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Capítulo 31Entre todas as formas de exploração
Eleja o sistema de agroflorestaSaberás que escolhera a melhor opção
Pois não há rendimento melhor do que nesta.
Pragas e doenças não farão a festaEm um ambiente tão equilibradoA dificuldade que talvez lhe restaÉ vender produto diversificado.
Geovane Alves de Andrade
965
Sistemas Agroflorestais e o CerradoEny Duboc
Abstract
Agroforestry systems involve growing woody herbaceous species and perennials in
association with food crops and livestock on the same piece of land. When designed and
managed properly these systems are tools for the sustainable development of the Cerrado
region. In general the trees are known to improve the amount and availability of nutrients
through the biological nitrogen fixation, to control the soil erosion, to acquire or “capture”
nutrients from the soil, to improve soil organic matter and to use fertilizers more efficiently,
especially phosphorus. The trees´s shadow decrease the evapotranspiration favoring the
microbial activity. Agroforestry systems also help to break the wind, favoring crop and
pastures production. They are known to increase ecological diversity within a landscape and
to increase the carbon sequestration. The growing food and energy demand in the world may
press the remaining forest in Cerrado region and a new way of agricultural production is
required. Agroforestry systems optimize the use of limited resources through the use and
restoration of degraded areas and the production of wood, food and energy. However the
adoption of the agroforestry systems by the farmers in the Cerrado region is low, as well is
the research on these systems.
Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade , agronegócio e recursos naturais966
Introdução
Os cenários mundiais que estão sinalizando a possibilidade de escassez dealimentos e de água doce, a necessidade de maior uso de fontes renováveis de energia,alterações climáticas e a necessidade de sustentabilidade ambiental assegurada exigemuma nova postura do setor agropecuário, de modo a diminuir a pressão sobre osrecursos naturais, em especial os remanescentes florestais. Para Brown (2008), sãoquatro as metas primordiais para reverter as tendências que, gradativamente, estãominando a civilização: a estabilização do clima; a estabilização da população; aerradicação da pobreza; e a restauração dos ecossistemas da Terra. A estabilização doclima possui três componentes: aumento da eficiência energética, desenvolvimento defontes renováveis de energia e expansão da cobertura florestal do planeta (DUBOC;VELOSO, 2008).
Sob o ponto de vista do desenvolvimento socioeconômico, a pesquisa tecnológicae a melhoria dos padrões de produtividade agrária são fundamentais para a redução dapressão antrópica sobre as áreas remanescentes. Até o início da década de 1990, oaumento da produtividade era obtido pelo aumento da área plantada. A partir de 1990,houve maior produtividade de grãos por área plantada, aspecto resultante de um maiorinvestimento em tecnologia de produção (AGUIAR et al., 2004) (Fig. 1).
O Brasil possui a segunda maior cobertura florestal do planeta, com 477 milhõesde hectares, menor apenas do que a da Rússia, com 808 milhões de hectares. Em 2005,possuía 5,38 milhões de hectares de florestas plantadas, correspondendo à sexta maiorárea reflorestada do mundo (menor apenas que a de China, Estados Unidos, Rússia,Japão e Sudão). Entretanto, apresentou taxas negativas de variação na coberturaflorestal, com redução de 0,5 % na década de 1990-2000 e de 0,6 % de 2000-2005 (FAO,2007) (Tabela 1).
De acordo com dados da Food Agriculture Organization of the United Nations - FAO(2007), na América Latina e no Caribe, as florestas primárias representam 70 % dasuperfície florestal da região e 56 % dos bosques primários do mundo. A região dispõe deuma diversidade florestal muito rica: não menos do que dez países possuem, pelo menos,1.000 espécies arbóreas. Não obstante, a América Latina e o Caribe figuram em primeirolugar quanto ao número de espécies arbóreas consideradas em perigo ou vulneráveis a
extinção.
Sistemas Agroflorestais e o Cerrado 967
Apesar de a América Latina e o Caribe representarem cerca de 20 % da superfície
florestal mundial, são apenas cerca de 7 % do valor do setor florestal mundial e 18 % do
valor agregado do setor das florestas primárias (produção de madeira em tora). E ainda
somente cerca de 3 % do valor agregado das indústrias de elaboração de madeira e 6 % da
indústria de papel e celulose. Isso indica que a região é uma fonte importante de
matérias-primas, mas que grande parte de sua transformação em produtos acabados se
realiza em outras regiões (FAO, 2007).
Fig. 1. Evolução da área plantada e da produtividade de grãos em algumas regiões e noBrasil.
