de áudio.
Ruído :É um conjunto de vários sons não coordenados. Possui várias freqüências .São sons "não gratos" que nos causam incômodo , desconforto.
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SOMA DE DECIBÉIS
Como o decibel não é umidade , não pode ser somado ou subtraído algebricamente.
Para se somar dois níveis de ruído em dB, o caminho natural seria transformar cada um em Pascal , através da fórmula já apresentada , então somar -se- iam algebricamente e, ao final , o resultado seria transformado de Pascal para dB. Este método não é prático, apesar de correto.
Para uma maior agilidade na combinação de níveis em dB,utiliza-se a tabela abaixo :Diferença entre os níveis (dB) Quantidade a ser adicionada ao maior nível ( dB)
0,0 3,00,2 2,90,4 2,80,6 2,70,8 2,61,0 2,51,5 2,32,0 2,12,5 2,03,0 1,83,5 1,64,0 1,54,5 1,35,0 1,25,5 1,16,0 1,06,5 0,97,0 0,87,5 0,78,0 0,69,0 0,510,0 0,411,0 0,313,0 0,215,0 0,1
Nota : para diferenças superiores a 15 , considerar um acréscimo = zero,ou seja , prevalece apenas o maior nível.
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Exemplo : 85 dB + 90 dB =?Diferença : 90 - 85 = 5. Pela tabela, adiciona-se 1,2 ao maior nível ( 90 dB)Portanto: 85 dB + 90 dB = 91,2 dBObs: para mais de dois níveis , fazer somas intermediárias , dois a dois , até chegar num nível resultante.
EXERCÍCIOSCombinação de níveis em dB
Combine :
95 & 95 =95 & 90 =95 & 80 =95 & 93 =95 & 85 =95 & 75 =85 & 83 & 91 =86 & 92 & 99 & 104 =
Que conclusões podemos tirar ?
AUDIBILIDADE / SENSAÇÃO SONORA
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Tendo em vista que o parâmetro estudado é a pressão sonora , que é uma variação de pressão no meio de propagação , deve ser observado que variações de pressão como a pressão atmosférica são muito lentas para serem detectadas pelo ouvido humano. Porém ,se essas variações ocorrerem mais rapidamente - no mínimo 20 vezes por segundo ( 20 Hz ) - elas podem ser ouvidas.
O ouvido humano responde a uma larga faixa de freqüências ( faixa audível ) , eu vai de 16-20 Hz a 16-20 KHz. Fora desta faixa o ouvido humano é insensível ao som correspondente.
Estudos demonstram que o ouvido humano não responde linearmente às diversas freqüências , ou seja, para certas faixas de freqüências ele é mais ou menos sensível.
Um dos estudos mais importantes que revelam tal não- linearidade foi a experiência realizada por Fletcher e Munson , que resultaram nas curvas isoaudíveis , apresentadas abaixo:
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Assim, para freqüências de 20 a 1000 Hz a sensibilidade diminui (efeito de atenuação do som real ), de 1000 a 6000 Hz a sensibilidade aumenta (efeito de ampliação ) e para freqüências superiores a 6000 Hz a sensibilidade tende a cair novamente.
Para compensar essa peculiaridade do ouvido humano , foram introduzidos nos medidores de nível sonoro filtros eletrônicos com a finalidade de aproximar a resposta do instrumento à resposta do ouvido humano . são chamadas " Curvas de Ponderação " (A,B,C ).
Destas curvas, a curva "A" é a que mais se aproxima da resposta do ouvido humano. É a que melhor correlaciona Nível Sonoro com Probabilidade de Dano Auditivo.
Portanto é a comumente utilizada em avaliações de ruído industrial.
A curva "C" tem grande importância nos estudos de eficiência de protetores auriculares através do método NIOSH nº 2 Índice Rc, conforme apresentado mais adiante ( artigo técnico ).
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RESPOSTAS DINÂMICAS
Os medidores de ruído dispõem de um comutador para as velocidades de respostas, de acordo com o tipo de ruído a ser medido. A diferença entre tais posições está no tempo de integração do sinal , ou constante de tempo.
"slow" - resposta lenta - avaliação d níveis de ruídos contínuos ou intermitentes ." fast " - resposta rápida - avaliação de ruído de impacto ( com ponderação dB (C) ),calibração." impulse " - resposta de impulso - para avaliação de ruído de impacto ( com ponderação linear ).
