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53 informativo
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SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SANTARÉMSANTARÉMSANTARÉMSANTARÉM
Mário Augusto C. Henriques RebeloMário Augusto C. Henriques RebeloMário Augusto C. Henriques RebeloMário Augusto C. Henriques Rebelo O PROVEDOR
A nossa Santa Casa da Misericórdia de Santarém comemora este ano 510
anos de existência e sobre esta efeméride convém referenciar, que a sua
obra se encontra cada vez mais actual. Respondemos às necessidades dos
utentes, que nem sempre são de ordem material. Os muitos que nela
servem, com a sua missão de voluntariado, seguem o exemplo da sua
Padroeira, Nossa Senhora da Misericórdia, com a dedicação e carinho que
a todos nos orgulha.
Nossa Senhora da Misericórdia, sob o seu manto, acolhe uma multidão de
carenciados, de misérias corporais e espirituais e nós com o seu exemplo
tentaremos fazer o nosso melhor dedicando-lhes uma parte das nossas
vidas.
De acordo com a tradição cristã e a interpretação do Evangelho, segundo
São Mateus, essas obras eram em número de catorze: sete corporais e
sete espirituais pelo que importa enunciá-las na sua forma original:
Convido-vos pois a viver esta comemoração com muita alegria e ao fazê-
lo, estaremos a prestar um bom serviço a todos os que de nós necessita-
rem.
Destaque
Editorial
Abril Maio
Junho
2010
Distribuição Gratuita | Publicação Trimestral www.scms.pt
O 510º Aniversário
da Santa Casa da
Misericórdia
Sete obras espirituaisSete obras espirituaisSete obras espirituaisSete obras espirituais Sete obras corporaisSete obras corporaisSete obras corporaisSete obras corporais
A primeira he ensinar os sinprezes A primeira he remir captiuos e visitar os
presos
A segunda he dar bom conselho a quem o
pede
A segunda he curar os enfermos
A terceira he castigar cõ caridade os que
erram
A terceira he cubrir os nus
A quarta he cõsolar os tristes descõsolados A quarta he daar de comer aos famintos
A quinta he perdoar a quem nos errou A quinta he daar de beber aos que ham
sede
A sexta he sofrer as jnjurias cõ paciençia A sexta he daar pousada aos peregrinos e
pobres
A setima he Rogar a ds [Deus] pellos viuos e
pellos mortos
A setima he enterrar os finados
A Santa Casa da Misericórdia de Santarém feste-jou 510 Anos no passado mês de Maio. Foi um
tempo de alegria, de partilha e amizade. Todas as respostas sociais estiveram envolvidas
através de diferentes modalidades: desde contos para os mais novos, passando por jogos e poesia dita pelas crianças do Boial, actividades lúdicas,
workshops e palestras numa participação inter-geracional de crianças e idosos em
que comunicaram também os Pais, funcionários, voluntários e vários convidados. As diversas ani-mações tiveram lugar nas salas, jardins e claus-
tros da SCMS.
Também na Igreja da Misericórdia foi lembrado o
Irmão Ginestal Machado através duma mostra bibliográfica e os alunos de pintura da UTIS expu-
seram os seus trabalhos sobre a temática " Olhar Santarém". No dia 18 celebrou-se o Dia dos Museus com uma exposição sobre Preservação,
Conservação e Restauro com a participação da técnica Vânia Paula trabalhando uma obra de arte.
(continua na pág. 7)
[ Cremilda Salvador ]
2
Editorial 1
O 510º Aniversário da S C Misericórdia 1
Visitantes nas Igrejas da Misericórdia 2
Memórias 2
Eucaristia 3
Afectos 3
Vestido de Chita 4
Dia Aberto aos Pais e Famílias 5
Teatro de Fantoches 5
Ano Europeu do Combate à da Pobreza e ... 6
Aniversário da D. Hermínia 6
95º Aniversário do G Forcados A Santarém 7
Expo-Criança 2010 8
Preservar o Património 9
Praça de Touros “Celestino Graça” 9
Dia Aberto da Anciania 10
Grupo “Cantar de Amizade” 10
Parabéns Misericórdia 11
Caminhada da primavera 11
47ª Feira Nacional de Agricultura 11
Projecto de Estágio no Arquivo Histórico 12
PROPRIEDADE
SANTA CASA DA MISERTICÓRDIA DE SANTARÉMSANTA CASA DA MISERTICÓRDIA DE SANTARÉMSANTA CASA DA MISERTICÓRDIA DE SANTARÉMSANTA CASA DA MISERTICÓRDIA DE SANTARÉM
Largo Cândido dos Reis, 17 | 2000Largo Cândido dos Reis, 17 | 2000Largo Cândido dos Reis, 17 | 2000Largo Cândido dos Reis, 17 | 2000----41 Santarém41 Santarém41 Santarém41 Santarém
Tel. 243 305 260 | Fax. 243 305 269 | www. scms.ptTel. 243 305 260 | Fax. 243 305 269 | www. scms.ptTel. 243 305 260 | Fax. 243 305 269 | www. scms.ptTel. 243 305 260 | Fax. 243 305 269 | www. scms.pt
DIRECTOR
Provedor Engº Mário Augusto Carona Henriques Rebelo Provedor Engº Mário Augusto Carona Henriques Rebelo Provedor Engº Mário Augusto Carona Henriques Rebelo Provedor Engº Mário Augusto Carona Henriques Rebelo
EDITOR
Engª Emília Daniel LeitãoEngª Emília Daniel LeitãoEngª Emília Daniel LeitãoEngª Emília Daniel Leitão
EXECUÇÃO GRÁFICA
António J. L. MonteiroAntónio J. L. MonteiroAntónio J. L. MonteiroAntónio J. L. Monteiro
TIRAGEM
550 ex.550 ex.550 ex.550 ex.