Fonte: Duboc e Veloso (2008).
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
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safra
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Milh
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res
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720
07/2
008
C-Oeste - Área Sudeste - Área Sul - Área BRASIL - Área
C-Oeste - yield Sudeste - yield Sul - yield BRASIL - yield
Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade , agronegócio e recursos naturais968
Tabela 1. Área plantada dos dez maiores países reflorestadores em 2005.
País Plantações florestais(1.000 ha)
China 31.369Estados Unidos 17.061Rússia 16.962Japão 10.321Sudão 5.404Brasil 5.384Indonésia 3.399Índia 3.226Tailândia 3.099Chile 2.661
Fonte: FAO (2006a) citado por FAO (2007), adaptado.
Perspectivas do Setor Florestal Brasileiro
Há expectativas de que uma maior taxa de desenvolvimento econômico do setorflorestal possa dar lugar a um aumento do desmatamento. Entretanto, um setor florestalsólido em termos de atividade econômica não implica necessariamente desmatamento.Pelo contrário, as regiões em que o valor do mercado de produtos florestais é elevado sãoregiões em que a superfície florestal se mantém estável ou aumenta, como Europa eAmérica do Norte (FAO, 2007).
No Brasil, o consumo de madeira em toras para uso industrial cresceu 5,6 % ao anoentre 1990 e 2005. Em 1990, o País consumia aproximadamente 66,3 milhões de metroscúbicos, chegando a 150,8 milhões de metros cúbicos em 2005. O segmento de papel ecelulose apresenta o maior consumo de madeira em toras, aproximadamente 46 milhões demetros cúbicos, seguido pelo segmento de carvão vegetal, com um consumo de 31,9 milhõesde metros cúbicos (POU et al., 2006) (Fig. 2).
Para Bacha (2005), o Brasil experimenta, em alguns setores, uma escassez demadeira oriunda de reflorestamento, com altas nos preços de madeira. A produção geradaem florestas plantadas cresce, mas não compensa a menor produção originada de matasnativas. Para Francisco et al. (2004), do consumo de madeira no Brasil estimado emaproximadamente 300 milhões de metros cúbicos por ano, somente 40 %, ou 120 milhões
de metros cúbicos, são provenientes de florestas plantadas.
Sistemas Agroflorestais e o Cerrado 969
Fig. 2. Consumo de madeira em toras no Brasil em 2005 porsegmento.
Fonte: Abraf (2006).
Em 2005, o valor total da produção do setor florestal foi de US$ 27,8 bilhões, ouseja, 3,5 % do PIB nacional (SOCIEDADE BRASILEIRA DE SILVICULTURA, 2006). No cenáriointernacional, o Brasil contribuiu com 4,6 % das exportações mundiais de produtosflorestais madeireiros, destacando-se como o maior produtor e exportador de celulosebranqueada de eucalipto e primeiro exportador mundial de compensados de pinus. Deacordo com análise da Balança Comercial do Agronegócio divulgada pelo Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), as exportações do grupo de produtosflorestais madeireiros, como celulose e papel, madeira sólida, painéis e móveis, foramsuperadas apenas pelos complexos soja e carnes, gerando uma receita de US$ 7,4 bilhõesem 2005 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE SILVICULTURA, 2006), respondendo por 15,1 % dasexportações do agronegócio (HOEFLICH, 2005).
Estudos e projeções realizados por organismos internacionais apontam para umacontínua demanda da maioria dos produtos florestais, pelo menos, nos próximos 20 anos.Estimativas da FAO, a partir do aumento da população mundial e do consumo per capita,
projetam um consumo de madeira de 1,6 bilhão de metros cúbicos/ano, podendo chegar a
2 bilhões de metros cúbicos/ano a 3 bilhões metros cúbicos/ano, em 2050, com um
aumento aproximado de 60 milhões metros cúbicos/ano. Déficits mundiais de oferta demadeira, da ordem de 335 milhões de metros cúbicos a 500 milhões de metros cúbicosem 2020, têm sido estimados, em diferentes cenários (HOEFLICH, 2005).
