Post on 10-Jul-2015
Verônica ROMANCES
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CAPÍTULO TRÊS JOGO DE SEDUÇÃO
EDGAR
Estava em casa, na maravilhosa utopia do “não fazer
nada” quando a campainha tocou, tirando de mim o
descanso.
__ Viviane?
__ Porque a surpresa querido?
__ Nada, só não pensei que viesse me ver hoje.
__ Posso entrar?
__ Claro, só vou me vestir...
__ Não precisa; adoro te encontrar assim quando
chego.
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Viviane se colocou para dentro em um salto aos meus
braços.
__ O que vai fazer hoje? – ela perguntou.
__ À tarde vou até a BREATH.
__ O que você vai fazer lá? __ Ainda não terminou a
sessão de fotos?
__ Já terminei, é por isso que vou lá. __ A revista deve
sair na próxima semana e tenho que rever as fotos
antes da publicação.
__ Tudo bem, eu vou ao salão com a Judite e com a
Silvana.
__ Ok.
__ Nos vemos amanhã? –ela perguntou e respondi
balançando a cabeça.
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VERÔNICA
A tarde passou rapidamente. Porque o tempo estava
sempre contra mim?
__ Vamos Verônica?
__ Claro, vamos lá! – me levantei do divã atuando uma
animação.
__ Porque será que sempre somos as últimas a sair
dessa escola? –Kátia perguntou enquanto saíamos.
__ Não sei; mas na verdade o porteiro sempre é o
último. – a corrigi.
Seguimos para o salão preferido de Kátia. Ela me
sugeriu cortar o cabelo, e depois de uma infeliz
derrota em argumentos, me convenci a cortá-lo.
Fazia quase uma hora que estávamos no salão. Eu
ainda de touca e Kátia lendo uma revista de moda.
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VIVIANE
Cheguei ao salão com minhas amigas. Havíamos
enfrentado um engarrafamento horrível, o que tinha
me deixado nervosíssima.
Cumprimentei as atendentes e fui me sentar ao lado
de uma mulher que lia uma revista. Depois de um
tempo percebi de quem se tratava. Era a insuportável
da Kátia, a coordenadora da escola do Edgar.
Apesar de ela nunca ter me feito nada, eu não gostava
dela. Ela nunca mostrou nenhum interesse no Edgar e
isso me preocupava. Imaginava que talvez ela fingisse
não gostar dele. Ela por sua vez também não
simpatizava muito comigo, talvez por mera
reciprocidade.
Ao olhar ao redor, percebi que ela estava
acompanhada. A mulherzinha que havia me visto com
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o Edgar algumas noites atrás. Decidi caçoar dela, me
lembrando de seu estado quando nos flagrou.
__ O que está baranga1 faz aqui?
__ Esta se referindo a mim? – Kátia se levantou e
perguntou.
__ Apesar de também ser uma, não me refiro a você, e
sim a sua amiga com cara de tucano.
__ Minha amiga se chama Verônica, e cara de tucano
tem a senhora sua mãe! – Kátia respondeu.
Enfureci-me com a má resposta e percebi que
Verônica tentava puxar Kátia para perto dela.
__ Está tentando fugir covarde?
1 Termo muito utilizado para se referir a uma mulher
deselegante e mal arrumada.
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VERÔNICA
Larguei o braço de Kátia e pulei por cima de Viviane.
Uma das poucas ofensas que me enfureciam de verdade
era chamar-me de covarde.
Nós rolávamos no chão enquanto as pessoas dentro
do salão faziam uma roda para observar a cena
deplorável.
Kátia fez tentativas em vão de nos separar, mas logo
desistiu ao perceber que Viviane começava a ceder.
__ Nunca me chame de covarde, sua galinha!
__ Isso não vai ficar assim! – Viviane disse como todos
que perdem uma boa briga.
As duas amigas de Viviane se juntaram a ela na saída
do salão.
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Estava toda suja, e minha touca já não existia. Decidi ir
pra casa me lavar antes de ir ao shopping com a Kátia.
KÁTIA
Seguimos juntas, Verônica e eu, rindo da situação para
o apartamento dela. Decidi esperar por ela ali mesmo
na sala e depois de alguns minutos sozinha peguei seu
computador.
Uma janela estava aberta, percebi que havia alguém
online disposto a conversar, um homem cujo nome era
SR DESTINO.
__ Olá Sr Destino!?
__ Olá VR. –ele me respondeu e decidi me passar por
Verônica, ou melhor, VR.
__ Tudo bem com você? –perguntei.
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__ Melhor agora. –ele digitou.
Esse Sr Destino me parecia educado e com certeza
devia ser muito bonito.
__ O que acha se eu dissesse a você que resolvi me
apresentar?
__ O que está fazendo Kátia? – Verônica gritou do
banheiro.