VALOR EFICAZ ( RMS)
Na representação gráfica em onda senoidal , os valores máximos e mínimos atingidos pela mesma são os valores de pico. Tornando-se toda a amplitude ( positiva e negativa ) da onda, temos o valor pico a pico. No caso da avaliação de ruído , o que interessa é o valor eficaz desta onda, uma vez que o valor médio entre semi- ciclo positivo e negativo seria zero o valor eficaz é uma média quadrática ( "root mean square" - RMS ). Numa senóide é obtido dividindo-se o valor de pico por 2 1/2 .
Portanto, Valor eficaz ( RMS ) =Valor de pico/ 2
DETERMINAÇÃO DE NÍVEL DE RUÍDO DE FONTEEM PRESENÇA DE RUÍDO DE FUNDO
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Ruído de Fundo: é o ruído de fontes secundárias , ou seja, quando estamos estudando o ruído de determinada fonte num ambiente ,o ruído emitidos pelas demais é considerado ruído de fundo.
Existe um método prático para se determinar o nível de ruído de uma fonte quando existe interferência de ruído de fundo. A maneira natural de se realizar tal determinação seria desativar todas as demais fontes , ou seja , eliminar todo o ruído de fundo e fazer a medição apenas da fonte de interesse. Contudo , tal procedimento nem sempre é simples ou viável, na prática. Sendo assim, pode ser utilizado o conceito da subtração de dB , através da qual se determina o nível da fonte a partir do conhecimento do " decréscimo " global advindo da desativação da fonte de interesse. São utilizadas as tecnologias e o gráfico abaixo:
Ls + n = ruído total ( fonte e fundo)Ln = ruído de fundoLs = ruído da fonte
Ls = Ls + n - L
Exemplo : Ls + n = 60 dB e Ln = 53 dBLs +n - Ln = 7 dB L = 1 dBLs = Ls + n - L = 60-1 =59 dB
LIMITES DE TOLERÂNCIA - RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE
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Segundo a Lei 6514 - Portaria 3214 / 78 , Norma Regulamentadora NR -15 - Anexo 1, são definidos tempos máximos de exposição de acordo com o nível de ruído em dB em(A).
NR - 15 - ANEXO Nº 1
Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente
Nível de ruídodB (A)
Máxima exposição diária permissível
85868788899091929394959698100102104105106108110112114115
8 horas7 horas6 horas5 horas
4 horas e 30 minutos4 horas
3 horas e 30 minutos3 horas
2 horas e 40 minutos2 horas e 15 minutos
2 horas1 hora e 45 minutos1 hora e 15 minutos
1 hora45 minutos35 minutos30 minutos25 minutos 20 minutos15 minutos10 minutos 8 minutos 7 minutos
DOSE DE RUÍDO
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Os limites de tolerância fixam tempos máximos de exposição para determinados níveis de ruído. Porém , sabe-se que praticamente não existem tarefas profissionais nas quais o indivíduo é exposto a um único nível de ruído durante toda a jornada. O que ocorre são exposições por tempos variados a níveis de ruído variados. Para quantificar tais exposições utiliza-se o conceito de DOSE, resultando em uma ponderação para cada diferente situação acústica, de acordo com o tempo de exposição e o tempo máximo permitido, de forma cumulativa na jornada.
Calcula-se a dose de ruído da seguinte maneira :
D = T1 + T2 + …………+ Tn C1 C2 Cn
Onde:
D = dose de ruído.Tn = tempo de exposição a determinado nível, numerado de n.Cn = tempo de exposição permitido pela legislação para o mesmo nível n.
Com o cálculo da dose, é possível determinar-se a exposição do indivíduo em toda a jornada de trabalho, de forma cumulativa.
Se o valor da dose for menor ou igual à unidade (1), ou 100%, a exposição é admissível. Se o valor da dose for maior que 1 ou 100%, a exposição ultrapassou o limite, não sendo admissível. Exposições inaceitáveis denotam risco potencial de surdez ocupacional e exige medidas de controle.
Deve ser ressaltado que em casos de avaliações de doses em tempos inferiores aos da jornada, o valor da dose total pode ser obtido através de extrapolação linear simples ( regra de três ) , como no exemplo:
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Tempo de avaliação = 6h 30 min. ; dose obtida = 87%P/ jornada de 8 horas:6,5 --------> 878,0 --------> Dj Dj = 87 x 8 = 107%
6,5
EXERCÍCIOSDOSE DE RUÍDO - curso básico
1) Numa determinada indústria, a exposição o operador de campo A é a seguinte:
Nível de ruído junto à zona auditiva tempo de exposição diária 92 dB (A) 2 horas 85 dB (A) 4 horas 90 dB (A) 2 horas
A exposição ultrapassa o limite de tolerância? Demonstre.
