Post on 30-Nov-2018
Este livro, na totalidade ou em parte, não pode ser
reproduzido por qualquer meio sem autorização
expressa por escrito.
2017
Produção Grupo Marista | Setor de Pastoral
Denilson Aparecido Rossi
Textos Lauri Cericato
Mariel Mannes
Projeto Gráfico e diagramação
Capitular Design Editorial
Imagens Capa: Shutterstock
Miolo: Deposit Photos
Revisão Lauri Cericato
Carina de Luca
Apoio técnico Assessoria de Comunicação Institucional do Grupo Marista
Setor de Pastoral Rua Imaculada Conceição, 1.155, 9º andar
Prado Velho – Curitiba/PR
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Caminhar Marista 3 [livro eletrônico] : reflexões para um novo começo / Grupo Marista. – 1. ed. –
São Paulo : FTD, 2017. Bibliografia.
3,1 Mb ; PDF
104 p. ; il, ; 18 cm.
ISBN: 978-85-96-01172-3
1. Espiritualidade 2. Evangelização 3. Irmãos Maristas – Educação 4. Planejamento estratégico 5.
Reflexões 6. Valores (Ética) I. Grupo Marista.
17-06746 CDD-370.1
Índices para catálogo sistemático: 1. Educação marista 370.1
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SumárioAPRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Carisma e Instituição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Atualização da Missão . . . . . . . . . . . . . . . . . 15Educação como Prioridade . . . . . . . . . . . . . 20Crianças e Jovens: existimos para eles . . . 25 Dignidade aos Menos Favorecidos . . . . . . . 30Nosso Jeito de Ser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34Corresponsabilidade na Missão . . . . . . . . . . 38Amor ao trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42Presença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46Espírito de Família . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Espiritualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Interculturalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59Simplicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63Solidariedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67Identidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71Excelência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76Integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81Inovação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Orações Diversas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . 103
APRESENTAÇÃOCaminhar: a nossa vida é um caminho e, quan-do paramos, algo está errado. Caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do Senhor (…). Entretanto, podemos caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não confessarmos Jesus Cristo, algo está errado. Tornar-no-emos uma ONG sociocaritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. Quando não se caminha, ficamos parados. Quando não se edifica sobre as pedras, que acontece? Aconte-ce o mesmo que às crianças na praia quando fazem castelos de areia: tudo se desmorona não tem consistência. (Papa Francisco. Homilia de 14/03/2013).
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Apresentamos, pois, o terceiro volume do subsídio
Caminhar Marista. O principal objetivo é instrumenta-
lizar os colaboradores Maristas no desenvolvimento da
espiritualidade de forma pessoal e coletiva. Os temas propostos pelas
historietas e dicas são inspirados nos Valores e no Planejamento
Estratégico do Grupo Marista (2016-2022) e possuem uma estrutura
simples, entretanto, com grande riqueza de conteúdo:
a. Título: indica a temática abordada.
b. Epígrafe: pequena reflexão que nos insere na temática
proposta.
c. Uma pequena história ou dica: as imagens, os conceitos
e as reflexões apresentados pela historieta ou pela dica
convidam-nos a ampliar nossos horizontes acerca do
tema abordado.
d. Luzes Bíblicas: o cristão é chamado não apenas a “pensar” a
realidade, mas a “ouvir” o que Deus tem a nos dizer.
e. Luzes Maristas: como nosso modo de viver, o Cristianismo,
é marista, devemos também ser iluminados pelo patrimônio
de nossa história e espiritualidade. Neste tópico faremos re-
ferência direta ao planejamento estratégico.
f. Conselhos de Francisco: com pequenos textos do Papa
Francisco, colocamo-nos em comunhão com a Igreja, que
busca, na simplicidade, ser fiel à proposta do Evangelho.
g. Oração: uma pequena oração de encerramento, pois a vida
marista é também uma vida de oração.
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Como Maristas de Champagnat, caminhamos para um “Novo Começo”.
Somos peregrinos nas estradas da vida. Conosco caminham milhares
de pessoas que, com suas vidas e trabalho, procuram construir um
mundo melhor. A caminhada só se faz caminhando, por isso cada
pequeno passo é fundamental para a conquista de nossos objetivos.
Que esse subsídio possa servir para enriquecer ainda mais nossas
reflexões, e nos ajudar a trilhar os passos daquele que é razão do
nosso caminhar, Jesus Cristo.
Ir. Delcio Afonso BalestrinP r e s i d e n t e d o G r u P o M a r i s t a
CARISMA E INSTITUIÇÃO
“Fazer as coisas certas é mais importante do que fazer as coisas direito.”
(Peter Drucker)
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U M A P E Q U E N A H I S T Ó R I A
U m dia, um homem entrou numa loja e, estupefato, viu
um anjo atrás do balcão. Maravilhado com aquela visão,
perguntou:
— Anjo, o que vendes?
O anjo respondeu:
— Todos os dons de Deus.
O homem voltou a perguntar:
— E custam caro?
E a resposta do anjo foi:
— Não. É de graça... é só escolher.
O homem, todo feliz, olhou para toda a loja e viu jarras de vidro
de fé, pacotes de sabedoria, caixas de felicidade… Não estava acre-
ditando que poderia adquirir tudo aquilo.
— Por favor, embrulhe para mim muito amor de Deus, bastante
felicidade, abundante perdão d’Ele, amor ao próximo, paciên-
cia, tolerância…
O anjo anotou o pedido e foi separar os produtos.
Ao retornar, entregou-lhe vários pacotinhos, que cabiam na
palma da mão do homem.
Espantado, ele indagou:
— Como pode você me dar apenas esses pacotinhos?! Eu quero
levar uma grande quantidade dos dons de Deus.
O anjo respondeu:
— Querido amigo, na loja de Deus nós não vendemos frutos.
Apenas sementes.
(Os Dons de Deus – Autor desconhecido)
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L U Z E S B Í B L I C A S
“Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o
Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos. A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum.” (1 Coríntios 12,4-7)
I. Paulo explica à comunidade de Corinto que há diferentes tipos de dons, serviços e formas de atuação, mas o Espírito é um só. Destaca que cada um recebe um carisma diferente para colocá-lo a serviço do bem comum.
II. Quais são os dons das pessoas que compõem nossa equipe de trabalho?
III. Estamos conseguindo colocar nossos talentos a serviço do bem comum?
L U Z E S M A R I S T A S
“Marcelino Champagnat fundou o Instituto Marista para,
por meio da educação, evangelizar crianças e jovens,
especialmente os mais pobres, como resposta concreta às neces-
sidades espirituais e sociais de seu tempo e ao chamado de Deus.
Sustentou sua espiritualidade no seguimento de Jesus, a exemplo
de Maria e sob seu olhar materno. Viveu essa experiência com os
primeiros Irmãos, formando com eles comunidades fraternas. Missão,
espiritualidade e comunhão constituem, desse modo, o carisma
Marista, que é dom do Espírito Santo oferecido à Igreja e à sociedade.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 10)
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C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“O Espírito Santo enriquece toda a Igreja evangelizadora também com diferentes carismas.
São dons para renovar e edificar a Igreja. Não se trata de um patrimônio fechado, entregue a um grupo para que o guarde; mas são presentes do Espírito integrados no corpo eclesial, atraídos para o centro que é Cristo, donde são canalizados num impulso evangelizador. Um sinal claro da autenticidade dum carisma é a sua eclesialidade, a sua capacidade de se integrar harmoniosamente na vida do povo santo de Deus para o bem de todos. Uma verdadeira novidade suscitada pelo Espírito não precisa de fazer sombra sobre outras espiritualidades e dons para se afirmar a si mesma.” (Evangelii Gaudium, n. 130)
O R A Ç Ã O F I N A L
Espírito de Deus, enviai dos céus um raio de luz.
Vinde, Pai dos Pobres, dai aos corações vossos sete dons.
Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vinde!
No labor, descanso, na aflição, remanso, no calor, aragem.
Ao sujo, lavai. Ao seco, regai. Curai o doente.
Dobrai o que é duro, guiai no escuro, o frio aquecei.
Enchei, luz bendita, chama que crepita o íntimo de nós.
Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum
bem há nele.
Dai a vossa Igreja, que espera e deseja, vossos sete dons.
Dai, em prêmio ao forte, uma santa morte, alegria eterna.
Amém.
(Sequência de Pentecostes)
ATUALIZAÇÃO DA MISSÃO
“Se você quer algo novo, você precisa parar de fazer algo velho.”
(Peter Drucker)
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U M A D I C A 1
"Começar tudo de novo?!” Essa é uma das expressões mais
populares quando pensamos em recomeçar. Já dá certo
cansaço, com a sensação de que falhamos e de que reco-
meçar é uma punição.
Essa é uma forma de pensar. A outra é perceber que o recomeço
é uma dádiva diária. Todos os dias, o Sol nasce de novo. A cada refei-
ção, recomeça o ciclo nutricional. A cada noite de sono, refazemos
o processo de dormir e acordar. Recomeçar continuamente é parte
da existência.
Se tudo é impermanente, até a nossa própria existência, então
essa deve ser uma lei da natureza de todas as coisas. Até mesmo a
morte deve ser impermanente, um estágio entre estados existenciais.
Nada é perene. Pense em novos começos.
Algumas coisas simplesmente não podem continuar. O jeito é
parar agora mesmo e recomeçar. Por vezes, tentar ajustar um pro-
cesso tortuoso é muito mais complexo do que desenhar um novo.
Novos começos são possibilidades de usar a experiência acu-
mulada para fazer melhor, com menos recursos, de forma mais sa-
tisfatória e com melhores resultados. Pensar em novos começos
leva a diferentes e mais frutíferos resultados.
Não tema recomeçar. Tenha medo de permanecer o mesmo, na
mesma atitude, alcançando os mesmos resultados. Pense em novas
possibilidades de fazer e viver o que espera alcançar. Há sempre uma
coluna de vantagens e uma outra de desvantagens e, quando esta
é maior que a primeira, é tempo de mudar e recomeçar o processo.
1 A fundamentação teórica para os textos da seção “Uma dica” pode ser encontrada nas “Referências Bibliográficas”, situadas no final desta obra.
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Novos começos são assustadores, confusos, caóticos, desesta-
bilizadores, mas trazem uma qualidade libertadora sem igual. Cabem
muitas vidas numa só. Para que se restringir e ficar na estreiteza de
uma mesma personagem e um único cenário?
L U Z E S B Í B L I C A S
“Entre eles houve também uma discussão sobre quem deveria ser o maior. Jesus, porém, disse: O maior
entre vocês seja o mais novo, e quem governa seja como aquele que serve. Eu estou no meio de vocês como quem está servindo. Por isso, assim como o Pai confiou o Reino a mim, eu confio o Reino a vocês.” (Lucas 22, 24.26.29)
I. Diante da discussão entre os discípulos sobre quem deles deveria ser o maior, Jesus interfere, e ressalta a questão do serviço como uma das dimensões centrais do seguimento e da missão para que o Reino aconteça.
II. Como posso contribuir para a atualização da missão a partir do serviço?
III. Quais os aspectos centrais para que a missão responda de forma eficaz aos desafios atuais?
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L U Z E S M A R I S T A S
“É tarefa de toda a comunidade cristã promover o Reino de
Deus entre as pessoas e as culturas. No Instituto Marista,
a evangelização ocorre no âmbito da educação e da promoção e
defesa de crianças, adolescentes e jovens, preferencialmente os
que se encontram em situação de vulnerabilidade.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 11.)