__ Estou no seu computador. –respondi.
__ Já estou quase pronta.
__ Tudo bem. –disse e voltei à atenção para o Sr
Destino.
__ Ótimo, quando?
__ Que tal amanhã, ás oito?
__ Perfeito. –digitei apressada.
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__ Então estarei na estação vestindo uma camisa
verde.
__ Tudo bem, agora tenho que ir. –disse me
despedindo.
Minutos se passaram e seguimos para o shopping.
NO OUTRO DIA...
EDGAR
Apesar da folga no trabalho, percebi ao acordar que
não teria um dia livre.
__ Bom dia querido.
__ Porque todas as vezes que abro minha porta te
encontro?
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__ Deve ser porque você não consegue viver sem mim.
__ Ou talvez porque você seja muito chata! – pensei. __
Entre amor.
__ Como é seu dia de folga decidi vir ficar com você.
__ Como adivinha meus desejos? –perguntei mentindo
ter gostado da surpresa.
__ Primeiro vamos tomar um maravilhoso café da
manhã, que eu vou preparar, depois vamos assistir um
filme e almoçaremos em um restaurante. __Aliás,
quando saí a suas fotos na revista? -ela não parava de
falar um minuto.
__Esses dias. -disse vestindo uma camisa.
__Ótimo, quero ser a primeira a ver.
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Passamos a manhã assistindo um filme chato e no
meio do dia fomos almoçar em um restaurante no
centro da cidade.
__Esse restaurante não é ótimo, eu sempre venho aqui
quando não quero preparar um almoço. -Viviane disse
sorrindo.
__Sim querida é ótimo. -disse. __Mas... -parei por um
segundo; uma catástrofe estava prestes a acontecer,
Jessica entrava no restaurante naquele momento
acenando pra mim e vindo em minha direção.
__Olá querido! Ela disse me dando um beijo, não havia
percebido que eu estava acompanhado.
__O quê? __Quem é essa mulher Edgar? -Viviane
perguntou levantando-se da mesa.
__É uma amiga querida...
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__Como, uma amiga? -Jessica se exaltou. __Seu canalha
e todas as noites que passamos juntos foram somente
de amizade.
__O que você está dizendo sua oxigenada? -Viviane se
aproximou de Jessica.
__Cale-se sua cadela, eu estou conversando com o meu
homem.
__Cadela? __Seu homem? __Eu vou te mostrar quem é
seu homem.
Viviane partiu para cima de Jessica que caiu no chão.
Seu vestido era tão curto que ela quase ficou nua no
restaurante.
__Sua cadela! -Jessica gritava.
__Cala boca sua piranha. -Viviane respondeu dando
socos na cara dela.
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Tentei separá-las por um momento, mas Viviane me
deu um empurrão e eu caí em cima da mesa
derrubando as taças que estavam em cima. Alguns
segundos depois dois seguranças vieram separá-las.
__Nunca mais olhe na minha cara Edgar! -Jessica
gritou enquanto saía do restaurante e entrava num
taxi.
Percebi quando Viviane se aproximou de mim e me
deu um tapa na cara.
__Seu canalha! -ela gritou e saiu do restaurante.
__Tudo bem, está tudo terminado! -gritei quando ela
tornou a me olhar.
Viviane parecia não se importar, mas eu sabia que
logo ela estaria batendo em minha porta novamente.
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KÁTIA
O dia se estendia monotonamente. Verônica não havia
ido trabalhar. Faltavam alguns minutos para terminar
as aulas quando Ricardo bateu na porta da minha sala.
__Entre! –disse; ele abriu a porta.
__Verônica, está?
__Não, mas a Kátia, não serve? –perguntei.
Me levantei e aproximei-me dele. Ele não havia
entendido minha insinuação então fechei a porta sem
que ele percebesse.
__Você poderia entregar esses papéis a ela? -ele me
perguntou educadamente.
__Claro, posso fazer tudo o que você quiser.
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Segurei em sua cintura empurrando-lhe até o divã
vermelho.
__Não estou entendendo. -Ricardo se arriscou a falar.
__Entender não será necessário, basta deixar-me lhe
mostrar.
Eu usava um vestido sustentado por alças. Então me
posicionei em sua frente e desamarrei meu vestindo.
Ele caiu sobre meus pés como uma chuva repentina,
deixando-me seminua. Ricardo estava paralisado.
De repente, como em um surto de adrenalina, ele se
levantou e despreocupado saiu normalmente da sala,
como se eu não existisse ali. Com um sorriso
malicioso, me vesti esperançosa.
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RICARDO
Havia acabado de confirmar que Kátia era maluca.
Verônica havia me falado sobre suas extravagâncias,
mas não levei tão a sério.