2) Na mesma empresa, o operador B possui o seguinte perfil de exposição:Nível de ruído junto à zona auditiva tempo de exposição diária 85 dB (A) 4 horas 95 dB (A) 1 hora 68 dB (A) 1 hora 90 dB (A) 2 horasA exposição ultrapassa o limite de tolerância?
ILUMINAÇÃO
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Instrutor:
Anis Saliba Filho
ILUMINAÇÃO
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PROGRAMA DETALHADO
Iluminação e Riscos Ocupacionais.
Necessidades de iluminância adequada.
Radiação luminosa e espectro visível. Grandezas e definições.
Sensibilidade relativa do olho humano. Observador padrão.
Tarefa visual. Campo de trabalho.
NR-17. Normas Técnicas. NBR 5413.
Metodologia de avaliação.
Medidores. Características.
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ILUMINAÇÃO
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Engº. Anis Saliba Filho(*)
Iluminação
Existem duas formas básicas de iluminação:
Natural- Quando existe o aproveitamento direto ( incidência ) ou indireto ( reflexão / dispersão ) da luz solar.
Artificial- Quando é utilizado um sistema ( em geral elétrico) de iluminação, podendo ser de dois tipos:
Geral- para se obter o aclaramento de todo um recinto. Suplementar- para se reforçar o aclaramento de
determinada superfície ou tarefa.
Conseqüências de uma iluminação inadequada
Maior fadiga visual e geral
Maior risco de acidentes
Menor produtividade / qualidade
Ambiente psicologicamente negativo
(*) Assistente Técnico do ITSEMAP do Brasil Ltda.
Riscos Associados
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Maior probabilidade de acidentes quando ocorre uma variação brusca da iluminância.
Efeito estroboscópico, que é um fenômeno que pode resultar da combinação de :máquinas com partes girantes ou com movimento alternado.
+
fonte piscante ( 60 Hz ) não percebida ( lâmpada fluorescente).
Isto pode resultar em uma falsa impressão de que a máquina está parada ou com pouco movimento, podendo causar acidentes.
Tarefa Visual de Trabalho
Entende-se por CAMPO DE TRABALHO toda a região do espaço onde, para qualquer superfície aí situada, exigem-se condições de iluminação apropriada à TAREFA VISUAL a ser realizada.
Sendo assim, os pontos que realmente interessam ser avaliados em um estudo de condições de iluminação, são aquelas onde são realizadas as tarefas visuais principais / habituais.
FATORES PARA UMA ILUMINAÇÃO ADEQUADA
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Tipo de Lâmpada
-reprodução de cores-aplicações especiais
-carga térmica -eficiência luminosa Tipo de Luminária
- difusão- diretividade- ofuscamento /reflexos
Quantidade de Luminárias - valor de iluminância
Distribuição
- homogeineidade- contrastes- sombras
Manutenção
- reposição- limpeza
Cores
- refletância- ambiente
UNIDADES, GRANDEZAS E RELAÇÕES FOTOMÉTRICAS
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Intensidade luminosa - É a emissão em uma particular direção, de uma fonte que emite 1 Candela (Cd ) - radiação monocromática de freqüência 540 x 1012 Hz e cuja intensidade energética naquela direção é 1/ 683 Watt /Sr.
Nota:
1 Sr - ângulo sólido que subentende uma área = r2 ( esfera )
Fluxo luminoso - Fluxo emitido por uma fonte puntiforme isotrópica ( mesmo valor em todas as direções ) dentro de 1 Sr, de 1 Cd. É expresso em lúmen (lm).
Iluminância - É o fluxo luminoso recebido por unidade de área. É expressa em lux.1 lux =1 lm/m2
Luminância -É a intensidade recebida por unidade de área, na direção de observação. É expressa em cd /m2 ( nit ).
ASPECTOS TÉCNICO LEGAIS
47
A legislação brasileira ( Portaria 3214, NR-17 ) dispõe sobre condições ambientais de trabalho no item 17.5.3, do qual seguem trechos de importância quanto a aspectos de iluminação de locais de trabalho.17.5.3 - Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.
17.5.3.1 - A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.
17.5.3.2 - A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
15.5.3.3 - Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminância estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.