C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“Certamente todos somos chamados a crescer como evangelizadores. Devemos procurar simultaneamente
uma melhor formação, um aprofundamento do nosso amor e um testemunho mais claro do Evangelho. Neste sentido, todos devemos deixar que os outros nos evangelizem constantemente; isto não significa que devemos renunciar à missão evangelizadora, mas encontrar o modo de comunicar Jesus que corresponda à situação em que vivemos.” (Evangelii Gaudium, n. 121.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Maria, nossa Boa Mãe, leva-nos a Cristo.
Mulher de misericórdia, ensina-nos a ser misericordiosos.
Mulher de fé, ajuda-nos em nossa descrença.
Mulher de visão, abre nossos olhos.
Consoladora dos aflitos, dá-nos um coração compassivo.
Causa de nossa alegria, enche-nos de vida.
Sinal de contradição, ajuda-nos na incerteza.
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Mulher de sabedoria e discernimento, dá-nos a luz
do conhecimento.
Recurso Habitual, protege-nos e guia-nos.
Mulher impregnada de esperança, sê nossa fonte de
vida nova.
Primeira discípula, mostra-nos o caminho.
Companheira de peregrinação, fica ao nosso lado na
caminhada da vida.
Acolhedora da vontade de Deus, ajuda-nos a fazer o
mesmo.
Amém.
EDUCAÇÃO COMO PRIORIDADE
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.”
(Paulo Freire)
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U M A D I C A
Estamos tão habituados a pensar em termos de urgências que
as confundimos com prioridades. Uma urgência é algo que
está pressionando nosso processo e exigindo solução imedia-
ta. Por vezes, as urgências surgem como demandas inadiáveis, como
trocar um pneu furado, parar no posto para colocar combustível ou
passar pelo supermercado para garantir a refeição da noite.
É preciso cuidar das urgências, mas, se não estivermos atentos,
ficaremos cuidando disso o tempo todo, com uma sensação de estar
trabalhando muito, mas rendendo pouco. Separe suas urgências em
inevitáveis, delegáveis e contornáveis. As primeiras, faça rapidamen-
te; as delegáveis, repasse; e as contornáveis, adie sem culpa. Porém,
as prioridades não devem ser adiadas, sob o risco de perdermos opor-
tunidades valiosas para a vida. Nossos objetivos, mesmo de longo
prazo, são prioridades e devem estar na agenda diária. A educação,
a saúde, a família, a carreira; reserve um tempo diário para tratar
disso. É absolutamente fundamental que suas prioridades sejam
cuidadas DIARIAMENTE. Esteja certo disso.
Para saber quais são as prioridades em sua vida, faça
três perguntas:
• O que eu quero?
• O que eu posso desde já?
• O que pode mudar minha vida?
Essas perguntas nos preparam para entender o que de fato é
essencial e, portanto, imprescindível que façamos, pois isso é que
nos dará a sensação de “dever cumprido”. Aquele senso de que fi-
zemos algo de valor no dia.
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L U Z E S B Í B L I C A S
“Jesus viu as multidões, subiu à montanha e sentou-se. Os discípulos se aproximaram, e Jesus começou a
ensiná-los.” (Mateus 5, 1-2)
I. A passagem inaugura um conjunto de textos bíblicos sobre o Sermão da Montanha. Nestes ensinamentos, Jesus inverte a lógica existente. O lugar privilegiado passa ser dado àqueles que, até então, eram excluídos do círculo religioso e social. Assumindo essa perspectiva, no contexto do Instituto Marista, compreendemos que a educação evangelizadora deve ser meio prioritário de inclusão e promoção da dignidade humana.
II. Como sinto-me corresponsável com a educação evangelizadora?
III. De que forma os ensinamentos de Jesus iluminam os processos educacionais no Instituto?
L U Z E S M A R I S T A S
“A educação é a condição fundamental do fazer-se hu-
mano e figura no plano global dos direitos humanos. […]
A educação Marista, por seu caráter cristão, necessariamente con-
cebe a educação como um processo emancipador, amplo, contínuo,
integrado ao cotidiano, que correlaciona fé, cultura e vida. Trata-se,
portanto, de uma dimensão vital presente em todas as áreas de
atuação do Grupo Marista, tanto nas relações internas – interpessoais
ou profissionais − quanto nas relações com a comunidade – crianças
e jovens, famílias, clientes e parceiros.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 12.
Destaque nosso.)
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C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“A educação envolve a tarefa de promover liberdades responsáveis, que, nas encruzilhadas, saibam optar
com sensatez e inteligência; pessoas que compreendam sem reservas que a sua vida e a vida da sua comunidade estão nas suas mãos e que esta liberdade é um dom imenso. Os pais necessitam também da escola para assegurar uma instrução de base aos seus filhos, mas a formação moral deles nunca a podem delegar totalmente. O desenvolvimento afetivo e ético duma pessoa requer uma experiência fundamental: crer que os próprios pais são dignos de confiança. Isto constitui uma responsabilidade educativa: com o carinho e o testemunho, gerar confiança nos filhos, inspirar-lhes um respeito amoroso.” (Amoris Laetitia, n. 262-263.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Jesus, Maria e José,
em Vós contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
confiantes, a Vós nos consagramos.
Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho
e pequenas igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais haja nas famílias
episódios de violência, de fechamento e divisão;
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e quem tiver sido ferido ou escandalizado
seja rapidamente consolado e curado.
Sagrada Família de Nazaré,
fazei que todos nos tornemos conscientes
do caráter sagrado e inviolável da família,
da sua beleza no projeto de Deus.
Jesus, Maria e José,
ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.
Amém.
(Oração à Sagrada Família – Amoris Laetitia.)
CRIANÇAS E JOVENS: EXISTIMOS PARA ELES
“Para bem educar uma criança ou um jovem é preciso, antes de tudo, amá-lo.”
(Marcelino Champagnat)
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U M A P E Q U E N A H I S T Ó R I A
E ra uma vez um cientista que vivia preocupado com os proble-
mas do mundo e decidido a encontrar meios de resolvê-los.
Passava dias e dias no seu laboratório à procura de respostas.
Um dia, o seu filho de sete anos invadiu o seu santuário que-
rendo ajudar o pai. Claro que o cientista não queria ser interrompido
e, por isso, tentou fazer que o filho fosse brincar em vez de ficar ali,
atrapalhando-o. Mas, como o menino era persistente, o pai teve de
arranjar uma maneira de entretê-lo no laboratório. Foi, então, que
reparou num mapa do mundo que estava na página de uma revista.
Lembrou-se de cortar o mapa em vários pedaços e depois apresentou
o desafio ao filho:
— Filho, você vai me ajudar a consertar o mundo! Aqui está o
mundo todo partido. E você vai arrumá-lo para que ele fique bem
outra vez! Quando você terminar, me chame, ok?
O cientista estava convencido de que a criança levaria dias para
resolver o quebra-cabeça que ele tinha construído. Mas surpreenden-
temente, poucas horas depois, o filho já chamava por ele:
— Pai, pai, já fiz tudo. Consegui consertar o mundo!
O pai não queria acreditar, achava que era impossível um miú-
do daquela idade ter conseguido montar o quebra-cabeça de uma
imagem que ele nunca tinha visto antes. Por isso, apenas levantou
os olhos dos seus cálculos para ver o trabalho do filho que, pensava
ele, não era mais do que um disparate digno de uma criança daquela
idade. Porém, quando viu o mapa completamente montado, sem
nenhum erro, perguntou ao filho como é que ele tinha conseguido
sem nunca ter visto um mapa do mundo anteriormente.
— Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou
o papel da revista para recortar, eu vi que, do outro lado da página,
havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para
eu consertar, eu tentei mas não consegui. Foi aí que me lembrei do
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homem; virei os pedaços de papel ao contrário e comecei a conser-
tar o homem, que eu sabia como era. Quando consegui consertar o
homem, virei a folha e vi que tinha consertado o mundo.
(Autor desconhecido)
L U Z E S B Í B L I C A S
“Depois, Jesus pegou uma criança e colocou-a no meio deles. Abraçou a criança e disse: Quem receber em
meu nome uma destas crianças estará recebendo a mim, e quem me receber não estará recebendo a mim, mas àquele que me enviou.” (Marcos 9, 36-37)
I. No texto acima constatamos que Jesus traz a criança para o meio, representando que ela é o centro e a prioridade do Reino de Deus. Ademais, fica explícito que Ele próprio se faz presente nas crianças.
II. São Marcelino Champagnat assumiu as crianças como o centro da evangelização, por meio da educação. Como este compromisso de Champagnat é vivenciado hoje?
III. Como podemos ampliar a proteção, promoção e defesa de direitos das crianças e jovens?
L U Z E S M A R I S T A S
“A proteção, promoção e defesa dos direitos de crianças
e jovens dizem respeito à universalidade do acesso e
qualidade dos direitos, com especial atenção aos mais vulneráveis
e a suas necessidades específicas. [...]
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O Grupo Marista, alinhado ao marco legal nacional e às diretrizes
internacionais, busca garantir os direitos humanos indispensáveis
à dignidade e ao desenvolvimento das infâncias, adolescências e
juventudes. Atua para fortalecer os sujeitos enquanto cidadãos ple-
nos, contribuindo para sua participação na sociedade.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 13.)
C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“Hoje são tantas as situações em que podemos restituir dignidade às pessoas, consentindo-lhes uma vida
humana. Basta pensar em tantos meninos e meninas que sofrem violências de vários tipos, que lhes roubam a alegria da vida. Os seus rostos tristes e desorientados permanecem impressos na minha mente; pedem a nossa ajuda para serem libertados da escravidão do mundo contemporâneo. Estas crianças são os jovens de amanhã; como estamos a prepará-las para viverem com dignidade e responsabilidade? Com que esperança podem elas enfrentar o seu presente e o seu futuro?” (Misericordia et misera, n. 19.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Senhor da Vida e Criador do Universo,
que nos confiaste a missão de cuidar
de Tua obra de amor,
renova nossos sentidos pela Tua Palavra,
para que possamos ouvir
os apelos dos que mais necessitam,
ver o mundo com os olhos
dos jovens e das crianças pobres,
e estender as mãos em acolhida solidária.
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Senhor Jesus Cristo,
que, por amor, deste a vida por nós,
renova nossa disposição
para o seguimento de Tua proposta,
proclamando o Teu Reino.
Amém!
DIGNIDADE AOS MENOS FAVORECIDOS
“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.”
(Paulo Freire)
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U M A P E Q U E N A H I S T Ó R I A
C onta uma lenda que Deus convidou um homem para conhe-
cer o céu e o inferno. Foram primeiro ao inferno. Ao abrirem
uma porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um
caldeirão de substanciosa sopa e à sua volta estavam sentadas
pessoas famintas e desesperadas.
Cada uma delas segurava uma colher, porém de cabo muito
comprido, que lhes possibilitava alcançar o caldeirão, mas não permi-
tia que colocassem a sopa na própria boca. O sofrimento era grande.