A Agência Internacional de Energia (IEA) estima um crescimento de 53 % domercado de agroenergia nos próximos 25 anos. Países em desenvolvimento, como a
Total de 150,8 milhões de metros cúbicos
Celulose e Papel30 %
Serrados19 %
Compensados5 %
Painéisreconstituídos
5 %Outros20 %
Carvão21 %
Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade , agronegócio e recursos naturais970
China, Índia e Brasil, serão responsáveis pelo atendimento de 70 % da demanda adicional.Estima-se que, entre 2000 e 2025, a produção de biocombustíveis cresça 10,2 % anuais.Projeções da Shell indicam a elevação do consumo global de etanol de 48 % quandocomparado ao consumo de 152 bilhões de litros desse combustível registrado em 2002(PESQUISA AGRÍCOLA, 2008). Esse fato pode gerar maior pressão sobre as áreas deremanescentes florestais.
Com relação ao consumo de carvão vegetal, Loturco (2008) considera que oimpacto do corte desordenado de florestas nativas para gerar lenha e, na seqüência,carvão vegetal produzido em fornos rudimentares cria um desconforto que o Brasil aindasofre por descaso e incúria. Ao contrário do que aconteceu nos países industrializados, noBrasil o uso industrial do carvão vegetal continua sendo largamente praticado. O Brasil éum dos maiores produtores e consumidores de carvão vegetal do mundo (ABRAF, 2006citado por DUBOC et al., 2007).
No País, a utilização da lenha, empregada principalmente nas carvoarias paraproduzir carvão vegetal e na cocção de alimentos nas residências, também ésignificativa. Com um consumo de 136,6 milhões de metros cúbicos, em 2004, o Brasilera o terceiro maior produtor de lenha do mundo, menor apenas do que a Índia e a China,com 303,8 milhões de metros cúbicos e 191,0 milhões de metros cúbicos,respectivamente (FAO, 2007 citado por DUBOC et al., 2007). Em 2005, para a produção decarvão vegetal, foram consumidos cerca de 39,3 milhões de toneladas de lenha,equivalentes a 42,8 % da produção. O setor residencial consumiu cerca de 26 milhões detoneladas (29,3 % da produção), e os restantes 28 % representaram consumos diretos delenha na agropecuária e indústria. A lenha e o carvão vegetal representaram 13 % damatriz energética brasileira em 2005 (MME, 2006 citado por DUBOC et al., 2007).
De acordo com Duboc et al. (2007), apesar de o consumo de carvão originário deflorestas plantadas ter saltado de 2,8 milhões de MDC1, em 1980 (14,1 %), para19,2 milhões de MDC, em 2005 (50,4 %), houve também aumento no consumo de carvãovegetal de origem nativa, que passou de 16,9 milhões de MDC em 1980 (86 % do totalconsumido), para 18,8 milhões de MDC em 2005 (49,6 %). Observa-se aumento constantedo consumo de carvão oriundo da silvicultura de 1980 até a primeira metade da década de
1990, apresentando, entretanto, nos 10 anos seguintes, uma estabilização. Isso pode estar
relacionado à queda do preço do petróleo e à conseqüente queda do preço internacional do
1 MDC – Metro de Carvão: unidade de medida equivalente à quantidade de carvão que pode ser contida emum metro cúbico.
Sistemas Agroflorestais e o Cerrado 971
carvão mineral. Essa insuficiência de carvão vegetal proveniente de reflorestamento
intensificou a pressão sobre os remanescentes florestais, em especial os do Cerrado. Do
total de 5,5 milhões de toneladas de carvão vegetal produzidos no Brasil em 2005, 34,5 %
foram oriundos da vegetação nativa do Cerrado (Fig. 3).
Fig. 3. Evolução da produção de carvão vegetal no Cerrado.
Fonte: Dados do IBGE na Base Agrotec da Embrapa, citado por Duboc et al., 2007.
Vale considerar que, dos 77 milhões de hectares, ou 9 % do total do território
nacional ocupado pela soma das áreas cultivadas, as culturas temporárias, ou de ciclo
anual, ocupam cerca de 55 milhões de hectares (6,4 % do território nacional), as culturas
permanentes, de ciclo mais longo - café, cítricas e frutíferas -, 17 milhões de hectares
(2 % do total), sendo que as florestas plantadas constituem apenas 5 milhões de hectares
(0,6 %) (HOEFLICH, 2005).
Definição de Sistemas Agroflorestais
Sistema agroflorestal é o nome coletivo para sistemas de uso da terra etecnologias nas quais espécies lenhosas perenes (árvores, arbustos e palmeiras) sãodeliberadamente usadas na mesma unidade de manejo associadas com cultivos agrícolas
0
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
3.000.000
3.500.000
4.000.00019
90
1991
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2000
2001
2002
2003
2004
2005
Ano
Carvão vegetal (esp. plantadas)
Carvão vegetal (esp. nativas)
(t)
Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade , agronegócio e recursos naturais972
e/ou animais de acordo com um arranjo espacial, de maneira simultânea ou em umaseqüência temporal. Em um sistema agroflorestal, deve haver tanto interações ecológicascomo econômicas entre os diferentes componentes (NAIR, 1990; MONTAGNINI, 1992).