DEPÓSITO LEGAL
112397/97112397/97112397/97112397/97
PESSOA COLECTIVA DE UTILIDADE PÚBLICAPESSOA COLECTIVA DE UTILIDADE PÚBLICAPESSOA COLECTIVA DE UTILIDADE PÚBLICAPESSOA COLECTIVA DE UTILIDADE PÚBLICA
D.R. Nº 46 D.R. Nº 46 D.R. Nº 46 D.R. Nº 46 ---- 1ª SÉRIE 1ª SÉRIE 1ª SÉRIE 1ª SÉRIE ---- D.L. Nº 119/83, 25D.L. Nº 119/83, 25D.L. Nº 119/83, 25D.L. Nº 119/83, 25----2 2 2 2
ACABAMENTO E IMPRESSÃO
Peres, Marques & Cardoso, Ldª Peres, Marques & Cardoso, Ldª Peres, Marques & Cardoso, Ldª Peres, Marques & Cardoso, Ldª ---- SantarémSantarémSantarémSantarém
Visitantes nas Igrejas da Misericórdia e Jesus Cristo
[ António Monteiro ]
Pela leitura dos dados recolhidos naquelas igrejas verificamos que o número de visitantes continua a subir, com um total de 12.974, cifrando-se num acréscimo de 10%, repartidos por 7.601 da Igreja da Misericórdia e 3.520 da Igreja de Jesus Cristo.
Continuam a ser os portugueses aqueles que mais nos visitam com 11.121 visitantes, aos quais se seguem os nossos “vizinhos” espanhóis com 530. Logo a seguir temos registados os visitantes de cidadania inglesa com 446; francesa 355; alemã 150, brasileira 139; italiana 80; russa e holandesa com 31; chinesa 23; dinamarquesa 21; belga 16 e ucraniana com 10. Turistas de outras nacionalidades contribuem com menos de 10 visitantes.
Verifica-se ainda que, embora tenha havido um aumento significativo no
número global de visitantes, a verdade é que o número de portugueses entra-dos nas nossa igrejas, baixou. Todavia, e para nosso agrado, o número de visi-tantes estrangeiros aumentou, o que indicia claramente as ultimas tendên-cias turísticas na nossa cidade.
Refira-se que o tratamento destes dados é sempre subjectivo, porquanto a esfera de relação entre o número de turistas que afluem às nossas igrejas dilui-se muitas vezes com o número de cidadãos que entra para exercício dos seus actos de fé.
Por vezes, no nosso dia-a-dia, há epi-
sódios engraçados, que de vez em
quando nos vêm à memória e até nos
fazem rir sozinhas, pequenas coisas que
por vezes são difíceis de contar no
papel, mas que na nossa memória
ficam para sempre e têm a sua graça.
Um dia, depois de acabar de dar o
pequeno-almoço a uma senhora, repa-
rei que tinha tirado um sapato, baixei-
me para lho calçar, então a senhora
olhou para mim com cara de espanto e
disse-me: - Ai menina, tem tantos cabe-
linhos brancos !!
Quantos anos tem? Tenho 39 anos,
respondi
Então ela muito admirada exclamou:
“Então é mais velha qu’eu…”
Na altura achei tanta graça que não
consegui parar de rir…
Outra vez estava a fazer a barba a um
senhor e quando terminei disse-lhe: -
Pronto, já parece um rapaz de 20 anos...
Ele respondeu: - Hummm, 20 não
digo, mas vinte e tal…
Logo de seguida voltei-me para
outro senhor que estava connosco e
perguntei-lhe: Então e o senhor quan-
tos anos tem?
Ao que ele respondeu de imediato -
Não tenho muitos mais que ele….
Uns 35 …
Mais uma vez eu não deixei de dar a
minha habitual gargalhada…
São coisas pequenas, que muitas
vezes nos ajudam a viver nesta casa,
mostrando-nos que vale a pena o que
fazemos, e que nos dias mais difíceis
nos ajudam a continuar…
Memórias [ Deonilde Dinis ]
3
Na profissão de Ajudante de Lar todos os dias são dife-
rentes e com novas experiências.
O contacto humano aproxima-nos muito de quem
acompanhamos diariamente. Há sorrisos, lágrimas, sofri-
mentos e histórias, mas, para mim, o mais importante é ter
a noção de que os sei ouvir e entender e por vezes entrar
no seu mundo, sabendo depois sair dele, sem me afectar
emocionalmente.
A partilha dos afectos ajuda-me a compreender e a
saber lidar com situações de utentes com avançadas
demências.
Portanto, passo a descrever uma situação de um homem
que outrora, era uma pessoa activa, independente, traba-
lhadora e com aspecto distinto. Presentemente esta pessoa
tem um olhar de grande sofrimento, corpo descaído e res-
piração de dor, passos de marcha parada e diz: “Ajude-me!
Ajude-me! Não sei o que sinto! Ajude-me!”. Caminhamos
abraçados e dou-lhe a entender que seria melhor deitar-se
para descansar. Ele acedeu e agradeceu, mas à primeira
tentativa de retirar o pullover há um empurrão e palavras
agrestes. Encontro, então, um pretexto: “O pullover tem
caspa. Não será melhor despi-lo, para o sacudir? Parece mal
andar assim.”. Após ter retirado o pullover surgiu nova
negação de despir a camisa, o qual só consegui que o fizes-
se argumentando que tinha algumas nódoas e, por isso,
tinha que ir para a lavandaria. E para lhe retirar os sapatos,
faço-lhe ver que lhe magoa os pés e seria melhor calçar uns
chinelos, de forma a aliviar a dor. Para conseguir efectuar a
higiene e retirar a fralda, à qual chamo cueca, vou rebuscar,
à sua antiga actividade profissional de camionista, uma
forma de lhe explicar, que quando ia no camião possivel-
mente passou por locais com terra, e indico: “Temos que
limpar.”. Só desta forma consigo alcançar os meus objecti-
vos.
Todos os gestos e palavras têm que ter um momento
próprio, porque nada é definido e é uma sequência de sen-
tidos. Por vezes, com gritos e arremessos, mas também
com reconhecimento de culpa dizendo: “Desculpe, eu gos-
to da senhora!” e eu respondo: “Pois, também gosto de si.”.