Em seguida, Deus levou o homem para conhecer o céu. Entraram
em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pes-
soas em volta e as colheres de cabo comprido. A diferença é que
todos estavam saciados. Não havia fome, nem sofrimento.
“Eu não compreendo”, disse o homem a Deus, “por que aqui as
pessoas estão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é
tudo igual?”. Deus sorriu e respondeu: “Você não percebeu? É porque
aqui elas aprenderam a dar comida umas às outras”.
(As colheres de cabo comprido. Lenda. Autor desconhecido)
L U Z E S B Í B L I C A S
“Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor: conheço minhas
ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou a vida pelas minhas ovelhas.” (João 10, 10.14-15)
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I. A vida em abundância, retratada na passagem bíblica acima, representa uma vida repleta de dignidade. Neste sentido, o Bom Pastor é aquele que não somente conhece as ovelhas, mas dá a vida por elas, ou seja, possibilita que a vida seja vivida de forma plena e digna.
II. De que forma a promoção da dignidade humana pode ser contemplada em nossos planejamentos e ações, como uma opção preferencial?
III. O exemplo do Bom Pastor nos inspira a vivenciar quais atitudes?
L U Z E S M A R I S T A S
No Planejamento Estratégico do Grupo Marista, ao tratar
das diretrizes gerais, lê-se: “Promoção e respeito à dig-
nidade das pessoas. […]
Promoção, proteção e defesa dos direitos de crianças, adoles-
centes e jovens, com especial atenção aos economicamente me-
nos favorecidos.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022.
Grupo Marista, p. 30-31.)
C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“Ainda hoje populações inteiras padecem a fome e a sede, sendo grande a preocupação suscitada pelas
imagens de crianças que não têm nada para se alimentar. […] O analfabetismo ainda é muito difuso, impedindo os meninos e meninas de se formarem, expondo-os a novas formas de escravidão. A cultura do individualismo exacerbado, sobretudo no Ocidente,
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leva a perder o sentido de solidariedade e responsabilidade para com os outros. O próprio Deus continua a ser hoje um desconhecido para muitos; isto constitui a maior pobreza e o maior obstáculo para o reconhecimento da dignidade inviolável da vida humana.” (Misericordia et misera, n. 18.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Pai de infinita misericórdia,
confiamos a vossas mãos
a vida de todas as crianças, adolescentes e jovens do
mundo, sobremaneira aqueles que estão privados de
seus direitos básicos.
Que eles e elas possam crescer e desenvolver-se,
a partir de vosso amor misericordioso.
Senhor, dai-nos força e sabedoria,
para usarmos nossos bens e serviços em favor de todos,
e, sobretudo, dos menos favorecidos.
Amém!
NOSSO JEITO DE SER
“Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.”
(Maria, mãe de Jesus)
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U M A D I C A
M ahatma Gandhi, um ícone mundial da paz, estabeleceu
um princípio para a gestão da vida: “Seja você a mudan-
ça que quer ver no mundo”. Essa sabedoria ímpar pode
nos conduzir em qualquer área da existência. Tudo o que queremos
ver transformado podemos, antes, transformar em nós mesmos.
Ser a mudança que desejamos é proporcionar a nós mesmos a
oportunidade de viver nossos desejos. É natural que nos pareça mais
fácil apontar as mudanças que devem ocorrer no ambiente externo,
ao nosso redor. Contudo, sabemos que diagnosticar o que os outros
têm de mudar não promove a mudança.
Viver o que está ao alcance é muito mais rico que ver o que está
fora. E o mais próximo de nós é tudo o que está dentro, na esfera
bem demarcada de nosso poder, de nossa capacidade de escolha,
de nossa única e exclusiva decisão de fazer ou não.
Mudar a nós mesmos não depende de ninguém mais, e sim de
nós mesmos. Para tanto, já somos capazes, já estamos prontos.
L U Z E S B Í B L I C A S
“Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é
necessária; Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada.” (Lucas 10, 41-42)
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I. A figura de Maria, na Sagrada Escritura, revela-nos duas atitudes inspiradoras: a sensibilidade e o serviço. O discernimento de Maria em ficar com o Senhor inspira o Instituto a continuar a missão, mantendo uma íntima relação com Deus, que se traduz em serviço e atenção àqueles mais vulneráveis.
II. Quais as preocupações e inquietações que, por vezes, dificultam a minha relação com Deus e com as pessoas?
III. Como percebo que o Instituto inspira as práticas do jeito de ser de Maria?
L U Z E S M A R I S T A S
“Maria é modelo do ser e do agir Marista. ‘Dando-nos o
nome de Maria, Padre Champagnat quis que vivêssemos
do seu espírito. Convencido de que ela fez tudo entre nós, chama-
va-a Recurso Habitual, Primeira Superiora e Boa Mãe. Contempla-
mos a vida de nossa Mãe […] como a perfeita discípula de Cristo’
(Constituições e Estatutos, p. 4.). Assim, ao tornarmos Jesus Cristo
conhecido e amado, fazemos do jeito de Maria. A partir dela, apren-
demos a estar efetivamente próximos das crianças e dos jovens,
a proclamar de maneira corajosa e profética a preferência de Deus
pelos pequenos, a desenvolver as características de afeição e ternura
em nossas relações.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 14.)
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C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos
e uma montanha de ternura. Ela é a serva humilde do Pai, que transborda de alegria no louvor. É a amiga sempre solícita para que não falte o vinho na nossa vida. É aquela que tem o coração trespassado pela espada, que compreende todas as penas. Como Mãe de todos, é sinal de esperança para os povos que sofrem as dores do parto até que germine a justiça. Ela é a missionária que se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com o seu afeto materno.” (Evangelii Gaudium, n. 286.)
O R A Ç Ã O F I N A L
A minha alma glorifica o Senhor,
meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque olhou para a humildade da sua Serva:
doravante todas as gerações me chamarão
bem-aventurada.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço
e dispersou os soberbos.
[…]
Amém!
(Magnificat.)
CORRESPONSABILIDADE NA MISSÃO
“Uma organização sem compromisso humano é como uma pessoa sem alma.”
(Henry Mintzberg)
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U M A P E Q U E N A H I S T Ó R I A
E ra uma vez um beija-flor que fugia de um incêndio juntamente
com todos os animais da floresta. Só que o beija-flor fazia
uma coisa diferente: apanhava gotas de água de um lago e
atirava-as para o fogo.
A águia, intrigada, perguntou:
— Ô bichinho, achas que vais apagar o incêndio sozinho com
estas gotas?
— Sozinho, sei que não vou, respondeu o beija-flor, — mas estou
a fazer a minha parte.
Envergonhada, a águia chamou os outros pássaros e, juntos,
todos entraram na luta contra o incêndio. Vendo isto, os elefantes
venceram seu medo e, enchendo suas trombas com água, também
correram para ajudar. Os macacos pegaram cascas de nozes para
carregar água.
No fim, todos os animais, cada um de seu jeito, acharam ma-
neiras de colaborar na luta. Pouco a pouco, o fogo começou a se
debilitar quando, de repente, o Ser Celestial da Floresta, admirando a
bravura destes bichinhos e comovido, enviou uma chuva que apagou
de vez o incêndio e refrescou todos os animais, já tão cansados —
mas felizes...
(A fábula do beija-flor. Autor desconhecido.)
L U Z E S B Í B L I C A S
“Então Jesus chamou a multidão e os discípulos e disse: ‘Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome
a sua cruz e me siga’.” (Marcos 8, 34)
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I. A passagem bíblica citada conduz-nos a uma das dimensões centrais do agir cristão: o seguimento. Não se trata de um seguimento vazio e incerto, mas de uma proposta concreta, que implica radicalidade, renúncia e testemunho de vida.
II. Sinto-me corresponsável com o Instituto, na missão de evangelizar por meio da educação?
III. Quais apegos que, por vezes, dificultam nossa opção pelo seguimento?
L U Z E S M A R I S T A S
“O Instituto Marista reconhece variados modos de se re-
lacionar com o carisma de Champagnat. […] A comple-
mentariedade vocacional entre Irmãos, Leigas e Leigos é o meio
privilegiado pelo qual se dinamiza hoje o carisma Marista e é sinal de
sua vitalidade e perenidade. Como Maristas de Champagnat, vivem
uma nova comunhão, partilham a herança espiritual de Champagnat
e realizam juntos a missão Marista.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 15.)
C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“A imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos. Ao seu serviço, está uma minoria: os ministros
ordenados. Cresceu a consciência da identidade e da missão dos leigos na Igreja. Embora não suficiente, pode-se contar com um numeroso laicato, dotado de um arraigado sentido de comunidade e uma grande fidelidade ao compromisso da caridade, da catequese, da celebração da fé.” (Evangelii Gaudium, n. 102.)
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O R A Ç Ã O F I N A L
Missão é partir, caminhar,
deixar tudo, sair de si,
quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso Eu.
É parar de dar voltas ao redor de nós mesmos,
como se fôssemos o centro do mundo e da vida.
É não se deixar bloquear nos problemas
do pequeno mundo a que pertencemos:
a humanidade é maior.
Missão é sempre partir,
mas não devorar quilômetros.
É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos,
descobri-los e encontrá-los.
E, se para encontrá-los e amá-los é preciso atravessar
os mares
e voar lá nos céus,
então Missão é partir até os confins do mundo.
Amém!
(Dom Hélder Câmara.)
AMOR AO TRABALHO
“Para o trabalho de que gostamos levantamo-nos cedo e o fazemos com alegria.”
(William Shakespeare)
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U M A D I C A
V ocê já deve ter ouvido falar na tal da “zona de conforto”,
não é? Essa é a definição dada para todos os hábitos que
temos, com os quais estacionamos nossas experiências
e repetimos padrões, mesmo os indesejáveis. Talvez devêssemos
nomeá-la “zona de desconforto”.
Aqui, a dica é simples, fácil de ser seguida e altamente eficaz:
não se acomode. Mude, mexa, ajuste, experimente, refaça, recomece,
teste, tente, aprenda, crie, mantenha, expanda, diminua, acelere,
desacelere, faça diferente.
Calma, não precisa ser com tudo. Comece por alguma coisa.
Escolha um dia da semana, por exemplo, para testar novidades. Que
tal encontrar um caminho alternativo para ir ao trabalho, comer algo
diferente, fazer outro programa de lazer, iniciar um curso, envolver-se
em alguma atividade voluntária? Pense em mais e mais coisas que
podem ser diferentes.
No caso da criatividade, não é a qualidade que importa, é a
quantidade. Quanto mais ideias eu tenho, mais ativos ficam meus
neurônios e suas interações, gerando uma verdadeira tempesta-
de cerebral que ativará mecanismos pouco utilizados no cérebro e
provocará o insight, a iluminação, uma explosão de luz dentro dele.
Não se acomode, ilumine-se! Com esses insights preciosos, de-
finimos novas e mais eficazes formas de fazer e viver, para que o
tempo seja mais bem aproveitado; nenhum processo está isolado na
vida. Tudo é interconectado. Não se acomode, e tudo vai se ajustando
em uma nova e mais harmoniosa ordem.
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L U Z E S B Í B L I C A S
“Jesus respondeu: ‘Quem põe a mão no arado e olha para trás não serve para o Reino de Deus’.” (Lucas 9, 62)
I. Toda ação de Jesus teve como finalidade o anúncio do Reino de Deus, que é marcado pela promoção da justiça, da igualdade e da caridade. Quem coloca muitas condições para seguir o Mestre não está em condições de colaborar com a missão.
