Bourdieu 1

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Prof. Dr. Fábio Fonseca de Castro. Plano de aula 1 de 4 do curso sobre Pierre Bourdieu. Belém, 23 de março de 2010. Faculdade de Comunicação, UFPA.

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Curso sobre Pierre BourdieuEstudo de Temas Contemporâneos

Roteiro da aula 1 de 4 - 23 de março de 2010

Prof. Dr. Fábio Fonseca de CastroFaculdade de Comunicação - UFPA

Neste curso faremos uma livre interpretação do pensamento e obra do sociólogo Pierre Bourdieu.

Partimos de uma proposição sobre a centralidade da noção de “prática”, no seu trabalho, para tentar

construir uma percepção sobre o arcabouço do seu sistema de pensamento.

Este slideshare é apenas o roteiro da aula. Não inclui tudo o que vimos no curso e, portanto, serve apenas como orientação geral para o

seminário realizado.

Portanto:

O elemento teórico central da obra de Bourdieu é a noção de

“prática”.

Aspectos hermenêuticos da prática:

Os sujeitos sociais não produzem análises de contexto para definir suas ações. Eles simplesmente “jogam”.

Assim, noções como “espaço social”, “território” ou “poder”, são conformações que não estão presentes na prática, mas sim na percepção escolástica que nós, cientistas sociais, utilizamos para entender e explicar o mundo.

Nossas ações têm sua lógica mais frequentemente no senso prático do que no cálculo racional. Não temos uma consciência “plena” de nossas práticas, não agimos pelo cálculo.

Dinâmica geral da prática:

A prática importa porque é ela permite a existência dos efeitos de dominação.

É a prática que distingue e exclui, conferindo aos agentes sociais as suas chances de mobilidade no jogo de poder.

A prática define a posição relativa que o sujeito ocupa em relação aos demais.

Elementos da prática:

A prática tem três elementos:• o campo, • o capital e• o habitus.

A prática se dá na relação entre habitus e campo, mediada pelo capital.

O campo

O campo equivale ao contexto onde acontece a prática.

Ele tende à reprodução, mas também permite rupturas.

O campo

Há três formas de estar no campo:

• Participando da doxa, ou seja, da opinião comum, a opinião dos leigos;

• Participando da ortodoxia, junto com os especialistas, os que falam em nome da doxa;

• Participando da heterodoxia, com os especialistas que rompem com a doxa, questionando a raridade dos bens simbólicos.

O campo

A possibilidade de ruptura, ou de transformação do campo, dependeria de uma relação entre a heterodoxia e os leigos.

O habitus

É a disposição mais ou menos permanente a ter um determinado comportamento ou atitude.

É a própria lógica do campo, o próprio movimento de reprodução do campo.

O habitus unifica as práticas sociais, é uma espécie de núcleo gerador do cotidiano.

O habitus

Refere-se à interiorização pré-reflexiva de valores, lei social incorporada.

Produz os “estilos de vida”. Ao faze-lo, estabelece um sistema de valores, de códigos e sinais usados para distnguir os papéis sociais.