Mas nem sempre é assim, há dias que nada, ninguém o
pode ajudar na sua inquietação e constante deambular
pelos corredores. É nessas alturas que a “pena” não é senti-
mento, pois tenho a devida noção do historial da doença e
fica a sensação de não poder fazer mais nada.
Como conclusão, gostaria de deixar apenas um pensa-
mento e/ou desejo de ver a profissão de Ajudante de Lar
mais dignificada, porque ainda não lhe é dado o devido
valor que merece.
Afectos [ Isabel Maria Dias Gaspar ]
Eucaristia [ Cláudia Redol ]
No passado dia 31 de Maio, encerrámos as comemorações do
510º aniversário da SCMS, com a celebração da Eucaristia na
Igreja de Jesus Cristo. Presidida pelo nosso capelão Padre Aníbal
Vieira, e animada por alguns elementos do coro da UTIS, que se
mobilizaram generosamente para o efeito, a mesma foi muito
participada estando representada a Mesa Administrativa, as
valências que integram esta casa, voluntários e familiares.
E porque estes momentos só valem realmente a pena se pro-
duzirem nos nossos corações algum efeito, termino com o
reforço da vontade enunciada numa das intenções: de que
apesar das dificuldade ou incompreensão alheia, consigamos
ser cada vez mais no mundo instrumentos de paz e de entendi-
mento, testemunhando a todos o amor misericordioso de
Deus, no serviço aos mais necessitados.
4
No passado dia 2 de Junho 2010, o Teatro Sá da Bandeira foi o palco de mais um desfile de Vestidos de Chita, promovido pelas Instituições do Con-celho com respostas sociais na área da Anciania e com o apoio da Câmara Municipal de Santarém, no qual parti-ciparam idosos das diversas Institui-ções locais.
Dando voltas e voltinhas, como ver-dadeiros modelos profissionais, repre-sentaram a Santa Casa da Misericórdia de Santarém neste evento, um par constituído por um residente do Lar de Grandes Dependentes, o Sr. Fran-cisco Balau com 71 anos e uma
cliente do Serviço de Apoio domiciliá-rio, D. Nazaré Fernandez com 87 anos, os quais mostraram as elegantes cria-ções pensadas e confeccionadas pela costureira da Instituição.
No final do concurso o espectáculo continuou com a intervenção de alguns seniores que voluntariamente foram ao palco cantar ou recitar poe-mas. A D. Nazaré Fernandez com a sua fresquíssima memória abrilhantou a SCMS com as diversas quadras que recitou.
A D. Nazaré apresentou-se com um fato constituído por duas peças: um saia de cor vermelha com bolas bran-cas e uma casaquinha de cor branca com bolas de cor vermelha fazendo um belo contraste. Usou também um bonito chapéu do mesmo tecido da saia.
O Sr. Francisco vestiu um fato com-pleto cinzento, com gravata e lenço a
Vestido de Chita
[ Odete Luís ]
RECTIFICAÇÃO
Por lapso, no Boletim Nº 52, na página 6
coluna central, foi indicado que a Candida-
tura ao Programa MODELAR referente à
“Unidade de Cuidados Continuados Inte-“Unidade de Cuidados Continuados Inte-“Unidade de Cuidados Continuados Inte-“Unidade de Cuidados Continuados Inte-
grados de Saúde de Longa Duração” grados de Saúde de Longa Duração” grados de Saúde de Longa Duração” grados de Saúde de Longa Duração” tinha
sido apresentada em meados de 2009.
Assim vimos rectificar, dado que a mesma
candidatura foi apresentada em 2008.
condizer com o vestido da colega.
Ao som da música os nossos modelos, apresentaram-se ao público que os aplau-diu, estavam muito felizes e de parabéns.
BENÇÃO DAS PASTAS PRAÇA DE TOIROS “CELESTINO GRAÇA”
A Praça de Toiros “Celestino Graça”, quase que esgotou a sua lotação, para ser palco de mais um evento marcante, na vida de milhares de jovens estudantes.
Trata-se da cerimónia académica “Bênção das Pastas”.
A Santa Casa da Misericórdia, gostosamente, acedeu à cedência do espaço e fez-se representar neste magnifico evento pelo Mesário Sr. Casimiro de Jesus Santos.
Pleno de esfusiante alegria e juventude, mas também sem esquecer as necessidades da comu-nidade que os rodeia, estes jovens da “Associação de Estudantes do ISLA” demonstraram a sua generosidade oferecendo um donativo para benefício dos mais necessitados, que são assisti-dos diariamente pela nossa Instituição.
Bem Hajam jovens. Não esqueçam nunca os actos de generosidade. Felicidades para as vossas carreiras profissionais.
5
No dia 20 de Maio, a Creche e o Pré-Escolar abriram as por-
tas para receberem os Pais e Famílias das nossas crianças.
Em cada sala, foi planeada uma actividade diferente para
que os pais/famílias partilhassem este momento junta-
mente com os seus filhos.
A expressão plástica, os jogos tradicionais, a expressão
musical, as actividades nos Cantinhos, o Conselho em
grande grupo, foram algumas das actividades que desen-
volvemos.
Para as crianças é sempre uma experiência enriquecedora
puder ter os pais/famílias durante algumas horas no nosso
ambiente educativo e para os pais/famílias é importante
puderem partilhar estes momentos e conhecerem mais
um pouco do nosso pequeno/grande Mundo e do traba-
lho que aqui é realizado.
DIA ABERTO AOS PAIS E FAMÍLIAS
[ Ana Rita Pais ]
No passado mês de Maio, as
crianças da sala dos 5 anos do
Jardim de Infância “Os Ami-
guinhos”, foram ao Lar de
Idosos para apresentarem
quatro peças de Teatro de
Fantoches.