II. Como percebo que o meu trabalho contribui para a construção do Reino de Deus?
III. Quais são os apegos e/ou as condições que dificultam uma atuação profética nos espaços em que atuamos?
L U Z E S M A R I S T A S
“Realizamos o trabalho com disposição, excelência,
perseverança, generosidade e espírito cooperativo, de-
senvolvendo os talentos a serviço do bem comum.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 23.)
C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“Convém recordar sempre que o ser humano é ‘capaz de, por si próprio, ser o agente responsável
do seu bem-estar material, progresso moral e desenvolvimento espiritual’. O trabalho deveria ser o âmbito deste multiforme desenvolvimento pessoal, onde estão em jogo muitas dimensões da vida: a criatividade, a projeção do futuro, o desenvolvimento
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das capacidades, a exercitação dos valores, a comunicação com os outros, uma atitude de adoração. Por isso, a realidade social do mundo atual exige que, acima dos limitados interesses das empresas e duma discutível racionalidade econômica, ‘se continue a perseguir como prioritário o objetivo do acesso ao trabalho para todos’.” (Laudato Si, n. 127.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Senhor, livrai-me do espírito de preguiça, consumismo
e desperdício...
Dai-me um grande amor ao trabalho, responsabilidade
e serenidade diante de minhas obrigações.
Ao me levantar, Senhor, jamais me esqueça de vos agra-
decer por mais um dia que me concedeis e a tudo faça
com alegria, amor e em segurança...
Que eu vos busque, Senhor, antes de todas as riquezas,
pois vosso fruto é mais que o ouro refinado e Vossas
palavras mais ricas que todas as joias deste mundo.
Amém.
PRESENÇA“Você não tem o direito de sair da presença de uma pessoa sem fazê-la melhor e mais feliz.”
(Madre Teresa de Calcutá)
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U M A P E Q U E N A H I S T Ó R I A
— […] Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do
outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti a única
no mundo...
[…] Mas a raposa voltou à sua ideia:
— Minha vida é monótona. […] E por isso eu me aborreço um
pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de
sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros.
Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me cha-
mará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês,
lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim
é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso
é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso
quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me
de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
— Por favor, cativa-me! — disse ela.
— Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho tempo.
Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
— A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa.
Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Com-
pram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos,
os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
[…]
— Os homens esqueceram esta verdade, disse a raposa. Mas tu
não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por
aquilo que cativas.
(O pequeno príncipe. Antoine de Saint-Exupéry.)
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L U Z E S B Í B L I C A S
“Três dias depois, celebravam as bodas de Caná da Galileia, e achava-se ali a mãe de Jesus. Como viesse
a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhes: ‘Eles não têm vinho. Fazei o que Ele vos disser’.” (João 2, 1.3.5)
I. A transformação da água em vinho marca o primeiro sinal de Jesus, narrado pelo evangelista João. Neste acontecimento, Maria tem uma presença atenta às necessidades dos convidados. Ela não só percebe a falta de vinho, como também sabe a quem recorrer.
II. Qual o significado da presença nos espaços em que atuo?
III. Como posso ser presença, inspirada no exemplo de Maria?
L U Z E S M A R I S T A S
“Somos presença significativa e acolhedora junto às
pessoas, com disponibilidade, transparência, confiança,
justiça, vivendo relações que testemunhem o cuidado e o respeito.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 23.)
C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“Falamos aqui duma atitude do coração, que vive tudo com serena atenção, que sabe manter-se plenamente
presente diante duma pessoa sem estar a pensar no que virá depois, que se entrega a cada momento como um dom divino que se deve viver em plenitude. Jesus ensinou-nos esta atitude, quando nos convidava a olhar os lírios do campo e as aves do
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céu, ou quando, na presença dum homem inquieto, ‘fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele’ (Mc 10, 21). De certeza que Ele estava plenamente presente diante de cada ser humano e de cada criatura, mostrando-nos assim um caminho para superar a ansiedade doentia que nos torna superficiais, agressivos e consumistas desenfreados.” (Laudato Si, n. 226.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Deus, dá-me toda a força e poder, dá-me hoje segurança
do teu amor e a certeza de que estás comigo.
Que eu possa, Senhor, perceber toda a tua grandeza e
a tua presença em mim.
Sopra o teu espírito dentro de minha alma para que
eu sinta o meu interior fortalecido com a tua presença,
minuto a minuto, hora a hora, dia após dia.
Que eu sinta a tua voz dentro de mim e ao meu redor e
em minhas decisões, que perceba qual a tua vontade.
Oh! Senhor Jesus, fica comigo para que eu não me de-
sespere e nem te esqueça.
Ajuda-me a seguir-te sem vacilar e sem olhar para trás.
Dá-me o poder de aceitar, acima de tudo, que se cumpra
em mim a tua vontade e não a minha.
Assim seja. Amém!
ESPÍRITO DE FAMÍLIA
“Buscai primeiramente aquilo que une, antes de buscar o que divide.”
(Papa João XXIII)
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U M A P E Q U E N A H I S T Ó R I A
H ouve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar
ao pé dum formigueiro. Só parava quando cansadinha; e
seu divertimento então era observar as formigas na eter-
na faina de abastecer as tulhas. Mas o bom tempo afinal passou e
vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados, passavam o dia
cochilando nas tocas. A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho
seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém.
Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formi-
gueiro. Bateu — tique, tique, tique…
Aparece uma formiga, friorenta, embrulhada num xalinho
de paina.
— Que quer? — perguntou, examinando a triste mendiga suja
de lama e a tossir.
— Venho em busca de um agasalho. O mau tempo não cessa e eu…
A formiga olhou-a de alto a baixo.
— E o que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?
A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de um acesso
de tosse:
— Eu cantava, bem sabe…
— Ah!… exclamou a formiga, recordando-se. Era você então
quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para en-
cher as tulhas?
— Isso mesmo, era eu…
— Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas
horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e
aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha
tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante
todo o mau tempo.
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A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora
dos dias de sol.
(A formiga boa. Monteiro Lobato.)
L U Z E S B Í B L I C A S
“Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e
nas orações. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E a cada dia o Senhor acrescentava à comunidade outras pessoas que iam aceitando a salvação.” (Atos dos Apóstolos 2, 42.47)
I. Os primeiros cristãos eram reconhecidos pelo testemunho e pela vida comunitária, que constitui uma das principais marcas do Cristianismo. O Espírito de Família, como um valor Marista, implica esta vivência comunitária, que é representada pela oração, testemunho de vida e partilha do pão.
II. Quais os desafios para a vivência comunitária em nossos dias?
III. Quais as implicações práticas para a vivência do Espírito de Família?
L U Z E S M A R I S T A S
“Afirmamos nosso espírito de família compreendendo-nos
como diferentes e complementares ao vivenciar o aco-
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lhimento, o amor, o diálogo e a esperança, na ação constante para
construir comunidades como espaços de vida.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 23.)
C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“Na família, cultivam-se os primeiros hábitos de amor e cuidado da vida, como, por exemplo, o uso correto
das coisas, a ordem e a limpeza, o respeito pelo ecossistema local e a proteção de todas as criaturas. […] Na família, aprende-se a pedir licença sem servilismo, a dizer ‘obrigado’ como expressão duma sentida avaliação das coisas que recebemos, a dominar a agressividade ou a ganância, e a pedir desculpa quando fazemos algo de mal. Estes pequenos gestos de sincera cortesia ajudam a construir uma cultura da vida compartilhada e do respeito pelo que nos rodeia.” (Laudato Si, n. 213.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Senhor Deus, Pai de todos nós,
derramai, pelo Vosso Espírito de amor,
todas as bênçãos necessárias para a nossa família
aqui reunida,
para que cada um de nós cumpra a sua missão,
seguindo o Vosso plano de amor para o bem de todos.
Senhor, que nossa família assim abençoada
seja uma verdadeira imagem da Vossa Trindade,
na unidade, na ação, e na vida em comum.
Amém!
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U M A D I C A
S e tudo na vida ocorre em ciclos, é preciso ter a clareza de
que os processos têm um tempo para acabar. Até a mais
bela lembrança precisa ser atualizada por experiências
ainda mais positivas, para não nos deixarmos prender pelo passado.
As mágoas, as más lembranças, as memórias que nos fazem sofrer
precisam passar pelo poder curativo do perdão, pela compreensão
do episódio a partir de um novo e revigorante olhar.
Nossa noção de uma vida linear não passa de um truque da
mente, que faz a soma de todos os instantes vividos parecer uma
só vida. Na prática, temos um conjunto sucessivo de instantes que
nossa memória arquiva como uma mesma e longa sequência. Esse
arquivamento ocorre de acordo com nossos modelos internos de
realidade. É por isso que determinado evento pode ser traumático
ou extremamente feliz para uns e não representar nada para ou-
tros. Depende muito se a pessoa é mais materialista, espiritualizada
ou indiferente.
Cada um olha o fato conforme sua peculiar noção de mundo e
arquiva a informação com a capacidade que tem de interpretar e
valorizar o evento. Por essa razão, não somos capazes de lembrar
de todos os mínimos momentos vividos.
A memória não é precisa. Ela é um registro aproximado dos fatos
— e mais um registro de nossa visão interna do que da realidade. Po-
demos dizer que uma memória não é uma “verdade inquestionável” e,
portanto, que não é imutável. Pode e deve ser transformada sempre
que essa transformação atende nossos interesses de bem-estar e
desfrute da realidade.
Para que manter ativa uma memória de algo que não interessa
para nossos propósitos? Reconte a história para si mesmo. Refaça
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o cenário, coloque as personagens, patins, som, e recrie aquela me-
mória que lhe faz mal. Deixe ir o que não deseja mais. É tempo de
reescrever a própria história.
L U Z E S B Í B L I C A S
“Essa é a convicção que temos diante de Deus, graças a Cristo. Não nos atreveríamos a pensar que essa obra é
devida a algum mérito nosso; pelo contrário, é de Deus que vem a nossa capacidade. Foi Ele que nos tornou capazes de sermos ministros de uma nova aliança, não aliança da letra, mas do Espírito.” (2 Coríntios 3, 4-6)
I. O Apóstolo Paulo lembra à comunidade de Coríntios que toda e qualquer ação é obra do Espírito. Neste sentido, a espiritualidade cristã implica a prática da oração e a confiança na providência divina como ação do Espírito.
II. Como compreendo a espiritualidade em minha vida?
III. Na atuação que desempenho no Instituto, como posso vivenciar a espiritualidade?
L U Z E S M A R I S T A S
“Vivemos a espiritualidade mariana e apostólica, en-
carnada, relacional e afetiva, fundamentada em Jesus
Cristo e no seu Evangelho, legada por São Marcelino Champagnat.
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Por meio dela, orientamos nossa compreensão do mundo e o nosso
relacionamento com Deus, com nós mesmos, com as pessoas e
com a natureza.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 24.)