Os sistemas agroflorestais podem ser classificados com base nos aspectos deestrutura, de acordo com a natureza dos componentes (espécies lenhosas perenes,plantas herbáceas e animais), e com a função que desempenham. Também podem seragrupados de acordo com o propósito, baseando-se nos aspectos agroecológicos esocioeconômicos. A maioria dos sistemas agroflorestais, incluindo subsistemas, bemcomo as práticas, pode ser agrupada de acordo com esses critérios (Tabela 2).
Os processos que ocorrem em florestas tropicais não-perturbadas ajudam acompreender os sistemas agroflorestais. Nas florestas não-perturbadas, especialmente naszonas de alta precipitação, a maior parte dos nutrientes é encontrada na vegetação em pé.Dessa maneira, estão protegidos da erosão e da lixiviação (JORDAN, 1985). A decomposição daserapilheira ocorre de maneira relativamente rápida, dependendo do material orgânico, da épocae da quantidade caída ao longo do ano. Os nutrientes são absorvidos pelas raízes, as quais, emzonas tropicais úmidas, se encontram localizadas principalmente nas camadas maissuperficiais do solo. Esse ciclo relativamente fechado de nutrientes explica por que os solosassociados a uma vegetação abundante são muitas vezes pobres em nutrientes e não muitoférteis quando se os utiliza para a agricultura com monocultivos (MONTAGNINI, 1992) (Fig. 4).
Os mecanismos de ciclagem de nutrientes estão localizados em sua maior partena camada densa de raízes e húmus na superfície do solo. Nessa camada, as micorrizasdesempenham um papel importante pela transferência de nutrientes para as plantas. Nosistema agroflorestal, o componente arbóreo pode contribuir para a manutenção daciclagem de nutrientes mediante os seguintes mecanismos (MONTAGNINI, 1992):
• Desenvolvimento de uma malha densa de raízes com micorrizas, semelhante aobosque natural em sua função de diminuir a lixiviação de nutrientes.
• Produção de serapilheira, que contribui para aumentar a camada de húmus.
• Provisão de fontes adicionais de nitrogênio, por meio de espécies fixadoras.
• Absorção de nutrientes em camadas profundas do solo (tanto dos lixiviados como dosque são liberados durante os processos de intemperização das rochas), levando-os a
camadas mais superficiais.
Sistemas Agroflorestais e o Cerrado
973
Tabela 2. Principais enfoques na classificação de práticas e de sistemas agroflorestais.
Classificação dos sistemas Agrupamento dos sistemas(de acordo com a estrutura e a função) (de acordo com a abrangência e o manejo)
Estrutura Função Adaptação agroecológica Nível socioeconômico
(composição e arranjo dos componentes) (produção ou papel e de manejo
dos componentes)
Composição Arranjo
Agrissilvicultural Espacial Produção Sistema em/para Uso de insumos
(culturas + árvores/arbustos) ! Misto denso ! Alimento ! Regiões tropicais úmidas de ! Baixo
! Misto esparso ! Forragem planalto ! Médio
Silvipastoril ! Renque ! Lenha ! Regiões tropicais úmidas de ! Alto
(pastagem/animais + árvores) ! Bordadura ! Madeira altitude (acima de 1.200 m,
! Outros produtos Andes, Índia, Malásia) Baseado em
Temporal ! Regiões tropicais subúmidas de relações custo/
Agrissilvipastoris ! Simultâneo Proteção planalto (savanas na África, benefício
(culturas + pastagens/animais ! Seqüencial ! Quebra-vento Cerrados no Brasil) ! Comercial
+ árvores) ! Cordões em contorno ! Regiões tropicais subúmidas de ! Intermediário
! Conservação do solo altitude (Quênia, Etiópia) ! Subsistência
Outros ! Conservação da umidade
Arboretos de uso múltiplo ! Melhoria do solo
Apicultura com árvores ! Sombra (para cultivos,
Aqüicultura com árvores animais ou homem)
(mangue)
Fonte: Nair (1985), adaptado por Duboc (2006).
Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade , agronegócio e recursos naturais974
Fig. 4. Comparação da ciclagem de nutrientes entre um bosque natural, um sistema agrícola e umsistema agroflorestal.