Foi com alegria que os idosos
nos receberam e as crianças
em grande euforia começa-
ram o teatro, foram dando
vida aos fantoches e cantaram
as músicas que acompanha-
vam as histórias. As histórias
eram bem conhecidas: a Gata
Borralheira, o Patinho Feio, Os
três Porquinhos e o Capuchi-
nho Vermelho. Entre risos,
algum barulho e umas boas
salvas de palmas, lá se passou
uma boa manhã na compa-
nhia dos “nossos Avózinhos”!
Esperamos que tenham gos-
tado!
TEATRO DE FANTOCHES [ Ana Lopes ]
Foi no dia 30 de Abril que as mães das crianças da Creche
e Pré-Escolar, foram convidadas a vir tomar o pequeno-
almoço connosco.
Juntamente com as nossas crianças, preparámos com mui-
to carinho as mesas com café, chá e alguns bolos. As Mães
trocaram entre si algumas experiências e mostraram-se
muito felizes com esta iniciativa. No final, receberam uma
pequena lembrança dos seus filhos e deixaram um registo
no nosso mural. Obrigado a todas as Mães que connosco
partilharam este dia!
Um dia diferente
6
O Parlamento Europeu e o Conselho da
União Europeia instituíram 2010 como
o Ano Europeu do Combate à Pobreza
e à Exclusão Social. O grande objectivo
é reafirmar que o combate à pobreza e
à exclusão social continua a ser um dos
compromissos políticos mais importan-
tes da EU e dos respectivos membros,
reconhecendo os direitos e a capacida-
de das pessoas excluídas para desem-
penharem um papel activo na socieda-
de; sublinhando que cada indivíduo na
sociedade tem responsabilidade na luta
contra a pobreza; promovendo a coe-
são social e disseminando boas práticas
em matéria de inclusão, reforçando,
ainda, o compromisso para a tomada
de medidas eficazes na obtenção dos
fins em vista.
Sabe-se que 78 milhões de pessoas da
EU vivem em risco de pobreza, sendo
que 19 milhões são crianças, níveis
absolutamente inaceitáveis, sendo pre-
mente mobilizar toda a sociedade para
pôr fim a esta calamidade.
A pobreza é um fenómeno que não se
esgota apenas com a falta de recursos
financeiros, sendo muito mais abran-
gente. Manifesta-se também, na falta de
oportunidades para participar na vida
socioeconómica, cultural e política; na
incapacidade de progredir dos deficien-
tes físicos e mentais; na dificuldade ao
acesso à educação, emprego, saúde,
cultura, habitação… É, de uma forma
geral, uma privação de todos os direi-
tos.
Ninguém deve ficar indiferente às desi-
gualdades sociais. Devemos promover
o desenvolvimento sustentável e a soli-
dariedade, envolvendo entidades públi-
cas e privadas. Os problemas de uma
comunidade devem ser resolvidos com
a intervenção de toda a comunidade.
Não fiques de fora!
Um dia, deflagrou um incêndio numa
floresta. De imediato o elefante com a
sua grande tromba começou a trazer
água de um lago, atirando-a sobre as
árvores. Ao mesmo tempo um mosqui-
to com a sua minúscula tromba trazia
uma gota de água que depositava
sobre as folhas. E outros se lhe segui-
ram, conseguindo assim extinguir o
fogo.
Podes escolher ser como o elefante ou
ser como o mosquito, conforme as tuas
capacidades, mas participa na tua
comunidade, para uma melhor qualida-
de de vida, da qual tu próprio beneficia-
rás.
A Santa Casa da Misericórdia de Santa-
rém contribui para o combate à pobre-
za e à exclusão social. Faz qualquer coi-
sa! Junta-te a nós, para podermos estar
cada vez mais próximo do próximo.
Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão [ Emília Leitão ]
No dia 1 de Junho de 2010, comemo-
ramos com um almoço nos claustros
da Instituição os 100 anos de vida da D.
Hermínia Maria do Carmo, utente da
SCMS desde Setembro de 2003
Como referi em comunicações ante-
riores, não sendo este um fenómeno
isolado na Instituição, a condição desta
utente merece destaque, pela “boa
forma” com que completou esta cente-
na de vida.
Apesar da idade a D. Hermínia é autó-
noma no cumprimento das suas neces-
sidades básicas, quase não toma medi-
cação, tendo só a lamentar algumas
limitações auditivas. A sua memória faz-
nos muitas vezes inveja e tem um tem-
peramento de quem acumulou muito
conhecimento na escola da vida.
Foi portanto, com os seus colegas do
Lar de Idosos, a Mesa Administrativa,
filhos, noras, netos, bisnetos e trinetos
que soprou com alegria as velas do seu
centenário, num dia longo e repleto de
miminhos.
Para o futuro fica o desejo de que
mais do que muitos, os que restam
sejam vividos com a mesma qualida-
de…
Aniversário da D. Hermínia
[ Cláudia Redol ]
7
95º Aniversário do Grupo de Forcados Amadores de Santarém
A Santa Casa da Misericórdia de Santa-
rém associou-se ao 95º Aniversário do
Grupo de Forcados Amadores de Santa-
rém tendo o Sr. Provedor contribuído
para a sua revista com o seguinte artigo:
O Grupo de Forcados Amadores de Santa-
rém assinala este ano o seu 959 aniversário,
cumprindo-nos evocar tão significativa
efeméride num preito de homenagem
devida a quem tanto tem contribuído
para o engrandecimento de uma expres-
são taurina tão eivada de portugalidade. A
arte de pegar toiros evoluiu substancial-
mente no último século muito em virtude
do contributo técnico e artístico de valoro-
sos elementos dos "Amadores de Santa-
rém", que, assim, muito valorizaram a ima-
gem do próprio forcado. Dentro e fora da
praça!
Longe vai já o dia 8 de Agosto de 1915
quando, pela vez primeira, saiu à praça um
Grupo de valentes forcados, capitaneados
por António Gomes de Abreu, anunciando-
se como ''Amadores de Santarém''. A sua
forma de pegar, o desinteresse financeiro na
base da sua actuação, o altruísmo e genero-
sidade expressos em tantos espectáculos de
beneficência, denunciaram, desde logo,
novos tempos na sorte de pegar toiros.