C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“A grande riqueza da espiritualidade cristã, proveniente de vinte séculos de experiências pessoais e comunitárias,
constitui uma magnífica contribuição para o esforço de renovar a humanidade. Desejo propor aos cristãos algumas linhas de espiritualidade ecológica que nascem das convicções da nossa fé, pois aquilo que o Evangelho nos ensina tem consequências no nosso modo de pensar, sentir e viver. Não se trata tanto de propor ideias, como sobretudo falar das motivações que derivam da espiritualidade para alimentar uma paixão pelo cuidado do mundo.” (Laudato Si, n. 216.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Senhor, fazei de mim um instrumento de Vossa paz;
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;
Onde houver erros, que eu leve a verdade;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que
ser consolado;
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Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado;
Pois é dando que se recebe;
É perdoando que se é perdoado;
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
Amém.
(São Francisco de Assis)
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U M A P E Q U E N A H I S T Ó R I A
A jornalista e filósofa Lia Diskin, no Festival Mundial da Paz,
em Florianópolis (2006), contou um caso de uma tribo
africana chamada Ubuntu.
Ela contou que um antropólogo estava estudando os usos e
costumes da tribo e, quando terminou seu trabalho, teve que espe-
rar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta para casa.
Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da
tribo; então, propôs uma brincadeira para as crianças, que achava
ser inofensiva.
Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou
tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou-o debai-
xo de uma árvore. Aí ele chamou as crianças e combinou que quando
ele dissesse “já!”, elas deveriam sair correndo até o cesto, e a que
chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam ali dentro.
As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele de-
senhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse
“já!”, instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram
correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram
a distribuir os doces entre si e os comeram felizes.
O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou por que elas
tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia
no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.
Elas simplesmente responderam: “Ubuntu, tio. Como uma de nós
poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?”.
Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estu-
dando a tribo, e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência
daquele povo.
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L U Z E S B Í B L I C A S
“Jesus, cansado da viagem, sentou-se à beira do poço de Jericó. Era quase meio-dia. Então chegou uma
mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus. ‘Dá-me de beber’.” (João 4, 6-7)
I. Em um contexto no qual os Judeus tratavam os Samaritanos com hostilidade, Jesus encontra-se no poço de Jericó com uma mulher Samaritana. Com este encontro, Jesus rompe com a lógica da exclusão e com a discriminação religiosa e cultural. Inclusive, na sequência do relato bíblico, Jesus oferece “água viva” à mulher.
II. Como a interculturalidade é representada em nossa Instituição?
III. Quais as dificuldades, ainda encontradas, em considerar em nossa Instituição as diversidades social, cultural, religiosa, econômica e outras?
L U Z E S M A R I S T A S
“Buscamos a unidade na diversidade, por meio do respei-
to, do diálogo, da acolhida e da sinergia resultante das
relações entre as diferentes identidades e culturas, seus agentes e
suas respectivas expressões e contextos.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 24.)
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C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“Amplitude mental, para não se encerrar obsessivamente numas poucas ideias, e flexibilidade para poder
modificar ou completar as próprias opiniões. É possível que, do meu pensamento e do pensamento do outro, possa surgir uma nova síntese que nos enriqueça a ambos. A unidade, a que temos de aspirar, não é uniformidade, mas uma ‘unidade na diversidade’ ou uma ‘diversidade reconciliada’. Neste estilo enriquecedor de comunhão fraterna, seres diferentes encontram-se, respeitam-se e apreciam-se, mas mantendo distintos matizes e acentos que enriquecem o bem comum. Temos de nos libertar da obrigação de ser iguais.” (Amoris Laetitia, n. 139.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Senhor Deus,
Pai de todos os povos.
Dai-nos sabedoria para buscarmos a unidade
na diversidade.
Ensinai-nos a respeitar, dialogar e acolher
as diferentes identidades e culturas.
Ajudai-nos a reconhecer e a amar
a riqueza e a singularidade dos diversos povos.
Concedei-nos a graça de unir os múltiplos talentos
em prol da construção de uma nova humanidade.
Amém!
SIMPLICIDADE“Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.”
(Clarice Lispector)
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U M A D I C A
S implificar não é perder qualidade, é ganhar essência. Costu-
mamos complicar as coisas pensando em como deveriam
ser feitas, atribuindo-lhes níveis de complexidade desne-
cessários. Um projeto pode ser apresentado de forma resumida, bem
didática e criativa, simplificando um processo que poderia exigir
páginas e páginas.
Essa é uma qualidade da simplicidade: fazer coisas tornarem-se
mais acessíveis e mais interessantes. Não se trata de simploriedade,
escassez de conteúdo, baixa qualidade ou má apresentação. Sim-
plicidade é um degrau da complexidade.
Quando iniciamos a aprendizagem de qualquer tema da vida,
começamos no nível do simplório, no da ignorância. Não sabemos e,
quando vemos o que precisa ser feito, julgamo-nos incapazes. Então
vamos aprendendo e ganhando mais conteúdo e experiência sobre
aquele assunto. Passamos a conhecer muita coisa, mas ainda não
temos uma visão completa — estamos no nível da complexidade.
Sabemos bastante, mas temos dificuldades em explicar ou resumir,
em fazer mais rápido ou mais eficientemente.
Só avançamos quando passamos a exercitar a simplificação,
que é o nível do tradutor, do educador, daquele que domina a com-
plexidade e pode controlar a forma como algo será feito. Simplificar é
um treino e exige que sejamos capazes de retirar excessos, diminuir
processos, encontrar atalhos, reduzir o uso de recursos. Simplificar
deve ser um propósito.
Exercite a simplificação e perceba que o tempo se torna mais
elástico, abarcando mais possibilidades. Pequenas mudanças ge-
ram resultados fabulosamente diferentes. Quem navega sabe que a
diferença de um grau, no porto de saída, pode resultar num destino
totalmente diferente ao final da jornada. Simplifique um pequeno
grau e produza outro destino.
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L U Z E S B Í B L I C A S
“Sejam imitadores de Deus, como filhos queridos. Vivam no amor, assim como Cristo nos amou e
se entregou por nós. Saibam discernir o que é agradável ao Senhor. Agradeçam sempre a Deus Pai, por todas as coisas.” (Efésios 5, 1-2.10.20)
I. O apóstolo Paulo, ao escrever à comunidade de Éfeso, apresenta um Cristo próximo da comunidade, e a exorta a imitá-lo a partir da vivência do amor, do discernimento e da gratidão. Com estas orientações, Paulo indica a simplicidade da vivência cristã.
II. De que forma a vivência do amor, o discernimento e a gratidão podem ser inseridos nos processos administrativos do Instituto?
III. Como a simplicidade é entendida e vivenciada no Grupo Marista?
L U Z E S M A R I S T A S
“Buscamos a simplicidade em nossas ações, nossos
relacionamentos e processos, com autenticidade e
humildade, disponibilizando nossas potencialidades em favor da
missão, em um esforço contínuo de reconhecimento e superação
de nossas limitações.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 24.)
66
C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“Referindo-se a São Francisco de Assis, afirma o Papa: ‘Tomei o seu nome por guia e inspiração, no momento
da minha eleição para Bispo de Roma. Acho que Francisco é o exemplo por excelência do cuidado pelo que é frágil e por uma ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade. […] Manifestou uma atenção particular pela criação de Deus e pelos mais pobres e abandonados. Amava e era amado pela sua alegria, pela sua dedicação generosa, pelo seu coração universal. Era um místico e um peregrino que vivia com simplicidade e numa maravilhosa harmonia com Deus, com os outros, com a natureza e consigo mesmo.’” (Laudato Si, n. 10.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Senhor,
Ensina minhas mãos a Te servir.
Acalenta meu coração para que ame a Ti.
Que meus olhos possam Te encontrar
No céu e na terra.
Meus ouvidos possam Te ouvir
No vento e no mar.
Senhor,
Faze que eu saiba amar aos outros como irmãos
E servir-Te como a um pai.
Que minha vida seja digna de Tua presença.
Amém!
SOLIDARIEDADE“Ser cristão é trabalhar para que haja justiça e solidariedade em todos os lugares.”
(Dom Paulo Evaristo Arns)
68
U M A D I C A
Omelhor e mais contundente sintoma para perceber se você
saiu da posição incômoda e dolorida de carregar o mundo
nas costas é a medida de sua solidariedade. Quanto mais
solidários nos tornamos, mais nossa tarefa de levar a vida se torna
compartilhada e leve.
Parece um paradoxo que, ao nos abrirmos para cooperar com o
outro, estejamos ganhando leveza e nos tornando menos atarefados.
Como isso será possível?
Voltemos à esfera do cérebro. Tudo o que processamos redefine
continuamente o mapa plástico e elástico do cérebro. Uma experiên-
cia feita nos Estados Unidos, a respeito da capacidade de poupar das
pessoas, demonstrou que os doadores eram melhores poupadores
que os não doadores. No período de dois anos do estudo, as pessoas
que fizeram doações conseguiram poupar uma quantia três vezes
maior que a guardada pelo grupo de não doadores.
Esse princípio vale para qualquer recurso a ser gerido na vida,
inclusive o tempo. Ao doar seu tempo para alguma causa em que
você realmente acredita, você estará criando condições dentro de
uma perspectiva cerebral de abundância e prosperidade.
Se já não bastasse o fato de que a solidariedade é que faz a vida
comunitária mais aprazível, ainda há vantagem extra de recordar
nossa percepção e nos educar, no sentido mais profundo do termo,
para um uso mais adequado e equilibrado do tempo. Ao exercermos
nossa solidariedade, também estamos ampliando nossa visão sobre
todas as coisas e, automaticamente, reprogramando nossas priori-
dades, nos desfazendo de metas menos consistentes e aumentando
a clareza do que realmente traz valor à existência.
A prática da solidariedade, em todas as suas perspectivas, é o
caminho mais rápido para nos tornarmos conscientes e livres.
69
L U Z E S B Í B L I C A S
“Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei; porque eu sou manso e humilde de
coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu fardo é leve.” (Mateus 11, 28-30)
I. No texto acima, a solidariedade aparece no chamado preferencial feito por Jesus aos humildes, ou seja, àqueles que, dentro do contexto social, são excluídos e privados do bem comum. É a estes que, em primeiro lugar, Jesus oferece o alívio e o repouso.
II. Como a solidariedade é contemplada em meu dia a dia?
III. Como percebo a solidariedade sendo uma das dimensões centrais do Instituto?
L U Z E S M A R I S T A S
“Somos comprometidos e perseverantes na busca do
bem comum, na promoção e defesa dos direitos, prefe-
rencialmente com os pobres e excluídos que vivem em situação de
fronteira, criando laços de responsabilidade recíproca e equânime
na construção da paz, da justiça socioambiental, como sinal de es-
perança no mundo.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 25.)
C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“Uma reforma financeira que tivesse em conta a ética exigiria uma vigorosa mudança de atitudes por parte
70
dos dirigentes políticos, a quem exorto a enfrentar este desafio com determinação e clarividência, sem esquecer naturalmente a especificidade de cada contexto. O dinheiro deve servir, e não governar! O Papa ama a todos, ricos e pobres, mas tem a obrigação, em nome de Cristo, de lembrar que os ricos devem ajudar os pobres, respeitá-los e promovê-los. Exorto-vos a uma solidariedade desinteressada e a um regresso da economia e das finanças a uma ética propícia ao ser humano.” (Evangelii Gaudium, n. 58.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Senhor, Deus da Vida, Criador de todas as coisas,
Fonte de todo o Bem, Senhor do tempo e da história,
Pai de todos os povos, Deus de muitos nomes!