17.5.3.4 - A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigido para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência.
17.5.3.5 - Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75 m do piso.
No artigo 2º parágrafo único, da Portaria que alterou a NR 17 ( Portaria 3435 de 19/06/90) foram revogados o subitem 15.1.2, o anexo nº 4 e o item 4 do Quadro d graus de Insalubridade, todos da Norma Regulamentadora nº15.
AGENTES QUÍMICOS
48
ASPECTOS TEÓRICOS
Parte A
Instrutora:
Carmen L.G. Vasquez
AGENTES QUÍMICOS
49
AERODISPERSÓIDES
GASES
VAPORES
50
GASES: Substâncias que estão no estado gasoso ( T = 25º C e P = 760 mm Hg ). Não tem forma nem volume e tendem a se expandir indefinidamente.
VAPORES Fase gasosa de uma substância que a 25º C e 760 mm Hg e líquida ou sólida. A concentração de vapores, a uma temperatura determinada, não pode aumentar indefinidamente (SATURAÇÃO).
A principal diferença entre os gases e vapores é a concentração ambiental.
AGENTES QUÍMICOS
51
AERODISPERSÓIDES
ESTADO FÍSICOFORMAÇÃO
SÓLIDOS LÍQUIDOS TAMANHO DA PARTÍCULA
RUPTURA MECÂNICA
POEIRAS NÉVOAS 0,5 m
CONDENSAÇÃO DE VAPORES
FUMOS NEBLINAS 0,5 m
0,5 m poeiras na faixa respirável 10 m.
POEIRAS: partículas sólidas produzidas por ruptura mecânica de sólidos.
52
SÓLIDOS
POEIRAS
FUMOS
LÍQUIDOS
NÉVOAS
NEBLINAS
FUMOS: partículas sólidas produzidas por condensação ou oxidação de vaores de substâncias que são sólidas à temperatura normal.
NÉVOAS: partículas líquidas produzidas por ruptura mecânica de líquidos.
NEBLINAS: partículas líquidas produzidas por condensação de vapores de substâncias que são líquidas à temperatura normal.
O QUE É UMA
53
FIBRA
FORMA: relação comprimento / diâmetro 3 : 1
RESPIRÁVEL: diâmetro 3 m
RISCO: comprimento 5 m
____ d____ _________ 3 d ________
PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS DE USO DE FIBRAS
54
FIBRA DE VIDRO
- Fibra Têxtil : uso como reforço de colas plásticas, papel , isolamento elétrico.
- Lã de Vidro : isolamento térmico e acústico.
FIBRA DE ALGODÃO
- Indústria Têxtil - Indústria de Móveis
( estofamentos). - Processos de Tratamento
de Algodão para fins medicinais.
- Processos de Polimento- Processos de
Beneficiamento, enfardamento.
FIBRAS DE BAGAÇO
- Isolamento Acústico- Manufatura de Papel- Fertilizantes- Explosivos
55
SILICOSE
Causada pela inalação de poeiras minerais contendo Sílica livre cristalizada.
Causada pela inalação de fibras de asbesto ( amianto)
ou
Peneumoconiose dos trabalhadores do carvão
Causada pela poeira de carvão e de rochas contendo sílica livre cristalizada ( antraco - silicose ).
DIÂMETRO DAS PARTÍCULAS
56
ASBESTOSE
ANTRACOSE
Fração respirável visível
0,01m 0,1m 1m 10m 100m
* 1 MICROMETRO = 1m = 1 metro 1.000.000
* 1 CÉLULA VERMELHA DO SANGUE = 7m
* 1 BACTÉRIA = 1m
* 1 FIO DE CABELO = 40 m - 70m
VIAS DE INGRESSO NO ORGANISMO
57
VIA RESPIRATÓRIA
É a via mais importante para a maioria dos contaminantes químicos devido às características do aparelho respiratório, que facilitam a absorção de gases e vapores. A quantidade total de um contaminante absorvida por via respiratória é função da concentração no ambiente, do tempo de exposição e da ventilação pulmonar.
VIA CUTÂNEA
Compreende toda a superfície que envolve o corpo humano. É a segunda via mais importante.
VIA DIGESTIVA
De pouca importância, salvo em operários que tem o hábito de comer e beber no local de trabalho.
EFEITOS FISIOLÓGICOS( Ações sobre o organismo )
58
GASES E VAPORES
IRRITANTES: produzem inflamações nos tecidos que entram em contato direto, tais como pele, a conjuntiva ocular e as vias respiratórias.