Os primeiros Cabos definiram as regras
próprias de um Grupo de Amadores, contri-
buindo, decisivamente, para a evolução da
própria arte de pegar toiros. António Abreu
transmitiu o espírito de amizade e de respeito
mútuo entre todos os forcados do Grupo; D.
Fernando de Mascarenhas foi precursor de
um novo conceito de pega, ao citar de fren-
te, com o Grupo formado em linha, e dando
-se vantagens aos toiros; Ricardo Rhodes
Sérgio impôs a pega de cernelha como uma
sorte maior, deixando de ser, apenas, uma
sorte de recurso, quando o Grupo não consu-
mava a pega de caras. Estes contributos
permitem-nos definir, na arte de pegar toi-
ros, um tempo antes dos "Amadores de San-
tarém" e o tempo actual, em que o Grupo
escalabitano continua a pontificar entre
os melhores.
Os Cabos que lhes sucederam - José Manuel
do Souto Barreiros, Carlos Filipe da Gama
Empis, Carlos Vasconcellos e Sá Grave, Gonçalo
da Cunha Ferreira, Pedro Figueiredo (Gra
ciosa) e Diogo Sepúlveda - assumiram o
tremendo desafio de honrar a memória
dos que os precederam no desempenho da
tão difícil missão de prestigiar a jaqueta de
ramagens dos "Amadores de Santarém",
permanecendo como verdadeiras referências
entre os seus pares, num estatuto consolida-
do e reconhecido consensualmente entre
os aficionados portugueses.
(continuação da pág. 1)
No dia 29 teve lugar nos Claustros um jantar festivo e de confraternização, em que várias individualidades da nossa
cidade, nos honraram com a sua presen-ça.
A parte cultural contou mais uma vez com a participação do Conservatório de
Música de Santarém. Os jovens Pedro Oliveira à guitarra portuguesa e Flávio Bolieiro ao acordeão encantaram nos
com peças de Gonçalo e Carlos Paredes e Richard Galliano, respectivamente.
Houve também um momento poético dito por Maria Beatriz Martinho e Emília Daniel Leitão, que muito contribuíram
para tornar mais aprazível este convívio.
No dia 31, o Sr. Padre Aníbal Viei-
ra celebrou na Igreja de Jesus Cristo uma Missa de Encerramento das Come-
morações que foi musicalmente acom-panhada por um côro de alunos da UTIS, dirigido pela Dr.ª Cláudia Redol e a que
assistiram Funcionários, Utentes, Técni-cos e Mesários da SCMS.
[ Cremilda Salvador ]
O 510º Aniversário da
Santa Casa da Misericórdia
A par da sua notável expressão técnica e
artística, o Grupo de Forcados Amadores de
Santarém mantém a mística que os distin-
gue entre os forcados portugueses de todos
os tempos, e preserva o espírito de altruís-
mo e generosidade que sempre o norteou.
Bem Haja pela sua obra e pelo seu exemplo!
A caminho do século, tempo e oportunida-
de para consagrarmos ainda mais perene-
mente o quanto devemos a este punhado
de amigos, que entre os seus tantos afaze-
res ainda encontram tempo, gosto e moti-
vação para enfrentar galhardamente os
toiros bravos, aferindo perante estes a sua
técnica e o seu valor.
8
Realizou-se, no Centro Nacional de Exposições – CNEMA, mais um certame dedicado às crianças e jovens de 15 a 18 de Abril de 2010.
Não houve um tema específico. Apro-veitou-se as comemorações dos vinte anos da Convenção dos Direitos da Criança e nesse sentido, tudo aconte-ceu em prol da reflexão e debate sobre esses mesmos direitos.
A Santa Casa da Misericórdia não quis deixar de estar presente. Ao contrário do ano anterior estivemos só com um espaço de animação.
Sabendo que todos os direitos são deveras importantes para as crianças, entendemos nós, que o Direito a Brin-car é de longe o mais importante direi-to que lhes assiste. Nesse sentido toda a nossa preocupação foi criar um espaço
onde cada uma se sentisse criança. Espaço esse que era uma lagarta gigan-te por onde se entrava e a magia acon-tecia. Desde a criação de fantoches, de histórias contadas e animadas pela Fer-nanda, onde o faz de conta acontecia… e as crianças transformavam-se em adultos, indumentária apropriada e as atitudes a condizer… “Eu sou a mãe e vou às compras”, “não, esse sapato é para mim!”, foram algumas das fantasias discutidas. Mas, o que mais os intrigou foi uns móveis, entre eles um sofá, cai-xas, sapatos… imaginem para quê? Para serem pintados…sim pintados a sério… coisas que os adultos fazem, mas, que nestes dias foram eles que puseram mãos à obra.
Fui testemunha de uma “discussão” entre uma mãe e o filho, que queria também colaborar nas nossas obras-primas. A mãe lá foi dizendo, que não porque ele se sujava, que era muito pequeno, que o pincel era quase tão grande como ele, que, que… mas, o pequeno levou a dele avante e aquele sofá levou mais uma camada de azulão, a satisfação e a felicidade estavam estampadas no seu rosto.
Foram quatro dias onde os adultos dis-cutiram, por ventura, os direitos das crianças, e penso que bem… mas, a nossa participação traduziu-se em per-mitir que os principais personagens, vivessem, sentissem, usufruíssem des-ses mesmos Direitos.
EXPO-CRIANÇA 2010
[ Eva Garcia ]
A 11 de Junho de 2010, foram realiza-das as admissões para o próximo ano lectivo, das respostas sociais de Creche e Pré-Escolar da S.C.M.S. . Segundo o Regulamento Interno, as admissões são feitas tendo em conta os seguintes critérios de prioridade:
1. Crianças em situação de risco;
2. Ausência ou indisponibilidade dos pais em assegurar aos filhos os cui-dados necessários;
3. Crianças de famílias monoparentais ou famílias numerosas;
4. Crianças com irmãos a frequentarem já o estabelecimento;
5. Crianças cujos pais são funcionários da S.C.M.S.
6. Crianças cujos pais trabalham na área do estabelecimento.
Deste modo, foram admitidos para a Creche: 8 crianças para o Berçário, 5 crianças para a Sala de 1 ano e 13 crian-ças para a Sala Familiar.