Nós vos louvamos porque pelo mistério da Encarnação
vosso Filho
assumiu a nossa natureza humana,
fazendo-se solidário com a nossa humanidade,
especialmente com os pobres e os simples,
renovando a vida e resgatando a esperança.
Dai-nos um espírito de solidariedade capaz de par-
tilhar o pão,
respeitar o diferente, promover e servir a vida,
construir a paz, cultivar a verdade, implantar a justiça,
cuidar da criação e crescer sempre na fraternidade e
na comunhão.
Amém!
72
U M A P E Q U E N A H I S T Ó R I A
Conta uma popular lenda do Oriente que um jovem chegou à
beira de um oásis junto a um povoado e, aproximando-se de
um velho, perguntou-lhe:
— Que tipo de pessoa vive neste lugar?
— Que tipo de pessoa vivia no lugar de onde você vem? — per-
guntou por sua vez o ancião.
— Oh, um grupo de egoístas e malvados — replicou o rapaz —,
estou satisfeito de haver saído de lá.
— A mesma coisa você haverá de encontrar por aqui — replicou
o velho.
No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis para beber
água e, vendo o ancião, perguntou-lhe:
— Que tipo de pessoa vive por aqui?
O velho respondeu com a mesma pergunta:
— Que tipo de pessoa vive no lugar de onde você vem?
O rapaz respondeu:
— Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas, hospita-
leiras. Fiquei muito triste por ter de deixá-las.
— O mesmo encontrará por aqui — respondeu o ancião.
Um homem, que havia escutado as duas conversas, perguntou
ao velho:
— Como é possível dar respostas tão diferentes à mesma
pergunta?
Ao que o velho respondeu:
— Cada um carrega no seu coração o ambiente em que vive e
a essência das suas escolhas. Aquele que nada encontrou de bom
nos lugares por onde passou não poderá encontrar outra coisa por
aqui. Aquele que encontrou amigos ali também os encontrará aqui,
porque, na verdade, a nossa identidade é a bagagem mais importante
73
da vida, que carregamos em todos os lugares por onde passamos
(Oásis. Lenda oriental. Autor desconhecido.)
L U Z E S B Í B L I C A S
“Vocês são o sal da terra. Ora, se o sal perde o gosto, com que poderemos salgá-lo? Não serve para mais nada;
serve só para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. Assim, que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem, e louvem o Pai de vocês que está no céu.” (Mateus 5, 13-14.16)
I. Jesus faz uma analogia do agir cristão com o sal e a luz: “Vocês são”. Este imperativo deixa clara a identidade do cristão como uma marca reconhecida pela capacidade de trazer sabor à vida e ser luz para os outros.
II. Com qual intensidade estamos sendo luz na vida das pessoas?
III. Em que medida a atuação do Instituto Marista no mundo torna-se sal e luz?
L U Z E S M A R I S T A S
No Planejamento Estratégico do Grupo Marista, ao tra-
tar dos objetivos estratégicos, apresentam-se algu-
mas temáticas, como, por exemplo: “Identidade Marista: vocação
74
consagrada e laical, espiritualidade, humanização, educação para
a solidariedade, promoção e defesa dos direitos das infâncias
e juventudes.”
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 36.)
C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“A verdadeira abertura implica conservar-se firme nas próprias convicções mais profundas, com uma
identidade clara e feliz, mas ‘disponível para compreender as dos outros’ e ‘sabendo que o diálogo pode enriquecer a ambos’. Não nos serve uma abertura diplomática que diga sim a tudo para evitar problemas, porque seria um modo de enganar o outro e negar-lhe o bem que se recebeu como um dom para partilhar com generosidade. Longe de se contraporem, a evangelização e o diálogo inter-religioso apoiam-se e alimentam-se reciprocamente.” (Evangelii Gaudium, n. 251.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Deus Pai de infinita bondade,
rogamos que nos ensines a entender e aceitar
a Tua Palavra de amor que diriges a cada um de nós,
como a chuva que rega a terra, ela possa fecundar
nossos corações.
Deus Filho, mestre, irmão,
companheiro de quem se coloca a caminho em
comunidade,
estejas sempre ao nosso lado,
inspirando-nos a sermos testemunhas vivas do
Teu Evangelho.
75
Deus Espírito Santo, nosso advogado, intercessor,
nos animes com a força da Boa Nova do Reino
para proclamarmos tua mensagem,
através da presença, da palavra e da ação.
Maria, nossa Boa Mãe,
ajuda-nos a ter um coração dócil como o teu
e que possamos fazer tudo o que Ele nos disser.
Amém!
EXCELÊNCIA “Os resultados são obtidos através da exploração de oportunidades, não pela solução de problemas.”
(Peter Drucker)
77
U M A P E Q U E N A H I S T Ó R I A
Os bichos da floresta estavam em polvorosa, pois estavam
aparecendo, por aquelas bandas, terríveis caçadores, que
matavam quem encontrassem pelo caminho.
Certo dia estavam reunidos, à margem do lago, um pássaro,
um peixe, um coelho e um pato, conversando sobre o que cada um
poderia fazer, caso algum caçador aparecesse.
Dizia o pássaro:
— Ah, se aparecer algum caçador, eu voo como um foguete. Com
toda a minha força e habilidade, não tem como ele me acertar, pois
ninguém consegue voar mais rápido do que eu.
O peixe olhou para o pássaro e comentou:
— Quando esse tal caçador aparecer, eu mergulho no lago e nado
como nunca. Com a minha destreza e velocidade, ninguém nada
melhor que eu.
O coelho, por sua vez, ponderou:
— No meu caso, não tem o que pensar. Corro o mais velozmen-
te que puder. Com toda a elasticidade e leveza, vocês acham que
alguém me alcançaria?
O pato, demonstrando um certo ar de superioridade, deu um
passo à frente e declarou:
— Coitados de vocês, companheiros! Tão limitados! Se aparecer
algum caçador, eu não terei problema, pois eu sei fazer tudo isso que
vocês dizem que fazem: eu voo, nado e corro. No momento certo,
utilizo qualquer uma dessas habilidades.
De repente, surgiu um caçador e, mais que depressa, o pássaro
voou, o coelho saiu em disparada e o peixe entrou no lago e bem
fundo. O pato, porém, foi apanhado.
78
Literalmente, “pagou o pato”. Mesmo tendo todas as habilidades
dos demais, não tinha desenvolvido nenhuma com excelência.
(Os quatro animais. Autor desconhecido.)
L U Z E S B Í B L I C A S
“Contudo, não se alegrem porque os maus espíritos obedecem a vocês; antes, fiquem alegres porque os
nomes de vocês estão escritos no céu.” (Lucas 10, 20)
I. O texto corresponde à atuação dos discípulos após terem sido convocados por Jesus. Os discípulos realizaram grandes obras, motivo de alegria e entusiasmo para estes. Diante desta aparente euforia, Jesus chama-lhes à atenção sobre o real motivo que deve alegrar os discípulos, que é a salvação.
II. Como percebo que a excelência está relacionada com a identidade da Instituição?
III. Como a excelência pode contribuir na promoção e defesa dos direitos das crianças, adolescentes e jovens?
L U Z E S M A R I S T A S
No Planejamento Estratégico do Grupo Marista, ao tratar
dos objetivos estratégicos, apresentam-se algumas te-
máticas, como, por exemplo: “Excelência: efetividade nas áreas de
missão, desempenho, avaliação e monitoramento, comparabilidade,
79
gestão participativa, retorno e risco, desenvolvimento, sustentabi-
lidade, foco de atuação”.
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 36.)
C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“Os ensinamentos da Igreja acerca de situações contingentes estão sujeitos a maiores ou novos
desenvolvimentos e podem ser objeto de discussão, mas não podemos evitar ser concretos – sem pretender entrar em detalhes – para que os grandes princípios sociais não fiquem meras generalidades que não interpelam ninguém. É preciso tirar as suas consequências práticas, para que ‘possam incidir com eficácia também nas complexas situações hodiernas’ […] dado que a tarefa da evangelização implica e exige uma promoção integral de cada ser humano.” (Evangelii Gaudium, n. 182.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Vós, que estais acima de nós.
Vós, que sois um dentre nós.
Vós, que sois também em nós.
Que todos Vos possam ver, também em mim.
Que eu possa preparar o caminho para Vós.
Que eu possa agradecer por tudo que me tem acontecido.
Que eu não esqueça jamais as necessidades dos outros.
Conservai-me em Vosso amor, como quereis que os
outros se conservem no meu.
Que tudo no meu ser se transforme em Vosso louvor.
80
Que eu jamais chegue a desesperar!
Pois eu estou em Vossas mãos, e toda força e bondade
estão em Vós.
Dai-me um espírito puro, para que eu Vos possa ver!
Dai-me um espírito humilde, para que eu Vos possa ouvir!
Dai-me um espírito amoroso, para que eu Vos
possa servir!
Dai-me um espírito fiel, para que eu possa permanecer
em Vós.
Amém!
(Santo Agostinho.)
82
U M A D I C A
N ossas relações, sejam na família, no trabalho, na sociedade
ou em termos mais íntimos, como com nosso cônjuge, são
frutos de nossas escolhas. Eu sei que não escolhemos a
família em que nascemos, os colegas de trabalho que encontramos
ou os vizinhos de onde moramos. Isso é um fato. Contudo, ninguém
tem uma só e limitada faceta; todos são uma miríade de potenciais
que nosso olhar pode revelar.
Muitas vezes, escolhemos olhar a sombra do outro, suas manias,
suas dificuldades, suas limitações. Da mesma forma, é possível fazer
aliança com a sua luz e enxergar suas qualidades, suas habilidades,
suas possibilidades.
O filósofo norte-americano Ralph Waldo Emerson estabeleceu
um princípio que tem norteado muitos líderes no planeta: “Trate uma
pessoa como ela é, e ela se mostrará como é. Trate-a como ela pode
ser, e ela revelará seu potencial”. As pessoas podem ser muitas coisas,
então por que escolheremos a face que menos apreciamos?
“Escolha seu par” não significa, necessariamente, mudar as pes-
soas com quem convivemos, mas modificar a forma como as per-
cebemos. Cuidar para que os laços que nos unem aos outros sejam
macias e coloridas fitas de cetim, e não pesados e dolorosos grilhões.
Todos nós aprendemos sobre a lei de causa e efeito. Isso vale
para nosso comportamento e atitude em relação às pessoas. Nossa
expressão é a causa, e a resposta que as pessoas nos dão é o efeito.
Escolha ser a melhor e mais positiva causa na relação com as pes-
soas ao redor, e você verá milagres se processando. Isso afetará de
forma contundente o uso do tempo e a satisfação que você alcança,
porque tudo está inter-relacionado e em profunda conexão. Não há
nada fora do tempo.
83
L U Z E S B Í B L I C A S
“Eu sou a verdadeira videira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá fruto em mim, o Pai o corta.
Os ramos que dão fruto, ele os poda para que deem mais fruto ainda. Eu sou a videira, e vocês os ramos. Quem fica unido a mim e eu a ele dará muito fruto, porque sem mim vocês nada podem fazer.” (João 15, 1-2.5)
I. As analogias do Reino de Deus com elementos da natureza são recorrentes no evangelho. Os frutos são produzidos nos ramos, porém, na medida em que permanecem unidos à videira.