ASFIXIANTES: são substâncias capazes de impedir a chegada de O2 aos tecidos ( H2 S ). Atua sobre o cérebro paralisando os músculos da respiração.
ANESTÉSICOS OU NARCÓTICOS: são substãncias que atuam como depressores do sistema nervoso central( CS2).
AERODISPERSÓIDES
IRRITANTES
ALÉRGICOS
PNEUMOCONIÓTICOS: alteração produzida no tecido dos pulmões pela inalação de poeiras orgânicas ou inorgânicas.
NR - 15 - ANEXO 11
59
Conceitos Básicos
- "Absorção pela pele " os agentes químicos que podem ser absorvidos, por via cutânea, e portanto exigindo na sua manipulação, o uso de luvas adequadas, além do EPI necessário à proteção de outras partes do corpo.
- " Asfixiante simples " determinam que nos ambientes de trabalho, em presença destas substâncias a concentração mínima de oxigênio deverá ser dezoito por cento em volume.
- " Valor Teto " os limites de tolerância não podem ser ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho.
60
LIMITE DE TOLERÂNCIA VALOR TETO
Representa uma concentração máxima que não pode ser excedida em momento algum da jornada de trabalho.
LIMITE DE TOLERÂNCIA MÉDIA PONDERADA
61
Representa a concentração média ponderada existente durante a jornada de trabalho, isto é, podemos ter valores acima do fixado, desde que sejam compensados por valores abaixo deste, acarretando uma média ponderada igual ou inferior ao limite de tolerância.
OBS: Estas oscilações para cima não podem ser indefinidas, devendo respeitar um valor máximo que não pode ser ultrapassado. Este valor máximo é obtido através da aplicação do fator de desvio.
V.M. = L.T. x F. D.
TABELA DE LIMITES DE TOLERÂNCIA
ANEXO 11 - NR - 15
62
AGENTES QUÍMICOS
VALOR TETO ABSORÇÃO TAMBÉM P/
PELE
ATÉ 48 HORAS / SEMANA
PPM mg/m3
GRAU DE INSALUBRIDADE
Amônia 20 14 MédioCloro 0,8 2,3 MáximoDióxido de Nitrogênio + 4 7
Máximo
Tolueno (Toluol ) + 78 290
Médio
Álcool n- Butílico
+ + 40 115
Máximo
Acetileno Asfixiante simples
VALOR MÁXIMO - L.T. x F.D.
L.T. F.D.0--------------------------1 31-------------------------10 210----------------------100 1,5100-------------------1000 1,25
Acima de1000 1,1
NR - 15 - ANEXO 12
63
" Limites de Tolerância para Poeiras Minerais "
ASBESTO
. LT = 2,0 fibras / cm3, comprimento > 5m Orientações e critérios de avaliação
MANGANÊS
. LT poeiras = 5 mg/m3 ( compostos referentes a extração, tratamento, moagem, transporte). LT fumos = 1 mg / m3 ( metalurgia de minerais, fabricação de compostos, eletrodos de solda, vidros especiais etc.). Jornadas de até 08 horas / dia.
SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA
. LT poeira total 24 mg/m3
% quartzo + 3
. LT poeira respirável
8 mg/m3
% quartzo + 2
. Jornadas de até 48 horas / semanais
NR - 15 - ANEXO 13
" Agentes Químicos - Qualitativo "
64
Arsênico
Carvão
Chumbo
Cromo
Fósforo
Hidrocarbonetos e outros componentes de carbono
Mercúrio
Silicatos
Substâncias cancerígenas
Operações diversas
NR -15 - ANEXO 13
" Agentes Químicos - Qualitativo "
65
EX: CHUMBO Grau Máximo
Fabricação e restauração de acumuladores, pilhas e baterias elétricas contendo compostos de chumbo.
Fabricação e emprego de chumbo tetraetila e chumbo tetrametila.
Fundição e laminação de zinco velho, cobre e latão.
ANEXO 13 -A
Benzeno
SUBSTÂNCIAS CANCERÍGENAS
Processos de Emprego
66
. 4 - AMINODIFENIL ( Difenilamina , Fenilamina , DPA , p - Xeilamina )
Manufatura de tintas Estabilizante de explosivos Processamento da borracha
. BENZIDINA ( p - Diaminofenil )
Manufatura de tintas Processamento da borracha Pigmento para análises microscópicas
. B - NAFTALAMINA ( 2 - Naftilamina, 2 Aminonaftaleno )
Manufaturas de tintas
. 4 - NITRODIFENIL
Finalidades de pesquisa ( síntese da 4 - Aminodifenil )
NR -15 - ANEXO 14
" Agentes Biológicos "
67
Relaciona as atividades que envolvem os agentes biológicos, cuja insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa.