Para o Pré-Escolar foram admitidas 2 crianças para a Sala dos 3 anos. Em lista de espera ficaram 45 crianças não admitidas. Lista esta que se encontra afixada na Secretaria, desde o dia 15 de Junho de 2010.
Admissões da Creche e Pré-Escolar - Ano Lectivo 2010/2011
[ Ana Rita Pais ]
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Existindo desde sempre uma cons-
ciência da importância da preservação
do vasto património existente na Santa
Casa da Misericórdia de Santarém e
havendo várias iniciativas nesse sentido,
surgiu a necessidade de um comple-
mento com cariz técnico-científico.
A Sala de Conservação e Restauro sur-
giu no contexto de um estágio profis-
sional em Conservação e Restauro, no
decorrer do ano de 2009.
A Conservação e Restauro, é acima de
tudo uma área científica, com grande
componente técnica, tendo obrigatoria-
mente de ser executada por técnicos
qualificados. Tendo esta consciência, a
Santa Casa da Misericórdia de Santarém,
prolongou o estágio profissional, por
mais dois contratos.
Foram vários os trabalhos desenvolvi-
dos, de cariz conservativo, visto tratar-se
de uma área específica, que necessita
de meios técnicos adequados.
Sendo uma actividade bastante exi-
gente ao nível técnico e, estando numa
fase inicial da sua implementação, há
que realçar os esforços de toda a equipa
do Património, da sensibilidade e empe-
nho de todos os intervenientes neste
projecto. Devemos também destacar o
mérito da Santa Casa da Misericórdia de
Santarém, por ser uma das pioneiras em
instituir uma área que se dedica por
inteiro na preservação e salvaguarda do
Património.
Além de trabalhos técnicos já desen-
volvidos, como alguns que já foram
referidos em números anteriores, surgiu
também a necessidade de efectuar
algumas actividades de divulgação, de
modo a sensibilizar a população envol-
vente e, quem sabe, adquirir alguns
apoios com vista a recuperar os bens
mais carentes de intervenções.
No âmbito da comemoração dos 510
anos da Santa Casa da Misericórdia de
Santarém, inserido no dia mundial dos
Museus, decorreu na Igreja da Misericór-
dia, na semana de 17 a 21, uma exposi-
ção temática de “Preservação, Conserva-
ção e Restauro”, na qual foram expostos
alguns trabalhos técnicos realizados,
acompanhados de fotografias do
“antes” e “depois” das intervenções, jun-
tamente com a descrição técnica dos
tratamentos. O público teve também a
possibilidade de assistir directamente à
intervenção de uma das peças da insti-
tuição, tendo assim a percepção e o
esclarecimento imediato deste tipo de
trabalho e, nomeadamente o tempo de
execução, os materiais necessários e as
condições que exige.
Tratou-se de uma experiência gratifi-
cante, tendo em conta a reacção positi-
va dos visitantes, por terem o “privilégio”
de contactarem com este tipo de “arte”,
e o facto da Santa Casa se dedicar a
mais uma acção meritória, neste caso
num cariz artístico e cultural, além da já
característica solidariedade numa ver-
tente social.
Por solicitação da Irmandade dos
Romeiros de S. José da cidade de Santa-
rém, a Santa Casa da Misericórdia autori-
zou, depois de ouvido o circuito ecle-
siástico, que a Capela já existente e
sediada na Praça de Toiros “Celestino
Graça” tomasse o nome de “Capela de S.
José”.
A pretensão prendeu-se com o facto,
de nessa Capela já “residir” a imagem de
S. José, padroeiro de Santarém e patro-
no da Irmandade, da autoria do escultor
Mestre Rui Fernandes.
Foi executado um painel de Azulejo,
referenciando o registo e colocado no
exterior da mesma.
Procedeu-se ao seu descerramento,
no passado dia 19 de Março após a pro-
cissão.
A cerimónia contou com a presença
de todos os Romeiros, a cavalo, com o
seu Romeiro-Mor Engº José Andrade,
com o representante do Presidente da
Câmara, Dr. António Valente e o repre-
sentante da Misericórdia, Sr. Casimiro de
Jesus dos Santos.
Congratulamo-nos com mais esta ini-
ciativa da Irmandade dos Romeiros de S.
José, que pelo seu mérito, merece a
consideração de todos nós.
PRAÇA DE TOUROS “CELESTINO GRAÇA”
Capela de S. José
[ Casimiro Santos ]
PRESERVAR O PATRIMÓNIO [ Vânia Paula ]
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No âmbito das Comemorações dos 510 Anos da SCMS, as responsáveis pelas respostas sociais da Área da Anciania, organizaram o seu Dia Aberto. Este teve como objectivos fomentar a partilha/convívio entre utentes e funcionárias e, promover a Intergeracionalidade.
No dia 28 de Maio com apresentação da Fernanda Narciso, as actividades decorreram em três momentos distintos:
Iniciou-se com as actuações das funcionárias das diferentes respostas sociais da Anciania
- Feira da Ladra representada pelo Centro de Dia;
- Canção do SAD do serviço de Apoio Domiciliário;
- Encenação do dia a dia do Lar de Idosos.
Para finalizar as actuações, as crianças do Jardim de Infância subiram ao palco para cantar as suas músicas e soltar os balões da Amizade.
Após este momento deu-se início aos jogos: as equipas foram organizadas e distribuídas pelas várias actividades sob a orientação das animadoras das valências da Anciania e de duas Voluntárias, a D. Maria José e a D. Otília.
O percurso finalizava no palco, onde as várias equipas teriam que cantar o refrão de músicas populares para o público adi-vinhar.
Por volta das 16h00, um outro grupo pode finalmente juntar-se à festa – os meninos do CATL - Quinta do Boial, que após o lanche brindou o seu público com uma sessão de poesia que durou até ás 17h30.