Fonte: Nair (1984) citado por Montagnini (1992), adaptado por Duboc (2006).
Ecossistema florestal Sistema agrícola Sistema agroflorestal
Pequena erosão Pequena erosãoErosão severa
Liberação por intemperismo Liberação por intemperismo Liberação por intemperismo
Adição de nutrientespelo fluxo da chuvaatravés da folhagem
Microclima favorávela atividade biológica
chuva
Queda defolhas
Grande volumede copa
Pequenalixiviação
Liberação pordecomposição
de raízes
Absorção denutrientes emprofundidade
Ciclagem escassa ouausente, pequena queda
de folhas
Nutrientes na água dachuva interceptados
pelas folhas
chuva
Acúmulo superficial de raízes
Lixiviação intensa
Microclimaextremo
Queda defolhas e ramos
Liberação pordecomposição
de raízes
Uso complementarde nutrientes
Microclimafavorável
Grande exportaçãocompensada pela ciclagem
interna e uso eficiente
Quando se corta o bosque, parte dos nutrientes que estava contida na biomassa
vegetal se perde por lixiviação ou volatilização e parte se incorpora ao solo. A camada de
húmus muitas vezes é destruída pela queima e pela exposição à luz solar.
Pela sua semelhança aos sistemas florestais naturais, os sistemas agroflorestais
podem representar uma alternativa de manejo agroecológico para os agroecossistemas,
em virtude da sustentabilidade conferida por três princípios básicos: o ecológico, o social
e o econômico.
O princípio ecológico, pela multiestratificação de copas e do sistema radicular e
pela diversidade biológica de espécies com usos e funções múltiplas, permite melhor
aproveitamento dos recursos, conferindo maior sustentabilidade ao sistema. O princípio
social, por meio da sedenterização do homem ao campo, melhor distribuição na utilização
da mão-de-obra ao longo do ano e pela produção de maior número de serviços e produtos
para consumo humano, contribuindo para a segurança alimentar. E o princípio econômico,
Sistemas Agroflorestais e o Cerrado 975
pela maior estabilidade conferida pela diversificação de produtos e dos ingressos
financeiros distribuidos no decorrer do ano e maior possibilidade de agregação de valor
(DUBOC, 2006). Entretanto, há que se considerar que existe um grande número de
sistemas agroflorestais desde os mais simples, compostos por apenas uma ou poucas
espécies arbóreas, até os mais complexos, compostos por dezenas de espécies, fazendo
com que esses princípios não sejam eqüânimes e possam ter preponderância uns sobre
os outros. O entendimento dessas relações deve auxiliar na escolha de sistemas mais
adequados para diferentes situações.
Cabe ressaltar que, em função do seu caráter perene, os sistemas agroflorestais
apresentam-se como eficientes na proteção contra erosão e na recuperação de solos marginais
e/ou degradados, na ciclagem de nutrientes e na maior sanidade conferida pela manutenção da
diversidade ecológica, diminuindo a utilização de agroquímicos. Além de produzir outros
serviços ambientais, como seqüestro de gás carbônico pela remoção de CO2 atmosférico por
meio da fotossíntese de espécies arbóreas em crescimento, são fonte renovável de energia e
podem também ser importantes na conservação da biodiversidade (JACOVINE et al., 2006;
MONTAGNINI et al., 2005; PIMENTEL; WIGHTMAN, 1998; KANG, 1997).
Para Baggio (1992), as práticas agroflorestais, em sua grande maioria, aplicam-se
a quase todos os locais potenciais de produção agropecuária. Independentemente de suas
especificidades ecológicas, a chave para o sucesso está na escolha das espécies e do
regime de manejo.
Objetivos dos Sistemas Agroflorestais
O principal objetivo dos sistemas agroflorestais é otimizar o uso da terra,
conciliando produção de alimentos, energia e serviços ambientais com a produção
florestal, diminuindo a pressão pelo uso da terra para a produção agropecuária,
possibilitando a conservação do potencial produtivo dos recursos naturais renováveis, por
meio de sistemas agroecológicos mais estáveis.