EX.: Trabalhos ou operações, em contato permanente, com:
Pacientes em isolamento por doenças infecto contagiosas, bem como objetivos de seu uso, não previamente esterilizados;
Esgotos ( galerias e tanques ) são atividades de insalubridade de grau máximo;
Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros produtos. Atividade de insalubridade de grau médio.
RECONHECIMENTO
LEVANTAMENTO PRELIMINAR
68
Área: definir a área ou o processo em estudo.
Localização Geográfica :É importante identificar dentro da planta a localização da área ou do processo.
Número de expostos:Refere-se ao número total de pessoas com atividades no local em estudo.
Número de Potencialmente Expostos :Nem todos as pessoas com atividades na área estão potencialmente expostas. As vezes fazem parte da equipe, mas estão fisicamente distantes do processo ou fontes de emissão de agentes químicos, pois tem como posto de trabalho locais retirados da quadra de fabricação.
Efetivo:Relacionar todas as funções que tenham atividades no local em estudo, informando o regime de trabalho ( turnos de revezamento ou administrativo ) , número total de pessoas na função e a freqüência de presença nas áreas de risco ( fixo, volante ou eventual ).
Agentes Químicos Produzidos / Manipulados:Listar todos os produtos químicos presentes no processo fabril, indicando o nome; como participa do processo ( matéria prima, sub-produto, intermediário, catalisador, produto final,resíduo,etc); quantidade produzida / manipulada; e a forma como são movimentados estes materiais ( tubulação, tambores, carretas ou em sacos ).
RECONHECIMENTO
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
69
Visa conhecer e identificar as propriedades físicas e tixicológicas de cada um dos agentes químicos reconhecidos na etapa anterior. Pesquisar dados relativo à :
Nome: identificar o produto em estudo.
Família Química:Indicar a qual família química pertence o produto em estudo. P. Ex.: Hidrocarbonetos, Orgânicos Halogenados, Cetonas, etc.
Sinonímia:Listar todos os nomes pelos quais o produto pode ser identificado.
Propriedades Físicas e Toxicológicas:Buscar informações relativas ao aspecto, odor, peso molecular, ponto de ebulição, ponto de fusão, ponto de cristalização, densidade, solubilidade, pressão de vapor, ponto de fulgor, limites de explosividade, temperatura de auto-ignição, densidade de vapor, limiar de percepção olfativa, doses letais e concentrações letais.
Limites de Tolerância:Pesquisar informações relativas aos limites de tolerância ambientais e biológicos nacionais e internacionalmente aceitos.
Riscos à Saúde:Buscar informações quanto as propriedades toxicológicas, e as conseqüências para exposições crônicas e agudas.
70
AVALIAÇÃO AMBIENTAL
ONDE AMOSTRAR
71
AmostragemAnálises
das Amostras
Interpretação Dos
Resultados
A amostragem deve ser representativa da exposição dos trabalhadores.
- Ponto de Trabalho : Todo e qualquer local onde o trabalhador permanece durante o ciclo de trabalho.
- Ciclo de Trabalho : Conjunto de atividades desenvolvidas pelo trabalhador, em uma seqüência definida e que se repete de forma contínua no decorrer da jornada de trabalho.
- Zona Respiratória : Região do espaço que compreende uma distância de aproximadamente, 150 +/- 50 mm a partir das narinas, sob influência da respiração.
QUANDO AMOSTRAR
72
Maior importância aos picos de concentração.
Natureza do processo:
- Abertura de túneis;- Descargas;- Enchimento de tanques;- Inspeções
(manutenção,ajustes ).
Variações das condições físicas:- Temperatura do ar
(Temperatura aumenta liberação de agentes químicos voláteis )
AVALIAÇÃO73
TIPOS DE AMOSTRAGENS -Quanto a Tomada de Amostra -
. Ambiental - Ponto Fixo ( equipamento )
. Pessoal - Coleta no Indivíduo.
. Zona Respiratória - + / -15 cm das vias aéreas. Ar Geral - Em qualquer ponto do ambiente.
. Melhor Situação. . Pior Situação.