Dia Aberto da Anciania [ Carla Ferreira ]
O grupo Cantar da Amizade, foi criado o ano passado, reu-nindo-se todas as 4ªas feiras à tarde.
O grupo é constituído por utentes do Lar de Idosos e Gran-des Dependentes; uma funcionária de Grandes Dependen-tes (Odete Cotrim); um voluntário (Sr. José Joaquim); e por mim, como animadora.
Na passada 4ª feira, 9 de Junho, tivemos uma tarde especial, pois contámos com a presença de artistas especiais a enri-quecer o nosso ensaio:, entre eles, o Sr. Carlos Alberto Moniz, que gentilmente fez acompanhamento de viola e cantou algumas músicas; de seguida a Dr.ª Cláudia Redol e a Dr.ª Cremilda Salvador que cantaram um fado. No final deste ensaio, era nítido o ambiente de alegria na sala de convívio do Lar de Idosos.
A todos quantos participaram o nosso muito obrigado. Espe-ramos que em breve possamos ter tantas surpresas quantas tivemos nesta tarde. Pois tal como o nome do nosso grupo indica esta, foi uma tarde plena de Canto e Amizade.
Grupo CANTAR DE AMIZADE [ Carla Ferreira ]
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No dia 14 de Maio, utentes do Centro de Dia e Lar de Idosos passaram um magní-fico dia na Póvoa de Santarém, numa actividade Interinstitucional, cuja organi-zação, este ano, foi da responsabilidade das colegas do Centro de Dia Nossa Senhora da Luz – Póvoa de Santarém.
Logo pela manhã e após a recepção, os idosos das várias instituições formaram equipas, uma a uma foram chamadas, para lhes ser entregue o guião da cami-nhada e dar a sua partida.
Foram várias as tarefas a realizar ao longo do percurso (mímica, desenho, canto, observação para as questões do guião…) e claro, recolher os elementos necessários para compor o raminho de Espiga da Equipa.
Após este percurso e o almoço, chegou o momento das representantes de cada equipa subirem ao palco para mostra-rem o raminho da espiga e responderem às questões do guião.
Da Santa Casa da Misericórdia de Santa-rém, subiram ao palco as responsáveis pelo grupo, Carla Ferreira e Manuela Xavier, enquanto o restante grupo fazia de claque.
Terminado este momento ainda havia mais surpresas reservadas, cada institui-ção cantou uma música. E para finalizar este dia tão bem passado, entraram em palco dois campinos para dançarem o fandango fazendo as delícias do público.
PARABÉNS MISERICÓRDIA
[ Maria José Casaca ]
Parabéns Misericórdia.!
Comemorámos 510 anos durante o mês de Maio. Promovemos e realizámos diversas actividades, dirigidas a públicos diferentes.
Até aqui parece que não aconteceu nada, que não seja habitual no dia a dia, contudo as vivências dos dias de Maio remeteram-nos para algo que fomentou uma reflexão: Ate quando?
Quantos mais anos iremos comemorar?
Curiosamente, a resposta centrou-se naquele que foi o objectivo da criação desta Instituição em 1500: cumprir as Obras de Misericórdia.
Fala-se de Mudança, mas para nós, os da Misericórdia, aqueles que sentem e vivem o dia a dia desta Casa, é firme a convicção que o “segredo” da longevi-dade está em sabermos adaptarmo-nos, em saber esperar, em reflectir para ajus-tar em cada dia em cada ano as nossas práticas, as estratégias, para os desafios que se nos colocam em cada momento do dia, às exigências/necessidades.
Celebramos 510 anos sobretudo de histórias de vida, porque quando nos referimos à Santa Casa da Misericórdia de Santarém, reportamos a uma visão holística e humanista da Pessoa, sujeito de intervenção, com o qual geramos e gerimos a esperança. Quando se tem que dizer Não, este é justificado e sem-pre acompanhado duma proposta de alternativa, ou da expectativa/ humilda-de que esta venha ao nosso encontro, através até dos nossos Parceiros, come-çando logo na pessoa que vem até nós.
Ouvimos, respeitamos e aceitamos, as diferenças, as opiniões alheias, ou seja, aprendemos, crescemos e buscamos sustentabilidade para o futuro. Então a nossa certeza é de que o conhecimento que adquirimos através da nossa acção, consolida o património rico da SCMS, património humano sobretudo, que gera mudança e adaptação.
Os tempos são outros, em 1500 celebrá-vamos os Descobrimentos e a Expansão, hoje celebramos a contínua descoberta da Complexidade do Ser Humano e a consolidação dos valores e princípios duma Casa vivida, participada e assente numa Ética da Responsabilidade que provoca o orgulho de sermos Misericór-dia!
Caminhada da Primavera
[ Carla Ferreira ]
Saímos das nossas fronteiras institucio-nais e nacionais e aventuramo-nos a conhecer novas formas de trabalho, novas culturas e outras respostas, atra-vés de Projectos Transnacionais promo-vemos a Expansão sobre o lema da importância da Aprendizagem ao Lon-go da Vida.
Celebramos 510 anos, e daí? Continua-mos a acreditar que cada dia é um desa-fio superado.
Venham os próximos…
Vai ficando cada vez mais distante a 47ª Feira Nacional da Agricultura – 57ª Feira do Ribatejo. O certame, como se sabe, decorreu de 5 a 13 de Junho, no Centro Nacional de Exposições. O cartaz, além de projecção nacional, já ultrapassou fronteiras e atingiu ampla dimensão no estrangeiro. Certame inigualável que importa manter no mastro real da Quin-ta das Cegonhas.
O programa deste ano superou os ante-riores, nos da Agro-pecuária e transac-ções comerciais.
Evento relevante na economia nacional, que importa engrandecer e prestigiar, ano após ano, não só no Ribatejo como, de Sul a Norte do País. A Feira Nacional da Agricultura – Feira do Ribatejo, não vai perder-se na poeira do tempo…vai sim, manter-se próspera e actuante, no Centro Nacional de Exposições, com projectos reais para o futuro.