II. Como promovo as relações de integração dentro dos espaços em que atuo?
III. De que forma as diferentes áreas e setores podem atuar de forma integrada, em vista da concretização da missão do Instituto no Grupo Marista?
L U Z E S M A R I S T A S
No Planejamento Estratégico do Grupo Marista, ao tra-
tar dos objetivos estratégicos, apresentam-se algumas
temáticas, como, por exemplo: “Integração: visão sistêmica, siner-
gia no Grupo Marista, parcerias, representação, internacionalização,
pertencimento ao corpo global, intercongregacionalidade (atuação
conjunta com outras congregações religiosas), interprovincialismo
(abertura e parceria em projetos com outras Províncias Maristas)”.
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 36.)
84
C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“As outras instituições eclesiais, comunidades de base e pequenas comunidades, movimentos e outras formas
de associação são uma riqueza da Igreja que o Espírito suscita para evangelizar todos os ambientes e setores. Frequentemente trazem um novo ardor evangelizador e uma capacidade de diálogo com o mundo que renovam a Igreja. Mas é muito salutar que não percam o contato com esta realidade muito rica da paróquia local e que se integrem de bom grado na pastoral orgânica da Igreja particular. Esta integração evitará que fiquem só com uma parte do Evangelho e da Igreja, ou que se transformem em nômades sem raízes.” (Evangelii Gaudium, n. 29.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Deus Onipotente,
que estais presente em todo o Universo
e na mais pequenina das vossas criaturas,
Vós, que envolveis com a vossa ternura
tudo o que existe,
derramai em nós a força do vosso amor
para cuidarmos da vida e da beleza.
Inundai-nos de paz,
para que vivamos como irmãos e irmãs
sem prejudicar ninguém.
Amém!
(Laudato Si.)
INOVAÇÃO “A criatividade é uma atitude mental que se pode praticar para convertê-la em um hábito, como qualquer outro.”
(Henry Mintzberg)
86
U M A D I C A
I novação não é o mesmo que criatividade. A inovação é a ha-
bilidade de transformar a resposta criativa em um sistema
prático, acessível, simples e/ou mais fácil, que pode atender
mais do que a necessidade do indivíduo que a criou.
Se formos além da criatividade, poderemos juntar processos de
forma inédita e produzir respostas inovadoras, que vão se expandir
para além dos limites de nossa própria necessidade. Inovar é romper
com o padrão, de uma forma inédita e mais adequada, que supera
o antigo e o torna obsoleto.
Inovar em termos de gestão do tempo é a capacidade de dese-
nhar um novo processo de desempenho, uma forma diferente de lidar
com as metas diárias, tornando o antigo processo completamente
inadequado. Isso parece demais? Pois fazemos isso ao longo da
vida, em todas as etapas em que mudamos de forma significativa
nossa forma de lidar com ela. A capacidade plástica do cérebro e a
flexibilidade mental que possuímos são as únicas condições de que
precisamos para inovar, disponíveis o tempo todo.
Então por que não inovamos continuamente? Porque tudo o que
produzimos na vida depende do nosso foco. Atividades que exigem
criatividade e inovação constantes demandam das pessoas que
acionem essas capacidades com mais frequência do que a maioria.
Podemos ver esses exemplos na moda, na tecnologia, na nu-
trição, no uso de materiais, no design etc. Ao olharmos ao redor, o
tempo todo veremos exemplos de inovação que afetam nossa vida,
por vezes de forma transformadora. Quem imaginaria o papel que a
internet teria em nossas vidas?
O melhor disso tudo é que essa capacidade também é nossa, e
podemos utilizá-la para qualquer propósito, inclusive para administrar
o tempo e aproveitar a vida.
87
L U Z E S B Í B L I C A S
“Aquele que está sentado no trono disse então: ‘Eis que eu faço novas todas as coisas!’. Disse ainda: ‘Escreve,
porque estas palavras são fiéis e verdadeiras’. Novamente me disse: ‘Está pronto! Eu sou o Alfa e o Ômega, o Começo e o Fim. A quem tem sede eu darei gratuitamente de beber da fonte da água viva’.” (Apocalipse 21, 5-6)
I. O texto bíblico nos indica que Jesus veio ao mundo para fazer de um jeito novo todas as coisas. Trata-se de uma renovação profunda e libertadora. Definindo-o como o começo e o fim, o escritor sagrado apresenta Jesus como sendo a fonte que sacia todos os sedentos de vida.
II. No cotidiano de nossas vidas em quem buscamos saciar a sede da novidade?
III. Buscamos fazer de um jeito novo o que é pertinente ao nosso trabalho? Como?
L U Z E S M A R I S T A S
No Planejamento Estratégico do Grupo Marista, ao tratar
dos objetivos estratégicos, apresentam-se algumas te-
máticas, como, por exemplo: “Inovação: inovatividade (processos e
Frentes de Missão), sustentabilidade, internacionalização”.
(Planejamento Estratégico 2016-2022. Grupo Marista, p. 36.)
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C O N S E L H O D E F R A N C I S C O
“Isto não implica opor-se a toda e qualquer inovação tecnológica que permita melhorar a qualidade de vida
duma população. Mas, em todo o caso, deve permanecer de pé que a rentabilidade não pode ser o único critério a ter em conta e, na hora em que aparecessem novos elementos de juízo a partir de ulteriores dados informativos, deveria haver uma nova avaliação com a participação de todas as partes interessadas. O resultado do debate pode ser a decisão de não avançar num projeto, mas poderia ser também a sua modificação ou a elaboração de propostas alternativas.” (Laudato Si, n. 187.)
O R A Ç Ã O F I N A L
Meu Pai,
eu me abandono a Ti,
faz de mim o que quiseres.
O que fizeres de mim,
eu Te agradeço.
Estou pronto para tudo, aceito tudo.
Desde que a Tua vontade se faça em mim
e em tudo o que Tu criaste,
nada mais quero, meu Deus.
Nas Tuas mãos entrego a minha vida.
Eu a dou a Ti, meu Deus,
com todo o amor do meu coração,
porque Te amo.
89
E é para mim uma necessidade de amor dar-me,
entregar-me nas Tuas mãos, sem medida,
com uma confiança infinita;
porque Tu és...
Meu Pai! Amém!
(Charles de Foucauld.)
91
1. Oração pelo Bicentenário Marista
Maria, Aurora dos novos tempos, dou-te graças porque sempre
fizeste tudo entre nós, e assim continua sendo até o dia de hoje.
Ponho-me confiadamente entre tuas mãos e me abandono
à tua ternura. Confio-te também cada uma das pessoas que,
como eu, se sentem privilegiadas em levar teu nome.
Renovo neste dia minha consagração a ti e também minha fir-
me vontade de contribuir na construção de uma Igreja, reflexo
de teu rosto. Tu, fonte de nossa renovação, acompanhas minha
fidelidade, como acompanhaste a dos que nos precederam.
Neste caminho para o bicentenário marista, sinto tua presença
junto a mim e por isso te agradeço. Boa Mãe, diante de ti, rea-
firmo meu compromisso de um novo começo para a missão
marista a serviço do Reino de teu filho Jesus.
Amém!
2. Oração pela Paz
Senhor, ajudai-nos Vós! Dai-nos Vós a paz, ensinai-nos Vós
a paz, guiai-nos Vós para a paz. Abri os nossos olhos e os
nossos corações e dai-nos a coragem de dizer: “nunca mais
a guerra”; “com a guerra, tudo fica destruído”! Infundi em nós
a coragem de realizar gestos concretos para construir a paz.
Senhor, Deus de Abraão e dos Profetas, Deus Amor que nos
criastes e chamais a viver como irmãos, dai-nos a força para
sermos cada dia artesãos da paz; dai-nos a capacidade de
olhar com benevolência todos os irmãos que encontramos
92
no nosso caminho. Tornai-nos disponíveis para ouvir o grito
dos nossos cidadãos que nos pedem para transformar as
nossas armas em instrumentos de paz, os nossos medos em
confiança e as nossas tensões em perdão.
Amém!
(Papa Francisco.)
3. Oração da Serenidade
Ó Deus,
concedei-me
Serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar,
Coragem para modificar aquelas que posso,
e Sabedoria para perceber a diferença.Amém!
4. Oração do Médico
Abençoadas sejam suas mãos para que encontrem no doente
a razão do mal. E que tenham sempre, depois, um gesto de
consolo para sanar desesperos e aflições.
Bendito seja o seu destino e a sua profissão. Destino de viver
e profissão de curar para o viver. Atributos tantas vezes con-
fundidos e mal interpretados.
Bendito seja o juramento prestado ao se formar e que às vezes
é tão penoso cumprir! Se for fiel demais, limitado na ação, e se
transgredir um pouco, sofrerá punições.
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Bendita seja sua vida, doutor! Porque nós precisamos de você,
embora pelas circunstâncias.
Abençoada e bendita seja sua vida, entregue à luta contra
a morte.
Amém!
5. Oração do Professor
Senhor meu Deus e meu Grande Mestre, eu venho a Ti agra-
decer pela capacidade que me deste de aprender e ensinar.
Senhor, venho te pedir para abençoar minha mente e ima-
ginação para fazer o melhor que puder para a compreensão
dos meus alunos e que eles também sejam abençoados em
seus aprendizados.
Leva-me a ter e a transmitir sabedoria, habilidade, sinceridade,
paciência, amizade e amor a todos os meus alunos.
Que eu seja como o oleiro, que trabalhe com o barro pacien-
temente, até chegar a ser um belo vaso ou uma obra de arte.
Dá-me, Senhor, um coração humilde, uma mente sábia e uma
vida abençoada, pois Tu és o meu único Senhor e Salvador.
Em nome de Jesus, o mestre dos mestres,
Amém!
94
6. Oração do Estudante
Santa Catarina de Alexandria, que tiveste uma inteligência
abençoada por Deus, abre a minha inteligência, faz-me com-
preender as matérias de aula, dá-me clareza e calma na hora
dos exames, para que possa ser aprovado. Eu quero aprender
sempre mais, não por vaidade, nem só para agradar aos meus
familiares e professores, mas para ser útil para mim mesmo,
à minha família, à sociedade e à minha Pátria. Santa Catarina
de Alexandria, conto contigo. Conta também tu comigo. Eu
quero ser um bom cristão para merecer a tua proteção. Amém!
7. Oração do Trabalhador
Jesus, divino trabalhador e amigo dos trabalhadores,
volvei Vosso olhar benigno para o mundo do trabalho.
Nós Vos apresentamos as necessidades dos que trabalham
intelectual, moral ou materialmente. Bem sabeis como são
duros os nossos dias cheios de canseira, sofrimento e insídia.
Dai-nos a sabedoria, a virtude e o amor que Vos alentaram nas
Vossas laboriosas jornadas, inspirai-nos pensamentos de fé,
de paz e moderação, de economia, a fim de procurarmos, com
o pão de cada dia, os bens espirituais, para transformarmos
a face da Terra, completando assim a obra da criação que
Vós iniciastes.
E que Vossa luz nos ilumine na busca de melhores leis sociais
e ilumine os legisladores a estabelecer uma sociedade de
justiça e amor.
Amém!