- A busca da Melhor e Pior Situação nos ajudam a resolver muitos problemas.-
AVALIAÇÃO74
Estratégias de Amostragens
TIPOS DE AMOSTRAGENS- Quanto a Duração -
Instantâneas ou Pontuais
. Duração : < ou = 5 minutos. . Expressa a concentração instantânea. . Utilização : Substâncias com Limite de Tolerância Valor Teto ou Média Ponderada.
Contínuas
. Duração : > 30 minutos. . Não registra picos.
. Utilização : Substância com Limite de Tolerância Média Ponderada.
Em ambos os casos deverão :1- Cobrir no mínimo um ciclo de trabalho.2- Serem feitas em condições normais de trabalho.
TIPOS DE AMOSTRAS
# Amostra única de período completo
75
- Tomada sobre toda a base de tempo do limite.- Segunda forma mais indicada, se existir metodologia para isso.
# Amostras consecutivas de período completo
- Várias amostras que abrangem a base de tempo do limite.- Melhor forma de estimativa, maior benefício estatístico.- Maiores custos.
# Amostras consecutivas de período parcial
- Para uma base de limite de 8 horas, devem cobrir de 4 a 8 horas.- São consecutivas no sentido em que não são superpostas, porém não são necessariamente adjacentes.- Terceira melhor forma.- Dificuldade : como lidar com o período não amostrado.- Para boa representatividade, deve tomar 70 a 80% da base de tempo do limite.
# Amostras puntuais de curta duração ( GRAB SAMPLES )
- Podem tomar até alguns segundos, se obtidas de instrumentos de leitura direta.- Opção menos apropriada.- Produz limites de confiança muito amplos.- A duração da amostragem puntual não interfere na precisão da estimativa, porém deve permitir coletar amostra suficiente para o método analítico.
OBS: CONSIDERAÇÕES PARA BASE DE TEMPO DE LIMITE = JORNADA
TIPO DE AMOSTRA
76
Amostra única A
de período completo.A B
Amostras consecutivas
A B
de período completo.
A B
A B
A B Amostras consecutivas
A B C de período parcial.
A B C D EAmostras pontuais
tomadas aleatoriamente.
____ ____ ____ ____ A B C D
Duração da jornada de Trabalho.
TRÊS SITUAÇÕES QUE PODEMOS NOS DEPARAR APÓS A AVALIAÇÃO
77
a) C >> LT Implantação de medidas de
controle D >> 1
b) C << LT Permanece o ambiente como está,
sem prejuízo à saúde do D << 1 trabalhador.
c) C > AL
Necessidade de medidas de controle.
0,5 < D < 1
AGENTES QUÍMICOS
78
ASPECTOS PRÁTICOS
PARTE B
Instrutora:
Carmen L. G. Vasquez
AMOSTRAGENS
79
Colorimétricos
(A) Detecção Direta elétricos
quimioeletromagnéticos
ampolas(B) Coleta de Ar em Recipiente
" bags"
(C) Retenção do Contaminante soluções absorventes sobre suporte membranas porosas
sólidos absorventesamostradores passivos
AMOSTRAGENS
80
(A) Detecção Direta
(B) Coleta do Ar em um Recipiente
(C) Fixação e concentração dos contaminantes sobre suporte
(A) MEDIÇÃO DIRETA
VANTAGENS
Rapidez nas determinações Obtenção de amostras pontuais
Economia Manipulação simples
DESVANTAGENS
Escassa precisão Freqüentes interferências
81
COLORIMÉTRICOS:
Deficiente calibração dos tubos por parte do fabricante; Manter os tubos dentro das datas de (5 a 40%)
validade e armazenagem em condições favoráveis (T<25º C);
Aspiração de volume de ar incorreto por perda de hermeticidade da bomba.
ELÉTRICOS :
Parâmetros elétricos do sensor sofrem trocas induzidas pelas propriedades físicas ou químicas do gás contaminante.
QUIMIELETROMAGNÉTICOS :
Se baseiam na medida da radiação eletromagnética emitida ou absorvida pelas substâncias formadas, depois de submeter os gases a uma reação química.