“Parar é morrer”, lá diz o ditado do tem-po dos nossos avós.
Viva a Feira Nacional da Agricultura
Viva a Feira do Ribatejo
47ª FEIRA NACIONAL DE AGRICULTURA 57ª FEIRA DO RIBATEJO
[ Eusébio Jorge ]
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Projecto de Estágio no Arquivo Histórico Licenciatura em Animação Cultural e Educação Comunitária
[ Lurdes Véstia ]
Durante o processo de Estágio
Curricular que realizei para a conclu-
são da Licenciatura em Animação
Cultural e Educação Comunitária da
Escola Superior de Educação fui con-
vidada, conjuntamente com Emídio
Rafael, a integrar uma investigação
no Projecto dos Avieiros do Instituto
Politécnico de Santarém.
Esta investigação inseriu-se nos
estudos sobre os Avieiros do Tejo
nos séculos XIX - XX e teve por
objectivo analisar a admissão de
doentes, homens, mulheres e crian-
ças “Avieiros” no Hospital de Jesus
Cristo (HJC), tendo como recorte
temporal o período de 1850 a 1969
e delineámos contribuir para a
divulgação e promoção do Patrimó-
nio Imaterial Avieiro com a redacção
e publicação de um Ensaio académi-
co “Avieiros – Dores e Maleitas”. Para
responder aos objectivos explorá-
mos os registos contidos nos Livros
de admissão de doentes do HJC e
nos documentos avulsos (Atestados
de indigência e Informação do Sub-
secretariado de Estado da Assistên-
cia Social - Instituto de Assistência à
Família) e que fazem parte do espó-
lio do AH e que são bem demonstra-
tivos do carácter ilustrativo da condi-
ção de vida e de saúde da época,
pois os livros de registo de entrada
de doentes estão organizados cro-
nologicamente e as informações
sobre os mesmos encontram-se des-
critas em colunas com as seguintes
categorias: Data da entrada, Nome,
Naturalidade, Cônjuge, Filiação, Ida-
de, Ocupação, Fixação, Diagnóstico,
Objectos com que entrou, Data da
Saída, Data do Falecimento, Observa-
ções.
Não sendo uma investigação
exaustiva, tratou-se contudo da
recolha de dados realizadas em
114.026 registos de admissão de
doentes e de 26.194 documentos
avulsos, com o consequente trata-
mento estatístico. O intuito de
observar a história da admissão e
hospitalização dos “Avieiros” foi des-
vendar e identificar a naturalidade,
fixação e as maleitas que nessa épo-
ca achacavam os pescadores e os
seus familiares.
O processo de investigação favo-
receu o confronto com uma multipli-
cidade de problemas e questões de
conhecimento e metodológicas
sobre as quais procurámos produzir
algum conhecimento. Muitas dessas
questões foram suscitadas pelas
“descobertas” que fomos realizando
no decorrer da investigação e contri-
buíram para um esforço de reflexão
participada. Não se tratou, pois, de
um processo solitário ou de um tra-
balho de investigação puramente
académico pois o mesmo extravasou
as nossa melhores expectativas. Com
efeito, tratou-se de uma dinâmica de
partilha de saberes, saber-fazer, a
maior parte das vezes marcada pela
informalidade.
O apoio dado pelo professor Vidi-
gal da ESES, Docente Orientador, na
concepção da intervenção, dando o
seu contributo científico foi funda-
mental e muito importante, a ajuda
do Sr. António Monteiro, Orientador
Cooperante e colaborador da SCM
na área do Património, para a realiza-
ção do trabalho técnico de informá-
tica que foi exigido para a cabal rea-
lização da nossa intervenção e para a
constante inquietação que nos pro-
vocou com as suas perguntas que se
revelaram favorecedoras de muita
pesquisa e aprendizagem, resultou
muito importante e fez-nos chegar à
conclusão que a Animação Sociocul-
tural implica, realmente, um trabalho
de equipa bastante participativo em
que as pessoas têm que se sentir
envolvidas, motivadas e importantes
na intervenção, para que ela resulte
satisfatória e alcance os objectivos
previstos. O papel desempenhado
pelos restantes colaboradores da
área do Património foi também mui-
to dinamizador pois sentimos sem-
pre apoio e colaboração.
No período do Estágio fomos
confrontados com o decurso do 1º
Congresso Nacional da Cultura Aviei-
ra e neste contexto o Professor Vidi-
gal colocou-nos o desafio de apre-
sentar uma comunicação ao Con-
gresso com o tema da nossa investi-
gação. O corolário do nosso projec-
to encontra-se, segundo a nossa opi-
nião, bem explanado na entrevista
dada pelo Dr. João Serrano, da Coor-
denação da Candidatura da Cultura
Avieira a Património Nacional, ao
Jornal regional “Correio do Ribatejo”
do dia 07 de Maio de 2010 que a
dado momento refere: “(…) Por
exemplo, os colegas que estão a pes-
quisar os arquivos na Santa Casa da
Misericórdia, recolheram dados com
data de 1833. Era à Santa Casa que
iam os doentes e as mulheres para
parir, entre outros casos. Por isso é ali
que existem os primeiros “bilhetes de
identidade”. Há o registo da data, do
nome, dos pais, dos avós, do local de
nascimento, da habitação (…) Sim,
incluindo a cor e qualidade do tecido
do que traziam vestido, se vinham ou
não descalços, …é um bilhete de iden-
tidade a cores fabuloso. Essas pessoas
remontam a Vieira de Leiria, mas tam-
bém à Gandara, em Mira”. Neste
momento está a ser feito um trabalho
sobre isto para ser publicado”.
O resultado final desta interven-
ção leva-nos a concluir que os nos-
sos objectivos foram cumpridos e
que desenvolvemos um bom traba-
lho no Projecto dos Avieiros do IPS
em contexto de Arquivo Histórico da
Santa Casa da Misericórdia de Santa-
rém.