De acordo com Vale et al. (2006), para que os objetivos dos sistemas
agroflorestais sejam alcançados, é necessário que a combinação de espécies e os
arranjos espacial e temporal promovam a concretização dos seguintes pré-requisitos,
considerando a produtividade, a sustentabilidade e a adotabilidade: manter-se
Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade , agronegócio e recursos naturais976
sustentável; conferir sustentabilidade aos sistemas agrícolas; aumentar as
produtividades animal e vegetal; direcionar técnicas para o uso racional do solo e da
água; diversificar a produção de alimentos; estimular a utilização de espécies para uso
múltiplo; diminuir os riscos do agricultor; amenizar os efeitos dos fatores de produção;
minimizar os processos erosivos; e combinar a estrutura social com uma infra-estrutura
adequada, disponibilidade de mercado e adequabilidade dos insumos, reunindo
experiência rural dos agricultores e conhecimento científico.
Aspectos Biofísicos dos Sistemas Agroflorestais
Em todos os tipos de vegetação, a habilidade dos indivíduos para crescer e
reproduzir depende do sucesso na captura dos recursos do ambiente, além da competição
com seus vizinhos. Em povoamentos florestais com mais de uma espécie, a competição
por recursos limitados é inevitável, tanto acima como abaixo do solo. Entretanto, a
competição pode incrementar a produção líquida do sistema ou pode ajudar a estabilizar a
produção quando o suprimento de recursos é errático ou incerto (MONTEITH et al., 1991).
A taxa e a extensão com que os recursos biofísicos são capturados e utilizados
pelos componentes de um sistema agroflorestal são determinados pela natureza e
intensidade das interações entre os componentes. O efeito líquido dessas interações é
muitas vezes determinado pela influência do componente arbóreo sobre os outros
componentes e/ou sobre todo o sistema e, desse modo, é expresso nos termos de
respostas quantificáveis como mudanças na fertilidade do solo, modificações
microclimáticas, disponibilidade e utilização de recursos (água, nutrientes e luz),
incidência de pestes e doenças e alelopatia (RAO et al., 1998).
Mesmo o sistema agroflorestal mais simples é mais complexo do que sistemas
de cultivos intercalares anuais, pois existem maiores diferenças na natureza e no arranjo
dos componentes e, conseqüentemente, na natureza e no grau das interações. Os
componentes em um sistema agroflorestal são ‘desproporcionais’, ou seja, as árvores se
tornam dominantes e perenes e, desse modo, diferentemente dos cultivos anuais ou
sazonais, as interações são contínuas (RAO et al., 1998).
Nair (1993) define interação como o efeito de um componente do sistema sobre o
desempenho de outro componente e/ou em todo o sistema. Acima do solo, as interações
Sistemas Agroflorestais e o Cerrado 977
ecológicas entre árvores e cultivos são: mudanças na luz, temperatura e umidade; abaixo
do solo: competição por água e nutrientes, alelopatia, fixação de N, melhoria de
características físicas do solo (ONG, 1991).
De maneira geral, as árvores exercem influência sobre a quantidade e a
disponibilidade de nutrientes por meio da fixação biológica de nitrogênio (SZOTT et al.,
1991; NAIR et al., 1999); da interceptação de nutrientes em maiores profundidades que a
alcançada pelo sistema radicular das culturas agrícolas e/ou pastagens (YOUNG, 1991;
SANCHES, 1995; KANG, 1997); da redução das perdas de nutrientes por processos como
lixiviação e erosão (YOUNG, 1989; SZOTT et al., 1991); e do aumento da disponibilidade
de nutrientes pelo retorno à superfície proporcionado na forma de serapilheira e
incorporação na matéria orgânica do solo (GOMES et al., 2000; JORDAN, 1985). A maior
biodiversidade existente nos sistemas agroflorestais contribui para o processo de
restabelecimento da fauna do solo, fator importante para a decomposição de resíduos de
plantas, processo amplamente controlado pela biota do solo, particularmente a
macrofauna (GOMES et al., 2000).
O sombreamento e a presença de serapilheira atenuam as temperaturas extremas
alcançadas pela superfície do solo, além de diminuir a radiação que chega a superfície do
solo (MONTEITH et al., 1991; ONG et al., 1991). Esses fatores exercem influência sobre a
taxa de evaporação da água e sobre o balanço hídrico do solo, contribuindo para o
aumento da umidade disponível para as plantas (YOUNG, 1991). O aumento da umidade
favorece a atividade microbiana, o que resulta em aceleração das taxas de decomposição
da matéria orgânica, possibilitando aumento da mineralização (GOMES et al., 2000).
A ação das árvores atenuando a velocidade dos ventos também resulta em menor
evapotranspiração, refletindo no rendimento de cultivos agrícolas e de pastagens. Além
de contribuir para regular a temperatura e a umidade relativa do ar, reduzindo sua variação
ao longo do dia com benefícios aos cultivos e aos animais (MONTAGNINI, 1992; NAIR,
1993).
