Post on 22-Apr-2015
Caro Poeta
Poema de Alberto Cohen
Você não vê que seus olhos de devassar sentimentos
são periscópios voltados para o mais fundo da alma,
radiografias de coisas que jazem bem escondidas
debaixo do faz-de-conta que maquila tantas vidas?
Quantos anos envidados para amordaçar lembranças,
acorrentar o passado no porão do sofrer menos
e, de repente, um poema, abrindo frestas nas portas,
liberta mil pesadelos, revive paixões já mortas
que tomam conta da casa, pulam muros, saem na rua
em busca das esperanças que, há muito, foram perdidas,
mas sempre estiveram perto, vestidas de alegorias,
cartas, olhares, sorrisos, álbuns de fotografias.
Melhor não ler com seus olhos de devassar sentimentos,
melhor não juntar seus versos com o que dorme na alma.
Escondido no silêncio das lágrimas não choradas,
manter para sempre o livro com as duas capas
fechadas.
Caro PoetaAlberto Cohen
Você não vê que seus olhos de devassar sentimentossão periscópios voltados para o mais fundo da alma,radiografias de coisas que jazem bem escondidasdebaixo do faz-de-conta que maquila tantas vidas?Quantos anos envidados para amordaçar lembranças,acorrentar o passado no porão do sofrer menos e,de repente, um poema, abrindo frestas nas portas,liberta mil pesadelos, revive paixões já mortasque tomam conta da casa, pulam muros, saem na ruaem busca das esperanças que, há muito, foram perdidas,mas sempre estiveram perto, vestidas de alegorias,cartas, olhares, sorrisos, álbuns de fotografias.Melhor não ler com seus olhos de devassar sentimentos,melhor não juntar seus versos com o que dorme na alma.Escondido no silêncio das lágrimas não choradas,manter para sempre o livro com as duas capas fechadas.
Caro PoetaPoema de Alberto Cohen
Formatação: Cláudia L. Moraes Imagens: Internet
Música: Chopin – Tristesse