95
8. Oração pelo Local de Trabalho
Deus, Pai de bondade, criador de todas as coisas e santificador
de todas as criaturas:
suplicamos a tua bênção e proteção sobre este local de trabalho.
Que a graça de teu Espírito Santo habite dentro destas pare-
des, para que não haja contenda nem desunião. Afasta deste
lugar toda inveja!
Concede aos que aqui trabalham um coração justo e generoso,
para que o dom da partilha aconteça e as tuas bênçãos se-
jam abundantes.
Dá saúde aos que retiram deste lugar o sustento da família,
para que saibam sempre cantar louvores a ti. Amém!
9.Oração da Juventude
Senhor, nós vos pedimos pelos jovens.
Que as forças com que os cumulais possam se desenvolver
e sejam empregadas para tornar o mundo melhor.
Que o desejo de construir uma sociedade mais fraterna e
mais verdadeira
possa se realizar.
Que sua generosidade não se esgote e seu ideal de bem persevere,
apesar das decepções.
Que cada um deles responda ao vosso apelo conforme o
96
caminho que lhes traçais, e que realizem vosso plano sobre
suas vidas.
Que eles alicercem a juventude de sua idade na juventude
de vossa graça,
e que adiram fortemente a um Deus eternamente jovem.
Que, com seu entusiasmo, façam renascer a esperança dos
mais velhos e
contribuam para reerguer as pessoas abatidas
e desanimadas.
Que conservem a coragem de dar e de servir
e não caiam nas garras do egoísmo.
Que a sua sede de amor jamais se extinga,
e que seu coração se abra cada vez mais para vós e
para todos os irmãos. Amém!
10. Oração pelas Vocações
Maria, Mãe da Igreja, a ti nos dirigimos, a ti que, com teu SIM,
abriste a porta à presença de Cristo no mundo, na história e
nas almas, acolhendo em humilde silêncio e total disponibi-
lidade o apelo do Altíssimo.
Faz que muitos homens e mulheres saibam sentir ainda hoje
a voz convidativa do teu filho: “segue-me”.
Faz que encontrem a coragem de deixar as suas famílias, as
ocupações, as suas esperanças terrenas e sigam Cristo no
caminho por ele traçado.
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Estende a tua mão materna sobre os Missionários espalhados
por todo mundo, sobre os Religiosos e as Religiosas que as-
sistem os idosos, os doentes, os deficientes, os órfãos; sobre
quantos estão empenhados no ensino, sobre os membros
dos institutos seculares, fermento silencioso de boas obras;
sobre aqueles que na clausura vivem de fé e amor e suplicam
a salvação do mundo. Amém!
(Papa João Paulo II.)
11. Oração pelos Pais
Senhor, meu Deus, vós quereis que respeite, ame e obedeça
a meus queridos pais. Peço-vos que vós me inspireis o res-
peito e a reverência que lhes devo e fazei que lhes seja filho
amoroso e obediente.
Recompensai-lhes todos os sacrifícios, trabalhos e cuidados
que por minha causa têm suportado e retribuí-lhes todo o
bem que me fizeram.
Conservai-lhes uma longa vida no gozo de perfeita saúde.
Deixai-os participar da bênção copiosa, que derramastes sobre
os patriarcas. Amém!
12. Oração pelos Filhos
Meu Senhor,
Quero te louvar e agradecer pela vida dos meus filhos.
Eles representam para mim a manifestação do Teu amor em
nosso lar.
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É uma grande responsabilidade prepará-los para a vida,
por isso, dá-me recursos e sabedoria para saber educá-los.
Que eu possa amá-los, compreendê-los, ensinar-lhes o
caminho certo.
Dá-lhes saúde, inteligência, capacidade, amor e a Tua proteção.
Entrego meus filhos em Tuas mãos,
confiante de que serão abençoados em tudo por Ti. Amém!
13. Oração no início de uma reunião
Senhor, aqui estamos reunidos em teu nome, desejosos de
construir teu Reino. Que o Espírito Santo, que enviaste aos
nossos corações e mantem viva sua presença em nós, nos
ensine o que devemos refletir e os passos que devemos dar,
para que, fortalecidos com tua graça, possamos realizar teus
desígnios. Sê tu, Espírito Santo, o inspirador do nosso discer-
nimento. Ensina-nos a escutar os outros, a nos deixar ilumi-
nar por suas luzes. Ensina-nos a propor e não a impor e faze
que busquemos sempre a verdade. Livra-nos da cegueira de
quem acredita ter razão, dos favoritismos, de toda acepção
de pessoas e autossuficiência. Une-nos a ti para que nunca
nos afastemos da verdade. Amém.
14. Oração no término de uma reunião
Senhor, nós te damos graças por este encontro no qual com-
partilhamos nossas alegrias e esperanças, ilusões e desilusões,
projetos e dificuldades. Nós te damos graças também por sua
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bondade e tua presença entre nós. Faze que cresça entre nós
o espírito fraterno, tenhamos um só coração e uma só alma e
sejamos uma comunidade evangelizadora. Amém.
15. Oração ao Divino Espírito Santo
Vinde, Espírito Santo, enchei o coração de vossos fiéis e acen-
dei neles o fogo do Vosso Amor. Senhor, enviai o vosso Espírito
e tudo será criado e renovareis a face da Terra.
Espírito Santo, Vós que me esclareceis em tudo, Vós que ilu-
minais todos os caminhos para que eu atinja o meu ideal, Vós
que me dais o dom divino de perdoar e esquecer o mal que me
fazem, quero, neste curto diálogo, vos agradecer por tudo e
confirmar mais uma vez que jamais quero separar-me de Vós,
por maiores que sejam as tentações materiais. Pelo contrário,
quero tudo fazer em prol da humanidade para que possa me-
recer a glória perpétua na vossa companhia e na companhia
de meus irmãos. Ó Divino Espírito Santo, iluminai-me! Amém.
16. Oração ao Espírito Santo (Veni Creator)
Vinde, Espírito Criador, visitai as almas dos vossos; enchei de
graça celestial os corações que criastes!
Sois o Divino Consolador, o dom do Deus Altíssimo, fonte viva,
o fogo, a caridade, a unção dos espirituais.
Com os Vossos sete dons, sois o dedo da direita de Deus,
solene promessa do Pai inspirando nossas palavras.
Acendei a luz nos sentidos; insuflai o amor nos corações,
amparai na constante virtude a nossa carne enfraquecida.
Afastai para longe o inimigo; trazei-nos prontamente a paz.
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Assim, guiados por Vós, evitaremos todo o mal.
Por Vós explicar-se-á o Pai e conheceremos o Filho; dai-nos
crer sempre em Vós, Espírito do Pai e do Filho.
Glória ao Pai, Senhor, ao Filho que ressuscitou, assim como
ao Consolador. Por todos os séculos. Amém.
17. Oração da Manhã
Senhor, no início deste dia, venho pedir-Te a força, paz
e sabedoria.
Quero olhar hoje o mundo com olhos cheios de amor; ser pa-
ciente, compreensivo,
manso e prudente. Quero ver os meus irmãos além das apa-
rências, quero vê-los como Tu mesmo os vês e assim não ver
senão o bem em cada um.
Cerra os meus ouvidos a toda a calúnia. Guarda a minha língua
de toda a maldade.
Que só de bênçãos se encha o meu espírito. Que eu seja tão
bondoso e alegre,
que todos quantos se achegarem a mim, sintam a tua presença.
Reveste-me da tua beleza, Senhor, e que no decurso deste
dia, eu te revele a todos.
Amém.
18. Oração das famílias
Senhor, abençoa nossas famílias! Abençoa essa fonte gera-
dora de cidadãos conscientes e livres.
Abençoa os lares, para que em todos eles reinem a compreen-
são e a harmonia.
Abençoa os pais, para que sejam amor, força e sustento
para todos.
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Abençoa as mães, para que sejam luz, vida e ternura.
Abençoa os filhos, a fim de que possam crescer honestos e
responsáveis.
Abençoa, Senhor, as famílias que sabem partilhar seus bens:
casa, alimento, educação e saúde.
Abençoa as famílias em crise, para que apostem no diálogo
e na união.
19. Oração da Confiança
Senhor Deus, Meu Pastor, meu Pai e Amigo. Na graça deste
novo dia, renovas em mim o Dom da vida. Faz-me sempre
consciente de que, sem Ti, eu nada posso e nada sou. Conce-
de-me viver esta nova jornada com alegria e esperança, com
um coração aberto ao perdão, à solidariedade fraterna e ao
espírito comunitário. Que eu Te ame nos meus irmãos, porque
Tu vives neles. E que a certeza de que Tu moras em mim se
converta na minha grande força, para que nada me abale
nem me derrote: nem a tristeza, nem a dor, nem a pobreza,
nem a doença, nem os maiores problemas. Que eu me sinta
seguro em Tuas mãos, confiante no Teu agir, e profundamente
certo de que me amas verdadeiramente, porque sou teu filho,
e, como tal, só posso viver em Ti, meu Autor, princípio e fim.
Por mais um dia, obrigado, Senhor! Amém!
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20. Oração de Champagnat pelas vocações
Ó Maria, nossa Boa Mãe, esta obra é vossa. Vós nos reunistes,
apesar das contradições do mundo, para trabalharmos pela
glória de vosso divino Filho. Se não vierdes em nosso auxílio,
pereceremos, apaga-nos-emos como lamparina chegada à
última gota de azeite, mas, se este Instituto desaparecer, não
será a nossa obra que perecerá, porém a vossa, pois fostes
Vós que tudo fizestes entre nós. Contamos, pois, com o vosso
poderoso auxílio em que sempre confiamos. Amém.
R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S
BÍBLIA. Bíblia Sagrada Ave-Maria (em português). Disponível em:
<http://www.claret.org.br/biblia>. Acesso em: 12 jul. 2017.
CREMA, Roberto. Introdução à visão holística. São Paulo: Summus
Editorial, 1989.
DRUCKER, Peter Ferdinand. Administrando em tempos de grandes
mudanças. São Paulo: Pioneira, 1995.
GIBRAN, Khalil. O profeta. Porto Alegre: L&PM, 2002.
GRUPO MARISTA. Planejamento Estratégico 2016-2022.
LEAL, Ruy. Superdicas para empreender. São Paulo: Saraiva, 2008.
LOBATO, Monteiro. Fábulas. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1973.
MAGALHÃES, Dulce. Mensageiro do vento: uma viagem pela mudança.
Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.
. A paz como caminho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.
MAGRETTA, Joan. O que é administrar e gerenciar. Rio de Janeiro:
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MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro.
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SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O pequeno príncipe. Rio de Janeiro:
Editora Agir, 2009.
SPADA E SOUZA, G. N. Nunca deixe de sonhar: Você é do tamanho do
seu sonho. São Paulo: Original, 2002.
WHEATLEY, Margaret J. Liderança e a nova ciência. São Paulo:
Cultrix, 1992.
Este livro foi composto com as
fontes Ciutadella, Morgan Sans,
Vigneta e Fairfield.
Curitiba – Agosto – 2017
O Caminhar Marista 3
foi inspirado nos Valores
Maristas e no Planejamento
Estratégico do Grupo
Marista (2016-2022).
A publicação tem o propósito de orientar a organi-zação buscando a realização da missão deixada por Marcelino Champagnat.
A partir do documento todos somos responsáveis pelo sucesso da organização e pela construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.