As adubações orgânicas também têm importante vantagem sobre os fertilizantes
inorgânicos com relação ao efeito residual e à sustentabilidade (SANCHES, 1995). Na
adubação orgânica, o nitrogênio torna-se disponível às plantas somente após sua
mineralização, por meio dos processos de aminização, amonificação e nitrificação. Como
Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade , agronegócio e recursos naturais978
esses processos são dependentes de microorganismos, ocorre liberação lenta de
nitrogênio. A maximização da matéria orgânica também pode reduzir as necessidades
externas de fósforo. A intensificação das atividades microbianas e da fauna pode
aumentar a imobilização do P na massa microbiana e, subseqüentemente, as taxas de
mineralização do P orgânico (GOMES et al., 2000).
Potencial da Utilização de Sistemas Agroflorestais noCerrado
De acordo com Daniel et al. (2001), no território brasileiro e em particular na RegiãoCentro-Oeste, há pré-requisitos significativos para a boa disseminação e adoção de sistemasagroflorestais, tais como: grande quantidade de terras degradadas, cultivadas comagricultura e pastagens; alta densidade de pequenas propriedades em certas regiões;existência de bacias hidrográficas desordenadas e que servem de mananciais deabastecimentos a municípios com alta concentração demográfica; êxodo rural em função dadifusão da agricultura intensiva baseada em altos insumos e mecanização; drástica reduçãoda biodiversidade nas áreas de produção agropecuária; extensas áreas de pastagensdesprovidas de árvores de sombra; ausência de tradição da suplementação alimentarbaseada em forragens lenhosas; deficiências nas práticas de conservação de solo e outros.Contudo, é praticamente nula a adoção na Região Centro-Oeste das modalidades de sistemasagroflorestais que incluam componentes animais (sistemas agrissilvipastoris esilvipastoris). Miller e Pedroso (2006) levantaram a produção técnico-científica sobresistemas agroflorestais para o Cerrado publicada nos Anais do Congresso Brasileiro deSistemas Agroflorestais (Congressos II a V) e encontraram apenas 12 trabalhos, apesar de nãodescartarem a hipótese de que os pesquisadores possam estar apresentando seus trabalhosem outras vias, concluíram que há pouca pesquisa formal sendo realizada por instituições daregião. Semelhante é a conclusão de Daniel et al. (2001).
Apesar de Ribeiro et al. (1994), Almeida (1998), Almeida et al. (1998), Felfili et al.(2004) e Duboc (2006) descreverem características de várias espécies lenhosas de usomúltiplo potenciais para uso em sistemas agroflorestais na região do Cerrado, o cultivo dagrande maioria dessas espécies ainda carece de embasamento científico.
Desse modo, o intenso estudo sobre espécies e sistemas específicos para oCerrado consiste em um dos principais desafios para possibilitar a expansão dos
Sistemas Agroflorestais e o Cerrado 979
sistemas agroflorestais nesse ambiente, considerando suas características de solo,
estacionalidade climática e as características de crescimento das espécies nativas do
Cerrado de interesse econômico (DUBOC, 2006). Por outro lado, a maior divulgação entre
produtores rurais, a promoção de intenso treinamento de técnicos e extensionistas, bem
como a oferta de fontes de financiamento e crédito específicos, com taxas de juros e
prazos compatíveis com a atividade, também são de fundamental importância.
No sistema agroflorestal denominado Taungya, a espécie florestal é plantada junto
com cultivos agrícolas de ciclo curto, como milho, arroz, feijão, soja e mandioca, entre
outros, com o objetivo de reduzir o custo de estabelecimento dos plantios florestais. Esse
sistema, além de propiciar ingressos financeiros antes da maturidade da espécie
florestal, pode aumentar a taxa interna de retorno (TIR) dos investimentos, além do valor
presente líquido (VPL), do valor anual equivalente (VAE) e do valor esperado da terra (VET)
(RODIGHERI, 1998; DUBE et al., 2002; SILVA, 2004; VALE, 2004), aumentando a atratividade
do cultivo de florestas.
Os sistemas agroflorestais comerciais, também conhecidos como consórcios
multiestratificados comerciais, são uma mistura de um número limitado de espécies
perenes, em geral menos de dez, manejadas para fins comerciais. Para Pereira et al.