Radiação emitida ---- técnicas fotométricasRadiação absorvida ----técnicas calorimétricas
(B) TOMADA DIRETA DE AMOSTRAS DE AR
82
Contaminantes ----fase gasosa Dispositivos ----bolsas inertes e seringas Amostragens individuais Amostragens de área Determinação de níveis de teto Exposição de curto período de tempo
CARACTEÍSTICAS
Impermeabilidade Baixa perda de amostra durante o armazenamento Flexibilidade e resistência para diferentes faixas de T Possibilidade de ser usada para amostras de água Orifícios adequados para o enchimento e extração da
amostra Disponível em vários tamanhos
RECOMENDAÇÕES
Material inerte ( teflon) Conectar bolsa com bomba impulsora de ar Utilizar septo de teflon Analisar o conteúdo o mais rápido possível Não usar bolsas com compostos instáveis ou de alta
reatividade
VANTAGENS
83
Útil para contaminantes desconhecidos, gases inorgânicos, hidrocarbonetos leves, freon etc.
Escassa manipulação das amostras, evitando os procedimentos de absorção e adsorção.
Elimina em grande parte a possibilidade de reagir.
DESVANTAGENS
Problemas no limite de detecção Relação custo-duração Inconvenientes derivados do difícil transporte da bolsa
pelo trabalhador.
(C) CONSENTRAÇÃO DO CONTAMINANTE SOBRE UM SUPORTE
84
CARACTERÍSTICA
Estado físico Natureza --- contaminantes -- técnicas analíticas Comportamento
HIGIENE INDUSTRIAL --- microgramas --- extrema qualidade do suporte
SUPORTES
Soluções absorventes Membranas porosas
--- elevada eficiência de retenção Sólidos absorventes Amostradores passivos
SOLUÇÕES ABSORVENTES
85
PROCESSOS --- solubilização, neutralização, oxidação, redução etc.
Aumentam a eficácia de retenção
IMPINGERS
Dispõe de meios para verificar saturação da solução absorvente
Servem de trampa para prevenir avarias por inundação
MEMBRANAS POROSAS
MCE: absorção atômica e emissão, espectrofotometria de fluorescência, IR, UV e DRX.
PVC: resistentes a álcalis e ácidos concentrados. Sua escassa afinidade pela umidade e baixo peso, são recomendados em análises gravimétricas
FIBRA DE VIDRO: resistentes a umidade e possuem alta capacidade para reter sólidos.
TEFLÓN: resistentes a fluídos químicos e dissolventes, mostrando-se por natureza hidrofóbicos.
PRATA : alta eficácia de retenção em um tamanho de poro uniforme.
SÓLIDOS ABSORVENTES
86
Mais utilizados
Carvão ativo
Sílica gel
Hopcalita
Alumina
FATORES QUE INFLUENCIAM NA AVALIAÇÃO
Por parte do meio a amostrar
- composição qualitativa
- concentração esperada
- presença de outros contaminantes
- duração do ciclo de fabricação
Por parte do método analítico
87
- margem de trabalho
- sensibilidade da técnica
- limitação do suporte de captação
- margens operativas dos equipamentos de amostragens
Quantidade- acima do limite de
detecção
- faixa operativa do método de avaliação
INTERFERÊNCIA ---- tomada de " brancos "
AMOSTRADOR PASSIVO
88
FUNDAMENTO TEÓRICO --- DIFUSÃO E PERMEAÇÃO
UTILIDADE
estudos em quirófanos
zona estéril
amostragens prolongadas
controles periódicos
MANUTENÇÃO DE BATERIAS RECARREGÁVEIS DE NI - Cd
89
RECUPERAÇÃO OU DESCARTE DAS BATERIAS
a) deixar a bateria ociosa por 24 h após leitura da " Vf " da calibração
b) após este período medir novamente a voltagem da bateria e, se :
. for maior ou igual a Vmin admissível --- carregar
. for menor que a Vmin admissível ---- não carregar ( recuperação)
Vmin admissível - Vnominal - 0,5
OBS : abaixo da Vmin poderá ocorrer inversão de polaridade das células ou elementos e conseqüente liberação de gases explosivos durante o período de carga.
* ROTINA DE CARGA E DESCARGA
90
. acontecer o mais rápido possível após operação
. em períodos longos de ociosidade, o intervalo entre um ciclo de carga / descarga e o seguinte, não deverá exceder um mês.
* CONTROLE DE DESCARGA
. anotar tempo operação do equipamento
. ligar a bomba sem o elemento de amostragem
. ajustar a bomba par a máxima vazão
. repetir a medição de voltagem a cada 0,5 hora no início e a cada 10 minutos, quando a voltagem do módulo estiver próxima da Vmin admissível.
. encerrar imediatamente o período de descarga quando a leitura da voltagem indicar Vmin admissível.
91