Felizmente tinha coisas mais importantes pra me
preocupar naquele momento. Como por exemplo,
encontrar com Verônica na estação. Provavelmente
ela não havia ido trabalhar, pois estava se preparando
para me conhecer, ou melhor, conhecer o Sr Destino.
Saí da escola e passei rapidamente pela BREATH. As
fotos da MODA DE VERÃO já estavam quase prontas.
Ao chegar a minha casa, tomei um banho e me vesti
para o esperado encontro.
Eu me sentia o homem mais sortudo do mundo. De
todas as vezes que me imaginei nessa situação,
nenhuma foi uma emoção tão insana como essa.
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Um tempo depois segui para a estação. Eram quase
oito da noite. Estava usando uma jaqueta preta por
cima da combinada camisa verde.
Não conseguia me conter. Olhava para todas as
mulheres buscando por ela. Os ponteiros do relógio
não paravam; na realidade, pareciam correr mais
rápido do que nunca.
E então horas se passaram, e ela não veio ao encontro.
A minha emoção estava se transformando em
desilusão e eu começava a me sentir mal.
Porque não me declarei antes? Quando descobri que a
amava. Sentia raiva de mim mesmo. E agora estava
parado como um idiota, sozinho.
Decidi entrar em um pequeno bar próximo a estação.
Depois de quase duas garrafas de Vodka, percebi que
comecei a perder o juízo das coisas.
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KÁTIA
Já havia me cansado de esperar pelo Sr Destino.
Haviam se passado horas e eu não tinha o encontrado.
Por diversas vezes me confundi, parando pessoas de
camisa verde na rua. Apenas um rapaz me respondeu
que procurava por alguém, e antes que pudesse me
animar, ele revelou-me procurar por seu irmão.
Já derrotada pelo desanimo, decide beber um pouco.
Segui para um bar e ao chegar lá me deparei com
Ricardo.
__ O que faz aqui Ricardo?
__ Olá Kátia. –ele disse e eu percebi que ele estava
completamente bêbado.
__ Você está bem?
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__ Muito bem. –ele disse entre soluços.
__ Está sozinho?
__ Acho que sim. –ele disse tentando se levantar e
caindo de volta ao banco.
__ Acho melhor levá-lo pra casa.
__ Sabe dirigir?
__ Com certeza, melhor que você neste momento.
Entramos em seu carro e eu assumi o volante.
__ Porque bebeu tanto?
__ Estou decepcionado...
__ Não quer me contar?
__ Uma garota. – ele disse encostando a cabeça no meu
colo.
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Descontrolei-me e quase retirei o carro da estrada.
Ricardo passava a mal inocentemente na minha perna.
Apesar da situação, eu não poderia perder aquela
oportunidade.
__ Eu nunca faria isso com você.
__ Eu não acredito.
__ Quer uma prova?
__ Seria bom.
Neste momento levantei sua cabeça do meu colo e o
beijei.
Eu estava encantada por Ricardo. Mesmo bêbado, ele
ainda era educado e encantador. Entramos em sua
casa e seguimos para seu quarto.
Foi uma noite maravilhosa. Ricardo era o homem da
minha vida. Ele me acariciava com suas mãos firmes,
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porém suaves. Entregava-me ferozmente, mas ele era
delicado, sua mão deslizava em mim sintonizada com
as minhas mãos que o acariciava. Tornamos aquela
noite triste, uma noite de excitação e prazer.
Acordei no outro dia ás seis da manhã e percebi que
não tinha sido um sonho, estava deitada ao lado de
Ricardo. O beijava quando ele acordou.
__O que está fazendo aqui? -ele me perguntou.
__Não se lembra, passamos a noite juntos.
__Como isso pode ter acontecido? -ele perguntou
indignado.
__Só aconteceu! -eu disse abraçando-o.
__Solte-me, eu não queria fazer isso. - Ricardo disse,
me empurrando.
__ O que foi?
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__Saia da minha casa! -Ricardo gritou.
Eu peguei meu vestido caído ao chão e me vesti.
__ Aprece-se!
__ Pode se acalmar! __ Preciso encontrar meu celular.
Peguei meu celular e me aproximei de Ricardo. Ela
parecia em choque, mas não me importei.
__ Não vai me dar um beijo?
__ O quê? –ele perguntou.
Roubei um beijo dele e saí sorrindo.
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RICARDO
Aquilo não poderia ter acontecido, agora nunca mais
teria chance com Verônica depois que ela soube-se do
acontecido. Eu me sentia o pior homem do mundo.
__Como poderia me deixar levar por minha desilusão? -
eu perguntava a mim mesmo. -E pior, Kátia estava
apaixonada por mim. -pensava em como ela não se
irritou, quando gritei com ela.
__Está tudo bem Sr Ricardo? -Ivone apareceu com
rolinhos na cabeça.
__Sim Ivone, ainda é cedo pode ir deitar.
Continua...
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