(1998), os sistemas agroflorestais comerciais, quando bem planejados, apresentam
normalmente Índices de Equivalência de Área (IEA) superiores a 1,0. Indicando que, para
se obter a mesma quantidade produzida em 1,0 ha no sistema agroflorestal, seria
necessária uma área superior a 1,0 ha com as monoculturas separadamente. Algumas
das espécies testadas no Cerrado foram: seringueira (Hevea brasiliensis), mogno
(Swietenia macrophylla), óleo-copaíba (Copaifera langsdorffii), baru (Dypterix alata),
gueroba (Syagrus oleracea), angico (Anadenanthera falcata), neem (Azadirachta indica) em
consórcios com café, mandioca, milho, feijão, banana, Eucalyptus spp., ou vegetação
nativa (MELO et al., 2002; MELO; GUIMARÃES, 2002; MATTA, 2002; MAZZEI; FELFILI, 2001;
AGUIAR; ALMEIDA, 2000; ALMEIDA et al., 2000).
Outro exemplo de sucesso no Cerrado é a integração lavoura, pecuária e floresta.
Nesse sistema agrissilvipastoril, em geral, o eucalipto é plantado em amplos
espaçamentos (10 m x 4 m), consorciado com arroz no primeiro ano, seguido por soja e
com a formação da pastagem, no terceiro ano. O gado, para recria e engorda, convive com
o eucalipto a partir do quarto ano até os 10 anos. A partir daí, realiza-se o corte e permite-
Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade , agronegócio e recursos naturais980
se a rebrota do eucalipto, com início de novo ciclo de cultivo agrícola. Vários trabalhos
têm comprovado a eficiência dessa forma de uso do solo (GARCIA et al., 1994; RODIGHERI,
1998; SCHLÖNVOIGT; BEER, 2001; DUBE et al., 2002; MAGALHÃES et al., 2004; MELO;
ZOBY, 2004; SILVA, 2004; VALE, 2004).
Outro sistema agroflorestal que atualmente tem se destacado no Brasil e no
Cerrado é o sistema regenerativo análogo ou agrofloresta, o qual se caracteriza por um
policultivo denso, multiestratificado e permanente envolvendo grande número de espécies
lenhosas perenes que apresentam uma fitofisionomia semelhante a uma floresta nativa.
As agroflorestas produzem produtos como mel, madeira, cipós, plantas medicinais, lenha,
além de alimentos para homem e animais silvestres ou domésticos. A implantação pode
ser manual ou até mesmo mecanizada, apesar da intensa demanda de mão-de-obra para
seu manejo apresentar elevada sustentabilidade ecológica (HOFFMANN, 2005;
CARVALHO et al., 2004; ARMANDO et al., 2003).
Outrossim, os sistemas agroflorestais, além de poder exercer influência benéfica
sobre os aspectos sociais e econômicos, possuem grande potencial para recuperação de
agroecossistemas degradados. Para Duboc (2006), as práticas de recuperação de
fragmentos florestais visam facilitar os processos da sucessão natural, restabelecendo a
estrutura e composição da floresta por meio da regeneração natural. Os sistemas
agroflorestais, pela aproximação aos ecossistemas naturais em estrutura e diversidade,
representam um grande potencial para recuperação de fragmentos, além de serem
interessantes para a restauração de corredores de interligação, manejo das bordas dos
fragmentos e até mesmo para a recuperação de Matas Ciliares e de Galeria. Dado que
determinados processos são necessários para a recuperação, dependendo do nível de
degradação e de resiliência do ecossistema, podem ser de elevado custo financeiro.
Também para Amador (2003), os sistemas agroflorestais podem ser empregados tanto
como estratégia metodológica de restauração, com o objetivo de reduzir os custos por
meio da compensação a curto/médio prazo por produtos agrícolas/florestais, como para a
constituição de agroecossistemas biodiversificados.
Considerações Finais
Os produtos madeireiros e não-madeireiros de espécies nativas do Cerrado têm
uso consagrado pela população regional, entretanto são oriundos na sua quase totalidade
Sistemas Agroflorestais e o Cerrado 981
do extrativismo. Na medida em que houver maior divulgação e estímulo ao consumo,
poderá ser aumentado o interesse pelo cultivo racional dessas espécies, sendo que os
sistemas agroflorestais parecem ser mais adequados para o seu cultivo.
Os sistemas agroflorestais, mesmo com a utilização de espécies exóticas ao
bioma, além da produção de carne e grãos, com capacidade para amortizar os custos
iniciais das plantações florestais para produção de madeira, frutos, energia ou
biocombustíveis, produzem serviços ambientais importantes, sendo uma atividade
econômica, social e ambientalmente viável para o Cerrado.
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